sábado, 8 de novembro de 2008

A mudança não virá de repente

Quero só ver quando a popularidade de Barack Obama começar a cair. A partir de 20 de janeiro de 2009 já vou fazer a contagem regressiva. Quando o povão alegre, rouco de tanto gritar “Yes, we can” perceber que fez a escolha errada eu quero ver a reação de Obama e dos aliados. Será que ele vai ressaltar a cor da pele e dizer que os críticos o criticam por que ele é negro? Isso é coisa de petista. Se bem que a campanha de Obama se assemelhou muito com a campanha petista de 2002.
Digam o que quiserem deste blogueiro. Desde terça feira que falo aqui que Obama será um fracasso na Casa Branca. Depois não venham os desiludidos procurarem ombros para chorar. No dia que o mundo ver que Barack Obama é uma farsa e que o sonho acabou passarei a ler com mais atenção os textos de Arnaldo Jabor.

Aliviado

E o São Paulo ganhou da Portuguesa por 3 a 2. Sofri, mas valeu a pena. Ufaaaaaa!!! Líder absoluto! Rumo ao hexa.

Sofrendo muito

Vocês nem imaginam o quanto estou sofrendo. A Portuguesa empatou. Se o placar terminar assim o São Paulo pode perder a liderança caso o Palmeiras ganhe do Grêmio amanhã.

Sofrendo

Sim, o São Paulo está ganhando da Portuguesa por 2 a 1. Mas, o jogo está difícil. O São Paulo tem que manter esta vantagem para seguir líder. Enquanto isso vou sofrendo aqui ouvindo o jogo pela Rádio Eldorado-ESPN.

Hoje eles protestam contra Bush e os banqueiros

Foi-se o tempo que se protestavam contra as safadezas políticas do Brasil. Hoje se protesta contra os banqueiros e contra George W. Bush. Mensaleiros e sanguessugas do dinheiro público não são mais alvos de protestos. Veja a foto aí acima. Teve protesto na porta do Hilton Hotel onde acontece o encontro do G-20. Só 20 pessoas do PSOL, PSTU e CONLUTAS faziam alguma movimentação. O que eles bebiam? Coca Cola é lógico. O que eles vestem? Calças da moda é lógico. Eles têm celular? É óbvio que sim. Eles odeiam o capitalismo, mas fazem de tudo para ter o que o capitalismo produz.
Enquanto vinte pessoas reclama da ajuda aos bancos e da crise financeira mundial, os mensaleiros e sanguessugas do dinheiro público tentam arrumar mais um esquema que logo, logo será descoberto e ninguém do PSOL, do PSTU e da CONLUTAS sairá às ruas para protestar.

Brincalhão da Semana



Tarso Genro foi o eleito. Cansado da rotina do Ministério da Justiça, deixando rolar solta as brigas internas entre as facções da Polícia Federal, incompetente em combater o narcotráfico (também, ele é amigo das Farc) Tarso Genro resolveu falar sobre a punição aos torturadores durante o regime militar. Todos os torturadores? Claro que não! Os torturadores de farda. Os torturadores de esquerda não fizeram nada demais. Segundo Tarso, o fato dos esquerdopatas pegarem em armas durante a ditadura não significa crime e sim uma reação de pessoas que não viam outra alternativa para combater o regime militar.
Tarso quer punir apenas os militares torturadores. Será que eles estão vivos? Já os esquerdopatas que pegaram em armas, seqüestraram, assaltaram bancos e mataram está soltos. Muitos deles ganhando indenizações polpudas e outros ocupando a Presidência da República. São os esquerdospatas que mataram, seqüestraram, assaltaram não numa tentativa de combater a ditadura militar, mas numa luta sangrenta para construir a ditadura comunista aqui.
Pelo visto, deve estar muito chato o gabinete do Ministro da Justiça. Por isso, Tarso resolveu falar as asneiras que falou sobre a anistia. É um fanfarrão! É um brincalhão! Tarso Genro, o Brincalhão da semana.

As diferenças

Todo mundo quer tirar uma casquinha da vitória de Barack Obama. Lula mesmo, como não poderia deixar de ser, acha que a vitória do primeiro negro para a presidência dos Estados Unidos teve origem na sua vitória em 2002. Os bobos que não caiam na conversa do Falastrão. A Veja faz uma diferença entre os dois:

A comparação seria possível se Lula tivesse nascido na Ilha de Marajó, filho de um angolano com uma sexóloga de Cuiabá, tivesse morado em Bangcoc, na Tailândia, e fosse formado em direito na Universidade de São Paulo (USP). Lula, com sua origem pobre, pertence à maioria étnica brasileira. Obama, como negro, é da minoria nos Estados Unidos. O eleitorado negro americano, mesmo com o maciço comparecimento às urnas agora, subiu para apenas 13% do total. Lula venceu a eleição presidencial na quarta tentativa. Obama, na primeira. Lula, ao ser eleito, era o político mais conhecido do Brasil, e conhecia o Brasil de norte a sul. Obama, não. Desde 1976, quando apostaram em Jimmy Carter, governador da Geórgia, os democratas não lançavam nome tão desconhecido quanto Obama, senador há menos de quatro anos. Obama nunca andara pelos recantos dos Estados Unidos, em cuja parte continental pôs os pés pela primeira vez quando tinha 11 anos. Em campanha, adorou o Texas. Descobriu que o gumbo, um ensopado típico que conhecia em Chicago, não chega aos pés do de Nova Orleans. Gostou da cidade de Fargo, em Dakota do Norte, mas achou-a diferente do filme. Concluiu que as maiores diferenças do país não estão, como a muitos parece, entre norte e sul, leste e oeste, mas entre o meio rural, o suburbano e o urbano.


Tenho e terei severas críticas aos dois. Mas reconheçamos: Obama estudou enquanto que Lula preferiu ser sustentado por Roberto Teixeira.

Um "Entreatos" americano

Daqui dois anos teremos o lançamento de um documentário sobre a campanha presidencial de Barack Obama. Será um Entreatos americano. Veremos Obama dentro do avião, conversando com assessores, fazendo discursos, preparando seus programas para TV. Enfim, os bastidores da campanha de Lula mostrada por João Moreira Sales vai virar tema de um documentário nos Estados Unidos daqui dois anos. Sugiro Michael Moore como diretor. Aí ele aproveita e dá uma alfinetadas em George W. Bush (muitos espectadores americanos perguntarão “Quem é George W. Bush?”).
Os americanos verão o documentário com certa tristeza. Aquele cara que dizia que ia mudar “tudo que está aí” não passou de uma obra marqueteira.

Goiás, terra do Leandro e Leonardo

Hoje ninguém mais zomba, critica ou ironiza o fato de sermos goianos. Antes, quando a gente ia lá fora, as pessoas nos ridicularizavam porque éramos daqui. Hoje podemos estufar o peito. As pessoas nos valorizam, e acreditam este que é um dos principais Estados do Brasil. (Marconi Perillo no Diário da Manhã de hoje)

No final de setembro estive no Rio de Janeiro. Conversava com o taxista que me levava do aeroporto até o hotel onde ficaria hospedado. No meio da conversa eu disse que era de Goiás. Ele disse: “Ah, terra do Leandro e Leonardo”. Pelo visto, até hoje, ainda acreditam que Leandro não morreu e que a dupla Leandro e Leonardo canta Entre tapas e beijos, Pense em mim e Eu juro. Realmente Marconi Perillo tem toda razão ao dizer que ninguém mais zomba da gente. Só falta atualizar algumas notícias daqui para o Rio de Janeiro.

São Marconi

O senador tucano Marconi Perillo concedeu uma entrevista ao Diário da Manhã de hoje. Ele disse:

Sou uma pessoa de fácil trato e não guardo mágoa, nem um segundo, de ninguém. Graças a Deus, jamais tive mágoa, raiva ou ódio de qualquer pessoa. São sentimentos mesquinhos que, graças a Deus, nunca presidiram minha relação com quem quer que fosse. Quando governador, fui atacado por muitas pessoas, das quais eu não guardo uma vírgula de ressentimento. Tive, por exemplo, um adversário ferrenho na Assembléia Legislativa nos últimos quatro anos da administração, o deputado Fernando Netto. Já na eleição deste ano estávamos juntos e descobrimos que tínhamos muito mais afinidades do que diferenças que pudessem nos distanciar. Converso com todos os líderes principais dos partidos que me fizeram oposição, ou com os quais nós não temos relação política. Com todos eles as relações são muito educadas, extremamente respeitosas.

Marconi nunca teve nenhuma mágoa na vida? Ele é uma pessoa de fácil trato, sem raiva ou ódio de ninguém? Poxa vida, não sei como o Papa Bento XVI não atentou para isso. Poderia colocar o senador como uma dos exemplos de vida a serem seguidos. Dizem as más línguas (estas línguas têm que ser más mesmo para falar de um homem tão bondoso) que Marconi Perillo só não dava cem tiros na cara de Jorge Kajuru porque era cristão. Ainda bem que ele é cristão, não é mesmo? É bem capaz de Marconi Perillo ser santificado bem antes do Padre Pelágio.

Na entrevista do santo, quero dizer, do senador, vemos o orgulho de ser goiano brilhando nos olhos dele:

Goiás mudou radicalmente nos últimos dez anos e, modéstia à parte, graças às nossas gestões. Tudo é patrimônio que nós construímos. Isso é levado em consideração e vai continuar a ser porque o PSDB e a base fizeram um governo que respeita a opinião pública, a inteligência dos goianos e mais do que isso, foram governos de modernização. Hoje ninguém mais zomba, critica ou ironiza o fato de sermos goianos. Antes, quando a gente ia lá fora, as pessoas nos ridicularizavam porque éramos daqui. Hoje podemos estufar o peito. As pessoas nos valorizam, e acreditam este que é um dos principais Estados do Brasil.

Realmente São Marconi, quero dizer, Senador Marconi tem toda razão. Goiás modernizou nestes últimos dez anos. Modernizou tanto que o sucessor dele, Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, teve que fazer uma reforma administrativa porque, como ele mesmo afirmou anteontem, o Estado estaria um caos. Quem é Alcides Rodrigues para falar em caos num Estado tão bem tratado por Marconi Perillo? Seu bando de hereges de corações impuros. Aprendam a amar como Marconi Perillo. Aprenda a não ter mágoas com Marconi Perillo. E, se der uma vontade de entupir a cara de um adversário com cem tiros, lembre-se de que é um cristão. Padre Pelágio que se cuide porque Marconi Perillo, o homem sem mágoas, será canonizado bem mais cedo.

A culpa é da cachorrinha

Pronto! Passou a euforia de Barack Obama. Ontem ele deu sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito. Beleza! Ele disse que só pode tomar atitudes concretas como presidente a partir do dia 20 de janeiro do ano que vem. Beleza! Mas esta transição acontece num período em que os Estados Unidos vivem duas guerras (a do Iraque e a do Afeganistão) e a pior crise econômica desde a década de 1930. Pelo visto vai ser assim: Obama sempre tentará sair pela tangente. Sempre que um assunto apertar o calo do seu pé ele falará da cachorrinha que acompanhará suas filhas pelos jardins da Casa Branca. Obama vai dar rodeios e mais rodeios e não explicará nada. Falará, falará e falará muito bem e muito bonito, mas coisas concretas ninguém sabe quando vai sair do discurso motivador para a realidade dura. Vai ser assim o governo Obama: cheio de lero-lero e pouca prática. Rapidamente o povo americano vai se cansar do lero-lero e cobrar mais do presidente. Aí a culpa será da cachorrinha que acompanha as filhas do presidente pelo jardim da Casa Branca.

