sábado, 30 de agosto de 2008

Cadê a oposição?

Segundo DataFolha Lula tem o maior índice de aprovação na cidade de São Paulo. O Apedeuta é aprovado por 49% dos entrevistados. Além da economia estar indo bem e da podridão na política ser tratada como algo normal, a oposição é uma das culpadas pelo grande índice de aprovação do Apedeuta. Até hoje, desde 2003, o PSDB e o DEMO não faz oposição. Olhamos para o governo e nos perguntamos: Cadê a oposição? Na década de 1990 Lula e seus petralhas faziam muito barulho. Eles sabiam fazer oposição. Quem não se lembra do barulho que Lula e a petralhada toda fazia a cada nova denúncia contra um aliado do governo? Infelizmente são poucos os que continuam na luta contra o petralhismo. Lula pode continuar com essa aprovação. Nós não vamos largar do pé dele e dos petralhas. Oposição mesmo é aqui na internet.

A fábrica de dinheiro e o trânsito na Praça Cívica

Os professores da rede estadual de ensino de Goiás estão em greve. Amanhã faz 30 dias que eles estão parados. Dias atrás estava eu passando pela Praça Cívica quando o trânsito parou. Não era o caos, era mais uma manifestação dos grevistas. Os professores pediram aumento de salário e fizeram um enterro simbólico do governo Alcides Rodrigues, o popular Cidinho.
Ontem, Cidinho deu a resposta. Ele não é a Casa da Moeda e nem fábrica de dinheiro. Ele quer gastar com responsabilidade, quer acabar com a dívida herdada dos tempos de Marconi Perillo. Eta dívida que não acaba mais. Passou do tempo velho de Iris Rezende e Maguito Vilela para o tempo novo de Marconi e Cidinho. O pior foi a fase de transição entre Marconi e Cidinho. Os dois vangloriavam os feitos nunca vistos na história destêstado e foram para a campanha de 2006 escondendo da população o rombo nos cofres públicos. Talvez se alguma medida fosse tomada no ano que Marconi saiu para concorrer a uma vaga no Senado e Cidinho assumiu de vez o governo quem sabe os professores estariam dando aula neste segundo semestre e eu passaria pela Praça Cívica reclamando apenas da falta de sincronia dos sinaleiros que dão um nó no já enrolado trânsito da capital.

"O Eddie Murphy político" por Diogo Mainardi

John McCain tem o cabo eleitoral perfeito: Vladimir Putin. O cálculo é simples: cada metro quadrado que a Rússia arranca da Geórgia equivale a um eleitor amedrontado a mais que John McCain arrebanha nos Estados Unidos. Se é para guerrear, é melhor ter um presidente guerreiro. Vladimir Putin fez uma campanha porta a porta, derrubando as portas dos georgianos com seus tanques e, candidamente, cabalando votos para John McCain.
Algumas semanas atrás, Barack Obama reuniu mais de 200 000 pessoas em outra porta, a de Brandemburgo, em Berlim. John McCain, que imediatamente saiu em defesa dos georgianos, talvez conseguisse reunir uns 2 000 refugiados no pátio de uma fábrica de fertilizantes em Tbilisi. Foi pensando nisso que ele realizou o sonho secreto de todos os homens casados do planeta e despachou sua mulher, Cindy, para a zona de guerra. O melhor conselho que Cindy McCain teria a dar ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, seria renunciar às camisas lilases.
Se John McCain pode contar com um cabo eleitoral do peso de Vladimir Putin, Barack Obama tem de refrear o apoio de celebridades como Bruce Springsteen, Bon Jovi e Ben Affleck. A campanha de John McCain avacalhou Barack Obama, rotulando-o como uma estrela deslumbrada com o próprio sucesso. A imagem colou porque ele sempre soou pomposo demais, cabotino demais, ensaiado demais. Até para reclamar do aumento da gasolina ele usa o método Stanislavski.
O fato é que ninguém sabe quem é Barack Obama. Nem ele sabe. Ele é o que os outros desejam que ele seja. Sim, Barack Obama é o primeiro candidato negro da história dos Estados Unidos. Mas, dependendo da platéia, ele pode metamorfosear-se em branco, como o herói de nossa gente, Macunaíma. Barack Obama é meio Grande Otelo, meio Paulo José. Ele se apresenta de um jeito na selva e do jeito oposto na casa de Venceslau Pietro Pietra. Barack Obama, mais do que eleitores, tem devotos. Barack Obama simboliza o novo. Mas, em queda nas pesquisas eleitorais, ele aceita a tutela de um velho e escolhe Joe Biden para ser companheiro de chapa. Um velho cujo único atributo, além de ter superado uma gagueira sessenta anos atrás, é a reconfortante velhice de suas idéias.
Barack Obama foi trombeteado como um candidato capaz de superar as barreiras ideológicas, sociais e raciais dos Estados Unidos e – ajoelhai-vos! – do mundo. Para tentar sustentar essa impostura, ele passou a interpretar uma multiplicidade de papéis, trocando de fantasia a toda hora, como Eddie Murphy naquelas suas comédias rasteiras, que deram o tom a este artigo. Agora isso mudou. A unicidade de Barack Obama, cada vez mais, parece esconder somente uma constrangedora vacuidade. Quanto mais etéreo ele é, mais prático e terreno se torna John McCain. Aos 72 anos, basta ele fazer de conta que ainda está vivo, lembrando-se de respirar a cada 35 minutos. É por isso que ele poderá ser eleito: ocasionalmente, ele respira.

No ano 2040, seremos 218 milhões

Por Ana Cecilia Americano
no Jornal do Brasil

O Brasil terá a sua maior população por volta do ano 2040, com cerca de 218 milhões de habitantes. Daí em diante, o número de brasileiros tenderá a encolher, devido à queda vertiginosa que se verifica na taxa de fertilidade da mulher brasileira – que já foi de 5,8 filhos por casal, na década de 70, e deverá ser de 1,5 filhos por casal, na próxima década de 40. É o que estima a equipe de Luiz Antônio Oliveira, coordenador de População e Indicadores Sociais do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Oliveira apresentou ontem, no Rio de Janeiro, os resultados das estimativas populacionais dos municípios em julho de 2008. De acordo com a instituição, o Brasil tinha, mês passado, 189,6 milhões de habitantes em 5.565 municípios. Na verdade, o número atual de municípios é 5.564. Como as estimativas do IBGE são base para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e, em janeiro de 2009, será oficializado Nazária, no Piauí, os cálculos já refletem o novo município.
Os números divulgados pelo IBGE não trazem maiores surpresas. O Brasil cresceu no último ano a uma taxa próxima de 1,3%. São Paulo mantém a posição do município mais populoso do país. Seus 10,99 milhões de pessoas correspondem a cerca de 6% da população nacional. Equivalem, ainda, à população dos 2.289 menores municípios do Brasil, os quais somam 41% do total.
O Rio de Janeiro vem em segundo lugar no ranking de habitantes do IBGE, com 6,1 milhões; Salvador, em seguida, com 2,9 milhões; Brasília suplantou Belo Horizonte, que ocupava o quarto lugar no Censo de 2000, e já conta com 2,55 milhões. A capital federal é seguida por Fortaleza, com 2,47 milhões; e, a capital dos mineiros, ocupa atualmente a sexta posição, com 2,43 milhões de pessoas.
Na ponta oposta, a paulista Borá também mantém a condição de município com a menor população do Brasil, com 834 habitantes, 39 a mais que o registrado pelo Censo de 2000. O mapa demográfico do país continua heterogêneo, a exemplo das disparidades de concentração de população entre a região Centro-Oeste, que abriga apenas 7,2% dos habitantes, e o Sudeste, onde estão 42,3% dos brasileiros.
Wasmália Bivar, diretora de Pesquisas do IBGE, explica que, nas estimativas de 2008, foi usada uma metodologia inédita. Foram incorporadas a contagem da população de 2007 e um conjunto de informações de censos anteriores, bem como registros civis e resultados de Pesquisas Nacionais por Amostras de Domicílios (PNADs).
– Realizamos uma combinação de modelos e estudos demográficos de forma a aperfeiçoar as estimativas – explicou.
De acordo com o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, os censos e contagens são verdadeiros desafios nacionais. Esbarram na falta de acesso a determinadas localidades – seja por serem muito remotas, seja por se apresentarem demasiadamente perigosas. E pressupõem dificuldades de toda a ordem.
– Há casos em que quem declara omite a existência de crianças com menos de cinco anos – exemplifica o técnico do IBGE. – Ou o recenseador não consegue entrevistar jovens adultos que saem muito cedo para trabalhar e voltam muito tarde, ou pessoas que estejam viajando. Há, ainda, pessoas que arredondam suas idades e, no caso das mulheres de faixas mais avançadas, rejuvenescem suas idades.

Ossétia admite anexação à Rússia

No Estado de São Paulo com agências internacionais

Três dias após Moscou ter reconhecido a independência da Ossétia do Sul, província da Geórgia, o governo ossétio afirmou que a Rússia pretende anexar a região "nos próximos anos". Autoridades do governo separatista disseram ainda que devem assinar em breve um acordo para instalar bases militares russas em seu território. O presidente russo, Dmitri Medvedev, e o líder da Ossétia do Sul, Eduard Kokoiti, reuniram-se em Moscou no início da semana para discutir a anexação do território, disse ontem o líder do Parlamento ossétio, Znaur Gassiyev. "Os dois líderes concordaram firmemente (sobre a anexação) e a Rússia absorverá a Ossétia do Sul nos próximos anos", disse o parlamentar. O Kremlin, no entanto, afirmou ontem que "não há informações oficiais" sobre o assunto. Na terça-feira, o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, disse que não havia razão que impedisse a Ossétia do Sul de ser um Estado independente. Apesar de o chanceler ter afirmado que o reconhecimento não era um prelúdio para a absorção da província pela Rússia, ele também não descartou essa possibilidade. Já na Geórgia, o vice-líder do Parlamento, Gigi Tsereteli, disse ontem que o anúncio dos ossétios não poderia ser levado a sério. "Os regimes separatistas da Abkázia e da Ossétia do Sul e as autoridades russas estão fora da realidade", afirmou Tsereteli. "O mundo mudou e a Rússia não será capaz de ocupar o território georgiano. Os governos da Abkázia e da Ossétia do Sul deveriam pensar sobre o fato de que se eles se tornarem parte da Rússia, serão assimilados e logo desaparecerão.
"PRESENÇA MILITAR"
Em breve não haverá mais a Ossétia do Norte ou a Ossétia do Sul - haverá uma Alania unida como parte da Rússia", afirmou o vice-líder do Parlamento ossétio, Tarzan Kokoiti, usando um nome para Ossétia que se refere a um antigo reino que englobava a região, nos séculos 8º e 9º. "Viveremos em um único Estado russo."Kokoiti afirmou que na terça-feira será assinado um acordo com o governo russo sobre as bases militares em território ossétio e nesse dia será anunciado o número exato de instalações e onde elas serão construídas.Ainda ontem, o Kremlin anunciou que fechará sua embaixada na Geórgia, em reação à decisão do país vizinho de cortar relações diplomáticas com a Rússia, após Medvedev ter reconhecido a independência da Ossétia do Sul e da Abkázia.A crise na região explodiu no dia 7, quando a Geórgia entrou na Ossétia do Sul para tentar retomar controle da província. Em seguida, a Rússia reagiu, enviou tropas e começou a bombardear alvos na Geórgia. O conflito terminou com um acordo de paz mediado pela União Européia (UE), mas a tensão persiste. O reconhecimento russo da independência das duas províncias separatistas georgianas levantaram preocupações no Ocidente de que Moscou poderia intervir militarmente em outras ex-repúblicas soviéticas.
PETRÓLEO
O ministro russo de Energia, Serguei Shmatko, negou ontem que Moscou estivesse se preparando para interromper o envio de petróleo à Europa por causa da possibilidade de sofrer sanções da UE. A informação foi divulgada pelo jornal britânico Daily Telegraph, que afirmou que o Kremlin havia ordenado a pelo menos uma companhia petrolífera para se preparar para interromper o fornecimento a países europeus, caso as sanções fossem aprovadas.

