sábado, 22 de maio de 2010

Compram-se petistas

Por Sofia Krause
na Veja

Diz-se nas ruas d terra do interior do Maranhão que a família Sarney é dona do estado. O clã tem sociedade em tudo. Se algo está no Maranhão, pertence aos Sarney. Eles detêm participações em TVs, rádios, jornais, fazendas, mansões, ilhas, ONGs, fundações, holdings... Nos últimos meses, na esperança de conquistar a única mercadoria que talvez ainda lhe escape, a família expandiu agressivamente os negócios. Passou a investir em petistas. Petistas? Sim, petistas – e no varejo. No mercado eleitoral do Maranhão, petistas aparentemente têm um preço. Os mais caros podem custar 40 000 reais. Na promoção, alguns saem pela metade desse valor: 20 000 reais. Esta, ao menos, é a cotação estabelecida pelos Sarney. Nas últimas semanas, operadores da família procuraram integrantes da direção do PT maranhense para fechar negócio. O produto a ser comerciado, no caso, é apoio político. A governadora Roseana Sarney, do PMDB, candidata à eleição, precisa desesperadamente assegurar a aliança com o PT, que chegou a declarar apoio ao candidato concorrente, do PCdoB.

As negociações começaram em razão do resultado da convenção estadual do PT, ocorrida em março, que deveria ratificar o apoio do partido à candidatura de Roseana Sarney. A lógica política dessa decisão deriva da aliança nacional entre os petistas e o PMDB, na qual o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, deverá ser o vice na chapa de Dilma Rousseff. Pela natureza desse acordo, PT e PMDB obrigam-se a resolver diferenças que venham a surgir na formação dos palanques estaduais. E já surgiram muitas, como demonstra o notório salseiro armado em Minas Gerais. No Maranhão, porém, as dificuldades de união entre os dois partidos extrapolam quaisquer conveniências eleitorais. Ali, ambos são inimigos há décadas, desde que Sarney é Sarney e PT é PT – bem, ou eram, nos tempos em que havia distinções mais nítidas no mundo político. Na convenção petista de março, delineou-se alguma. Pela magra vantagem de 87 votos contra 85, os delegados do PT maranhense ignoraram as determinações da direção nacional do partido e resolveram apoiar formalmente a candidatura ao governo do deputado comunista Flávio Dino.

As compras começaram assim que se encerrou a convenção. Para reverter a derrota, o clã articulou um ardil político destinado a forçar a candidatura Roseana de cima para baixo. Petistas amigos prontificaram-se a montar um abaixo-assinado contrário à decisão tomada na convenção estadual e remetê-lo ao diretório nacional do partido. Com a medida, pretendia-se anular o apoio ao comunista e, ato contínuo, selar a aliança com o grupo de Sarney. Para elaborarem o abaixo-assinado, operadores de Roseana saíram à cata de petistas. VEJA localizou quatro que admitiram ter recebido a proposta de suborno para mudar de lado – e, portanto, subscrever o tal documento. Segundo esses depoimentos, o pagamento variava de 20 000 a 40 000 reais. Todos negaram ter aceitado a oferta. Um deles, entretanto, admitiu ter assinado a lista, mesmo depois de votar contra a aliança com o PMDB, o que não faz o menor sentido político.

As propostas se deram em ambientes propícios a esse tipo de negociata. O delegado petista Francivaldo Coelho conta que recebeu a oferta no estacionamento de um shopping em São Luís, capital do estado. Segundo Coelho, o intermediário chama-se Rodrigo Comerciário, um leal aliado da família Sarney. O encontro ocorreu no dia 14 deste mês, uma sexta-feira. Durou apenas dez minutos. Narra o petista: "Ele nem desceu do carro, estava tremendo de medo. Disse que ficariam 40 000 para mim e 40 000 para um delegado amigo meu. O dinheiro já estava com ele". Coelho assegura que declinou da proposta. O tal amigo delegado, Arnaldo Colaço, também não topou. E confirma o negócio: "Eles me ofereceram 40.000 reais para apoiar a Roseana". O petista Marcelo Belfort, do município de Ribamar Fiquene, ganhou até passagem de ônibus para ir a São Luís negociar o passe num hotel. Diz ele: "A proposta inicial era 20 000 reais. Eles estão fazendo isso com vários delegados. Mas eu não quis". A petista Maria de Lurdes Moreira, que votou contra o apoio a Roseana e depois mudou de lado, confirma que também recebeu uma proposta de 20 000 reais, porém antes da convenção. Houve outro intermediário nesse caso. Segundo ela, José Antônio Heluy, secretário de Trabalho do governo do Maranhão. "Estive realmente lá, mas não houve esse tipo de conversa", diz o secretário.

