sábado, 4 de julho de 2009

Lula manda no PT

Lula manda no PT. Ele quer que o partido apóie José Sarney? Lá vão Idelli Salvatti e Aloizio Mercadante subir na tribuna do Senado e retirar o da carcaça da ditadura da reta. Lá vai a tropa de choque petralha dividir a culpa de Sarney com cada senador.
Lula manda e os petralhas obedecem. Depois tem gente que ainda acredita que Lula não sabia de nada sobre os aloprados, mensaleiros e outros.

Sarney fica e uma música

Sarney disse à Lula ontem que fica. Eu lembrei de uma música do Skank que se chama "Fica". O refrão dela encaixa certinho na relação Lula-Sarney: Pode parecer mentira Pode parecer que não Eu te tenho bem na mira Mas você me tem na mão

Se você vai trabalhar
E me deixar, que pena!
Eu corro risco tão sozinho
Nessa ogiva azul imensa
Suas pernas andam no centro
Sobem as escadas, curvam-se em torno
Das volutas que moram dentro
Do meu pensamento morno
Então, diz e diz que fica
Longe ou perto, toda pra mim
Então, diz, desmistifica
A história de que a vida é ruim
Pode parecer mentira
Pode parecer que não
Eu te tenho bem na mira
Mas você me tem na mão
Vadio, sim
Na tarde vã, suspensa
Sei que você nem pensa
Em não sumir assim
Você diz pra eu não ligar
Mas não sei como ficarei imune
Imagino você nesse mar
De carros, coisas e cardumes
Então, diz e diz que fica
Longe ou perto, toda pra mim
Então, diz, desmistifica
A história de que a vida é ruim
Pode parecer mentira
Pode parecer que não
Eu te tenho bem na mira
Mas você me tem na mão

A tropa de choque petralha tá que tá

Ora, ora, vejam vocês como a tropa de choque petralha tá que tá. José Sarney pode dispensar a defesa do cabeludo Wellington Salgado. Ele já tem Lula e Dilma Rousseff como escudos. Quer escudo melhor do que estes dois? Estes dois que já atacaram tanto a carcaça da ditadura hoje a defende com unhas e dentes. Claro, fazem isso pensando nas eleições do ano que vem. Lula e Dilma confiam no PMDB. Mas será que o PMDB confia neles? Tadinhos! Acreditam que defender Sarney hoje é a certeza de apoio futuro. Será que eles não sabem que o PMDB é um partido oportunista e que vai onde for melhor para ele?

Planalto ''segura'' emendas e irrita deputados

Por Lu Aiko Otta
no Estadão

Contrariando expectativas de parlamentares e de ministros, a equipe econômica não chegou a uma decisão ontem quanto à liberação de verbas para executar emendas de parlamentares ao Orçamento de 2009. O tema deveria ter sido abordado na reunião da Junta Orçamentária, da qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os principais integrantes da área econômica. No entanto, as discussões se concentraram nas contas de 2010. "Não discutimos a execução de 2009", informou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele disse que o governo tem até o dia 20 para chegar a uma conclusão sobre o caso. Nessa data, será publicado um novo decreto de programação financeira para este ano. Assim, aumenta o grau de descontentamento de parlamentares, inclusive da base governista, que não conseguiram liberar verbas para suas bases até agora. "A ideia é conversar com o presidente Lula para saber que solução vai ser dada", disse o líder do PP, deputado Mário Negromonte (BA). Os projetos mais prejudicados são na área de habitação e saneamento, nas cidades não contempladas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Em julho do ano passado o governo já havia liberado cerca de 60% das verbas de emendas parlamentares, segundo informou o deputado Sandro Mabel (PR-GO). Este ano, apenas 20% das emendas foram empenhadas até o momento. Diante da queda de arrecadação provocada pela crise, a área econômica priorizou os interesses do Executivo. Um exemplo é o Ministério dos Esportes, que não liberou um centavo de emendas. No Ministério das Cidades, só uma foi atendida.

Sarney diz a Lula que não renuncia nem pede licença da presidência

Por Leonêncio Nossa
no Estadão

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, para dizer que não pedirá licença, nem renunciará ao comando da Casa. Feliz com a contundência de Lula em sua defesa junto ao PT, Sarney conversou por quase duas horas com o presidente. E aproveitou o encontro no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória da Presidência, para mandar um recado à base governista. Disse que vai liderar o saneamento administrativo do Senado, conduzindo a Casa a um "processo de normalidade", com apoio da base e de "quem mais estiver interessado".A tranquilidade do presidente do Senado foi manifestada em meio ao agravamento da crise, iniciada com o escândalo da edição de atos secretos na Casa, revelado pelo Estado. O quadro já se havia complicado com a notícia de que um mordomo de sua filha, a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), era pago pelo Senado e que seu neto, José Adriano Cordeiro Sarney, operava crédito consignado na Casa. Ontem, a novela ganhou mais um episódio, com outra revelação do Estado, de que Sarney omitiu em declarações à Justiça Eleitoral a propriedade de uma casa de R$ 4 milhões na Península dos Ministros, no Lago Sul, em Brasília. Ainda assim, a conversa de Sarney com o presidente deu tranquilidade à cúpula do PMDB. Um dirigente do partido disse que Lula deixou claro que se encarregará de administrar o PT. Segundo ele, a prova maior de que a conversa foi "muito boa" é a atitude do próprio Sarney. O peemedebista, disse o dirigente, estava disposto a renunciar se o PT não fosse enquadrado e o resultado da reunião não lhe fosse favorável. Com mais de 50 anos de vida política, Sarney fez tudo o que Lula já havia combinado na véspera com ministros e líderes do PT e do PMDB. O próprio presidente se encarregou de deixar claro à bancada petista que não aceitava a licença ou renúncia de Sarney e que a crise no Senado era política. O encontro de Sarney com o presidente estava previsto desde o início da semana, mas só foi fechado na manhã de ontem, após Lula acertar com a bancada petista apoio ao aliado. Na reunião, Sarney insistiu na tese de que a oposição tira proveito da crise, a exemplo do que o próprio Lula afirmara na véspera aos senadores petistas. Leia mais aqui.

Sindicância livra senadores e culpa diretores por ato secreto

Por Andreza Matais
na Folha

A comissão de sindicância do Senado que investigou a produção de atos secretos na Casa concluiu que os ex-diretores Agaciel Maia (Direção Geral) e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) cometeram crimes de improbidade e prevaricação.Os senadores -que tiveram parentes nomeados e exonerados pelos atos- não foram alvo de investigação da comissão.Na semana que vem, o presidente José Sarney (PMDB-AP) vai decidir se abre processo administrativo contra os dois, o que poderá levá-los a demissão com perda de aposentadoria.A Folha teve acesso ontem ao relatório final da comissão. O documento é mais enfático que o apresentado pela comissão anterior, que encontrou 663 atos secretos produzidos nos últimos 14 anos, período em que Agaciel esteve no cargo, nomeado por Sarney. O relatório diz que "não houve falha técnica, mas determinações expressas para que tal procedimento [a não publicação dos atos] fosse adotado"."Essas determinações foram feitas, em sua esmagadora maioria, pelo gabinete da Diretoria Geral e, em alguns casos, pelo gabinete da Secretaria de Recursos Humanos", diz o relatório assinado pelos servidores Alberto Vasconcelos Filho, Gilberto Guerzoni Filho e Maria Amalia da Luz.Segundo a comissão, "merece destaque o fato de que os servidores ouvidos foram unânimes em dizer que, em momento algum, receberam ordens de quaisquer parlamentares". De 10 pessoas ouvidas, 8 responsabilizaram Agaciel e Zoghbi pelos atos secretos. Leia mais aqui.