Coluna Protógenes

E o delegado maluquinho Protógenes Queiroz continua sua coluna pelo país a fora. Dá palestras (será que ele ganha para isso?), recebe homenagens. Aqui em Goiânia ele foi homenageado. E por ironia do destino, enquanto Protógenes era aplaudido, alguns vereadores espertinhos votavam a criação dos 13º, 14º e 15º salários para os vereadores daqui. Que coisa, não?
Vou começar a chamar de Coluna Protógenes a saga do delegado maluquinho que rasga a Constituição (é mais um que deseja todo phoder à Constituição) para ver banqueiro bandido na cadeia.
Para o delegado maluquinho, Daniel Dantas manda em tudo e em todos. O banqueiro bandido é tão poderoso que até comprou uma parcela grande dos magistrados do Supremo Tribunal Federal. Não sei como até hoje um homem tão poderoso não foi capa da revista Time. Não sei como um delegado maluquinho que comete ilegalidades para pegar o banqueiro bandido é tratado como “herói”. É a Coluna Protógenes aloprando o Brasil de norte a sul.

Se combate ilegalidade agindo legalmente

Todo mundo sabe que Daniel Dantas cometeu irregularidades. Mas, como disse o presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes ontem: não se combate ilegalidade cometendo ilegalidade. A Operação Satiagraha tinha tudo para dar certo se não fosse as ações ilegais cometidas pelo delegado maluquinho Protógenes Queiroz. O delegado quer combater a corrupção? Eu também quero ver corruptos na cadeia. Mas a Lei deve ser cumprida. Não se pode cometer atos ilegais só para justificar o combate a corrupção. Tem que ser feito tudo dentro da Lei. Se querem pegar Daniel Dantas que faça isso legalmente. Eu quero ver Daniel Dantas atrás das grades, mas desde que a Constituição seja respeitada. E não de acordo com uma visão messiânica de um delegado maluquinho que se acha o porta voz dos oprimidos e da sociedade cansada de impunidade. Por falar em impunidade do que adianta um amontoado de megaoperações da Polícia Federal se ninguém fica preso? Pô, se querem prender bandido que façam isso direito, dentro do Estado de Direito.

"Saudade de Barney e Miss Beazley" por Diogo Mainardi

Nova York. Barack Obama acaba de ser eleito. Dou uma espiada no que acontece na rua. Uma mulher extasiada berra de uma janela. Ela berra como o bode que os parentes quenianos de Barack Obama sacrificaram para comemorar sua vitória. Uma picape passa buzinando. Outra picape passa buzinando ainda mais alto, com uma bandeira do lado de fora. Os americanos se parecem com a torcida do Vila Nova. No bairro dominicano, algumas quadras adiante, os moradores soltam fogos de artifício exatamente como no Morro do Vidigal, quando chega um novo carregamento de drogas.
Volto para meu apartamento. Na TV, Barack Obama está discursando para milhares de fiéis reunidos no Grant Park, em Chicago. Ele anuncia sua primeira medida como comandante-em-chefe dos Estados Unidos: comprar um cachorro para suas filhas, que tomará o lugar de Barney e Miss Beazley, os dois scottish terriers de George W. Bush. Como afirma Barack Obama em seu discurso, chegou a hora de mudar a Casa Branca. Barney e Miss Beazley: adeus.
Muita gente chora. Muita gente reza. Mais do que uma festa, trata-se de uma missa campal. Barack Obama é o sacerdote que pode perdoar os americanos de todos os seus pecados, da escravatura à guerra no Iraque. "Um momento épico", exaltam os comentaristas. "Um evento histórico", repetem continuamente. Se de fato é um evento histórico, eu, do lado de cá da tela, de pijama, comendo um prato de Rice Krispies, me sinto como Fabrizio del Dongo, que passa pela Batalha de Waterloo sem se dar conta de seu real significado, no romance A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Barack Obama é Nelson Mandela? Os Estados Unidos acabam de sair do apartheid? Nada disso. Ele é só um presidente. Mais um.
Barack Obama atraiu os eleitores de 18 a 29 anos. Votar é menos excitante do que amarrar os sapatos. Mesmo assim, eles registraram o momento do voto com seus telefones celulares, descarregaram as imagens no YouTube e as divulgaram pelo Twitter. Os comentaristas elogiam sem parar o empenho dos eleitores de 18 a 29 anos na campanha de Barack Obama. Eu jamais confiaria neles para escolher uma marca de cotonetes, menos ainda para escolher um presidente dos Estados Unidos. Chega. Desligo a TV.
Um blogueiro informa que se trata do maior comparecimento às urnas desde 1908. É mesmo. Eu vi. Numa igreja aqui perto, os eleitores passaram o dia inteiro na fila, mandando mensagens SMS e tomando café de canudinho. Os americanos sempre manifestaram um salutar desinteresse por seus governantes. Agora isso mudou. Eles se tornaram mais bananeiros, mais caudilhescos. O eleitorado de Barack Obama quer ser amparado por ele, quer ser protegido por ele, quer ser mimado por ele.
A mulher continua a berrar da janela. Os motoristas continuam a buzinar. Muito barulho por nada. Vou sentir falta de Barney e Miss Beazley.

Alcides diz que teve de cortar “ervas daninhas”

Por Cristiane Lima
no Diário da Manhã

Ao comentar os cortes e as dificuldades que passou para zerar o déficit das contas do governo, que era de R$ 100 milhões no ano passado, o governador Alcides Rodrigues (PP) aproveitou que estava no lançamento da edição 2008 do programa Lavoura Comunitária, na Secretaria de Agricultura, e fez um paralelo entre a agricultura e a reforma administrativa. “Como na vida rural, o governo teve de escolher a terra, semear boas sementes e extinguir as ervas daninhas para ter boa colheita. Assim fizemos e vamos anunciar, neste mês, detalhes do fim do déficit do Estado.”Na avaliação do governador, os resultados estão sendo positivos. Sobre trabalhar com um possível superávit no próximo ano, o governador disse que o Estado vai manter os pés no chão. Admitiu inclusive a possibilidade de promover cortes no orçamento. “Nós temos uma crise e não podemos desconhecê-la porque ela é real. Estamos tendo muita precaução. Tínhamos uma previsão de investimento rezado no próprio Orçamento encaminhado à Assembléia e isso vai ser rediscutido graças a essa nova realidade.”A reunião com o secretariado, que deve acontecer em dez dias, será, segundo o governador, para apresentar os resultados da reforma e não para discuti-la. “Vamos detalhar as medidas que tomamos durante este ano e ano passado que culminaram com o déficit zerado em novembro.” Agradeceu a compreensão da sociedade e o apoio dos deputados da Assembléia Legislativa. “Com muito esforço e trabalho chegamos onde queríamos, num porto seguro”. Os deputados estaduais Tiãozinho Costa, Honor Cruvinel, Daniel Goulart e a licenciada para a pasta de Cidadania, Flávia Morais, estavam no evento. Os deputados federais Leonardo Vilela (PSDB) e Roberto Balestra (PP) também compareceram.O governador já faz planos caso a crise financeira se amenize. Disse que 2009 será de grandes realizações nas áreas de infra-estrutura e obras.

Quem oferecer mais cargos garante apoio

Por Márcio Falcão
no Jornal do Brasil

De olho em um lugar de destaque na Mesa Diretora da Câmara a partir de fevereiro de 2009, partidos que têm poucas chances de conquistar o posto, mas agregam uma parcela significativa de votos, como o bloquinho (PSB, PDT, PCdoB, PRB e PMN), articulam com todos os lados, mas relutam em fechar apoio. Esperam a melhor oferta de cargos para decidir entre a campanha do peemedebista Michel Temer (SP) e a do progressista Ciro Nogueira (PI).
O apetite dos partidos promete embolar ainda mais as negociações. A situação mais delicada é a de Temer, que busca a adesão fechada dos partidos. O problema começa logo com o PT, que sustenta um acordo de alternância de poder com o PMDB, fechado em 2007, para viabilizar a conquista de Temer. Segunda maior bancada da Câmara, os petistas querem os principais cargos: a primeira vice-presidência e a primeira-secretaria. Ocorre que o cargo de primeiro vice-presidente foi ofertado aos tucanos, que contam com 59 deputados.
Para a vice-presidência, o PSDB quer emplacar o ex-ministro Paulo Renato (SP), enquanto o PT defende Luiz Sérgio (RJ), ex-líder da bancada.
– O nosso entendimento é que o PT terá dois cargos na Mesa - reconhece o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE).
O líder do PSDB, José Aníbal (SP), diz que não abre mão da cadeira.
– Queremos o segundo cargo de destaque - pondera o tucano.
Temer terá ainda que acalmar os ânimos dos líderes do bloquinho e do PR. PSB, PDT, PCdoB, PRB e PMN, que reúnem 77 votos, querem a segunda vice-presidência ou a segunda-secretaria. O PR, com 44 parlamentares, quer a manutenção da segunda vice-presidência. Além do cargo, o bloquinho reivindica um remanejamento na escolha das relatorias, que na atual legislatura ficou polarizada entre PT e PMDB. Argumentam que como formam a terceira maior bancada devem participar de um rodízio na escalação dos relatores.

Resposta

O pedido incomodou parte dos 95 peemedebistas e pode ter impacto entre as articulações com os petistas que também teriam que abrir mão de relatar propostas. O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), ficou de conversar com o bloquinho em um almoço na próxima semana para dar a resposta do PMDB.
– O que dá certo na Câmara é critério - disse o líder do PSB, Márcio França (SP). – Não é justa esta concentração de poder.
Com a pressão dos partidos em torno de Temer, o deputado Ciro Nogueira (PP-PI) é quem pretende lucrar. Garante que até dezembro vai manter a estratégia de buscar votos individualmente e só depois de definido o posicionamento do PMDB no Senado é que vai investir na busca de apoio de partidos. Como a votação é secreta, Nogueira diz que o fiel da balança será o contato pessoal com cada deputado.
– Neste ponto eu levo vantagem - declarou o progressista. – Conheço todos os deputados e trabalho há dois anos na Casa discutindo os problemas do Legislativo.

Abin cometeu crimes durante Operação Satiagraha, acredita PF

Por Fausto Macedo
no Estado de São Paulo

A Polícia Federal está convencida de que pelo menos outros cinco crimes, além do vazamento de informações sigilosas, foram praticados pela equipe de arapongas - que integram os quadros da própria PF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - mobilizada para conduzir a Satiagraha, operação que aponta o banqueiro Daniel Dantas como envolvido em suposto esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraudes financeiras.A PF constatou que 72 agentes da Abin participaram da Satiagraha, mas esse contingente pode chegar a 100. Para a PF, o deslocamento maciço de oficiais da Inteligência não teria sido possível sem concordância expressa do delegado Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da Polícia Federal e diretor afastado da própria Abin.A PF descobriu que o Sistema Guardião, a máquina de grampos que alimenta suas missões, foi violado.Os crimes identificados, segundo a investigação: gravações clandestinas de vídeo e áudio, filmagens e interceptações de conversas e escuta ambiental sem autorização judicial, usurpação de função pública, prevaricação e quebra de sigilo de senhas pessoais de agentes federais por arapongas da Abin para acesso a cadastros de telefonia e realização de grampos.O inquérito 24447/08 foi aberto em julho para apurar o furo do sigilo que cercava a Satiagraha. No decorrer da investigação o delegado Amaro Vieira Ferreira, encarregado do inquérito, deparou-se com situações que avalia criminosas.Essa suspeita levou a PF a requerer à Justiça Federal ordem para busca e apreensão, inclusive em 4 endereços do delegado Protógenes Queiroz, mentor da Satiagraha. A PF estuda indiciá-lo com base no artigo 325 do Código Penal, por violação de sigilo funcional. No dia 28 de outubro, o procurador da República Roberto Diana manifestou-se contra as buscas.A PF queria batizar de Geppetto - alusão ao criador de Pinóquio - a grande operação que deflagrou na madrugada de quarta-feira, mas essa pretensão foi vetada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal.Mazloum também ordenou à PF que não fizesse alarde sobre as buscas e nem submetesse os alvos à exposição. A operação vazou porque o próprio delegado Protógenes convocou a imprensa para uma coletiva.A varredura atingiu até o Centro de Operações da Superintendência da Abin no Rio, instalado na Rua Equador, junto ao terminal rodoviário, bairro Santo Cristo.Amparado no inquérito e nos inúmeros argumentos do delegado Ferreira, o juiz Ali Mazloum decretou buscas nas casas de dois oficiais de inteligência da Abin, Luiz Eduardo Melo e Thelio Braun D?Azevedo, ambos residentes no Setor de Mansões Park Way, em Brasília.Foram alvos da inspeção Idalberto Matias de Araújo, terceiro-sargento da Aeronáutica, Jairo Martins de Souza, terceiro-sargento da Polícia Militar no Distrito Federal e Walter Guerra Silva, escrivão da PF.A PF concluiu que servidores da Abin e até um ex-servidor, por iniciativa de Protógenes e sem autorização judicial ou formalização, foram introduzidos clandestinamente nos trabalhos da Satiagraha. Os arapongas tomaram conhecimento de dados da operação, que tramitava sob sigilo, e, seguindo comando de Protógenes, passaram a realizar vigilância e acompanhamento de alvos, fazendo registros fotográficos, filmagens e gravações ambientais - procedimentos descobertos de autorização judicial.

