sábado, 27 de outubro de 2007

Tudo contra (mais ou menos)

O Santos vai goleando o Goiás. Acaba de sair o terceiro gol santista. Enquanto o Vila Nova está quase subindo para a Série B o Goiás lutando para ser rebaixado.
Ainda bem que o Atlético Paranaense empatou com o Cruzeiro. No fim do túnel ainda brilha uma luz. Será a luz dourada do título para o São Paulo? Tudo contra (mais ou menos)

Tudo contra

Eu já queria comemorar o título do São Paulo amanhã (claro, logo após a vitória sobre o Sport em Recife), mas parece que não será amanhã a definição do penta. Intervalo nos jogos de hoje. Na Vila Belmiro, o Santos e o Goiás não fizeram nenhum gol no primeiro tempo. Lá no Mineirão, o Cruzeiro está ganhando do Atlético-PR por 1x0. O pontinho do Santos e os três do Cruzeiro não deixam o São Paulo ser campeão amanhã. Ah, tem o jogo do Vasco contra o Palmeiras lá em São Januário. Olha, o Vasco é o meu quarto time. O segundo é o Goiás e o terceiro o Atlético Paranaense. Tudo contra para que o São Paulo seja campeão amanhã... Tudo contra meu primeiro time. Engraçado, meu primeiro time nunca mexe na tabela: sempre está em primeiro!

Quer polêmica em Goiás? Mexa com Marconi Perillo

Se você quiser provocar alguma polêmica aqui em Goiás é bem simples: mexa com Marconi Perillo. Se você questionar alguma coisa sobre o ex-governador e senador goiano pode ter certeza que os marconistas de plantão vão escrever colunas e mais colunas defendendo o dono do PSDB aqui em Goiás.
Marconi vem a tona não pelo dossiê que Renan Canalheiros estava montando contra o senador tucano e o outro senador goiano Demóstenes Torres. A polêmica que envolve Marconi se baseia na ação que o Ministério Público Federal de Goiás está movendo contra a exclusividade que a Faculdade Alves Faria (Alfa) está concedendo ao senador e sua esposa Valéria para fazerem o curso de Direito em horário especial. Segundo o MPF, a faculdade está desprestigiando os outros alunos e dando certos privilégios à Marconi. Pronto! A ação do MPF foi a gota d’água para os marconistas colocarem a boca no trombone (ou os dedos no teclado). “Marconi não pode estudar?” Que país é esse que impede um político de alto nível como Marconi de estudar?” Vixemaria! É só ler os artigos nos jornais daqui de Goiás que você terá uma idéia da ira dos marconistas contra aqueles que desejam impedir Marconi de estudar.
Só achei interessante uma coisa: os marconistas da imprensa goiana não falaram nada quando a Universidade Federal de Goiás autorizou criar cursos exclusivos para os militantes do MST. Por que será? Já imaginou se a UFG abrisse um curso exclusivo para os filhos dos integrantes da UDR (União Democrática Ruralista), ou se um fazendeiro tivesse horários especiais para finalizar o seu curso superior, o que a esquerda brasileira falaria?
Aqui no blog eu já comentei este assunto. Para mim, se Marconi quiser realmente mostrar que não está sendo beneficiado e que está fazendo o curso de Direito com suas próprias pernas, que mostre seu boletim, suas notas, seu histórico escolar.
O problema em questão não é impedir que Marconi estude. O problema é que o privilégio não se restringe apenas ao senador, mas para “movimentos sociais” que também fazem cursos exclusivos para si em instituições de ensino superior público.
Outra coisa: parece que nos dias de hoje, questionar político virou pecado. Quem questiona algum ato de algum político virou golpista. Político tem mais é que viver sob vigilância, sob pressão. É um sujeito público, que recebe e mexe com dinheiro público. Precisa de toda fiscalização possível. O que não vale é lambeção de botas e puxasaquismo disfarçado de defesa da educação.
Se Marconi é incomodado com esta ação do MPF, que seja incomodado o MST que goza de privilégios na Universidade Federal de Goiás. Afinal, todo mundo é igual, não é verdade?
Por favor, sem essa lambeção de bota, esse puxasaquismo, essa defesa incondicional de Marconi Perillo. Político tem que ser incomodado, fiscalizado, criticado. E “movimento social” não pode ter nenhum tipo de privilégio. Afinal, não são eles mesmos que cobram tanta igualdade no mundo?

Reduzir o número de comissionados? Escuto isso desde janeiro

Se a reforma do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, for cortar o pessoal, reduzir o número de servidores comissionados eu não sei se essa reforma vai pra frente. Ouço este negócio de corte no número do pessoal indicado por político há muito tempo. Para ser mais preciso desde janeiro deste ano que Cidinho fala em reduzir o número de servidores comissionados.

Viva com mais energia! Não beba leite todo dia!

Nos últimos meses a televisão goiana foi assolada por várias propagandas recomendando o consumo de leite. O lema da campanha publicitária era: “Viva com mais energia! Beba leite todo dia!” Mas, as denúncias de que o leite que seria incentivado a ser consumido não estaria lá em boas condições. Foram encontrados de soda cáustica até coliformes fecais. A edição de hoje do jornal Hoje traz uma reportagem falando que, das 17 marcas de leite denunciadas pelo PROCON, 14 são produzidas aqui em Goiás.
Parei de beber leite faz um tempo. Adorava beber leite com café. Bebia por vontade própria e não porque a ex-bbb Graziella Massafera mandava a gente beber naquela propaganda. Aliás, alguém avisou pra ela que o leite que ela dizia ser bom não é tão bom assim?
Agora eu só bebo Coca Cola. Coca Light ou Coca Zero. Eu sempre falo para os meus amigos beberrões: “Eu gosto das loiras, mas eu prefiro as morenas”.
Então, meus amigos, não bebam leite até o caso ser solucionado. E fica a pergunta: Será que alguém avisou pra ex-bbb Graziella Massafera que o leite que ela disse que era “bão dimais, sô” tinha desde soda cáustica até coliformes fecais?
Acabei de beber mais um copo de Coca Cola. Assim termino este post: VIVA COM MAIS ENERGIA! NÃO BEBA LEITE TODO DIA!

Quem, eu? Eu não!

por Diego Escosteguy
na Veja desta semana

O caos deu novo sinal de vida nos aeroportos brasileiros na semana passada. Os passageiros que embarcaram em São Paulo e no Rio de Janeiro enfrentaram filas, cancelamentos de vôos e atrasos de até 24 horas. Tudo indica que, ao contrário das vezes anteriores, a principal causa da confusão foram as fortes chuvas que atingiram a Região Sudeste do país. Ainda assim, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não perdeu a oportunidade de apontar sua artilharia para o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. "A Anac continua naquela leniência que a caracteriza", disparou Jobim, insinuando que alguma coisa poderia ter sido feita para minimizar o sofrimento dos passageiros. Jobim é bom de conversa, tem-se mostrado excelente em performances, mas o seu rol de resultados é quase nulo. Há três meses, pressiona o presidente da Anac a deixar o cargo. Já escolheu até um substituto. Protegido pela imunidade das agências, Zuanazzi recusa-se a sair. Seu mandato só termina em 2011 e ele tem dito a assessores nas últimas semanas que renunciará quando conseguir provar ao presidente Lula que não é um dos responsáveis pela crise.
O presidente da Anac, curiosamente, parece ter-se fortalecido desde que Jobim assumiu o cargo de ministro. No ápice da confusão aérea, no fim do ano passado, Zuanazzi estava bem menos convicto do papel nulo na crise que agora se atribui. Na semana passada, VEJA teve acesso a uma mensagem eletrônica enviada por ele à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a quem Zuanazzi deve a indicação para presidir a agência de fiscalização. Redigida em um idioma muito parecido com o português, a mensagem foi enviada inadvertidamente a outros diretores da Anac no ano passado. Em seu trecho mais tenso, Zuanazzi coloca o cargo à disposição da ministra. Escreveu ele: "Dessa forma, na hora que te parecer oportuno, estou te disponibilizando o mandato de presidente da Anac. Se não achares necessário, fica a informação que estou seriamente repensando minha permanência na agência". Incomodado com sua situação, Zuanazzi se queixava do comportamento de Dilma. Revela que foi obrigado a ouvir calado "xingamentos" da ministra. "Em todo esse tempo, fiquei sempre com a sensação que me tratavas nem como chefe da Casa Civil e nem como amiga, e nem as duas coisas juntas. Teu tratamento ensejava como (sic) se eu fosse um 'devedor eterno' por ter sido indicado para presidir a Anac. Em nenhum momento senti qualquer proteção pela cumplicidade natural entre companheiros", escreveu o presidente da Anac.
Dilma Rousseff é a grande gerente do governo. Durante os piores momentos do apagão, ela entrou em choque em diversas ocasiões com Milton Zuanazzi, de quem cobrava uma ação mais rigorosa contra as companhias aéreas. Zuanazzi ouviu várias vezes em alto e bom som a opinião da ministra sobre seu desempenho. Não deve ter ouvido boas coisas, pois chegou a cogitar da renúncia coletiva da direção da Anac. Todos acabaram saindo, menos Zuanazzi. A pressão do ministro Jobim, paradoxalmente, parece ter-lhe dado energias para permanecer no cargo. Abandonado, ele se empenha em mostrar que a culpa pelo caos é do governo. Zuanazzi está montando um dossiê com as medidas – engavetadas – que ele sugeriu para debelar a crise. Enquanto isso, para muita gente ele continua sendo o rosto mais conhecido do caos aéreo. Na semana passada, segundo o colunista Ancelmo Gois, de O Globo, Zuanazzi era um dos passageiros do vôo da TAM 3887, que fazia a rota Brasília–Rio de Janeiro. Depois de esperar por uma hora para desembarcar, atraso justificado pela falta de escadas e ônibus, Zuanazzi foi abordado por um passageiro e, ainda de acordo com o colunista, travou-se o seguinte diálogo: "E aí, presidente, reclamamos com quem?". "Comigo é que não é. Vá ao juizado no aeroporto. Vá falar com a companhia!"

Pra quê tanto barulho


Ontem, Íris Rezende foi homenageado na Assembléia Legislativa. Quem propôs a homenagem? O deputado estadual José Nelton, que é do PMDB, mesmo partido de Íris. Dizem que Íris chorou na solenidade. Será que foi este o ingrediente que tornou a homenagem cheia de encanto e alegria? Só os lambe-botas de Íris estavam presentes. Não sei pra que tanto barulho para uma homenagem sugerida por um deputado peemedebista para um prefeito também peemedebista. Se quiserem que Íris chore mais é só chamar Gugu Liberato para a próxima solenidade. Além de entregar uma outra placa à Íris, Gugu é craque em fazer as pessoas chorarem de emoção e levar o Ibope nas alturas. Aliás, ano que vem o Ibope será muito importante para Íris Rezende.

Segunda feira?

Tem gente que acredita que o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, vai apresentar a sua reforma administrativa na segunda feira. Fico imaginando ele e sua equipe neste final de semana, todo mundo sentado numa mesa, com um monte de papel na frente de cada secretário (os nomeados, é claro, porque o quadro de secretários de Cidinho está incompleto) tentando colocar os itens da reforma.
Segundo Cidinho a reforma vai ser apresentada sem alarde. Com tanto silêncio, com tantas coisas obscuras deste governo é bem capaz da reforma ser anunciada e ninguém ficar sabendo. Ou a reforma não ser anunciada e ninguém também ficar sabendo.