"Que Goffredo não descanse em paz" por Reinaldo Azevedo

Os fatos não se dividem, observou o escritor francês Anatole France (1844- 1924), em históricos e não históricos. A seleção, dizia, cabe ao historiador. Na verdade, as aspirações de uma sociedade, os valores influentes num dado momento, as correntes de opinião que tornam hegemônico um ponto de vista, tudo isso concorre para determinar o que é ou não "histórico". O passado é permanentemente reescrito e é tão ou mais incerto do que o futuro. Pensei coisas semelhantes ao ler as justas homenagens ao jurista Goffredo da Silva Telles Jr., que morreu, aos 94 anos, no último dia 27. Professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, pertencia à categoria dos "juristas". Na imprensa, foi saudado por uma perífrase, por um feito que acabou se colando a seu nome e se tornando sinônimo: "O autor da Carta aos Brasileiros".
No dia 8 de agosto de 1977, Goffredo leu um documento de 4 096 palavras que expressava um inequívoco repúdio à ditadura militar e pedia a volta da democracia. A data e o local estavam carregados de simbolismo: comemoravam-se, sob as arcadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, os 150 anos da fundação dos cursos jurídicos no Brasil. Quatro meses antes, o presidente Ernesto Geisel havia fechado o Congresso para impor uma reforma política que garantisse a sobrevivência do regime. Curiosamente, era o preço que a ditadura cobrava para dar continuidade à distensão, à abertura "lenta e gradual", que iria extinguir o AI-5 no ano seguinte. A história nunca é linear.
E era o impressionante déficit democrático do Brasil que Goffredo denunciava de forma insofismável. Passados 32 anos, nota-se que nem todos os princípios virtuosos da Carta foram incorporados ao patrimônio ético e moral da política. Há dias, referindo-se à formidável rotina de desmandos no Senado, o presidente Lula preferiu apontar supostos exageros da imprensa e ponderou: "José Sarney não é um homem comum". Falava do outro ou de si mesmo? Vamos ao Goffredo da Carta:
"Reconhecemos que o Chefe do Governo é o mais alto funcionário nos quadros administrativos da Nação. Mas negamos que ele seja o mais alto Poder de um País. Acima dele, reina o Poder de uma Ideia: reina o Poder das convicções que inspiram as linhas mestras da Política nacional. Reina o senso grave da Ordem, que se acha definido na Constituição".
Em sete tópicos, o professor resume os fundamentos do regime democrático, dos quais o Brasil estava apartado. Na seção Documentos de meu blog veja.abril.com.br/blog/reinaldo, publico a íntegra do texto. Sobre a distinção entre "o legal e o legítimo", ele escreve:
"Partimos de uma distinção necessária. Distinguimos entre o legal e o legítimo. (...) Das leis, a fonte legítima primária é a comunidade a que as leis dizem respeito; é o Povo (...). A fonte legítima secundária das leis é o próprio legislador (...). Mas o legislador e os órgãos legislativos somente são fontes legítimas das leis enquanto forem (...) vozes oficiais do Povo".
A ditadura brasileira, à sua maneira, era de "direito", sustentava-se na lei. Mas qual era a sua fonte originária? Não era "o povo". Naquele momento, a denúncia da ilegitimidade do aparato legal era uma questão de resistência democrática. A exemplo de qualquer documento, a Carta está sujeita a releituras extemporâneas. Hoje em dia, há quem pretenda usá-la como justificativa para afrontar a Constituição, tratada como mero "papel". Em 1977, acusar a ilegitimidade do legal correspondia a fazer história. Repetir a acusação em 2009 é só uma farsa. Acusar a ilegitimidade do legal em 1977 distinguia os democratas; em 2009, distingue demagogos subordinados à voz das ruas.
Em vez de pregar a transgressão das leis, Goffredo faz uma defesa apaixonada do estado de direito, fundado na legitimidade democrática. Escreve:
"Proclamamos que o Estado legítimo é o Estado de Direito, e que o Estado de Direito é o Estado Constitucional. O Estado de Direito é o Estado que se submete ao princípio de que Governos e governantes devem obediência à Constituição".
Assim, leitor, numa democracia, não é a legitimidade que promove ou tolera o desrespeito ao estado de direito, e sim o flerte com "o arbítrio de vetustos e renitentes absolutismos". A fonte legitimadora da lei é a população, mas a fonte legitimadora do direito é a Constituição. O direito deve ser achado na lei, não nas ruas. A tirania exercida em nome do povo não é menos detestável do que a exercida por medo do povo.
Goffredo fez-se, assim, referência no combate à ditadura. Nesse processo, foi apropriado, de modo consentido, pelas esquerdas, sempre ágeis em reler o passado, como se os fundamentos de sua Carta não fossem os de uma democracia liberal. Limaram-se os relevos supostamente incômodos de sua biografia para fazer dele um "socialista" – ele próprio passou a se considerar assim. Seu passado de militante da conservadora Ação Integralista Brasileira foi eliminado. Não bastava.
Apagou-se da história o livro A Democracia e o Brasil: uma Doutrina para a Revolução de Março, de 1965, em que ele apresenta as suas sugestões para uma Constituição, digamos, à altura do movimento militar de 1964. O próprio site de Goffredo (
www.goffredotellesjr.adv.br) "conserta" o passado segundo as injunções do presente e apenas cita o título, mas eliminando o subtítulo. Amigos seus tentaram fazer da obra a contribuição do iluminismo às trevas. Tudo mistificação. Nem ele, nessa obra, é muito iluminado nem o regime era ainda tão escuro. A nota preliminar não poderia ser mais eloquente:
"Este livro foi escrito muito antes da Revolução de Março. A necessidade de recorrer às armas para salvar o Brasil constitui a clara demonstração de que é rigorosamente verdadeira a crítica feita nestas páginas. A Revolução Vitoriosa foi a sublevação do Brasil autêntico, em consonância com os mais profundos anseios da Nação. Agora, no Brasil Novo, o que cumpre é não retornar às obsoletas, enganosas e nefastas fórmulas constitucionais, que iam levando o nosso País à desgraça. (...) O Brasil estava sendo falsificado. Aliás, a deturpação da realidade constitucional de nossa terra vem sendo feita há muito tempo. Não podemos mais tolerar a desfiguração da Realidade Brasileira e a sufocação do Espírito Nacional. Queremos que o Brasil tenha a Constituição que seja espelho da Nação".
Definitivamente, não se trata de um adversário do "golpe". Que eu saiba, o livro nunca foi reeditado. E esse é um dos desserviços que os mistificadores prestam à história do pensamento. A obra não desonra a biografia de Goffredo. Ao contrário: torna-o demasiadamente humano e nos informa que a história é também a história que dela se conta. Tivessem os militares acatado as suas sugestões, teria sido a Constituição de Goffredo mais, vá lá, "democrática" do que a de 1967, aquela "da ditadura"? Leiam vocês mesmos:
"Art. 46. O Colégio Eleitoral da República tem duas funções: a de eleger os Senadores Nacionais e a de se manifestar, com um ‘sim’ ou um ‘não’, sobre a idoneidade e aptidão de cada candidato à Presidência da República. Compõe-se dos Professores Catedráticos efetivos de todas as Faculdades oficiais de ciências sociais existentes no País, dos Ministros do Supremo Tribunal e dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça" (pág. 83).
Qual dos "Goffredos" nos interessa? Ainda que possamos fazer a escolha moral pelo da "Carta de 1977", o da "Constituição de 1965" pode ser até mais relevante para a compreensão da realidade. Por quê? Aquele de 1977 é o da história hoje consagrada como vitoriosa; o de 1965 é o da história que restou derrotada. Entender os motivos dos derrotados pode ser mais instrutivo do que dividir os despojos da conquista com os vitoriosos. Ao menos para o pensador.
Que Goffredo não descanse em paz e que sua obra, a completa, continue a importunar os vivos.

"O Cordeiro do presidente" por Diogo Mainardi

Jorge Cordeiro? Isso mesmo: Jorge Cordeiro. Ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe o que ele faz. Mas Franklin Martins acabou de contratá-lo para comandar o blog do Lula. O blog do Planalto.
Lula declarou recentemente que, com a internet, a imprensa perdeu "o poder que tinha alguns anos atrás". E, de acordo com ele, quanto menos poder a imprensa tiver, melhor. Porque isso impede que os jornais tentem "dar um golpe de estado", manipulando os fatos. Lula, a Arianna Huffington de Caetés, acredita que só agora, com o Blogger, o Facebook e o Twitter, "este país está tendo o gosto da liberdade de informação". Segundo ele, "estamos vivendo um momento revolucionário da humanidade".
Jorge Cordeiro, o blogueiro de Lula, tem o perfil do revolucionário da internet. Depois de trabalhar por seis anos como assessor de imprensa da Odebrecht, no período em que a empreiteira se enroscou com Fernando Collor de Mello, ele se distinguiu por sua passagem em jornais como O Fluminense. Quando Marta Suplicy foi eleita, ele ganhou um cargo na área de internet da prefeitura paulistana. Em 2005, arrumou um emprego no Globo Online, sendo demitido menos de um ano depois. Ultimamente, até ser contratado por Franklin Martins, ele mantinha um blog que era lido e comentado sobretudo por ele mesmo. A internet tem esse aspecto revolucionário: o autor de um blog pode ser também o seu único leitor.
Assim como Lula, Jorge Cordeiro dispara contra a imprensa. Seu blog solitário é sua Sierra Maestra. Ele considera que a "grande mídia" – da qual ele e Franklin Martins foram demitidos – "é apenas uma ferramenta para perpetuar o status quo de uma elite, veículo de pré-conceitos, defesa de interesses escusos e muito, mas muito cinismo mesmo". VEJA, Folha, Estado, Globo: o blogueiro de Lula condena todo o "(tu)baronato" da imprensa, acusando-o de irresponsabilidade, de tendenciosidade, de forjar a roubalheira dos mensaleiros e de montar uma farsa golpista no episódio dos aloprados, a fim de evitar o triunfo histórico de "Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!".
O blogueiro de Lula, como o próprio Lula, argumenta que há mais liberdade e mais pluralidade nos blogs do que na imprensa. Os elogios aos blogs cessam no momento em que eles abusam dessa liberdade e dessa pluralidade para – epa! – falar mal de Lula. Ricardo Noblat se torna automaticamente "dissimulado, prepotente, mentiroso". E Reinaldo Azevedo é ironizado por seus tumores, que o blogueiro de Lula apelida de "bolotinhas".
Eu? Eu sou um "dândi". Tenho de levar "uma bela cusparada" e, como Paulo Francis, "sucumbir a inúmeros processos". Na semana passada, renunciei espontaneamente ao meu trabalho na internet. O blogueiro de Lula comemorou minha despedida com o seguinte comentário: "U-huuuuu!!". Agora que Lula tem um blog, e que pretende trocar a imprensa por spams, sou eu que comemoro minha saída da internet: "U-huuuuu!!".

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cadê o Lula? Tá viajando...

E olha Lula viajando. Nunca antes na história destêpaiz. Depois de visitar os ditadores africanos lá vai o Apedeuta para Paris. É, meus caros, Fernando Henrique Cardoso perdeu esta para Lula. Nem ele viajou tanto.

Viva o Divino Pai Eterno!

Cheguei agora pouco de Trindade. Neste final de semana termina a Novena do Divino Pai Eterno. Minha Amada me chamou para ir. Fomos juntos. No caminho vimos os romeiros a pé indo até o santuário participar da missa que se inicia à meia noite.
Graças e Louvores ao Divino Pai Eterno!
E ano que vem estaremos juntos com os romeiros saindo de Goiânia rumo à Trindade. A pé, é claro!