Mendes critica uso de métodos ilegais pela PF

Por Flávio Ferreira
na Folha de São Paulo

Indagado sobre a quebra de sigilo telefônico sem autorização judicial realizada pela Polícia Federal, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse que não tinha conhecimento sobre os detalhes do caso, mas afirmou que "não se combate ilegalidade cometendo ilegalidade".Mendes não fez comentários diretos sobre a conduta da Polícia Federal: "Não tenho elementos específicos sobre o assunto, então não posso emitir opinião". Porém afirmou que, "se houve (quebra de sigilo sem permissão judicial), certamente isso será censurado pelo próprio Judiciário".O magistrado também afirmou que é preciso combater a criminalidade e a ilegalidade dentro dos marcos da Constituição. "Não há transação entre ilegalidade maior e ilegalidade menor. Aqui não há transação possível", disse Mendes.O presidente do STF voltou a criticar as megaoperações realizadas pela Polícia Federal nos últimos sete anos. "Foram feitas tantas operações, que foram objeto até de propaganda política. O que resultou disso? Quantos foram condenados? Quantos bens foram apreendidos ou recolhidos aos cofres públicos? Depois de sete anos de tantas operações, era uma pergunta para se fazer. No fundo, acabava ficando, na verdade, a propaganda pela propaganda", afirmou o magistrado.Mendes disse que a impunidade não pode ser enfrentada apenas com operações policiais. Segundo o magistrado, "o combate à impunidade só se faz caso ao fim se tenha uma decisão com trânsito em julgado [sem possibilidade de recurso]. Se fica apenas nas operações, os senhores vão ter pessoas amedrontadas, atemorizadas, um superpoder para a polícia, mas os senhores podem ter nenhum combate efetivo à impunidade".O presidente do STF voltou a criticar o juiz federal Fausto De Sanctis, que determinou por duas vezes a prisão do banqueiro Daniel Dantas. A segunda decisão do juiz federal contra Dantas foi tomada horas após o STF conceder um habeas corpus em favor do banqueiro.Para Mendes, o segundo mandado de prisão assinado por Sanctis representou um descumprimento à decisão do STF. "Se os juízes começarem a engendrar dessa forma, de descumprir decisão, eles vão ter dificuldade de fazer cumprir suas próprias decisões junto ao delegado, ao policial. Na verdade, estamos criando o germe de um estado anárquico".O magistrado passou a criticar os juízes que não cumprem as determinações do STF com ironia. Ao simular o discurso supostamente de um magistrado, Mendes disse: "Estava imbuído das melhores intenções porque estava convencido de que vi Deus. Minha missão é prender as pessoas. A decisão do Supremo é errada e vou descumpri-la". Em seguida, ele voltou ao tom de voz normal e disparou contra os juízes "rebeldes": "Abrigue-se numa igreja. Porque o Estado de Direito é para os homens. Há mecanismos para corrigir a decisão do Supremo. Recorre-se da decisão do Supremo".

Sigilo de fonte é problema de jornalistas, diz delegado

Por Lilian Christofoletti
na Folha de São Paulo

O delegado da Polícia Federal Amaro Vieira Ferreira, responsável por investigar o vazamento da Satiagraha, afirmou ontem que o sigilo da fonte é uma questão restrita a jornalistas e que seu dever é descobrir a fonte policial que avisou a TV Globo que a operação ocorreria na madrugada de 8 de julho."Se a investigação levar a A, B ou C, não me interessa. O sigilo da fonte não é meu, é do jornalista. Posso chamar o jornalista e perguntar quem o avisou. Ele pode se manter em silêncio. E eu, como policial, posso buscar outros caminhos para descobrir quem vazou", afirmou.A Folha informou ontem que a PF conseguiu, sem ordem judicial, a quebra do sigilo telefônico de dezenas de aparelhos Nextel usados na madrugada em que a operação foi deflagrada. Os pedidos foram focados em quatro locais onde havia equipes da TV Globo à espera da polícia na madrugada da operação."Não houve pedido de quebra de sigilo à Nextel, muito menos de quebra de sigilo de jornalistas. Pedimos apenas que a empresa nos informasse quais antenas servem determinados lugares, e para isso não é necessária uma autorização judicial", afirmou Amaro.Nos autos, segundo a Folha apurou, a PF pediu a relação completa de "todos" os celulares e antenas usadas nas imediações da sede paulista da PF e em três locais alvos de buscas durante a deflagração da Satiagraha. Há ainda o horário em que as antenas foram usadas.Questionado sobre o objetivo de identificar as antenas que captaram ligações feitas e recebidas apenas onde havia jornalistas à espera, o delegado afirmou que o caso está sob sigilo. "Mas posso assegurar que nenhum jornalista mora nesses locais", disse, em tom irônico.Durante a madrugada do dia 8 de julho, foram presos o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, entre outras 14 pessoas, todos investigados por supostos crimes financeiros. A prisão de Pitta, às 6h e de pijamas, foi filmada pela TV."Sou um policial sério e não concordo em mostrar na TV alguém sendo preso. Quem vazou cometeu um crime, e é isso que investigo", disse Amaro. Segundo a Folha apurou, a PF queria descobrir se o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, ou algum dos seus subordinados avisou os repórteres.A reportagem encontrou ontem com Amaro por acaso no prédio da Justiça Federal. Ele deixava o sétimo andar pela escada de incêndio, ao lado do superintendente da PF de São Paulo, Leandro Daiello Coimbra. No sétimo andar funciona a 7ª Vara Federal, do juiz Ali Mazloum, que autorizou os pedidos de Amaro para busca e apreensão contra agentes que atuaram na Satiagraha. Amaro, que falou com a Folha no subsolo do prédio, após descer nove lances de escada, não confirmou se esteve com Mazloum.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O PT apóia Cuba, China, URSS e as Farc

Quer dizer que a diretoria do PT aprovou uma moção de apoio a Tarso Genro e Paulo Vanucci. Quer dizer que a diretoria do PT defende os dois que acham legal a guerrilha e o terrorismo praticado pela esquerda durante a ditadura militar? Não é de se estranhar. Um partido que apóia Cuba apóia o paredão sangrento de Fidel Castro. Um partido que apóia a China vira as costas para os crimes praticados por Mao Tse-Tung. Um partido que apoiou a União Soviética acha legítimo Stálin matar milhões de pessoas. Este partido também acha legítimo os crimes que os esquerdopatas praticaram durante a ditadura. Para eles, assaltar bancos, seqüestrar, matar é algo legal, afinal, eles defendiam a revolução do proletariado. Eles defendem os seqüestros das Farc, os assassinatos dos terroristas traficantes colombianos.
Eles queriam uma ditadura comunista aqui no Brasil. O que estes estúpidos vestidos de humanistas queriam era tomar o poder e tocar o terror igualzinho Fidel, Mao, Stálin faziam nos seus países. Ou vocês acham que eles queriam liberdade e democracia? Claro que não! Eu não queria viver sob uma ditadura comunista. Eu não queria ver meu direito de expressar livremente ser roubado pelas mãos sangrentas dos revolucionários vermelhos.
Resta perguntar a diretoria do PT por que eles se calam quando os crimes cometidos pela esquerda vêem à tona. É medo da verdade!

Sentado a beira do caminho

Barack Obama vai esperar tomar posse para depois decidir o que fazer para tirar os Estados Unidos da recessão. Sempre que perguntado o que fazer ele responde que ainda não é presidente e que cabe a administração atual fazer o que tem que ser feito. Ah, então, tá! Ele vai esperar o dia 20 de janeiro do ano que vem, dia da sua posse, para começar a agir. No meio da crise, Barack Obama vai esperar. Vai esperar sentado a beira do caminho.

Saudade e esperança


Acabo de ler o livro A ginga e o jogo (Editora Objetiva, 196 páginas) de Armando Nogueira. Recomendo. Um livro cheio de saudades de um tempo belo, quando se jogava futebol com suor, lágrimas e muito sangue (como no caso de Vavá que, mesmo com um buraco no peito do pé, jogou as últimas partidas da Copa de 1958 e nem parecia que estava com um buraco no peito do pé). A saudade transborda em cada palavra de Armando.
Lembra dos dribles de Garrincha, dos gols de Pelé, da magia de um futebol brasileiro que, hoje em dia, é raridade. Armando Nogueira percebe o tanto que o futebol “moderno” poda os meio campistas. Um futebol que preza mais a velocidade a beleza, o drible. Hoje em dia, driblar é uma ofensa. Muitos questionam se Garrincha daria seus dribles que tanto encantaram a geração de Armando Nogueira. Eu digo que sim. Se dessem a ele a mesma preparação física dos jogadores atuais poderia até fazer muito mais do que fez.
Mas o livro também fala do futebol atual. Armando Nogueira reverencia o reinado de Romário na grande área, percebe que Robinho não tem duas, mas 30, 40 pernas que tonteiam qualquer zagueiro. Até Ronaldinho Gaúcho é consagrado por Armando pela sua boa atuação na Copa de 2002. Ah, se não fosse ele naqueles dribles saindo do meio campo e entregando a bola para Rivaldo chutar no canto do gol da Inglaterra e empatar a partida que perdíamos por 1 a 0. Era a semifinal. E foi nesta semifinal que Ronaldinho Gaúcho cobrou magistralmente aquela falta colocando a bola no lugar onde a corujinha dorme e enganando o goleiro inglês. Ainda bem que as crônicas do livro não possuem datas. Assim não lembramos de como Robinho saiu do Real Madri e da placa gordurosa que se alojou na barriga de Ronaldinho Gaúcho não permitindo que o Barcelona fizesse uma despedida que o jogador merecia. É a esperança de que o futebol seja jogado bonito, com arte, que faça o público se emocionar assim como emocionou Armando Nogueira quando foi ao Estádio General Severiano ver o Botafogo jogar contra o Flamengo e o botafoguense Heleno de Freitas acabando com o jogo. Foi a partir daquele ano de 1944, no acanhado General Severiano que Armando nunca mais deixaria de ser botafoguente.
O livro é recheado de história e causos do futebol. Das fugas dos jogadores das concentrações (Romário não foi o primeiro).
Um livro de saudades, recordações de um tempo quando o futebol era jogado com maestria, suor, sangue e um pouco de ar fora da concentração.

E depois querem Meirelles candidato

A imprensa goiana quer Henrique Meirelles candidato a alguma coisa em 2010. Eu, desde que começou esta história, disse que dificilmente ele sairá do Banco Central até o final do governo Lula. Ainda mais com esta crise financeira mundial. Se Henrique Meirelles sair vocês vão ver o que vai acontecer com a nossa economia.
Leiam um trecho de uma notícia que saiu no Estadão online:

Apesar de todas as medidas que o governo adotou nas últimas semanas para reativar o mercado de crédito no Brasil, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, admitiu nesta sexta-feira, 7, que o crédito não voltou à normalidade em outubro. Ele ressaltou, porém, que houve uma recuperação ao longo do mês. Segundo ele, os dados relativos à última semana de outubro ainda são inferiores aos de igual período de setembro. Meirelles afirmou ainda que haverá uma desaceleração da economia em 2009. De acordo com suas perspectivas, essa redução do ritmo, no entanto, não será tão acentuada quanto a que será verificada em outros países.