E eu sou o Bozo


É até engraçado ver os tucanos criticarem alguma atitude do governo. No Estado de São Paulo de hoje (ver post abaixo) o PSDB criticou alguns lulistas bolivarianos que querem alterar a Constituição para que Lula possa disputar o terceiro mandato.
O senador tucano Arthur Virgílio disse: “Brincadeira tem hora”. Este mesmo senador almoçou com integrantes do governo na última quarta feira.
Ver o PSDB criticar o lulismo depois de um almoço com o ministro e terrorista Mantegamed parece piada. Vamos fazer o seguinte: O PSDB é um partido de oposição e eu sou o Bozo.

As lorotas do PSDB

por Cida Fontes
no Estado de São Paulo de hoje

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara, capitaneados pelo deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), lançaram um movimento em prol do terceiro mandato presidencial. Amigo de Lula desde a época em que liderava os metalúrgicos do ABC paulista, Devanir quer aproveitar a popularidade do presidente para estimular a realização de um plebiscito, juntamente com as eleições municipais de 2008, para que a população se manifeste sobre a questão.Paralelamente, o deputado Carlos Willian (PTC-MG) está consultando seus colegas sobre a possibilidade de coletar assinaturas para uma emenda constitucional estabelecendo o terceiro mandato. A proposta vai contra aquilo que o próprio Lula e o PT vêm reafirmando - a decisão de entregar a Presidência em 2010.Em diversas ocasiões, Lula disse claramente que é contra o terceiro mandato. Em entrevista ao Estado, publicada em 26 de agosto, afirmou que, “quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho”. E finalizou: “Não tem essa de o povo pedir. Meu mandato termina no dia 31 de dezembro de 2010. Passo a faixa para outro presidente da República em 1º de janeiro de 2011, e vou fazer meu coelhinho assado, que faz uns cinco anos que eu não faço.”O PSDB reagiu com indignação à proposta de Devanir, revelada ontem pelo Correio Braziliense, até mesmo fazendo associações com fatos ocorridos na Venezuela do presidente Hugo Chávez. “Brincadeira tem hora”, disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Posição semelhante foi manifestada pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que em novembro deve assumir a presidência do partido. “Esse chavismo já começa a prejudicar a relação e a convivência de forças políticas”, declarou. “É preocupante esta iniciativa que tem origem no partido de Lula, o PT, e em seus amigos”, destacou Guerra, referindo-se a Devanir. “Eu sempre desconfiei que esse pessoal não deseja entregar o governo de jeito nenhum”, completou, lembrando o dossiê Vedoin, que tentaria atingir candidatos tucanos na campanha eleitoral passada. “É bom lembrar que até hoje ninguém sabe de onde veio aquele dinheiro apreendido na véspera da eleição de 2006.”
GARANTIA
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), negou que o partido esteja por trás de qualquer iniciativa lançada pelos dois deputados para apoiar um eventual terceiro mandato para Lula. “O PT não discutiu e não há posição do PT em relação a isso”, garantiu.

A Venezuela começa a reagir

Editorial do Estado de São Paulo de hoje

O coronel Hugo Chávez dispõe de folgada maioria na Assembléia Nacional para aprovar a constituição de seus sonhos. Pode-se dar como certo que, dentro de uns poucos dias, estará sacramentada a reforma que implantará na Venezuela um regime que submeterá toda atividade política, econômica, social e cultural à vontade de um único homem. E, de fato, é esta a única finalidade da reforma feita sob medida por e para Hugo Chávez: dar tintas de legitimidade constitucional a uma ditadura.Mas também se pode dar como certo que Hugo Chávez já não conta com todo o apoio da sociedade venezuelana com que passou a contar desde a tentativa de golpe que o afastou do poder por 48 horas há quatro anos. O silêncio cívico que se seguiu às greves gerais e às gigantescas e quase diárias manifestações de rua que precederam a tentativa de golpe volta a ser rompido. Parcelas ponderáveis da população vão se dando conta de que o chavismo não é apenas mais uma moda populista ou uma alternativa legítima a muitas décadas de revezamento no poder de dois partidos que se haviam corrompido, mas, sim, é uma ameaça real e imediata às liberdades individuais e políticas. E não se deve estranhar essa percepção tardia. Chávez só chegou aonde chegou porque é um grande comunicador e um excelente organizador. Suas intermináveis arengas radiofônicas e sua eficiente máquina de relações públicas ajudaram a anestesiar o senso crítico de boa parte da população. Com igual eficiência, ele estruturou o “bolivarianismo” de forma a, simultaneamente, angariar apoios e a reprimir dissidências. O resultado é que cerca de 70% dos venezuelanos ou não sabem o que está sendo discutido na Assembléia ou não fazem idéia de quais serão as verdadeiras conseqüências da implantação do “socialismo do século 21”.Essa ignorância começa a diminuir, mas não por obra dos partidos de oposição ou do que restou dos carcomidos partidos tradicionais. A reação está vindo da sociedade organizada.A demonstração mais visível dessa reação, até agora, foi a marcha dos estudantes universitários pelas ruas de Caracas, na terça-feira. Mais de 20 mil jovens concentraram-se na Universidade Central da Venezuela e seguiram em passeata até a Assembléia Nacional. Seu objetivo não era pressionar o Legislativo a rejeitar o monstrengo constitucional - que já estava quase todo aprovado em terceira e última discussão -, mas pedir que o referendo convocado para o dia 2 de dezembro fosse adiado para 2 de fevereiro. Querem tempo para que a população possa se inteirar da letra, do espírito e das conseqüências do ato que transformará Chávez em ditador constitucional da Venezuela.A manifestação, autorizada pela municipalidade de Caracas e protegida pela Polícia Metropolitana, enfrentou durante todo o percurso a hostilidade de grupos de militantes chavistas. Foi interrompida momentaneamente pela repressão violenta da Guarda Nacional, mas não recuou. Finalmente, uma delegação de estudantes foi escoltada pela polícia até a Assembléia, onde entregaram o seu manifesto.No mesmo dia, as Academias Nacionais de Letras, História, Medicina, Ciências Sociais e Economia emitiram comunicado conjunto, afirmando que só se pode mudar os princípios fundamentais da constituição vigente através de uma Assembléia Constituinte. “O contrário constitui uma fraude constitucional.”O episcopado venezuelano também saiu a campo: “Um modelo de Estado socialista, marxista-leninista, estatista é contrário ao pensamento do libertador Simón Bolívar e também contrário à natureza do ser humano e à visão cristã do homem, porque estabelece o domínio absoluto do Estado sobre a pessoa. Experiências de outros países mostram que em tal sistema o Estado e seu governo se convertem em opressores das pessoas e da sociedade, restringem a liberdade pessoal e a expressão religiosa, e causam gravíssima deterioração da economia, produzindo pobreza generalizada.”A Assembléia Nacional, controlada por Chávez, aprovará a constituição liberticida. Mas as manifestações desta semana mostram que, daqui por diante, Chávez não poderá continuar fingindo de democracia. Só a repressão pela força policial-militar poderá evitar que seu reinado termine antes do que ele pretende.

"Modas para fazer frente ao ladrão", por Roberto Pompeu de Toledo

Uma recente reportagem do jornal New York Times mostrou como os designers de moda do Japão vêm contribuindo para aplacar entre os cidadãos e, principalmente, as cidadãs do país o medo do ladrão que crescentemente os domina. Um dos inventos é uma saia vermelha que, lisa por fora, sem nada que a distinga de uma banal saia comprida, se transforma numa falsa máquina de vender Coca-Cola. A saia é composta de várias camadas. Uma vez desdobrada pela portadora, e levada até a cabeça, revelará, do lado do avesso, o logotipo da Coca-Cola e demais imagens que identificam uma máquina de vender refrigerantes. O modo de acionar o engenho não requer prática nem habilidade. Cada vez que, numa rua, vir despontar um tipo suspeito, a usuária se recolherá a um canto, como Clark Kent quando quer virar Super-Homem, e se cobrirá com sua mágica saia. Lá permanecerá, imóvel, encostada à parede. O ladrão, a menos que esteja tomado do desejo de, bem naquele momento, beber uma Coca-Cola – o que, convenhamos, é uma hipótese remota –, passará sem desconfiar da presença de uma possível presa.
Não é brincadeira. Nem se trata, a saia criada pela estilista Aya Tsukioka, de 29 anos (o nome e a idade vão para amansar os incréus), do único produto do gênero. Há também a bolsa que se transforma numa dessas tampas de ferro que, nas ruas, dão acesso aos encanamentos e à fiação subterrânea das cidades. A bolsa, redonda, chata e cinzenta, é uma exata imitação desse tipo de tampa. Vai sua portadora pela rua quando vê despontar o suspeito. Numa manobra rápida e discreta, ela joga a bolsa no chão. Claro que não poderá andar com a bolsa estufada de objetos, sob pena de a suposta tampa exibir uma suspeita protuberância. Ao contrário da maioria das mulheres, terá de ser contida, e não levar senão uma magra carteira e outros poucos e delgados itens.
Outro artefato ainda, este para uso das crianças, é uma mochila escolar que, virada pelo avesso, ganha a aparência de extintor de incêndio. O surto de criações destinadas a espantar o ladrão mostra que os japoneses andam preocupados – e isso num país que, segundo nota a reportagem do New York Times, apresenta índices de criminalidade sete vezes mais baixos do que os dos Estados Unidos. Se é assim com relação aos EUA, quanto será com relação ao Brasil? Nem é bom saber. O Brasil, sim, necessitaria de engenhos semelhantes. Que forma poderiam assumir por aqui?
Está afastada a hipótese de simplesmente importarmos os modelos japoneses. São raras, no Brasil, as máquinas de vender refrigerantes, e mais raro ainda é encontrá-las nas ruas. Isso não ocorre por acaso. Ao relento, elas só sobreviveriam umas poucas horas aos ladrões que lhes levariam as moedas e aos vândalos que as depenariam até o último fiapo da carcaça. Usar um tal disfarce, em nosso país, traria risco maior do que apresentar-se de peito aberto ao ladrão. As tampas de rua, por sua vez, nas cidades brasileiras costumam ser alvo dos ladrões, para venda no ferro-velho. O ladrão, por aqui, se sentiria atraído pela tampa. Ao descobrir que se tratava de uma simples bolsa, ele se sentiria logrado e, localizando o autor do embuste, o atacaria com redobrada fúria.
É preciso buscar soluções ajustadas à realidade brasileira. Se aqui faltam máquinas de vender refrigerantes, não faltam postos de gasolina. A saia poderia disfarçar a portadora numa bomba da Shell. Outra coisa que não falta no Brasil são farmácias. Para grupos de mulheres, a sugestão é que usem saias, cada uma imitando uma parte da fachada de um desses estabelecimentos. À aproximação do ladrão, elas se juntariam umas às outras e, como peças que se complementam, se fingiriam de farmácia. A menos que o ladrão, atormentado pela dor de cabeça, esteja justamente em busca de um analgésico ou, pior, venha com o plano de assaltar o caixa da farmácia – ambas hipóteses que, convenhamos, só se confirmariam em caso de muito azar –, estariam a salvo. Quanto à bolsa, se fabricada com esmero, para dar ilusão de profundidade, imitaria, em vez de tampa, um buraco. Jogada ao chão, ela se integraria sem susto à paisagem de nossas ruas.
Muitas outras sugestões podem ser apresentadas. Uma é a máscara de Luciano Huck. O fato de todo ladrão, no Brasil, saber que ele já perdeu seu Rolex é garantia de que o usuário não seria importunado. Outra é um disfarce do deputado ou senador à frente do escândalo do momento. Seja de humilhação, diante do concorrente imbatível, seja para proteger seus próprios valores, ao ladrão só restaria fugir. Outra ainda é uma capa que, desdobrada, faria do portador uma exata reprodução do ministro Nelson Jobim em farda de camuflagem. O produto estaria disponível em três versões, correspondentes ao grau de ameaça que se deseje impingir ao ladrão: o ministro só de farda, de farda e segurando um macaco e de farda e segurando uma sucuri. Idéias não faltam, nem faltarão outras, melhores. Os estilistas do Brasil estão convocados a, tal como os colegas japoneses, dar sua contribuição para o sossego nas ruas.

