sábado, 5 de junho de 2010

Esse sujeito

O mundo dá muitas voltas, não é mesmo? Que o diga Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Hoje ele diz que seria um retrocesso José Serra vencer as eleições presidenciais. Hoje ele é aliado do PT. Mas em 2004 não era bem assim. Veja esta reportagem do dia 09 de outubro daquele ano. A reportagem é da Folha de São Paulo e assinada por Ricardo Brandt. Naquele tempo, Paulinho dizia que o retrocesso seria o PT vencer as eleições paulistanas.


O candidato a prefeito de São Paulo do PDT derrotado no primeiro turno, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse ontem "temer o PT" e declarou apoio oficial a José Serra (PSDB). Apesar de agregar pouco numericamente -teve 86.549 votos, o equivalente a 1,4%-, o aliado terá importância estratégica na campanha.
"Nós achamos que é bom para São Paulo e é bom para o Brasil que o PT perca a eleição na cidade de São Paulo. Foi essa a principal avaliação que fizemos, porque achamos que o PT com poder demais é muito perigoso. O PT já tem poder demais, e nós achamos que eles têm que perder a eleição aqui para equilibrar esse jogo nacional", afirmou Paulinho.
O tom do discurso no anúncio oficial de apoio ontem na sede do PDT deu mostra de qual será a participação de Paulinho nesta campanha -o de crítico do PT e dos governos petistas.
Assediado inicialmente pelo PT, que teve como principal interlocutor o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, Paulinho partiu para o ataque e explicou: "É que, se o PT vencer em São Paulo, vai sair muito fortalecido com vistas a 2006. O que queremos é que o PT saia enfraquecido para que volte a negociar com a sociedade e com as demais forças políticas".
Durante o primeiro turno, Paulinho chegou a ser acusado de ter um acordo velado com o PSDB para beneficiar Serra.
O candidato do PDT negou qualquer acordo e afirmou que não estava à venda.
Ontem mesmo o presidente nacional do PT, José Genoino, acusou Paulinho de servir de porta-voz do tucanato e cobrou contrapartida ao apoio dado pelos petistas em cidades em que o PDT disputa o segundo turno.
Paulinho e Serra negaram um acordo firmado para ocupação de cargos em troca do apoio. No entanto, ambos deixaram claro que isso será tratado após a eleição.
"É possível que sim [que o PDT ocupe cargos no governo], mas isso não entrou neste acerto de apoio de agora", afirmou Serra.
Já Paulinho disse que a moeda não necessariamente serão cargos. "Firmamos acordo para implantação dos centros de solidariedades e do passe-desemprego e podemos simplesmente negocia o controle para implantação desses serviços com a Força."
Paulinho afirmou que ontem mesmo gravou imagens com declarações de apoio a Serra para seu programa eleitoral.
"Agora vou rodar o país em cidades onde estamos no segundo turno e volto um pouco antes da eleição para sair para as ruas junto com Serra", disse Paulinho.
Durante a oficialização do apoio, que contou com a participação do governador Geraldo Alckmin, Paulinho e Serra defenderam que a composição representa a consolidação de uma frente de oposição nacional.

Cama na prefeitura
O candidato José Serra, antes de receber o apoio oficial do PDT, participou de uma entrevista na Rádio Capital.
Questionado pelo radialista Paulo Lopes se seus hábitos notívagos não atrapalhariam seu trabalho na prefeitura, Serra, em tom bem-humorado, respondeu: "Se precisar, levo uma cama para a prefeitura e durmo lá".
O candidato ainda fez corpo-a-corpo na Vila Mariana, após encontro na sede do PDT.