E depois querem que Henrique Meirelles saia da presidência do Banco Central para se candidatar ao governo de Goiás em 2010. Tenham a santa paciência!!!

O Enade e a esquerda ultrapassada

Domingo à tarde, justamente no horário que eu gosto de dormir, depois do almoço, estarei fazendo a prova do Enade. Sou formando do curso de História. Fui sorteado. Oh, que alegria!
A esquerda, como sempre, faz o seu barulho. Ela acha que o Enade é alguma coisa ou do Banco Mundial ou do FMI. Não parei para ler o cartaz que eles afixaram na prede da faculdade. Só sei que eles falaram para boicotar a prova. E vocês acham que eu vou boicotar? Tudo que a esquerda pede eu faço o contrário.
A esquerda está sempre contra o conhecimento. E ela sempre encontra um motivo para não estudar: seja a burguesia, seja o Banco Mundial ou até mesmo o FMI, que ultimamente anda ruim das pernas.

PS: Enade é a avaliação que o Ministério da Educação promove para estudantes ingressantes e concluintes de cursos superiores.

As expectativas

A revista The Economist destaca na sua nova edição a vitória de Barack Obama. Imagine o que as revistas semanais brasileiras estão bolando para este fim de semana.
A revista fala da grande expectativa gerada em torno da vitória de Obama. Resta saber se ele saberá responder aos anseios dos milhões de americanos que votaram nele.
Como todos sabem aqui eu acredito que Obama fracassará. E não venham me dizer que isso é racismo. Eu já tive muitas expectativas de políticos muito bem votados que prometiam mudanças e não mudaram nada. Pior. O sucesso do governo se deve ao fato de manter o que estava sendo feito.
Os milhões de americanos que depositaram seu voto em Obama esperam que as guerras no Iraque e no Afeganistão acabem o quanto mais cedo possível. Vocês acham que Obama vai tirar as tropas daqui um ano e meio ou dois. Tá fácil. Ele vai frustrar muita gente. Hoje está prevista a primeira entrevista coletiva do presidente eleito. Vamos ouvir o que ele tem a nos dizer. Será que ele já tem pronta uma resposta à Rússia que movimenta seus mísseis numa contrapartida da tentativa dos Estados Unidos de construir um escudo anti-míssil na Polônia? Eu já dou meu palpite para aqueles que aguardam ansiosamente um governo paz e amor: Obama vai embromar e finalizar seu discurso com a palavra “change”.

Visitas ilustres

Do jornal Hoje:

Indagado se estaria satisfeito com o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Goiás, Alcides respondeu que sim. “A ferrovia Norte–Sul é um canteiro de obras. Só não vê quem não quer. Vai ser uma realidade brevemente para o bem Goiás, do Centro-Oeste brasileiro e para o Brasil”, acentuou. Segundo ele, o ramal da ferrovia, que vai até São Paulo, passando pelo Sudoeste goiano, vai abrir um novo eixo de desenvolvimento para o Centro-Oeste.

Tá bom! O PAC funciona aqui em Goiás que é uma beleza. Coelhinho da Páscoa, Papai Noel e Saci Pererê confirmaram a este blogueiro que irão inspecionar a obra da Ferrovia Norte-Sul pessoalmente. Eu também vou. Já que eu não vejo e nem quero ver, os ilustres acima citados me guiarão na inspeção.

A festa não pode parar

Quer dizer que o governo de Goiás zerou o déficit de R$ 100 milhões mensais? Poderia aqui fazer um grande elogio ao governador. Prefiro fazer um elogio a caminhada.
Até hoje ninguém sabe como Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, herdou esta dívida oriunda do governo Marconi Perillo. Ninguém cobra nada.
Agora vocês vão ver a festa que a imprensa goiana vai fazer. O tanto de anúncios governamentais que povoarão as páginas dos jornais vai dificultar o leitor em distinguir o que é notícia e o que é publicidade do Palácio das Esmeraldas.

Não tinha jeito de ganhar mesmo

O Diário da Manhã de hoje relata a prestação de contas dos candidatos a Prefeitura de Goiânia. Sandy Júnior gastou o dobro de Iris Rezende com propaganda. Além de gastar mais, o material demorou a chegar aos comitês. Lembro que uma das justificativas do candidato do PP para a sua campanha não ter emplacado nas pesquisas era a demora na entrega do material de propaganda. Que isso! Além de gastar esta montanha de dinheiro o material atrasava. Não tinha jeito de ganhar mesmo.
Mais uma coisa interessante. Sandy Júnior declara despesa zero com pesquisa de opinião. Ora, ele contestava as pesquisas do Serpes e do Ibope que mostrava a grande diferença entre ele e Iris. Dizia que tinha pesquisas em mão que mostravam que Iris Rezende não estaria assim tão distante dele. Aqui mesmo no blog eu cobrei que Sandy Júnior mostrasse estas pesquisas para o eleitor ver se realmente Iris estava ou não estava com mais que o dobro da soma de todos os candidatos juntos. Sandy Júnior não mostrou porque não tinha.
É, pessoal, Iris Rezende ganhou esta eleição com um pé nas costas. E teve uma ajuda dos empreiteiros que injetaram muita grana na sua campanha. Claro, Iris Rezende não é o prefeito madrugador, que acorda antes do galo cantar para vistoriar obras? Obras... Se os empreiteiros injetaram muito dinheiro na campanha irista é porque sabem que nesta segunda gestão as obras, as trincheiras, as máquinas, enfim, “os transtornos passam, mas os benefícios ficam” continuarão. Poeira, poeira, poeira, levantou poeira...

Vai ser difícil

Vai ser difícil Barack Obama voltar a realidade. Seus eleitores ainda gritam “Yes, we can” pelas ruas dos Estados Unidos. Como o presidente eleito vai dizer aos americanos: “Chega! Vamos ao trabalho”. Sonhar é melhor do que tentar acabar com a crise financeira e tirar as tropas do Iraque.
Mas foi Obama que começou com esta onda que todo mundo pode. Ele que se vire. E ele que saiba reagir quando os eleitores começarem a perceber que o sonho acabou.

Democratas preparam pacote para regular mercado financeiro

Por Lourival Sant'ana
no Estado de São Paulo

Depois de eleger o presidente e de ampliar as suas maiorias na Câmara e no Senado, os democratas se preparam para aprovar um conjunto de medidas de regulação do sistema financeiro, em meio à maior crise econômica dos EUA desde a Grande Depressão dos anos 30. Barack Obama concede hoje (às 16h30 de Brasília), num hotel de Chicago, sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito e deve dar algumas indicações sobre sua política econômica. Ao seu lado, estarão seus principais assessores na área: os ex-secretários do Tesouro Larry Summers e Robert Rubin, o ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker e o presidente do Google Inc, Eric Schmidt.
O pacote que os democratas preparam inclui a criação de um órgão de regulação de risco das instituições financeiras semelhante à Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza o mercado de ações. O sistema seria consolidado com a fusão de órgãos. As medidas envolvem também novas leis sobre incentivos pagos a altos executivos e sobre operações com cartões de crédito.O mesmo órgão deve controlar setores que hoje são supervisionados por órgãos distintos e outros que não são regulados por ninguém. Ele terá sob seu guarda-chuva bancos e outras instituições financeiras, companhias de seguros, fundos de hedge e empresas que antes atuavam livremente, como as corretoras que intermedeiam a compra e venda de dívidas hipotecárias. A falta de controle sobre a concessão de créditos com base nesses papéis, ancorados sobre avaliações irreais de casas e apartamentos, desencadeou a crise econômica.A consolidação do sistema de regulação viria com a fusão do Escritório do Controlador da Moeda (OCC), que fiscaliza os bancos, e do Escritório de Supervisão da Poupança (OTS). Seriam unidas também a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e a Comissão de Comercialização de Mercadorias e Futuros (CFTC). Essas idéias já vinham sendo discutidas antes da eleição, no calor da crise.Segundo o jornal The Wall Street Journal, que ouviu o presidente da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara, Barney Frank, e o senador Charles Schumer, da Comissão de Atividades Bancárias, "o Congresso tentará redesenhar completamente a supervisão dos mercados financeiros nos primeiros seis meses". Algumas tentativas dos democratas foram obstruídas por republicanos. Foi o que ocorreu, por exemplo, com um projeto de lei do senador Obama instituindo a necessidade de aprovação, pelos acionistas, de pacotes de incentivos e indenizações para altos executivos. Projeto idêntico de Frank foi aprovado na Câmara, onde os democratas já tinham folgada maioria.Na terça-feira, os democratas ampliaram a maioria na Câmara, de 235 para 252 cadeiras, de um total de 435. Mais importante, no Senado a bancada saltou de 51 para 57 cadeiras, de um total de 100. Com a possível adesão, ao menos em algumas votações, de senadores moderados, a maioria democrata pode atingir os 60 votos necessários para impedir obstruções, prevê Michael McDonald, especialista em eleições do Instituto Brookings. Há um ano, quando a crise hipotecária dava os primeiros sinais e Obama era um aspirante à candidatura democrata com poucas chances, o senador fez um discurso na Nasdaq, a bolsa que concentra ações das empresas dos setores de alta tecnologia, defendendo uma maior regulação do sistema financeiro. "Isso não quer dizer que sejamos contra o mercado", assegurou Austan Goolsbee, principal economista da campanha de Obama, num debate no dia 20 na Universidade Colúmbia. "Só achamos que não pode ficar como está."