"No Iraque, é melhor" por Diogo Mainardi

A favela da Rocinha é uma "fábrica de produzir marginais". A frase é do governador Sérgio Cabral. Ele acrescentou que a Rocinha só vai parar de fabricar marginais quando o aborto for legalizado. Finalmente um político admite que o maior problema do Brasil é o brasileiro.
Na mesma reportagem, Sérgio Cabral comparou a Rocinha à Zâmbia. Até aí tudo bem. Ninguém discute que a Rocinha seja igual à Zâmbia. Espantei-me apenas quando ele comparou Copacabana à Suécia. E o Méier à Suécia.
Sérgio Cabral é nosso James Watson. James Watson, um dos descobridores da estrutura do DNA, declarou que o preto africano é menos inteligente do que o branco europeu. Anteriormente, ele já declarara que os estudos genéticos permitiriam abortar todos os fetos defeituosos. O governador do Rio de Janeiro descobriu o DNA da marginalidade entre os africanos da Rocinha e agora quer abortá-los. Segundo ele, ficaremos mais seguros. Ficaremos mais inteligentes também?
Uma semana antes de Sérgio Cabral apresentar suas teorias eugenistas, os policiais cariocas, a bordo de um helicóptero, mataram uns marginais no Morro da Coréia. A Secretaria de Segurança Pública explicou que seria difícil efetuar uma operação análoga nos morros da Zona Sul, porque "um tiro em Copacabana é diferente de um disparado na Coréia". Copacabana é a Suécia. Ali só vale o aborto em massa.
No ano passado, o Brasil teve 44 663 assassinatos. O dado acaba de ser publicado pelo governo federal. No mesmo período, de acordo com o site do Iraq Coalition Casualty Count, a guerra no Iraque produziu 18.655 mortes. Os americanos alarmaram-se tanto com esse número que aceitaram mandar mais 30 000 soldados para lá. O resultado? Em fevereiro de 2007, quando as novas tropas desembarcaram no país, registraram-se 3 014 mortes. Em agosto, elas já haviam diminuído para 1.674. Em setembro, 848. Em outubro, até a última quinta-feira, morreram 531 iraquianos.
Consulto todos os dias o site do Iraq Coalition Casualty Count. Consulto todos os dias também o site do Iraq Body Count, onde cada confronto fatal recebe um código e uma ficha de ocorrência. A ficha k7633 relata a morte de um professor da universidade religiosa de Al Sadr. A ficha k7634 assinala dois cadáveres encontrados em Al Kifl. Os americanos parecem se preocupar mais com os assassinatos de iraquianos do que os brasileiros com os assassinatos de brasileiros.
Pior do que a idéia de Sérgio Cabral de abortar os marginais zambianos da Rocinha só mesmo o Pronasci, aquela idéia de Lula de dar um dinheirinho mensal aos marginais para evitar que eles cometam crimes. O programa foi apelidado de Bolsa Bandido ou Bolsa Pivete. Prefiro chamá-lo mais simplesmente de Bolsa Júlio Lancellotti.
Cedo ou tarde, o Iraque será pacificado e a autoridade local poderá comparar Al Kifl à Suécia. A Zâmbia de Sérgio Cabral e Lula continuará com seus 44.663 assassinatos. Se tudo correr bem.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"Isso me dá tic tic nervoso"

Antes de prestar depoimento na Delegacia de Combate ao Crime Organizado em Brasília, Nenê Constantino, envolvido nos "esquemas" do ex-senador Joaquim Roriz, tentou agredir o fotógrafo da Folha Alan Marques como mostra a foto acima. É aquela velha história: quem deve joga pedra e tenta quebrar máquina fotográfica. Vai ver, para Constantino, ser fotografado lhe dá "tic-tic nervoso"

A semana acaba e nada de reforma

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, prometeu para esta semana apresentar a reforma administrativa. Hoje é sexta feira. Agora são 19:16. A semana termina e nada de Cidinho apresentar a reforma. Cada vez que ele fala para a imprensa que vai anunciar a tão esperada reforma me dá uma preguiça... Acompanhei aqui, atentamente, os passos do governador através da sua agenda disponível no site oficial do governo. Nada de apresentação de reforma. Cidinho enganou a imprensa que estampou nas primeiras páginas que esta semana seria “a semana” da reforma. Que nada! No governo Cidinho o lema é este: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã”.

A saúde na UTI

Nestas últimas semanas estamos trocando as siglas. O PAC deu lugar a CPMF. Lula faz de tudo para que o imposto do cheque seja prorrogado até 2011. O terrorista e nas horas vagas ministro da Fazenda Mulá Guidoin Mantegamed disse que, se a CPMF não for prorrogada o Bolsa Família vai acabar, o governo vai parar, o Brasil vai explodir... Ontem, durante o almoço com o ministro e terrorista, o senador tucano Arthur Virgílio pediu para que o governo parasse com estas ameaças. Sei... Só faltava o Virgílio dizer que acredita que o Mantegamed vai parar com o terrorismo.
Originalmente a CPMF tinha como destino a saúde. Com o passar do tempo nós vimos que o imposto do cheque continua, mas a saúde brasileira está na UTI. Veja o caos nos hospitais, os baixos salários dos servidores da área. O descaso aumenta ano após ano. Originalmente o PT foi contra a CPMF. Com o passar do tempo, agora que é governo, os petistas fazem de tudo para arrancar do nosso bolso mais grana apesar dos recordes de arrecadação. Para onde vai tanto dinheiro? O Tribunal de Contas da União tem a resposta, mas a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff prefere não dar crédito ao que o TCU fala.
O que o governo vai fazer com o dinheiro da CPMF caso sua prorrogação seja aprovada pelo Senado? Ou vai misturar tudo com o PAC? Eu quero saber o que Lula vai fazer com o dinheiro da CPMF para tirar a saúde da UTI. Pelo visto, até agora, ninguém da Al-Qaeda petistas se manifestou. Mais importante que a saúde no Brasil é armar mais uma ameaça que pode deixar Arthur Virgílio tremendo as pernas.

Quem será que pagou a conta?


A foto acima saiu no jornal O Popular de ontem. À esquerda está o Secretário Estadual de Segurança Pública Ernesto Roller. O cara da direita já é conhecido por todos: Delúbio Soares, o petista do dinheiro não contabilizado.
Reparem a alegria do Chefão da Polícia de Goiás. Reparem que ele não está nem um pouco constrangido com o fato de ser fotografado ao lado de um dos integrantes da organização criminosa comandada por José Dirceu. Delúbio Soares fez caixa 2 durante a campanha presidencial de Lula em 2002. Delúbio Soares indicava os parlamentares da base aliada que deveriam receber mesada para votar de acordo com as vontades do governo. Delúbio cometeu crime eleitoral.
Não é atoa que a criminalidade em Goiás cresce a cada dia. O secretário de segurança toma uma cerveja com Delúbio Soares. Quem será que pagou a conta?
PS: Nem vou comentar o fato de Delúbio Soares estar vestindo a camisa do São Paulo. O tricolor do Morumbi é muito maior do que este sujeitinho.

Movido a álcool

Sempre quando Lula fala de álcool me vem na cabeça a seguinte música cantada por Raul Seixas chamada Movido a álcool:

Diga, seu dotô as novidades
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou
Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar
Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai ter que acabar?
Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais estranha ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos temos que sonhar

'Tem muito barulho em torno da CPMF', diz Lula

do Estadão online


Lula: 'quem precisa da CPMF é o povo'BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 26, que há "muito barulho em torno da CPMF" e que não há como dispensar os R$40 bilhões que seriam arrecadados com a prorrogação do tributo. Lula disse ainda que a cobrança do tributo será compensada na reforma tributária e que quem precisa da CPMF não é o presidente, "mas sim o povo".
Na última quinta, em meio às negociações com o PSDB para aprovar a proposta que prorroga a vigência da CPMF, o presidente disse que o tributo interessa aos governadores que querem concorrer à presidência em 2010.
"Estou convencido de que todos os governadores do Brasil são favoráveis (à proposta)", disse em entrevista no Palácio do Planalto. "Duvido que tenha um governador contrário ao PAC", completou ele, referindo-se ao Programa de Aceleração do Crescimento.
Sem citar diretamente os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, ele disse que o tributo interessa a todos. "Todos aqueles que estão pensando em ser presidente a partir de 2010 querem que seja mantida a CPMF", afirmou.
Ele ressaltou que o tributo não é um tributo criado pelo atual governo. "É um imposto que existe há muito tempo", disse.
A uma pergunta sobre qual era o prazo ideal para votar a proposta que prorroga a CPMF, Lula respondeu que isso será definido pelos senadores.


Brincadeira

Lula fez uma brincadeira nesta sexta-feira, 26, ao tentar relacionar o aumento do uso de álcool nos motores dos veículos a uma possível diminuição do consumo de bebida alcoólica. Acompanhado dos ministros de Minas e Energia, Nelson Hubner, e de Ciências e Tecnologia, Sergio Resende, Lula fez uma visita ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) para conhecer a tecnologia de produção de etanol a partir do bagaço de cana-de-açúcar, em planta piloto existente no local, e assistiu a um filme 3D sobre o centro de pesquisa.
A visita não pôde ser acompanhada por jornalistas, apenas por profissionais da imagem (cinegrafistas e fotógrafos) e foi gravada pelas câmeras de TV: "O que vocês estão vendo é álcool. Agora, isso aqui foi feito de bagaço de cana, que normalmente é jogado fora, queimado, ou qualquer coisa para as caldeiras das empresas. Mas vocês imaginem que logo logo vocês vão estar, todo mundo, utilizando carro que não precisa mais beber nada, porque vocês vão estar com álcool, sabe, tocando o motor de vocês. Aí então vai diminuir a bebida pelo uso de álcool no motor do carro" (sic), disse o presidente segurando um frasco com o combustível.
A frase foi interpretada de maneira dúbia e gerou dúvidas sobre seu contexto, mas a assessoria de imprensa da Presidência esclareceu que a brincadeira comumente é feita por Lula, relacionando o consumo de álcool automotivo e o consumo de bebida alcoólica. Na prática, técnicos do setor esclarecem que não há qualquer relação entre os dois tipos de consumidores, já que trata-se de processos diferenciados de produção.

Só agora?

Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, assumiu o governo no dia 1º de abril do ano passado. Não é mentira. É verdade. Cidinho assumiu a vaga de Marconi Perillo que deixou o governo para disputar um lugar ao Senado.
Será que, desde o primeiro dia em que Cidinho se tornou realmente governador, ninguém sabia que o estado estava inchado e devendo até as calças? Na propaganda eleitoral ninguém comentou que os cofres estavam vazios. Também seria loucura um governador candidato à reeleição dizer que os cofres estão vazios, não é mesmo?
Quando Cidinho assinou decretos cortando gastos não vi ninguém questionar o motivo da dívida não ter sido publicada nos meses em que Cidinho completou o governo Marconi. Não vi ninguém questionando a mentira da propaganda do Tempo Novo. O que se viu em seguida foi a procura de um culpado sobre os gastos. O Tempo Novo dizia que a culpa era do Tempo Velho que dizia que a culpa era do Tempo Novo. Ninguém assumia a culpa. Relatórios eram apresentados as pressas para livrar a cara deste ou daquele ex-governador.
Quero saber de tudo mais uma vez. Quero saber se o Tempo Velho realmente deixou dívidas para o Tempo Novo. Quero saber o motivo do Tempo Novo dizer que pagou as dívidas do Tempo Velho, e que os dois tempos (que se completam) expliquem a dívida. Esta história está bem confusa. Íris Rezende, Maguito Vilela, Marconi Perillo e Alcides Rodrigues sabem sim de muitas coisas. Ou será que a dívida, do nada, ressurgiu das cinzas para incomodar um estado que, segundo a nossa imprensa, crescia a todo vapor. Será que só agora Cidinho soube que a máquina está “paquidérmica”?
Até agora Cidinho não anunciou a tão esperada reforma administrativa. Talvez ele ainda não saiba o que vai constar nesta mudança tão anunciada e nunca concluída.