A notícia dos subornos correu a língua dos petistas. O deputado federal Domingos Dutra, um dos principais adversários dos Sarney no estado, descobriu o rolo: "Eles estão tentando comprar os nossos delegados". Completa o deputado Flávio Dino, o candidato que está prestes a perder o apoio do PT: "É um absurdo o que se está fazendo na região". A artimanha de Roseana corre tranquilamente. Na semana passada, remeteu-se o caríssimo abaixo-assinado à direção nacional do PT. Nele, há 98 nomes. Treze petistas, portanto, cederam aos encantos da candidatura Sarney – não se sabe por quais razões. Haveria um encontro do PT maranhense no último fim de semana para ratificar o apoio à candidatura comunista, mas a direção nacional da sigla cancelou o evento. Diz o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo: "Estamos acompanhando a situação do Maranhão e tomaremos as medidas cabíveis diante dos fatos de que tivermos conhecimento". A governadora Roseana Sarney não quis comentar o caso.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dorival Júnior está certo

Creio que o sucesso do Santos no futebol brasileiro não seja apenas dos garotos da Vila. O técnico Dorival Júnior também merece ser elogiado pela ótima campanha do time. Falo não apenas de tática e treinamentos, mas sim sua postura como treinador. Dorival está conseguindo manter o time nos eixos, compreendendo cada fase. Sabe que depois de ótimas partidas o time acaba perdendo um pouco o pico e cai um pouquinho de produção. Mas nada como um bom técnico para fazer time voltar a render o que sempre rendeu e jogar o que sempre jogou.
Dorival Júnior está com a rédea do time do Santos na mão. Um dia antes da final do Campeonato Paulista, o Globo Esporte tentou tirar Neymar do centro de treinamentos para dançar um funk que um grupo compôs para o craque. Lá estava Dorival Júnior para acabar com a alegria do repórter global. É isso aí, Dorival! Jogador fundamental para o time não pode ficar fazendo Rebolation ou seja lá o que for em rede nacional dias antes de uma final de campeonato. A reportagem mostrou Dorival Júnior puxando Neymar e evitando que o craque fosse fazer da dancinha pedida.
Hoje, mais uma vez, o técnico santista mostra que está realmente no comando. Suspendeu Neymar, Ganso e mais alguns jogadores que chegaram atrasados no treinamento. Muitos podem dizer que a punição foi dura demais. Eu não acho. Craque tem que dar exemplo. Se foi estipulado entre os jogadores chegar x horas para a concentração, que chegue x horas e não x +1. Dorival Junior vai mostrando para todos que craque tem que seguir uma disciplina pré-estabelecida, que acaba obrigando todo mundo a cumprir o que foi estipulado. Tem que ter disciplina e garra para manter sempre no topo.
Talvez os garotos da Vila que encantam o Brasil hoje não encantaram antes porque não tiveram um Dorival Júnior para mostrar que as regras estipuladas para todos os jogadores devem ser obedecidas para todos os jogadores. Vai ser ruim ver Atlético-GO x Santos sem a magia de Neymar e Ganso? Vai ser sim, mas no futuro agradeceremos Dorival Júnior que não teve medo de puxar as orelhas dos garotos da Vila quando eles acharam que vida de craque é só oba-oba e Rebolation no Globo Esporte. É fácil ser lembrado agora. O difícil é ter reportagem na voz de Léo Batista lembrando da brilhante história de um craque santista que seguiu os passos de um certo Edson Arantes do Nascimento e encantou uma geração.

Quem garante?