Tempos de transição na Casa

Por Marsílea Gombata
no Jornal do Brasil

Barack Obama começou seu novo trabalho como presidente dos Estados Unidos com uma agenda cheia porém nebulosa. Ocupado em articular o seu dream team – há rumores de que a Casa Branca e o novo presidente já tenham dado início à transição, a cargo de John D. Podesta, ex-chefe de Gabinete de Bill Clinton – Obama cogita incluir no rol de seus homens de confiança o senador democrata por Massachusetts John Kerry para secretário de Estado. Ao lado do senador derrotado por George Bush nas eleições de 2004, estariam, ainda, o ex-diplomata Richard Holbrooke, o senador republicano Chuck Hagel e o ex-senador democrata pela Geórgia, Sam Nunn.
Na primeira confirmação de sua equipe, ontem, Rahm Emanuel aceitou ser chefe da Casa Civil, na Casa Branca.
Nascido em Chicago, o amigo de Obama trabalhou na primeira campanha presidencial de Clinton e serviu como seu assessor, antes de concorrer ao Congresso. Emanuel foi eleito em 2002 e levou os democratas a alcançarem maioria no controle da Casa em 2006.
Ao posto de Conselheiro de Segurança Nacional, os ex-assessores de Clinton, James Steinberg e Susan Rice mostram-se como fortes candidatos ao posto.
É esperado que Obama traga para postos-chaves de seu governo tanto nomes democratas quanto republicanos – como os senadores Chuck Hagel e Dick Lugar.
Senador do Partido Republicano por Nebraska, Hagel é veterano do Vietnã e um feroz crítico da administração Bush em relação ao Iraque. Já Lugar, senador por Indiana, trabalhou com Obama no ano passado para expandir o programa contra armas de destruição em massa na extinta União Soviética.
Robert Gates, atual secretário de Defesa de George Bush, também está cogitado para a futura equipe de segurança nacional.
Um dos mais esperados nomes de seu time, no entanto, não foi divulgado ontem. A indicação do novo secretário do Tesouro americano é aguardada com ansiedade pelo mercado financeiro.
Seja quem assumir o cargo, terá de guiar com cautela um pacote econômico de salvação de US$ 700 bilhões, além de se armar com uma reforma regulatória essencial para prevenir uma crise como a atual. Nomes sobre a Secretaria do Tesouro incluem Timothy Geithner – como favorito – além de Lawrence Summers e Paul Volcker.
Geithner ajudou a supervisionar a aquisição do Bear Stearns pelo JPMorgan, além de ajudar no resgate da AIG e do Lehman Brothers. Foi nomeado presidente do Federal Reserve em Nova York, em novembro de 2003.
Summer tornou-se secretário do Tesouro em 1999 e foi economista chefe do Banco Mundial entre 1991 e 1993. Antes disso, lecionava economia em Harvard.
Ex-presidente do FED durante os governos Carter e Reagan, Volcker também trabalhou no setor privado como investidor e liderou a investigação no programa Oil for Food no Iraque.
Henry Paulson, atual secretário do Tesouro americano, sinalizou ontem que trabalhará junto a Obama com o intuito de promover uma transição sem grandes problemas.
Independentemente do escolhido, analistas alertam para erros que não deve cometer o próximo secretário do Tesouro.
– O primeiro deles é que não tome nenhuma decisão drástica – observa Roger Farmer, da Universidade da Califórnia. – E tudo o que decidirem e fizerem deverá ser explicado ao público com cautela. Assim, as medidas adotadas terão consentimento popular.
Para o especialista em política econômica Lee Ohanian, ignorar a necessidade de regulamentação financeira seria uma jogada fatal para o futuro secretário:
– É fundamental que desenvolva um programa de regulamentação dessas instituições, ao mesmo tempo em que esteja atento para permitir que essas participem das diretrizes do processo.
Obama reúne-se hoje com sua equipe econômica, em que estarão o multimilionário investidor Warren Buffett, o ex-secretário do Tesouro Robert Rubin, o presidente do Google, Eric Schmidt, além de Summers e Volcker.
Em Chicago, hoje, ainda, o novo presidente faz a sua primeira entrevista coletiva para a imprensa desde que foi eleito, na qual espera-se que fale sobre medidas contra a crise econômica que tomará em um primeiro momento.
Na segunda-feira, Obama vai a Washington com a família para uma visita à Casa Branca e um encontro com George Bush para discutir planos de transição.

Sandes gastou o dobro de Iris com propaganda

Por Larissa Bittar
no Diário da Manhã

De acordo com a prestação de contas do candidato à Prefeitura de Goiânia Sandes Junior (PP), as maiores despesas se concentraram em publicidade eleitoral. Os números comprovam que nem sempre apostar pesado em propaganda como estratégia eleitoreira é garantia de êxito. Vitorioso nas urnas, Iris Rezende gastou com publicidade menos da metade dos valores apresentados por Sandes. As despesas com produção e aquisição de faixas, placas, estandartes, impressão de material de campanha e publicidade em carros de som do peemedebista somam R$ 783.616,99, enquanto a quantia gasta por Sandes com mesmo destino chegam a R$ 2.107.108,70. Sandes chegou a gastar mais de R$ 1 milhão com placas, estandartes e faixas, enquanto Iris Rezende desembolsou pouco mais de R$ 63 mil com os mesmos materiais. Outros gastos de Sandes corroboram a tese de que destinar dinheiro em produção marqueteira não é certeza de retorno nas urnas. Sandes gastou aproximadamente 300 mil reais a mais de Iris na produção dos programas de rádio e TV (R$ 700.000,00 contra R$ 499.230,30). Iris não declarou custo com jingles, vinhetas e comícios, que, em contrapartida, custaram mais de R$ 20 mil ao pepista.Sandes declarou custo zero com pesquisas eleitorais e impostos. Iris desembolsou R$ 31 mil para medir a opinião popular e R$ 81.879,29 com tributos. Os encargos financeiros e taxas bancárias foram de R$ 10.729,58 para Iris e R$ 7.640,90 para o pepista. Já as contas com água são bastante distintas. Apenas R$ 902 de Sandes, enquanto a declaração de Iris mostrava gastos de R$ 11.785,86. Sandes teve ainda despesas que Iris não apresentou, como, por exemplo, eventos extras para promoção de candidatura, o que contabiliza R$ 3 mil. As despesas com combustível e lubrificantes são um dos poucos itens em que os dos candidato do PP são mais modestos. Foram R$ 90 mil a menos que os R$ 324.447,47 gastos por Iris. Ironicamante, os custos com locação de veículos do peemedebista são menores que de Sandes. Enquanto Iris despreendeu R$ 54.566,67, Sandes gastou cerca de dez vezes mais dinheiro: R$ 404.203,10 A arrecadação dos mais bem votados candidato à prefeitura também apresenta discrepâncias notáveis. O maior financiador de Sandes foi o próprio partido: R$ 2.370,000, correspondendo a mais de 60% da arrecadação. Recursos obtidos por Iris do comitê financeiro não ultrapassam 0,25% do total. Os recursos do prefeito vieram, em massa, de empreiteiras. Foram R$ 2.924.755,15 arrecadados, o que equivale a 86%. Recursos próprios injetados pelos concorrentes em suas respectivas campanhas foram equivalentes. Sandes investiu R$ 20 mil na disputa. Iris, um pouco mais “generoso” consigo mesmo, injetou R$ 30 mil na campanha. Determinação do cartório eleitoral impediu o acesso da imprensa às prestações de contas até que sejam autuadas. A justificativa é que jornalistas estavam desorganizando as declarações. Em 2006, documentos chegaram a desaparecer. A previsão é que até segunda-feira (10) todas as declarações tenham sido autuadas. Até agora, esse número é menor que 10%. Ontem pela tarde, o movimento no cartório era pequeno. Menos de uma dezena de candidatos foi prestar contas à Justiça. São obrigados a prestar contas também os candidatos que renunciaram à candidatura, tiveram registro indeferido ou foram substituídos. Nenhum candidato pode ser diplomado até que suas contas tenham sido julgadas. Segundo dados do cartório eleitoral, aproximadamente 35% dos candidatos não declaram gastos.

Governo quer preservar medidas

Por Márcio Falcão
no Jornal do Brasil

Emissários da equipe econômica vão dedicar o fim de semana a negociações com líderes do governo e da oposição em torno de ajustes nas medidas provisórias editadas pelo governo contra a crise financeira de crédito internacional. Deputados e senadores demonstram resistências aos textos originais do Executivo.
A principal preocupação está na Câmara que prepara para votar na terça-feira a medida provisória 443, que autoriza a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil a comprarem participações em instituições financeiras no país sem a necessidade de licitações. Governo e oposição querem discutir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, suas reivindicações. Mantega participaria ontem da reunião de líderes da Casa, mas remarcou o encontro para o dia da votação da proposta.
A oposição batalha para incluir no texto da MP 443 a determinação para que as operações realizadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal sejam sinalizadas por um decreto presidencial. Uma maneira de tornar mais transparentes as transações, justificam os líderes do DEM. Há ainda uma pressão para que o Congresso também seja obrigado a analisar as possíveis incorporações.

Prazo

Os governistas, por outro lado, querem discutir com o relator da MP, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o prazo para a vigência da media. O petista indica limitar os poderes do instrumento por dois anos para agradar a oposição, alguns partidos da base, como o PTB e o PR, pedem quatro anos.
Nas conversas com os líderes, o relator voltou a destacar que vai insistir na criação da Caixa Par, uma empresa da Caixa Econômica criada para associar-se a construtoras com problemas de liquidez. Na avaliação de João Paulo, a medida não trará prejuízos aos cofres públicos.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), defende a manutenção do texto elaborado pelo governo e garante que não há barganha política na base.
– A medida foi muito bem construída e os parlamentares sabem que o momento é delicado – argumenta Fontana. – Seria irracional tratar de cargos e emendas diante da crise que ameaça a economia mundial.
Segundo a liderança do PSDB, os empenhos financeiros do governo para os parlamentares se mantiveram no mesmo ritmo nas últimas semanas, quando a primeira medida provisória anticrise, a 442, e o projeto do Fundo Soberano foram votados.

Convencimento

Além de tentar salvar a MP 443, o governo trabalha para evitar modificações do Senado na medida provisória 442, que autoriza o Banco Central a comprar carteiras de crédito de instituições financeiras em dificuldades – chamada de MP da estatização. A orientação do Palácio do Planalto é para preservar a proposta com as mudanças dos deputados, que incluíram um relatório trimestral do BC sobre as operações.
O PMDB, no entanto, pensa em propor a suspensão por 180 dias do aluguel de ações, mas pode voltar atrás para evitar um conflito.
– Nossos especialistas avaliam que a medida evitaria especulações – explica o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). – Mas não vamos propor nada que prejudique o mercado financeiro.
O relator da proposta, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), começou analisar o texto, mas diz que só vai se posicionar depois de fechar seu parecer.

STF mantém Dantas solto e faz críticas ao juiz do caso

Por Mariângela Gallucci
no Estado de São Paulo

Num julgamento repleto de críticas às autoridades que atuaram na Operação Satiagraha, principalmente ao juiz Fausto Martin De Sanctis, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem que o banqueiro Daniel Dantas deve permanecer solto e tem o direito de acessar o inquérito no qual é investigado por suspeitas de envolvimento com crimes financeiros. Preso duas vezes em julho, o banqueiro foi solto nas duas ocasiões por determinação do presidente do STF, Gilmar Mendes.O ministro Celso de Mello afirmou que De Sanctis, que atua na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, onde o inquérito tramitou, cometeu um ato insolente, insólito e ilícito ao não prestar informações ao Supremo sobre as investigações contra Dantas. "Esta Corte não pode tolerar abusos", afirmou.Para justificar o fato de não informar o STF, o juiz teria dito na época que os dados estavam protegidos pelo sigilo, o que o impediria de fornecê-los. Celso de Mello disse que De Sanctis tentou construir um feudo em sua vara. O vice-presidente do Supremo, Cezar Peluso, defendeu providências contra o magistrado."O Judiciário não foi criado para condenar, mas para julgar", afirmou Peluso. Segundo ele, o juiz apenas deve condenar quando houver provas. Peluso sugeriu que o STF encaminhe ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) perguntando sobre representação enviada ao órgão para avaliar a conduta do juiz. Peluso também condenou o fato de De Sanctis ter criticado a decisão de Mendes de soltar Dantas. "Os juízes, muitos noviços, não são corregedores do Supremo Tribunal Federal."Conforme o STF, as prisões de Dantas, decretadas por De Sanctis, eram desnecessárias. A decisão de mandar prender o banqueiro teria sido baseada em "mera suposição" de que, em liberdade, poderia prejudicar as investigações."Prisão preventiva em situações que vigorosamente não a justifiquem equivale a antecipação do cumprimento de pena, pena a ser no futuro eventualmente imposta, a quem a mereça, mediante sentença transitada em julgado", afirmou o relator do caso no STF, Eros Grau.Durante o julgamento, o ministro Marco Aurélio Mello não seguiu a recomendação do CNJ para que os juízes evitem usar em suas decisões os nomes das operações policiais. Ao votar no caso Dantas, ele citou nominalmente a Satiagraha e a Furacão. "O nome viabiliza a identificação do caso. Vou continuar usando", disse ele, único a votar a favor da decisão que ordenou a prisão de Dantas. "Há fundamentos diversos quanto à prisão preventiva", afirmou.
MONITORAMENTO
No julgamento de ontem, Mendes voltou a afirmar que havia uma prática de monitoramento dos relatores no STF de ações em que eram questionadas investigações policiais, como no caso Satiagraha. E disse que ele próprio foi monitorado. Observou que Dantas foi solto pela primeira vez às 9 da manhã e no mesmo dia, às 3 da tarde, foi divulgada a informação de que tinha sido novamente preso. Segundo Mendes, a decisão teve o propósito de desmoralizar o Supremo.Mendes também criticou o fato de os investigados terem sido impedidos de consultar o inquérito. "Sonegar vista de inquérito?", indagou. E respondeu que isso é uma prática que não condiz com o Estado de Direito.