Um estado "bolofofo"

por Venceslau Pimentel
do Jornal Hoje

O governador Alcides Rodrigues (PP) reconheceu ontem que a máquina estatal está inchada, para destacar a necessidade de fazer uma reforma administrativa urgente. “A máquina está muito grande, paquidérmica, e nós temos que fazer com ela seja mais enxuta, porém, com muita eficiência”, disse o governador, durante lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação, no Centro de Convenções de Goiânia.As mudanças na estrutura administrativa do Estado não foram reveladas pelo governador. Alcides se negou a responder se a Junta Comercial de Goiás (Juceg) e a Agência de Administração (Aganp) seriam incorporadas à Secretaria da Fazenda. “Tem muitos boatos, não quero confirmar nem negar nada. Na hora oportuna vamos apresentá-la, e não vai demorar. Deve ser ainda esta semana”, disse. Da mesma forma que evita falar sobre pontos da reforma, Alcides Rodrigues se esquiva quanto à forma de apresentação da proposta, se por decreto ou por projeto de lei, nesse caso, passando pela apreciação da Assembléia Legislativa. “Não posso adiantar esse assunto, senão atrapalharia a reforma”, justificou. “A equipe técnica está terminando o seu trabalho e agora estamos analisando os últimos detalhes para que possamos apresentá-la à sociedade”.

E agora, PSDB?

O governo decidiu aceitar cinco das seis propostas apresentadas pelo PSDB para que o partido aprovasse a prorrogação da CPMF (ver post abaixo). E agora? Será que os tucanos vão recuar do acordo ou aceitar que o governo boicote uma das propostas apresentadas?
No encontro de ontem, o senador tucano Arthur Virgilio disse para o ministro da Fazeda Guido Mantega parar de fazer terrorismo com a CPMF como, por exemplo, afirmar que, sem o imposto do cheque, o Bolsa Família iria acabar. Mantega disse que não faria mais isso. Sei... Virgílio deve ter saído do almoço pensando que o terrorismo acabou.
Se o senador pediu para o ministro não fazer mais terrorismo, por que também não pediu para o governo parar de chamar para sai as heranças benditas do governo passado, governo do partido de Arthur Virgílio?

Governo negocia 5 pedidos do PSDB para aprovar CPMF

por João Domingos e Cida Fontes
no Estado de São Paulo de hoje

O governo aceitou negociar cinco das seis reivindicações apresentadas pelo PSDB para que o partido vote a favor da emenda constitucional que prorroga até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Somente o ponto que pretendia dar apenas mais um ano para a CPMF foi rejeitado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O governo quer mais quatro anos. As outras cinco reivindicações do PSDB aceitas são: mais verbas para a saúde, a regulamentação do limite de endividamento da União, o redutor de 0,2% com os gastos públicos, a desoneração de tributos e a redução na alíquota da CPMF. No fundo, são pedidos que o governo já cogitava atender e foram feitos anteriormente também por governadores tucanos e senadores da base aliada.Segundo Mantega, uma forma de dar mais dinheiro para a saúde será a transferência de recursos hoje desvinculados (garantidos pela Desvinculação de Receitas da União) para o setor. Com isso, a CPMF poderia ser aprovada pelo Senado sem modificações, até o fim do ano, o que evitaria o retorno à Câmara e garantiria que começasse a valer a partir de 1º de janeiro.Falta definir os valores. O governo tem evitado dizer de quanto será o aumento para a saúde. O ministro José Gomes Temporão disse que precisa de mais R$ 36 bilhões em quatro anos, o que de forma linear daria cerca de R$ 9 bilhões anuais. O governo acha muito e acena com a possibilidade de repassar a quantia em oito anos, o que resultaria em R$ 4,5 bilhões a mais. Se isso acontecer, o Orçamento da saúde para 2008, de R$ 48 bilhões, passará para R$ 52,5 bilhões.Participaram do almoço com Mantega o atual e o futuro presidente do PSDB, senadores Tasso Jereissati (CE) e Sérgio Guerra (PE), o líder da sigla no Senado, Arthur Virgílio (AM), o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). “A conversa começou hoje (ontem). Se o governo tiver proposta boa, a gente estuda; se não, a gente detona”, ameaçou Virgílio. Como o diálogo foi aberto, Guerra afirmou que qualquer prazo de prorrogação da CPMF tem de ser vinculado à aprovação da reforma tributária. Isso, para o governo, não é problema, disse Jucá. “Podemos mandar o projeto em um mês e fazer o compromisso de aprová-lo em um ano. É só as partes quererem.”Virgílio disse que deu uma bronca em Mantega e exigiu respeito ao PSDB. “Assim como respeitamos o governo, queremos ser respeitados”, afirmou. “Pedi ao ministro que pare de dar declarações ameaçadoras, como a de que, se a CPMF não for aprovada, o governo terá de acabar com o Bolsa-Família.” Segundo ele, Mantega pediu desculpas e jurou que não mais fará afirmações nesse tom.No fim, houve contentamento. “Disse ao ministro que muita gente torce para que nosso diálogo não dê certo, mas o diálogo é bom e devemos mantê-lo”, declarou o líder tucano.

Supremo decide que corte de ponto vale para grevistas do setor público

por Felipe Recondo
no Estado de São Paulo de hoje

Os servidores públicos de todo o País podem fazer greve, mas, a partir da decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), submetem-se à lei que rege as greves dos trabalhadores das empresas privadas. Isso significa que os funcionários públicos grevistas podem ter o ponto cortado e o salário reduzido no valor correspondente aos dias parados. Já houve greves de mais de três meses no País - as universidades federais pararam por 99 dias, em 2001. Na ausência de uma legislação, porém, não houve corte de ponto. Isso levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dizer que essas greves oferecem, na prática, o privilégio de “férias remuneradas”.O Supremo decidiu que, no caso de paralisações envolvendo setores responsáveis por serviços essenciais - como tratamento e abastecimento de água, distribuição de energia elétrica, assistência médica e hospitalar -, uma parcela dos funcionários tem de continuar trabalhando, apesar da greve.A decisão foi aprovada por oito votos favoráveis e três contrários. Os ministros derrotados foram Ricardo Lewandowski, Eros Grau e Joaquim Barbosa. Para Grau, todo serviço público é essencial. Enquanto o Congresso não aprovar uma lei regulamentando esse tipo de greve, valerá a orientação do STF.O setor público agora se submete à Lei 7.783, de 1989, que obriga os grevistas a comunicarem aos governos, com 48 horas de antecedência, a intenção de paralisar os trabalhos. Em caso de serviços essenciais, a greve deve ser informada com 72 horas de antecedência. Em compensação, os chefes diretos não podem constranger os servidores a não participar da greve, fazendo listas de demissão, cortando gratificação ou suspendendo férias marcadas.Com a falta de regulamentação pelo Congresso, os servidores podiam parar os trabalhos por tempo indefinido. Dificilmente eram punidos com corte de salário ou reposição dos dias parados. Além disso, não eram obrigados a manter parte dos serviços básicos operando.
RESPOSTA
A decisão foi uma resposta a ações de sindicatos de três categorias - policiais civis do Espírito Santo, trabalhadores em educação de João Pessoa e funcionários do Judiciário do Pará -, que queriam ter assegurado o direito de greve por aumento de salário e melhores condições de trabalho. Ainda reclamavam da falta de regulamentação do tema.Em 1988, a Constituição estabeleceu que uma lei complementar definiria os limites das greves no setor público. Até hoje, ela não foi votada. Em casos assim, cabe ao STF, quando provocado, definir a regra a ser cumprida. “A essa inércia ou inapetência legislativa corresponde um ativismo judiciário francamente autorizado pela Constituição”, justificou o ministro do STF Carlos Ayres Britto.O julgamento encerrado ontem havia começado em maio de 2003 e, mais uma vez, os ministros fizeram as vezes do Legislativo. Alguns ministros do STF cogitaram determinar um prazo de dois meses para deputados e senadores aprovarem a lei de greve do setor público. Prevaleceu, porém, a tese de que cabe ao presidente da República enviar um projeto para o Congresso. Os ministros derrotados reconheceram a omissão do Legislativo ao não aprovar a regulamentação da greve no setor público. Queriam, porém, restringir a decisão às três categorias que acionaram a corte.

Fidelidade para senadores vale a partir de 16/10

do site G1

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje que a regra da fidelidade partidária para cargos majoritários - prefeitos, governadores, senadores e presidente da República - deve ser aplicada a partir de 16 de outubro. Já para deputados e vereadores, eleitos pelo sistema proporcional, o marco final para o troca-troca é a data de 27 de março deste ano. Com essa definição, nenhum senador que trocou de partido corre o risco de perder o mandato. Todos migraram antes de 16 de outubro deste ano.
O Tribunal aprovou, também, a resolução que definiu as regras para cassar o mandato dos políticos infiéis. E definiu prazos curtos para evitar que os processos se arrastem. O texto determinou que os infiéis sejam julgados no prazo máximo de 60 dias. O político que tiver mudado de partido terá de provar que deixou a legenda com um motivo justo e poderá arrolar apenas três testemunhas em sua defesa.
Concluído o processo, o tribunal decidirá se o político deve ou não perder o mandato. Se ficar comprovada a infidelidade partidária, o suplente, no caso de deputados e senadores, ou o vice, no caso de prefeitos, governadores e presidentes da República, devem ser empossados no prazo máximo de dez dias.
Os ministros definiram, ainda, em que hipóteses deputados, vereadores, senadores, prefeitos, governadores e presidentes da República podem trocar de partido. Não serão punidos os políticos que trocarem de partido por terem sofrido "grave discriminação pessoal" ou que tiverem deixado a legenda porque houve "mudança substancial ou desvio reiterado do programa (do partido)".
Também não perderão os mandatos os políticos que deixarem a legenda pela qual se elegeram para se filiarem a um novo partido e aqueles que se desfiliarem porque o partido vai se fundir a outro.
O TSE confirmou que os suplentes e vices dos políticos, além do Ministério Público, podem pedir à justiça eleitoral que o infiel perca o mandato. Com essa possibilidade, são nulos os acordos firmados entre as legendas da base aliada que acertaram entre si que não pediriam ao TSE o mandato de quem migrou de um partido aliado para outro.
Consumada a desfiliação do infiel, o partido prejudicado terá 30 dias para reclamar ao TSE ou ao tribunal regional eleitoral - no caso de deputados estaduais, vereadores, prefeitos e governadores. Se o partido não se manifestar, poderão recorrer aos tribunais os suplentes, vices e o MP.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

É uma vergonha

Eu não tinha visto. Foi minha mãe que me mostrou a foto que saiu hoje no jornal O Popular que mostra Delúbio Soares, o petista do dinheiro não contabilizado, junto com o secretário estadual de segurança pública Ernesto Roller. Os dois estavam num bar tomando umas e outras. O pior é que Delúbio vestia a camisa do São Paulo. Uma vergonha o chefe da polícia goiana sentado ao lado do petista do dinheiro não contabilizado. Uma vergonha o manto são paulino tri-campeão mundial cobrir a pança de mamute de um ladrão sem vergonha.