Tinha que ser o Eduardo Azeredo

Um trecho de uma reportagem assinada por Pablo Santos no jornal Hoje:

Enquanto você baixa uma música pela internet, o provedor te monitora e é responsável por passar todas as informações sobre sua “navegação” para um órgão do governo. Mais do que isso, o autor daquele poema que você gostou pode te processar por ter colocado a obra em seu blog ou no MSN (programa de conversa on-line), mesmo citado o autor. Essa pode ser a realidade do internauta brasileiro segundo um projeto de lei (PL) do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O projeto divide opiniões. De um lado, defensores que apontam que a lei é um avanço na questão de crimes praticados pela internet. Já os críticos, ente eles o presidente Lula, dizem que a lei é um excesso e já a chamam de AI5 Digital, em alusão ao ato institucional que instalou a censura no Brasil do regime militar. Leia mais aqui.
Comentário
Vejam vocês o que o senador Eduardo Azeredo está propondo. É realmente inaceitável. Ao invés de propor tal asneira deveria explicar o caixa 2 da sua campanha para o governo de Minas Gerais em 1998. Deixe a internet em paz e vá responder seus processos, Sr. Azeredo!

Pelo visto não sobra ninguém

É pessoal! Pelo visto não sobra ninguém lá no Senado. Todo mundo vai aceitar a tese da tropa de choque petralha de que não é só José Sarney o culpado pela lama que suja o carpete azul daquela Casa. Ninguém levanta a voz na tribuna para dizer que não concorda e não faz o que todo mundo faz.
O problema, meus caros, não é o Senado e sim os senadores. O problema não é fechar o Congresso, mas sim as atuações ilegais dos seus ocupantes.

Espírito de autoproteção livrou Edmar da cassação, diz relator

Na Folha

O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), relator que pediu a cassação do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, disse ontem que a rejeição de seu parecer mostrou que "o espírito de corpo, de autoproteção, falou mais alto que o interesse público da instituição".Anteontem, por 9 votos a 4 e uma abstenção, o conselho livrou Edmar da cassação. Ele é dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões em Minas Gerais e usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar gastos de R$ 230,6 mil, entre 2007 e 2008, com verba indenizatória.De acordo com Fonteles, "a ideia da sobrevivência de mandato faz com que a luta da permanência no poder force o espírito de corpo para não ser rigoroso com o interesse público numa hora dessa". Ele defende, porém, que os deputados mantenham a possibilidade de avaliar seus pares no conselho.Ao assumir a corregedoria da Casa, em fevereiro, cargo ao qual renunciou, Edmar propôs o fim dos julgamentos pela própria Casa. Afirmou, então, que deputados não têm "poder de polícia" e que o "espírito de corpo" e a "fraternidade entre os colegas" tiram a condição dos deputados de fazerem julgamentos de quebra de decoro.Para ter maior "liberdade de pensar e decidir", o conselho deveria ser reformado, afirmou Fonteles, aumentando o número de membros de 14 para 25 deputados, o que diminuiria "risco de acordo de amizade".Segundo ele, a rejeição da pena da cassação deixou arranhada a imagem do conselho. "Temos que reconhecer que [o conselho] está atravessando dificuldades." Leia mais aqui.

Presidente ''abusa das palavras'', diz FHC

Por Julia Duailibi
no Estadão

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz "coisas levianas" e "abusa das palavras". As declarações foram uma resposta a críticas do petista sobre a atuação dos tucanos na crise do Senado. Em viagem à Líbia, anteontem, Lula dissera que o PSDB tenta ganhar no "tapetão" ao apoiar o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP)."O presidente, às vezes, abusa das palavras. Sabe que, se o presidente do Senado eventualmente renunciasse, haveria uma nova eleição", declarou FHC, ao chegar a seminário em São Paulo, em homenagem a sua mulher, Ruth Cardoso, que morreu no ano passado. "Eu lamento que o presidente diga coisas tão levianas", declarou FHC, para quem Lula, "quando está fora do Brasil, não presta atenção nas palavras". Anteontem, na Líbia, o presidente havia dito que o PSDB, junto com o DEM, trabalha para tirar Sarney do comando do Senado com o objetivo de preencher a vaga com o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), primeiro-vice-presidente da Casa.O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que também foi ao evento em homenagem a Ruth, comentou a declaração de Lula. "O PSDB apoiou o candidato do PT no Senado, na eleição do Sarney." E completou: "Não vejo essa gula." Tem sido frequente a troca de farpas entre Lula e FHC. Em maio, o tucano criticou declarações do petista sobre o escândalo do uso de passagens aéreas por deputados e o salário dos parlamentares. À época, Lula dissera que o caso era uma "hipocrisia". FHC rebateu dizendo ser mais "restritivo".O ex-presidente não quis comentar a situação de Sarney, que tem sido pressionado a deixar o cargo após a eclosão do escândalo dos atos secretos, revelado pelo Estado. "Não quero opinar pelo Senado. Fui senador há muitos anos. Há 25 anos estou afastado. Apenas lamento o que está acontecendo lá. Porque é uma desagregação muito grande, de uma instituição importante." Leia mais aqui.

Lula diz a Sarney que crise é guerra contra seu governo

Por Valdo Cruz
na Folha

Depois de ameaçar renunciar ao cargo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ao presidente Lula que o PT precisa assumir sua responsabilidade política e dar apoio ao PMDB -dando sequência à sua estratégia para se manter no comando da Casa. Disposto a enquadrar seu partido, Lula concordou com Sarney e prometeu cobrar dos senadores petistas respaldo ao peemedebista contra o que classifica de "guerra política" visando enfraquecer seu governo e desestabilizar uma aliança entre PMDB e PT para 2010. Os dois se falaram no final da manhã por telefone, quando Lula avisou a Sarney que o receberia hoje. O encontro, a princípio agendado para ontem, foi adiado para que o presidente tivesse tempo de costurar o enquadramento de seu partido -estava programado um jantar, ainda ontem, entre Lula e a bancada dos senadores do PT no Palácio da Alvorada. Segundo a Folha apurou, o presidente fez questão de lembrar a Sarney que defendeu sua permanência no cargo em duas entrevistas durante sua viagem à África. O peemedebista agradeceu e ouviu de Lula um apelo para se manter na presidência. Após conversar com o presidente, Sarney confidenciou a aliados que, diante da mudança de tom no discurso petista e caso o partido passe a apoiá-lo, ficaria "fora de cogitação" renunciar. Nos últimos dias, diante da pressão familiar, ele chegou a cogitar deixar o cargo. Na conversa, Lula e Sarney fizeram a mesma avaliação dos últimos lances da crise: a oposição (DEM e PSDB) aproveitou a revelação de desvios administrativos da Casa para fragilizar governo e peemedebistas que apoiam o presidente. O cenário começou a mudar quando Sarney ameaçou renunciar, fazendo questão de destacar sobretudo a petistas que sua saída criaria sérias dificuldades para o governo Lula no Senado, além de pôr em risco o apoio do PMDB à candidatura da ministra Dilma Rousseff a presidente em 2010. O PT fez um recuo tático e passou a dar declarações em defesa de sua permanência. Além disso, senadores de PSDB e DEM começaram a ligar dizendo que estavam do seu lado. Nas contas do PMDB, ao menos 7 dos 14 senadores democratas e 5 dos 13 tucanos não concordam com a posição de seus partidos. Ao todo, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), contabiliza 53 ou 54 votos a favor de Sarney. Ontem, Renan disse que "Sarney botou a bola no chão e o jogo voltou ao campo da política", tendo a seu lado o apoio mais importante, de Lula. Ontem, o peemedebista procurou dar um ar de normalidade em sua agenda. Esteve na Casa pela manhã. Na chegada e na saída, seguranças impediram que a imprensa se aproximasse ao instalarem na passagem cordões de isolamento.

Enquadrado, PT faz defesa de Sarney por "governabilidade"

Por Andreza Matais
na Folha

Depois de ter sido enquadrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os senadores do PT liderados por Aloizio Mercadante (SP) se revezaram por três horas e meia no plenário para defender que a aliança com o PMDB é fundamental para garantir a governabilidade, isentar o senador José Sarney (PMDB-AP) de ser o único responsável por "14 anos de atos secretos" e dizer que a crise política não pode se reduzir a uma única pessoa."Não há governabilidade sem aliança do PMDB. PSDB e DEM nunca nos deram espaço e é verdade que também nunca demos a eles, mas queremos ter aliança e queremos que ela continue", disse Mercadante.Anteontem, o partido havia sugerido o afastamento de Sarney do cargo por 30 dias, mas recuou de formalizar o pedido como uma posição de bancada diante da ameaça do peemedebista de renunciar, o que, para o governo, representaria perder o apoio dos caciques do PMDB no Senado e na disputa de 2010.Mercadante, líder do PT, usou no plenário a tática de jogar para outros senadores a responsabilidade pela crise."Disse publicamente e quero repetir da tribuna: não me parece uma boa atitude a que estamos assistindo, por exemplo, a atitude da bancada do DEM [de pedir afastamento de Sarney]. Estiveram na Primeira Secretaria durante todo o período em que estive nesta Casa. Como simplesmente se retirar neste momento e dizer que a responsabilidade da crise é exclusivamente do presidente? Isso não ajuda", disse. Leia mais aqui.