"Esse Paulinho" por Fernando Barros e Silva

Discursando outro dia diante de sindicalistas, Paulo Pereira da Silva chamou José Serra de "esse sujeito". Repetiu o tratamento pelo menos três vezes. Apesar da sua naturalidade, tratava-se de uma grossura premeditada.
As pessoas que se incomodaram -e com razão- deveriam refletir por que talvez não sintam a mesma indignação quando Lula é tratado assim, como "esse sujeito" (ou variações), o que, aliás, é mais comum. Isso talvez nos ajude a entender certas encrencas brasileiras.
Mas nosso assunto é Paulinho. Na divisão das tarefas da campanha de Dilma Rousseff, a ele parece ter sido reservado o que, com eufemismo, se chamaria de "serviço pesado". Pregando em público, Paulinho dizia que Serra -"esse sujeito que fica aí tentando ganhar a eleição"- quer "tirar o direito dos trabalhadores, mexer no fundo de garantia, nas férias, na licença-maternidade". Ou seja, Paulinho age como quem recebeu uma espécie de licença-malandragem para propagar inverdades sobre seu desafeto.
Coerência não é o seu forte. Em 1998, o líder da Força Sindical apoiou a reeleição de FHC; em 2002, foi vice de Ciro Gomes; em 2004, na eleição à prefeitura paulistana, deu seu voto a "esse sujeito" -sim, José Serra- contra Marta Suplicy. De lá para cá, vem se acomodando no colo macio do lulismo.
Este é o lado edificante da trajetória deste representante do peleguismo de resultados que se aninhou no Estado. O outro lado, como se sabe, é assunto da PF.
Lula passou a vida defendendo a liberdade sindical, falando contra a obrigatoriedade do imposto instituído pelo Estado Novo. No poder, não só preservou o traço autoritário da herança getulista como, não satisfeito, mudou a lei para repassar às centrais uma parte do bolo arrecadado. Paulinho faz parte da oligarquia sindical que se alimenta do imposto descontado compulsoriamente do trabalhador brasileiro.
Lula pôs o sindicalismo no bolso. E Paulinho é o Lula paraguaio.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Crise de aloprados

Editorial da Folha

Alcançado o empate com o adversário tucano nas pesquisas eleitorais, a campanha de Dilma Rousseff parece experimentar uma crise interna. Que não nasce de divergências ideológicas, tampouco de discordâncias sobre a estratégia de marketing a seguir, mas da disputa por poder.
Suspeitas levantadas pela revista "Veja" acirraram o conflito, ao que tudo indica já existente, entre um grupo de petistas de São Paulo -integrantes da coordenação nacional da campanha- e Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e coordenador da candidatura governista.
Segundo a publicação semanal, um "grupo de inteligência" foi montado por homem próximo de Pimentel. Os "espiões" petistas sob o seu comando teriam investigado a facção rival. Suspeita-se que preparassem dossiês contra o postulante do PSDB à Presidência, José Serra.
Figuras de proa da candidatura Dilma, como o ex-ministro Antônio Palocci e o deputado Rui Falcão (SP), têm usado o episódio para tentar minar o poder de Pimentel na campanha.
A arapongagem de araque -tanto quanto o fogo amigo- não é nova no mundo petista. Em 2006, uma equipe de "aloprados", como vieram a ser caracterizados pelo presidente Lula, foi flagrada com malas de dinheiro sujo numa operação para atingir a campanha tucana ao governo de São Paulo.
O tosco pragmatismo de alguns setores do PT parece não conhecer limites, como provam os sucessivos escândalos gestados nos últimos anos. Aloprados e arrivistas sintetizam o que há de pior no petismo desde sua chegada ao poder na esfera federal. Atuam à sombra e buscam conspurcar o processo eleitoral com farsas e manipulações. Desrespeitam a democracia e o eleitor, que nada têm a ganhar com a praga dos dossiês.
Até aqui, a corrida presidencial não registrou golpes baixos ou grosserias. É de esperar que prossiga assim, em termos civilizados, e se paute pelo debate de propostas para o país. Para isso, eventuais movimentações de bastidores, como as mencionadas, devem ser cortadas pela raiz -tanto de um lado, quanto de outro.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os aloprados estão em ação

Por Ranier Bragon
na Folha online

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rebateu as declarações de José Serra (PSDB), que afirmou hoje mais cedo que é de responsabilidade da petista o suposto dossiê contra ele.

"Isso é uma falsidade. Não vou ficar batendo boca, mas isso é uma falsidade", disse Dilma em Goiânia.

Reportagem publicada hoje pela Folha afirma que o comando da pré-campanha de Dilma vive uma guerra de versões desde o sábado por conta de suspeitas levantadas sobre as atividades de um "grupo de inteligência" que teria sido montado pelo jornalista e consultor Luiz Lanzetta.

Dono da empresa Lanza Comunicação, contratada pelo PT, o jornalista de Minas é responsável pela área de imprensa da campanha de Dilma e teria se desentendido com parte do PT-SP que tem assento na coordenação da pré-campanha petista.

Em reportagem divulgada no fim de semana, a revista "Veja" informou que Lanzetta manteve contatos com um delegado aposentado da Polícia Federal e outros investigadores para contratar seus serviços --o contrato não chegou a ser fechado.