As sabatinas para a ANAC

O acidente com o Airbus da TAM em São Paulo no último mês de julho mostrou ao país como as sabatinas feitas com os pretendentes aos cargos de diretores de agências são inúteis. Um exemplo foi a sabatina feita com os pretendentes à diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Os indicados pelo governo foram aprovados e elogiados pela competência. Essa mesma competência que não evitou que, em menos de um ano, dois acidentes aéreos matassem 354 pessoas.
Ontem, dois nomes foram aprovados para a diretoria da ANAC: Marcelo Pacheco dos Guaranys e Alexandre Gomes de Barros. Mais uma vez os senadores enfatizaram a experiência e a competência dos dois pretendentes à diretoria da ANAC. E quem me garante que os senadores estão certos? Quem me garante que mudou alguma coisa nas sabatinas do Senado Federal? Num Senado que não gera confiança, fico com medo da aprovação destes novos diretores.

Esta é a nossa oposição: sempre ao lado do governo

Quando era oposição, Lula não queria saber de diálogo com o governo

do site Senadores na Mídia - 09.10.1998

Na primeira entrevista reconhecendo a derrota na eleição presidencial, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou a idéia de dialogar com o presidente Fernando Henrique Cardoso e avisou que vai fazer a partir de hoje uma oposição implacável. Ao lado do companheiro de chapa, Leonel Brizola, Lula disse que não pode considerar o pleito ilegítimo, mas afirmou que o mandato do presidente carece de certa legitimidade. A partir de terça-feira, o petista vai viajar pelo país como cabo eleitoral dos candidatos a governador da frente de esquerda. Lula lembrou que tem como costume dar uma trégua para o presidente eleito antes de partir para o ataque. Mas desta vez, no segundo mandato de Fernando Henrique, Lula garantiu que não vai dar um dia de descanso ao seu adversário. Lula pretende fazer com que a frente de esquerda continue viva. Até mesmo o ex-ministro Ciro Gomes (candidato derrotado a presidente pelo PPS) está sendo contatado pelos líderes petistas para fazer coro na oposição a Fernando Henrique. - Seremos implacáveis porque o segundo mandato será o continuísmo. A partir de agora vamos continuar a fazer as críticas que vínhamos fazendo na campanha eleitoral. Vamos manter a frente de oposição no parlamento, na sociedade e no movimento sindical - explicou. Lula criticou duramente seu adversário, rejeitando a proposta do presidente de conversar. Lula chamou Fernando Henrique de cínico, alegando que ele não debateu com a oposição na campanha. Segundo Lula, Fernando Henrique não tem condição moral para propor um pacto com a oposição e não se fez respeitar durante a campanha. - Não tenho entusiasmo para conversar com quem mentiu durante 45 dias e se recusou a debater. A partir de agora farei uma oposição tão dura quanto fiz na campanha. O presidente não tem condições morais de falar em pacto. Falo com conhecimento de causa. Só se pode negociar se o interlocutor é sério e se ele se faz respeitar. O presidente não se fez respeitar e não tem gente séria para fazer acordos - atacou. Lula disse que, se o presidente quiser procurá-lo, tem o seu endereço. Além disso, ironizou o fato de o presidente ter feito a proposta de diálogo pela televisão. - Não posso aceitar que um presidente fique querendo conversar com os outros mandando recado pela TV. Sou um cidadão brasileiro com residência fixa. Se o presidente quiser conversar comigo, sabe onde me encontrar. Mas sinceramente não vejo sentido, nesta altura do campeonato, em conversar. A gente vai conversar com quem? Com o Fundo Monetário Internacional ou com Fernando Henrique? - ironizou. Sobre a possibilidade de o Governo votar o projeto de imposto sobre grandes fortunas - sempre defendido pelo PT - Lula ressaltou que o PT nunca votou de forma oportunista. Disse que se um projeto for bom, mesmo apresentado pela extrema-direita, terá o apoio do partido. Lula aproveitou para desabafar suas mágoas com relação ao processo eleitoral e afirmou que sua carreira política não morre com a terceira derrota numa disputa presidencial. Brizola, que saiu antes do fim da entrevista, recebeu um abraço de Lula, que o elogiou, afirmando que o pedetista é uma das pessoas mais injustiçadas do país. - Minha vida política não terminou com a eleição. Não saberia viver sem fazer política. Sou um ser político. Se fico três dias sem fazer comício, me sinto incomodado. Meu elixir da juventude é a conversa com o povo. Lula afirmou, ainda, que vai se transformar em cabo eleitoral dos candidatos da esquerda no segundo turno das eleições. - Não tenho projeto pessoal. Meu projeto político é partidário. Meu futuro está ligado ao PT. Agora vou trabalhar no segundo turno. Depois, vou decidir com o partido o que vamos fazer. Não posso nem dizer mais que não sou candidato porque da outra vez disse que não era e acabei me candidatando. Não posso também dizer que sou porque posso não ser. A única coisa que posso garantir é que vou continuar fazendo política enquanto existir injustiça social. Meu papel é fazer com que o povo eleve seu nível de consciência política - disse. O petista criticou o processo eleitoral: - Não posso dizer que o processo foi ilegítimo porque participei desde o início com esta legislação eleitoral ambígua, aprovada a toque de caixa pelo Congresso. Mas o mandato de Fernando Henrique carece de certa legitimidade, da forma como se deu o processo eleitoral. Ele sabe que posso encostar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos. Ele não pode fazer o mesmo porque mentiu o tempo todo, manipulando a opinião pública e escondendo a crise - afirmou. Num balanço da campanha, Lula considera que acertou ao incluir a crise na propaganda eleitoral de TV. Mas fez previsões pessimistas para o segundo mandato de Fernando Henrique. Para o petista, o povo perdeu. - Lamento mais uma vez que o povo tenha perdido, porque serão mais quatro anos de desemprego, de falta de perspectivas, principalmente para a parte mais pobre da população, que votou no Fernando Henrique. Ao lado de Lula - que também estava acompanhado pelo presidente do PT, José Dirceu, pelo senador Eduardo Suplicy (SP) e pelo líder do PT na Câmara, Marcelo Déda (SE) - Brizola sugeriu que a coligação peça a recontagem dos votos para a eleição presidencial e para a de São Paulo. Brizola argumentou que a diferença dos votos entre o presidente reeleito e Lula foi pequena. Mas Lula desconversou, afirmando que não saberia dizer se essa proposta teria base na legislação. Ele criticou duramente o pronunciamento de anteontem de Fernando Henrique, afirmando que o presidente não apresentou medidas contra a crise. Lula afirmou ainda que o presidente copiou propostas defendidas na campanha pelo PT. - Ele não explicou nada no pronunciamento. Quem vai fazer o pacote não é o Governo brasileiro, mas o FMI. Ele deveria ter tido coragem de assumir isso.

Hoje é quinta feira

Hoje é quinta feira. No relógio do meu computador são 17:12. Até agora não vi nenhuma notícia do anúncio da reforma administrativa do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Ele havia prometido para esta semana o tão esperado anúncio. Quem sabe sexta, né?

Veja a reação do governo sobre o relatório do TCU que apontava irregularidades nas obras do PAC

da Folha online de setembro deste ano

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, declarou nesta quinta-feira que o relatório divulgado ontem pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que aponta irregularidades em obras públicas é "inconsistente". A ministra disse que o governo tomará todas as providências, mas ressaltou que algumas das obras que constam no relatório do tribunal já foram regularizadas.
"O que achamos inconsistente é que [informações sobre] algumas obras selecionadas estão sendo enviadas. Havia da nossa parte uma abertura no sentido de esclarecer isso", declarou, durante o balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, fez duras críticas ao TCU. Entre as obras que constam como irregulares no relatório do tribunal está a transposição do Rio São Francisco, de responsabilidade da pasta de Lima.
"Como ministro de Estado eu recomendo ao TCU que seja um pouco mais cauteloso quanto à nomenclatura. Quando usa irregularidades parece desvio de recursos e corrupção, o que é muito grave", afirmou.
Lima criticou a divulgação do relatório na véspera do balanço do PAC e disse que nenhuma das obras de seu ministério está em situação irregular. Ele disse que o tribunal questionou, por exemplo, o pagamento de salários de cerca de R$ 15 mil para engenheiros que trabalharão nas obras de transposição do rio, e sugeriu que fosse pago entre R$ 5.000 e R$ 9.000.
"Os engenheiros do TCU ganham mais do que isso para trabalhar no ar condicionado, não no Polígono da Maconha", retrucou.

Procurador diz à CPI que vê falhas na fiscalização de repasses para ONGs

por Gabriela Guerreiro
da Folha online

O procurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Furtado, disse hoje à CPI das ONGs (organizações não-governamentais) do Senado que o governo federal não fiscalizou o repasse de R$ 12,5 bilhões a entidades vinculadas ao Executivo no ano passado. Do total, segundo o procurador, 39% foram recursos repassados em convênios firmados pelo Ministério da Educação com ONGs.
Segundo o procurador, há um "descontrole" nos repasses federais a entidades sem fins lucrativos. "Só não desvia dinheiro quem não quer", criticou o procurador.
Furtado disse que, até o final do ano passado, o governo federal deixou de receber a prestação de contas de pelo menos R$ 1,8 bilhão repassados a ONGs. Além disso, o procurador revelou que outros convênios que chegaram a R$ 10,7 bilhões também não foram fiscalizados.
O procurador acredita que, sem fiscalização, grande parte dos recursos tenha sido desviado --já que levantamento realizado pelo TCU no ano passado em 30 convênios do governo identificou irregularidades em pelo menos 15.
"Nesses convênios ou a ONG não tinha condições técnicas para a realização de atividades ou seus estatutos previam área de atuação diversa ao objeto do convênio", disse.
Segundo Furtado, a falta de critérios legais para a escolha de ONGs atendidas pelo governo ajuda a ocorrerem irregularidades nesse setor.
Investigações
Reportagem publicada pela Folha afirma que técnicos da CPI vão investigar toda organização que tiver sido alvo da polícia e do Ministério Público federais, independentemente do valor do convênio firmado com o governo.
Segundo o plano de trabalhos, uma das tarefas da CPI será pedir à PF e ao Ministério Público "informações sobre investigações já conduzidas ou que estejam sendo conduzidas e nas quais estejam envolvidas a destinação e a aplicação de recursos públicos repassados pelo governo federal para entidades privadas caracterizadas como ONGs".
Além disso, a CPI poderá se valer de apurações já abertas pela CGU (Controladoria Geral da União), ligada à Presidência da República, e pelo TCU para avançar nas investigações. A CPI vai excluir entidades que tenham recebido menos de R$ 200 mil para limitar a área de investigações, mas isso não exclui as entidades que já são alvo da Polícia Federal e do Ministério Público.
Como o número de entidades beneficiadas com recursos abaixo de R$ 200 mil chegam a mais de 7.000, a CPI decidiu estabelecer um marco para os trabalhos, já que estima que cerca de 250 se encaixam nesse perfil.