Sarney oculta da Justiça Eleitoral casa de R$ 4 milhões

Por Rodrigo Rangel, Leandro Cólon e Rosa Costa
no Estadão

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ocultou da Justiça Eleitoral a propriedade da casa avaliada em R$ 4 milhões onde mora, na Península dos Ministros, área mais nobre do Lago Sul de Brasília. De acordo com documentos de cartório, o parlamentar comprou a casa do banqueiro Joseph Safra em 1997 por meio de um contrato de gaveta. Em nenhuma das duas eleições disputadas por ele depois da compra - 1998 e 2006 - o imóvel foi incluído nas declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral.
Sobre a ausência da casa nas declarações registradas na Justiça Eleitoral, a assessoria de Sarney informou ao Estado, por escrito, que ocorreu um "erro do técnico que providencia a documentação do presidente Sarney junto aos órgãos competentes". Afirmou ainda que o imóvel consta das "declarações anuais de Imposto de Renda do presidente, entregues também ao TCU com frequência anual".Dois documentos do próprio senador, arquivados no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), deixam dúvidas sobre a declaração da casa à Receita Federal. Num dos documentos, apresentado na campanha de 2006, Sarney listou seus bens, mas sem nenhuma referência à casa de R$ 4 milhões em Brasília. Ao final, ele escreveu de próprio punho que aquela lista de bens declarados à Justiça Eleitoral é a reprodução fiel de sua declaração à Receita. "De acordo com minha declaração de bens à Receita Federal em 2006", registrou o presidente do Senado no rodapé, que leva sua assinatura.
Leia mais aqui.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Assim não, Agripino!

José Agripino Maia disse hoje que dói mais no DEMO do que no PT pedir o afastamento de José Sarney. Isso é mais um discurso que demonstra a vontade dos senadores de ver Sarney sair da presidência do Senado e investigar as denúncias.

Eles combinaram?

Por Eduardo Kattah
no Estadão online

BELO HORIZONTE - O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse hoje que é uma "simplificação" personificar a atual crise no Senado na figura do seu presidente, José Sarney (PMDB-AP). Segundo ele, há uma crise geral na esfera parlamentar do País. "Chamar essa crise de José Sarney é uma simplificação. Evidente que é uma crise com o José Sarney, mas há muitas crises por aí." Após um encontro com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), Guerra avaliou que falta "energia suficiente" ao peemedebista para o enfrentamento dos problemas, mas afirmou que não se trata de uma questão moral. "Não estou dizendo que o presidente Sarney não tem moral, não é essa a questão", salientou o senador, depois de garantir que o vice-presidente da Casa e primeiro da linha sucessória, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), tem "total moral para assumir o cargo". "A questão é que o presidente Sarney nesse momento não está governando o Senado como nós gostaríamos que ele governasse. E isso cria uma situação de fato que precisa ser resolvida." O presidente do PSDB reiterou a posição do partido para que o presidente do Senado se afaste por 60 dias e uma comissão assuma para comandar uma ampla reforma na Casa. "O objetivo traçado por todos nós é encurtar a crise", disse. Aécio, que no início da semana havia afirmado que estava convicto de que Sarney saberia enfrentar os problemas que afligem o Senado pois "tem história política para isso", hoje preferiu não se envolver. "Uma reforma estrutural no Congresso é claramente necessária, agora os senadores é que vão decidir se com a presença do presidente José Sarney, ou não", observou, após ressaltar que não é bom para a democracia um Congresso Nacional fragilizado.
Comentário
Uma hora ou outra o PSDB acabaria cedendo e apoiando a tese petista. Uma hora o partido faz críticas à Sarney, outra hora muda o tom do discurso e diz que a carcaça da ditadura é apenas parte da crise, ou nas palavras de Sérgio Guerra, chamar essa crise de José Sarney é uma simplificação. Evidente que é uma crise com o José Sarney, mas há muitas crises por aí.
Daqui a pouco o PSDB vai acabar ajudando a manter Sarney no cargo.
PS: Marconi tem "total moral para assumir o cargo"? Sei... O PSDB nacional está morrendo de medo de Marconi Perillo assumir o lugar de Sarney e a imprensa mostrar para o Brasil inteiro o que ele fez aqui em Goiás.

Praticando o que Lula disse

Por Márcio Falcão
na Folha online

Na tentativa de evitar os questionamentos da imprensa sobre a crise que atinge a imagem do Senado, o presidente da instituição, José Sarney (PMDB-AP), pediu à Polícia Legislativa que fixasse na entrada do gabinete da presidência uma espécie de "cordão de isolamento" para manter repórteres, fotógrafos e cinegrafistas afastados.
Com a medida, os seguranças impedem que a imprensa se aproxime de Sarney no trajeto habitual do peemedebista entre o gabinete da presidência e o plenário. Segundo a assessoria de imprensa de Sarney, o cordão de isolamento foi adotado porque "ontem o presidente quase foi derrubado".
A chegada e a saída de Sarney ontem ao Senado foi tumultuada. O repórter Danilo Gentilli do programa humorístico "CQC" tentou entrevistar o presidente da Casa, mas foi derrubado pelos seguranças da presidência.
Gentilli perguntou a Sarney como ele se sentia em "não ser tão poderoso quanto se pensava", mas ficou sem resposta do peemedebista e parou no chão com um empurrão dos seguranças.
Na saída de Sarney da Casa, após encerrar a sessão em homenagem ao deputado José Pinotti, que morreu na madrugada de ontem, o peemedebista voltou a ser cercado pelo "CQC" e por jornalistas.
O presidente do Senado se recusou a falar e disse que a imprensa o estava impedindo de andar, mas Gentili insistiu em perguntar se a saída dele da presidência acabaria com a crise e levou um novo empurrão.
Comentário
Estão colocando em prática aquilo que Lula falou há umas duas semanas atrás: Sarney tem que ser tratado como uma "pessoa incomum". A carcaça da ditadura já usou a segurança do Senado para vigiar sua casa em São Luis-MA. Agora a segurança é usada para "isolar" Sarney. Ele usou o mesmo argumento do PT para se defender das acusações que pesam nas suas costas: a culpa é da imprensa. Ora, por que a vítima não usa esta mesma imprensa para ser defender? Para quem defendeu a ditadura militar não é de se estranhar o uso da força para se "isolar". O que é para se estranhar é o apoio do PT e de Lula à Sarney. Mas, com o passar do tempo, vamos vendo que aquela oposição raivosa feita pelos petralhas era tudo jogo de cena. Hoje eles mostram o grande amor que sentem por José Sarney.

Eles vão aceitar?

Disse publicamente e quero repetir da tribuna: não me parece uma boa atitude a que estamos assistindo, por exemplo, a atitude da bancada do DEM [de pedir o afastamento de Sarney]. Estiveram na 1ª Secretaria, que tem uma imensa responsabilidade administrativa, durante todo o período em que estive nesta Casa. Como simplesmente se retirar neste momento e dizer que a responsabilidade da crise é exclusivamente do presidente José Sarney? Isso não contribui, isso não ajuda. Nós temos, cada um, que assumir a nossa exata responsabilidade por esse processo. Assim disse Aloizio Mercadante hoje na tribuna do Senado. Ele quer repartir as ilegalidades e irregularidades de José Sarney com cada senador. Será que eles vão aceitar? Será que não existe ninguém que diga, em alto e bom som, que não compactua com as ilegalidades e irregularidade da carcaça da ditadura e repudia a tropa de choque petralha?

Não me venham com essa

E José Sarney tem seus defensores na imprensa. Alguns jornalistas escrevem que a crise no Senado não vem de hoje, que é coisa do passado. Já ouvi este discurso antes. Quem não se lembra do "fazer o que sempre foi feito sistematicamente nestêpaiz"? É o que acontece com Sarney agora. É o que acontece com o PT e seus aliados. Eles tem a cara de pau de dizer que a crise é do Senado inteiro e a culpa é de todo mundo. Por favor, não me venham com essa. Lula disse que José Sarney tem história para não ser tratado como pessoa comum. Eu, como sempre, discordo de Lula. José Sarney tem história suficiente para sair da presidência do Senado e ir direito para a cadeia.

E Lula dá sobrevida à Sarney

E Lula quer que José Sarney continue na presidência do Senado. Mesmo depois dos atos secretos e das nomeações de parentes. Lula e Sarney são a mesma coisa.

Temer e Jobim se somam a Renan na defesa de aliado

No Jornal do Brasil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que na terça-feira não compareceu à Casa, presidiu ontem do plenário sessão que prestou homenagem ao médico e deputado federal José Aristodemo Pinotti, morto na madrugada de quarta-feira aos 74 anos, vítima de câncer. Sarney deixou o prédio do Congresso Nacional ao encerrar a sessão e, na saída, não falou com a imprensa.
Coube a alguns dos aliados mais próximos e correligionários de Sarney promoverem a defesa de sua permanência à frente da presidência do Senado. A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), afirmou que seu pai é o "bode expiatório" da vez.
– Essas denúncias não são de agora. Acredito que meu pai esteja sendo um bode expiatório. Acho que a crise é responsabilidade de todos os senadores – explicou. Roseana evitou, no entanto, comentar sobre o possível afastamento de Sarney. – Estamos do lado dele, acho que ele tem maturidade e experiência para decidir sobre isso. Ele é uma figura importante para o Senado e para o Brasil.
Já o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou não haver um "fato novo" que justifique o afastamento de Sarney. O presidente do Senado também recebeu o apoio do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
– As soluções têm que visar ao interesse das instituições democráticas. Não adianta intervenção para isto, que é um problema antigo. Que se mude as regras, mas não se pode debitar os problemas apenas a um personagem, tendo em vista as eleições de 2010 – afirmou Jobim, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
Leia mais aqui.

