terça-feira, 4 de novembro de 2008

Meirelles, plano B de Lula

Por Cristiane Lima
no Diário da Manhã

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pode estar fora dos planos de sucessão do presidente Lula (PT) em 2010. Em seu lugar, o presidente já estaria planejando lançar o goiano Henrique Meirelles como candidato. Lula até já estaria dizendo pelos bastidores que suas opções para a disputa não são restritas e que o presidente do Banco Central poderia ser uma das cartas na manga. Mesmo sem confirmação, a sugestão do presidente é bem vista por lideranças do Estado de Goiás.Até o mês passado, pouco dias após as eleições municipais, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que Dilma Rousseff era a candidata certa do presidente. Disse que Dilma era uma boa escolha e que esta poderia fazer boa campanha. O presidente, no entanto, apontou novas possibilidades com a declaração nessa semana de que "poderia dar um nó" na cabeça dos que pensam que seu arsenal de possibilidades se esgotava no nome de Dilma, publicada na revista Veja.Cotada como pré-candidata a suceder Lula no comando do País, Dilma Rousseff é economista filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi a primeira mulher no País a ser nomeada ministra da Casa Civil, cargo que exerce desde 2005. Apesar de ser um nome de peso para a disputa presidencial, lideranças goianas acreditam que Meirelles seria a melhor opção. Até um dos oposicionistas mais ferrenhos do governo Lula, deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) disse que esta é a primeira vez que o presidente tem uma opinião que concorda. "Para mim essa é a primeira vez que estou vendo o presidente Lula ter uma opinião sensata", disse.O deputado federal Rubens Otoni (PT) diz que Meirelles poderia fazer bom trabalho à frente do País, mas acredita que Goiás deveria ser a escolha do presidente do Banco Central, caso tivesse que optar. Otoni diz que passadas as eleições municipais, já era esperado o início das especulações. Diz que, em primeiro lugar, Meirelles precisa definir se participa ou não da disputa em 2010. Seja governo do Estado, Senado ou presidência, diz acreditar que o conterrâneo fará bom trabalho.Já Sandro Mabel (PR) diz que Meirelles, caso se lance candidato com o apoio do presidente, vai precisar melhorar sua articulação no meio político. "Fora isso, tenho certeza de que Meirelles será bom governante. Basta olhar o que ele já vem fazendo à frente do Banco Central", disse. Sobre Dilma, Mabel disse que esta também poderia ter bom desempenho nas urnas com uma assessoria política adequada. "Assim como Meirelles, é boa na administração, mas precisa aprender articular. Ela passou de uma pouco conhecida à mulher de confiança do governo federal. Ela pode ser boa candidata".O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Paulo Afonso Ferreira, apóia a idéia sugerida pelo presidente. "Acredito que Meirelles tem competência para qualquer função. Vejo que, com engajamento político, Meirelles poderá ser ótimo governante. Ele tem boa visão administrativa e econômica. Com apoio político será muito bom para Goiás e para o Brasil", disse. O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mario Schreiner, diz que não pode opinar porque ainda não avaliou os atributos políticos de Meirelles. Mas acredita que, como tem conduzido bem a economia brasileira, poderá ser bom administrador nacional.
Apoio
Apesar da desconversa de Meirelles sobre a disputa em 2010, é quase certa a presença do ex-tucano nas urnas. Caso decida concorrer em Goiás, poderá ter como adversário o senador Marconi Perillo (PSDB), ex-companheiro de partido. Rubens Otoni, apontado como o "homem do presidente Lula em Goiás", diz que não há nada certo sobre a decisão de participar das eleições daqui a dois anos. Segundo ele, as articulações estão acontecendo, mas nada foi confirmado por Meirelles ou pelo presidente. "As especulações são naturais e não desgastam a imagem dele (Meirelles). Independente de ser candidato ao governo de Goiás, ao Senado ou à presidência, ele terá o apoio de Lula".

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