PF quebra sigilo telefônico sem autorização da Justiça

Por Lilian Christofoletti
na Folha de São Paulo

Na investigação aberta para apurar o vazamento de informação da Satiagraha, a Polícia Federal conseguiu, sem autorização judicial, a quebra do sigilo telefônico de dezenas de aparelhos da Nextel utilizados na madrugada em que a operação foi deflagrada. O objetivo foi identificar os aparelhos usados por jornalistas da TV Globo.Segundo a Folha apurou, a PF queria descobrir se o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, ou algum dos seus subordinados avisou os repórteres sobre a operação.Questionada ontem sobre o fato, a Nextel emitiu uma nota lacônica: "A Nextel informa que, neste e em outros casos, tem seguido estritamente as determinações judiciais a ela requeridas".A assessoria da TV Globo informou que não "se manifesta em questões sub judice".As informações da Nextel à PF com os números dos telefones foram anexadas ao inquérito e serviram de base para as ordens de busca e apreensão autorizadas pelo juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal, contra Protógenes -a PF vasculhou a casa do policial em Brasília, um quarto de hotel, em São Paulo, e o apartamento de um filho dele, no Rio.Há no inquérito a relação de 10 a 12 aparelhos da Nextel, com os respectivos Cell ID -número de identificação e antenas, o que permite a localização física do usuário do aparelho. Constam ainda as horas em que as ligações foram feitas. Segundo a Folha apurou, a PF obteve também a lista de chamadas e ligações recebidas de cada aparelho, mas ainda não a anexou aos autos.Não há a transcrição de conversas telefônicas.Quando a Satiagraha foi deflagrada, na madrugada de 8 de julho, foram feitas buscas e apreensões contra 17 pessoas, entre elas o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta.
O pedido
No início da investigação sobre o vazamento, o delegado Amaro Vieira Ferreira, da Delegacia de Polícia Fazendária em São Paulo, indicado para a função pela Corregedoria da PF, enviou ofício diretamente à Nextel pedindo a relação completa de "todos" os celulares e antenas usadas nas imediações da sede paulista da PF e em três locais alvos de buscas durante a deflagração da Satiagraha.Nos quatro locais havia equipes de jornalistas da TV Globo antes mesmo da chegada da PF. Um dos endereços é a casa do ex-prefeito Celso Pitta. A prisão dele, ainda de pijamas, por volta das 6h, foi filmada por uma equipe da TV da Globo.A Folha apurou que outras autoridades do caso foram consultadas pela PF sobre a quebra de sigilo telefônico dos jornalistas que estavam nos locais de busca, e se opuseram ao pedido, entendendo que tal iniciativa violaria o direito constitucional de sigilo da fonte.Mesmo assim, a PF encaminhou o ofício à Nextel sem autorização da Justiça.Num primeiro momento, a empresa de telefonia informou que não poderia repassar os dados sem a autorização judicial. Depois, a Nextel, em outro documento, informou que, "em face de esclarecimento verbal prestado por um agente federal", disponibilizaria as informações. Os dois ofícios da Nextel estão nos autos.O procurador da República Roberto Dassié, que atua no caso, se manifestou contra a intenção da PF de quebrar o sigilo dos jornalistas para tentar descobrir quem os avisou da operação. A posição de Dassié consta dos autos. Para ele, se o investigado era Protógenes, apenas os celulares dele deveriam ter o sigilo quebrado.Na manifestação, o procurador pede ainda à PF que esclareça expressamente o objetivo da medida e que junte aos autos todos os documentos do caso, sob pena de cometer o crime do artigo 305 do Código Penal (subtração de documento de que não pode dispor).A PF enviou ofício ainda ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) e ao DSV (Departamento de Operação do Sistema Viário), da Prefeitura de São Paulo, para que informassem " todas" as multas aplicadas durante a madrugada do dia 8. O objetivo seria tentar rastrear o trajeto das equipes da Globo. Os pedidos estão nos autos, mas ainda não foram respondidos.
Polícia Federal
A assessoria de imprensa da PF de Brasília disse, sem se referir ao caso, que nenhum dado sigiloso é obtido de forma direta, sem a autorização da Justiça Federal. Às 17h20, a assessoria afirmou que o superintendente da PF de São Paulo, Leandro Coimbra, falaria sobre o episódio. Procurado, às 17h25, a assessoria da PF-SP disse que desconhecia a orientação da PF de Brasília e que o assessor de Coimbra não estava na sala.Às 17h45, a reportagem ligou novamente e foi informada de que o superintendente já havia partido. O juiz Ali Mazloum não falou sobre o assunto.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

De volta à realidade

Como Barack Obama vai dizer aos seus eleitores que a eleição já passou, que é preciso baixar a euforia e voltar à realidade? É preciso agir, não é mesmo? É preciso mudar, não é mesmo? Quero ver como Obama vai jogar água fria no povão que ainda grita “Yes, we can”.
Não há data para a retirada das tropas americanas tanto do Iraque como do Afeganistão. Não há dinheiro suficiente para investir onde ele prometeu investir. Quero só ver o humor do americano quando Obama demorar a mostrar a “change” que ele tanto disse que os Estados Unidos precisavam. O que os Estados Unidos precisam neste momento é baixar a euforia e voltar à realidade. Como? Perguntem ao Obama. Foi ele que começou tudo isso aí.

Isto sim é democracia (Parte 2)

George W. Bush é o mais odiado do mundo. Mais odiado até que Osama Bin Laden. Se eu o odeio? Creio que ele não soube aproveitar a queda de Saddam Hussein para reconstruir o Iraque juntamente com os iraquianos de bem (não os iraquianos que apóiam os terroristas). Creio também que ele falhou feio ao demorar a reagir na catástrofe que o furacão Katrina causou em Nova Orleans. Tem também o fator crise financeira. Barack Obama se aproveitou de tudo isso com seu discurso auto-ajuda resumido na frase “Nós podemos”.
Bush vai embora. No dia 20 de janeiro de 2009 ele será mais um ex-presidente. A democracia americana é forte. Não permite que louquinhos como Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales apronte uma das suas para se manter no poder pelo tempo que bem entenderem. Ninguém sabe quando Chávez, Correa e Morales se tornarão ex-presidentes. Todo mundo sabe que Bush será ex-presidente a partir do dia 20 de janeiro de 2009. Isto sim é que é democracia, meus caros.
Você pode muito bem discordar do resultado das urnas, mas nunca contestá-las, nunca fazer como Leonel Brizola sempre fez. Brizola sempre acreditou que a Rede Globo influenciava nas eleições. Vai ver um repórter da Globo ficava em cada seção eleitoral vigiando os votos de cada um. Tarso Genro era outro que não aceitava os resultados das urnas quando estas eram adversas. Dizia o valentão humanista no dia 25 de janeiro de 1999 na Folha de São Paulo:

Após frustrar irremediavelmente a generosa expectativa da nação, resta a Fernando Henrique uma única atitude: reconhecer o estado de ingovernabilidade do país e propor ao Congresso uma emenda constitucional convocando eleições presidenciais para outubro, dando um desfecho racional ao seu segundo e melancólico mandato, que terminou antes mesmo de começar.

Tarso queria um terceiro turno. Queria que o PT governasse o país mesmo se fosse no tapa. Aí nós temos uma idéia de como era a oposição petista.
Voltemos a Bush. Podem criticá-lo a vontade. Podem fazer documentários contra ele, livros contra ele. A democracia americana permite tal liberdade. Será que em Cuba eu teria a liberdade de chamar Fidel Castro de múmia? Será que Hugo Chávez me expulsaria se eu o chamasse de Bufão de Caracas?
É isso aí, pessoal! Bush vai embora deixando o abacaxi para Barack Obama descascar. Mas em nenhum momento ele pediu recontagem de votos neste ou naquele estado para defender John McCain, o candidato do seu partido. McCain se responsabilizou pela derrota. Já Tarso Genro, em 1999, não admitia que Lula tinha obtido menos votos que Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 1998.
Democracia é isso. É a vontade da maioria. É a Lei sendo seguida, respeitada. No dia 20 de janeiro de 2009 (dez anos depois que Tarso Genro propôs um golpe aqui) os Estados Unidos troca mais uma vez de presidente cumprindo a Constituição. Será que nos governos comunistas defendidos por Tarso Genro há alternância de poder e o respeito à Constituição?
Eu sei que o governo Obama será um fracasso, mas podem ficar tranqüilos que não vou fazer pressão para que seja realizada outra eleição nos Estados Unidos porque Obama frustrou a nação. Deixem que a Constituição dite o que tem que ser feito. Isto sim é democracia, mesmo que você discorde. Discordar é permitido. Golpes baixos como os de Tarso Genro não.

Shiny happy people

Comemoração da vitória de Barack Obama - A partir de agora todo mundo é importante, todo mundo pode...
Shiny happy people
R.E.M.
Shiny happy people laughing
Meet me in the crowd
People people
Throw your love around
Love me love me
Take it into town
Happy happy
Put it in the ground
Where the flowers grow
Gold and silver shine
Shiny happy people holding hands
Shiny happy people laughing
Everyone around love them, love them
Put it in your hands
Take it take it
There's no time to cry
Happy happy
Put it in your heart
Where tomorrow shines
Gold and silver shine
Shiny happy people holding hands
Shiny happy people laughing

Nem oba-oba e muito menos oba-obama

E os nomes para o governo Barack Obama começam a ser lançados no ar. Tem este aqui que é muito bom. Não, é melhor manter aquele outro do Bush só até o primeiro semestre. Não vão escolher aquele outro que ajudou tanto Obama a vencer as eleições? Nomes e nomes serão ventilados. Neste momento não tem mais “Yes, we can”, mas sim “He can”. Obama pode. Os nomes que forem sendo escolhidos para compor o seu governo serão escolhidos por ele e não por “nós”. O “nós” acabou. Agora é “eles”. São os “homens do presidente” que estão sendo formados enquanto lá fora uma multidão ainda acredita “Yes, we can”.
Falo de especulações para voltar ao assunto sucessão estadual aqui em Goiás. Direto aparece uma reportagem na imprensa daqui dizendo que o presidente do Banco Central Henrique Meireles sairá do posto que ocupa desde 2003 para sair candidato ao governo em 2010. E o pior é que nas matérias vários políticos apóiam a candidatura. Meu Deus, será que ninguém percebe que estamos no meio de uma crise financeira mundial? Imagina se Henrique Meirelles anuncia que deixará a presidência do Banco Central para disputar a vaga no Palácio das Esmeraldas? O que diriam os especuladores de plantão? O que fariam os investidores temerosos? Quem assumiria a vaga no Banco Central no final do governo Lula? Ah, aí sim a crise fixaria na Ilha Brasilis.
Uma coisa que me incomoda bastante na imprensa goiana é o otimismo. Tudo que o governo faz está bom. Se o governo está mal temos que compreender. Compreender uma pinóia. Temos que questionar a cagada que eles fizeram. E ainda tem gente que escreve pendido respeito aos políticos. É mole?
É por isso que eu prefiro ficar com a minoria dos descontentes. É por isso que eu prefiro ficar aqui, neste blog insignificante, atirando para lá e para cá, sempre no ataque. Nem oba-oba e muito menos oba-obama.