Deputado do castelo se livra de cassação

Por Johanna Nublat
na Folha

Por 9 votos a 4 e uma abstenção, o Conselho de Ética da Câmara rejeitou o parecer que pedia a cassação do mandato do deputado federal Edmar Moreira (sem partido-MG).O parecer rejeitado havia sido feito pelo deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), relator do processo de Moreira no Conselho de Ética. O petista recomendou a perda de mandato por entender que deputado fez mau uso da verba indenizatória, valor mensal a que os congressistas têm direito para despesas nos Estados.Edmar ficou conhecido por ser dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões no interior de Minas. Ele usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar os gatos de R$ 230,6 mil, entre 2007 e 2008, com a verba.O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) foi escolhido para fazer um novo parecer, que será apresentado na próxima semana. Leia mais aqui.

Sarney e Renan podem atrasar instalação de conselho

Na Folha

Alvos de representação no Conselho de Ética do Senado, os senadores José Sarney (PMDB-AP), presidente da Casa, e Renan Calheiros (PMDB-AL) podem atrasar a instalação do colegiado.Cabe a Sarney marcar a eleição em plenário dos membros do conselho e a Renan, como líder do PMDB, indicar os representantes do seu partido.A eleição somente pode ser marcada depois que todos os líderes de partidos fizerem as suas indicações.O Regimento Interno do Senado prevê que a eleição deve ser feita até o mês de março, mas não há punição para quem descumprir o prazo.O Conselho de Ética é o único órgão do Senado que pode determinar o afastamento do presidente da Casa, se os membros considerarem que a presença dele no cargo possa prejudicar a investigação.Nem o PMDB nem o PSDB indicaram seus representantes para o órgão.O líder tucano, Arthur Virgílio (AM), disse, entretanto, que já escolheu os nomes, mas ainda não formalizou porque está reunindo documentos.Para ser membro do Conselho de Ética, é preciso apresentar uma série de papeis, incluindo uma cópia do imposto de renda do senador.Renan afirmou que ainda está escolhendo os representantes do seu partido. Leia mais aqui.

Lula enquadra PT para ajudar Sarney, que acena com renúncia

Por Christiane Samarco, Eugênia Lopes e Rosa Costa
no Estadão

Para sobreviver no cargo, o senador José Sarney (PMDB-AP) emparedou ontem o PT e tornou o Palácio do Planalto sócio de sua crise. Diante da sugestão de afastamento do comando da Casa, apresentada pela manhã por senadores petistas, o presidente do Senado ameaçou renunciar ao cargo, fato que desencadearia um processo sucessório fratricida e abalaria a aliança PT-PMDB em 2010. A manobra de Sarney foi a senha para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciasse uma operação de "enquadramento" do PT para salvar o aliado. Horas depois de decidir engrossar o coro pelo afastamento de Sarney - alvo de denúncias reveladas pelo Estado -, o PT voltou atrás. Às 22h15 de ontem, ao deixar a casa de Sarney, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) selou o tom da resistência à renúncia: "Foi importante a decisão do PT (o recuo). O que está em jogo é 2010".O líder da legenda no Senado, Aloizio Mercadante (SP), capitaneou a visita, na noite de ontem, da bancada dos "arrependidos" à casa de Sarney. "A renúncia é uma possibilidade que ele pode vir a tomar. Mas, no nosso ponto de vista, não é a melhor escolha, porque a crise não pode ser atribuída a ele. Desses 14 anos de atos secretos, ele foi presidente por quatro anos. Não é justo", disse Mercadante, ao fim do encontro.Respaldado pelo PT, Sarney avisou, como novo fôlego, que só decidirá sobre sua permanência ou não no posto depois de uma conversa reservada com Lula. No início da noite de terça-feira, o presidente já havia escalado a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para falar com Sarney e pedir explicitamente que ele não tomasse nenhuma decisão sobre afastamento do cargo antes da conversa marcada para hoje - Lula participava do encontro da União Africana, na Líbia.A primeira conversa com o PT ocorreu logo cedo, quando Sarney recebeu em sua casa Mercadante e a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Diante da proposta para que se afastasse do cargo enquanto durasse a apuração das denúncias, o presidente foi taxativo: "Licença eu não aceito. Ou me afasto de vez, ou fico no cargo com o apoio de vocês". Na véspera, sete petistas dos 12 da bancada haviam defendido com veemência o afastamento de Sarney, em reunião da bancada que se estendera até a meia-noite. Leia mais aqui.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nem o PSDB quer Marconi no comando do Senado

No meio dos ditadores africanos Lula mandou um recado para a oposição: É importante para o DEM e PSDB, que querem que ele [Sarney] se afaste para o [senador] Marconi Perillo [PSDB-GO] assumir, o que não é nenhuma vantagem para ninguém. A única vantagem é para o Marconi Perillo e para o PSDB, ou seja, que quer ganhar o Senado no tapetão. Assim não é possível. Isso não faz parte do jogo democrático.
Uau! Lula falando em "jogo democrático" no meio dos ditadores africanos. Bem que ele poderia dar uma aula sobre esta modalidade na Líbia. Mas nós sabemos o apreço do Apedeuta pelos ditadores.
A oposição quer ganhar a presidência do Senado no tapetão? Hoje mesmo o Estadão publicou matéria falando que o partido queria formar uma comissão de senadores para comandar a Casa e não passar o comando de José Sarney para Marconi Perillo. Aliás, ser presidente do Senado não é uma boa coisa para Marconi como disse Lula. Hoje foi a segunda vez que o Estadão mostrou o desconforto do PSDB com a possível subida de Marconi para o posto maior do Senado. Tomara que Sarney saia e Marconi assuma. Quem sabe o Estadão não mostra o que Marconi Perillo escondeu nos tempos em que era governador de Goiás?