A ameaça de Chinaglia, a agenda dos deputados e a minha saída de casa

O presidente da Câmara Arlindo Chinaglia quer cortar o ponto dos deputados que faltarem às sessões das quintas feiras. Matando um dia de trabalho vossas excelências aumentam em um dia a folga do final de semana. Chinaglia não faz mais do que a sua obrigação como presidente da Câmara. Tem que cortar ponto de deputado espertalhão.
Os deputados falam que nos finais de semana passam nos seus respectivos estados, fazendo o já tradicional “ouvir o eleitorado”. Sei... Tudo bem que eu saio pouco de casa, mas nos finais de semana eu não vejo nenhum anúncio na televisão, no jornal ou aqui na internet divulgando eventos com a presença de vossas excelências. E olha que político gosta de propaganda. E olha que político gosta de se aparecer. E olha que político gosta de barulho, agitação e aglomerado de gente.
Eu queria ver a agenda dos deputados. Saber o que eles vão fazer no fim de semana, onde estarão concentrados. Quem sabe assim eu não quebro a rotina? Quem sabe assim eu não saio mais de casa?

O PSDB não é de nada

Quando eu era pequeno lembro que, para provocar o outro, a gente falava assim: “Você não é de nada!!!” Pois é. Lembro dessa frase da minha infância para caracterizar o momento atual em que o PSDB vive. Os tucanos dizem que são de oposição, mas seu presidente vai até o Palácio do Planalto conversar com Lula. Os tucanos criticam os petistas nas tribunas da Câmara e do Senado e fazem acordos tanto para livrar seus corruptos como para aprovar o que o governo deseja.
Foi no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso que a CPMF foi aprovada. Na época, os petistas fizeram o maior barulho contra o imposto do cheque. Agora, estes mesmos petistas fazem barulho para que o imposto continue vigorando até 2011. Ao invés de relembrar dos discursos ácidos que os então radicais José Dirceu, José Genoino e Antônio Palocci faziam, o que o PSDB faz? Vai lá fazer negócio com essa gente. Que oposição é essa que negocia com governo?
Lá vai o PSDB sentar na mesa de negociação com os cupanheros. Lá vão os cupanheros chamar para si todas as glórias do governo passado (que era do PSDB). Os tucanos não vão fazer nada porque o PSDB não é de nada.

Relator de processo diz que defesa de Renan não convence

por Gabriela Guerreiro e Renata Giraldi
na Folha online

Depois de receber a defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no terceiro processo em que é acusado de quebra de decoro parlamentar, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) não se mostrou convencido com os argumentos apresentados pelo peemedebista. Relator do caso no Conselho de Ética, Peres vai colher provas testemunhais para firmar convicção sobre o suposto envolvimento de Renan na compra de um grupo de comunicação em Alagoas por meio de "laranjas".
"Nesse processo hoje, não sei se condeno ou absolvo o senador Renan. De repente, surge uma coisa nova, uma testemunha. Quem sabe isso já seria uma prova? Prova testemunhal também vale", disse Peres.
O relator vai encaminhar a defesa de Renan ao usineiro João Lyra, responsável pelas acusações contra Renan. Peres está disposto a ouvir Lyra em Alagoas, já que o usineiro não está disposto a comparecer ao Senado para uma eventual acareação com Renan. "Eu espero que ele se manifeste sobre a defesa do Renan", disse o senador.
Peres havia fixado esta quarta-feira como prazo limite para que Renan enviasse sua defesa ao Conselho de Ética. O senador usou dois advogados para apresentar o texto, no qual faz duros ataques a Lyra.
A estratégia do senador, no texto, é desqualificar o usineiro para que as denúncias reveladas por ele não tenham credibilidade entre os parlamentares. Renan afirma que Lyra se tornou seu adversário político nas disputas locais e acabou derrotado pelo seu grupo político nas últimas eleições --motivo que teria levado o usineiro a atacá-lo.
"O depoimento e as falsas denúncias do ex-deputado João Lyra carregam o estigma da maldade, do rancor, da vontade de prejudicar o representado. São acusações inidôneas desferidas por um inimigo capital, confessadamente adversário político", diz Renan.
O peemedebista nega qualquer envolvimento na operação da compra das empresas de comunicação por meio de laranjas. Além de encaminhar o texto ao conselho, o presidente licenciado do Senado também enviou o documento aos 80 senadores --na tentativa de conquistar apoio para ser absolvido no processo.

Eles negam, mas...

Mais uma vez o PT é envolvido num esquema de corrupção. Mais uma vez elles negam. Será que o partido do Berzoinni vai querer investigar as suspeitas (ver post abaixo) ou jogar tudo pra debaixo do tapete como fez no caso do dossiê fajuto? Não custa nada lembrar um caso do mensalão. O deputado petista João Paulo Cunha negara seu envolvimento no valerioduto quando era presidente da Câmara. Com o aprofundamento das investigações, nós vimos que ele pegou dinheiro de Marcos Valério sim. Os petistas negam de primeira. Basta aprofundar as investigações para que a máscara caia e tomemos conhecimento dos esquemas fajutos do partido.

Suspeita é "uma informação perdida no ar", diz Berzoini

da Folha online

Enquanto parlamentares petistas negavam ou evitavam comentar a suspeita de que a Cisco teria "doado" R$ 500 mil para o PT em contrapartida para algum tipo de benefício em licitação na Caixa Econômica Federal, deputados e senadores de oposição foram ao ataque e até cogitam a criação de uma CPI para investigar o caso.
O presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que tal suspeita é "uma informação perdida no ar". "O PT não tem qualquer relação com essa empresa. Consultei membros da Executiva do partido e pedi um levantamento sobre doações. Todos afirmaram que não conhecem e não têm nenhuma relação com ninguém da empresa", afirmou.
"No PT, são três ou quatro pessoas responsáveis por essa atividade [buscar recursos para o partido]. Eles foram questionados e não encontramos nada". O deputado também disse que desconhece a existência de contrato entre a CEF e a Cisco.
O líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), afirmou que o nome do PT foi usado de forma "leviana". "Quem utilizou a expressão PT, utilizou-se de maneira leviana. Porque o PT não tem nenhuma relação com essa empresa", disse.
Já o senador Sibá Machado (PT-AC) considerou "preocupante" os indícios contra o partido. "Porque passamos recentemente por um período muito conturbado. Uma má notícia como essa levanta novamente suspeitas contra o PT", disse. "Espero que seja alarme falso."
A Folha passou o dia de ontem no Congresso à procura de parlamentares petistas para ouvi-los sobre as suspeitas. A maioria preferiu não comentar. Para o senador José Agripino (RN), líder do DEM, "mais uma vez o PT está envolvido em suspeitas de má conduta. Parece que nunca vai terminar essa cadeia de suspeitas".
Já o líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse que as acusações são "graves". "Vamos analisar para ver se cabe a criação de uma CPI." O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) vai pela mesma linha: "Vamos solicitar ao Banco Central o rastreamento das contas do PT. Mas as evidências são suficientemente graves para que se crie CPI".
A Folha revelou ontem que a Polícia Federal gravou conversas telefônicas entre empresários do setor de informática que relatam uma "doação" de R$ 500 mil ao PT como contrapartida para algum tipo de benefício numa licitação da CEF.
A informação está em relatório da PF, que investigou por dois anos o suposto grupo criminoso. Na última semana, foram presos 42 acusados de formação de quadrilha, sonegação fiscal e corrupção de agentes públicos, entre outros crimes.

Cadê a oposição?

Íris Rezende tinha prometido entregar várias obras no dia do aniversário de Goiânia. Cadê? Aliás, vale a pena perguntar: cadê a oposição que não pega no pé do velhinho?

O Mangabeira fez sucesso por aqui

Acabei de ler o editorial do Diário da Manhã de hoje. Faz um louvor ao ministro (por decreto assinado por Lula) Roberto Mangabeira Unger. O jornal afirma que ele será de fundamental importância para o governo Lula. Pois é. Nós temos memória curta. O jornal não lembrou que o “intelectual brilhante” escreveu há dois anos atrás que o governo Lula era o mais corrupto da história destêpaiz. É, a imprensa goiana puxa o saco dos governantes e sempre que tem espaço manda aquele abraço para as autoridades. Elogiamos até “intelectual brilhante” que colabora com o governo mais corrupto destêpaiz.

Cadê a reforma?

A reforma administrativa do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, parece que ainda não saiu do papel. Ou melhor, talvez nem esteja no papel. Faz muito tempo que eu leio nos jornais daqui de Goiás que o governador vai fazer uma reforma administrativa. Ele promete para a semana que vem. A semana chega e Cidinho fala que a semana é a próxima. Cidinho tem no seu gabinete a seguinte placa com os dizeres: “Nunca deixe para amanhã o que pode ser feito depois de amanhã”. Assim é o tempo novo de Cidinho: sem alardes porque fazer barulho dá uma trabalheira danada.

Fabiano Santos, o senhor é um fanfarrão

O cientista políticos Fabiano Santos disse num debate realizado na reunião anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais que o Supremo Tribunal Federal faz oposição à Lula. Como assim, professor? Só faltava agora o senhor me dizer que o STF quer dar um golpe em Lula assim como a imprensa é um partido e o mensalão uma invenção fantasmagórica. FABIANO SANTOS, O SENHOR É UM FANFARRÃO!!!

A Mesa do Senado 'delubiou'

Editorial do Estado de São Paulo de hoje

Na mesma reunião em que resolveu segurar por tempo indeterminado o sexto pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente licenciado Renan Calheiros e arquivar pedido semelhante contra o representante mineiro Eduardo Azeredo, a Mesa do Senado tomou terça-feira uma decisão do bem: abriu mão da prerrogativa de decidir se encaminha ou não representações do gênero ao Conselho de Ética. Repassará burocraticamente as solicitações, e o colegiado que julgue, em cada caso, se cabe iniciar uma ação contra o senador acusado ou se rejeita a denúncia, por entender que é destituída de fundamento. Mas, sendo o que são os políticos brasileiros, não surpreende que essa iniciativa meritória tenha vindo em má companhia.Embora sem votação formal, a cúpula do Senado derrubou a sugestão do presidente interino Tião Viana, do PT do Acre, para que se divulgasse no site da instituição como os seus membros declaram gastar os R$ 15 mil mensais da chamada verba indenizatória - para cobrir despesas com aluguel e manutenção de escritórios nos Estados, contratação de assessores e até com gasolina. Apenas 2 dos 81 senadores - o pernambucano Marco Maciel, do DEM, e o amazonense Jefferson Peres, do PDT - dispensam o ajutório. A fórmula encontrada pelos integrantes da Mesa para rebarbar a proposta de Viana foi a de que o assunto precisaria ser submetido antes ao colégio de líderes da Casa. Note-se que a inovação não incluiria a reprodução das notas fiscais a serem reembolsadas.Depois da reunião, a portas fechadas, o presidente em exercício disse à imprensa ter argumentado que a divulgação sistemática dos gastos daria mais segurança aos próprios senadores. “Se não tiver nenhum corredor escuro, se tudo for aberto”, justificou-se, “não poderá mais haver dossiê contra senadores.”Foi uma alusão ao rumor de que, recentemente, a mando de Calheiros, para intimidar os seus pares que desejam vê-lo pelas costas, o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, teria preparado prontuários sobre o uso de notas frias para o ressarcimento de gastos fictícios. Os opositores de Viana murmuraram que a idéia era um golpe de teatro, para o seu autor, interessado em ficar de vez na cadeira do licenciado, ganhar pontos junto ao público. E que haveria de errado se fosse? Mas isso, evidentemente, não passa de pretexto.A verdade é que baixou no Senado o espírito do então tesoureiro-mensaleiro do PT, o inesquecível Delúbio Soares. Certa vez, quando se aventou a conveniência de que os partidos publicassem pelo menos mensalmente nos seus sites a contabilidade das entradas e saídas de suas campanhas eleitorais, o professor goiano foi de uma franqueza a toda prova. “Transparência assim”, ensinou, “também já é burrice.”Na reunião da Mesa, a lição teria sido repetida com palavras mais elegantes por um dos seus membros, o primeiro-secretário Efraim Moraes, do DEM da Paraíba. A ele se atribuiu o irritado comentário de que a transparência sugerida deixaria a instituição “exposta demais”. Não se pode acusá-lo de incoerência. Ele foi um dos dois mesários (em sete) a pedir o arquivamento sumário da mais nova representação contra Calheiros.Por sinal, o político alagoano, na tentativa de provar que tinha meios para arcar com os seus gastos extramatrimoniais, juntou aos seus vencimentos de senador (R$ 16,5 mil mensais) os R$ 15 mil da verba indenizatória. O fato é que o reembolso de que gozam os senadores, sem compartilhar com o eleitorado as informações sobre os dispêndios que os justificariam, é uma importação da Câmara, no início da legislatura passada. Mas, desde 2004, os 513 deputados assumiram a obrigação de divulgar na internet de que forma gastaram os reais que voltarão para as suas contas. A obrigação não se estende à apresentação de notas ficais. Considerando o conjunto de dados sobre a atividade dos parlamentares federais brasileiros, o Senado é uma caixa mais preta que a Câmara, cujo site contém um Portal Transparência. Ali o interessado também encontra informações sobre a freqüência com que os deputados comparecem às sessões deliberativas - outra proposta de Viana vetada pelos seus desassombrados colegas de Mesa.

