sábado, 28 de junho de 2008

Vamos comentar de novo

Domingo passado escrevi um texto um pouco maior do que o habitual sobre o PSDB. Critiquei o partido por não fazer uma oposição séria ao lulismo. Critiquei o partido por não reivindicar seus feitos (pior, o partido nega) e deixar que Lula fale que só o seu governo fez o que nunca ninguém fez na história destêpaiz. Tem gente que me acha tucano. Estou nem aí para o que os outros pensam ou falam de mim. Quando falam que sou tucano sempre respondo que, se fosse tucano, teria um nariz igual ao do Luicano Huck.
Vamos voltar ao tema. No Diário da Manhã de hoje leio um artigo escrito pelo deputado federal tucano Leonardo Viela. Com o título “O PSDB plantou e o Brasil está colhendo”, o tucano fala dos feitos do seu partido nos governos federal e estadual. Fala dos benefícios das privatizações, da estabilidade da moeda e outras coisas mais.
Outro tucano falando que o PSDB fez coisa boa no governo? Não me diga! Há dois anos atrás (e é aqui que volto ao tema do post de domingo) eu não via este orgulho pelos feitos dos governos tucanos. Não vi Geraldo Alckmin defendendo as privatizações. Pior: ele negou seus benefícios. Deixou-se pautar pelo lulismo bolivariano que espalhou pelos quatro cantos que um provável governo Alckmin privatizaria a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa...
Não adianta agora os tucanos quererem reivindicar o que foi feito nos seus governos. Tudo bem que isso vem no momento em que o partido comemora vinte anos. Mas será que eles só vão defender o que fizeram na data do aniversário do partido? Talvez seja tarde demais para fazer isso. O lulismo já tomou conta do pedaço e o PSDB não sabe fazer oposição a um governo que copiou o que foi feito na gestão tucana 1995-2002. Eu sei que é chato ficar repetindo o assunto, mas é importante lembrar.

Ela defende ele

Num post abaixo tem a reportagem da Folha de São Paulo falando sobre o apoio de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, à candidatura de Dona Supla para a Prefeitura de São Paulo. Ela defendeu ele e ele defendeu ela. Mas nem sempre foi assim. No último trecho da reportagem vemos que em 2004 Paulinho apoiou a candidatura de José Serra no segundo turno das eleições municipais. Na ocasião, Paulinho disse que tinha medo do PT. Será que o medo acabou? É um valentão mesmo esse Paulinho.
Marta Suplicy defendeu Paulinho, né? Vamos acompanhar o desenrolar do processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Vamos acompanhar também os passos de Marta Suplicy. E vamos sempre perguntar a ela se ela ainda defende ele.

Uribe quer ''refazer'' eleição de 2006

No Estado de São Paulo com agências internacionais

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, pediu ao Congresso que aprove "com rapidez" uma proposta de referendo no qual a população decidiria sobre se devem ser repetidas ou não as eleições presidenciais de 2006, em que ele foi reeleito. "Convocarei o Congresso para que aprove um projeto de lei de referendo, que chame o povo a pedir a imediata repetição das eleições", afirmou Uribe, num pronunciamento transmitido por rádio e TV à meia-noite de quinta-feira. O pronunciamento lançou a Colômbia num clima de grande incerteza política. Como Uribe tem hoje 84% de aprovação, poderia, segundo analistas, utilizar a nova votação para obter um terceiro mandato - sem precisar aprovar uma nova reforma permitindo outra reeleição. A manobra do presidente é uma resposta à uma decisão da Suprema Corte que, horas antes, pediu à Corte Constitucional que investigue a legalidade da emenda que estabeleceu a possibilidade de reeleição presidencial em 2004 e permitiu a Uribe obter um segundo mandato, em 2006.Em abril, a ex-congressista Yidis Medina confessou ter mudado seu voto - decisivo para a aprovação da reeleição - porque autoridades do governo teriam lhe oferecido cargos públicos. A emenda foi aprovada, na época, por 18 votos a favor e 16 contra. A Suprema Corte, na quinta-feira, condenou Yidis a 47 meses de prisão domiciliar por aceitar suborno e investiga outro ex-congressista, Teodolindo Avendano, por suposta ligação com o esquema de compra de votos. "(A reforma que permitiu a reeleição) foi expressão de um claro desvio de poder", anunciou a Corte, antes de Uribe tentar virar o jogo com o projeto de referendo. A troca de farpas entre o tribunal e o presidente prosseguiu ontem à tarde, quando o ministro de Proteção Social, Diego Palácio anunciou, ao lado de Uribe, que pedirá à Comissão de Acusações do Congresso que investigue os juízes da Suprema Corte por "acusação falsa". Uribe disse que também solicitará a apuração de denúncias de um ex- líder paramilitar de que manteve contatos com alguns juízes. A briga de Uribe com a Corte Suprema é antiga. O tribunal já condenou dezenas de parlamentares - entre eles o primo do presidente, Mario Uribe - por vínculos com paramilitares de ultradireita no escândalo que ficou conhecido como "parapolítica". Uribe obteve mais de 60% dos votos na eleição de 2006 e, e é popular em razão do relativo sucesso no combate à guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Até agora, Uribe não esclareceu se pretende concorrer a um terceiro mandato. Desde o início do ano, porém, seus partidários têm recolhido assinaturas entre a população para pedir que o Congresso aprove uma emenda permitindo a nova reeleição.Ainda ontem, a procuradoria colombiana anunciou que cinco funcionários e ex-aliados de Uribe serão investigados por pressionar pela aprovação da reeleição em 2004.

Com Paulinho, Marta anuncia coligação

Por Fernando Barros de Melo
na Folha de São Paulo

Ao lado do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical, a petista Marta Suplicy apresentou ontem a coligação "Nova Atitude", que disputará a Prefeitura de São Paulo. Paulinho é alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara.Também estava no evento de ontem o deputado Aldo Rebelo (PC do B), que será o vice da chapa de Marta, além de lideranças dos partidos da coligação, formada por PT, PC do B, PSB, PDT, PRB e PTN.As denúncias contra Paulinho surgiram na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que desarticulou em abril grupo suspeito de fraudes em empréstimos do BNDES.Marta, Aldo e o próprio Paulinho disseram que as denúncias não interferem na campanha. "Ninguém pode ser julgado antes da hora. Não vemos nenhum problema na participação de todos os membros dos partidos aliados", disse Marta."O processo está sob investigação da Câmara a pedido dele próprio", completou Aldo.Questionado, Paulinho afirmou que pesquisas do PDT indicam que sua imagem melhorou junto ao eleitorado. "É só perguntar para todos os companheiros aqui que você vai saber como fui importante para essa coalizão", disse.Paulinho pediu o microfone e disse que seu apoio resultará na adesão de sindicalistas à campanha de Marta. Na festa do 1º de maio, a petista foi vaiada durante três minutos em evento da Força Sindical, entidade ligada à Paulinho.Ontem Marta exaltou o apoio de sindicatos à sua candidatura. "Paulinho brincou que era pouco voto. Não é não. Tem voto e tem militância. Temos aqui todos os sindicatos", disse Marta. Entre sindicatos citados no evento, os dos metroviários e de condutores de ônibus.Paulinho disse que fumou um "cachimbo da paz" com Aldo Rebelo para fechar a aliança.Já Marta localizou um "outro lado" na campanha, o DEM e o PSDB. "Do outro lado, temos os "demos" e tucanos juntos, que não faz a menor diferença."
Passado
No segundo turno da eleição municipal de 2004, Paulinho, candidato derrotado no primeiro turno, apoiou o tucano José Serra.Para não apoiar Marta, argumentou não ter "boas relações" com ela. "Eu tenho uma boa relação com o PT nacional, mas não tenho boas relações com a Marta em São Paulo", disse em novembro de 2004.Paulinho afirmou "temer o PT". "Nós achamos que é bom para São Paulo e é bom para o Brasil que o PT perca a eleição em São Paulo", disse Paulinho.Em resposta, Marta comparou o deputado à atriz Regina Duarte, que na campanha presidencial de Serra, em 2002, disse que tinha medo da chegada do PT à Presidência. "Pena que a Regina Duarte tenha voltado a se manifestar no Paulinho", afirmou Marta.

28% dos que recebem Bolsa Família temem passar fome

Na Folha de São Paulo

Ao investigar o grau de segurança alimentar de seus beneficiados, a pesquisa do Ibase mostra que em apenas 17% dos casos eles estavam em situação total de segurança.Outros 28%, no entanto, enquadravam-se no que se chama de insegurança leve: não passam fome ou deixam de consumir alimentos, mas temem que isso aconteça no futuro. Havia ainda 34% das famílias que se encontravam em estágio moderado de insegurança, ou seja, há restrição de alimentos consumidos, mas não há fome.Em 21% dos casos, a insegurança alimentar foi considerada grave. "Não é necessariamente uma situação famélica como a que ocorre na África, mas são domicílios onde faltam alimentos em casa e, por isso, nem todas as refeições são feitas", diz Francisco Menezes, coordenador-geral da pesquisa.Além de investigar a situação de segurança alimentar, a pesquisa afirma também que quase metade (49%) das mulheres que recebiam o benefício disse se sentir mais independente financeiramente. Outros 39% declararam que seu poder de decisão em relação ao dinheiro da família aumentou. O programa repassa os recursos, prioritariamente, às mulheres.Em alguns casos, a pesquisa registrou que o pagamento do benefício foi o que permitiu à mulher se separar do marido."Repassamos os recursos para as mulheres por entender que elas fazem melhores escolhas para beneficiar a família, mas sabemos que essa política acaba tendo reflexos nas relações de gênero também", diz Rosani Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Social.
Insuficiente
Apesar de, segundo a pesquisa do Ibase, o Bolsa Família ter impactos positivos na alimentação e não causar "efeito-preguiça", outras pesquisas mostram que uma das maiores dificuldades do programa é não conseguir beneficiar toda a população a qual ele se destina.Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE de 2006 mostram, por exemplo, que, naquele ano, mais da metade dos domicílios mais pobres estava fora do programa e que famílias com menor necessidade estavam incluídas, enquanto outras com mais necessidade, não.Em 2006, de um total de 8,2 milhões de residências que atendiam ao critério de renda do programa naquele ano (rendimento mensal per capita inferior a R$ 120), apenas 47% recebiam o benefício.A mesma pesquisa mostrava também que o total de domicílios beneficiados naquele ano era de 8,1 milhões, mas que, desses, apenas 3,8 milhões tinham rendimento menor que R$ 120 per capita, o que sugere que uma parte dos domicílios estaria recebendo o Bolsa Família, enquanto outros de menor renda ficavam fora dele.Na época, a pasta do Desenvolvimento Social alegou que o programa estava em expansão e que, após 2006, muitas famílias foram incluídas e outras que não deveriam estar recebendo haviam sido excluídas.

Bolsa Família aplaca a fome, mas não acaba com a miséria

Por Antônio Gois
na Folha de São Paulo

Os beneficiários do Bolsa Família afirmam que o programa os ajuda a consumir mais alimentos -especialmente açúcares- e não causou, na opinião dos favorecidos, o "efeito-preguiça", ou seja, o acomodamento do trabalhador por causa da renda garantida. Mas faltam programas que ajudem a superar a pobreza e diminuir a dependência dos recursos.É o que mostra uma pesquisa coordenada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e feita pelo instituto Vox Populi com 5.000 beneficiários do Bolsa Família.Nesta semana, o governo do presidente Lula anunciou um reajuste médio de 8% nos benefícios do Bolsa Família, o principal programa social da gestão petista. O valor médio pago pelo programa passa dos atuais R$ 78,70 para R$ 85.Com financiamento da Finep (órgão de apoio à pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia), o objetivo principal do levantamento foi investigar o nível de segurança alimentar e nutricional dos favorecidos.Os itens onde eles disseram mais gastar o dinheiro do Bolsa Família foram alimentação, material escolar e vestuário.No quesito alimentação, o principal aumento foi no consumo de açúcares: 78% dos titulares disseram ter aumentado a compra de açúcar, sorvetes, gelatinas, bombons ou refrigerantes. Em seguida aparecem arroz, cereais e leite.De acordo com Francisco Menezes, diretor do Ibase e coordenador-geral da pesquisa, o Bolsa Família tem ajudado seus beneficiados a aumentar a variedade de alimentos consumidos. Ele sugere, no entanto, que sejam criados programas para aumentar o consumo de produtos como legumes, verduras, frutas e carnes e diminuir o de açúcares."Não dá para dizer que as famílias estão fazendo mau uso do dinheiro. A pesquisa mostra que aumentou o consumo de arroz e feijão, o que é muito positivo. Mas, ao mesmo tempo, também cresceu o gasto com doces, biscoitos e refrigerantes, o que nos levou a recomendar programas de educação alimentar", diz Menezes.O diretor do Ibase lembra, no entanto, que o alto consumo de açúcares também pode ser uma estratégia de sobrevivência, já que são produtos que podem ser estocados e ajudam rapidamente a aplacar a fome.A secretária de Renda da Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social, Rosani Cunha, diz que isso não aconteceu só no programa. "A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE já mostrava essa tendência para toda a população."Outra recomendação de melhoria do programa feita na pesquisa do Ibase é aumentar a articulação com programas que permitam às famílias sair da situação de pobreza.A pesquisa identificou que apenas 16% dos titulares do benefício disseram que o Bolsa Família os ajudou a ingressar em programas de geração de renda. No caso de cursos profissionalizantes, o percentual foi ainda menor: 8%."A maioria entende que o programa é temporário e quer trabalhar no setor formal. Por isso, fizemos uma forte recomendação de que o Bolsa Família se articule mais com outros programas", diz Menezes.Cunha disse que a estratégia de integração com outros projetos começou com o programa Brasil Alfabetizado, mas que já está se expandindo: "Para qualificar, é preciso antes aumentar a escolaridade".Serguei Soares, pesquisador do Ipea e autor de vários estudos sobre o Bolsa Família, minimiza a importância dos programas de qualificação profissional para tirar da pobreza as famílias. "De nada adiantar você qualificar uma pessoa se não houver oportunidade de emprego. Agora que voltamos a ter crescimento, é possível que os programas tenham mais eficácia, mas é preciso crescer."Sobre a não existência do "efeito-preguiça", 99,5% dos entrevistados disseram que não deixaram de fazer algum tipo de trabalho depois que passaram a receber o programa.

"Primeira e dama" por Roberto Pompeu de Toledo

Ruth Cardoso não gostava de ser chamada de primeira-dama, como já era amplamente sabido e ficou mais sabido ainda, pela repetição, nestes últimos dias. Mas que fazer? A morte comprovou que ela era, irremediavelmente, a primeira-dama. Não no sentido vulgar, tosco, de mau gosto, importado dos Estados Unidos, recendendo a chiquês e lantejoulas, de mulher do presidente, do governador ou do prefeito, mas no sentido puro e primordial das palavras "primeira" e "dama". Ruth Cardoso caracterizava-se pela combinação de elegância e despretensão, de sofisticação intelectual e simplicidade. Seu funeral juntou, na mesma louvação e na mesma tristeza, pessoas de diferentes áreas e posições políticas opostas. E, por uma vez, pode-se ter certeza de que não era louvação porque dos mortos sempre se diz que foram bons. A admiração e o respeito que despertava faziam dela uma unanimidade.
Ela teria consciência disso? Que pena, se não tivesse. Que ingrato, não ter consciência, em vida, da própria dimensão. Talvez ela intuísse. Mas tanto os que se vão quanto os que ficam não podem ter clareza de coisas que só se impõem em sua plenitude como produto do trabalho da morte. A morte congela e resume e, ao fazê-lo, esclarece. A consciência plena de que Ruth Cardoso era uma unanimidade impôs-se à família, aos amigos, aos intelectuais, aos artistas, aos políticos e ao Brasil na sua morte. O marido é partidário, como não poderia deixar de ser; ela era suprapartidária. Ruth Cardoso assumiu sem complicações a tarefa complicadíssima de ajudar os pobres sem assistencialismo, por meio do programa Comunidade Solidária. Encarou o trabalho pretensiosíssimo de tentar melhorar o Brasil sem pretensão. Era a amiga insuperável dos amigos, a incentivadora, a rede de proteção. Foi velada sob uma bandeira do Brasil que significava mais do que uma imposição de protocolo e enterrada sob uma aura de magnanimidade. A morte a esculpiu, com capricho e precisão, como primeira e dama.
Ruth Cardoso morreu sentada à mesa da cozinha de seu apartamento, enquanto mordiscava uma goiabada, na companhia do filho. De repente fez "Uh", como um soluço, como um arrepio vindo das entranhas, e caiu desacordada para não mais se recuperar. Morreu de morte que não manda aviso. O poeta João Cabral de Melo Neto, a propósito da morte do também poeta W.H. Auden, ocorrida enquanto dormia, num quarto de hotel em Viena, escreveu:
Se morre da morte que ela quer.
É ela que escolhe seu estilo,
sem cogitar se a coisa que mata
rima com sua morte ou faz sentido.
Mas ela certo te respeitava
de muito ler reler teus livros,
pois matou-te com a guilhotina,
fuzil limpo, do ataque cardíaco.

A Ruth Cardoso a morte honrou igualmente com o presente da morte sem doença longa e dor, UTI, respiração artificial e soro, quando não a tenebrosa morte-em-vida do desmemoriamento ou a morte-sem-papel-passado da vida reduzida à sua expressão vegetativa. É um prêmio contra a suprema injustiça de, além de se ter de morrer, fazê-lo sofrendo, moído de dor, ou reduzido a um abantesma a que falta até consciência de si próprio, ou humilhado pela perda do controle dos esfíncteres. Só há dois problemas. Um é que os que ficam, embora poupados das longas semanas, ou meses, ou anos, de sobressaltos, de preocupações, de vigília em hospitais e de plantões à beira da cama, sem falar do preço astronômico das doenças, especialmente as terminais, são fulminados pelo choque do inesperado. O outro é que...
O.k., Ruth Cardoso teve a sorte de ser contemplada com "a guilhotina, fuzil limpo, do ataque cardíaco", mas... precisava ser agora? Não podia ser a mesma morte daqui a cinco, a sete ou a dez anos? Ô parceira intratável, essa tal de morte. Com ela, não há negociação.
Nos casos em que a mulher morre primeiro que o marido, menos freqüentes que o inverso, o desamparo do cônjuge sobrevivente parece maior. A mulher se esvai em lágrimas na morte do marido, mas não costuma lhe custar tanto engrenar na nova vida. O marido se contém na morte da mulher, mas desde o primeiro instante já se adivinha que o desfalque será arrasador. A condição de viúva parece amoldar-se com mais naturalidade ao gênero feminino. Assim como dão à luz sozinhas, criam os filhos tantas vezes sozinhas e sozinhas cuidam dos doentes, passar a viver sozinhas é mais uma transição que absorvem como inevitável. Ao viúvo falta o mesmo instrumental para contornar a nova situação. A solidão que lhe desaba em cima é drástica e irreparável.

"O flanelinha dos ares" por Diogo Mainardi

22 de agosto de 2006. Lula está no Palácio do Planalto. Agenda do dia:
12:30 Lakshmi Mittal
15:30 Senadora Chikage Oogi
16:00 Conselho Brasil x Japão
Dá para encaixar um encontro com Roberto Teixeira? Dá. Sempre dá. Roberto Teixeira foi recebido por Lula. Segundo ele, tratou-se de uma mera visita de cortesia. Nada a ver com seu trabalho para a Varig. Nesse caso, porém, por que é que a Varig teria pago as suas despesas da viagem a Brasília? Foi o que eu perguntei a Roberto Teixeira, por meio de sua assessoria de imprensa. Ele respondeu candidamente que "aproveitava as idas aos tribunais e passava no Planalto". Isto mesmo: a Varig pode ter bancado seu encontro com Lula, mas o propósito da viagem era outro.
Denise Abreu, no dia de seu depoimento, entregou ao Senado Federal uma mala abarrotada de documentos. Estou com cópias de alguns deles na minha frente. Referem-se às duas semanas que antecederam o encontro de Roberto Teixeira com Lula, no Palácio do Planalto. Em 10 de agosto, a Anac decidiu cancelar os "hotrans" e os "slots" da Varig. No dia seguinte, esse cancelamento foi comunicado oficialmente a Cristiano Martins, genro de Roberto Teixeira.
Os "hotrans" e os "slots" da Varig em Congonhas eram o que a companhia aérea tinha de mais valioso. Em torno deles, desencadeou-se uma batalha. De um lado, a Anac. Do outro, Roberto Teixeira e o Palácio do Planalto. "Hotrans" e "slots" correspondem às vagas nos aeroportos. Roberto Teixeira brigou pela posse dessas vagas, como um flanelinha dos ares. Em 16 de agosto, Cristiano Martins remeteu à Anac o plano de negócios da empresa, que incluía "hotrans" e "slots". Em 17 de agosto, Valeska Teixeira protocolou na Anac um pedido de registro da companhia.
Nesse período, ocorreu aquilo que, na diretoria da Anac, se tornou conhecido como Dia do Bife: um encontro de mais de oito horas, no Palácio do Planalto, coordenado pela secretária executiva de Dilma Rousseff, Erenice Guerra. Ela pressionou para que a Anac concedesse imediatamente um certificado homologando a Varig. O coronel Jorge Velozo usou a imagem do cozimento de um bife para ilustrar a impossibilidade de queimar etapas a fim de acelerar o processo. Longe do microfone, o coronel Jorge Velozo confirma os detalhes intimidatórios do Dia do Bife. Eu testemunhei isso. Perto do microfone, ele é muito mais acanhado.
Em 22 de agosto, a Anac se reuniu para determinar a abertura do processo licitatório dos "hotrans" e dos "slots" da Varig. No mesmo dia, Roberto Teixeira deu um pulinho no Palácio do Planalto, para se encontrar com Lula. O que aconteceu depois disso? O juiz Luiz Roberto Ayoub acolheu um recurso apresentado pelo compadre do presidente e desautorizou a Anac, alegando a necessidade de dar um "tratamento excepcional" à Varig. Em 24 de agosto, ele mandou intimar toda a diretoria da Anac. O flanelinha dos ares garantiu suas vagas em Congonhas. Honorários: 5 milhões de dólares.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Filho de ex-assessor de ministro ganhou contrato de R$ 5,5 milhões do PAC

Por Vannildo Mendes
no Estado de São Paulo

A Operação João de Barro, deflagrada pela Polícia Federal há uma semana para desarticular um grupo de empresários e servidores públicos que desviava verbas dos programas de habitação popular e saneamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), tem indícios fortes de que o Ministério das Cidades era um dos ninhos do esquema de corrupção. A PF já sabe que o universitário André Scarassati, de 26 anos, filho de José Alcino Scarassati, ganhou um contrato de pelo menos R$ 5,5 milhões para construir 255 casas populares em Palmas (TO).Alcino era, até a semana passada, assessor especial e braço direito do ministro das Cidades, Márcio Fortes. O ministério afastou o assessor porque as investigações da PF revelaram indícios de que houve tráfico de influência de Alcino em favor da empresa do filho, que não teria equipe nem qualificação técnica para tocar o contrato.André é dono da Construssatti Serviços e Construções Ltda., que tem uma dezena de funcionários no setor administrativo e costuma ganhar licitações para obras nos prédios públicos de Brasília. Alcino, ex-assessor do Senado, costuma ajudar o filho a ganhar licitações para obras no Congresso.Durante a Operação João de Barro, foram presos dois servidores do Ministério das Cidades e realizadas buscas e apreensões em duas secretarias e órgãos importantes da pasta. O Estado procurou nas residências e por telefone, celular e fixo, Alcino e André. Eles não foram localizados, nem retornaram as ligações.
DEPUTADOS
A Procuradoria-Geral da República espera receber até a próxima semana os dados que implicam os deputados federais mineiros Ademir Camilo (PDT) e João Magalhães (PMDB), acusados de envolvimento no desvio verbas de obras do PAC.A PF informou que as investigações serão enviadas em breve e implicam mais autoridades com foro especial. Mas negou que haja ministro de Estado envolvido. Oficialmente, portanto, Fortes não é investigado.O inquérito corre em segredo de Justiça, na Superintendência da PF em Minas Gerais, que se nega a dar os nomes dos acusados e detalhes da investigação. O delegado Nelson Cerqueira, titular do inquérito, espera indiciar cerca de 200 suspeito de integrar a quadrilha, acusada de desviar recursos do PAC destinados a casas populares e estações de tratamento de esgoto em pelo menos 119 municípios. Na semana passada, foram presas 38 pessoas e a PF pediu à Justiça a prisão de mais 30 prefeitos acusados de envolvimento nas irregularidades.O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, informou pela assessoria que aguarda o envio das informações para saber se cabe pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra os parlamentares.
CONIVÊNCIA
Segundo a PF, o potencial desvio atinge a cifra de R$ 700 milhões. Foi detectada a conivência de centenas de funcionários de prefeituras e autoridades de Brasília. Na pasta de Cidades foram presos dois servidores, acusados de receber propina em troca de informações privilegiadas para lobistas.Um dos presos é Luis Cláudio Vasconcelos, marido de Antônia Vasconcelos, uma das três mulheres mortas no acidente de carro causado pelo professor de educação física Paulo César Timponi, em outubro do ano passado, na Ponte JK, cartão postal de Brasília.Foram também presos Otavio Augusto Gonçalves Jardim, do Tesouro Nacional, e Alexandre Isaac Freire, da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Os quatro já foram soltos, depois de prestarem depoimento.Dos municípios onde foram apontadas irregularidades na aplicação de verbas do PAC, 114 ficam em Minas, 3 no Rio, 1 no Espírito Santo e 1 no Tocantins. Iniciada em 2006, a investigação constatou superfaturamento nas obras, tráfico de influência, corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes.O diretor-executivo da PF, Romero Lucena, estima que a desarticulação do esquema evitou a sangria de mais de R$ 2 bilhões em outras obras do PAC, alvo dos suspeitos.

EUA tiram Coréia do Norte do "eixo do mal"

Na Folha de São Paulo com agências internacionais

Em troca da declaração de 60 páginas sobre o possível desmantelamento de seu programa nuclear, a Coréia do Norte será recompensada pelos Estados Unidos com a supressão de algumas sanções comerciais e, dentro de um mês e meio, já analisado o documento, com o fim da designação de "país que patrocina o terrorismo"."Esse pode ser o bom momento para a Coréia do Norte", disse o presidente americano, George W. Bush. Se ela "prosseguir com seu bom comportamento, superará os entraves de seu relacionamento com a comunidade internacional".Mas o próprio Bush deixou claro que não há plena reconciliação. "Os Estados Unidos não têm ilusões quanto ao regime de Pyongyang. Continuamos profundamente preocupados com o desrespeito aos direitos humanos, enriquecimento de urânio, mísseis balísticos e as ameaças do país à Coréia do Sul e a seus vizinhos regionais."Entre eles, o Japão discretamente lamentou que Bush tenha recompensado a ditadura norte-coreana sem que ela finalmente explicasse o paradeiro dos japoneses seqüestrados nos anos 70 e 80.O regime comunista de Pyongyang, enquadrado há seis anos por Bush no "eixo do mal" (ao lado do Irã e do Iraque), explodiu uma bomba atômica em outubro de 2006. Sua desnuclearização, em troca de alimentos, combustível e fertilizantes, passou a ser negociada no início de 2007 pelos Estados Unidos, Coréia do Sul, China, Japão e Rússia.A declaração norte-coreana, entregue ontem em Pequim pelo embaixador Choe Jin Su ao diplomata chinês Wu Dawei, representante de seu país no grupo de negociadores, não é ainda a definitiva.Dentro de uma política chamada de "passo a passo", o ditador norte-coreano, Kim Jong-il, provavelmente revelará mais tarde qual o seu estoque de plutônio, se ainda tem bombas atômicas estocadas ou se comercializou componentes de reatores com terceiros, como a Líbia ou a Síria.
De 5 a 12 bombas
O Instituto pelas Ciências e Segurança Internacional, baseado em Washington, calcula que os norte-coreanos têm um estoque de 46 a 64 quilos de plutônio, o suficiente para produzir de 5 a 12 bombas.O que os comunistas parecem ter desvendado são detalhes do reator de Yongbyon, a 130 km de Pyongyang, onde esse combustível foi obtido. O reator, desmontado com supervisão de inspetores americanos, terá a chaminé implodida hoje, em presença de jornalistas dos países que negociaram a desmobilização.Ainda quanto ao "passo a passo", Washington deixa de aplicar aos norte-coreanos uma legislação que veta o comércio com países inimigos. A partir de agora, entre os 192 Estados filiados à ONU, a legislação será aplicada pelos americanos somente a Cuba.Especialistas ouvidos pela Reuters acreditam que, na prática, os efeitos da decisão americana serão pequenos. A Coréia do Norte não integra o Banco Mundial ou a OMC (Organização Mundial do Comércio). Seus produtos estarão sujeitos a altas tarifas no mercado americano e são pouco competitivos, mesmo os minerais.Além disso, há a fragilidade da situação política. Stephen Hadley, assessor de Segurança Nacional de Bush, disse que as sanções voltarão caso Pyongyang não entregue as novas informações combinadas.Mesmo assim, Pyongyang terá benefícios com a distensão. O "Guardian" afirma que o regime comunista reuniu condições para superar décadas de miséria econômica. Há a promessa americana de 500 mil toneladas de alimentos.O mesmo jornal britânico afirma sarcasticamente que Bush deu uma lição aos déspotas de todo o mundo: "Se quiserem sobreviver, construam um arsenal nuclear".

Cacciola deve tentar recurso no Brasil, afirma advogado

Por Pedro Dias Leite
na Folha de São Paulo

O advogado monegasco do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, Frank Michel, deu sinais ontem de que o caso chegou mesmo ao fim e declarou que "talvez ele [seu cliente] prefira ir ao Brasil e defender-se lá".O Tribunal Supremo de Mônaco, espécie de Suprema Corte, a Corte de Apelações, órgão colegiado, e a Corte de Direitos Humanos Européia já concordaram com a extradição de Cacciola.Michel disse à Folha, porém, que pediu indenização de 5 milhões à Corte de Direitos Humanos Européia, pelo que considera violações graves. Entre outros pontos, o advogado citou o fato de Cacciola ter ficado preso durante todo o julgamento e a duração do caso, que ficou "acima do razoável" -o ex-banqueiro está preso desde 15 de setembro de 2007.De acordo com ele, isso viola os artigos 5º e 6º da convenção de direitos humanos, o que justificaria o pedido de indenização de 5 milhões, que seria pago pelo governo de Mônaco.Esse processo não interfere na extradição do ex-banqueiro. O equivalente a ministro da Justiça de Mônaco, Philippe Narmino, afirmou que a decisão do príncipe Albert 2º será anunciada em um prazo de até dez dias.No Brasil, Salvatore Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão pelo escândalo do banco Marka.

Paulinho pede que presidente do BNDES seja sua testemunha

Por Simone Iglesias
na Folha de São Paulo

No documento em que apresentou sua defesa ao Conselho de Ética da Câmara ontem, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, solicita como sua testemunha o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho.Além dele, o deputado incluiu mais três pessoas para defendê-lo do processo de cassação do mandato, entre eles João Pedro de Moura, que foi seu assessor, e o coronel reformado da Polícia Militar Wilson Consani Júnior.O pedetista está sendo julgado pelo Conselho de Ética por quebra de decoro. O STF (Supremo Tribunal Federal) também abriu investigação contra ele. As denúncias contra Paulinho surgiram na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que desarticulou em abril grupo suspeito de fraudes em concessão de empréstimos do BNDES.O presidente do Conselho de Ética, Sérgio Moraes (PTB-RS), disse que oferecerá a Paulinho duas datas para que ele preste esclarecimentos: dia 2 ou 8 de julho. "Ele não é obrigado a comparecer, mas acredito que vai ter o maior interesse em se explicar", disse. O advogado do parlamentar, Leônidas Scholz, afirmou à Folha que a linha da defesa entregue ao Conselho de Ética é a de que não existem provas concretas contra seu cliente.

14% da Amazônia é "terra de ninguém", diz estudo oficial

Por Eduardo Scolese
na Folha de São Paulo

Um levantamento recém-concluído pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revela que o órgão desconhece uma área da Amazônia Legal que, somada, equivale a duas vezes o território da Alemanha ou às áreas dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná juntas.O Incra não sabe se esses 710,2 mil quilômetros quadrados estão nas mãos de posseiros ou de grileiros. Nem o que está sendo produzido, plantado ou devastado nessas terras públicas da União. O volume desconhecido, que representa 14% da Amazônia Legal e 65% da parte sob responsabilidade exclusiva do Incra na região, está espalhado pelos Estados do Norte e Mato Grosso. Também na Amazônia Legal, o Maranhão não possui terras nessa situação, segundo o levantamento do órgão obtido pela Folha.A maior quantidade de terrenos desconhecidos do ponto de vista de situação fundiária está no Pará, com 288,6 mil quilômetros quadrados, área equivalente ao Rio Grande do Sul e que representa 23% da área total do Estado. No Pará, chama a atenção o fato de as "manchas" desconhecidas estarem sobrepostas às rodovias BR-163 (Cuiabá-Santarém) e Transamazônica e ao leste do Estado, onde há o forte avanço da pecuária e da mineração.No ranking, o Pará é seguido por Amazonas (141,8 mil quilômetros quadrados) e Rondônia (89,3 mil quilômetros quadrados). Em relação ao tamanho do Estado, o maior percentual de terrenos desconhecidos está em Rondônia (37%), Roraima (29%) e Amapá (25%).Para mudar esse quadro e fugir da visão parcial de satélites, o Incra terá de fazer a regularização fundiária, ou seja, promover o georreferenciamento das glebas públicas federais, que é um mapa preciso com as coordenadas da propriedade, fazer a varredura in loco de cada uma delas, regularizar os documentos, afastar os grileiros e dar uma destinação a essas áreas, como transformá-las em reserva ambiental e assentamento ou simplesmente incluí-las no eixo de desenvolvimento da economia local.Dos 710,2 mil quilômetros quadrados de áreas desconhecidas, o governo pretende concluir o trabalho em pelo menos 200 mil quilômetros quadrados delas até o final deste ano."O nosso objetivo é estabelecer um plano para os próximos cinco, seis anos. O momento exige que a gente faça mais e mais rápido", disse o presidente do Incra, Rolf Hackbart. "Mas [esse prazo] não [pode ser cumprido] com o Incra como está hoje. É preciso mais servidores e mais equipamentos, além de parcerias com os militares e com os institutos de terra dos Estados. Não queremos mais grilagem, e sim terra legal na Amazônia Legal."O documento do Incra será entregue na semana que vem pelo ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) ao colega Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), em reunião do PAS (Programa Amazônia Sustentável).A idéia de Cassel, do qual o Incra é subordinado, é apontar a divisão de responsabilidades na Amazônia Legal. Segundo o documento, cabe ao Incra uma extensão não-contínua de 1,1 milhão de quilômetros quadrados da Amazônia Legal , sendo cerca de 35% disso áreas de assentamentos. O restante dos 5 milhões de quilômetros quadrados (59% do território nacional) cabe ao governo do Amazonas, à Funai (Fundação Nacional do Índio), ao Ministério do Meio Ambiente e às Forças Armadas, entre outros.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Salve a liberdade de imprensa

O Tribunal Superior Eleitoral liberou jornais, revistas, TV’s e rádios para entrevistar candidatos que disputarão as próximas eleições que acontecerão em outubro. O TSE decidiu certo. Não se pode punir o veículo de comunicação que entrevista o político que é candidato. Aliás, o TSE tinha que punir os corruptos e sem-vergonhas que disputarão as eleições de outubro. Tinha que divulgar amplamente a lista com os políticos cuja ficha está suja. Salve a liberdade de imprensa!

Podcast do Diogo Mainardi: "O general, o Morro da Providência e o bispo Crivella"

A Folha de S. Paulo perguntou ao general Enzo Peri, comandante do Exército, por que ele decidiu apoiar o projeto Cimento Social, do bispo Crivella. Ele respondeu o seguinte:
"O nosso Palácio Duque de Caxias fica junto ao Morro da Providência. A situação do morro e a ação dos traficantes se refletiam na vizinhança. Isso era motivo de preocupação. Vimos o projeto como uma oportunidade".
Que o bispo Crivella ou Lula associem a reforma da fachada de alguns casebres ao combate contra os traficantes é mais do que natural. Que o comandante do Exército diga o mesmo é sinal de que a gente se danou de vez. De que até as Forças Armadas foram contaminadas pela idéia apalermada segundo a qual o crime é apenas uma forma extrema de justiça social: se os traficantes torturam e matam, é porque em suas casas há frestas nas paredes e goteiras nos tetos. Nesse caso, é melhor dispensar todos os soldados e contratar pedreiros em seu lugar. O general Enzo Peri pode se transformar no maior mestre-de-obras do país, combatendo os traficantes com seu poderoso exército de paraíbas, armados com pás de cal e telhas Brasilit.
No mesmo dia em que os soldados do general Enzo Peri foram presos por participar da chacina contra moradores do morro carioca, Lula se reuniu com quarenta intelectuais petistas. Li o nome de todos aqueles que compareceram ao encontro e, pelas minhas contas, os quarenta intelectuais petistas eram, na realidade, dezenove intelectuais petistas. Esse foi o único acerto de Lula: ele desmoralizou a intelectualidade petista. Só sobraram os mais gagás, que representam os tempos passados, uma espécie de ala das baianas da esquerda, os grandes responsáveis pelo esclerosamento da universidade brasileira. Lula passou 3 horas e meia com eles, discorrendo sobre o PAC, sobre Hugo Chávez, sobre a TV Pública, sobre osteoporose. Ninguém mencionou os fatos do Rio de Janeiro. Ninguém abordou o tema da criminalidade. Porque nem Lula, nem os dezenove intelectuais petistas enxergam os 50 mil assassinatos por ano como um problema, mas sim como o sintoma de outro problema: a pobreza.
Ainda naquele dia, o ministro da Defesa italiano anunciou um plano para empregar as Forças Armadas na segurança pública de seu país. Essa medida já foi adotada no passado. Depois que a máfia assassinou os juízes Falcone e Borsellino, 150 mil soldados ocuparam a Sicilia. A operação durou de 1992 a 1998. Nesse período, alguns dos principais bandos mafiosos foram desmantelados, e Totò Riina, o chefe de todos os chefes, mandante dos atentados contra os juízes, foi preso. A máfia perdeu terreno e acabou renunciando à sua tática terrorista. Atualmente, a Itália tem 1 homicídio para cada cem mil habitantes. O Rio de Janeiro tem 50 vezes mais. A Itália usa os militares para combater a criminalidade. Nós os usamos para tapar goteiras.
Para ouvir clique aqui

Eles voltam

Meses atrás eu disse que os demitidos pela reforma administrativa do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, retornariam para outros cargos mais cedo ou mais tarde. Vejam um trecho da reportagem de hoje do Diário da Manhã:

Em longo percurso durante a entrega da Praça Vila América, revitalizada pelo governo, o secretário extraordinário Roberto Balestra aproveitou para pedir um favor ao governador: que empossasse um amigo na chefia de gabinete da Secretaria de Indústria e Comércio – Roni Pessoni, um superintendente da Secretaria exonerado com a reforma administrativa.

Pois é. Só isso veio a público. Imagine a quantidade de pedidos que Cidinho está recebendo para que este ou aquele permaneçam no governo. Esta reforma não é de nada. Os exonerados vão voltar. Mais cedo ou mais tarde eles voltam. Resta saber se amanhã vai sair alguma notinha no Diário da Manhã informando se o pedido de Balestra foi ou não aceito.

A mesma opinião

Muita gente aqui em Goiás quer ver Henrique Meireles candidato ao governo do Estado. Muitos acham que ele é um forte candidato. Eu não acho. Esta fortaleza se deve à condução da economia brasileira nos quase seis anos de lulismo? Eu continuo com a mesma opinião: vamos esperar 2009 para saber se a nossa economia está forte mesmo. Vamos ver se o Banco Central comandado por Henrique Meireles dá conta mesmo do recado quando a crise econômica chegar no auge.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aguardemos

Íris Rezende confirmou sua candidatura à reeleição nas eleições de outubro. Que novidade! Vamos ver como as coisas vão caminhar até outubro. Será que Íris mantém o favoritismo? Será que o PMDB vai equilibrar no salto alto ou calçará as sandálias da humildade? Aguardemos.

Donos da Varig devem à União R$ 377 milhões

Por Sônia Filgueiras
no Estado de São Paulo

A família Constantino, dona da Gol e da Varig, possui uma dívida tributária de ao menos R$ 377 milhões com a União, a maior parte acumulada no INSS por conta do não recolhimento de contribuições previdenciárias de dez empresas de ônibus do grupo. Em junho de 2006, antes da compra da Varig, ocorrida em março de 2007, a Justiça Federal em São Paulo reconheceu a existência do grupo econômico e penhorou ações da Gol para pagar as dívidas das empresas de ônibus.Os negócios envolvendo essa última companhia vêm sendo questionados por ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - segundo eles, houve interferência do Palácio do Planalto.A dívida de dez empresas que integram um grupo de mais de 40 companhias de ônibus da família foi levantada pelo Estado no cadastro mais atualizado de devedores da Previdência, de setembro de 2007. Além disso, a reportagem consultou processos no Judiciário em que os governos estaduais e federal processam as empresas de transporte da família. Alguns processos que tramitam na Justiça revelam, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), indícios de que a família compra e vende empresas de transporte em um esquema que envolve "laranjas".A maior devedora é a Viação Planeta Ltda., com sede em Brasília, hoje administrada por uma das filhas de Constantino. A última lista de devedores da Previdência atribui à Planeta débitos de R$ 111 milhões. A Fazenda Nacional cobra da Breda Transportes e Turismo, com sede em São Paulo, administrada por dois filhos do empresário Nenê Constantino, quantia superior a R$ 60 milhões. O valor inclui impostos, contribuições, multas e atualizações.A contabilidade inclui, ainda, as dívidas atribuídas à Viação Santa Catarina, também de São Paulo, que em setembro de 2007 devia ao INSS R$ 47,5 milhões. A empresa não está mais em nome da família, mas a procuradoria briga na Justiça para dirigir a cobrança aos filhos de Nenê Constantino. A procuradoria acredita que os Constantinos simularam a transferência da empresa a "laranjas" para escapar das cobranças.Outras duas empresas, hoje em nome de terceiros e já passaram pelas mãos da família - a Cidade Tiradentes e a Jaraguá - somam débitos de ao menos R$ 48,5 milhões. No caso da Jaraguá, as dívidas tributárias superam os R$ 30 milhões. Na Cidade Tiradentes, apenas o INSS cobrava R$ 18,5 milhões. Conforme apurou o Estado, somados outros tributos em atraso, a dívida com impostos federais cobrada da empresa ultrapassaria os R$ 25 milhões.O Grupo Áurea, holding que reúne não apenas as transportadoras de passageiros urbanos, mas também a Gol, foi fundado pelo empresário mineiro Nenê Constantino. Mas a maioria das empresas é dirigida pelos filhos Constantino de Oliveira Júnior e Henrique Constantino - o primeiro concentra a administração dos negócios da companhia aérea e o segundo, o setor de ônibus. Duas filhas também aparecem com freqüência como sócias-proprietárias das empresas de ônibus: Auristela e Aurivânia Constantino.
GRUPO ÁUREA
O advogado do Grupo Áurea, Ruy Ferreira Pires, só respondeu questões sobre o caso da Viação Santa Catarina. Questionado sobre os outros casos, admitiu que a família Constantino enfrenta processos parecidos, mas apenas o diretor jurídico do grupo, Maurício Queiroz, poderia falar sobre o assunto. A reportagem tentou falar com Queiroz e com os integrantes da família desde sexta-feira. Segundo a assessoria do grupo, Queiroz estava viajando e não podia conceder entrevistas.

Teixeira visitou Lula após contestações sobre VarigLog

Por Letícia Sander e Alan Gripp
na Folha de São Paulo

Três das quatro visitas que o advogado Roberto Teixeira descreveu como "cordiais" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu compadre, no Palácio do Planalto, aconteceram no período em que as empresas aéreas questionavam a venda da VarigLog para o fundo norte-americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros. Acusado de influir no negócio, Teixeira advogava para a companhia de carga.Essas quatro visitas, reveladas ontem pela Folha, não constavam da agenda pública do presidente e até então não eram conhecidas. Teixeira esteve outras duas vezes com Lula, em encontros também não divulgados pelo Palácio do Planalto, mas que se tornaram públicos em razão de flagrantes fotográficos.A venda da VarigLog, aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em 22 de junho de 2006, foi posta sob suspeita pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), que recorreu à própria agência e ao Ministério Público Federal. O sindicato alegou que o fundo norte-americano possuía o real controle da companhia, o que fere as leis brasileiras. Naquela ocasião, a VarigLog já havia comprado a Varig por US$ 24 milhões.A primeira das visitas de cortesia de Teixeira a Lula aconteceu em 22 de agosto de 2006. Nesse momento, além de rebater os questionamentos à lisura do negócio, Teixeira tinha outra missão: conseguir da Anac o certificado que daria à Varig autorização para voar.O certificado acabou saindo em 14 de dezembro e foi comemorado no dia seguinte com uma visita de Teixeira e dos sócios da VarigLog ao gabinete presidencial. A divulgação de uma foto do grupo com o presidente, com dedicatória de Lula a Marco Antonio Audi (um dos sócios brasileiros), deu publicidade ao encontro.
Visitas em 2007
A segunda e a terceira visitas só agora conhecidas aconteceram em 2 de janeiro e 16 de fevereiro de 2007. Nesse período, a Anac aguardava respostas do Banco Central e da Receita Federal sobre a origem do capital dos sócios da VarigLog. Os documentos foram pedidos pela diretoria da agência, atendendo ao recurso do Snea.A papelada não chegou a ser analisada. Segundo a atual diretoria da Anac, as respostas nem sequer constam do processo aberto na agência para analisar a operação financeira.Em 28 março deste ano, sem obstáculos, a Varig foi vendida para a Gol por US$ 320 milhões. Nesse dia, Teixeira esteve de novo com o presidente Lula no Planalto. O encontro ficou conhecido porque, de novo, o advogado foi fotografado, dessa vez no elevador ao lado de Nenê Constantino e de Constantino Jr., donos da Gol.Teixeira foi contratado, segundo Audi, "para resolver" os problemas sobre a origem do capital da empresa. Audi diz que a influência do advogado no governo foi decisiva para a concretização do negócio.Procurado pela Folha, Teixeira, por meio de sua assessoria de imprensa, reiterou as declarações de que nunca houve nenhum tipo de ingerência pessoal ou de seu escritório.O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) minimizou ontem a revelação das visitas não divulgadas de Teixeira a Lula."Que o Roberto Teixeira atuou na venda da Varig, isso é público e notório. O que precisa ser investigado é o capital, que tem mais dinheiro estrangeiro do que brasileiro", disse Paulo Bernardo.

Dilma admite reuniões com Roberto Teixeira na Casa Civil

Por Letícia Sander e Alan Gripp
na Folha de São Paulo

A ministra Dilma Rousseff admitiu ontem que o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, foi recebido pelo menos duas vezes na Casa Civil em encontros omitidos de sua agenda pública e anteriormente negados por sua assessoria. Teixeira é acusado de influir na venda da VarigLog para o fundo Matlin Patterson, para quem advoga.A omissão desses encontros fere o decreto 4.334, de agosto de 2002, que determina que audiências de autoridades públicas com representantes de interesse privado devem ser registradas e acompanhadas por outro servidor.Em entrevista no Planalto, Dilma admitiu que em um dos encontros estava presente uma das filhas de Teixeira, Valeska, que é afilhada de Lula e também advoga para a VarigLog. As reuniões, segundo ela, trataram de "questões relativas aos leilões da Varig", comprada pela VarigLog.Questionada se advogados de outras companhias interessadas no negócio receberam atenção semelhante, Dilma reconheceu que não. Segundo ela, os presidentes da Gol e da TAM foram recebidos, mas não advogados das empresas.Ontem, a Folha revelou que Teixeira esteve pelo menos seis vezes no Palácio do Planalto com Lula desde 2006, em encontros que também não foram registrados na agenda pública do presidente. Em duas ocasiões (15 de dezembro de 2006 e 28 de março de 2007), a ministra estava presente, conforme já se sabia.Duas horas depois da entrevista de Dilma, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que os dois encontros que ela teve com Teixeira aconteceram nessas datas, as mesmas em que o advogado esteve com Lula. Mas a explicação da ministra gerou uma contradição, já que os leilões da Varig aconteceram antes, em junho e julho de 2006.A assessoria também informou que a ministra não tem a lembrança precisa dos locais dos encontros. Na entrevista, Dilma já se confundira sobre os locais, dizendo inicialmente que eles aconteceram em seu gabinete e depois na sala de reuniões da Casa Civil.Dilma é acusada pela ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu de interferir em favor do fundo norte-americano Matlin Patterson, suspeito de ferir a lei que limita em 20% a participação de estrangeiro no capital de companhias aéreas. A ministra nega.Com base no decreto 4.334, assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência da República, recomenda que os registros desse tipo de agenda (com representante do setor privado) devem permanecer disponíveis para consulta pública, exceto nos casos em que se justifique sigilo.Caso o comportamento da ministra seja analisado e venha a ser considerado inadequado pela Comissão de Ética, há três tipos previstos de sanção: advertência, censura ou uma sugestão de demissão, a ser encaminhada ao presidente da República.Sobre o decreto, a Casa Civil informou que ele trata apenas de audiências formais e que, nesse caso, tratou-se de encontro informal.O empresário Marco Antonio Audi, um dos sócios brasileiros da VarigLog, afirmou que a influência de Teixeira foi "100% decisiva" para a venda da empresa de cargas para o Matlin e os brasileiros. Já nas mãos do grupo, a VarigLog adquiriu a Varig e, depois, revendeu-a à Gol.Nesta semana, Teixeira reconheceu que pode ter recebido até US$ 5 milhões da empresa aérea, entre honorários, custas judiciais e outras despesas.Na entrevista, Dilma reclamou das perguntas sobre o tema e disse que há uma "escandalização do nada", repetindo expressão usada por ela durante o episódio do dossiê elaborado na Casa Civil contra políticos tucanos.Dilma negou que sua agenda seja "uma ficção pura" e disse que chega a ter três encontros na mesma hora. Depois disse que sua agenda é pública, apesar dos encontros não registrados. Um problema técnico no site da Casa Civil impede a consulta dos compromissos anteriores a setembro de 2007.Respondendo à acusação de que teria interferido em favor do grupo formado pelo fundo americano e os sócios brasileiros, a ministra da Casa Civil afirmou ter participado pouco do processo da Varig, que, de acordo com ela, concentrou-se na Justiça. Mas reconheceu que "o governo não queria que a falência da Varig fosse um ato de inação do governo".

terça-feira, 24 de junho de 2008

Nota oficial do PSDB sobre a morte de Ruth Cardoso

O PSDB perdeu hoje uma parte de sua história no momento em que comemorava os 20 anos de sua fundação. Os brasileiros ficaram sem a presença de uma mulher generosa, forte e combativa, que sempre sonhou com um país mais solidário, rico e justo.Morreu D. Ruth Cardoso, fundadora do nosso partido, mulher de nosso presidente de honra, Fernando Henrique Cardoso, e, que durante oito anos, esteve à frente do Comunidade Solidária, onde iniciou, de forma consistente e criativa, o resgate da imensa dívida social que cinco séculos de atraso e abandono nos deixaram.D.Ruth foi uma figura luminosa e será sempre para nós o norte, o rumo e o caminho para a construção de um Brasil para todos os brasileiros.O PSDB está hoje de luto e suspende o ato que, amanhã, 25 de junho, iria comemorar os 20 anos de sua fundação e dos seus compromissos com o Brasil, no plenário do Senado Federal.
Brasília, 24 de junho de 2008
SÉRGIO GUERRA
Presidente Nacional do PSDB

Saiba mais sobre a ex-primeira-dama Ruth Cardoso

Na Folha online

Nascida em 19 de setembro de 1930 na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Ruth Correa Leite Cardoso foi professora de Antropologia e Ciência Política na USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em São Paulo.
Casou-se com o então sociólogo Fernando Henrique Cardoso em 1953, com quem teve três filhos. Em 1972, recebeu o título de doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Anos depois, concluiu pós-doutorado na Universidade de Columbia em Nova York e também foi professora em universidades americanas e inglesas.
Durante o mandato de FHC (1994-2002), dona Ruth fundou o projeto Comunidade Solidária em 1995, uma ação de combate a pobreza e a exclusão social. Atualmente, fazia parte do conselho diretor da Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) Comunitas, criada para para dar continuidade aos projetos do Comunidade Solidária.
Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.
Tornou-se uma das das principais referências sobre antropologia no país, tendo escrito diversos livros sobre temas relacionados, como juventude, violência e cidadania.

Morre em São Paulo a ex-primeira dama Ruth Cardoso

No Estadão online

SÃO PAULO - Morreu na noite desta terça-feira, 24, a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, segundo informou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra. A causa da morte ainda não foi divulgada. Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta no dia seguinte após ter sido submetida a um cateterismo.

Ruth já teve problemas cardíacos antes e estava internada para realização de vários exames, a pedido de seu cardiologista. A assessoria da ex-primeira-dama informou no dia seguinte ao da internação que os resultados do cateterismo mostraram que não haveria necessidade de uma intervenção cirúrgica.

Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no último domingo à Convenção Municipal do PSDB em que o partido definiu apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin a prefeito da capital paulista, contra a adesão ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato a permanecer no cargo.
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Não vem que não tem

Lula disse que os recursos do PAC não precisam de intermediários e que o seu governo está investigando o PAC através das ações da Polícia Federal. É mesmo? Não é de hoje que tem gente enfiando a mão no dinheiro do PAC. Por falar em investigações, por onde anda Zuleido Veras, o empreiteiro acusado de desviar dinheiro do Programa Luz para Todos e do PAC? Bem que Lula poderia nos falar como andam as investigações, quais são os pilantras presos e os foragidos. Não vem que não tem!

Assim não, Kassab!

Como é que é? Gilberto Kassab defendeu o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo Antônio Carlos Rodrigues? Rodrigues é acusado de participar do esquema de desvio de verbas do BNDES. Assim não, Kassab! Deveria ter defendido maior rigor nas investigações e não defender o acusado.

Desigualdade salarial cai no País

Por Isabel Sobral
no Estado de São Paulo

O abismo que separa os mais altos salários pagos no País das remunerações mais baixas diminuiu um pouco nos últimos cinco anos, segundo mostra estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).Em 2003, os rendimentos mais altos eram 27,3 vezes maiores do que os salários mais baixos. No ano passado, essa proporção havia caído para 23,5 vezes. Ou seja, apesar do avanço os rendimentos do trabalho continuam mal distribuídos."Houve melhora (na distribuição da renda), mas ainda estamos longe de um País menos injusto", declarou o presidente do instituto, o economista Márcio Pochmann. O Ipea usou dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que todos os meses faz o levantamento da situação do mercado formal de trabalho em seis regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador). Os números do IBGE mostram que entre 2003 e 2007 houve o crescimento de 22% da renda média dos mais pobres, ante um aumento de apenas 4,9% na renda média dos ocupados com maior remuneração.Márcio Pochmann atribuiu esse desempenho de diminuição da desigualdade à política de reajuste real do salário mínimo implantada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2004 e às políticas de transferência de renda, como os benefícios concedidos pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) com valores de salário mínimo."Entre os 40% mais pobres do País essa política foi fundamental para a recuperação do poder aquisitivo", completou Pochmann.Essas políticas influenciaram, segundo o Ipea, o índice Gini - medidor internacional de desigualdade de renda em um país, que varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade, quanto mais perto de zero, menor. Em 2003, o índice brasileiro era de 0,53 ponto. No primeiro trimestre deste ano, o índice já havia recuado para 0,50 ponto. As projeções do Ipea apontam para um índice de 0,49 ponto em 2010, se for mantido o crescimento econômico em torno de 5% ao ano até lá.Pochmann reconheceu que uma taxa de inflação crescente pode atrapalhar essa trajetória, bem como as políticas de combate à inflação, como elevação de juros. "Mas inflação é algo muito prejudicial", comentou.
PARTICIPAÇÃO NO PIB
Embora tenham se reduzido as diferenças salariais, o Ipea destacou que continua praticamente sem mudanças a participação dos salários no Produto Interno Bruto (PIB ) do País.Pochmann informou que, em 2003, os rendimentos do trabalho assalariado representavam 39,8% do PIB nacional. No ano passado, essa proporção caiu para 39,1%. "Nos anos 50, essa participação chegava a 50%", observou o economista.Se o crescimento do PIB se mantiver em 5% nos próximos anos, o Ipea projeta um crescimento de 14% nessa participação até 2010, o que levaria o porcentual frente ao PIB um pouco superior ao nível identificado em 2003.

Esquema de desvio de verbas foi aprimorado

Por Fernanda Odilla, Andrea Michel e Lucas Ferraz
na Folha de São Paulo

Investigações indicam que esquema de desvio de dinheiro público e fraude em licitações em 119 cidades brasileiras, investigado pela Operação João de Barro, da Polícia Federal, aprimorou-se desde que foi detectado pela primeira vez em municípios de Minas Gerais, no final do segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)."Deixou de ser baseado em emendas individuais e passou também ao controle dos repasses de verbas voluntárias de ministérios e do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", diz o procurador Zilmar Drumond, do Ministério Público de Governador Valadares.Drumond começou a investigar a quadrilha depois que o TCU (Tribunal de Contas da União) detectou fraudes em 23 das 30 cidades mineiras auditadas entre 1999 e 2002. Na ocasião, o TCU analisou 121 convênios firmados principalmente com os ministérios da Integração Nacional, da Previdência, da Saúde e do Esporte, no valor total de R$ 10 milhões.O procurador afirma que o deputado federal João Magalhães (PMDB-MG), um dos alvos da investigação da PF, era o principal articulador do suposto esquema. No começo, Magalhães teria atuado diretamente com suas próprias empresas, registradas em nomes de laranjas, para fazer os projetos e executar as obras originárias de emendas apresentadas por ele. Mais tarde, diz o procurador, o negócio se ampliou e passou a ser coordenado por lobistas que prestam serviços não só para Magalhães, mas para outros parlamentares, entre eles Adelmir Camilo (PDT-MG).O modo de operação, contudo, é o mesmo detectado pelo TCU em 2002. Emendas são direcionadas e contratos de convênios da União assinados com prefeituras são fraudados com o conluio de agentes públicos, empresários e lobistas.
Recursos
O PAC pode ter sido o responsável por turbinar os recursos movimentados pela organização. Segundo as investigações, R$ 700 milhões já teriam sido repassados, por meio de emendas parlamentares ou convênios com ministérios. Outros R$ 2 bilhões estariam na mira da quadrilha."Grande parte das obras concluídas foi realizada com materiais inferiores em qualidade ou quantidade, divergindo de planos e planilhas aprovados por órgãos repassadores", concluíram os auditores do TCU em 2002. Segundo o relatório, o custo médio das obras nas cidades analisadas atingiu 60% dos valores transferidos pelos convênios pagos às empresas.O TCU também detectou "graves" irregularidades nas emendas do deputado João Magalhães (PMDB-MG) destinadas aos municípios, principalmente da área de saúde e que se relacionam com a Construtora Ponto Alto. O congressista é apontado como dono informal da empresa, existindo, segundo o TCU, um débito da construtora em favor de Magalhães, no valor de R$ 95 mil (detectado em 2001).Após analisar as auditorias do TCU, Drumond impetrou 25 ações civis contra Magalhães por improbidade administrativa e requisitou investigação da PF para puni-lo criminalmente. A polícia detectou que o esquema cresceu, envolvendo mais empresas e outras cidades mesmo fora de Minas.A apuração indica que 31 dos 119 prefeitos tinham ciência da atuação da quadrilha. Em outras 18 cidades, os prefeitos foram citados pelos investigados. "Muitas vezes o prefeito simplesmente lava as mãos. O esquema chega e oferece a obra, o prefeito diz sim e assina papéis", disse o procurador.Desde a semana passada, a parte do inquérito relacionada aos prefeitos tramita no âmbito do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que tem sede em Brasília, mas os pedidos feitos pela PF e pelo Ministério Público ainda não fora apreciados.

PSDB fica na prefeitura; com Kassab, Serra elogia parceria

Por Fernando Barros de Melo, José Alberto Bombig e Catia Seabra
na Folha de São Paulo

Apenas um dia após o anúncio de Geraldo Alckmin como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, tucanos foram convidados a permanecer na administração do prefeito Gilberto Kassab (DEM). O prefeito também esteve ontem ao lado do governador José Serra.O secretário de Coordenação de Subprefeituras da capital, Andrea Matarazzo, comandou pela manhã reunião só com subprefeitos do PSDB e transmitiu o recado de Kassab.Hoje, 21 dos 31 subprefeitos são da cota do partido. A reunião contou com pelo menos 18 deles, segundo a Folha apurou.Matarazzo levou um pedido de Kassab para que os colaboradores continuem na administração municipal e disse que o trabalho da equipe é muito bem avaliado pelo prefeito."A gestão da cidade está indo muito bem e não temos por que pensar em mexer naqueles que tocam a administração junto à comunidade", afirmou ele. Segundo relatos, os subprefeitos foram avisados de que a continuidade era desejo do governador José Serra (PSDB), de quem Kassab foi vice.Na reunião, Kassab também enviou um pedido para que cada um dos subprefeitos coordene a sua campanha de reeleição nas respectivas regiões e, se isso não for possível, que indiquem nomes para a função.Mas subprefeitos ouvidos pela Folha disseram que Kassab pediu que a militância não fosse feita durante o expediente. "Temos a responsabilidade de trabalhar até 31 de dezembro", disse Geraldo Mantovani Filho, de Santo Amaro.
Esvaziamento
No front alckmista, o ex-governador não quer ser responsabilizado pelo esvaziamento do governo Kassab. Mas Alckmin avisou que não garantirá espaço em eventual futuro governo para os tucanos que permanecerem na atual gestão.O PSDB também tem 11 secretários municipais de um total de 22. Hoje, retornará ao governo Kassab o tucano Ricardo Montoro, que reassume a Secretaria Municipal de Participação e Parceria, posto que deixou no dia 5 deste mês dizendo que lutaria pela manutenção da aliança com o democrata.Montoro foi cogitado como vice em uma possível chapa encabeçada por Kassab.Em mais uma demonstração de proximidade, Serra e Kassab estiveram ontem no Palácio dos Bandeirantes, na solenidade em que o governador anunciou investimentos de R$ 2,8 bilhões no metrô."Para o pessoal dos bancos saber, a prefeitura não põe recursos no metrô desde os anos 70", discursou Serra. "Espero que [a parceria] continue em 2009 com qualquer um que esteja na prefeitura", completou.Após o encontro, ao ser questionado, Serra disse que Kassab é convidado automaticamente para todas as cerimônias que se referem à cidade de São Paulo.O prefeito voltou a dizer que o PSDB continua sendo aliado e enalteceu o trabalho de Serra.Os vereadores que lideraram a tese pela aliança com Kassab dizem que são partidários e defenderão o candidato tucano. Mas ressalvam que não deixarão de falar das "conquistas da cidade na atual administração"."A partir de hoje temos candidato, o dr. Geraldo Alckmin", disse o vereador Juscelino Gadelha. "Mas esse governo que está aí também é do PSDB."Na avaliação do líder da bancada tucana, vereador Gilberto Natalini, há uma "situação difícil". "Não podemos abandonar um governo que está dando certo. Por outro lado, temos compromissos com o partido. É uma situação muito difícil. E não fomos nós que a criamos."

Teixeira fez ao menos 6 reuniões no Planalto

Por Letícia Sander e Alan Gripp
na Folha de São Paulo

A Presidência reconheceu que o advogado Roberto Teixeira esteve pelo menos seis vezes no Palácio do Planalto com Luiz Inácio Lula da Silva, seu compadre, desde 2006, em encontros não registrados na agenda pública do presidente.Teixeira é acusado de usar sua influência junto ao governo para aprovar a venda da Va- rigLog para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros, que o contrataram.Ao menos dois desses encontros estão relacionados diretamente com o negócio, aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em junho de 2006. No mês seguinte, a Va- rigLog adquiriu a Varig. A assessoria de Teixeira diz que as demais visitas foram apenas de cortesia ao amigo Lula.No dia 15 de dezembro daquele ano, Teixeira foi ao encontro de Lula acompanhado dos sócios da Varig um dia depois de a companhia receber da Anac, em cerimônia em Brasília, certificado que lhe deu autorização para voar.Segundo Marco Antonio Audi, sócio afastado da VarigLog, o encontro foi convocado às pressas por Teixeira na manhã do dia 15, quando todos já haviam retornado a São Paulo, após a cerimônia. Audi então alugou um jatinho particular, onde viajaram, além dele e de Teixeira, os sócios brasileiros Eduardo Gallo e Marcos Haftel e o representante do fundo americano, o chinês Lap Chan.Outro encontro de Teixeira com Lula ocorreu em 28 de março de 2007. Naquele dia, o advogado foi ao Planalto acompanhado dos empresários Nenê Constantino e Constantino de Oliveira Jr., donos da Gol. O motivo da reunião, segundo os empresários, era comunicar oficialmente a Lula a compra da Varig pela Gol.Nas duas ocasiões, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), acusada de interferir na venda da VarigLog, estava presente.O Planalto argumenta que nem todos os compromissos do presidente são divulgados.

Será?

O presidente da Câmara Arlindo Chinaglia disse ontem que vai cortar o salário dos deputados faltosos que decidiram aproveitar mais um pouco os festejos juninos. Será? Vamos ver, vamos cobrar.

Uribe na frente

O presidente da Colômbia Álvaro Uribe é o presidente mais bem aceito nas Américas segundo a firma mexicana Mitofsky. Ele obteve 84% de aceitação. Em segundo lugar vem o presidente mexicano Felipe Calderón com 61%, o Bufão de Caracas obteve 59% e Lula com 55%. Com este nível de popularidade, Uribe vai mostrando para os integrantes do Foro de São Paulo o que acontece com quem é “papagaio de Washington”.

Eles não sabem o que fazem

Assim como já fui esquerdista também já fui muito religioso. Lembro até hoje do Padre Ritz perguntado se eu queria ser padre. Não sei o que aconteceu comigo. Faz tempo que não vou à missa, mas dialogo com Deus no meu quarto. Sei que ele está escondido e, como diz a Bíblia, ouve as minhas orações. Na época em que eu era muito religioso, sempre assistia à Rede Vida, era sócio da Associação do Senhor Jesus e, de vez em quando, ouvia o CD do Padre Jonas Abbib. Padre Jonas é o fundador da Canção Nova. Li agora mesmo na Folha online que Dilma Rousseff participou de uma missa na Esplanada dos Ministérios. Na ocasião, ela elogiou a Canção Nova que inaugurava uma nova emissora de TV em Brasília. Daí a minha lembrança dos meus tempos religiosos. Mas vamos em frente.
Lula esteve ontem no Rio de Janeiro e em São Paulo. Portanto, não poderia participar da missa, certo? Errado! Dilma disse que Lula estava em espírito naquela celebração. Como assim “em espírito”? Onde estaria o espírito de porco do Lula? Perto do Padre Jonas ou dançando com o Padre Marcelo Rossi? Será que algum religioso ou alguma religiosa se manifestaram, ou vai se manifestar sobre esta declaração infeliz da ex-terrorista? Lula presente em espírito... Era só o que me faltava. Escondido no meu quarto, confiando nas palavras da Bíblia, eu olho para os céus e digo para o meu Deus que me ouve escondido: “Pai, perdoai-os! Eles não sabem o que fazem”.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dinheiro sujo por aí

Outra vez a Polícia Federal fez outra operação. Dessa vez os policiais prenderam uma quadrilha que desviava dinheiro do INSS para campanhas de políticos. Xiiiii!!!! Mais uma vez dinheiro desviado para campanha de políticos. Daí você imagina o que está correndo nas campanhas Brasil a fora. Infelizmente no país do lulismo investigar político virou “golpe” ou “denuncismo vazio”. Dinheiro de origem duvidosa correndo solto por aí. Ah, se as investigações nestêpaiz fossem pra valer. Veríamos muito sem vergonha escondendo a cara. Será que esses políticos que desviaram dinheiro do INSS serão punidos? Será que mais dinheiro sujo estará rolando no período eleitoral que se aproxima? É só investigar, é só apurar que muita coisa vem à tona. Mas quem disse que nestêpaiz se apura alguma coisa?

Eu quero os anos dourados de volta

Lula disse hoje no Rio de Janeiro que o Brasil vive o mesmo clima dos anos dourados do governo Juscelino Kubitscheck. Eu quero entrar nesta onda de “volta aos anos dourados”. Vamos localizar estes anos iluminados: final da década de 1950. Vamos lá. Eu quero outra bossa nova. Eu quero comprar o LP “Chega de Saudade” de João Gilberto. Quero admirar a beleza da garota de Ipanema. Quero cruzar com Tom Jobim e Vinícius de Moraes em alguma praia carioca. Quero ler as crônicas de Drummond. Quero saber as novas poesias de Manoel Bandeira. Quero limpar bem os ouvidos para acompanhar no rádio as partidas da seleção brasileira na Copa do Mundo na Suécia. Quero saber mais desse tal de Pelé que dizem que joga um bolão. Ah, eu quero a literatura, a música, a arte, enfim, tudo de bom que o Brasil produziu nos anos dourados do governo JK. Mas Lula é mentiroso! Não vivemos nos anos dourados. Tudo isso é uma mentira! Lula mente! Seus aliados mentem! Seus ministros mentem! Eu quero os anos dourados de volta! Quero Drummond, Bandeira, Tom, Vinícius, Pelé... Quero a garota de Ipanema só pra mim. Tanta coisa boa no final da década de 1950. Agora eu empolguei: Eu quero os anos dourados de volta! Que se dane Lula! Quero aquelas maravilhas... Quero um país que, nem de longe se compara com este daqui.

Já vi esse filme



Mais uma treta envolvendo o compadre de Lula. Eu já vi esse filme. No livro de Luis Maklouf Carvalho Já vi esse filme temos várias amostras da relação Lula-Roberto Teixeira e as prefeituras comandadas pelo PT. Mais uma vez faço propaganda do livro. Se você pensa que Roberto Teixeira só fez armação na venda da Varig você precisa ver este filme, ou melhor, ler este livro.

E Lula foi contra o Plano Real

No Estadão online, leio que Lula disse hoje no programa Café com o Presidente (se os sites de notícia não falassem sobre este programa eu nem saberia que ele existia) que a inflação está “sob controle” e que o Brasil é o principal país no mundo que a inflação não deslanchou. É mesmo? Foi o Plano Real que deu um jeito na inflação em 1994. O que Lula dizia sobre tal plano? Era um estelionato eleitoral. É só pegar os arquivos dos jornais (sugiro os arquivos da Folha de São Paulo que são mais acessíveis para quem é assinante) e ler o que Lula e sua turminha diziam sobre o Plano Real. Hoje, Lula se gaba pelo Brasil ainda não sentir os efeitos da crise econômica que assola o mundo. Também, seguindo a receita do governo anterior. Como eu disse um post ontem: o PSDB não sabe reclamar aquilo que plantou. Do que adianta usar seis minutos de propagando política louvando os feitos do governo Fernando Henrique Cardoso para chegar na hora do “vamos ver” negar tudo que fez (leiam o post de ontem “Não sabem responder”). Do jeito que Lula altera a história, do jeito que Lula mente dizendo que é seu o que na verdade é dos outros é bem capaz dele terminar o mandato com falando que foi ele o cara que domou a inflação. Mas, os arquivos estão aí pra quem quiser pesquisar.

Festa Junina tem cadeia

Leio na Folha online que o Congresso Nacional ficará vazio nesta semana que se inicia por conta dos festejos juninos e das convenções partidárias. Como se a agenda dos congressistas não estivesse cheia. Como se vossas excelências não tivessem coisas importantes para discutir e votar no Congresso. Mas estamos no Brasil, a terra sem lei. Aliás, quem sabe algum engraçadinho não coloca vossas excelências na cadeia? Festa junina tem muita cadeia. Mas não sei não. É bem capaz de algum lobista acabar com a graça da festa.

Emoção em Aparecida

Maguito Vilela é o candidato do PMDB para disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia em outubro. Seu nome foi confirmado neste final de semana. Antes disso, Maguito já começou a enfrentar as críticas do tal “grupo de Aparecida” capitaneado por Sandro Mabel e Ademir Menezes. O grupo lançou Marlúcio Pereira (PTB) como candidato. O grupo já começou a falar que Maguito Vilela é um “forasteiro” já que não nasceu na cidade. Porém, os principais integrantes do tal grupo também não têm registro de nascimento em Aparecida de Goiânia. De tão desgastada, a panelinha pode acabar se quebrando. Eu falei panelinha? Bem, vamos voltar um pouco no tempo. Em 1998, Marconi Perillo foi eleito governador de Goiás batendo firme na panelinha peemedebista que tinha como integrantes o próprio Maguito Vilela e Íris Rezende. Será que Maguito vai usar o mesmo mote da campanha adversária em 1998 para ganhar as eleições deste ano? Se a campanha eleitoral em Goiânia está fria, com a base aliada ao Palácio das Esmeraldas quase entregando os pontos e a vitória de Íris Rezende é quase dada como certa, emoção mesmo veremos em Aparecida de Goiânia. Quem diria que o PMDB de Maguito Vilela entraria numa campanha falando que a cidade precisa de mudança, acabar com a panelinha que comanda a cidade há vinte anos. Só faltava algum carro do PMDB desfilar pelas ruas da cidade com a música: O tempo novo, o tempo novo pede licença pra entrar...

Eduardo Paes e Lula... Quem diria

Leio no jornal carioca O Dia que o ex-secretário de Esportes do Rio de Janeiro Eduardo Paes será o candidato à prefeito da cidade pelo PMDB. Interessante o título da matéria do Dia: “Quatro palanques para Lula”. O título se refere aos candidatos que podem ter Lula no palanque. Eduardo Paes e Lula dividindo palanque? Quem diria. Eduardo Paes era deputado pelo PSDB na época em que o mensalão estava no auge. Lembro que tinha um vídeo da sua participação na CPI dos Correios quando Delúbio Soares prestou depoimento. O vídeo estava no site UOL, mas parece que não está mais disponível. Vemos um Eduardo Paes implacável contra os crimes petistas. Ele até reclama do deboche do ex-tesoureiro petista durante o depoimento. Quem diria que Eduardo Paes poderá ter Lula participando da sua campanha. O Lula do mensalão. O Lula companheiro de Delúbio Soares. Será que o ex-deputado tucano ainda se incomoda com as denúncias do mensalão, com o dinheiro não contabilizado e o deboche de Delúbio Soares? Vai ver o nobre candidato esteja muito mais interessado na campanha pela Prefeitura do Rio de Janeiro do que o valerioduto e outras picaretagens petistas que ele tanto combateu quando estava no Congresso Nacional.

O Maluf é aliado deles

A Prefeitura de São Paulo quer repatriar o dinheiro desviado por Paulo Maluf que está na Ilha Jersey. Será que algum petista vai colaborar nesta ação? Até bem pouco tempo atrás os petistas batiam forte no ex-prefeito. Hoje, eles são amigos. Aliados. Quem diria...

Prefeitura de SP vai pedir ação contra Maluf em Jersey

Por Jamil Chade
no Estado de São Paulo

Com a ajuda de um novo acordo internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), a Prefeitura de São Paulo vai entrar com representação para repatriar US$ 120 milhões bloqueados na Ilha de Jersey em nome do deputado Paulo Maluf, candidato do PP a prefeito. No fim da semana passada, o Ministério Público de São Paulo recebeu os documentos que faltavam da Justiça britânica que comprovariam as transferências de dinheiro por Maluf da Suíça para Londres e, em seguida, para Jersey nos anos 90. "O processo vai seguir", comemorou Andrew Witts, advogado contratado pela prefeitura em Londres. Os advogados do município agora estudam se vão pedir abertura de processo contra o ex-prefeito apenas em Jersey ou também nas Ilhas Virgens Britânicas, onde está registrada, segundo as investigações, uma empresa do deputado que teria feito as transferências. "Como é que alguém entra em um processo eleitoral tendo dinheiro bloqueado no exterior?", questiona o procurador-geral de Genebra, Daniel Zapelli, que confirma a manutenção do bloqueio do dinheiro em nome da família Maluf também na Suíça.Entre os documentos a serem usados pela prefeitura estão os comprovantes da transferência de dinheiro da fundação White Gold para a empresa Durant International em dezembro de 1996.Pelas investigações dos suíços, são assinaturas de Maluf que dão a autorização para as transferências. A Durant teria sede nas Ilhas Virgens Britânicas e, por esse motivo, um processo também poderia ser aberto na Justiça local.
ACORDO
Os documentos já haviam sido enviados ao Brasil em 2005, mas estavam apenas com o Ministério Público em um processo criminal. Agora, com a prefeitura, será pedida uma ação civil em Jersey.A idéia dos advogados é a de abrir uma queixa por corrupção e por lavagem de dinheiro. A esperança deles é de que a Justiça em Jersey seja mais rápida que a do Brasil e condene Maluf. Com isso, o dinheiro seria liberado para a repatriação.O Ministério Público de São Paulo e advogados britânicos conseguiram os documentos graças a acordo promovido pela ONU de combate à corrupção. O Brasil ratificou o tratado em 2006 e pôde requisitar dados de pessoas investigadas por corrupção ou lavagem de dinheiro. Como o Reino Unido também já ratificou o acordo, foi obrigado a conceder a documentação. Maluf disse ontem ao Estado que "desconhece o problema" e voltou a negar que tenha dinheiro no exterior. "230 vezes eu já neguei. Agora vou negar 231."

Procuradora abre ação contra ex-funcionários da Funasa

Por Cláudio Dantas Sequeira
na Folha de São Paulo

O Ministério Público Federal (MPF-DF) ajuizou ação civil pública contra o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) Paulo de Tarso Lustosa e o ex-coordenador de logística Paulo Roberto de Albuquerque Garcia Coelho, acusados de suposta improbidade administrativa (má gestão pública) à frente do órgão.Responsável pela ação, a procuradora da República Raquel Branquinho pediu o cancelamento do contrato nº 74/2002 entre a Funasa e a empresa Brasfort Administração e Serviços Ltda. e a devolução aos cofres públicos de R$ 56,6 milhões. Segundo ela, houve conluio para desvio de verba, contratação irregular e nepotismo.Também foram responsabilizados na ação os ex-presidentes da Funasa Valdi Camarcio Bezerra (PT-GO) e Mauro Ricardo Machado Costa -hoje secretário da Fazenda de José Serra (PSDB-SP)-, o ex-diretor de administração Wagner de Barros Campos e o proprietário da Brasfort, Robério Bandeira Negreiros.Negreiros é namorado de Flávia Coelho, prima de Paulo Roberto (ex-coordenador da Funasa) e filha do lobista Luiz Carlos Coelho, amigo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Flávia trabalha no gabinete de Renan no Senado.Segundo a ação, os serviços prestados pela Brasfort "serviram de pretexto para a contratação de parentes e pessoas indicadas pela alta administração do órgão". A Funasa foi tratada, diz Branquinho, "como se fosse uma empresa familiar". "Houve uma intensa dilapidação do patrimônio público por esse grupo." Para a procuradora, Paulo Roberto era o "braço operacional" de Lustosa.Os apadrinhados, apesar de serem funcionários terceirizados, ocuparam postos estratégicos e desfrutavam de todas as benesses, como viagens e diárias pagas com verba pública. Eles recebiam salários maiores do que os servidores da Funasa, e tinham um plano de cargos e salários "paralelo".A investigação do Ministério Público reafirmou o teor das acusações feitas, em meados do ano passado, pelo advogado Bruno Miranda, ex-genro de Luiz Coelho. Miranda revelou o esquema montado pelos indicados de Renan e chegou a ser agredido por Negreiros em uma boate de Brasília.A Controladoria Geral da União abriu auditoria na Funasa, que sofreu ainda uma sindicância e um processo administrativo disciplinar (PAD).
Irregularidades
A Brasfort foi contratada por meio do pregão nº 35/02 para prestação de apoio administrativo e atividades auxiliares de 18/12/2002 a 18/12/2007. No entanto, passou a regular a contratação de dirigentes do órgão.Um mês depois de ganhar a licitação com o menor preço, a empresa pediu repactuação do contrato. O reajuste foi concedido pelo ex-presidente Bezerra. No mesmo mês, foi assinado um novo aditivo para prorrogar o contrato em um ano, permitindo reajuste de 40,34%. Quando Paulo Roberto chegou, o contrato foi reajustado em 25%. O faturamento da Brasfort passou de R$ 170 mil (fevereiro de 2003) para R$ 2 milhões (setembro de 2006).

Com Serra e sem bancada, PSDB lança Alckmin em SP

Por Catia Seabra, José Alberto Bombig e Fernando Barros de Melo
na Folha de São Paulo

Ao lado do governador José Serra (PSDB), mas sem a presença de 10 dos 12 vereadores do PSDB paulistano, o médico Geraldo Alckmin, 55, foi oficializado ontem, em convenção realizada na Assembléia Legislativa do Estado, candidato tucano a prefeito de São Paulo.Será a segunda vez que ele concorrerá ao cargo, hoje ocupado por Gilberto Kassab (DEM), que tentará a reeleição e era vice de Serra até 2006, quando o titular do Palácio dos Bandeirantes deixou a prefeitura para disputar o governo.O acordo que permitiu a Alckmin ser apresentado como candidato único na convenção foi fechado na noite de anteontem, após intervenção de Serra.Com isso, a chapa que propunha uma aliança com Kassab desistiu de concorrer.Em contrapartida, Alckmin afirmou, ontem na Assembléia Legislativa, que estará com Serra em 2010 -o governador paulista e o colega mineiro, Aécio Neves, são os nomes "naturais" do PSDB para a sucessão do presidente Lula.Segundo a assessoria de imprensa do PSDB, de um total de 1.344 convencionais, 1.164 foram às urnas, e 1.037 referendaram o nome de Alckmin -94 foram contra, 20 anularam e 13 votos estavam em branco."Nunca há uma mesma opinião. O importante é que haja uma só decisão. Isso foi consagrado aqui no dia de hoje. Nós vamos apresentar como nosso candidato para a cidade alguém (...) que foi um grande candidato a presidente da República e tem todas as condições de ser um grande prefeito", disse Serra, durante seu discurso.Os expoentes da chapa "kassabista" são historicamente ligados a Serra, como o secretário municipal de Esportes da capital, Walter Feldman, que ontem fez questão de participar da convenção tucana.Ao discursar, Alckmin também elogiou Serra: "São 16 anos de governo do PSDB em São Paulo, agora sob as mãos firmes e honradas do governador José Serra", disse o candidato tucano, sendo aplaudido.Para completar em seguida: "Quero trazer uma palavra muito especial ao governador José Serra, fundador como eu do PSDB e companheiro de tantas e tantas jornadas. Nós estaremos sempre juntos, amalgamando a unidade partidária, para trabalhar".
Relógio
Serra chegou 40 minutos após o previsto e Alckmin brincou com os jornalistas. "Nossa divergência é de fuso horário", disse o ex-governador.Ao final do evento, Alckmin abraçou Serra: "Obrigado".Dos 12 vereadores da bancada tucana, apenas 2 foram à convenção. Tião Farias, apoiador de Alckmin desde o começo, e José Rolim, que, apesar de assinar a chapa pró-kassab, ficou ao lado do ex-governador.Em discurso, Serra defendeu a bancada. "Queria saudar a todos os nossos vereadores, os que estão e os que não estão aqui, mas que vão estar na luta para que São Paulo não sofra um retrocesso."A importância dos vereadores é ressaltada por tucanos, já que eles têm capilaridade na cidade e podem trazer votos para o candidato à prefeitura.Na noite de sábado, por exemplo, após a decisão de retirar a chapa pró-Kassab, o grupo de vereadores diz que cancelou 182 ônibus alugados. A expectativa era de levar 9.000 militantes ligados a eles para a convenção de ontem.Em entrevista coletiva, o próprio Alckmin reconheceu a importância dos parlamentares e disse que não haverá retaliação aos vereadores."Eles todos contarão comigo, vou trabalhar por todos eles. E a nossa bancada vai crescer", disse Alckmin. "Sou muito identificado com o 45 e podemos fazer crescer muito o voto de legenda", completou.

Teixeira admite contrato de até US$ 5 mi com VarigLog

Por Alan Gripp
na Folha de São Paulo

O advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, disse ontem, por meio de sua assessoria, que pode chegar a US$ 5 milhões o valor total de seus contratos com a VarigLog, entre honorários, custas judiciais e outras despesas. Segundo ele, a quantia se refere a um ano e dez meses de serviços em mais de 300 processos, e não apenas a sua atuação na venda da companhia, em 2006, para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros.O negócio foi posto sob suspeita pela ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu, que denunciou ter sido pressionada pela Casa Civil para não exigir documentos que pudessem revelar que o sócio estrangeiro era o real controlador da companhia, o que fere a lei.Um dos sócios brasileiros, Marco Antonio Audi, disse que Teixeira recebeu US$ 5 milhões "para resolver" o problema. Teixeira negou ter usado sua influência e disse que o valor recebido era "bem menor", sem falar em números.A assessoria do advogado informou que ele não voltou atrás em suas declarações e deu uma explicação semântica. Teixeira disse que desmentiu Audi porque este afirmou ter pago os US$ 5 milhões "do contrato até a aprovação" da venda da VarigLog, período de quatro meses, entre março e junho de 2006.Segundo ele, os pagamentos que, somados, se aproximam dessa quantia aconteceram de março daquele ano a janeiro deste ano. "A totalidade da remuneração jamais foi objeto de questionamento", diz nota do escritório Teixeira, Martins Advogados em resposta à reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada ontem.A mesma explicação foi usada em relação à declaração dada por Teixeira na quarta-feira passada no Senado, quando disse ter recebido US$ 350 mil da VarigLog. A quantia, sustenta ele, é o valor exato recebido naqueles quatro meses (março a junho de 2006).Ainda na quarta-feira, em entrevista à Folha, questionado sobre o valor total pago pelos serviços prestados à VarigLog, Teixeira disse ser "menos" que os US$ 5 milhões, mas se recusou a falar em valores. A Folha voltou a pedir ontem o valor exato pago ao escritório, mas não recebeu resposta.Planilhas publicadas ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo" mostram pagamentos de US$ 3,26 milhões feitos à Teixeira, Martins e Advogados, entre eles o de uma taxa de sucesso de US$ 750 mil paga assim que a Varig, adquirida pela VarigLog, conseguiu autorização da Anac para voar.Os pagamentos, segundo a planilha, foram feitos por sete empresas pertencentes aos sócios da VarigLog: VRG Linhas Aéreas, VBP do Brasil, Volo do Brasil, Varig Logística, Volo Logistics, Matlin Patterson USA e Matlin Patterson LA.
"Não precisava mentir"
Audi disse ontem que pode ter cometido um "erro cronológico" em alguma declaração, mas que em diversas entrevistas dadas nas duas últimas semanas afirmou que se referia a pagamentos feitos até 2008. "Tenho falado semanalmente que esses valores eram de 2006 para cá. Teixeira vai se enforcar na própria corda; ele não precisava ter mentido."Audi, afastado do comando da VarigLog pela Justiça, disse ainda não saber o valor exato pago a Teixeira, mas que ultrapassam os US$ 5 milhões. "Nos valores de dólares de hoje, passou de US$ 5 milhões. Não tem jeito, está lá no SAP (sistema de gestão) da empresa."

domingo, 22 de junho de 2008

Eu não sabia que era tão fácil assim

Túlio Maravilha concedeu entrevista hoje para o Diário da Manhã. Falou da suas carreiras políticas e futebolísticas. Túlio quer ser vereador e marcar o milésimo gol. Neste post vou tratar apenas da segunda opção. Túlio seria o terceiro jogador a marcar mil gols. Primeiro foi Pelé e o segundo Romário. Lembro que em 1999 o Fantástico fez uma reportagem comemorando os trinta anos do milésimo gol de Pelé. Abre-se um parênteses: Pelé marcou o milésimo gol no Maracanã e ainda foi para o México brilhar na Copa do Mundo no ano seguinte. Fecha-se parênteses. Na reportagem, o goleiro Andrade (que sofreu o histórico gol) falou que dificilmente outro jogador de futebol chegaria a marca do Rei. E não é que chegou? Romário marcou o seu gol mil ano passado. Será que Túlio Maravilha consegue? Eu não sabia que era tão fácil assim.

Não sabem como responder

Reportagem da Folha de São Paulo de hoje fala sobre as crises que o PSDB está passando no ano que completa seus 20 anos. Escândalos políticos, desentendimentos, rachas. Além disso, o partido até agora não conseguiu fazer uma defesa correta dos seus feitos quando estava na Presidência da República. Nas eleições presidenciais de 2006, Geraldo Alckmin não defendeu as privatizações. Deixou-se pautar pelos ataques mentirosos de Lula e do PT. Não falou dos benefícios das privatizações. Não soube defender os benefícios do Plano Real. Aliá, não é só Alckmin que não sabe defender os feitos do governo Fernando Henrique Cardoso. O tucanato em geral não sabe fazer isso. Semana passada o partido levou ao ar seu programa no horário gratuito. Minha mãe me chamou para ver. Eu não quis. Ano passado o PSDB também fez um programa político falando dos benefícios do seu governo. Parece (pelo que minha mãe falou e pelo que eu li na imprensa) que os tucanos fizeram na semana passada um programa no mesmo molde do ano passado. Para que eu vou perder o meu tempo vendo um partido falando seis minutos em horário nobre que o Brasil está plantando o que o PSDB plantou se na “hora H” estes mesmos valentes se calam, não falam do plantio e deixam os outros colherem o que não seria obra deles? Eis aí mais um dilema que o PSDB poderia responder aproveitando os festejos de 20 anos.
Vamos aos escândalos políticos agora. Volto outra vez em 2006. No começo da campanha presidencial Geraldo Alckmin disse que daria um “banho de ética”. Não bastou a primeira série de entrevistas com os candidatos à presidência no Jornal Nacional para que a tese furasse. Fátima Bernardes fez uma ótima pergunta: Como pode falar em “banho de ética” se um integrante do seu partido está sendo acusado de receber dinheiro sujo de Marcos Valério? Alckmin não soube responder. Ficou dando voltas e mais voltas sem chegar a um lugar determinado. Até hoje o senador Eduardo Azeredo (o integrante do PSDB envolvido no valerioduto) não recebeu nenhuma punição. Infelizmente o PSDB vai aceitando o jogar o jogo cujas regras foram armadas pelo petralhismo: todo mundo é corrupto, todo mundo faz caixa 2, todo mundo rouba, portanto, ninguém pode ser punido. Nestas últimas semanas estamos vendo os tucanos acusados de receber propina, de desviar verbas. Vemos as crises no Rio Grande do Sul, em São Paulo, nas Alagoas, aqui em Goiás. Será que algum valentão tucano vai defender investigação séria e punição para os culpados? Quem joga o jogo comandado pelo PT sempre dirá que todo mundo é corrupto, que todo mundo erra, portanto, para que punir? Atire a primeira pedra quem nunca errou!
Pois é, minha gente! O PSDB não tem muito o que comemorar neste aniversário de 20 anos. Como pode o partido querer comemorar o seu passado de 20 anos se nem reconhece o que fez há 14? Se as reuniões do partido acabam em brigas e xingamentos, imagine o que pode acontecer na festa de aniversário. Imagine o quão patético seria ver os integrantes do ninho tucano jogando pedaços de bolo, salgados e outros petiscos mais uns nos outros. Seria muito comédia. Assim como é comédia a oposição que o PSDB faz ao governo. Bem, isso é outra história. Outra história que os tucanos não sabem, ainda, como responder.