"Não houve 'golpe de estado' em Honduras" por Graça Salgueiro

Tegucigalpa, capital de Honduras, amanheceu ontem em polvorosa, quando militares do Exército invadiram às 5 h. da manhã o palácio presidencial, tiraram de lá o presidente Manuel Zelaya e o despacharam para a Costa Rica. Este gesto heróico e histórico visava a evitar que se realizasse um referendo, convocado ilegalmente por Zelaya para a criação de uma Assembléia Constituinte, cuja meta era anular a Constituição de 1982 e em seu lugar criar uma nova que permitisse a reeleição presidencial indefinidamente. Zelaya foi eleito em 2006, através de eleições limpas e democráticas, pelo Partido Liberal (de direita), e realizava um governo normal até ser picado pelo ferrão de Chávez; com isso deu uma guinada de 360% em sua postura político-ideológica causando estranheza até em seus correligionários. Chávez o convenceu a participar da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) e a partir de então, através de favores, começou o monitoramento. Zelaya tornou-se "bolivariano", foi a Cuba lamber as botas de Fidel que não lhe poupou elogios, e passou a alimentar a idéia totalitária de perpetuar-se no poder como já está concretizado na Venezuela e na Bolívia.
A Constituição hondurenha não permite reeleição e é muito clara em seu posicionamento a quem descumpra tal determinação, conforme atestam os artigos abaixo:
"ARTIGO 4 - A forma de governo é republicana, democrática e representativa. É exercida por três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, complementares e independentes e sem relações de subordinação.
A alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.
ARTIGO 42 - A qualidade de cidadão se perde:
1. Por prestar serviços em tempo de guerra a inimigos de Honduras ou de seus aliados;
2. Por prestar ajuda contra o Estado de Honduras, a um estrangeiro ou a um governo estrangeiro em qualquer reclamação diplomática ou ante um tribunal internacional;
3. Por desempenhar no país, sem licença do Congresso Nacional, emprego de nação estrangeira, do ramo militar ou de caráter político;
4. Por restringir a liberdade de sufrágio, adulterar documentos eleitorais ou empregar meios fraudulentos para burlar a vontade popular;
5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República, e,
6. Por residir os hondurenhos naturalizados, por mais de dois anos consecutivos no estrangeiro, sem prévia autorização do Poder Executivo.
Nos casos a que se referem os incisos 1 e 2, a declaração da perda da cidadania será feita pelo Congresso Nacional, mediante expediente circunstanciado que se faça para o efeito. Para os casos dos incisos 3 e 6, tal declaração será feita pelo Poder Executivo mediante acordo governativo; e para os casos dos incisos 4 e 5, também por acordo governativo, anterior à sentença condenatória ordenada pelos tribunais competentes".
Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4 da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5, conforme destacado acima. Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu no dia 24 pp. Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.
Apesar de todas essas evidências, quando os militares depuseram Manuel Zelaya do cargo que - a partir de então - ocupava ilegalmente, em defesa da Constituição, do Estado de Direito, do império da Lei e da garantia da Ordem, Chávez encabeçou um movimento junto com seus capachos Ortega e Correa, chamando o ato legítimo de "golpe de Estado". Imediatamente, como rastilho de pólvora, todos os outros camaradas pertencentes à ALBA e ao Foro de São Paulo saíram em defesa da "restituição imediata de Zelaya ao seu legítimo posto de presidente".
As declarações dadas por Lula, Correa, Ortega, Fidel e Chávez beiram a insanidade, sobretudo porque nenhum deles tem moral para acusar de "golpistas" àqueles que apenas fizeram valer o direito constitucional, além de serem eles mesmos golpistas em seus países. Chávez deu dois golpes de Estado, deixando mais de 30 mortos e centenas de feridos antes de chegar legalmente ao poder; Ortega idem, com seu terrorismo sandinista e Fidel, o que dizer deste abominável excremento humano que até hoje mantém um país inteiro seqüestrado desde há 50 malditos anos?
Hillary Clinton declarou que "Isto deve ser condenado por todos. Chamamos todas as partes em Honduras a respeitar a ordem constitucional e o império da lei", mas esta comunista ordinária sabia o que pretendia o deposto Zelaya para fazer afirmação mais estúpida e desconectada da realidade? Lula, por sua vez, disse que "Não podemos aceitar mais, na América Latina, que alguém queira resolver seu problema de poder pela via do golpe", mas o que tem feito há dez anos seu amigo golpista e mentor de todos os delinqüentes, Hugo Chávez, sempre com seu irrestrito apoio? Quando o golpe - de fato - é dado pelas esquerdas, tudo é correto e aceitável; entretanto, quando aqueles que respeitam as Leis e a Ordem se insurgem contra os querem destruí-las, estes psicopatas são os primeiros a causar tumulto e a incitar o povo à rebelião.
Hoje, reunidos na Nicarágua já com o presidente deposto (que chegou num avião enviado expressamente pelo governo da Venezuela - a revelia do povo venezuelano), Chávez, Ortega e Correa chamaram os defensores de Zelaya "à rebelião contra os golpistas". Segundo Correa, "Os soldados, jovens e os oficiais não comprometidos com a oligarquia não têm porque obedecer ordens ilegais, e por isso devem se rebelar contra essa cúpula corrupta". Chávez foi mais longe: "Eu tenho certeza de que aos golpistas de Honduras e a esse presidente espúrio e usurpador e os que o apóiam, lhes esperam a mesma sorte que a oligarquia venezuelana". Isto não é crime previsto em lei? Não existe aí uma ameaça velada?
Ademais, o presidente Micheletti assegurou que 12 assessores nicaragüenses e venezuelanos chegaram a Honduras para colaborar com Zelaya e foram recebidos por pessoal da Casa Presidencial, e que o material eleitoral que seria utilizado ontem no referendo chegou ao país em aviões venezuelanos, segundo informações da Força Aérea Hondurenha. Isto não é ingerência nos assuntos internos de outro país ou Chávez já considera Honduras mais um "quintal" seu?
Por seu lado, a União Européia qualificou de "inaceitável" o derrocamento do governo hondurenho, enquanto Barak Obama declarou que o ocorrido neste fim de semana é "um golpe de Estado ilegal e que Manuel Zelaya continua sendo o presidente legítimo do país centro-americano". José Miguel Insulza, secretário geral da OEA, disse que "esse organismo está disposto a um diálogo com Honduras unicamente se Zelaya for restituído como presidente", reiterando que no continente "os militares golpistas não têm cabimento". Por outro lado, o presidente da Assembléia Geral da ONU, o "ex" terrorista sandinista Miguel D'Escoto convidou Zelaya à Assembléia tão logo seja possível. E a rebelião de fato já começou, com os defensores de Zelaya descumprindo acintosamente o toque de recolher, depredando os arredores do Palácio, queimando pneus e afrontando a Polícia que está reagindo apenas com a dispersão através de bombas de gás lacrimogêneo.
O bispo auxiliar de Tegucigalpa, Dom Darwin Andino, com uma visão bastante lúcida da realidade declarou que "o país não pode se entregar ao chavismo", não escondendo sua preocupação ao perceber que "em Honduras está se dando o mesmo que se deu na Venezuela, na Bolívia e no Equador ao somar-se às iniciativas políticas de Chávez. Daqui eu vejo tudo na mão do presidente venezuelano Hugo Chávez, e o país não pode se entregar ao chavismo nem a ninguém, pois queremos continuar sendo livres e independentes".
Diante da afronta internacional que vem sofrendo o presidente empossado, Roberto Micheletti declarou que "não se rompeu a ordem institucional; temos feito o que manda a lei", no que é respaldado pela Corte Suprema de Honduras que declarou em um comunicado: "As Forças Armadas, como defensoras do império da Constituição, atuaram em defesa do Estado de Direito, obrigando a cumprir as disposições legais aos que publicamente manifestaram e atuaram contra as disposições da Carta Magna".
E eu já estava encerrando este artigo quando chega a confirmação, através de uma carta que o presidente do PRD (Partido da Revolução Democrática - de extrema esquerda) do México enviou à embaixadora hondurenha naquele país, de que por trás desse exagerado apoio à ilegalidade estão a OEA, o Grupo do Rio, a ONU, a União Européia, a Internacional Socialista e o Foro de São Paulo, organizações que reúnem a escória política do mundo.
Honduras é um país pequeno, pobre e fraco, apesar de ter militares e políticos dignos que provaram com esta atitude que nem todos se deixam intimidar por delinqüentes arrogantes como Chávez e sua gang internacional. Entretanto, a pressão exercida desde fora está sendo muito grande e intensiva, pois uma coisa que as esquerdas têm décadas de prática - e por isto exercem muito bem - é em mobilização de massas; eles sabem como esmagar o inimigo, comprando consciências, difamando, distorcendo fatos, plantando desinformação. Oxalá o novo presidente e suas gloriosas Forças Armadas possam resistir com bravura a tantos ataques de uma só vez e de todos os lados, pois o que Chávez e esses grupos coordenados pelo Foro de São Paulo pretendem é repetir o que ocorreu na Venezuela em 11 de abril de 2002, em que Chávez acabou voltando ao poder. Se isto acontecer e Zelaya voltar, o massacre vai ser grande, a repressão aos opositores vai ser violenta e os hondurenhos podem dar adeus à democracia. Os venezuelanos que me desmintam se puderem...

Outra vez eu digo: Marconi para a presidência do Senado

Por que o PSDB não apóia a permanência de Marconi Perillo na presidência do Senado se a carcaça da ditadura renunciar ao cargo? Aí tem coisa, pessoal! O PSDB nacional deve saber muito bem que, se Marconi ficar no lugar de Sarney, os esqueletos que ele escondeu de 1999 a 2006 serão mostrados nacionalmente. E o Estadão fala pela segunda vez em menos de uma semana: Governador de Goiás entre 1998 e 2006, Perillo é alvo de vários processos, que poderão ser "desencavados" caso ele venha a assumir interinamente a presidência do Senado.
Pois é. Marconi não tem o apoio nem dos tucanos. Tem que se contentar com o apoio de Luis Carlos Leréia. Que apoio!

Incra financia cooperativa sob investigação

Por José Maria Tomazela
no Estadão

Com verbas repassadas pelo governo federal, a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo pretende pôr em operação neste ano a agroindústria da Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados da Reforma Agrária do Pontal (Cocamp), em Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema. Controlada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) e acusada de malversação de recursos públicos, a Cocamp foi a causa da condenação do superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires da Silva, por improbidade administrativa, no início de junho.A decisão do juiz federal Newton José Falcão, de Presidente Prudente, também determinou o afastamento de Silva do cargo, mas ele entrou com recurso e aguarda o julgamento exercendo suas funções.Desde o ano passado uma empresa contratada trabalha na recuperação das instalações que, sem nunca terem funcionado, custaram cerca de R$ 8,5 milhões ao erário. De acordo com o coordenador regional do Incra, Sidnei Macedo, a reforma do prédio da processadora de frutas já terminou. A entrega da obra civil ao Comitê de Controle, Monitoramento e Assessoria ocorreu no dia 19."O próximo passo será a abertura de licitação para revisão e reforma dos equipamentos e instalação da despolpa", disse Macedo. A recuperação do laticínio, outra unidade do projeto, também foi executada, faltando a revisão dos equipamentos. O gasto total previsto foi de R$ 843 mil. De acordo com o coordenador regional, o valor não chega a 10% do que já foi investido na agroindústria. Leia mais aqui.

CPI da Petrobrás é adiada outra vez

Por João Domingos
no Estadão

A confusão que tomou conta do Senado por causa da retirada de apoio ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), por parte de PSDB, DEM e PDT, resultou em mais um adiamento da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a Petrobrás. O requerimento de instalação dessa CPI foi protocolado na Mesa Diretora do Senado há 47 dias. Desde então, os partidos de oposição tentam instalá-la e os governistas impedem, com as mais variadas manobras. Com a crise na Casa agravada desde o dia 10, quando o Estado revelou a existência de atos secretos que beneficiaram parentes e apaniguados de senadores e diretores, a CPI está em segundo plano. Por enquanto, os senadores estão mais preocupados em salvar a própria imagem, com discursos seguidos em que acusam dois ex-diretores - Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi - até de "ladrões" e pedem o afastamento de Sarney, mesmo que temporário.Na procura de algo que possa tirar o Senado da crise, o vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF), e o senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC), um antipetista histórico, tiveram ontem uma ideia. Procuraram o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), com uma proposta inusitada de instalar não só a CPI da Petrobrás e a do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mas também criar mais umas duas, sobre qualquer assunto. O objetivo é desviar a atenção do público e dos meios de comunicação e tirar o foco de Sarney.Renan, no entanto, rechaçou a proposta. Disse aos defensores da iniciativa que o maior aliado de Sarney hoje no Senado é o governo. Leia mais aqui.