A esperança é a única que morre

“A esperança é a única que morre”. Ouvi esta frase pela primeira vez no programa RockGol de Domingo da MTV apresentado por Paulo Bonfá e Marco Bianchi. Depois do Linha de Passe da ESPN-Brasil é o melhor programa sobre futebol. Recomendo!
Todo mundo está esperançoso com o futuro governo Barack Obama. Acostumemos com seu rosto pelos próximos quatro anos. Acostumemos com todo mundo tendo esperança nele. Eu não tenho. A última vez que eu tive esperança num político me dei mal (já contei aqui, portanto, não vale repetir). Ainda bem que foi antes dos vinte anos. Eu não tenho esperança em políticos. Não tenho esperança nos seus planos de governos feitos de última hora. Não tenho esperança que um presidente eleito, por qualquer origem que tenha, vai acabar com tudo que está aí e mudar o país (e até o mundo) só porque fala bem. Obama não vai mudar nada. Já leio que pessoas ligadas ao governo Bill Clinton farão parte não somente do seu governo, mas da equipe de transição. Até pouco tempo atrás Obama falava mal de Hillary Clinton. Bill falava mal de Obama que rebatia as críticas do ex-presidente. Agora Obama precisa do e da Clinton. Precisa de pessoas que já trabalhavam em Washington há algum tempo atrás. É a volta da turma que ficou na Casa Branca até 2000. Algo de novo? Só o cheiro de naftalina. É Obama abrindo o baú e tirando os ex-assessores dos Clintons.
Vamos ver até quando vai durar a esperança desta massa enorme que curte a onda Obama. Um dia vai ter fim porque a esperança é a única que morre.

Outra vez ninguém vai cobrar

No começo de 2007, o governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse que os cofres do Estado de Goiás estavam vazios, que era necessário cortar gastos, que uma reforma administrativa teria que ser feita. Segundo palavras do próprio governador, o estado era “paquidérmico”.
Nem parecia aquele Cidinho de meses antes da posse. Nem parecia aquele candidato a reeleição que prometia continuar as maravilhas do Tempo Novo inauguradas por Marconi Perillo quando este assumiu o governo em 1999. De repente, toda aquela agitação da campanha, todo aquele calor de que tudo continuaria como antes acabou com o anúncio de que o Estado de Goiás era paquidérmico. O que aconteceu? Que herança maldita é essa? Por que outra vez o Tempo Novo do PSDB de Marconi e do PP de Cidinho estava brigando outra vez com o Tempo Velho do PMDB de Iris Rezende e Maguito Vilela? Afinal, Marconi não havia dito que entregaria para Cidinho em abril de 2006 (já que ele ia se candidatar ao senado) um Estado muito melhor do que receberam em 1999? Alguma coisa aconteceu e ninguém quer cobrar.

Agora vem o prefeito eleito Iris Rezende falar em reforma administrativa, que é preciso cortas os gastos. Ué, mas a Prefeitura de Goiânia não estava tudo supimpa durante a campanha eleitoral. Ah, é mesmo! Durante a campanha não pode mostrar que os cofres estão esvaziando, que o dinheiro vai faltar e que muita promessa feita não poderá ser cumprida. Mas Iris Rezende não aparecia na televisão dizendo que fez muito e que desejava fazer mais? Para que cortar gastos? Aqui em Goiás, time que está ganhando sempre mexe. Se mexe é porque o esquema tático está errado. Nem aperfeiçoam, cortam de uma vez. Será que alguém vai cobrar de Iris Rezende alguma justificativa para este corte drástico nos gastos? Por que deixaram as eleições passarem para anunciar as reformas administrativas? Ora essa, quem busca reeleição não pode falar que as coisas estão indo de mal a pior. Quem tem que falar isso é a oposição. E oposição aqui em Goiás está difícil. Sorte de Iris e Cidinho que fazem suas reformas com a colaboração dos aliados e da oposição. Pelo visto, no andar destas reformas, ninguém vai mais cobrar nenhuma explicação. Talvez este blog insignificante.

Empacado

Dilma Rousseff esbanja otimismo. Aqui na Ilha Brasilis todo o governo é só otimismo, alegria, esperança. Aqui a crise nunca vai chegar. A confiança é tanta que Dilma disse hoje que o PAC vai ter mais grana. É mesmo? O PAC empacado. O PAC quase parando. O PAC das obras superfaturadas. Qual PAC Dilma está falando? São tantos os PAC que nós nem sabemos qual deles a ministra diz que vai ter mais verba.
O final todos nós já conhecemos: quando Dilma for fazer outro balanço do PAC veremos um montão de obras paradas, superfaturadas ou que ainda nem saíram do papel.

Saber perder

Os petistas não sabem perder. Toda vez que perdem uma eleição sempre jogam a culpa na Dona Zélite e na imprensa. Eles nunca são responsáveis pelas suas derrotas, mas sim vítimas de uma conspiração (certamente da direita, claro) contra a esquerda que ama o povo de paixão (chegando até a matar em nome deste amor).
John McCain soube perder as eleições americanas. Reconheceu que perdeu. Já chamou Barack Obama de “meu presidente” apesar de dizer que continuará sendo seu adversário. McCain pediu para que seus eleitores não vaiassem Obama enquanto discursava.
O candidato derrotado chamou a responsabilidade da derrota para si. Não jogou a culpa em Collin Powell que apoiou Obama e nem na imprensa americana que obamou de vez nos últimos dias antes das eleições. A responsabilidade foi dele. Ele reconheceu isso. Souber perder de cabeça erguida.
Já começam a dizer que McCain está acabado, que dificilmente será reeleito senador em 2010. Também disseram que ele estava acabado quando começou entre os últimos as prévias republicanas para as eleições deste ano. Quando pensam que ele está acabado, eis que gritam: “Mac is back”.
Não vou dizer aos petistas que sigam o exemplo de John McCain. Eles nunca saberão perder dignamente.

PT inicia discussão oficial sobre cargos

Por Alexandre Bittencourt
no Diário da Manhã

O PT abre oficialmente hoje a discussão sobre ocupação de espaços na administração do prefeito Iris Rezende (PMDB), a quem apoiou nas eleições de outubro. Está marcado para as 12h30 de hoje, na sede do diretório municipal, encontro da executiva metropolitana do partido com o vice-prefeito eleito, Paulo Garcia (PT), e com o vereador Djalma Araújo (PT). Paulo dará início à discussão sobre participação no governo, enquanto Djalma pedirá apoio institucional da legenda à sua candidatura à presidência da Câmara.No domingo, o debate avança no encontro de todo o diretório da Capital, da qual fazem parte 45 militantes. Ele acontece no mesmo local da reunião de hoje, mas terá duração maior: começa por volta das 9 horas e segue até as 13 horas. O diretório é a instância máxima do partido. Suas decisões são irrevogáveis. No entanto, de acordo com o presidente metropolitano do PT, Luiz Alberto Gomes de Oliveira, o encontro deve servir apenas para abrir o debate sobre a aliança administrativa, e não para deliberações.A pauta oficial do encontro de domingo é a avaliação do desempenho do partido nas eleições de domingo. Luiz Alberto adianta que a direção discutirá apenas "diretrizes" da participação do PT no governo, uma vez que, na sua opinião, o diretório terá de esperar uma sinalização do prefeito para pontuar o debate em termos mais específicos. Cada militante terá três minutos para fazer uso da palavra. "Não podemos falar em cargos, uma vez que não sabemos nem qual estrutura vai resultar da reforma administrativa", afirma o presidente.Luiz Alberto reitera que as especulações a respeito da negociação de espaços nos bastidores são infundadas. "Não houve ainda qualquer reunião, nomes levantados ou cargos requeridos. É tudo pura especulação." Comenta-se que os principais nomes do PT, extra-oficialmente, já estejam articulando para conquistar postos estratégicos da prefeitura, como a Comurg, órgão responsável pela limpeza, construção e preservação de ruas e praças, a Secretaria de Educação, Saúde, Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Sedem).
Câmara
Vereador Djalma Araújo, que hoje pede apoio oficial do partido à sua candidatura à presidência da Câmara, não teme que sua tentativa de “partidarizar” a disputa seja interpretada pelos seus colegas como tentativa de trazer forças externas para interferir no processo e, assim, oferecer risco à autonomia dos vereadores. “Nós pertencemos aos partidos que nos elegeram. Esta discussão deve fortalecê-los. Não dá para fazer um debate fatiado”, afirma Djalma.O vereador diz que o PMDB tem obrigação de compreender que apoio a um vereador do PT para presidência da Câmara significa fortalecer o projeto de aliança para 2010. “Conquistamos Anápolis e nos fortalecemos. PMDB precisa entender que faz parte do processo.”

PMDB insiste em presidir Senado no ano que vem

Por Christiane Samarco
no Estado de São Paulo

Cobrado pelo PT para abrir mão da presidência do Senado, o PMDB reagiu exigindo mais cargos e reafirmando que quer o comando da Casa. "Vai ser muito difícil o PMDB abrir mão de indicar o presidente do Senado", disse ontem o líder da bancada peemedebista, senador Valdir Raupp (RO). Ele entende que as regras regimentais e a tradição da Casa garantem o comando do Congresso ao PMDB e mais: avalia que o espaço que o partido ocupa hoje, no governo de coalizão, é menor que o tamanho e a força que a legenda conquistou nas urnas.É esta a resposta do líder peemedebista à cobrança do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) para que o PMDB apóie a candidatura do petista Tião Viana (AC) a presidente do Senado. Em entrevista ao Estado, publicada ontem, Mercadante lembrou que a bancada do PT trabalhou pela coalizão e foi generosa com os senadores do PMDB, que comandam dois ministérios e o setor elétrico, além de duas lideranças do governo. "O PT foi leal com o PMDB nos últimos seis anos e espera reciprocidade", disse o petista. "Querer que se cumpram as regras do jogo não é falta de lealdade", reagiu Raupp, ao lembrar que, no início do governo Lula, o PMDB ficou dois anos na base governista sem ter cargo. "Nem por isto fomos menos leais ao governo", rebate. Todos os partidos, acrescenta o líder, respeitam a tradição e o regimento interno que conferem à maior bancada o direito de indicar o presidente do Senado.Em defesa da candidatura Tião Viana, os petistas argumentam, ainda, que o fortalecimento do PMDB nas eleições municipais se deve também à aliança com um governo popular e bem avaliado. Raupp admite que o reforço das urnas "pode ter sido, em parte, pela inserção do partido em um governo que está dando certo". Mas pondera que o desempenho "extraordinário" nas eleições também se deve ao fato de o povo ter reconhecido a responsabilidade do partido em ajudar o governo e o País. Em defesa dos liderados que falam até em reforma ministerial para "reequilibrar a coalizão" que não reflete o fortalecimento do partido, Raupp argumenta que aliança é "uma via de mão dupla". Ele entende que, como maior partido da coalizão, o PMDB "tem que ser prestigiado" e argumenta: "Hoje, o partido ocupa um espaço menor que seu próprio tamanho".Quanto à "generosidade" da bancada petista do Senado, que a exemplo dos demais partidos aliados não tem ministério, o líder lembra que a prática de ceder espaço não é exclusividade do PT. "Nossa bancada tinha direito a indicar o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos e abriu mão para atender o próprio Mercadante, assim como também cedeu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça ao DEM."Raupp insiste em que os senadores do PMDB não querem alimentar a disputa com o PT, nem tampouco desejam discutir sucessão agora. O líder também faz questão de destacar que a presidência do Senado não entrou no acordo de revezamento na presidência da Câmara, no qual o PT se comprometeu a apoiar a candidatura do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a presidente da Casa. Segundo ele, até o PT reconheceu isto, quando retirou a exigência do apoio a Tião Viana para cumprir o acordo em favor de Temer.