Lanzetta suspeitava que informações negativas para a pré-campanha vazaram do comando petista, em Brasília, e queria saber a origem.

A iniciativa de Lanzetta, contudo, levantou a suspeita sobre produção de "dossiês" para serem usados contra o tucano José Serra.

Lanzetta atribuiu a origem das suspeitas a setores do PT que estariam interessados em espaço na pré-campanha --supostamente um grupo ligado ao deputado Rui Falcão (SP) e a Valdemir Garreta, ex-secretários de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo.

Falcão é o coordenador da comunicação da pré-campanha. Garreta tem empresa que, em São Paulo, presta pequenos serviços ao PT.

Lanzetta é amigo de Fernando Pimentel (PT), ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos coordenadores nacionais da campanha de Dilma.

Falcão e Garreta negaram desentendimentos com Pimentel ou Lanzetta e pretensão por mais espaço. A Folha apurou que Lanzetta disse a interlocutores que foi orientado a se afastar da campanha. Ele viajou para São Paulo, mas o contrato com o PT foi mantido.

Peleguinhos sempre em ação

Reportagem de Fernando Gallo na Folha de hoje:

Cinco centrais sindicais gastaram pelo menos R$ 800 mil num evento realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, no qual reproduziram o slogan adotado pelo PT na campanha eleitoral deste ano -o de que "é preciso impedir o retrocesso".
O evento organizado por CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), Nova Central e CGBT (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) reuniu 10 mil pessoas.
O objetivo era fazer uma agenda de propostas que o movimento sindical quer entregar aos candidatos à Presidência. Mas os líderes adotaram um tom eleitoral e o discurso repetido por petistas contra o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
"Nossa maior responsabilidade é não permitir o retrocesso, a volta daqueles que implementaram as políticas neoliberais durante a década de 90", afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique.
"Uma assembleia como esta, se fosse feita na década de 90, era para falar contra privatizações, demissões, propostas da gestão Fernando Henrique Cardoso", disse.
O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que na segunda criticou o pré-candidato do PSDB, José Serra, e defendeu Dilma Rousseff (PT), ontem fez apologia do governo Lula.
"Nós temos que dizer aos trabalhadores que o projeto do presidente Lula tem que continuar, porque esse é um projeto que deu certo."
Ligada ao PT, a CUT apoiará formalmente Dilma tão logo a candidatura seja anunciada. A Força optará pela neutralidade, embora Paulinho apoie a eleição de Dilma.
O presidente da Força disse que cerca de R$ 800 mil foram gastos com a estrutura do evento (aluguel do estádio, trânsito, palco). Os gastos serão repartidos entre as centrais, que esperavam 30 mil pessoas no estádio.
No mês passado, as cinco centrais receberam R$ 70,2 milhões da União por meio do imposto sindical.

O que eles querem

Não vi um reboliço na comunidade internacional quando israelenses são alvos dos foguetes lançados pelo Hamas. O que eles querem mesmo é que Israel fique quieto, não faça nada quando um terrorista lance um foguete contra seus habitantes. Eles querem varrer Israel do mapa.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Uma pergunta? Várias perguntas

No meio deste fogo cruzado contra Israel eu lanço uma pergunta: Para onde iam o apoio humanitário que a flotila dos humanistas atingidos pelos soldados israelenses? Eles dizem que iam para a população da Faixa de Gaza. Será mesmo? Seria interessante que se investigasse o destino deste apoio. Ou será que a ajuda seria para os terroristas do Hamas? Mas, como a Operação Ahmadinejad esta em curso (veja o post abaixo deste) é melhor só investigar o exército israelense.

Operação Ahmadinejad

Pronto! A Operação Ahmadinejad já está em ação. É só ler os jornais de hoje e os sites de notícia para verem o quanto Israel está sendo atacado. Eles querem ver os terroristas do Hamas e seus "humanistas" fazer o que Mahmmud Ahmadinejad disse: "Vamos varrer Israel do mapa".

Paulinho ataca de novo

Veja o que disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical: Não podemos deixar esse José Serra ganhar as eleições. Ele vai tirar direitos dos trabalhadores, mexer no fundo de garantia, nas férias, na licença-maternidade. Além de dizer isso, Paulinho ironizou a multa do TSE. Como serão que andam os processos contra Paulinho na Justiça?