No pior dia da crise, partidos pedem que Sarney se afaste

Na Folha

Os partidos DEM, PSDB e PDT pediram no plenário o afastamento temporário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que viveu ontem seu pior momento na atual crise. O agravamento de sua situação, com uma declarada debandada até dos aliados democratas, levou o peemedebista a discutir com amigos e familiares a possibilidade de se licenciar ou renunciar ao cargo para preservar o mandato.Sarney fazia, ontem à tarde, uma contagem de votos para checar se ainda tinha apoio suficiente para permanecer no comando da Casa. Sua mulher, Marly Sarney, era a principal defensora de sua saída.Em sua única manifestação oficial ontem, a assessoria do peemedebista informou que "a hipótese de afastamento não está em análise". Sarney presidiu a sessão pela manhã no Senado, mas não a da tarde, como estava previsto.Os três partidos que pediram o afastamento de Sarney têm 32 dos 81 senadores. Entre os aliados, ele conta com 17 dos 19 votos no PMDB a seu favor. Com sete senadores, o PTB fechou questão em apoio a Sarney. O PT, com 12, está dividido e faria uma reunião ontem à noite para discutir a situação.A líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), disse que Sarney é um dos que têm culpa pelos desmandos administrativos, mas "não pode ser o único responsabilizado".Aliados definiram a situação de Sarney ontem como extremamente delicada. Quem esteve com o senador disse que ele estava fragilizado e com dificuldades para articular sua própria defesa. No fim da tarde, o presidente do PSDB, senador Sergio Guerra (PE), classificou a crise de "monumental". "A grande tragédia é que não temos mais presidência da Casa."No início da noite, Sarney ganhou fôlego após uma intervenção dos tucanos no plenário, divulgando que haviam feito uma proposta ao presidente do Senado de se afastar do cargo e criar uma comissão formada por senadores para recuperar a imagem da Casa. Leia mais aqui.

“Você não devia ter feito isso...”

Por Marina Dutra
no Diário da Manhã

O vice-prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e o deputado estadual Mauro Rubem, ambos do PT, protagonizaram ontem pela manhã bate-boca na Câmara Municipal. O motivo – que chegou a fazer com que o vice-prefeito alterasse o tom de voz e apontasse o dedo em riste em direção ao parlamentar – foi a manifestação do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindisaúde), encabeçada por Mauro, durante solenidade de posse do reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Paulo César Pereira. A manifestação seria iniciada no Paço Municipal, mas os servidores, ao serem informados que o prefeito estaria na Câmara, se deslocaram à Casa com o intuito de sensibilizar o peemedebista a recebê-los em seu gabinete. Os servidores argumentam que há cinco anos a prefeitura não realiza a reposição salarial. Além do Sindisaúde, mais três sindicatos também reivindicam a equiparação salarial com o Estado e reposição da data-base. Enquanto a solenidade acontecia no auditório Jaime Câmara, os servidores, reunidos com o parlamentar, foram impedidos pelos policiais de entrarem na Câmara. Uma servidora disse que o deputado chegou a pegar o microfone e, em tom de repúdio, dizia que a Casa era do povo. Após uns minutos, o vereador Henrique Arantes (PTB) solicitou que os policiais liberassem o portão. Dentro do auditório, o parlamentar e o vereador, vestidos com colete preto com a seguinte frase impressa: “Sr. Prefeito, discriminação é crime”, presenciaram a solenidade e o discurso do peemedebista. Após o evento, o clima entre o parlamentar e o vice-prefeito esquentou.De acordo com assessores presentes ao evento, o deputado subiu no palco onde as autoridades estavam, e, após trocar algumas palavras com o peemedebista, o vice-prefeito, visivelmente irritado, disse que já tinha conversado no dia anterior com Mauro para que os servidores aguardassem a audiência com Iris. Leia mais aqui.

terça-feira, 30 de junho de 2009

O PT vai de Renan e de Sarney

E o PT defende José Sarney... Quem diria? Alguém imaginaria isso? Pois é verdade. A senadora petista Ideli Salvatti defendeu a carcaça da ditadura hoje na tribuna do Senado. O que está vindo a público é coisa que tem muito tempo, não é nada recente, é muito antigo. E tudo tem muitas mãos, tem a participação de muitos. É o que os petistas andam dizendo desde que eles e seus aliados são flagrados comentendo alguma irregularidade. "Isso sempre foi assim". No tempo em que o PT se dizia puro não admitiriam que um político envolvido em corrupção dissesse que, no Brasil, nada é recente, é muito antigo.

Lula e as ditaduras

Vi no Jornal Nacional de hoje Lula sendo confrontado com uma pergunta: como pode pedir democracia em Honduras se ele visita um ditador africano? Era visível a irritação do Apedeuta. Pois é... O PT condena o golpe hondurenho, mas apóia uma ditadura africana e outra cubana. Isso sim é que é coerência!

Chávez é o verdadeiro golpista

Vejam esta reportagem assinada por Cristiano Dias e publicada no Estadão de hoje:

Uma aliança com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, oferece um claro benefício imediato: a entrada de recursos provenientes do petróleo. O bolivarianismo também põe à disposição de seus seguidores uma cartilha sobre como se manter no poder. Mas um pacto com Chávez traz também uma contraindicação: reacende a oposição contra os devotos do chavismo.

Com os EUA atolados em duas guerras e distantes de seus vizinhos de continente, a válvula de escape para os governos da América Central nos últimos anos foi o presidente da Venezuela. Com o petróleo perto de US$ 150 o barril, em julho de 2008, Chávez oferecia recursos em troca de influência.

Para quem estava com o pires na mão, como o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, a aliança com Chávez foi uma saída pragmática. "Zelaya nunca foi um líder de esquerda. Ele é um político de direita que fez uma aliança de ocasião com Chávez", disse ao Estado Marco Antonio Villa, professor de História da Universidade Federal de São Carlos. "Mas o pavor da elite política hondurenha de que o país repetisse a trajetória bolivariana de outros países desestabilizou Zelaya."

Assim como em Honduras, a influência de Chávez virou munição para opositores em outros países da região. Na Argentina, Cristina Kirchner virou alvo dos adversários por causa de uma mala com US$ 800 mil que teria sido enviada por Chávez.

No Equador, Rafael Correa foi acusado de emular o guru venezuelano ao perseguir a imprensa e expulsar os EUA da Base Aérea de Manta. Na Bolívia, Evo Morales nacionalizou empresas, escreveu uma nova Constituição e transformou o antichavismo em bandeira da oposição boliviana.

Prejuízo maior, porém, teve Ollanta Humala, candidato presidencial derrotado no Peru, em 2006. Humala foi apoiado por Chávez, fato que foi explorado por Alan García, que venceu as eleições.

O Chapolin Bolivariano é o verdadeiro golpista. Ele não respeita a Lei! Ele quer rasgar constituições para implantar o maldito bolivarianismo na América Latina. Ele interfere em governos! Hugo Chávez sim é um mal para a América Latina. Ele é o maior golpista! Manuel Zelaya tentou fazer o que os amiguinhos do Chapolin Bolivariano estavam fazendo e se deu mal. Tentou passar por cima do Congresso e da Suprema Corte.

Chega de Bolivarianismo!
A América Latina precisa de democracia, da lei, da ordem!

E agora, DEMO?

O Democratas vai decidir hoje se continua ou não apoiando José Sarney. Apoiar Sarney? Pois é, tem gente que quer, que gosta, que precisa. Se o DEMO decidir pelo apoio à Sarney será um grande erro. Irá assinar embaixo todas as lambanças que a carcaça da ditadura está fazendo. E agora, DEMO? Só depende de você.

Peleguinhos em ação - Evento da Petrobrás vira ato contra criação de CPI

Por Nicola Pamplona
no Estadão

A Petrobrás transformou o lançamento de seu balanço social, ontem, em ato de defesa da política de patrocínios da companhia, um dos temas que serão investigados pela CPI do Senado. A palavra "transparência" foi a tônica dos discursos feitos por executivos da estatal. Para o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, a cobrança da imprensa sobre os patrocínios da empresa é "injusta". Ele recebeu duras críticas no Senado pelo tom de entrevista publicada no Estado no domingo, na qual reclamou da atuação da imprensa nas últimas semanas. A entrevista teve grande repercussão no blog da Petrobrás, onde foi publicada na íntegra, conforme política adotada pela estatal desde o último dia 2. Até o início da noite de ontem, o post com a entrevista tinha 65 comentários. A estatal cita casos de repercussão internacional das declarações, divulgadas pelas agências de notícias Ansa e United Press. Leia mais aqui.

Senador que "gerencia" a crise emprega lobista de convênios

Por Fábio Zanini
na Folha

Primeiro-secretário do Senado, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) emprega um assessor que também faz lobby por uma empresa especializada em intermediar convênios de prefeituras do Piauí com a União.Com a crise, Heráclito assumiu funções que antes eram exclusivas do presidente do Senado, como exonerar e nomear diretores, e virou uma espécie de "gerente da crise" ao indicar nomes para as comissões que investigam servidores. Sua assessoria inclui também uma cunhada do ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, nomeada há dois meses.Alcides Gomes Muniz Filho, assessor do gabinete pessoal de Heráclito desde 2003, já representou a Planacon Planejamento e Assessoria de Projetos Técnicos, de Teresina (PI), pelo menos três vezes em Brasília -como ele próprio admite.A última vez foi em 13 de fevereiro, na sede da Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco, no ato de entrega das propostas para uma concorrência de saneamento. Documento da Codevasf diz que, naquele dia, a Planacon foi "representada" por Muniz.Fundada há cinco anos, a empresa registra "crescimento astronômico", diz seu site: seus contratos com o governo federal subiram de R$ 153 mil em 2005 para R$ 1,89 milhão nos seis primeiros meses do ano. Leia mais aqui.

Neto de Sarney também vendeu seguros para servidores do Senado

Por Rodrigo Rangel e Leandro Colon
no Estadão

A Sarcris Consultoria - empresa de José Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - também atuou na venda de seguro de vida para servidores da instituição, além de intermediar empréstimos consignados. As vendas eram feitas em parceria com o Grupo MBM, empresa sediada no Rio Grande do Sul com negócios na área de seguros e previdência privada.Ontem, o gerente do escritório da MBM em Brasília, Roberto Toledo, confirmou a parceria informal com a Sarcris. "Quando o servidor fazia o empréstimo, era oferecido a ele fazer o seguro da MBM", afirmou, em entrevista gravada.Segundo Toledo, a estratégia era aproveitar a oferta de empréstimos consignados aos servidores - principal ramo de atuação da Sarcris - para também vender seguro de vida. "Mas, veja bem, não fazíamos venda casada (o que é proibido por lei)", apressou-se a dizer.O gerente da MBM disse que a Sarcris foi indicada à sua empresa pelo HSBC, banco que, segundo o próprio José Adriano Sarney, era um de seus principais parceiros no negócio do crédito consignado no Congresso. Toledo relatou que "a Sarcris, por ser (representante) do HSBC, foi indicada para fazer a comercialização (dos seguros de vida)". Ele afirmou que seu contato na Sarcris era o próprio José Adriano, 29 anos, filho do deputado Sarney Filho (PV-MA). "Eu falava com o Adriano e com um outro rapaz, um funcionário que ficava no Senado fazendo os empréstimos." O gerente disse ignorar o parentesco entre José Adriano e o presidente do Senado. "Nunca soube disso." Leia mais aqui.

Líder do PSDB pede saída de Sarney, que se apoia no DEM

Por Valdo Cruz, Andreza Matais e Adriano Ceolin
na Folha

Em mais um dia de pressões para deixar o cargo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), desencadeou ontem, ao enviar carta aos 80 senadores, uma estratégia destinada sobretudo a manter o apoio do DEM, fundamental para garantir a sua sobrevivência no comando da Casa.Já o líder tucano Arthur Virgílio (AM) enviou ao Conselho de Ética da Casa uma lista com 18 acusações divulgadas na imprensa contra Sarney para que sejam investigadas. O PSOL anunciou que ingressa hoje com representação por quebra de decoro parlamentar por causa dos atos secretos.Só a Mesa Diretora e partidos com representação no Congresso podem pedir abertura de processo no Conselho de Ética -quenão está funcionando porque o PSDB e o PMDB ainda não indicaram seus representantes para o órgão.Virgílio, também sob pressão por ter recebido um empréstimo do ex-diretor-geral Agaciel Maia, disse que Sarney perdeu as "condições morais" para permanecer no cargo.Sarney foi avisado por amigos no DEM de que o partido precisa de um bom argumento -ou seja, explicações sobre a empresa de seu neto e o crédito consignado- para evitar que seus senadores comecem a engrossar o coro que pede ao menos sua licença do cargo.Daí a decisão de distribuir a carta com esclarecimentos sobre a atuação da empresa de seu neto José Adriano Sarney, destacando que ela havia sido descredenciada para operar com crédito consignado na Casa quando assumiu a presidência. Informou ainda ter pedido à Polícia Federal investigações sobre todas as operações de crédito consignado.A preocupação de Sarney com o apoio do DEM começou na semana passada, quando democratas como Demóstenes Torres (GO) passaram a criticá-lo publicamente. Hoje a bancada de 14 senadores democratas vai se reunir para discutir a situação do peemedebista. Leia mais aqui.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Eu pensei que só Bush fosse o "presidente da guerra"

Viajei neste final de semana. Abri os sites dos jornais de hoje para fazer a tradicional seleção aqui para o blog e me deparo com a notícia sobre o golpe de estado em Honduras. Achei interessante a reação do Bufão de Caracas. O Chapolin Bolivariano é aliado do presidente deposto e já disse que vai colocar as Forças Armadas da Venzuela (que ele pensa ser dele) de prontidão e entrar em guerra contra Honduras se for preciso. Pois é... Aí eu lembrei de George W. Bush. Lembro que ele concedeu uma entrevista e disse que era o "presidente da guerra". Bush deve estar no seu rancho na Flórida. Chávez continua atrasando a Venzuela. Com Bush fora do jogo, o Bufão de Caracas é o mais novo "presidente da guerra". Será que algum vermelhinho vai tentar proteger o povo hondurenho contra uma ação militar bolivariana?

Empréstimos de Agaciel a senadores ampliam crise

Na Folha

Ameaças do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia de revelar empréstimos concedidos a senadores e definições de aliados sobre o apoio ao presidente José Sarney (PMDB-AP) vão contaminar ainda mais a crise na Casa numa semana que será decisiva para os dois.Principal crítico de ambos desde o início da crise, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), terá de explicar um empréstimo que recebeu de Agaciel. As bancadas tucana e do DEM vão decidir amanhã se pedem o afastamento de Sarney do cargo.Subchefe do gabinete de Virgílio, Carlos Homero Vieira Nina confirmou ontem que pediu dinheiro a Agaciel para ajudar o líder tucano a pagar uma conta de hotel em Paris, em 2003, conforme revelou a revista "IstoÉ" deste final de semana."O Arthur estava com um problema no cartão de crédito. Era fim de semana, então eu procurei o Agaciel, que é, ou era, um grande amigo meu", disse Nina à Folha. "Podem ter sido uns R$ 10 mil, mas não eram US$ 10 mil [como informou a revista]", completou.De acordo com a revista, o dinheiro não foi pago. O assessor do líder tucano nega. "Eu fiz uma vaquinha e paguei na mesma semana", disse. Vieira Nina não soube precisar se avisou o senador que o dinheiro depositado na conta dele era de Agaciel. "Não lembro, mas imagino que eu tenha dito sim."Vieira Nina também admitiu que três filhos seus foram funcionários do gabinete do tucano. Virgílio afirmou que irá representar contra si próprio no Conselho de Ética.A Folha apurou que outros senadores também já tomaram empréstimos de Agaciel. Apesar de dizer publicamente que não ameaça e não chantageia ninguém, o ex-diretor tem enviado recados por interlocutores que poderá começar a revelar outros casos parecidos com o do líder do PSDB. Leia mais aqui.

Ex-militantes do MST coordenam núcleos do Incra

Por Roldão Arruda e José Maria Tomazella
no Estadão

Os três coordenadores dos núcleos de apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Pontal do Paranapanema, região que concentra o maior número de assentamentos rurais no Estado de São Paulo, são ex-militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e já exerceram funções na Cocamp - cooperativa do MST cujo nome é citado em inquéritos policiais e processos sobre mau uso de dinheiro público. Os salários dos três não são pagos diretamente pelo Incra, mas pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), instituição sem fins lucrativos situada no centro de uma pesada polêmica que vem sendo travada entre a direção do Incra em São Paulo e entidades de representação dos funcionários da casa. Leia mais aqui.

Chapolin Bolivariano quer guerra

No Estadão

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou ontem que colocou as Forças Armadas de seu país em alerta por causa do golpe que derrubou o presidente de Honduras, José Manuel Zelaya. Em seu programa Alô, Presidente!, Chávez ameaçou entrar em guerra com Honduras se a Embaixada de seu país em Tegucigalpa for invadida e disse que não reconhecerá outro presidente hondurenho que não seja Zelaya.O venezuelano não entrou em detalhes sobre quais seriam suas ações militares, embora tenha afirmado ter informações de que os embaixadores da Venezuela e de Cuba tenham sido "sequestrados", assim como a chanceler de Honduras, Patrícia Rodas. "Estamos entrando em estado de guerra", disse. "Não podemos ficar de braços cruzados aqui."Zelaya e Chávez são aliados políticos. Honduras integra a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), idealizada por Chávez, que convocou para hoje uma reunião de emergência da Alba na Nicarágua. Zelaya partiu ontem a Manágua num avião cedido por Chávez. Ao chegar na Nicarágua, o venezuelano adiantou o tom da reunião: "Faremos o que tiver de ser feito para recolocá-lo no governo. Não permitiremos mais gorilas neste continente.""Estamos diante de um golpe troglodita contra um povo e seu presidente", completou Chávez. Leia mais aqui.

Golpe derruba presidente de Honduras

Por Fabiano Maisonave
na Folha

O presidente hondurenho, Manuel Zelaya, foi deposto ontem por forças militares no dia em que promovia uma consulta popular para respaldar uma nova Assembleia Constituinte. É o primeiro golpe de Estado no país desde 1981 e o primeiro na América Central desde o fim da Guerra Fria.A ação, condenada por Brasil, Venezuela e EUA, foi endossada pela maioria do Congresso, entre os quais a bancada do Partido Liberal de Zelaya.Zelaya foi detido enquanto dormia pouco antes das 6h, dentro da residência oficial. Pelo menos um segurança ficou ferido, segundo relatou à Folha o assessor presidencial Hernán Silva Baltodano.Em seguida, ainda vestindo pijamas, Zelaya embarcou para a Costa Rica, onde disse ter sido vítima de um "sequestro brutal, sem nenhuma justificativa" e pediu que o presidente americano, Barack Obama, não reconhecesse o "golpe".A ação militar teve o respaldo da maioria do Congresso, que, em sessão extraordinária, apresentou uma suposta carta de renúncia de Zelaya com a data do dia 25, quinta-feira. O texto, lido em plenária, afirma que a renúncia tem como objetivo "sanar as feridas do ambiente sociopolítico".Em seguida, os deputados presentes (o Legislativo é unicameral) aprovaram por unanimidade a nomeação do presidente da Casa, o também liberal Roberto Micheletti, como mandatário interino.A maior parte da sessão foi transmitida em cadeia nacional de rádio e TV. Durante a posse, os canais a cabo, tanto nacionais quanto estrangeiros, ficaram fora do ar.Em sua primeira entrevista, Micheletti decretou toque de recolher por 48 horas, a partir das 21h locais. Ele negou que o Exército tenha dado um golpe. Segundo o presidente aclamado, os militares "cumpriram uma ordem judicial", já que Zelaya estava "violando as leis". Leia mais aqui.