sábado, 10 de julho de 2010

Lily e Dilma

Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, ofereceu um almoço para Dilma Russeff ontem. Será que a Rede Globo vai apoiar Dilma nestas eleições? Se José Serra fosse recebido pela viúva de Roberto Marinho aí sim estariam explícitas as intenções da Rede Globo para as eleições de outubro. Como a convidada foi Dilma não tem problema, não é mesmo?

"Robben, a ilha e o jogador" por Diogo Mainardi

A ilha Robben. Nelson Mandela passou duas décadas preso na Ilha Robben. O regime do apartheid tinha ali sua mais temida cadeia. E quem foi o mais temido protagonista da Copa do Mundo na terra de Nelson Mandela? Isto mesmo: Robben, o camisa 11 do time da Holanda, o ponta-direita repetidamente chutado por Michel Bastos e pisoteado por Felipe Melo.

Robben é branco. Van Bommel é branco. Sneijder é branco. Iniesta é branco. Casillas é branco. Villa é branco. De acordo com a Lei de Registro Populacional, promulgada pelo regime do apartheid, os finalistas da Copa do Mundo, Holanda e Espanha, foram escalados da seguinte maneira:

Holanda (4-2-1-3) – Branco; coloured, branco, branco e branco; coloured e branco; branco; branco, branco e branco. Técnico: branco.

Espanha (4-4-2) – Branco; branco, branco, branco e branco; branco, branco, branco e branco; branco e branco. Técnico: branco.

A última final de Copa do Mundo com tantos jogadores brancos ocorreu quando Nelson Mandela ainda estava preso na Ilha Robben. Só o vestiário de um campo de críquete, nos tempos do regime racista, poderia igualar-se ao vestiário do estádio de Johannesburgo, na final desta Copa do Mundo.

Além de ser branco e de ter o nome de uma temida cadeia do regime do apartheid, Robben jogou com aquele seu uniforme laranja. O laranja, da casa real holandesa, era a cor dos colonos bôeres. Trata-se de mais um símbolo do passado segregacionista encarnado por Robben. A arquibancada do estádio de Johannesburgo, com todos os torcedores vestidos de laranja, evocava o Estado Livre de Orange.

Os holandeses chegaram à Cidade do Cabo em meados do século XVII, com a Companhia das Índias Orientais. Eles ocuparam o território, disseminaram a escravatura, massacraram os zulus, combateram os ingleses, apoiaram os nazistas e, finalmente, segregaram os negros durante o apartheid. Quase 400 anos antes da canhotinha de Robben, os holandeses já eram temidos protagonistas naquele lugar.

Da Ilha Robben a Robben, porém, tudo mudou. A memória do apartheid só permaneceu como instrumento de poder do partido de Nelson Mandela, o CNA. Em vez de ser usado, como no passado, para segregar os negros em guetos nefandos, atualmente ele é usado apenas para tentar acobertar as nefandezas cometidas pelos mandatários do CNA, como o presidente Jacob Zuma, um dos antigos prisioneiros da Ilha Robben.

Se, depois de sair da Ilha Robben, Nelson Mandela derrotou o fanatismo racista, Robben, com seus dribles, deu um passo adiante, ridicularizando o fanatismo politicamente correto e a propaganda multirracial. O temido protagonista do time da Holanda fundou, com sua canhotinha, o Estado Livre de Robben.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Foi ele!

Dunga? Felipe Melo? Júlio César? Que nada! Quem deveria responder pela derrota da seleção brasilera seria o presidente da CBF Ricardo Teixeira. Você já execrou ele hoje? Você já o xingou depois da lavada que a Holanda deu na gente na sexta passada? Pois está mais do que na hora de começar a fazer isso.
Ricardo Teixeira é o manda chuva do futebol brasileiro. Se Dunga fez o que fez Ricardo Teixeira autorizou. Se Dunga foi escolhido depois do vexame da Copa de 2006 a culpa é dele. Se Ricardo Teixeira fosse uma pessoa séria explicaria à nação brasileira que os planos que ele traçou desde julho de 2006 não deram certo. Seria ele quem daria a cara a tapa depois da partida de sexta. Mas Teixeira ainda está na África do Sul e não assumiu sua parcela de culpa. Ele não vê a hora desta Copa acabar e receber o bastão para a Copa seguinte que será disputada aqui no Brasil.
É nítida a despreocupação do presidente da CBF com a seleção. Ele está mais preocupado é com o seu poder que vai aumentar ainda mais quando o Mundial da África do Sul acabar. Aí o negócio vai ser com ele. Para que queimar a cabeça agora com o próximo técnico se o Brasil não vai disputar as eliminatórias? Copa América? Copa das Confederações? Talvez esta última esteja nos seus planos já que sua realização se dará um ano antes da abertura do Mundial de 2014. Claro que Ricardo Teixeira quer mostrar na Copa das Confederações de 2013 que tudo está bonitinho para o ano seguinte. Quer "calar a boca dos críticos".
Felipe Melo já começou a ser execrado desde o apito final do juiz no jogo do Brasil contra a Holanda. Mas ele não é o único que merece ir para a forca. Quem mereceria a corda especial é Ricardo Teixeira já que ele é o presidente da CBF e o maior manda chuva do futebol brasileiro.
O culpado foi ele! Dunga escreveu uma carta aberta ao presidente da CBF confirmando tudo isso que escrevi aí acima. O ex-técnico cumpriu a risca o que Ricardo Teixeira mandou. Se os planos naufragaram caberia ao presidente da CBF responder por isso. Mas é melhor deixá-lo de lado, não é mesmo? É mais gostoso e mais engraçado mandar o Galvão Bueno calar a boca do que colocar o dedo na ferida e fazer um curativo. Agora já não é mais a África do Sul que é logo ali. É o Brasil. E quando esta Copa acabar Ricardo Teixeira vai ter tanto poder em suas mãos que vai acabar convencendo a gente a apagar 2006 e 2010 e só pensar em 2014. É só o começo, pessoal! Aí vem mais. Ninguém vai segurar Ricardo Teixeira.