PF faz busca e apreensão nas casas de Protógenes

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

A Polícia Federal cumpriu ontem mandados judiciais de busca e apreensão no apartamento do delegado Protógenes Queiroz, alugado em Brasília, no quarto de hotel que costuma ocupar em São Paulo e no apartamento de seu filho, no Rio.As buscas também tiveram como alvo casas de outros policiais federais que atuaram na Operação Satiagraha. Em julho, a operação levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas e outros executivos do banco Opportunity, além do investidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.Em entrevista concedida ontem à noite, Protógenes contou ter sido acordado às 5h de ontem por um delegado, uma escrivã e dois agentes da PF, num quarto do hotel Shelton, no centro de São Paulo. Na noite anterior, ele dera palestra a estudantes de jornalismo. Considerou a medida "uma violência" como parte de suposta "trama" para desfocar o caso Dantas (leia texto à pág. A6).Os policiais levaram um notebook, o telefone celular e um rádio usados pelo delegado. O quarto do hotel foi revirado pelos policiais, que disseram buscar evidências de vazamento da Operação Satiagraha.Outro policial federal que atuou na Satiagraha disse à Folha que também sua casa foi revirada por agentes da PF, ontem pela manhã. Segundo ele, os policiais diziam procurar supostas escutas telefônicas ilegais que, de acordo com o agente, inexistiam. Considerou a busca em sua casa um "recado" e parte de "operação abafa".
Vazamentos
Protógenes foi o coordenador da Satiagraha e deixou-a em julho, em meio a denúncias de que teve seu trabalho obstruído por delegados da direção geral da PF, em Brasília.Em nota oficial divulgada ontem, a PF afirma que cumpriu "em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de São Paulo no interesse das investigações sobre o vazamento de dados sigilosos da Operação Satiagraha".Segundo a PF, a investigação sobre vazamentos é presidida "por autoridades da corregedoria geral" da PF, ligada à direção geral do órgão, em Brasília.Em abril, a Folha revelou que havia uma investigação contra os executivos do Opportunity. No relatório que entregou à Justiça Federal, Protógenes atacou a reportagem e pediu a prisão da jornalista Andréa Michael. A prisão foi negada pela Justiça. Em nota, a Folha repudiou a atitude do delegado e ressaltou o interesse público da notícia divulgada.Um segundo vazamento investigado pela PF teria ocorrido no dia da operação, em 8 de julho, quando uma equipe da Rede Globo filmou o flagrante da prisão de Pitta.O inquérito que culminou com as apreensões de ontem tem como origem requerimento do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), ligado a executivos do grupo Opportunity.Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo. Ele foi citado em relatórios da PF em 2003, na Operação Anaconda, mas depois inocentado das suspeitas em diversas instâncias judiciais (leia texto à pág. A6).Ouvido pelo juiz antes da expedição dos mandados, o procurador da República Roberto Dassié foi contrário à medida. Em agosto, ele abriu procedimento para averiguar denúncias feitas por Protógenes sobre supostas dificuldades enfrentadas pela operação.Em ofício à Justiça, o delegado disse que não teve atendidos pedidos de reforço de pessoal.Dias após a prisão de Dantas, em julho, Protógenes deixou o comando da investigação. Em seguida, protocolou o ofício. A explicação oficial da PF para a saída do delegado foi a necessidade de ele passar por cursos de aprimoramento profissional, em Brasília. A equipe da PF que fez o trabalho de inteligência na Satiagraha foi desmantelada a partir do afastamento dele.

Crise pode forçar Obama a ignorar AL

Por Cláudia Dantas
no Jornal do Brasil

Depois de enviar mensagem de felicitações a Barack Obama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai cobrar do presidente eleito dos Estados Unidos a adoção de uma política "mais ativa", em relação à América Latina. Especialistas, no entanto, consideram que é cedo para tecer um olhar sobre a região, uma vez que Obama terá atribuições domésticas mais prementes para administrar. Mas alertam que uma política protecionista pode prejudicar a relação Estados Unidos com países emergentes.
Lula espera uma "política mais voltada para o desenvolvimento produtivo da região", e citou o Brasil como um parceiro importante.
– Eu não tenho dúvida nenhuma de que, da parte do Brasil, nós vamos continuar construindo essa parceria produtiva que nós temos nos EUA. E eu espero que ela possa melhorar com o governo Obama – destacou Lula.
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), acredita que os Estados Unidos não adotarão a convencional política protecionista, mas serão bastante agressivos comercialmente, e tal medida poderá comprometer os planos brasileiros.
– Os Estados Unidos passarão a ser concorrentes diretos dos países latino-americanos, que conquistaram a independência às custas das commodities em alta – ressaltou. – Obama adotará medidas para gerar emprego e renda para as classes mais humildes que o elegeram.
Para Castro, o novo presidente americano herda um governo com elevadíssimo déficit comercial, dívida pública e altos índices de desemprego, e por isso os países emergentes vão sofrer.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, discorda. Teixeira acha que os Estados Unidos vão priorizar a política de reciprocidade com os países com os quais mantêm relações comerciais, além de se dedicarem à economia doméstica.
– É impossível aumentar renda sem depender de uma política comercial externa. Até que ponto essa política protecionista vai se sustentar? – quer saber Teixeira. – Tem de haver uma política de reciprocidade. Os americanos vendem e compram muito dos chineses. Se endurecerem, serão pressionados pela China também.
Para o presidente da Apex-Brasil, o Brasil aparece como um líder do continente latino-americano e um parceiro estratégico para os EUA.

Vitória apertada de McCain no Arizona expõe desgaste

Por Denise Chrispim Marin
no Estado de São Paulo

O republicano John McCain venceu as eleições no Arizona, Estado que representa no Senado desde 1982 e um dos redutos eleitorais de seu partido no sudoeste americano. A vitória, porém, foi por pouco. O herói da Guerra do Vietnã conseguiu 1,012 milhão de votos, ou 54% da aprovação do eleitorado local, para 851 mil obtidos pelo democrata Barack Obama, e fechou sua campanha com uma vantagem de apenas 9 pontos porcentuais.McCain tampouco conseguiu alavancar os candidatos republicanos do Arizona à Câmara dos Deputados. Das oito cadeiras em disputa, os democratas obtiveram cinco, graças à especial colaboração da governadora Janet Napolitano.Não por acaso, no discurso em que aceitou sua derrota, na noite de anteontem em Phoenix, McCain deixou claro que sua campanha fracassara por conta de erros de estratégia. "Todo candidato comete erros, e tenho certeza que cometi mais que eles (os democratas)", disse McCain a partidários que o aguardavam no Hotel Biltmore, na capital do Arizona. "Nós lutamos, e lutamos o máximo que pudemos, embora tenhamos perdido. A falha é minha. Não é de vocês", completou, visivelmente triste, acompanhado de sua mulher, Cindy, e de sua companheira de chapa, Sarah Palin.Mesmo no Arizona, onde corria o risco de perder as eleições até a véspera, o republicano enfrentou a resistência de uma parcela mais conservadora de seu partido, que não se mobilizou para a conquista de votos e, em muitas situações, o atrapalhou. Ainda assim, McCain decidiu fazer campanha no Estado uma única vez - no início da madrugada de terça-feira, quando discursou por apenas 13 minutos em um comício na cidade de Prescott, a 200 quilômetros de Phoenix."Para os republicanos do Arizona, McCain é muito moderado. Muitos republicanos do Estado não o apóiam", afirmou José Rivas, assessor do deputado federal Ed Pastor, do Partido Democrata.
FUTURO POLÍTICO
A derrota na campanha presidencial por uma margem de votos mais expressiva que as apontadas pelas pesquisas eleitorais inevitavelmente aponta o declínio da carreira política de McCain. Sua vitória apertada no Arizona nessa eleição tenderá a pesar ainda mais nos seus planos de concorrer a mais um mandato no Senado Federal em 2010. Especialmente, porque em seu discurso de derrota, McCain indicou que continuará a nadar contra a corrente do Partido Republicano e atuará no Senado de forma mais conciliadora com o governo democrata comandado por Obama. "O senador Obama e eu tivemos nossas diferenças de posições e as dele prevaleceram. Não há dúvidas de que essas diferenças vão sobreviver. Mas este é um momento difícil para o país, e eu prometo a ele, hoje, fazer tudo que esteja ao meu alcance para ajudá-lo a nos conduzir diante desses desafios que enfrentamos", afirmou McCain."Obama e meu velho amigo Joe Biden (senador eleito vice-presidente dos EUA) terão a honra de nos liderar nos próximos quatro anos", disse o republicano, provocando vaias e gritos de "terrorista" da platéia. Cada convidado pagou US$ 600 para participar da Festa da Noite da Eleição, organizada pelo Partido Republicano para celebrar uma eventual vitória de McCain.
RESPONSABILIDADE
A governadora do Alasca, Sarah Palin, comentou ontem o resultado da eleição e rejeitou assumir a responsabilidade pela derrota de McCain. "Não creio que minha presença na chapa tenha sido mais importante que a crise econômica", disse Sarah em entrevista à CNN.

Xadrez de Obama deixou McCain sozinho no ringue

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

Anteontem, no começo da tarde em Chicago, enquanto o mundo esperava o resultado das urnas da eleição presidencial mais longa e surpreendente da história recente dos Estados Unidos, Barack Obama fazia o que sempre faz nos dias de decisão: jogava basquete com seu assessor pessoal, Reggie Love, e um grupo de amigos num ginásio no oeste da cidade.Horas depois, ele saberia que marcou uma cesta de três pontos na corrida eleitoral, ao bater o republicano John McCain. Obteve a vitória ao praticar outro esporte. No seu longo, paciente e planejado caminho até a vitória de ontem, o senador democrata usou os 50 Estados do país para jogar xadrez, enquanto seu oponente insistia em lutar boxe sozinho.Obama revolucionou a maneira de fazer campanha nos EUA. Antes mesmo de ser escolhido candidato, em agosto, jogou fora o livro de regras bipartidário segundo o qual, para vencer a complicada série de eleições estaduais simultâneas que é a corrida pela Casa Branca, o competidor parte da base deixada por seu antecessor e rouba um ou dois Estados do outro, em geral Ohio e Flórida.Em 2004, John Kerry venceu em 19 Estados e Washington. Perdeu o eterno pêndulo Ohio para George W. Bush por uma diferença inferior a 120 mil votos. O natural seria Obama seguir essa trilha segura. Em vez disso, atacou inicialmente nos 50 Estados, abrindo 770 escritórios de campanha no país.Um deles reunia quatro pessoas em Omaha, em Nebraska, ao lado da sede do quartel-general do conglomerado de empresas do bilionário Warren Buffett. Com exceção de 1964, o Estado não vota em um candidato democrata desde 1940."Nossa estratégia principal na eleição geral foi colocar um número suficiente de Estados em jogo para ter várias opções diferentes para vencer a disputa", explicou o gerente da campanha obamista, David Plouffe. "Dessa maneira, não chegaríamos ao dia da votação dependendo de só um Estado."É a "Jogada Obama": 16 Estados chegaram anteontem sendo considerados "campos de batalha", entre eles dez vencidos por Bush em 2004. Isso obrigou McCain a se defender em lugares até o começo do ano considerados republicanos.Em superioridade financeira, Obama inundou as TVs do país inteiro com anúncios políticos, que lhe custaram US$ 230 milhões, outro recorde.Enquanto isso, McCain insistia na Jogada Karl Rove de ataques negativos e tática do medo, técnicas que não têm efeito na nova geração ou foram superadas pela crise econômica.Claro que isso só foi possível graças ao resultado da inovação anterior dos obamistas, durante as primárias, em que a campanha pulverizou via internet as arrecadações entre pequenos doadores, que mantiveram um fluxo constante. Era o rompimento com outra prática anterior, na qual o casal Clinton foi o expoente, de arrecadar muito de poucos. Em 22 meses, Obama levantou US$ 660 milhões -US$ 10 por voto.É certo que quase metade veio de doadores tradicionais, mas esses só começaram a abrir o bolso em fevereiro, após a Superterça -quando ocorreram prévias partidárias em mais de 20 Estados-, quando ficou claro que Obama seria candidato. A pulverização, aliada ao exército jovem de voluntários, foi tentada em 2000 por Howard Dean, e Kerry também bateu recordes de arrecadação em 2004. Dessa vez, porém, o "produto" era melhor -e a crise econômica, a pior em décadas.Obama chegou à reta final amparado por uma coalizão fiel de eleitores novos, novos eleitores e minorias, para a qual se vendia como candidato "pós-racial" e "desse milênio". O resto do eleitorado veio embalado pelo derretimento dos mercados, sob a guarda de um presidente extremamente desgastado. Contados os votos, ampliou a base de Kerry de 19 Estados para 27 Estados. É o que se chama de "landslide" -uma lavada.