McCain elege jovem governadora como vice

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

No dia em que completou 72 anos e poucas horas depois de Barack Obama, 47, aceitar a indicação do Partido Democrata, o candidato republicano John McCain surpreendeu o mundo político norte-americano ao anunciar que sua escolha para vice-presidente seria uma mulher de 44 anos com pouca experiência e expressão política.Sarah Palin foi eleita governadora do Alasca, um dos Estados menos populosos dos EUA, há dois anos -foi a primeira mulher e a mais jovem a assumir aquele cargo. Antes, havia sido prefeita duas vezes de uma cidadezinha com menos de 10 mil habitantes. Na disputa pela vaga na chapa de McCain, bateu nomes mais estabelecidos como os do ex-pré-candidato Mitt Romney, o senador Joe Lieberman e o governador Tim Pawlenty, de Minnesota.Desde ontem, é a primeira candidata a vice pelo Partido Republicano e a segunda por um partido majoritário da história dos EUA -a primeira foi Geraldine Ferraro, vice do democrata Walter Mondale, derrotado por Ronald Reagan em 1984. Evangélica, Palin é considerada independente em política e conservadora em questões sociais. Denunciou companheiros de partido por conduta antiética, opõe-se ao aborto e defende o porte de armas.Com a escolha, McCain mira a base conservadora de seu partido, que ainda não embarcou totalmente em sua candidatura, e as eleitoras democratas órfãs de Hillary Clinton, insatisfeitas tanto com a indicação de Obama como com a não-escolha da senadora para vice.Ao agradecer a indicação de McCain em discurso ontem em Dayton, Ohio, Palin citou a ex-primeira-dama. "Foi notado corretamente em Denver nesta semana que Hillary Clinton deixou 18 milhões de rachaduras no mais alto e mais duro telhado de vidro dos EUA", disse. "Pois as mulheres dos EUA não desistiram ainda, nós ainda podemos estilhaçar esse telhado de uma vez por todas."Ela se referia ao número de votos que a pré-candidata obteve nas primárias. A expressão "telhado de vidro" em inglês se refere a uma barreira que impede o progresso de uma pessoa por conta de discriminação.
Reação democrata
Essa transferência de votos não será tão fácil, acredita a senadora democrata Barbara Boxer. "A única semelhança entre ela e Hillary Clinton é que as duas são mulheres", disse. A própria Hillary diria depois: "A governadora vai adicionar uma voz nova importante ao debate, mas suas políticas levarão o país à direção errada".A decisão por Palin (pronuncia-se Pêilin) foi elogiada pelo presidente George W. Bush. "Ao escolher uma mãe trabalhadora com um currículo de fazer as coisas acontecerem, o senador mais uma vez demonstrou seu compromisso em reformar Washington."Obama e seu vice, Joe Biden, divulgaram nota em que parabenizam a governadora e dizem que sua escolha é "outro sinal encorajador de que velhas barreiras estão sendo derrubadas na política". Na seqüência, no entanto, o porta-voz da campanha democrata criticou a opção por Palin, levantando questão que seria ecoada todo o dia."John McCain colocou uma ex-prefeita de uma cidade de 9.000 habitantes com nenhuma experiência de política externa a um passo ["heartbeat"] da Presidência", escreveu Bill Burton, que usou uma expressão de duplo sentido em inglês, "batida de coração".Era referência à idade e ao estado de saúde de McCain, que, se eleito, será o político mais velho a assumir a Casa Branca para primeiro mandato.Em condições normais, a importância do vice na campanha americana é relativa: o nome não ajuda a ganhar eleição, embora possa contribuir para a derrota. Esta eleição é diferente, por conta das ameaças de morte recebidas por Obama e da idade de McCain.

Após três anos, Câmara investiga contrato com agência de Valério

Na Folha de São Paulo

Três anos e três meses após a Folha revelar o escândalo do mensalão, a Câmara dos Deputados reabriu a investigação sobre o contrato firmado com a SMPB, agência de publicidade do principal operador do esquema, Marcos Valério de Souza.No último dia 12 de agosto, uma portaria da diretoria-geral da Câmara constituiu uma comissão de sindicância, formada por três servidores da Casa, para, em 30 dias, apontar responsabilidades internas sobre a execução e possíveis falhas na fiscalização do contrato.O contrato foi firmado em 2003 pelo então presidente João Paulo Cunha (PT-SP), primeiro no valor de R$ 9 milhões e, posteriormente, com aditamento de mais R$ 1,7 milhão. Destinava-se a promover a imagem da instituição, assessoria de imprensa e ações de divulgação. Quando o escândalo do mensalão veio à tona, surgiram suspeitas sobre o contrato.Em 2006, uma comissão de sindicância da Câmara foi formada para apurar responsabilidades internas sobre o caso, mas ela se restringiu a avaliar o processo de contratação da SMPB.A investigação sobre fiscalização e execução ficou pendente, e a comissão parou de funcionar. Apesar de tardiamente, a comissão foi refeita agora.O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até a conclusão desta edição.

Luciana Genro fica com doação da Gerdau

Por Elder Ogliari
no Estado de São Paulo

A candidata do PSOL à Prefeitura de Porto Alegre, Luciana Genro, não vai devolver os R$ 100 mil recebidos como doação da Gerdau, a maior produtora de aços longos das Américas, para sua campanha política, contrariando a sugestão dada na quinta-feira pelo candidato do partido à Prefeitura do Rio, Chico Alencar, durante sabatina promovida pelo Grupo Estado."A empresa não pede nada em troca; se eu não aceitar, eu sou burra", explicou Luciana ontem. "Todas as doações que recebemos são legais e transparentes. Não há nada a ser cobrado do PSOL em relação a isso."Apesar das justificativas, Luciana viu-se envolvida em fogo amigo e inimigo, que pode durar até o final da campanha. Na sabatina, Chico Alencar disse que a PSOL de Porto Alegre não deveria receber a doação e, se já tivesse recebido, deveria devolvê-la. Na propaganda eleitoral de televisão, a candidata do PSTU, Vera Guasso, criticou Luciana por aceitar dinheiro de uma grande empresa.Em conversas reservadas, outros adversários já indicaram que podem explorar o mesmo flanco, tentando expor a captação de recursos feita pelo PSOL como uma contradição. O estatuto do partido proíbe que seus filiados recebam doações de multinacionais estrangeiras, de empresas do setor financeiro e de concessionárias de serviços públicos. Luciana alega que a vedação não atinge a Gerdau, que é uma empresa brasileira com atuação em diversos países.Procurando minimizar a polêmica, Luciana disse que já conversou com Chico Alencar e recebeu apoio do candidato, que, na mesma sabatina, qualificou-a de "combativa, autêntica, seriíssima e incorruptível". "Ele sabe que a disputa em Porto Alegre é séria e que estamos nela para ganhar e não apenas para marcar posição."A previsão de gastos com a campanha de Luciana, feita pelo PSOL, é de R$ 700 mil. Até a primeira prestação de contas, no início de agosto, o partido havia arrecadado R$ 47.630,00, dos quais apenas R$ 5 mil de pessoas jurídicas.A Gerdau confirmou que fez doações iguais, de R$ 100 mil, na forma da lei, a todos os candidatos que solicitaram contribuições da empresa para a campanha eleitoral de Porto Alegre. Os recursos devem aparecer na prestação de contas dos candidatos no início de setembro.
LIGHT
Além de aceitar recursos de uma grande empresa, Luciana mudou a imagem e o discurso para a campanha. Por sugestão de um fotógrafo, alisou o cabelo. E mesmo sem contar com um marqueteiro, contratou uma assessoria, da jornalista Mauren Motta, para produzir seus programas de televisão. Em alguns deles chegou a mostrar o convívio familiar harmônico com um adversário político, seu pai, o ministro da Justiça, Tarso Genro, que apóia a concorrente Maria do Rosário (PT).Tanto na propaganda quanto nos debates a candidata vem explicando que não é raivosa, como dizem seus adversários, mas firme em suas posições."Eu sou conhecida pelas brigas que compro, pelas denúncias e pelas exigências que faço de quem está no poder", admite Luciana. "Mas esse é um perfil específico de quem está no parlamento. Quero mostrar que sou capaz, à frente do Executivo, de fazer o que cobro dos outros, com muito diálogo, inclusive com quem pensa diferente de mim."
Comentário
E Viva o Capitalismo!!!

Lula entrega obra inacabada no ABC e ironiza imprensa

Por Clarissa Oliveira
no Estado de São Paulo

Na véspera de sua entrada oficial na campanha deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou ontem, em meio a tapumes e escombros, as obras inacabadas da Universidade Federal do ABC, em Santo André. Dizendo-se "muito feliz" por entregar apenas um de seis prédios do complexo, ele afirmou que a obra realiza um "sonho da região"."Eu estou feliz. Estou inaugurando a universidade inacabada do ABC, o seu bloco B", disse Lula, ao ironizar o fato de o Estado ter informado na quinta-feira que ele entregaria a obra sem estar concluída. A universidade completa, que custará R$ 220 milhões, só ficará pronta no fim de 2009. A visita ao ABC paulista ocorreu apenas um dia antes de Lula participar de uma maratona de comícios da corrida municipal. Hoje de manhã estará em São Paulo com a petista Marta Suplicy. No fim da tarde e amanhã, participa de atos no ABC.Ontem, antes da cerimônia, Lula recebeu uma carta de estudantes que pediam a construção do refeitório da universidade, até hoje inexistente. No discurso, o presidente emendou: "Eu pensei que vocês fossem gritar: bandejão, bandejão. Mas vocês não gritaram, porque sabem que vamos fazer."Outra se refere à falta de segurança no entorno da universidade, que funciona com a realização de parte das aulas em galpões. Lula repassou a cobrança ao governador José Serra (PSDB). "Anotem aí para falar com o governador para ele mandar um pouco de polícia."Ao discursar para uma platéia espremida no saguão do novo prédio, Lula buscou eximir o governo da responsabilidade pela lentidão da obra. "O dinheiro já está depositado, está no caixa. Às vezes falta mão-de-obra ou falta matéria-prima."Lula, que reafirmou ter investido mais em educação que seus antecessores, disse que vai orientar ministros a registrarem em cartório suas realizações. Os documentos serão entregues a seu sucessor. "No mínimo por orgulho, ele vai dizer que tem que fazer mais", afirmou Lula, dizendo ser um "corpo estranho" na República, por ser um metalúrgico sem diploma. "Tomara que muitos tenham o ego ferido e pensem: Não posso fazer menos que o Lula."

PF prende candidata ligada à milícia no Rio

Por Clarissa Tomé
no Estado de São Paulo

A Polícia Federal prendeu ontem, durante a Operação Voto Livre, a candidata a vereadora Carmen Glória Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho (PT do B). Ela é acusada de se beneficiar da atuação das milícias na zona oeste para obter votos. Outros 11 mandados, de 22 expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram cumpridos pela PF. Seis policiais militares estão presos e seriam transferidos ainda ontem para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Outros sete permanecem foragidos. "Carminha usava pessoas que fazem parte da milícia Liga da Justiça para lhe dar sustentação de força. A prisão dessas pessoas é um duro golpe para o grupo criminoso", afirmou o superintendente da PF, Valdinho Jacinto Caetano. Carminha é filha do vereador Jerominho Guimarães (PMDB) e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães (expulso do DEM), ambos presos sob acusação de chefiar a milícia que atua na zona oeste.As investigações revelaram episódios de coação, extorsão e até tentativas de assassinato de pessoas que se opuseram ao grupo nas favelas Carobinha, Barbante e Batan, em Campo Grande. Caetano relatou casos de moradores que tiveram de deixar suas casas por não apoiarem a candidatura de Carminha. Em outro episódio, o administador de um condomínio recusou-se a liberar o terreno para a instalação de um centro social da família Guimarães. Ele e outro homem foram vítimas de tentativa de homicídio, explicou o procurador Rogério Nascimento, que fez a denúncia ao TRE."Há três grupos de presos. Carminha e o irmão, que herdaram a liderança da milícia com a prisão do pai e do tio. Os policiais militares que atuaram na tentativa de homicídio. E (o empresário Guilherme) Berndinelli e seu funcionário, que coagiram vendedores de gás que atuam na favela", disse o procurador.O ex-PM Luciano Guinâncio Guimarães, irmão de Carminha, também teve o mandado de prisão expedido. Foragido da Justiça estadual, ele é acusado de comandar a milícia na ausência do pai e do tio. O advogado de Luciano, Flávio Fernandes, disse que as investigações foram "dirigidas politicamente" para prejudicar Carminha. "É impossível no século 21 que 47 mil pessoas sejam coagidas", disse, referindo-se à votação de Natalino.Carminha foi presa em sua nova casa, no Condomínio Girassol. Ela alega estar sendo perseguida pela Polícia Civil e nega que tenha recebido apoio de milícias.Berndinelli foi preso às 6h30 no condomínio Sunview, na Barra da Tijuca. Ele é acusado de coagir revendedores de gás que atuam nas favelas dominadas pela milícia a comprarem em sua empresa. Eles deixaram de pagar R$ 21 o botijão, numa outra distribuidora, para comprar o mesmo produto a R$ 28, na Adegás, de Berndinelli. A diferença beneficiava as milícias e campanhas eleitorais de seus integrantes. Os advogados dos outros acusados não foram localizados.

Marta lidera, Alckmin pára de cair e Kassab mantém alta

Por Cátia Seabra
na Folha de São Paulo

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, conteve, na última semana, tendência de queda, e, a 36 dias das eleições, tem oito pontos de vantagem sobre o prefeito Gilberto Kassab (DEM), revela o Datafolha.Segundo o último Datafolha, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) lidera a disputa com 39% das intenções de voto -15 pontos à frente de Alckmin (24%). Kassab tem 16% e ocupa, isolado, o terceiro lugar. O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) tem 7%.Como a margem de erros é de três pontos, para mais ou para menos, o cenário é estável em comparação à pesquisa anterior, realizada nos dias 21 e 22.Em relação à semana passada, Marta -que tinha 41%- sofreu oscilação negativa de dois pontos, assim como Maluf. Kassab teve variação positiva de dois pontos, passando de 14% para 16%. Alckmin permaneceu com 24%.O risco de queda foi, ao longo de toda a semana, objeto de apreensão da campanha de Alckmin. De julho para agosto, ele caiu oito pontos -de 32% para 24%- e o medo era que continuasse nessa trajetória.Apesar de o tucano ter detido tendência de queda, a pesquisa traz também boas notícias para Kassab, seu principal adversário na disputa pela vaga no segundo turno.Entre elas, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, cita a queda do índice de rejeição a Kassab (de 32% para 26%) e o aumento do nível de aprovação de seu governo (44%)."Kassab mantém tendência de crescimento", disse Paulino, ressaltando, porém, que 81% dos eleitores de Kassab desconhecem o número do candidato. "Numa disputa acirrada, isso pode fazer diferença."Além disso, passadas duas semanas de propaganda, apenas 31% dos eleitores que consideram o governo ótimo e bom declaram voto em Kassab, enquanto 25% optam por Alckmin e 27% por Marta.Kassab registra crescimento de quatro pontos entre eleitores com renda familiar inferior a dois salários mínimos, passando de 9% para 13%. Marta teve queda de cinco pontos nesse segmento (de 54% para 49%). Nesse estrato, Alckmin passou de 19% para 15%.Kassab teve aumento de dez pontos entre os com renda superior a dez mínimos, chegando a 31%. Nesse segmento, Marta passou de 20% para 16%.Hoje com 51%, Marta teve variação positiva de três pontos entre os com nível fundamental, faixa em que Alckmin oscilou negativamente dois pontos.Kassab teve melhor desempenho na zona norte, onde cresceu nove pontos e, com 25%, herdou votos de Maluf, que sofreu queda de sete.O Datafolha ouviu 1.082 pessoas ontem. A pesquisa está registrada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) com número 02100108-SPPE.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Eles na TV

Martiniano Cavalcante e Sandy Júnior trataram do mesmo tema: moradia. Os dois criticaram a administração Iris Rezende. Os dois também relembraram da invasão de um terreno no Parque Oeste Industrial. As semelhanças acabaram por aqui. Martiniano culpou tudo e todos pela desocupação violenta que aconteceu há quase quatro anos atrás e prometeu construir 50 mil casas (50 é o número dele. Será que esta promessa é uma jogada de marketing? hehehe). Sandy Júnior louvou o que o governo do Estado teria feito para ajudar as famílias que saíram do Parque Oeste Industrial e não poupou a possível omissão da administração Iris Rezende. Sandy Júnior usaria o dinheiro do PAC para construir casas, fazer a coleta de esgoto.
Iris Rezende falou do transporte coletivo e do trânsito. Todas as vezes que ele fala da maneira como recebeu a prefeitura na virada do ano de 2004 para 2005 eu fico pensando se não tem nenhum petralha que defenda a administração Pedro Wilson. O PT apóia Iris. Será que os petralhas estão agüentando calados o que Iris diz sobre a herança que herdou? É bem capaz que sim porque já no primeiro dia da campanha na TV muitos petralhas louvaram esquecendo as rixas do passado. Eles se calam hoje porque sabem que em 2010 terão a prefeitura outra vez nas mãos. Iris falou do transporte. Disse que mais novos ônibus chegarão a Goiânia até setembro. Mais? Onde vai caber tanto ônibus assim? As propostas de Iris para o trânsito são semelhantes as de Sandy Júnior. Por exemplo: os dois propõem criar uma central que controlará os sinaleiros da cidade, sincronizando cada um de acordo com a movimentação nas avenidas. Será que tem espião de um lado e do outro? Ah, Iris disse que até o final do ano o transporte coletivo de Goiânia será o melhor do Brasil. É mesmo? De setembro até o final do ano é logo ali.
Iris melhorou o transporte coletivo em seis meses? Epa! Em 2004 ele não disse que iria melhorar e sim acabar com todos (ele disse todos) os problemas do transporte coletivo. Para fechar o dia Gilvane Felipe. Ele falou sobre o meio ambiente. E outra vez disse que Goiânia tem que parar de crescer. Gilvane disse que Goiânia precisa cuidar do meio ambiente. Vamos fazer um muro em volta de Goiânia impedindo que a cidade cresça. Vamos mandar de volta para casa aqueles que saíram de longe para tentar um lugar ao Sol aqui. Lugar ao Sol... Só para os goianienses que aqui estão. Cidade criativa e bela. Bela apresentadora... Criativa? Não sei. O tempo de Gilvane na TV é curto demais

Com Lula é diferente (Parte 2)

Se os presidentes tivessem investido em universidade pública, metade dos alunos estaria na universidade pública. Eis Lula falando no ABC. E se os presidentes tivessem investido em universidade pública, ele, Lula, teria feito uma universidade pública. Estou aqui imaginando a euforia daqueles que ouvem o discurso do Apedeuta. Na Banânia a gente sente orgulho do cara que não estudou e chegou à presidência. Lula teve chance sim de fazer uma faculdade, de ter um diploma. Se Roberto Teixeira tivesse bancado uma faculdade para Lula, ele a faria? Com Lula é diferente. Os bananeiros aplaudem quando ele exalta a sua ignorância.

Com Lula é diferente

Quer dizer que Lula vai inaugurar o primeiro prédio da Universidade do ABC, em Santo André? Ah, é só mais uma daquelas obras inacabadas que os políticos mandam colocar um paninho numa parede e tiram este paninho para a alegria dos idiotas de plantão.
Quer dizer que Lula recebeu uma carta dos estudantes reivindicando a construção de um restaurante no local. Uma carta? Que estudantes mais singelos! Se fosse em outros tempos o presidente levaria uma ovada na cabeça. Mas com Lula é diferente. Por que com Lula é diferente?

Ainda não entendi

Será que só esperaram Marina Silva sair do Ministério do Meio Ambiente para este assunto entrar na pauta da imprensa? Carlos Minc apareceu mais na imprensa nos poucos meses que assumiu o posto do que sua antecessora nos cinco anos que ficou no cargo. Até agora não entendi.

Alguma coisa aconteceu

Antes de deixar o governo para se candidatar ao Senado nas eleições de 2006, Marconi Perillo concedeu várias entrevistas à imprensa. Cito uma, ao Jornal Opção, publicada na edição 1603 do dia 26 de março à 1o de abril de 2006:

Assim que assumir o governo, Alcides anunciará muitas medidas importantes para a população. É o caso da redução do imposto de toda a cadeia do álcool, o que permitirá uma redução do preço do produto na bomba. Também vai aumentar o valor da Renda Cidadã e concluir obras rodoviárias importantes. Alcides vai receber uma boa herança. Vamos deixar o governo arrumado, completamente diferente daquele que recebi em 1999. Na época, tínhamos duas folhas e meia de salários atrasados, 600 milhões de reais de dívida de curto prazo. Alcides Rodrigues vai receber a folha de março quitada até o dia 31 e também quitados 3/12 avos do décimo terceiro, que é pago no mês do aniversário do servidor.

Alguma coisa aconteceu que nós não sabemos. Ontem, Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse que o Estado deu a volta por cima. Ué, como dar a volta por cima se ele recebeu das mãos de Marconi um governo arrumado, completamente diferente daquele de 1999.

Volta por cima?

É interessante como aqui em Goiás não se questiona a dívida que Marconi Perillo deixou para Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, assim que deixou o governo para se candidatar ao senado. É interessante como aqui em Goiás não se questiona a omissão de Cidinho enquanto a economia afundava. Por que será que ninguém questiona isso? Infelizmente, aqui em Goiás os políticos são poupados de críticas. Pior: são defendidos com unhas e dentes.
Cidinho disse ontem que o Estado deu a volta por cima. É mesmo? Se ele não tivesse sido omisso quando assumiu o governo em abril de 2006 talvez não precisasse levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Ministros divergem de relator e admitem idéia de reduzir reserva

Por Felipe Recondo e Mariângela Galucci
no Estado de São Paulo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consultados pelo Estado adiantaram ontem que podem diminuir a área destinada à reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para deixar livres para as Forças Armadas as faixas de fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana. A demarcação permaneceria da forma contínua, como determinou o governo, mas o tamanho da reserva seria reduzido. A decisão nesse sentido contrariaria o voto do relator da ação, contra a demarcação, ministro Carlos Ayres Britto, que manteve a delimitação da reserva nos moldes originais. Quatro dos 11 ministros se mostraram propensos a fazer ressalvas ao voto de Britto, que foi classificado por um colega de "romântico" e visto por outros como superficial - mesmo tendo 108 páginas. Para que sejam feitas alterações na reserva são necessários 6 votos. Os demais membros do Supremo preferiram não se pronunciar, mesmo reservadamente.Os ministros que atenderam à consulta do Estado analisam que, da forma como foi feita a demarcação, a soberania do País estaria comprometida. Um deles disse que o voto, se mantido, é um "passo para o separatismo" de índios e brancos.Isso porque os índios que ocupam a região têm parentes dos dois lados da fronteira (no Brasil e na Venezuela) e trafegam livremente para os dois lados. Nem mesmo a determinação do governo de que batalhões do Exército sejam instalados na área convence esses ministros. Um deles, que esteve em Roraima, afirmou que o Exército se vê obrigado a fazer convênios com índios para que tenham a entrada nas terras facilitada.
DECLARAÇÃO
A preocupação desses ministros é reforçada com a assinatura pelo Brasil da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, da Organização das Nações Unidas (ONU). Por esse documento, os índios podem decidir livremente sua condição política, têm liberdade para estabelecer relações com povos do outro lado da fronteira e dispõem de autonomia para decidir assuntos internos.Apesar de o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ter declarado que a presença dos índios não atrapalha a ação dos militares na fronteira, os integrantes do Supremo se mostraram sensíveis aos argumentos de parte do Exército, contrária à demarcação.Em seu voto, o relator da ação foi duro ao tratar dessa suposta ameaça à soberania do Brasil. Ele classificou como tentativa de desviar o foco da discussão o argumento de que a ocupação pelos índios poderia atentar contra a soberania nacional."Não é por aí que se pode falar de abertura de flancos para o tráfico de entorpecentes e drogas afins, nem para o tráfico de armas e exportação ilícita de madeira. Tampouco de perigo para a soberania nacional, senão, quem sabe, como uma espécie de desvio de foco ou cortina de fumaça para minimizar a importância do fato de que empresas e cidadãos estrangeiros é que vêm promovendo a internacionalização fundiária da Amazônia legal, pela crescente aquisição de grandes extensões de terras", afirmou Ayres Britto durante o julgamento.O relator foi o único dos 11 membros do Supremo a votar na sessão de quarta-feira. Depois do voto de Ayres Britto, o ministro Carlos Alberto Direito pediu vista do processo, o que adiou o julgamento para data indeterminada. O regimento do STF determina que o processo deve ser devolvido para a retomada do julgamento em até 20 dias, mas esse prazo pode ser descumprido.
SOBERANIA
Na retomada do julgamento, Direito será o primeiro dos ministros a suscitar a preocupação com a soberania do País e deve abrir a divergência em relação ao voto do relator.Apesar de admitirem a possibilidade de manter a demarcação contínua, alguns ministros afirmaram ser necessário descobrir que terras eram ocupadas pelos índios à época da demarcação. Se ficar evidenciado que determinadas faixas não eram ocupadas pelos índios, admitiram dois ministros, podem propor a exclusão dessa extensão de terra da reserva demarcada.De acordo com um dos ministros - que conhece a região -, as terras ocupadas pelos arrozeiros não seriam povoadas pelos índios e por isso não haveria razão para que fossem integradas à reserva.

McCain promete anunciar vice hoje

Por Patrícia Campos Melo
no Estado de São Paulo

O candidato republicano John McCain deve anunciar o vice-presidente de sua chapa hoje, ao meio-dia, em Ohio. McCain quer atrair parte das atenções voltadas para a Convenção Democrata. No topo da lista do republicano estão o ex-governador de Massachusetts e rival de primárias, Mitt Romney, o senador independente e ex-vice na chapa do democrata Al Gore em 2000, Joe Lieberman, e o governador de Minnesota, Tim Pawlenty. Um assessor de McCain informou que o companheiro de chapa já foi escolhido. O favorito dos analistas é Pawlenty, que ontem cancelou abruptamente e sem qualquer explicação todas as entrevistas que daria hoje a jornalistas. Baseados na famosa imprevisibilidade de McCain, observadores também não descartaram uma surpresa, como o ex-governador da Pensilvânia Tom Ridge, o deputado Eric Cantor, a senadora Kay Bailey Hutchison ou a empresária Meg Whitman.Segundo boatos que corriam ontem na Convenção Democrata, em Denver, a campanha de McCain poderia vazar o nome do vice para a imprensa pouco depois do discurso do senador Barack Obama, realizado ontem, como forma de diminuir o brilho da noite democrata. Ao contrário de Obama, que teve mais de 30 mil pessoas na lista de espera para entrar no estádio Invesco, que tem capacidade para 75 mil espectadores, a campanha de McCain está tendo dificuldades para reunir gente suficiente para lotar um ginásio de 10 mil lugares, onde o republicano fará o anúncio. Ontem, assessores de McCain estavam distribuindo ingressos em vários Estados americanos e se ofereciam para transportar partidários até o local.McCain anunciará seu companheiro de chapa no dia em que completa 72 anos. Por isso, muitos apostam que o nomeado será um político mais jovem, embora preparado para assumir a presidência, caso seja necessário. De acordo com especialistas, Pawlenty é um jovem conservador que se encaixa nesse perfil. Romney, ex-executivo da consultoria Bain, traria à chapa experiência na área econômica, reconhecidamente um dos pontos fracos de McCain. Ele é também o preferido da ala conservadora do partido. O fato de Romney ser mórmon, contudo, assusta os evangélicos, base eleitoral importante dos republicanos. Além disso, McCain teve muitos atritos com Romney durante as primárias.Depois da gafe de McCain, que na semana passada não soube dizer quantas mansões possui, ter um multimilionário como companheiro de chapa não ajuda. "Se ele escolher Romney, que dupla! Trata-se de uma máquina de eliminar empregos. Não poderia haver uma chapa mais por fora da realidade", disse o estrategista de Obama, David Plouffe. Outro candidato bem cotado é Joe Lieberman. Amigo pessoal de McCain, ele tem visões bastante conservadoras em termos de segurança nacional, assim como o republicano. Lieberman seria muito eficiente para atrair os votos de eleitores independentes. No entanto, a escolha de um senador independente, que já foi um democrata e defende o direito ao aborto e os direitos homossexuais enfureceriam a base conservadora do partido. Karl Rove, estrategista republicano e eminência parda do governo Bush, teria ligado para McCain para tentar vetar Lieberman. Ontem, o jornal New York Times praticamente descartou o nome de Lieberman. O jornal informou que o republicano marcou um evento de campanha com seu vice para amanhã. Lieberman, que é judeu ortodoxo, não participa de eventos aos sábados.

Oito anos bastam, diz Obama a multidão

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

Quarenta e cinco anos depois de Martin Luther King dizer que tinha um sonho, o senador Barack Obama, primeiro candidato negro à Presidência por um partido majoritário na história dos EUA, arrancou o aplauso de 80 mil pessoas ao aceitar a indicação do Partido Democrata falando duro e alto sobre como realizar esse sonho, que ele rebatizou de "Promessa Americana".No discurso, esse havaiano de 47 anos, filho de um queniano criado na tradição muçulmana e uma branca do Kansas, afirmou: "Nesta noite, digo ao povo americano, aos democratas e republicanos e independentes por esta grande terra: Chega! Este momento -esta eleição-é nossa chance de manter, no século 21, a promessa americana viva".Por 45 minutos, interrompidos por gritos de "Sim, nós podemos!" e batidas de 160 mil pés no chão -a maioria de brancos-, Obama foi menos lírico e mais direto do que as falas que o projetaram: "Essa é a mudança de que precisamos já. Por isso, deixe-me explicar exatamente o que ela significará se eu for o presidente".E Obama explicou. Atacou duramente os dois mandatos de George W. Bush, e repisou a ligação do presidente republicano impopular com o candidato do partido da situação, John McCain: "América, nós somos melhores do que estes últimos oito anos. Nós somos um país melhor do que isso".Referiu-se à convenção republicana, que começa na segunda e sagrará McCain como candidato. "O mesmo partido que deu a vocês dois mandatos de George Bush e Dick Cheney pedirá a este país um terceiro. E nós estamos aqui porque amamos este país demais para deixar que os próximos quatro anos se pareçam com os últimos oito. Em 4 de novembro, precisamos nos erguer e dizer: "Oito anos bastam"."
Ataque a McCain
Obama elogiou o passado de herói de guerra do oponente: "Que não haja dúvida. John McCain, usou o uniforme de nosso país com coragem e distinção, e por isso nós lhe devemos gratidão e respeito".Mas a ligação estava feita e seria repetida. "John McCain votou com George Bush 90% das vezes. O senador McCain gosta de falar sobre discernimento, mas na verdade o que dizer sobre seu discernimento quando você acha que George Bush estava certo 90% das vezes? Eu não sei quanto a vocês, mas eu não estou pronto para aceitar uma chance de mudar de apenas 10%", afirmou.Reconheceu os problemas econômicos por que passam os EUA e ofereceu soluções explícitas para a classe média do país -explícitas, embora de viabilidade duvidosa. "Cortarei os impostos de 95% das famílias. Numa economia como esta, a última coisa a fazer era elevar os impostos da classe média."Em resposta ao que tem sido uma das peças fundamentais da campanha de McCain, a suposta tibieza dos democratas em assuntos de segurança nacional, afirmou: "Nós somos o partido de [Franklin] Roosevelt, de [John] Kennedy, então não me digam que os democratas não vão defender este país."Respondeu às críticas de que não estava pronto para liderar, e criticou indiretamente a condução da Guerra do Iraque. "Como comandante-em-chefe, nunca hesitarei em defender esta nação", afirmou.Disse ainda que acabaria com aquele conflito "responsavelmente" e terminaria a luta contra a Al Qaeda e o Taleban no Afeganistão. "John McCain gosta de dizer que vai seguir Bin Laden aos portais do inferno, mas não foi nem à caverna onde ele vive. Você não contém o Irã e protege Israel só falando duro em Washington."Prometeu encerrar a dependência dos EUA do petróleo do Oriente Médio "em dez anos". Não é pouca coisa, quando menos porque a Constituição do país permite a um presidente dois mandatos de no total oito anos -e Barack Obama ainda nem foi eleito.Citaria no final o discurso de Martin Luther King, ao repetir: "América, não podemos retroceder". Ainda assim, o que se viu na noite de encerramento da mais importante convenção democrata dos últimos anos foi um Obama mais assertivo e menos generalista, mais crítico e menos messiânico. Mais feijão e menos sonho, como havia pedido seu partido.

PF deixou de grampear secretário de Relações Institucionais do PT

Na Folha de São Paulo

Apesar da autorização do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal não grampeou nenhum dos quatro números usados pelo secretário de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, antes de deflagrar a Operação João de Barro.Investigadores alegam que a única forma de ouvir as conversas de Pereira seria por meio de escuta ambiente instalada na sede do PT que, segundo a PF, "colocaria em risco toda a operação".João Carlos é apontado pela polícia como lobista e um dos integrantes da cúpula da quadrilha. Por mais de uma vez, Romênio Pereira foi flagrado falando e marcando encontros com o suposto lobista, cujos telefonemas estavam sendo monitorados.Em relatório enviado ao ministro Cezar Peluso em 5 de maio, a PF alegou que o sistema da Brasil Telecom possuía dezenas de ramais e interceptações desnecessárias à operação acabariam sendo feitas, se a quebra de sigilo fosse levada á frente.Em nota, a PF disse que "não houve e não há qualquer pressão política sobre as ações da PF."

Reserva abriga 26 áreas de garimpo ilegal de diamante

Por Breno Costa
na Folha de São Paulo

Área marcada pelo embate entre produtores de arroz e índios, a terra indígena Raposa/ Serra do Sol (RR) esconde outras riquezas, que atualmente não podem ser exploradas devido a um impedimento legal -que pode ser extinto em breve, com o apoio do governo.Segundo mapas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) produzidos em 2005, existem, dentro dos limites da terra, 26 áreas ativas de garimpo de diamante. Todas essas áreas são ilegais -a exploração mineral em terras indígenas não é permitida, por falta de regulamentação do artigo 231 da Constituição, que condiciona a pesquisa mineral em áreas indígenas à autorização do Congresso Nacional.A Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE disse que os dados foram repassados pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e que não foram mais atualizados.Sem citar números, o chefe do DNPM em Roraima, Eugênio Tavares, disse à Folha que sabe da existência de garimpos, em atividade no local ainda hoje, conduzidos por índios. Tavares afirmou que não pode precisar nem a quantidade de garimpos e envolvidos nem a localização exata das áreas.Segundo ele, a extração ilegal de que tem conhecimento fica na região do rio Maú, fronteira com a Guiana, na área da Raposa. Tavares afirmou que a Superintendência da Polícia Federal em Boa Vista sobrevoou a região no primeiro semestre deste ano e constatou a presença de índios num garimpo.As atividades de fiscalização na região viraram "brincadeira de gato e rato", segundo o chefe do DNPM no Estado. Tavares diz que, quando as autoridades se aproximam da região, os índios cruzam a fronteira."Quando se sentem prejudicados, os índios ficam pressionando a Funai. Agora, como são eles, não falam nada."A Funai confirmou, por meio de nota, a existência de garimpos na região, mas não deixou claro se os responsáveis pela extração são índios ou brancos.O potencial minerário da região -que envolve, além de diamantes, reservas não quantificadas de ouro e outros minérios- está prestes a se abrir para a exploração de empresas, através de licitações. Projeto de lei substitutivo ao apresentado em 1996 pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo no Senado, está em fase final de tramitação.Em julho, o projeto, que prevê repasse de ao menos 4% da receita proveniente de atividades de mineração a comunidades indígenas, recebeu parecer favorável do deputado Eduardo Valverde (PT-RO), relator de comissão especial criada em 2005 para tratar do tema.Como a posição da comissão especial tem caráter conclusivo, o relator diz que pretende encaminhar o projeto de volta ao Senado ainda neste ano.A intenção dele é aguardar o desfecho do julgamento sobre a terra no Supremo Tribunal Federal, interrompido anteontem após pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito.O projeto substitutivo foi apresentado pelo governo.Tavares diz haver cerca de 800 processos de requisição de autorização de pesquisa de minérios em terrenos da região parados, no aguardo de uma eventual mudança na lei.

Antes da galinha botar

Lula já está contando com o dinheiro do pré-sal. Será que já estamos explorando esta riqueza nunca vista na história destêpaiz? Será que as máquinas já estão trabalhando na Bacia de Santos para retirar o petróleo que existe naquela profundeza? Lula e seus ministros já estão de olho no dinheiro que este negócio de pré-sal vai gerar.
Tem um ditado que é assim: “Não conte com o ovo antes da galinha botar”. Na Banânia, já pensamos em vender o ovo antes da galinha anunciar que vai botar.
Será que o governo já começou a retirar o petróleo da Bacia de Santos? É melhor deixar os vagabundos contando as ovelhas enquanto sonham.

Lula quer fatiar recursos do pré-sal

Por Karla Correa
no Jornal do Brasil

Diante dos pedidos incessantes de todos os prédios da Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que cada pasta receberá o "possível" dos recursos do petróleo extraídos da camada pré-sal.
– Nós daremos a cada ministério aquilo que for possível dar. Nem mais, nem menos – disse Lula, em resposta ao recém-empossado Juca Ferreira, titular do Ministério da Cultura, em substituição a Gilberto Gil.
– Queremos que a cultura seja pensada também como política estratégica e, portanto, seja possível ter acesso a esses recursos – disse Juca Ferreira, fazendo coro com outras pastas. Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, já havia pleiteado seu quinhão do pré-sal, defendendo aumento nos royalties pagos à Marinha pelo petróleo explorado na costa brasileira. O mesmo aconteceu com o titular da Educação, Fernando Haddad.
As reservas de petróleo na camada pré-sal, os resultados de políticas de combate à pobreza e os números positivos da economia foram os motes do ultra-positivo balanço apresentado ontem pelo presidente Lula – dois anos antes do fim de seu segundo mandato – a uma massa de empresários, sindicalistas, ministros e líderes governistas do Congresso reunidos no Palácio do Planalto em uma versão estendida do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Bilhete premiado

Em discurso de tom ufanista, o presidente disse que o pré-sal é um "bilhete premiado" para o país. Também fez afagos à Petrobras, em meio a comentários de que a empresa ficará de fora da exploração dos novos campos de petróleo.
– O pré-sal é um passaporte para o futuro e sua principal destinação deve ser a educação das novas gerações e o combate à pobreza – disse.
Em discurso escrito pelo ministro da Comunicação, Franklin Martins, e ensaiado nas duas horas de reunião no gabinete presidencial, no dia anterior, o presidente enfatizou que o governo pretende, com a exploração dos novos campos, incentivar o crescimento da cadeia produtiva de petróleo, exportando não o óleo cru, mas seus derivados. Essa diretriz foi, de acordo com Lula, uma das três recomendações dadas ao grupo interministerial encarregado de elaborar um modelo para a exploração do combustível encontrado abaixo de 7 mil metros no fundo do oceano, no litoral brasileiro.

Orientações

– A segunda orientação é que nossa Constituição diz que as reservas de petróleo são da União. Não podermos perder isso de vista. Terceira recomendação: não é porque tiramos um bilhete premiado que vamos nos deslumbrar e sair gastando dinheiro que ainda não temos.
De acordo com o presidente, a Petrobras ganhará importância mundial com o início da exploração dos campos pré-sal.
– A empresa, que levou mais de 50 anos para conquistar a auto-suficiência, fez as descobertas das enormes jazidas do pré-sal, que tornarão ainda mais importante a sua posição no cenário mundial – afirmou o presidente em seu discurso. A declaração acontece no momento em que o governo discute um modelo de exploração que pode incluir a criação de uma nova estatal para gerir as reservas ainda não exploradas. Segundo Lula, até o fim de setembro o grupo de ministros encarregados da discussão deve apresentar sua proposta de modelo ao presidente para, em seguida, abrir a discussão com a sociedade sobre a exploração do pré-sal.

Começa o embarque no trem

Por Márcio Falcão
no Jornal do Brasil

Sem muito alarde e com aplausos de governistas e oposicionistas, apenas 12 dos 81 senadores colocaram em andamento um novo trem de alegria. Reforçaram as estruturas do Judiciário, com a criação de 1.692 vagas em vários tribunais e reajustaram os salários de 1,4 milhão de servidores civis e militares. E novas propostas para a ampliação dos quadros de funcionários e dos vencimentos estão engatilhadas. O Executivo defende reajuste para mais 300 mil servidores; enquanto a Comissão Mista do Orçamento analisa a criação de 85.925 vagas para o Executivo até 2011, além da revisão salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
As novas vagas nos tribunais e os reajustes foram aprovados na madrugada de ontem, com apenas 12 dos 81 senadores em plenário, e agora vão à sanção presidencial. Do total de vagas abertas no Judiciário, 1.421 são cargos comissionados – os chamados cargos de confiança, sem concurso público – e 271 efetivos. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, em Pernambuco, foi o órgão que mais ganhou servidores, são mais 1.023 cargos, sendo 469 funções comissionadas e 554 funções já existentes passarão a fazer parte do quadro de pessoal do mesmo tribunal.

Mais empregos

Ainda foram criados 179 cargos de confiança no Tribunal de Contas da União (TCU) e 116 cargos efetivos e 204 comissionados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (Espírito Santo) ganhou 147 cargos, entre efetivos e comissionados. Os senadores também aprovaram a criação de 12 cargos efetivos no TRT da 11ª região, no Amazonas.
Os senadores também deram aval para uma medida provisória que reajusta os salários de 800 mil servidores civis e 600 mil militares – um impacto de R$ 7,5 bilhões para 2008. Servidores de 17 categorias – como Polícia Federal, Incra, universidades federais, Ministério da Cultura – foram beneficiados. Entre os servidores civis, os aumentos variam de 9% a 105% de acordo com a categoria.
Em relação aos militares, o reajuste médio é de 47% e será retroativo a janeiro. Na próxima semana, uma medida provisória desembarca no Congresso e estabelece aumento para altas carreiras do Executivo, como Itamaraty, Receita Federal e Advocacia-Geral da União. As medidas terão efeitos nos contracheques de 300 mil servidores.

Sem resistências

Em função da providência anunciada pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) – de não iniciar a tramitação de novas medidas provisórias nos próximos 45 dias – se o reajuste dos servidores chegar no Senado durante este período não encontrará resistências. Outra medida que conta com a simpatia dos parlamentares é o aumento nos salários dos ministros da Corte dos atuais R$ 24.500 para R$ 25.725. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), se mostrou favorável ao reajuste, mas não incluiu o projeto na pauta de votações para a próxima semana porque não houve acordo entre os líderes partidários sobre o tema.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), vice-líder do partido, defendeu mudanças na carreira jurídica antes da aprovação do projeto. Argumentou que juízes recém-formados recebem praticamente a mesma remuneração dos ministros do STF, o que deve ser revisto. Na próxima reunião de líderes, a inclusão do reajuste na pauta do plenário volta a ser debatida.
– Há uma discussão quanto ao vínculo que existe entre o salário dos ministros e o dos juízes, que em início de carreira ganham muito próximo deles – afirmou.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O que Túlio Maravilha quer?

Até Túlio Maravilha é candidato a vereador. O que ele faria na Câmara de Vereadores de Goiânia? Acabei de ouvir sua propaganda. Falou tão rápido. Suas propostas passam desde o abalo social até o gol 1000. Pois é, Goiânia ganhará muito quando Túlio marcar o tal milésimo gol.

Os vereadores

O que comentar sobre os candidatos a vereador? São trinta minutos que nós vemos os motivos da classe política estar tão em baixa e o Legislativo tão sujo. Com certeza os partidos permitem que estas figuraças sejam candidatos.
Todas as vezes que alguém falar que o Legislativo precisa melhorar sempre me lembrarei das figuraças que estão falando agora na TV e chegarei a conclusão que nada muda. O circo está armado.

A culpa é... dos Estados Unidos

Pronto! De quem é a culpa pela crise entre a Geórgia e a Rússia? Os americanos (ou estadunidenses como gostam de dizer os esquerdopatas). Segundo o primeiro ministro russo Vladimir Putin, foram os Estados Unidos que armaram o conflito na Geórgia para beneficiar um dos candidatos à presidência americana. É mesmo? Se o valentão Putin disse que os Estados Unidos estariam por trás do recente conflito geopolítico por que ele não falou o nome do candidato beneficiado? Será que alguém vai cobrar isso de Putin? O primeiro ministro russo disse que os americanos armaram e treinaram o exército georgiano. É mesmo? Cadê as provas? Será que algum pacifista de plantão vai cobrar do camarada russo provas que apontem a interferência norte americana na Geórgia? Pronto! A culpa é dos Estados Unidos.
Quando os Estados Unidos anunciaram que invadiriam o Iraque muita gente levantou a voz cobrando as provas sobre as armas de destruição em massa que Saddam Hussein teria guardado. E agora? Será que alguém vai pedir à Putin provas da sua acusação? A culpa é “duzamericanu”.

Os sem vergonhas

A classe política deve sempre ser tratada a tapas e pontapés. Eis o lema deste blog. Sempre no ataque. Lula quer a volta de Renan Canalheiros à liderança no Senado. Paulinho da Força pede aos cupanheros que votem em Dona Supla para que ela vença logo no primeiro turno. Esta classe política nojenta não pode continuar assim. Temos que atacar os sem vergonhas. Temos que atacar sempre. Trata-los como eles devem ser tratados: a tapas e pontapés.

Quando a política já não ilude mais

Por Ana Paula Verly
no Jornal do Brasil

Duas décadas depois de conquistarem o direito ao voto, jovens entre 16 e 18 anos já não demonstram mais o mesmo interesse pelas urnas. As eleições deste ano terão o menor eleitorado jovem desde 1992 no município do Rio de Janeiro. A análise percentual mostra que a juventude politizada alcançou em 2008 a pífia marca de apenas 0,6% do total de eleitores. Para o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Roberto Wider, o desencanto com a política explica a evasão.
– É um natural desencanto dos jovens, diante do que vêem no noticiário. Mas eles deve superar esse comportamento e entender que eles é quem são as forças que podem mudar esse quadro politico – apregoa.
Os dados do TSE mostram que, em 1992, 0,87% do total do eleitorado carioca tinha 16 e 17 anos. Entre outubro de 1992 e junho de 2007 o número de eleitores desta faixa etária caiu quase pela metade em todo o país. O percentual mais alto, no Rio, foi registrado em 1994 (1,04%), durante a eleição presidencial da qual Fernando Henrique Cardoso saiu vitorioso. Em 2004, houve nova alta do número de eleitores (0,98%). Presidente do TSE no período entre 2001 e 2005, Luiz Carlos Madeira atribui a recuperação do eleitorado adolescente ao sucesso petista em 2002.
– As eleições 2004 foram seqüência das eleição 2002, quando houve a vitória do PT, uma coisa inusitada que animou os jovens. Foi um acontecimento que deu muita esperança aos jovens – analisa Madeira.
O ex-ministro concorda que as estatísticas atuais são sinal de desinteresse pela política, o que, em sua opinião, "não é bom".
– No início, o direito de menores de idade votarem foi cercado de polêmica e, ao mesmo tempo, de muito interesse pela vida política. Vejo o desinteresse atual como uma incompreensão sobre uma série de fatos políticos, principalmente sobre o Legislativo e o Executivo. A publicação de uma muitas de mazelas envolvendo estes poderes talvez levem a uma certa desilusão. Mas isto vai passar com o tempo – aposta Madeira.

Diretas Já é passado

A coordenadora do Núcleo de Pesquisa dos Jovens da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Miriam Paúra, observa no decorrer das últimas duas décadas o crescente desinteresse dos jovens pelo voto, em relação às gerações anteriores. Ela lembra que os jovens estiveram no front da luta contra a ditadura, nos anos 60 e 70, na conquista das "Diretas Já", nos 80, e até mesmo representados pelos cara-pintadas, no início dos 90, ainda que o derradeiro movimento juvenil tenha sido compelido mais pela balbúrdia que pela conscientização política dos participantes.
– Não há mais uma participação efetiva. Os diretórios das universidades viraram centros político-partidários e de atividades de lazer, onde o interesse não é mais a formação da cidadania – critica Miriam.
Além de mais empenho dos educadores no resgate do interesse dos jovens pela política, a professora sugere aos candidatos que promovam mais reuniões com esse segmento do eleitorado.

Navios levam tensão ao Mar Negro

No Estado de São Paulo com agências internacionais

O Mar Negro tornou-se ontem o novo foco de tensão entre Rússia e Ocidente depois de Moscou ter anunciado que posicionaria sua frota na região como "medida de precaução". O anúncio foi feito depois que comandantes russos alertaram para o aumento do número de navios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - a aliança militar ocidental - no local. "Dado o estabelecimento de forças da Otan na área do Mar Negro, a frota russa também começou a tomar medidas para vigiar sua atividade", afirmou o chefe-adjunto do Estado-Maior russo, Anatoli Nogovitsin.A aliança confirmou a presença de quatro de seus navios de guerra na região, alegando que as embarcações estavam no local para "treinamento". No entanto, a Otan afirmou que outros países da aliança poderiam estar na região sem a ordem da organização. "Obviamente, outros membros da Otan estão fazendo isso, mas não posso falar em nome dessas nações", disse o tenente-coronel Web Wright, porta-voz da aliança.Moscou, porém, afirmou que o aumento de navios da Otan no Mar Negro viola um tratado de 1936, da Convenção de Montreux, que prevê um limite de três semanas para que países que não têm acesso ao local realizem manobras militares na região. Segundo Nogovitsin, o tratado estabelece que a Turquia - país que controla os acessos ao mar pelos Estreitos de Bósforo e Dardanelos - tem de ser notificada com 15 dias de antecedência antes de navios militares entrarem na região. "O acordo também estabelece um prazo máximo do 21 dias para que os navios permaneçam no mar e estipula um número limitado de embarcações", afirmou Nogovitsin.Dmitri Peskov, porta-voz do premiê Vladimir Putin, afirmou que a Rússia está tomando "precauções" contra os EUA e os navios da Otan. "A aparição de navios da Otan no Mar Negro e próximo da costa georgiana, assim como a entrega de ajuda humanitária utilizando navios de guerra, são difíceis de se explicar", afirmou Peskov. "Estamos tomando precauções e esperamos que a situação não chegue a uma confrontação direta." Na terça-feira, o presidente russo, Dmitri Medvedev, acusou os EUA de entregarem armas à Geórgia por meio de navios que levavam ajuda humanitária ao país. Washington negou as acusações, qualificando-as como "ridículas." Ontem, no entanto, um navio americano que deveria atracar em Poti - porto na Geórgia sob controle dos militares russos - decidiu atracar em Batumi para entregar ajuda humanitária.
PROVOCAÇÃO UCRANIANA
Em mais um sinal do aumento da tensão, a Ucrânia anunciou ontem que está estudando o aumento do preço cobrado da Rússia pelo aluguel da base naval de Sebastopol, na região da Criméia. O local serve como sede da esquadra naval russa no Mar Negro. O presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, afirmou que o preço deveria ser discutido pois foi estabelecido abaixo do preço de mercado. A Rússia afirmou que qualquer renegociação quebraria um acordo de 1997 entre os dois países, sob o qual Moscou aluga a base por US$ 98 milhões por ano até 2017. Yushchenko ainda pressionou o Otan para que a aliança aceite a Ucrânia como um de seus membros. "Queremos entrar porque estamos convencidos de que hoje não existe outra maneira para proteger a integridade territorial da Ucrânia." A crise na Geórgia e o reconhecimento russo à independência de suas duas províncias separatistas - Ossétia do Sul e Abkásia - levantaram preocupações de que Moscou poderia intervir militarmente em outras repúblicas ex-soviéticas. Ontem, o chanceler francês, Bernard Kouchner, afirmou que depois da ofensiva contra a Geórgia, a Rússia parece ter como novo alvo a região da Criméia, na Ucrânia, e de Transdniester, na Moldávia. O vice-ministro da Defesa de Transdniester, Vladimir Atamaniuk, disse ontem que o reconhecimento da independência da região é apenas uma "questão de tempo".

Obama sofre pressão para vender feijão, e não sonhos

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

Quando subir ao palco do estádio Invesco na noite de hoje, em Denver, no Colorado, e começar a falar para uma platéia de 80 mil pessoas diante do que até a noite de ontem parecia ser um cenário que imita colunas gregas ou um templo romano, o senador democrata Barack Obama terá dois desafios: definir-se e unir os outros.Mais do que falar de sua biografia, quesito que já foi cumprido pelo discurso de Michelle Obama na segunda, o candidato democrata deve vender de maneira clara e simples sua proposta econômica e de segurança para o país, unificar um partido cindido pela disputa com os Clinton e evitar parecer arrogante. Será tarefa hercúlea.Obama vem sofrendo pressão do comando do partido para falar mais claro e ser mais explícito em sua plataforma. A frente é liderada pelos governadores, principalmente os que apoiaram Hillary Clinton nas primárias e os que estão à frente dos Estados-pêndulo, decisivos em novembro.Pedem que na noite de hoje ele fale menos de sonho e mais de feijão, que dê tanta importância a questões diretamente ligadas ao bolso do eleitor quanto dá a temas unificadores e que tocam multidões, mas são vagos, como "esperança".O mais eloqüente entre eles é Ed Rendell, da Pensilvânia, que comparou o candidato a Adlai Stevenson (1900-1965), intelectual democrata que concorreu duas vezes à Presidência e perdeu. "Você faz uma pergunta a Obama, e ele lhe dá uma reposta de seis minutos, inteligente, intelectual, bem colocada, abrangente, mas que rende péssima sonora para a TV.""Precisamos começar a contra-atacar com frases curtas e compreensíveis", diz. "Todo mundo está nervoso, diz que nós deveríamos abrir 10, 15 pontos. O que está havendo?"Preocupa o partido principalmente a eficácia dos anúncios negativos de John McCain, que pintam Obama como alguém inexperiente e elitista.
Pesquisas
A mensagem do oponente encontra ressonância na opinião pública. Segundo pesquisa da CNN divulgada ontem, 78% dos ouvidos acham que McCain é preparado para ser comandante-em-chefe dos EUA e para lidar com crises internacionais; o número desaba para 58% quando se trata de Obama."A convenção é o momento ideal para um candidato convencer o público de que ele tem um plano claro para resolver os problemas", disse Keating Holland, coordenadora da pesquisa da emissora. Obama ouviu as críticas e entendeu o recado.O candidato não deu detalhes sobre seu discurso, que continua o segredo mais bem-guardado da convenção. Em aparição-surpresa no final da noite no palco do Pepsi Center, ele agradeceu os discursos de Hillary Clinton - "ela balançou a casa!", disse- e de Bill Clinton -"um presidente que coloca o povo em primeiro lugar"- e repetiu slogans de campanha.Para redigir o texto de hoje, ouviu palpites de apenas duas pessoas, o estrategista David Axelrod e o escritor de discursos Jon Favreau. Espera-se uma alusão a "Eu tenho um sonho", pronunciado por Martin Luther King há 45 anos. E que a parte "poética" fique por aí."Não estou mirando muito na retórica", disse o candidato ao "USA Today". "Estou mais preocupado em comunicar como eu pretendo ajudar famílias de classe média." Ontem, ao "Wall Street Journal", reafirmou sua guinada pé-no-chão."A questão que terei de deixar claro é que a escolha que temos é entre a mesma política fracassada dos últimos oito anos para a classe média e uma nova agenda para aumentar a renda dos americanos e ajudar as famílias em necessidade."Obama percebeu que sua mensagem pode ser embaçada pela grandiosidade. Para voltar a Rendell, "é difícil para as pessoas se identificarem com gente bem-dotada. Obama é bonito, incrivelmente brilhante, articulado e bem-sucedido. Não é exatamente o sujeito mais fácil de se identificar".

Lula vai inaugurar obras inacabadas no ABC para ajudar PT

Por Leonencio Nossa e Joaquim Alessi
no Estado de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenhará no próximo fim de semana tanto na função de chefe do Executivo como na de cabo eleitoral de candidatos petistas em São Paulo e no ABC. A agenda oficial, no entanto, inclui a inauguração da Universidade Federal do ABC (UFABC) em Santo André - cujas obras só deverão ser concluídas em agosto de 2009 - e o lançamento da pedra fundamental do campus da UFABC em São Bernardo do Campo, que teve o edital de licitação suspenso.Na semana passada, o novo reitor da universidade, Adalberto Fazzio, confirmou que a previsão do término das obras em Santo André é agosto do ano que vem. Anfiteatro, biblioteca e restaurante ficarão prontos só em dezembro de 2009, destacou. Lula havia prometido a entrega da unidade em 27 de setembro - oito dias antes do primeiro turno das eleições. O reitor alegou, porém, que houve mudanças no projeto.Sobre o campus de São Bernardo, Fazzio espera a conclusão entre junho a setembro de 2009, mas hoje não existe nem sequer o projeto arquitetônico. O processo de licitação da obra foi suspenso por causa de um problema jurídico.
AGENDA MISTA
Lula conciliará a agenda oficial com a de líder partidário nos três dias que passará no Estado. Amanhã, como presidente, vai inaugurar o campus da universidade em Santo André, às 15 horas. Por volta de 17 horas, lançará a pedra fundamental das instalações em São Bernardo. O Palácio do Planalto ressaltou que a agenda no sábado e no domingo é "privada" - não haverá compromisso oficial.O sábado de Lula será movimentado. Pela manhã, ele participa de uma carreata da candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, em São Miguel Paulista, na zona leste. Após a carreata, haverá comício no bairro com a presença de Lula. Às 16 horas, ele segue para a cidade onde tem apartamento, São Bernardo do Campo, e reforça a candidatura de Luiz Marinho à prefeitura, com um comício na Área Verde.Lula subiria apenas nos palanques dos seus ex-ministros Marta e Marinho. Em negociação na semana passada com representantes do PT de São Paulo, porém, o presidente aceitou participar também das campanhas de candidatos do partido em Diadema e Santo André. Na noite de sábado, ele estará no comício do petista Mário Reali, na Praça da Moça, em Diadema. Volta a subir em um palanque na manhã de domingo, quando estará às 11 horas na Vila Luzita, dando apoio a Vanderlei Siraque."É um reforço extraordinário e uma injeção na veia das candidaturas", comemorou Carlos Alberto Grana, um dos articuladores das campanhas petistas na região. "O ABC é a região de origem política dele." Grana diz que os candidatos já se preparam para aproveitar ao máximo a presença de Lula: "É bom lembrar que o presidente, neste primeiro turno, vai a poucos municípios."
SEGURANÇA
Embora não esteja em função oficial no sábado e no domingo, dias reservados às campanhas políticas, Lula usará a equipe de segurança do Planalto. Assessores do presidente com cargos no governo não o acompanham nas atividades eleitorais. Em campanhas anteriores, o próprio PT custeou as despesas com o avião presidencial nos deslocamentos feitos com o objetivo exclusivo de participar da campanha nos Estados.

Paulinho pede apoio a sindicatos para Marta vencer já no 1º turno

Por Ranier Bragon
na Folha de São Paulo

Em evento na noite de ontem que contou com a presença de cerca de mil sindicalistas e trabalhadores, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), disse que Marta Suplicy (PT) pode ganhar definitivamente a disputa no dia 5 de outubro e conclamou os sindicalistas a "não permitir" que haja segundo turno em São Paulo.Foi a primeira vez desde o início oficial da campanha que Paulinho, como é conhecido, apareceu ao lado de Marta.O seu apoio é tratado pelos petistas, nos bastidores, como bastante delicado. Apesar de ter assegurado a Marta o PDT e uma central que diz contar com 3,6 milhões de trabalhadores filiados em São Paulo, Paulinho é alvo de investigação que o acusa de receber propina para facilitar empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)."Nós temos condições de ganhar no primeiro turno, mas é preciso que cada um arregace as mangas e peça voto. Nós não podemos permitir que se vá para o segundo turno. Taí, tá pertinho, faltam só dois ou três pontos", discursou Paulinho.Na mesa do evento, ele estava sentado à esquerda de Marta, que tinha à sua direita o candidato a vice, Aldo Rebelo (PC do B). Na pré-campanha, Paulinho participou de pelo menos dois eventos ao lado de Marta.O deputado é investigado pela Polícia Federal e pelo Conselho de Ética da Câmara. Em depoimento à Câmara no dia 13, o delegado da PF Rodrigo Levin disse ter provas contra Paulinho que o incriminariam por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. O deputado nega todas as acusações.Marta tem dito que não trabalha com hipótese de vitória no primeiro turno. No discurso de ontem, ela disse que participava de um momento "inédito". "É a primeira vez que um candidato tem o apoio unido da classe operária do país."

Lula dá força a articulação para reabilitar Renan

Por Christiane Samarco
no Estado de São Paulo

Um ano e três meses depois de estourar a denúncia de que teve despesas pagas por um lobista de uma empreiteira - entre elas, pensão para a filha que teve fora do casamento -, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ensaia seu retorno ao cenário nacional embalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outras cinco acusações também renderam pedidos de cassação no Conselho de Ética e acabaram levando o peemedebista a renunciar à presidência do Senado em outubro.Na quinta-feira passada, ele foi recebido por Lula no Palácio do Planalto, com a boa nova de que a inauguração da primeira obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste será em seu reduto eleitoral. A adutora entre Palmeira dos Índios e Quebrangulo será inaugurada no mês de outubro, com a promessa da presença do presidente da República no palanque. Ontem, um telefonema de Lula pouco depois do meio-dia anunciou outra boa notícia. Renan foi autorizado a alardear aos eleitores a inclusão do metrô de superfície de Maceió no PAC.Sob o comando do aliado Geddel Vieira Lima (PMDB), o Ministério da Integração Nacional reservou cerca de R$ 1 bilhão para o Canal do Sertão, obra estratégica que vai atender 40 municípios alagoanos, e para adutoras e barragens na região, ampliando a rede de água e de saneamento básico. A série de investimentos federais na base eleitoral de Renan é fundamental em tempos de campanha municipal, principalmente para quem, como ele, tem um filho com seu nome à frente da Prefeitura de Murici (AL), disputando a reeleição.Mas a ofensiva que une Planalto, PT e PMDB para reabilitar Renan vai muito além de Alagoas. O plano do governo e do partido é facilitar o retorno de Renan à liderança da maior bancada do Senado. Mesmo sem ter direito a voto, o apoio do presidente vale ouro para eleger o líder de uma bancada que tem demandas permanentes junto ao governo. No PMDB, candidato a líder que não tem canal direto com o Planalto não se elege.
CONTRAPARTIDA
A articulação palaciana não se restringe apenas à liderança do PMDB. O que está em jogo é uma cadeira muito mais preciosa a um presidente em fim de mandato, sem direito à reeleição e com a difícil tarefa de eleger o sucessor: a de presidente do Senado. Para que Lula tenha tranqüilidade e tempo para se dedicar à campanha do sucessor, é fundamental a garantia de que o presidente do Senado não surpreenderá o governo colocando em pauta propostas que contrariem o interesse do Planalto.Ninguém melhor para desempenhar este papel do que um companheiro petista que tenha o apoio do PMDB para se eleger e bom trânsito na oposição para conduzir o Congresso. O escolhido neste caso é o senador Tião Viana (AC). A contrapartida do apoio peemedebista é o voto fechado dos petistas e ao menos boa parte dos aliados para eleger presidente da Câmara o deputado Michel Temer (SP), que já é o comandante nacional do PMDB.

TSE julga hoje restrições à internet na campanha

Por Lilian Christofoletti
na Folha de São Paulo

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deve se reunir hoje para reavaliar o espaço que a internet ocupará nas eleições municipais deste ano. Pela legislação vigente, foram impostas duras restrições à divulgação de informação jornalística e de manifestação de apoio a candidatos no mundo virtual .A discussão será feita a pedido do portal iG, que ingressou, no dia 15 de julho, com um mandado de segurança defendendo a anulação de dois artigos da resolução nº 22.718, editada pelo tribunal como uma espécie de guia para a eleição.Os itens questionados pelo iG (artigos 18 e 19) definem que a propaganda eleitoral na internet só será permitida na página do candidato destinada à campanha. Com isso, proíbe-se que as demais ferramentas virtuais -como sites de relacionamento (Orkut e Second Life), salas de bate-papo e blogs- divulguem informação que configure propaganda política favorável ou contrária a candidato.Esse entendimento do TSE foi fundamentado na lei 9.504, editada em 1997, que equiparou legalmente internet a rádio e TV. Como concessão pública, a mídia eletrônica não pode emitir opinião nem dar tratamento diferenciado aos postulantes. Jornais e revistas, por serem empresas privadas, não sofrem restrições.Numa extensão a essa equiparação aos meios eletrônicos, foi proibida a comercialização para partidos políticos de espaço publicitário na internet.Para o diretor-presidente do iG, Caio Túlio Costa, essas restrições impedem que a rede brasileira seja um espaço político livre e plural, o que coloca o Brasil na "idade das trevas"."O maior prejuízo é para o cidadão. A legislação bloqueia a vocação primordial da internet, que é a única mídia de massa que possibilita o diálogo direto entre usuários e a própria fonte de informação, através de chats, blogs, e-mails e comunidades sociais", disse Caio Túlio.No pedido, que deverá ser levado hoje a plenário pelo ministro-relator Joaquim Barbosa, o iG pediu a livre comercialização do espaço publicitário, a publicação sem censura de entrevistas com candidatos, a manifestação livre dos colunistas em blogs e a manutenção das salas de bate-papo.Se algum dos sete ministros do TSE pedir vista do processo, o julgamento será adiado."Estamos muito confiantes de que haverá um julgamento favorável à liberdade de informação", afirmou a gerente-jurídica do iG, Dulce Artese.O advogado Afrânio Affonso Ferreira Neto, que representou no TSE os portais do Grupo Estado, num pedido semelhante ao do iG, disse esperar que a internet seja compreendida em suas especificidades. "A internet não é uma concessão pública. Diferentemente da TV e do rádio, o sujeito não é passivo diante da informação. Ele precisa ir atrás, acessar a internet e navegar para encontrar o que procura. Na verdade, entendo que o direito de manifestação não poderia ser cerceado em nenhum tipo de mídia."O pedido do Grupo Estado, iniciado em 3 de junho, ainda não foi apreciado. Depois do voto contrário do relator, um dos ministros pediu vista.

Governo vê atuação irregular de ONGs na Amazônia Legal

Por Andréa Michael
na Folha de São Paulo

Relatório da Secretaria Nacional de Justiça sobre a atuação das ONGs na Amazônia Legal admite que há "deficiências ou ausência de controle das pessoas jurídicas sem fins lucrativos que atuam na região", aponta atuação irregular de estrangeiros no local e recomenda a "proibição de realização de transferência de recursos públicos" para tais organizações.Segundo o relatório, obtido com exclusividade pela Folha, há "inúmeros convênios entre o poder público e ONGs sob investigação em razão de desvio de finalidade". Tais desvios "decorrem da fiscalização deficiente ou existente apenas sob o aspecto formal". Ou seja, não se tem conhecimento sobre a real finalidade e até mesmo sobre a existência de entidades.A página 35 do documento diz: "Não há base de dados confiáveis sobre as ONGs, seja na Amazônia Legal ou no restante do país. Assim, na prática, não é possível saber se uma mesma organização celebra convênios com várias esferas de poder".Elaborado sob a coordenação do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, vinculado à pasta da Justiça, o relatório diz que há 16.825 ONGs no país, sendo 690, nacionais e estrangeiras, credenciadas para atuar na Amazônia.Entre as propostas para controlar a atuação das entidades constam medidas para restringir a venda de terras a estrangeiros. "Não há nenhuma intenção de criminalizar as ONGs. A proposta objetiva do governo é fazer algo que ninguém antes teve coragem de fazer, que é propor mecanismos de regulamentação, o que vai acabar favorecendo as ONGs sérias que prestam um trabalho relevante para a sociedade", disse Tuma Jr. A equipe de técnicos listou 23 irregularidades, entre as quais estão:1) Desvio de recursos financeiros repassados; 2) Não-cumprimento dos convênios e má gestão; 3) Uso de entidades de fachada para comércio ilegal de terras e biopirataria; 4) Fraude em licitações; 5) Uso de notas fiscais frias; 6) Ligações nebulosas com políticos; 7) Contrabando de minerais; 8) Controle indireto de terras amazônicas, registradas por empresas brasileiras, mas sob o controle de estrangeiros.A fiscalização é partilhada por municípios, tribunais de contas e Ministério Público. No caso de entidades qualificadas como Oscip (Sociedade Civil de Interesse Público), o responsável é o Ministério da Justiça. O relatório não cita nenhuma organização que tenha cometido fraudes -segundo o secretário, os nomes foram enviados à Polícia Federal.Entre as medidas propostas para criar dispositivos de controle sobre as ONGs, começando pelo seu recadastramento no Ministério da Justiça, o relatório propõe à Casa Civil que seja formulado um marco regulatório para a atuação das organizações na Amazônia Legal.A idéia é que tal marco contemple: definição de limite de terras para concessão a estrangeiros; vincular a aquisição de imóveis na Amazônia Legal à função social da propriedade; obrigação dos cartórios de informar o Ministério da Justiça sobre transações imobiliárias na região; e "proibição de realização de transferência voluntária de recursos públicos para pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos".Sobre a presença de estrangeiros nas entidades, o diagnóstico aponta grande discrepância entre os dados da Funai e da Polícia Federal: de 127 autorizações concedidas a estrangeiros pela Funai, 81 não estão nos registros da PF.