Lula e o PT reclamam atoa da imprensa. Estou lendo a nova edição da revista Isto É. Ali, Lula é tratado como "o cara". "O cara" que deu um olé no cara da Casa Branca e fez um acordo com o Irã. O acordo nem saiu do papel e já tem gente jogando confete na cabeça de Lula. E se Almadinejad recuar? E se o acordo não for cumprido?
Ah, o acordo já tem seus reflexos na campanha presidencial. Tem gente falando que Dilma Rustoff vai lucrar com isso. É mesmo? Quem garante?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A censura petralha

Matéria de hoje na Folha de São Paulo:

Devido à pressão exercida pela campanha de Dilma Rousseff (PT), a marcha nacional dos prefeitos desistiu de exibir ontem na sabatina dos pré-candidatos à Presidência animação em que um prefeito percorre ministérios com um pires na mão, atrás de recursos federais.
O vídeo, produzido pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios), trata das dificuldades burocráticas na liberação do dinheiro federal para obras nas cidades. No final, o prefeito da animação acabava preso por ter direcionado outros recursos do município para cobrir o buraco deixado pelo Executivo federal.
A insatisfação com o vídeo foi manifestada à CNM por Clara Ant, ex-assessora especial do presidente Lula e hoje na pré-campanha de Dilma, que teve acesso ao material anteontem. A assessoria da pré-campanha petista afirmou que a animação é "ofensiva" ao governo e não "condiz com a realidade".
No final do vídeo, há uma lista de operações da PF que atingiram prefeitos, entre elas a da máfia dos sanguessugas, esquema de desvio de recursos federais da compra de ambulâncias. Na sabatina promovida ontem pela CNM com os três principais pré-candidatos, José Serra (PSDB) desaprovou a atitude do PT: "Cadê o vídeo? Ele mostra o calvário de um prefeito, presumo, para liberar recurso. Foi tirado provavelmente a pedidos", alfinetou Serra.
À imprensa ele acrescentou: "Com vídeo ou sem vídeo, o fato é que os prefeitos saem com o pires nas mãos". O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que a animação não se referia especificamente ao atual governo, mas que, devido à divergência entre os pré-candidatos, levou o caso para a decisão dos prefeitos, que preferiram vetá-lo.
Dilma negou ter visto a animação ou participado da discussão com a CNM, mas defendeu o governo: "Essa época de pires na mão, temos que enterrar definitivamente. (...) Não tivemos essa prática de receber prefeitos com pires na mão". Sua assessoria negou que tenha havido veto ou ameaça de não participação da petista. "A decisão coube à confederação." Serra concordou com a exibição. Marina Silva (PV) deixou a decisão a cargo da CNM.
O vídeo ilustraria uma pergunta aos pré-candidatos sobre o apoio à ideia de extinguir as emendas individuais dos congressistas ao Orçamento da União, o que transferiria esses recursos a um fundo a ser rateado entre os municípios.
O "pires na mão" é alegoria da peregrinação que prefeitos normalmente fazem pelos ministérios em busca da liberação de dinheiro para obras alocadas no Orçamento por meio dessas emendas. Dilma e Serra disseram considerar a proposta impraticável.
Comentário
Olha a censura do PT aí. Caso Dilma Rustoff vença as eleições em outubro teremos que perguntar para Clara Ant se algum vídeo deve ou não deve ser divulgado. Teremos um jornalismo franklinstein: tudo a favor do governo e nada contra (só contra os adversários, é lógico).

SÃO PAULO RUMO AO TÍTULO

Feliz demais com a vitória do São Paulo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Só elogios

Lula e o PT sempre criticaram a imprensa. Mas eles estão errados. É só ler os jornais de hoje que vamos ver o quanto a imprensa brasileira apóia este governo. Lula fechou o acordo fajuto com o doidinho iraniano? Tem jornal dizendo que nuncantesnahistóriadestêpaiz tivemos uma diplomacia tão boa como a atual. É isso aí. Vamos esquecer o Barão de Rio Branco e jogar confetes na cabeça de Lula assim que ele voltar do Irã.

Eu não acredito

Eu sou um daqueles que não acredita neste acordo entre Brasil, Turquia e Irã. Este último país não deu nenhuma certeza que retirou dos seus planos a obtenção da bomba atômica. Fico do lado daqueles que não acreditam na conversa furada de Lula, Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia.