sábado, 19 de janeiro de 2008

Primeiros resultados

Segundo o site do jornal britânico The Times a democrata Hillary Clinton venceu as prévias de Nevada. Do lado republicano, Mitt Romney venceu mais uma. Mas, segundo o site, os candidatos estão mais focados nas prévias da Carolina do Sul. Os resultados deste estado começarão a ser divulgados logo mais a noite.

Bonito de se ver

Em seu blog, José Dirceu fala que o PT já está conversando com o PMDB em busca de uma aliança para as eleições de outubro. Vai ser bonito ver no mesmo palanque os petistas José Dirceu, Marta Suplicy e Aloísio Mercadante dividindo palanque com o peemedebista Orestes Quércia. Sempre que Quércia aparece ao lado dos petistas me vem na memória aquela troca de acusações entre o peemedebista e Lula na campanha eleitoral de 1994. Quércia disse que Lula era tão inexperiente que nem sabia dirigir um carrinho de pipocas. Lula retrucou dizendo que ele não roubava as pipocas. Resta Dirceu colocar no seu blog se o PT já conversou com o PMDB se o Orestes Quércia já devolveu as pipocas roubadas e o PMDB saber do PT se Lula já sabe dirigir um carrinho de pipocas.
José Dirceu é o manda-chuva do PT. Tudo tem que passar por ele. Ele fala dessa aliança PT-PMDB. Se ele falou é porque esta aliança será nacional. Aqui em Goiânia os dois partidos já estão trocando olhares. Daqui a pouco partem para a conversa ao pé do ouvido, um cheio no cangote, um beijo na boca e depois... Bem, o depois todo mundo já sabe. Vai ser bonito ver no mesmo palanque os petistas Pedro Wilson, Valdi Camarcio e Marina Santanna dividindo palanque com o PMDB de Íris Rezende e Maguito Vilela. Todo mundo sujando as mãos na maior cara de pau. Vai ser bonito de se ver.

Mais uma prévia

Hoje teremos mais uma prévia entre os pré-candidatos democratas e republicanos à Presidência dos Estados Unidos. Dois estados votarão hoje: Nevada e Carolina do Sul. Nenhum candidato de nenhum partido está com vantagem. Só nas pesquisas. E não podemos confiar demais nelas. Quem vencer hoje, aí sim, terá uma vantagem sobre os outros adversários. Até lá tudo está empatado. Mais uma prévia e mais uma vez este blogueiro, com seu inglês macarrônico, vai acompanhar.

A oposição também é um teatro, uma gozação

Começa a se abrir a cortina do maior teatro político já instalado em Goiás. A maior gozação política, a maior brincadeira política. Goiás durante oito anos foi administrado por meio de rádio e de televisão. Mostrou-se, principalmente nos últimos anos, que nós morávamos em um país de primeiro mundo. Quinze dias depois da eleição eles vieram mostrar que o Estado estava em situação pré-falimentar. Depois não querem que isso seja dito por nós como estelionato eleitoral. Ganharam as eleições mostrando uma coisa e 15 dias depois demonstraram outra completamente diferente.

Quem disse isso aí acima foi Adib Elias, presidente regional do PMDB, numa entrevista publicada na recente edição da Tribuna do Planalto. Sim, depois que Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, tomou posse pela segunda vez em janeiro de 2007, nós vimos o desmoronamento do Tempo Novo. As maravilhas anunciadas nas propagandas, o Estado enxuto que Marconi Perillo entregaria para Cidinho era tudo mentira. Cidinho, até hoje, não sabe como resolver o abacaxi que seu antecessor deixou. Entrega tudo nas mãos do seu secretário da Fazenda Jorcelino Braga.
Adib Elias classifica como teatro político o Tempo Novo. Sim, foi tudo um teatro. Desde 1999 que nós somos enganados. Desde 1999 que as propagandas do governo estadual lotam as televisões, os rádios, os jornais. Era tudo uma maravilha. Cidinho abre a cortina e mostra a podridão que o Tempo Novo escondeu. Aliás, Tempo Novo este que tinha Cidinho como vice-governador.
Mas, Adib Elias só avalia como teatro, como gozação a atuação do governo. E o PMDB que deveria fazer oposição a tudo isso aonde estava? A partir de janeiro de 1999, o PMDB ia para a oposição. E que oposição pífia eles fizeram. Eles sabiam do teatro marconiano e não conseguiram se opor às mentiras que estavam sendo feitas. Adib Elias classifica bem como um teatro político, uma gozação estes anos de Tempo Novo. Mas que a oposição foi podre, ineficiente, incompetente, isso não resta a menor dúvida. A oposição do PMDB também é um teatro, uma gozação. Um teatro que não sensibiliza e uma gozação que não tem um pingo de graça. Governo e oposição se merecem. Merecem tomates e ovos podres na cabeça.

"Trajetória de um sessenta-e-oitão" por Roberto Pompeu de Toledo

É engraçado comemorar o aniversário de um ano, mas, já que foi aberta a temporada de comemoração dos quarenta anos do ano de 1968, José Dirceu vem a calhar. Figuraça, esse Dirceu. Na ampla reportagem a ele dedicada pela revista Piauí – uma das melhores peças jornalísticas dos últimos tempos –, ele é flagrado pela repórter Daniela Pinheiro em sua quarta encarnação, a de "consultor". O que faz exatamente um consultor é um dos pontos obscuros deste nosso mundo globalizado. O que dá para concluir, com base no literal significado da palavra, é que um consultor dá consultas. Dirceu dá consultas a empresários que variam do mexicano Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo, ao brasileiro Nelson Tanure, de tortuosos negócios no ramo industrial e na mídia.
Em 1968, se topasse um Slim ou um Tanure pela frente, o mínimo que José Dirceu faria é o que tanta gente hoje faz a ele, nas ruas, nos restaurantes e nos aeroportos, segundo flagrou a reportagem da Piauí: xingaria de safado, pilantra e corrupto. Em 1968, Dirceu era presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo. Participou de uma das épicas batalhas da época, a luta entre os estudantes da USP e do Mackenzie, na Rua Maria Antônia. Também estava entre os mais de 800 estudantes presos quando a polícia estourou o congresso clandestino da UNE em Ibiúna, no interior de São Paulo. Hoje o consultor Dirceu escolhe, como leitura de viagem, A Era da Turbulência, de Alan Greenspan, o ex-presidente dessa fortaleza suprema do capitalismo que é o Fed, o banco central dos Estados Unidos.
O mundo em 1968 – pode parecer inacreditável – não tinha internet nem telefone celular. Para dizer toda a verdade, ó jovens, não tinha nem – vergonha! – TV em cores. Mesmo com essas sérias deficiências, 1968 foi um ano maravilhoso (além de horrível) e cheio de promessas (além de trágico). Foi o ano do Maio na França, que derramou suas utopias mundo afora, da ofensiva do Tet, que assinalou o começo do fim da intervenção americana no Vietnã, da Primavera de Praga e seu sufocamento pelos tanques soviéticos, do assassinato de Bob Kennedy e de Martin Luther King. No Brasil, as pulsões libertárias expressas nas passeatas, na música, no teatro e no cinema desaguariam no apagão do Ato Institucional Nº 5, no dia 13 de dezembro. O ano de 1968 foi tão marcante que em francês se cunhou uma palavra para nomear as pessoas típicas desse ano, marcadas para toda a vida pelas idéias e experiências do período – são os "soixante-huitards". Como verter para o português – sessenta-e-oitenses?, sessenta-e-oitões?
José Dirceu é um sessenta-e-oitão como poucos. Sua trajetória, nesses quarenta anos, combina as promessas e os desastres que já estavam lá no ponto de partida, no próprio 1968. À sua primeira encarnação, a do revolucionário, sucedeu-se a do comerciante pacato do interior do Paraná – o período em que viveu clandestino, sem revelar a verdadeira identidade nem para a mulher. A terceira encarnação, a do militante do PT, mistura a glória da presidência do partido e do ministro mais forte do governo à miséria do "chefe da quadrilha" do mensalão. A quarta é a do consultor, mas não se pense que o livro de Alan Greenspan debaixo do braço represente uma conversão. Emoção mesmo ele sente quando pisa em Cuba, e respeito mesmo tem pelo comandante Fidel Castro. É tudo muito misturado, muito confuso.
No único momento em que aparece comovido, na reportagem da Piauí, ele diz: "Meu nome, o que vai ficar para a história, tudo isso é muito complicado. Eu estou muito pessimista, muito pessimista quanto ao meu futuro". Eis o sessenta-e-oitão confrontado com a esperança e a realidade destes últimos quarenta anos, a revolução em que um dia pôs tanta fé e a queda do Muro de Berlim, o sol da liberdade que despontou com o fim da ditadura e a mesquinha política do é-dando-que-se-recebe da etapa seguinte, a conquista do poder e o subseqüente encontro marcado com a corrupção, o auge do prestígio e seu esboroamento nos xingamentos de "safado". Tudo tão confuso... Tão misturados, esperança e frustração, sonho e pesadelo... Melhor não pensar. Na semana passada, José Dirceu estava em Pernambuco, para uma operação de transplante de cabelos. O sessenta-e-oitão entrava neste 2008 em que se comemoram os quarenta anos do sacrossanto 1968 resistindo à calvície.

E por falar em 1968... Se havia algum idealismo no início das Farc, nos anos 60, ele se esboroa, quarenta anos depois, na realidade dos reféns acorrentados em árvores, largados doentes ou obrigados a penosos deslocamentos, e nos métodos de fazer dinheiro com os resgates de seqüestros e com a associação ao narcotráfico. Completa-se outra trajetória emblemática. Comparadas aos movimentos de esquerda dos anos 60, inclusive elas próprias, na origem, as Farc são como o império centro-africano de Bokassa I comparado ao de Napoleão.

Eles acham normal

A tropa de choque do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, já está em ação. Eles defendem a concentração de poderes nas mãos de uma única pessoa, Jorcelino Braga, secretário da Fazenda. Apesar das críticas que estão sendo feitas, eles acham que é normal esta concentração de poderes para agilizar a reforma administrativa.
Eu não acho normal. Sei lá eu o que Jorcelino vai fazer com tantos poderes nas mãos. A cada dia que passa mais uma administração estadual vai parar na sua mesa. Isso não vai dar certo. Essa tropa de choque não contou pra ninguém sobre a crise financeira nos meses que antecederam as eleições estaduais de 2006. Por quê? Vai ver eles acham normal esconder crises financeiras em época de campanha para reeleger o governador que apóiam. Depois é só engambelar que tudo fica uma maravilha.
Francisco Gedda é presidente do PTN, aliado de Cidinho e foi um dos coordenadores da campanha de 2006. Ele disse uma frase interessante numa reportagem do Diário da Manhã de hoje: O governo administra com responsabilidade e com pé no chão. Se a estrutura continuasse do jeito que estava, seria um rombo sem fim. Bom saber disso. Bom saber também que Gedda foi um dos coordenadores da campanha de Cidinho em 2006. Se ele fala que a estrutura, do jeito que estava, causaria um rombo sem fim, ele já sabia disso durante a campanha eleitoral. Mas preferiu não contar pra ninguém. A mesma coisa fez o Jorcelino Braga. Ele foi o marqueteiro da campanha de Cidinho. É outro que não contou pra ninguém em 2006 que a estrutura do Estado, do jeito que estava, causaria um rombo sem fim. Mas preferiu maquiar o estrago que estava se formando com aquelas propagandas enganosas mostrando Cidinho um governador que daria continuidade às maravilhas do Tempo Novo. Essa tropa de choque sabia de muita coisa e não contou nada pra ninguém. Só pra garantir a vitória de Cidinho e uma aproximação maior com o poder. Eles acham normal a concentração de poder nas mãos de uma só pessoa (que não é o governador). Eles acham normal ver a estrutura do Estado esfarelar e não fazer nada a tempo para evitar que o rombo, de fato, viesse a acontecer. Eles acham normal tudo o que está acontecendo. Eu, pessimista que sou, acho isso tudo muito estranho. É estranho uma pessoa só concentrar tantos poderes. É mais estranho ainda a tropa de choque cidista saber que a estrutura do Estado estava desmoronando em 2006 e ninguém fez nada para conter o rombo. Ainda bem que nós somos diferentes. Eles acham normal. Eu acho tudo isso muito estranho.

Pra não dizer que não falei do Mangabeira

Mangabeira Unger defendeu a transposição das águas da Amazônia para o Nordeste. Ai, Meu Deus... Bem, fica aqui, pelo menos, que eu me referi ao dito cujo aqui no blog. Transferir as águas da Amazônia para o Nordeste? Vamos esperar quem vai entrar em greve de fome e qual artista da Rede Globo vai protestar.

Bush promete pacote com até US$ 150 bi de ajuda

Na Folha de São Paulo

O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem os "princípios" de um pacote de estímulo econômico para evitar que o país entre em recessão, com um alívio fiscal temporário de até US$ 150 bilhões. Segundo ele, as propostas, que deverão ainda ser negociadas e aprovadas no Congresso, são uma "injeção no braço" para "manter saudável uma economia fundamentalmente forte".Em pronunciamento na Casa Branca, Bush disse que o pacote deve incluir incentivos fiscais para as empresas investirem e medidas de restituição rápida de impostos aos contribuintes. Para que seja efetivo, ele disse, o pacote de estímulo econômico teria de representar cerca de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.O secretário do Tesouro, Henry Paulson, afirmou que 1% do PIB dos EUA representa entre US$ 140 bilhões e US$ 150 bilhões. Disse ainda que a maior parte do pacote de estímulo seria dirigida aos contribuintes individuais. "O custo da inação seria alto demais", disse Paulson. "Precisamos agir, e agora."O pronunciamento do presidente não acalmou os mercados, que fecharam majoritariamente em baixa.Um líder do Partido Republicano, do presidente, que não quis se identificar, afirmou que o plano de Bush é direcionar US$ 100 bilhões aos indivíduos e US$ 50 bilhões às empresas.Como a Casa Branca já tinha antecipado anteontem, Bush não deu detalhes sobre o plano, mas estabeleceu seus fundamentos. "Os americanos podem usar esse dinheiro como desejarem: para ajudar a pagar suas contas mensais, a cobrir os custos crescentes na bomba de gasolina ou para pagar outras necessidades básicas.""Deixar que os americanos fiquem com mais de seu dinheiro deve aumentar os gastos do consumidor e erguer nossa economia em um momento em que as pessoas, de outra maneira, devem gastar menos", disse Bush no discurso. Os gastos do consumidor representam cerca de 70% do PIB dos EUA e vêm caindo com o aprofundamento da crise financeira.Bush e Paulson também não deram detalhes sobre os valores da restituição de impostos nem quem a receberia. "Acreditamos que a maior parte desse pacote deve ser dirigida a consumidores, contribuintes, dando alívio a eles", disse Paulson, estimando que a medida deve criar 500 mil novos empregos neste ano.Segundo fontes no Congresso americano, de maioria democrata, os legisladores estão discutindo uma restituição de US$ 500 a US$ 800 para indivíduos e um valor maior para casais e lares com filhos de até US$ 1.600. O dinheiro seria destinado a indivíduos com renda anual de até US$ 85 mil e casais que ganhem US$ 110 mil ou menos ao ano. Não está definido ainda se o dinheiro virá numa vez ou parcelado.O plano de Bush de estímulo à economia em 2001, período em que o país entrou em recessão, incluía restituições de US$ 300 ou US$ 600 em cheques, que levavam cerca de dez semanas para serem emitidos.
Critérios
Bush delineou diversos critérios que o pacote deve atender. É preciso que ele seja "grande o bastante para fazer diferença em uma economia tão grande e dinâmica quanto a nossa"; precisa ter por base "a redução temporária de impostos"; precisa entrar em vigor imediatamente, mas por prazo determinado; e não deve incluir quaisquer aumentos de impostos.Falando na Casa Branca por quase sete minutos em um discurso em que não usou a palavra "recessão", Bush apelou pela aprovação do pacote ("nossa prioridade econômica mais premente") ao Congresso de maioria oposicionista e em ano eleitoral. Ele reconheceu os temores quanto à economia do país, mas disse que ela continua forte e seguirá crescendo ainda que em ritmo mais lento."Estamos em meio a um período desafiador", disse Bush. "E sei que os norte-americanos estão preocupados. Mas nossa economia é resistente e já superou desafios no passado."Embora Bush tenha concentrado suas atenções nos impostos, os líderes democratas e republicanos no Congresso estão trabalhando em um pacote mais amplo que envolveria igualmente uma elevação no valor da assistência alimentar às pessoas de baixa renda e uma extensão e talvez elevação nos benefícios a desempregados.O presidente e o Congresso têm pressa de agir porque cresce o medo de que a severa queda do mercado habitacional e a dolorosa crise do setor financeiro façam com que as pessoas fechem as carteiras e as empresas suspendam suas contratações, o que poderia levar a maior economia do mundo a uma recessão.Especificamente, ele apelou por incentivos fiscais a empresas, entre as quais as de pequeno porte, para que realizem investimentos novos durante o ano. "Incentivá-las a investir agora encorajará seus donos a expandir suas operações, criar novos empregos e, como resultado, injetar nova energia em nossa economia", declarou o presidente.

Economistas colocam em xeque tese de "descolamento"

Por Toni Sciarretta
na Folha de São Paulo

O Brasil manteve-se imune ao mau desempenho dos mercados globais no ano passado, mas a tese do "descolamento" dos emergentes, cuja performance e avaliação das ações superaram o das economias maduras, pode não se repetir em 2008, segundo economistas.Isso porque, até então, a crise dos EUA se restringia ao sistema financeiro. Agora, atinge a economia real com desemprego, aperto no crédito e redução de vendas do varejo. Consumo menor da maior economia do planeta reduzirá a demanda por produtos brasileiros, além de derrubar preços e volumes de commodities, afirmam.Para atenuar os efeitos da crise, os estrangeiros terão um prêmio extra para assumir o risco brasileiro, o chamado diferencial de juros -a diferença entre o juro decrescente nos EUA e estável no Brasil. Hoje, está em 7 pontos percentuais, desprezada a inflação.O economista Fernando Cardim, da UFRJ, afirma que os mercados emergentes foram até agora uma aplicação privilegiada, com retornos elevados. A continuidade dessa visão dependerá do tamanho da crise."O diferencial de juros tende a crescer porque o Fed deverá continuar a promover reduções nos juros, enquanto o BC provavelmente manterá a taxa -se não aumentá-la. O impacto sobre o fluxo de capitais não deverá ser, a curto prazo, grande. Tudo dependerá de onde irá a contração americana. Há razão para preocupação, mas ainda não para pânico. Mas, quando o desapontamento domina e cresce a aversão a risco, é muito difícil deter uma contração."Para o ex-diretor do Banco Central, Alkimar Moura, o pessimismo externo já chegou aos mercados brasileiros, mas seu efeito na economia real ainda é incerto. "Não existe descolamento no mercado. A queda nas Bolsas reflete isso. Se o problema americano for suave, aí estamos relativamente protegidos. Se for maior, tem efeitos diretos e indiretos como queda nas exportações", disse.Para o economista Ricardo Humberto Rocha, do Ibmec-SP, é fato que a crise nos EUA afetará bem menos o Brasil do que no passado. "Brasil, Rússia, Índia e China continuarão atraindo investimento. A questão é como fica o consumo. O pacote do presidente Bush foi mais para dizer que o governo está preocupado", disse."A retórica de Bush foi correta, mas foi muito geral. Faltou detalhar. O mundo não vai degringolar por força dos EUA. O fluxo de dólares não vai secar para o Brasil. Teremos ainda um certo descolamento porque a economia brasileira cresce com ritmo sustentado na demanda interna. Agora a Bolsa vai sofrer com a volatilidade maior", disse Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria.

Quem acusa Lobão Filho tem o "rabo preso", diz mãe do suplente

Por Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

A deputada federal Nice Lobão (MA) criticou seu partido, o DEM, pelas declarações feitas por integrantes da sigla contra o filho dela, Edison Lobão Filho (DEM-MA), alvo de denúncias sobre o uso de laranjas para ocultar a participação numa distribuidora de bebidas. "Quando voltar, vou responder ao meu partido. E sei lá se eu fico num partido que já tentou prejudicar meu marido e agora está tentando prejudicar o meu filho. E as pessoas que estão fazendo isso tudo têm rabo preso", disse ela à Folha. Ela afirmou que não há provas contra o filho, por isso ele tem condições de tomar posse. Lobão Filho é o primeiro suplente do pai, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que assumiu a pasta de Minas e Energia. No ano passado, Lobão filiou-se ao PMDB para poder apoiar o governo. Em novembro, o DEM entrou com uma ação na Justiça eleitoral para tomar o mandato de Lobão. Nesta semana, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e a senadora Kátia Abreu cobraram explicações de Lobão Filho. Ontem, os dois relevaram as críticas de Nice. "Sempre tive respeito por ela. É natural que defenda o filho. Mãe é mãe", disse Maia. De férias na Europa há 20 dias, Nice Lobão conversou com a Folha por telefone.

FOLHA - Vai ser difícil para a sra., de um partido da oposição, apoiar seu marido em Minas e Energia?
NICE LOBÃO - Não, em absoluto. Nós somos muito coesos nos nossos pensamentos, na nossa maneira de ser. Eu o respeito e ele me respeita, dentro das nossas condições políticas.

FOLHA - Mas a senhora vota contra o governo.
NICE - Sempre votei. Sou de um partido que é contra o governo. Agora, vou escutar o pensamento e a maneira do meu marido que, agora, é PMDB. Tanto que em casa nós não discutimos política para não ter desencontros dos pensamentos.

FOLHA - E seu filho? Quando tomar posse como senador, ele será da oposição ou do governo?
NICE - Eu posso lhe dizer que eu não falei com o Edinho. Agora é uma opinião minha. Acho que para se falar mal de uma pessoa a gente tem de ter fundamento. E o meu partido não tem fundamento nenhum para falar do Edison Lobão Filho. E ele tem o gênio parecido com o da mãe. Não vai ficar por menos. Vai responder direitinho. E tem outra coisa. Vai dar um show de bola naquele Senado.

FOLHA - O ministro Edison Lobão disse que o filho poderia assumir e depois se licenciar para se defender.
NICE - Ele [Lobão Filho] tem de fazer o que convém a ele. É um empresário. Ele vai deixar o trabalho dele, as empresas dele para assumir um mandato. Ele assumindo vai fazer bonito, porque tem por onde fazê-lo. É um rapaz inteligente, é economista. Eu estarei do lado do meu filho. E também, quando eu voltar, vou responder ao meu partido. E sei lá se fico ou não num partido que já tentou prejudicar meu marido e agora está tentando prejudicar o meu filho. E as pessoas que estão fazendo isso tudo têm rabo preso.

FOLHA - Como assim?
NICE - Quem, nesse Brasil, não tem alguma coisa contra o governo ou a favor do governo?

FOLHA - O que a senhora achou das denúncias que saíram na imprensa?
NICE - Informação é informação. A imprensa é impiedosa. Você há de convir com isso. Não estou fazendo injustiça. Espero que não invente muito sobre o que estou lhe dizendo.

FOLHA - A sra. disse ter o gênio parecido com o de seu filho? Como é?
NICE - Não deixo para amanhã o que posso fazer hoje. Tenho uma personalidade forte. Sou justa, sincera e falo o que penso.

O pacote de Bush

Editorial do Estado de São Paulo

O alívio fiscal anunciado pelo presidente George W. Bush, um pacote de cerca de US$ 145 bilhões, deve contribuir para a reativação da economia americana, especialmente se for combinado com novos cortes de juros, mas não foi suficiente, na sexta-feira, para varrer o mau humor do mercado de capitais. A bolsa de Wall Street voltou a cair enquanto o presidente ainda falava, fechando em baixa, numa demonstração de que o discurso de Bush e a entrevista concedida, pouco depois, pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, decepcionaram o mercado. Nesse ambiente, a classificação de risco dos emergentes, incluído o Brasil, voltou a piorar. O presidente americano pode ter falhado na comunicação. O que apresentou foram apenas detalhes de seu plano de incentivo à economia, mas foi bastante claro quanto à intenção de trabalhar com o Congresso para rapidamente injetar dinheiro no mercado - recursos destinados tanto a empresas quanto a consumidores, mas principalmente a estes. Para funcionar, o programa fiscal terá de atingir um público amplo e será preciso pô-lo em prática rapidamente, disse Bush. O alívio deverá equivaler a cerca de um por cento do Produto Interno Bruto - algo em torno de US$ 145 bilhões, em valores atuais. O secretário Paulson tentou enfatizar essa idéia em sua entrevista coletiva. Será preciso, segundo ele, montar um pacote “amplo e simples” para se obter algum resultado ainda neste ano. Para isso, o governo terá de se entender rapidamente com o Congresso, mas aparentemente não haverá dificuldades importantes: políticos e economistas vinculados aos dois partidos têm defendido a adoção de um pacote de estímulos para se evitar uma recessão e as principais divergências, até agora, referem-se à dimensão da renúncia fiscal. Não há sinais de dúvida, no mercado financeiro, quanto a um novo corte de juros na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), marcada para o fim do mês. Uma redução imediata de 0,5 ponto porcentual é tida como praticamente certa. Além disso, o comitê poderá podar mais 0,5 ponto até março, de acordo com as projeções correntes. Se isso se confirmar, os juros básicos americanos serão cortados para 3,25% ao ano até o fim do trimestre. Na sexta-feira, no entanto, cresciam no mercado financeiro as apostas num corte de 0,75 ponto já neste mês. Seria uma decisão excepcionalmente ousada e quanto a isso não se pode fazer, neste momento, uma previsão segura. O presidente do Fed, Ben Bernanke, não tem mencionado números, mas deixou clara, em mais de um pronunciamento, sua disposição de apoiar novos cortes de juros para afastar o risco de uma recessão. Essa disposição foi reafirmada na quinta-feira, em seu depoimento no Congresso. Outros dirigentes do Fed têm transmitido o mesmo recado perante vários auditórios. No depoimento de quinta-feira, Bernanke foi além das manifestações anteriores e, depois de dizer que não espera recessão, falou sobre a conveniência de medidas fiscais para a reativação da economia, anunciadas no dia seguinte por Bush. Mesmo com a combinação dessas medidas - alívio fiscal e redução de juros -, a economia americana provavelmente andará em marcha lenta durante algum tempo. Mesmo que as medidas anunciadas por Bush tenham o efeito que ele espera, a recuperação, segundo alguns analistas, só será percebida claramente a partir do segundo semestre, pois a economia ainda levará algum tempo para absorver os efeitos da crise no setor imobiliário. Ainda não se conhecem todos os prejuízos dos bancos, como admitiu quinta-feira o presidente do Fed, ao dizer que até agora estão em torno de US$ 100 bilhões. Mas a economia americana, como disse o presidente Bush na sexta-feira, é “fundamentalmente forte” e tem demonstrado uma capacidade notável de recuperação. A última retração, ocorrida em 2001, foi seguida por uma fase de excepcional dinamismo. O sistema produtivo americano continua caracterizado por uma flexibilidade e por uma capacidade inovadora superiores, até agora, às de qualquer outra potência econômica de primeira classe. Os operadores e analistas do mercado de capitais parecem esquecer esses aspectos da economia real, com a visão limitada, cada vez mais, ao horizonte do curtíssimo prazo.

'O melhor que Edinho pode fazer é se retirar do DEM'

Por Eugênia Lopes
no Estado de São Paulo

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), defendeu ontem a saída de Edison Lobão Filho (MA) do partido o mais rápido possível. Para Rodrigo, a permanência de Edinho no DEM é insustentável, mesmo com sua desistência de assumir uma cadeira no Senado com a nomeação de seu pai, senador Edison Lobão (PMDB-MA), para o Ministério de Minas e Energia. Sem falar em expulsar de Edinho do partido, Maia diz acreditar no “bom senso” do político. Edinho é investigado pelo Ministério Público do Maranhão pela suspeita de ser sócio oculto da distribuidora de bebidas Itumar, que teria sonegado R$ 42 milhões em 2000.
O DEM vai tomar alguma atitude em relação a Edison Lobão Filho, agora que ele desistiu de assumir como suplente de seu pai no Senado?
Mesmo ele não assumindo uma cadeira no Senado é bom que ele saia do DEM. O partido prefere ter um número menor de filiados, mas ficar com aqueles que acreditam no que a gente faz. Ninguém é suplente de um ministro do governo Lula sem estar junto com ele. É inevitável um conflito. Por isso, o melhor que ele pode fazer é seguir os passos de seu pai e se retirar do DEM.
Então é inevitável a saída de Edinho do DEM?
Na questão política não há solução. Não temos condições de ter os mesmos constrangimentos que tínhamos com o senador Edison Lobão, que, quando ainda estava no DEM, votava com o governo e fazia parte de um grupo próximo ao governo. Do ponto de vista ético, ele tem o direito a apresentar defesa. Mas ele só vai fazer isso se continuar filiado ao DEM.
O que o DEM fará se ele resolver permanecer no partido?
Vamos reunir o Conselho de Ética do partido e analisar a documentação que ele entregar em sua defesa. Essa é uma questão que constrange, atrapalha e precisa de uma resposta definitiva. Não pode ficar em banho-maria. Seremos tão contundentes com esse caso como temos sido com o governo do presidente Lula.
O senhor espera que Edinho saia espontaneamente do DEM?
Acredito que ele tenha todo o bom senso porque na questão política não tem saída. Ele é filho de um ministro que é do PMDB. Esse problema não é nosso. É um problema do PMDB.
O DEM cogita pedir abertura de processo por falta de decoro parlamentar ao Conselho de Ética do Senado contra Edinho?
Neste momento, ele ainda é filiado ao DEM e o caso dele será analisado pelo Conselho de Ética do partido. Não posso pensar em uma representação ao Conselho de Ética do Senado. Seria condená-lo previamente, sem ouvir sua defesa. Temos de analisar a documentação que ele prometeu encaminhar. Além disso, o Ministério Público ainda o está investigando. Ele tem direito a defesa.
A deputada Nice Lobão é do DEM e mãe de Edison Filho. Ela fez algum pedido ao partido?
Mãe é um coisa sagrada. Certamente esse processo vai gerar problemas de relacionamento do partido com ela. É natural que uma mãe fique ao lado do filho.

Dilma impõe um técnico como o número 2 do ministério de Lobão

Por Leonardo Goy
no Estado de São Paulo

Numa demonstração clara de que não baterá de frente com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o futuro ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), anunciou ontem que o atual secretário de Planejamento Energético do ministério, Márcio Zimmermann, será seu secretário-executivo. A primeira escolha de Lobão foi, assim, uma imposição de Dilma. O futuro ministro disse também que ainda não definiu qual cargo poderá vir a ser ocupado pelo ex-prefeito de São Paulo e atual tesoureiro do PMDB paulista, Miguel Colasuonno, que também era cotado para a secretaria-executiva.Zimmermann é um técnico próximo à ministra da Casa Civil. Ele assumiu o posto de secretário de Planejamento em janeiro de 2005, na época em que Dilma comandava a pasta de Minas e Energia. Zimmermann chegou a ser cotado para o cargo de ministro no ano passado, quando Silas Rondeau saiu por causa de denúncias de envolvimento em esquema de corrupção descoberto pela Operação Navalha da Polícia Federal.Estranho ao setor, mas apadrinhado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), Lobão foi escolhido porque, no loteamento de cargos articulado pelo Palácio do Planalto com os partidos aliados, a pasta cabe ao PMDB do Senado.Nas últimas semanas circularam rumores em Brasília de que Dilma estaria preocupada com a nomeação de um político para o cargo de ministro de Minas e Energia. Em suas primeiras entrevistas após ser confirmado no cargo, Lobão fez questão de negar o atrito e declarou que Dilma tem apreço por ele. Ao escolher um técnico ligado à ministra para ser seu principal auxiliar, Lobão dá um sinal de que vai trabalhar com ela.Na quinta-feira, ele já havia declarado que sua gestão no ministério não seria do tipo “porteira fechada”, o que significa que o PMDB não ocuparia todos os principais cargos.
PODER
Além de ter comandado o Ministério de Minas e Energia entre 2003 e 2005, Dilma sempre manteve influência sobre a pasta no governo petista. Tanto é que muitos dos técnicos que trabalharam com ela permaneceram no ministério durante a gestão do peemedebista Silas Rondeau. O próprio ministro-interino Nelson Hubner, que passará o cargo a Lobão na segunda-feira, foi chefe de gabinete de Dilma. Hubner já anunciou que não continuará no ministério, mas deverá voltar ao governo em um outro cargo.Zimmermann também faz parte desse grupo que conta com a confiança de Dilma. Outro técnico tido como um aliado da ministra é o atual presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que foi secretário-executivo de Dilma no Ministério de Minas e Energia.
USINAS
Nos últimos dias, Lobão evitou falar sobre o futuro do presidente da EPE. Mas a tendência é de que Tolmasquim fique no cargo. A EPE é uma empresa subordinada ao ministério que tem atribuições cruciais para os planos do governo na área energética. Cabe à EPE, por exemplo, elaborar os inventários dos rios em que são serão construídas futuras usinas hidrelétricas. A EPE também define os projetos de novas usinas que vão a leilão e os preços máximos que os interessados nesses empreendimentos poderão cobrar pela energia.A disputa pelos cargos deverá continuar nas próximas semanas, principalmente pelo comando das estatais do sistema Eletrobrás. O atual presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, é ligado ao PT.Dilma deverá assegurar para o pupilo Ronaldo Schuck a Secretaria de Energia Elétrica. Como Zimmermann e Tolmasquim, ele entrou para o governo petista a convite da ministra.Cabe a Schuck monitorar a expansão dos sistemas elétricos para garantir o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, monitorar o desempenho dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, além da expansão dos sistemas elétricos e do desempenho das operações do ministério.
POSSE
Lobão será empossado ministro de Minas e Energia na segunda-feira, em cerimônia marcada para as 16h30, no Palácio do Planalto. Na seqüência, haverá uma solenidade de transferência do cargo, na sede do Ministério de Minas e Energia.

A economia está cambaleando

A economia está cambaleando. O pacote de medidas anunciadas por George W. Bush ontem para impulsionar a economia dos Estados Unidos parece que não teve nenhum efeito positivo no mercado. Aqui no Brasil só otimismo. Basta olhar nos olhos de Guido Mantega, Henrique Meireles, Lula... Todos eles falam que o Brasil está preparado para tudo de ruim que acontecer lá fora. Eu não acredito neles! A economia mundial está cambaleando e vai chegar a nossa terra. Aí é que eu quero ver o otimismo dessa gente. Aí é que eu quero ver se o Diário da Manhã ainda vai apostar no nome do presidente do Banco Central para o governo de Goiás em 2010. Eles que se cuidem!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Toma PSDB

O presidente nacional do DEMO Rodrigo Maia disse que o suplente de senador Lobão Filho terá de deixar o partido. Além das acusações que pesam nas suas costas, tem o fato de que Lobinho assumirá o cargo do pai Lobão que sai do Senado e vai para o Ministério de Minas e Energia. Será que Lobinho vai ser fiel ao DEMO ou ao seu pai? Segundo a Folha online diz Rodrigo Maia: Lobão Filho não é um suplente qualquer. É filho do ministro do governo para o qual fazemos oposição. A relação não será tranqüila em momento nenhum. Acreditar que ele votará contra o governo do pai é acreditar em conto de fadas.
Rodrigo Maia está certo. Não ficaria bem para um partido de oposição ter entre os seus colegas um senador cujo pai é ministro do governo. Acreditar que Lobinho vai contrariar a vontade do pai e votar contra o governo no Senado só porque é do DEMO é acreditar em conto de fadas.
Quem realmente acredita em conto de fadas é o PSDB. O partido toma o caminho contrário ao do DEMO. Tem o caso do senador Eduardo Azeredo e as sujeiras da sua campanha eleitoral em 1998. O que o partido fez com ele? Nada. Os tucanos acreditam que o conto de fadas petistas do “eu não sabia de nada” vai funcionar com Azeredo. Nesta semana o DEMO deu uma lição de moral nos tucanos. Toma PSDB!

Ajustes necessários?

Não, minha gente. Estes ajustes que o governo de Goiás está fazendo não são necessários. É a prova de que o Tempo Novo falhou, faliu com o Estado. É a prova de que os oito anos de Marconi Perillo no Palácio das Esmeraldas foram marcados por propagandas enganosas. Será que o Procon se habilita em notificar o governo por fazer propaganda enganosa? Antes de sair do governo para disputar uma vaga no Senado nas eleições de 2006, Marconi concedeu uma série de entrevistas. Além de enaltecer seus feitos nunca vistos na história destêstado, dizia em alto e bom som que Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, receberia um Estado enxuto, muito diferente daquele que lhe entregaram em janeiro de 1999. Tudo conversa mole. Vai ver, na época em que Marconi enaltecia o Tempo Novo, até daria para fazer alguma coisa para conter a crise financeira. Mas, tinham que reeleger Cidinho e dar continuidade às maravilhas temponovistas. Não me venham com essa conversa mole de que estes ajustes são necessários. Cidinho está no governo desde 1º de abril de 2006 e, de lá pra cá, não fez nada para acabar com a crise. Pior. Escondeu tudo debaixo do tapete durante o processo eleitoral para não atrapalhar sua campanha. Até então só o Tempo Velho era culpado pela crise. Agora podemos colocar na conta do Tempo Novo a quebra, mais uma vez, do Estado de Goiás. E que fique bem claro: este acúmulo de poderes nas mãos de Jorcelino Braga não vai dar certo. Poder demais nas mãos de uma só pessoa deu em José Dirceu.

Todo mundo tem o aval de Cidinho

Todo mundo da base aliada tem o apoio do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Sandes Júnior diz que tem o aval de Cidinho para se candidatar à Prefeitura de Goiânia nas eleições de outubro. Barbosa Neto diz que também tem o aval do governador para ser candidato já que o apoiou na campanha de 2006. Ontem, ao criticar a reforma administrativa, o secretário de Saúde Cairo de Freitas disse também ter o aval de Cidinho. Todo mundo que apóia Cidinho sai falando pela imprensa que tem o seu apoio. Mas, é sempre bom lembrar que Cidinho costuma voltar atrás nestes apoios. Temos o exemplo da espionagem que a Polícia do Senado estaria fazendo em Marconi Perillo. O secretário de Governo Fernando Cunha teve um encontro com Marconi e disse que, em nome de Cidinho, estava ali para avisá-lo de que era alvo de uma espionagem. Cidinho negou qualquer participação no caso. Ficou tudo no disse-que-disse. É bom Sandes, Barbosa e Cairo não acreditarem tanto assim no apoio de Cidinho. Ele sempre volta atrás e nega tudo que teria sido acordado. E aquela reunião com aquele acordo não passará de um disse-que-disse.

Aqui é golpe lá é assassinato

Essa turma bolivariana não tem jeito. Eles odeiam oposição, odeiam idéias contrárias e odeiam ainda mais aqueles são contrários aos seus interesses. Lá na Venezuela, o ditadorzinho de araque disse que os governos da Colômbia e dos Estados Unidos estariam armando um complô para assassiná-lo. Lá a oposição é acusada de tentativa de assassinato. Aqui no Brasil, a oposição é acusada de golpe. Todas as vezes que alguma notícia e algum comentário desagradam os petistas eles sempre falam que isso é uma tentativa de golpe contra Lula. Eles não sabem se defender questionando idéias. Partem sempre para o golpe sujo e acusações sem nenhum fundamento. Essa turma do lulismo bolivariano não tem jeito.

A campanha pela CPMF

Editorial do Estado de São Paulo

Com as bênçãos do governo, mas sem a sua participação oficial, avançou rapidamente a mobilização política a favor da ressurreição do imposto do cheque, também conhecido como CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Em sua versão renovada, o tributo, segundo os seus defensores, será destinado integralmente à saúde – como deveria ter sido, na versão original, há mais de dez anos. O primeiro lance – como comentamos em editorial na ocasião – ocorreu há quase duas semanas, quando parlamentares da base aliada anunciaram a disposição de propor a criação de um tributo semelhante àquele extinto em dezembro. O anúncio foi feito, por notável coincidência, depois de uma reunião com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. No segundo movimento, uma semana depois, envolveu-se na história a “bancada da saúde”, formalmente distinta da base aliada mas comprometida, nesse caso, com o mesmo objetivo. Agora, no terceiro lance, entraram em cena os secretários de Saúde dos Estados e municípios, prontos para apoiar a reedição do imposto em troca de uma boa fatia do dinheiro arrecadado pela União. O governo, repetiu na quinta-feira o ministro José Múcio Monteiro, não tomará a iniciativa de incluir no projeto de reforma tributária a criação de um clone da CPMF. Mas os congressistas poderão cuidar do assunto, admitiu, e o Executivo não terá de se envolver. Até aí, nenhuma novidade. Esse já havia sido o discurso dos ministros do Planejamento e de Relações Institucionais, quando o assunto surgiu no encontro com os líderes da base aliada. Com essa atitude, o governo pretende disfarçar a nova quebra da palavra empenhada. Como os parlamentares e secretários estaduais e municipais nada prometeram nesse sentido, estão livres para trabalhar pela reedição do imposto. Mas não só a mobilização tem aumentado. As pretensões também têm crescido. Na primeira manifestação, políticos da base parlamentar haviam falado num tributo com alíquota de 0,20%. Na conversa dos secretários, já se fala numa arrecadação semelhante à mencionada pelo Executivo nas negociações com os senadores – algo em torno de R$ 30 bilhões, correspondentes a uma alíquota de 0,30%. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, mostrou-se menos contido que seu colega José Múcio Monteiro. “Sou a favor de todas as iniciativas que garantam ao setor da saúde uma estrutura de financiamento sustentável”, disse ele. Alega o ministro que, hoje, o governo não dispõe de recursos suficientes para o cumprimento das obrigações constitucionais nessa área. “O ônus da solução é do Congresso, que criou o problema”, acrescentou. O discurso do ministro resume os equívocos de quem defende, hoje, a recriação da CPMF. Para começar, não tem sentido o palavrório a respeito da “estrutura de financiamento sustentável” da saúde. Se o setor é prioritário, cabe ao Executivo e ao Legislativo, na elaboração orçamentária, dar-lhe preferência na divisão das verbas disponíveis. Isso vale para educação, transportes, segurança ou qualquer outra área de atuação do poder público.Tomar decisões desse tipo é uma das funções mais importantes do Congresso. E essas decisões tendem a ser mais eficientes quando o orçamento é menos engessado e o manejo do dinheiro público é mais flexível e racional. Vinculação de verbas cria apenas uma segurança: a de que haverá dinheiro disponível para rubricas determinadas, seja qual for a qualidade dos programas e da gestão pública.Ninguém pode falar em carga tributária insuficiente, no Brasil. Se há deficiência, é de capacidade administrativa e de seriedade política. Mesmo sem a CPMF, a tributação brasileira continua a ser uma das mais altas do mundo. Se o governo aprender a gastar corretamente, não faltará dinheiro para as funções mais importantes.A campanha a favor de um imposto vinculado à saúde é uma confissão de falência da administração pública e da seriedade dos políticos brasileiros. O caminho correto é o oposto: é preciso eliminar as vinculações, elevar os padrões administrativos e tornar mais flexível o orçamento brasileiro. Quanto a um imposto nos moldes da CPMF, é apenas uma aberração, apontada como tal por especialistas em finanças públicas de todo o mundo. Em país civilizado uma aberração desse tipo não tem futuro.

Bogotá exige que Chávez prove 'complô' para matá-lo

No Estado de São Paulo

Os governos da Colômbia e dos EUA qualificaram de “infundada” a acusação que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez na quarta-feira à noite, sobre um suposto plano dos dois países para assassiná-lo. Em visita à Nicarágua, Chávez acusou o governo do presidente Álvaro Uribe de retardar a busca da paz com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por ordem do “império americano”. O venezuelano também disse ter provas de que militares colombianos conspiram com funcionários americanos para matá-lo e iniciar um conflito armado entre Colômbia e Venezuela.
O ministro da Defesa colombiano, Juan Manoel Santos, pediu que Chávez apresente as provas que diz ter. “Que mostre as provas, se for verdade”, disse Santos. A chancelaria colombiana divulgou comunicado exigindo que o venezuelano pare com as agressões. “Chávez não perde a oportunidade de maltratar a Colômbia, seu governo e os dirigentes colombianos e confunde cooperação com ingerência”, disse o chanceler Fernando Araújo.Em resposta a Araújo, a chancelaria da Venezuela afirmou ontem, numa nota, que o governo de Uribe não está comprometido com a paz: “Essa é a conseqüência de mendigar a indulgência do governo imperial dos EUA, e do desespero para desviar a atenção sobre a presença maciça de tropas americanas em seu território.”Por sua vez, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, almirante Michael Mullen, afirmou que as declarações de Chávez são repetitivas. “Realmente, do ponto de vista dos EUA, não prestamos muita atenção nisso”, disse ele em Bogotá, onde está para analisar a ajuda econômica que os EUA enviam ao país por meio do Plano Colômbia. Mullen aproveitou para criticar a ligação de Chávez com as Farc e a compra de armas pelo governo venezuelano. Segundo ele, o apoio de Chávez à guerrilha preocupa os EUA e é prejudicial à estabilidade na América Latina.Na semana passada, Chávez pediu que as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN, outro grupo armado colombiano de esquerda) fossem retirados da lista de organizações terroristas: “As Farc e o ELN não são terroristas. São exércitos que ocupam espaços na Colômbia e têm um projeto político e bolivariano que aqui é respeitado.”
‘FORÇAS BELIGERANTES’
Ontem, a Assembléia Nacional da Venezuela endossou a posição chavista e aprovou um projeto definindo as Farc e o ELN como “forças beligerantes” - status que Bogotá rejeita -, com o objetivo de que recebam “um tratamento político que gere confiança nas futuras negociações para a paz”. Tal status, se fosse reconhecido pela comunidade internacional, daria às guerrilhas o direito de ser tratadas como um Estado, com plena capacidade jurídica internacional.