Arrozeiros comemoram e índios fazem marcha

Por Roldão Arruda e Loide Gomes
no Estado de São Paulo

Às 17 horas, no horário local, quando o ministro Carlos Alberto Direito pediu vista no processo sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, ouviram-se fogos de artifício e gritos de alegria na Vila Surumu, uma das entradas daquele território. O barulho vinha do lado direito da vila, onde estavam os grupos contrários à demarcação da área em terra contínua. Eles comemoravam por achar que a suspensão do julgamento dará mais tempo para que se possa influenciar os outros ministros e, ao fim, derrotar o voto do relator Carlos Ayres Britto - favorável à demarcação em área contínua.No outro lado da vila, estavam os índios que reivindicam a expulsão dos não-indígenas. Entre os dois grupos postavam-se policiais federais, vestidos de preto, e 30 homens da tropa de choque da Força Nacional de Segurança - prontos para intervir em qualquer situação de conflito.A explosão de fogos provocou espanto e silêncio entre os índios. Eles não estavam acompanhando a sessão do julgamento e não entenderam nada. Minutos mais tarde, já refeito do susto, um dos coordenadores do Conselho Indigenista Missionário (CIR), o macuxi Alesson Silva de Souza, comentou: "Essa comemoração dos defensores dos arrozeiros é uma provocação. Vamos ficar quietos e manter a cabeça fria. O começo do julgamento foi promissor para nós."Foi o secretário de Saúde de Pacaraima, Júlio Jordão, que acompanhava o debate pela TV, quem organizou a queima de fogos ao fim do dia. "Vamos ganhar mais tempo", explicou, exultante.Apesar do foguetório, o líder dos arrozeiros e prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (DEM), não deixou de criticar o voto de Ayres Britto. "Achei que o ministro foi desrespeitoso e deselegante com os produtores. Ele alterou a história de Roraima a favor de sua idéia."Quartiero, contudo, ironizou o relatório, dizendo que a posição de Ayres Britto poderia "ter sido pior". "Achei que o ministro fosse mandar me prender e me fuzilar no ato." Embora tenha considerado que o pedido de vista indica dúvidas do ministro Carlos Alberto Direito, Quartiero admitiu que "o indicativo é muito ruim" no julgamento do Supremo. "Não sei como eles vão solucionar os problemas de Pacaraima e de Roraima, que ficarão inviáveis se a decisão (de Ayres Britto) se mantiver." O município de Pacaraima fica na fronteira do Brasil com a Venezuela, no interior da terra indígena, e deve desaparecer se vencer a proposta de terra contínua.
DANÇA
Em Boa Vista, cerca de 800 índios, sem-terra e sem-teto acompanharam em praça pública o julgamento do STF. Eles comemoraram o voto do relator com cantos e danças tradicionais, na Praça do Centro Cívico, onde ficam as sedes dos três Poderes de Roraima.No início da tarde, caminharam até a Avenida Jaime Brasil e se posicionaram diante do Palácio Hélio Campos, sede do governo estadual, onde finalizaram o ato contra a revisão do processo demarcatório. Ali, os arrozeiros também fizeram manifestação, com a distribuição de panfletos para os motoristas."A demarcação contínua é um direito histórico dos índios, em função de todas as lutas, do processo de resistência, das perseguições e até da diminuição de sua população", comentou Ezequias David da Silva, um dos organizadores do ato.O frei franciscano Messias Souza Ofm afirmou que as manifestações, iniciadas no dia 15, não cessarão até a conclusão do julgamento e a saída dos não-índios da reserva. "Lutaremos até o último índio."
SEGURANÇA
Receando reações violentas, a Polícia Militar e a Polícia Federal reforçaram a segurança nas empresas fornecedoras de água e energia em Boa Vista e nos principais prédios públicos localizados no entorno da Praça do Centro Cívico, mas não houve incidentes.

Relator quer arrozeiros fora de reserva indígena em RR

Por Felipe Seligman e Fernanda Odilla
na Folha de São Paulo

O julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o destino da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, em Roraima, foi interrompido ontem, após o relator da ação, ministro Carlos Ayres Britto, votar pela total retirada de não-índios da região e manutenção da demarcação de forma contínua -sem qualquer interrupção na área delimitada.O autor do pedido de vista que adiou o julgamento foi o ministro Carlos Alberto Direito. Não existe prazo para que Direito apresente seu voto ao plenário, mas terá que respeitar pedido do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, para que aconteça ainda neste semestre. Devido ao clima de tensão na região, fala-se na retomada do julgamento em meados de outubro.A demarcação da Raposa/ Serra do Sol é um dos julgamentos mais complexos da história do Supremo.De um lado estão o governo federal, índios e ONGs que querem a manutenção do decreto de Lula, de 2005, que definiu a reserva numa área contínua de cerca de 1,7 milhão de hectares em Roraima. Arrozeiros que produzem em municípios no interior da reserva, além de políticos do Estado, querem a revogação do decreto ou sua redefinição. Dizem que as terras indígenas ocupam quase 50% de Roraima e que a soberania do Estado estaria em risco.Ayres Britto demorou mais de três horas para ler o voto de 108 páginas. O ministro se pautou pela defesa aos direitos indígenas, chegando a afirmar que os índios não podem pagar o preço de uma possível omissão do Estado na segurança.Disse que, diferentemente dos não-índios, a personalidade do povo indígena se caracteriza pela idéia "do não-enriquecimento pessoal à custa do empobrecimento alheio (inestimável componente ético de que a vida social brasileira tanto carece) e de uma postura como que religiosa de respeito, agradecimento e louvor ao meio ambiente".Em seu voto, Ayres Britto também estabeleceu algumas premissas consideradas importantes, como afirmar que o marco temporal para se considerar a presença de índios e não-índios não deve ser 1988, quando foi promulgada a Constituição, mas anterior, baseado em legislações anteriores que já tratavam de direitos indígenas.Sobre o argumento do "aculturamento" dos índios, Ayres Britto afirmou que o fato não é negativo e exige dos não-índios a "humildade para reconhecer que esse convívio é uma verdadeira estrada de mão dupla".Afirmou que tal convívio possibilita o surgimento da "santa rebeldia cívica de um Tiradentes quanto o mais refinado engenho tecnológico de um Santos Dumont, em par com a mais desconcertante ousadia estética de um Tom Jobim, um Garrincha, um Manoel de Barros, um Oscar Niemeyer, uma Daiane dos Santos".Enquanto proferia seu voto, índios e agricultores acompanhavam atentos, de dentro do plenário do Supremo. Após o pedido de vista, um dos índios presentes revelou que, durante a sessão foi feita uma reza para "evocar macunaíma".Dias antes do início do julgamento, ministros já afirmavam nos bastidores que um pedido de vista seria "inevitável", caso Ayres Britto apresentasse um voto considerado "radical". A tendência prevista por boa parte dos ministros era adotar uma postura intermediária, mantendo a reserva praticamente intacta, mas isolando algumas partes consideradas importantes para a economia local.Ainda faltam dez votos. Ministros disseram reservadamente à Folha, porém, que o voto de Ayres Britto "levantou muita poeira" e que o pedido de vista é "muito importante".

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Tratemos todos eles a tapas e pontapés

Espere um pouco! Só agora que Sandy Júnior, Gilvane Felipe e Martiniano Cavalcante viram o caos que Goiânia virou? Onde estavam os ilustríssimos senhores quando Iris Rezende tomou posse em 2005? Onde estavam os ilustríssimos senhores depois dos seis meses da posse de Iris Rezende e da não realização da promessa de campanha em acabar com todos os problemas do transporte coletivo de Goiânia? Eles não apareceram. Sandy Júnior apresentava seu programa de rádio e discursava no Congresso. Gilvane Felipe talvez estivesse no Sebrae. E Martiniano Cavalcante...
Agora os ilustríssimos senhores aparecem com propostas para isso e aquilo. Agora os três atacam fortemente a administração Iris Rezende. Será que só neste ano eles acordaram e viram os problemas da cidade? Será que só agora eles viram que a saúde está um caos, que o trânsito está um caos, que a educação está um caos? Foi preciso começar o período eleitoral para estes ilustríssimos senhores começarem a criticar a administração Iris Rezende. A campanha eleitoral está aí. Tratemos todos os políticos a tapas e pontapés. Sempre no ataque!

Eles na TV

Sandy Júnior falou sobre o trânsito. Do caos no trânsito. Sua proposta é criar uma Central Inteligente do Trânsito que vai monitorar as ruas de Goiânia. Câmeras serão instaladas para monitorar onde está o problema. É mesmo? Talvez Sandy Júnior na prefeitura contrate Pedro Bial para vigiar as ruas de Goiânia e mandar para o paredão os motoristas imprudentes.
Iris Rezende falou sobre a educação. Disse o que fez e o que vai fazer. Só que ele cometeu um erro. O PT apóia Iris e hoje, na propaganda, o candidato disse que, quando assumiu a prefeitura em 2005, o ensino oferecido era de baixa qualidade. Imagino o petralha Pedro Wilson ouvindo isso. Agora que ele não apóia a candidatura de Iris.
Gilvane Felipe falou do esporte, do lazer e da cultura. Bem, até hoje eu não sei o que é este tal de “Projeto Cidade Criativa”, mas se o Gilvane fala é porque sua experiência no Sebrae o qualifica para isso, não é mesmo?
Para finalizar Martiniano Cavalcante falou sobre os jovens vítimas da violência. Dos jovens que são assassinados. Dos jovens que não tiveram acesso à educação, esporte e lazer. Martiniano é socialista. Pois é, o socialismo matou tanta gente neste mundo. Martiniano sonha em disputar o segundo turno com Iris Rezende para questioná-lo em pé de igualdade. Bem, vamos questionar Martiniano antes de acabar o primeiro turno. Comecemos pelos mortos que o socialismo praticou e que esconde nos seus discursos.

Pega na mentira

Eu não assisti a última propaganda dos candidatos a prefeito. Leio no Diário da Manhã que Sandy Júnior quer fazer uma praia aqui em Goiânia. É mesmo? Aí nós teríamos que substituir a letra daquela música do Erasmo Carlos “Pega na mentira”. O original é Minas importou do Rio a maré. Depois da proposta de Sandy Júnior ficaria assim: Goiânia importou do Rio a maré. Só uma coisa não muda: PEGA NA MENTIRA.

Será que ele não esperava isso?

E não é que a campanha eleitoral aqui em Goiânia está esquentando? Sandy Júnior ataca a saúde municipal. Iris Rezende mostra a sua irritação. Como é que é? Pô, será que o candidato a reeleição não se preparou para as críticas dos seus adversários? Tava na cara que ele seria o alvo. Tava na cara que a administração Iris Rezende seria questionada. Vamos esperar a próxima pesquisa para saber o que o eleitor está achando das críticas de Sandy Júnior e a reação explosiva de Iris Rezende.

Número de miseráveis no mundo é ainda maior

No Jornal do Brasil

O Banco Mundial informou, em estudo publicado ontem, que existem mais miseráveis do que se imaginava nos países em desenvolvimento. Segundo a pesquisa, 1,4 bilhão de pessoas vivem com menos de US$ 1,25 por dia nestas nações. A diferença na conta de pobres é fruto de uma nova medida de linha da pobreza adotada, que elevou a margem de US$ 1 para US$ 1,25.
A instituição explica que o novo cálculo da linha da pobreza ocorreu com a inclusão de novos dados na pesquisa, que agora levam em consideração informações de custo de vida coletadas até 2005. A margem de US$ 1 considerava dados colhidos até 1993. Os dados são baseados no ICP (Programa Internacional de Comparações, na sigla em inglês).
Segundo a margem antiga, eram 985 milhões de pessoas vivendo na pobreza. No estudo, o Banco Mundial alerta, porém, que os novos dados não consideram a disparada dos preços dos alimentos e dos combustíveis ocorrida recentemente.
– As novas estimativas são um grande avanço na medição da pobreza porque são baseadas em dados muito melhores sobre preços para garantir que as linhas de pobreza sejam comparáveis entre os países – disse o diretor do grupo de desenvolvimento de pesquisas do banco, Martin Ravallion. – Dados de pesquisas domiciliares também melhoraram em termos de cobertura de cada país, acesso a dados e dados por períodos.
Para determinar a nova margem de US$ 1,25, o Banco Mundial explica que ouviu um número maior de pessoas em 116 países, representando 96% da população dessas regiões. O novo cálculo é baseado ainda na linha de pobreza dos 20 países mais miseráveis do mundo, entre eles Etiópia.
Ao se considerar as novas estimativas, o banco destaca que o mundo em desenvolvimento ainda está no caminho para reduzir pela metade, até 2015, os níveis da pobreza extrema de 1990, o que é a primeira das Metas do Milênio, o conjunto de diretrizes fixadas pela ONU que incluem ainda a redução da mortalidade infantil e a garantia da sustentabilidade ambiental.
O estudo aponta que, com exceção da China, o número de miseráveis cresceu nas últimas década. O Banco Mundial alerta que, em termos absolutos, até a Índia, modelo de crescimento econômico, tem mais pobres hoje que em 1981.
Na China existiam em 2005, segundo a nova medida, 207 milhões de pessoas vivendo na pobreza, uma queda em relação aos 835 milhões de 1981.
A situação mais crítica, segundo o Banco Mundial, se encontra na África subsaariana, onde a taxa de pobreza manteve-se em 50% da população entre 1981 e 2005, e o consumo de um pobre é, em média, de US$ 0,70 por dia.
O número de pobres na região quase dobrou no período, indo de 200 milhões de pessoas para 380
milhões em 2005. Se a tendência persistir, alerta o banco, a região terá um terço dos pobres até 2015.