Fica a lição

Perdemos a Sul-Americana. Que fique a lição. Que ano que vem esta competição possa constar no planejamento do São Paulo para a próxima temporada.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Os papagaios lambem a bota do ditador

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou a adesão da Venezuela no Mercosul. A Venezuela comandada pelo ditador Hugo Chávez. O ditadorzinho que, meses atrás, disse que o Congresso brasileiro era papagaio de Washington. Pelo visto os papagaios não só repetem o que diz Washington como lambem a bota do ditador venezuelano.

Eu quero ver a acareação

Até agora não vi Renan Calheiros cara-a-cara com o lobista que pagou suas contas pessoais e a jornalista mãe da sua filha que recebeu o dinheiro que, até agora, não se sabe se veio do bolso de Renan ou do seu amigo lobista. Eu queria ver esta acareação. Queria ver os três juntos prestando depoimento.
Hoje, Renan Calheiros se defendeu das acusações de que teria comprado emissoras de rádio e televisão em Alagoas usando “laranjas”. O autor da denúncia é João Lyra, ex- amigo, ex-sócio e atual inimigo de Renan. Ao invés de provar sua inocência, o Rei do Gado preferiu atacar seu desafeto. É “um empresário desacreditado” defende Renan.
É mais uma acareação que eu queria ver. Renan Calheiros ao lado do seu mais novo inimigo. Imagine o que sairia do encontro dos dois.

Em defesa, Renan chama ex-sócio de "empresário desacreditado" e "inimigo"

por Gabriela Guerreiro
na Folha online

O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou hoje ao Conselho de Ética da Casa sua defesa no terceiro dos cinco processos a que responde por quebra de decoro parlamentar. No documento, Renan parte para o ataque contra o usineiro João Lyra ---que acusa o peemedebista de ter firmado sociedade oculta para a compra de empresas de comunicação em Alagoas.
A Folha Online apurou que, na defesa, Renan argumenta que João Lyra se tornou seu inimigo político em Alagoas --por isso teria feito a acusação do uso de "laranjas" para a compra de duas rádios e um jornal.
A estratégia do senador, no texto, é desqualificar o usineiro para que as denúncias reveladas por ele não tenham credibilidade no Senado.
Renan afirma, na defesa, que Lyra se tornou seu adversário político nas disputas locais e acabou derrotado pelo seu grupo político nas últimas eleições. Por vingança, teria decidido derrotá-lo politicamente em meio à crise que atingiu o senador depois dele ser acusado, no final de maio, de receber recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais.
O presidente licenciado do Senado afirma que Lyra é um "empresário desacreditado" que reponde a processos na Justiça, o que não lhe confere credibilidade para fazer denúncias contra um senador. "O depoimento e as falsas denúncias do ex-deputado João Lyra carregam o estigma da maldade, do rancor, da vontade de prejudicar o representado. São acusações inidôneas desferidas por um inimigo capital, confessadamente adversário político", diz o texto.
Renan acusa Lyra de envolvimento em uma série de crimes em Alagoas, que vão desde o uso de "laranjas" para a compra de um jornal até assassinato.
A defesa foi elaborada pelos advogados Davi de Oliveira Rios e José Fragoso Cavalcanti, que encaminharam o texto aos 80 senadores e ao Conselho de Ética. O senador Jefferson Peres (PDT-AM), que relata o processo no conselho, havia definido hoje como data limite para Renan encaminhar sua defesa ao órgão.
Acusação
Lyra afirma que comprou um grupo de comunicação em sociedade de Renan com o uso de ""aranjas" na operação, entre eles o empresário Tito Uchoa. O usineiro se recusou a participar de acareação com Renan, mas prestou depoimento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP).
Peres não descarta colher um novo depoimento do usineiro em meio às investigações do conselho, já que é considerado testemunha-chave no terceiro processo contra o peemedebista. O relator promete concluir as investigações do caso até o dia 15 de novembro.

Cada país tem um presidente que merece

Lá nos Estados Unidos, mais especificamente na Califórnia, o fogo se alastra e destrói casas desabrigando milhares de pessoas. O fogo não poupa ninguém. Não somente os desconhecidos moradores têm que deixar suas casas. Vários famosos também tiveram que deixar suas mansões. O fogo consome tudo pela frente.
O Presidente Bush é esperado amanhã na Califórnia. Ele prometeu que o seu governo garantirá assistência às vítimas do fogo.
Aqui no Brasil, em julho, os brasileiros assistiam pela televisão as chamas da explosão provocada pelo choque de um avião da TAM com um prédio de depósito de cargas da própria companhia bem em frente à cabeceira da pista do Aeroporto de Congonhas em São Paulo. Entre os passageiros do avião e as pessoas que estavam no prédio, duzentas pessoas morreram no maior acidente aéreo do país. Como se não bastasse o horror das chamas nas proximidades do principal aeroporto de São Paulo, era o segundo acidente aéreo em menos de um ano que acontecia no país.
Lula não foi ao local do acidente em São Paulo. Dias antes, durante a abertura dos Jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro, ele tomou uma vaia estrondosa, histórica no Maracanã. Para Lula, as vaias do Maracanã foram mais chocantes do que as vítimas que morreram no maior acidente aéreo do país. Lula sumiu. Sua assessoria dizia que o presidente estava reunido com o gabinete da crise aérea que havia sido criada minutos antes. Nove meses antes do acidente em São Paulo, o Brasil tomava conhecimento que dois aviões se chocaram em pleno ar, um jato Legacy com um Boing da Gol. O boing caiu na região da Serra do Cachimbo, no Mato Grosso matando 154 pessoas. Do dia do acidente com o Boing da Gol até o dia em que as chamas da explosão do acidente com o Airbus da TAM o país convivia com a crise aérea. Atrasos e cancelamentos nos vôos, operação padrão, overbooking e outras coisas a mais que só torravam a paciência dos passageiros que esperavam horas e horas nos saguões dos aeroportos para embarcar. E Lula não fez nada. E Lula dizia que cobrava das autoridades uma solução para a crise. Os rostos dos responsáveis pelo serviço aéreo brasileiro não representavam qualquer tipo de pressão vinda do chefe maior da nação.
Mas, vamos voltar ao que este post interessa. O fogo se alastrando pelo chão da Califórnia e o Presidente Bush vai até lá. Se a ajuda que ele prometeu será cumprida, isso não é problema meu e sim da Casa Branca. Faço uma comparação com Lula. No dia do acidente com o Airbus da TAM todo mundo perguntava por Lula e as únicas respostas que recebiam eram as mesmas: O presidente está reunido com sua equipe no gabinete da crise. Lula não apareceu na televisão no dia do acidente. Lula não falou no rádio nenhuma palavra sobre o acidente. Lula não foi até São Paulo acompanhar de perto o resgate aos corpos das vítimas e prestar solidariedade aos familiares. Lula se omitiu. Lula sumiu. As vaias do Maracanã mexeram mais com ele do que o fogo do prédio localizado próximo à cabeceira da pista de Congonhas. Lula só apareceu na televisão quase uma semana depois do acidente prometendo medidas e prestando solidariedade aos familiares. Na ausência de Lula na televisão ou no rádio, nós só vimos seu assessor tão próximo Marco Aurélio Garcia fazer gestos obscenos comemorando as falhas encontradas no avião que se chocou com o prédio. E Lula não fez nada com Marco Aurélio Garcia. E Marco Aurélio Garcia, como faz todo petista, culpou a mídia.
Bush é esperado amanhã na Califórnia. Ninguém poderia esperar Lula em São Paulo no dia da tragédia porque ninguém sabia onde ele estava. Aliás, um dia depois, Lula saiu sim. Ele foi retirar um tersol no olho. Talvez o tersol que não deixou ver seus assessores fazendo farra com dinheiro público. Talvez o tersol que não deixou Lula ver José Dirceu comandando a compra de parlamentares. Talvez o tersol que não deixou Lula ver que seu assessor Marco Aurélio Garcia comemorava a desgraça alheia. Talvez o tersol que não deixou Lula ver o pior acidente aéreo da história do país. Bush visitará a Califórnia, a terra que está ardendo em chamas. Em São Paulo, corpos queimavam no maior acidente aéreo do Brasil, seus familiares gritavam de desespero e Lula achou melhor retirar um tersol do seu olho. Cada país tem um governante que merece.

Desviando o foco

Era estranho, muito estranho. Ver bandeira vermelha no gramado do Congresso Nacional é algo estranho nestes tempos de lulismo. Nem mesmo na época em que o mensalão estava no auge nós víamos as bandeiras vermelhas agitadas pedindo punição aos mensaleiros.
Eis que hoje nós vemos no gramado do Congresso Nacional a galera da Conlutas, da Andes e outros sindicalistas pedindo a cassação do mandato de Renan Calheiros. Será que só agora que essa gente percebeu que Renan não merece permanecer no Senado? Será que só agora eles tomaram conhecimento das denúncias contra o Rei do Gado?
A farsa sindical cai na mesma hora. Leio no Estadão online que os sindicalistas (os chefes daqueles que estavam lá no gramado do Congresso pedindo a cabeça do Renan) fizeram uma visita ao presidente interino do Senado Tião Viana para que o imposto sindical seja mantido.
Essa gente passa um bom tempo calada enquanto a República é assaltada e, quando mexem no seu bolso, o bando se mobiliza para que a teta estatal não seja retirada da sua boca.
O protesto contra Renan Calheiros é só um jogo de cena. O que é real mesmo é a pressão dos sindicalistas para que o imposto sindical continue obrigatório (já que a Câmara derrubou a obrigatoriedade na semana passada). Enquanto os cordeirinhos ficam no gramado do Congresso fazendo barulho, a chefia vai até a presidência do Senado implorar a continuação da obrigatoriedade do imposto social. Amanhã é outro dia. Um dia a menos na licença de Renan. Será que o bando dos sindicalistas sabe disso?

CCJ normatiza Conselho de Ética e veta investigação de atos cometidos antes da posse


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira o regimento interno do Conselho de Ética da Casa. O órgão não possui regulamentação específica para os seus trabalhos, o que motivou o Senado a criar regras para o seu funcionamento após a série de processos por quebra de decoro parlamentar abertos contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O novo regimento mantém a prerrogativa dos partidos políticos de apresentarem representações contra parlamentares à Mesa Diretora do Senado quando houver suspeitas de irregularidades cometidas durante o mandato. Os fatos anteriores à posse dos parlamentares não poderão ser investigados pelo órgão --segundo o regimento aprovado nesta manhã pela CCJ.
O regimento permite que cidadãos comuns e parlamentares poderão apresentar denúncias contra senadores diretamente ao conselho, desde que não sejam anônimas. Ao contrário das representações, as denúncias podem ser arquivadas pelo presidente do conselho sem a opinião do plenário --assim como poderão receber relator para que sejam investigadas.
Outra mudança fixada pelo regimento do conselho --que deixou dúvidas durante as discussões dos processos contra Renan-- foi determinar votações abertas nos casos analisados pelo órgão.
O projeto de resolução que cria o regimento do Conselho de Ética terá que ser votado pelo plenário da Casa antes de entrar em vigor. Se for aprovado, passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2008.

Escolha do relator

O regimento fixa regras que poderão dificultar manobras de senadores acusados de irregularidades, como o prazo de três dias para que o Conselho de Ética escolha o relator para processos contra parlamentares.
Nas denúncias contra Renan, o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), presidente do conselho, demorou até dois meses para designar o relator da terceira representação contra o peemedebista --na qual é acusado de usar "laranjas" para comprar emissoras de rádio em Alagoas. O escolhido foi o senador Jefferson Peres (PDT-AM).
Outra mudança é que a escolha dos relatores se dará por sorteio no conselho, e não por indicação do presidente do órgão. O sorteio não poderá incluir senadores do partido do parlamentar acusado, nem daquele responsável pela representação.
Apesar de integrantes da CCJ afirmarem que a mudança não tem relação com as denúncias contra Renan, Quintanilha relutou em indicar relatores da oposição ou "independentes" para as denúncias contra o peemedebista.
O presidente do conselho também foi criticado por indicar o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos principais aliados de Renan, para relatar a quarta denúncia contra o senador.
"Desde o início desta legislatura estamos buscando o entendimento para a criação do regimento. É claro que as denúncias contra o presidente da Mesa são mais complexas, mas a necessidade do regimento não veio somente deste episódio", disse a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) que relatou o projeto de criação do regimento na CCJ.

Mudança

Vânia aceitou tirar do texto, a pedido do senador Romero Jucá (PMDTB-RR), artigo que permitia ao Conselho de Ética quebrar os sigilos bancário e fiscal dos investigados. Jucá argumentou que a mudança transformaria o conselho numa CPI (comissão parlamentar de inquérito), o que enfraqueceria esse instrumento de investigação na Casa.
"Não podemos confundir o conselho com uma CPI. Isso ficou muito claro no regimento. A gente procurou melhorar todos os gargalos que o Conselho de Ética tinha. O regimento estabeleceu prazos, deixou claro o papel do conselho", disse a relatora.

No país da banana...

da Folha online

Após posar nua para a revista "Playboy", Mônica Veloso vai desfilar em uma escola de samba, informa nesta quarta a colunista da Folha Mônica Bergamo.
A jornalista, mãe de uma filha do senador Renan Calheiros, já recebeu convites da Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro, e da escola paulistana Águia de Ouro, além de ser eleita madrinha de um camarote de "vips" de São Paulo.

Investigar os governos FHC e Lula? Duvido"

Está aberta mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A que me refiro irá investigar as irregularidades das Organizações Não Governamentais que receberam dinheiro público.
O presidente da CPI é da oposição e o relator governista. Daí vem aquela tradicional pergunta: Investigar o governo Fernando Henrique Cardoso ou o governo Lula?
Depois do arquivamento do processo contra o senador tucano Eduardo Azeredo, com o apoio dos governistas, duvido muito que os culpados serão punidos. A CPI fará o que todas as outras CPI’s passadas fizeram: abrir a tampa do esgoto que passa debaixo do Congresso Nacional. O final também será o mesmo: um acordo entre governo e oposição para que cada um salve seus ongueiros irresponsáveis. Investigar este governo e o anterior é a certeza de que muita coisa podre virá à tona, mas punição que é bom mesmo não vai para nenhum governista ou oposicionista em qualquer parte do tempo.

CPI começa por ONGs que receberam mais dinheiro público

por Roberto Maltchik
do site G1

A CPI das Organizações Não-Governamentais (ONGs) aprovou nesta terça-feira (23) o plano de trabalho da investigação para os próximos seis meses. “O leque é muito amplo. Não há denúncia específica sobre nenhuma ONG. São sete mil organizações que receberam recursos federais. Isso não está certo. Não é bom. É uma dispersão total de recursos”, disse o relator da CPI, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). No total, 250 entidades receberam acima de R$ 200 mil por ano desde 1999, abrangendo os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. De 1999 até 2006, o governo liberou R$ 32 bilhões para o setor. Além das informações dos órgãos de fiscalização e dos ministérios, a CPI vai solicitar técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União(CGU) para auxiliar nas investigações.

Apuração
O presidente da CPI, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), disse que o cronograma da CPI deixará para uma segunda etapa a apuração de supostas irregularidades cometidas nos repasses federais às organizações.
Primeiramente, segundo Colombo, serão avaliadas as alterações que precisam ser operadas na legislação das ONGs. “Estamos ainda levantando dados. Acredito que em três semanas poderemos chegar a elas. Nesse primeiro momento queremos ainda aprofundar a questão de conceito e critérios de repasses para depois ver essas denúncias”, argumentou.

Adiamento
A CPI não votou requerimentos apresentados pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que determinavam a investigação de denúncias específicas de convênios firmados entre o governo Lula e entidades suspeitas de desvio de recursos. O presidente da CPI, que é da oposição, e o relator, governista, defenderam cautela no início dos trabalhos. “Claro que pode ser [uma disputa feita pela oposição], mas o senador Álvaro Dias é um colaborador. Como o objeto de disputa é desde 1999, sempre vai estar presente o governo Lula e o governo Fernando Henrique. Não podemos transformar a CPI num campo de batalha, senão não haverá resultados positivos para a sociedade brasileira”, disse Inácio Arruda.

Nós damos ouvidos à Mangabeira

Quando soube que Roberto Mangabeira Unger seria indicado por Lula para ocupar a Secretaria de Assuntos a Longo Prazo (a Sealopra, como escreve Reinaldo Azevedo no seu blog), Olavo de Carvalho disse que só não dava uma cuspida no olho de Mangabeira porque este usa óculos.
Mangabeira Unger é aquele cara que escreveu um artigo para a Folha de São Paulo no auge do escândalo do mensalão, afirmando que o governo Lula era o mais corrupto da história destêpaiz. Foi só Lula colocar um cargo no governo mais corrupto da história no anzol para fisgar o professor da Universidade de Harvard.
Ontem, Mangabeira Unger esteve aqui em Goiânia. Assim como me interesso pela elegância do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho (ver post abaixo), eu fico curioso com o que o ministro (já que a Sealopra não passou pelo Senado, Lula abriu a caneta e fez de Mangabeira um ministro) vai falar. Teve gente que parou para ouvir o que este sujeito tem a dizer. Depois não se decepcionem quando ouvirem que as palavras proferidas pelo professor e ministro não valem mais. Afinal, não se pode dar créditos para um cara que escreve que este governo é o mais corrupto de toda a história e, dois anos depois, aceita sem hesitação um cargo neste governo.

Elegância significa dinheiro?

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, foi homenageado ontem pela Aeronáutica. Cidinho foi médico de lá. Lula entregou a homenagem ao governador. Segundo Ulisses Aesse no Diário da Manhã de hoje o Apedeuta disse que Cidinho estava elegante. Bem, eu não entendo de moda e muito menos me interessa a elegância do governador. Só quero saber se esta observação de Lula vai gerar alguma grana para o nosso endividado estado.

Com ajuda dos tucanos, Mesa segura processo contra Renan

por Rosa Costa e Expedito Filho
no Estado de São Paulo de hoje

Por um voto de diferença, os integrantes da Mesa Diretora do Senado decidiram suspender ontem o envio ao Conselho de Ética da sexta representação contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ao mesmo tempo, a Mesa arquivou a denúncia contra o tucano mineiro Eduardo Azeredo (leia na página 7). Contra Renan pesa a suspeita, conforme revelou o Estado, de que o senador apresentou em 2004 uma emenda repassando R$ 280 mil do Orçamento da União para uma empresa fantasma, a KSI Consultoria e Construções Ltda., pertencente a seu ex-assessor José Albino Gonçalves de Freitas. O dinheiro deveria ser aplicado na construção de 28 casas em Murici, cidade da família Calheiros, pelo Programa de Combate à Doença de Chagas. Mas a empresa encarregada da obra não saiu do papel.O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), justificou a decisão da Mesa, alegando que ela se fez necessária para não sobrecarregar o conselho e atrasar o julgamento das quatro representações em andamento contra Renan. “O sobrestamento foi sinal de alerta de que é preciso que tenhamos um mínimo de consideração com o andamento e julgamento dos processos que lá estão”, disse. Ele e os senadores César Borges (BA) e Magno Malta (ES), ambos do PR, votaram pela suspensão. Já Álvaro Dias (PSDB-PR) e Gerson Camata (PMDB-ES), votos vencidos, optaram pelo encaminhamento da denúncia. Também derrotados, Papaléo Paes (PSDB-AP) e Efraim Morais (DEM-PB) queriam arquivar a representação de iniciativa do PSOL. Mesmo vencido, Dias disse ter concordado com a idéia de aguardar o término dos outros julgamentos. “A Mesa se preocupou com o fato de uma nova representação retardar as demais”, justificou. “Foi uma medida de precaução, porque o excesso de representações está tumultuando as atividades do Conselho de Ética”, opinou.RENÚNCIACom a cumplicidade dos petistas e o apoio dos tucanos, Renan continua a operar para salvar o mandato e já deu o pontapé inicial para livrar-se da cassação, que o deixaria 10 anos sem mandato. Aproveitou o jogo do Brasil, exibido na casa do senador José Tenório (PSDB-AL), na última quinta-feira, para apresentar as suas alegações aos tucanos.Acompanhado do governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), dos senadores Wellington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE) e Gilvan Borges (PMDB-AP) e até do líder do PSDB, Arthur Virgílio, que passou por lá, Renan fez uma exposição na qual se apresentava como dono de dez votos que poderiam definir no Senado, para um lado ou para o outro, a votação da emenda que prorroga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).Em troca, o peemedebista sugeriu que aceitaria a renúncia da presidência da Casa, mas manteria o mandato de senador e, conseqüentemente, os seus direitos políticos.Virgílio negou sua presença na reunião, argumentando que não costuma assistir aos jogos da Seleção com o técnico Dunga. No entanto, fontes garantiram ao Estado que ele participou, ainda que constrangido. A proposta de Renan foi ouvida atentamente pelos tucanos e já era conhecida pelos petistas.O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que iniciou movimento pela rebeldia na bancada petista - após ter votado pela absolvição de Renan no primeiro julgamento -, foi anteontem recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma conversa, após um longo período de gelo por parte do Planalto. O presidente quis saber o andamento dos processos de Renan no Senado e da CPMF.O medo é de que a posição de Mercadante - contrária à absolvição do presidente licenciado do Senado - acabe levando o governo a ser derrotado na prorrogação da CPMF, que representa um total de R$ 40 bilhões no Orçamento de 2008. Ao deixar o Palácio do Planalto, Mercadante estava menos seguro sobre a cassação do senador alagoano do que quando entrou.