Bush apresenta hoje "princípios" de pacote

Na Folha de São Paulo

O presidente dos EUA, George W. Bush, vai apresentar hoje os "princípios" da sua proposta para estimular a principal economia do mundo, em uma tentativa de evitar que ela entre em recessão. Segundo a Casa Branca, as medidas a serem anunciadas por Bush serão temporárias e de curto prazo."Ele falará sobre os tipos de políticas que, acredita, irão produzir medidas temporárias e efetivas para aumentar o crescimento no curto prazo", afirmou o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto. Antes, havia dito que o governo quer aprovar ""rapidamente" o pacote no Congresso. A crise econômica é a maior preocupação do eleitor americano em ano de eleições presidenciais.Segundo Fratto, Bush considera que ainda é "muito cedo" para apresentar a proposta final. Líderes do Congresso americano, com quem Bush discutiu ontem um esboço do plano, afirmaram que o pacote pode chegar a até US$ 150 bilhões.A proposta do governo deve incluir restituição em impostos de US$ 800 para indivíduos e de US$ 1.600 para domicílios, segundo a Bloomberg. Já as empresas poderão deduzir 50% do preço de compra de novos equipamentos neste ano, ainda de acordo com a Bloomberg. O "Wall Street Journal" cita valores menores: restituições de US$ 500 e abatimentos de entre 30% e 50%. Também estaria sendo estudada a eliminação temporária da menor alíquota do Imposto de Renda (de 10%), com os contribuintes recebendo a restituição de forma integral, e não em parcelas.A declaração do porta-voz foi a primeira vez que o governo dos EUA confirmou que Bush apóia um plano de ajuda governamental à economia. Há duas semanas, o republicano afirmou que estudava a possibilidade de criação de um pacote de estímulo fiscal para a economia, mas que não tomaria uma decisão até o dia 28 deste mês, data do discurso do Estado da União, quando esboça planos do governo para o ano.De acordo com o site da CNN, a decisão de Bush de apresentar os fundamentos do pacote de ajuda à economia não foi bem recebida entre alguns políticos democratas. Eles gostariam que o presidente só divulgasse o plano quando já houvesse um acerto sobre as medidas. Segundo Fratto, a conversa foi uma "consulta", e não uma negociação.Também ontem, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou ser favorável a medidas de estímulos ao crescimento da economia do país. Ele disse que um plano como esse poderia ter como objetivo levar dinheiro rapidamente às mãos dos consumidores, especialmente os de baixa e média renda.Em depoimento ao Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes, ele disse que esforços que envolvam "levar dinheiro a pessoas e empresas para que o gastem em curto prazo" são mais efetivos que outras medidas, como a incorporação permanente ao código tributário dos cortes de impostos já feitos por Bush. "Uma vez mais, não estou expressando nenhuma opinião sobre se é desejável tornar esses cortes permanentes", disse Bernanke, alvo de críticas de que estaria reagindo timidamente à crise.Ele deixou claro seu apoio ao conceito geral de um plano econômico de resgate, desde que seja temporário, para não complicar o quadro fiscal de longo prazo. "Uma ação fiscal seria útil, em princípio", e poderia oferecer "apoio mais amplo à economia" do que o Fed pode fornecer sozinho por meio de reduções nas taxas de juros, afirmou Bernanke.E ressalvou que "a forma e a maneira de implementação do programa fiscal são cruciais".Quando questionado pelos legisladores quanto aos efeitos de um pacote de estímulo fiscal de US$ 100 bilhões, Bernanke disse que o impacto seria "significativo", não simplesmente "decorativo". Houve sugestões de pacotes cujos valores poderiam variar de US$ 50 bilhões a US$ 150 bilhões, o que ele considerou uma faixa "razoável".Restituições de impostos podem ser úteis, acrescentou. "Levar dinheiro às mãos das pessoas de renda baixa e média é produtivo no sentido de causa e efeito rápido", pois elas tendem a gastar depressa qualquer dinheiro adicional que recebam, afirmou. Pesquisas mostram que os mais ricos gastam apenas parte das restituições.Algumas cláusulas temporárias de isenção de impostos sobre despesas e de depreciação patrimonial acelerada para as empresas também poderiam estimular gastos e ajudar a economia, disse Bernanke. Mas advertiu esperar que "o Congresso resista à tentação de fazer uma longa lista de coisas" que tornariam a legislação mais complicada e que talvez não tivessem grande efeito de curto prazo sobre a economia.O presidente do Fed previu crescimento mais lento em 2008, mas sem recessão. Nos últimos dias, vários bancos, como Goldman Sachs e Merrill Lynch, e Alan Greenspan, o antecessor de Ben Bernanke no Fed, disseram que os Estados Unidos já estão em recessão ou em breve entrarão nela.

Governo afeta caso Celso Daniel, diz Bicudo

Por Fernando Barros de Melo
na Folha de São Paulo

O advogado Hélio Bicudo apresentou ontem duas cartas enviadas pelo casal Bruno Daniel e Marilena Nakano, irmão e cunhada do ex-prefeito petista de Santo André (SP) Celso Daniel, morto há seis anos.Ligado historicamente ao PT -foi vice-prefeito de Marta Suplicy em São Paulo-, Bicudo disse que é "preciso deixar a Justiça atuar sem pressões", que seriam "entraves para a descoberta da verdade"."As pressões vêm do Estado, do governo federal. Não são pressões muitas vezes diretas, mas indiretas. A maneira pela qual foram ameaçados. Uma imposição quase de que eles deviam sair do país", disse. Segundo ele, "o governo nunca viu com bons olhos uma investigação que levasse à descoberta da verdade, que eu não sei qual é".Questionado sobre o retorno do casal, Bicudo cobrou que eles "tenham a garantia de vida aqui no Brasil que não tinham antes". Bruno e Marilena foram reconhecidos pelo governo francês como refugiados políticos. Eles saíram do país em 2006, com os três filhos.Uma carta tornada pública é endereçada a Bicudo. A outra, a Ellen Gracie, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). "Depois de termos vivido os duros anos da ditadura militar, não imaginávamos que alguém seria obrigado a sair do país e se refugiar em outro", escreveu o casal.Para Ellen dizem ter grande preocupação com a ação que está no Supremo questionando a legitimidade de promotores conduzirem investigações. Advogados do empresário Sérgio Gomes da Silva, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime de Celso Daniel (ele nega), alegam que só a polícia pode investigar."Impedir que o Ministério Público possa investigar significa contribuir para a existência de novos exilados brasileiros", diz a carta. Antes de deixar o país, Bruno e Marilena afirmaram receber ameaças de morte por cobrarem a elucidação do assassinato de Celso Daniel. Seqüestrado em 2002, quando estava em um carro conduzido por Gomes da Silva, seu corpo foi localizado dois dias depois.

Câmara gasta R$ 80 mi com verba de gabinete em 2007

Por Michele Oliveira
na Folha de São Paulo

Somente no ano passado, os deputados federais em exercício gastaram quase R$ 80 milhões com viagens, combustíveis, consultorias, material de divulgação, aluguel de comitês em seus Estados, material de escritório e serviços de segurança. Além do salário mensal de R$ 16,5 mil, cada deputado tem direito a uma verba indenizatória -"verba de gabinete"- de R$ 180 mil por ano para gastar com essas despesas.Os números são parte do levantamento "Como São Nossos Parlamentares", divulgado ontem pela ONG Transparência Brasil, que fez uma análise de 29 Casas legislativas do país (Senado, Câmara dos Deputados, Câmara Distrital e 26 Assembléias Legislativas) e o que fizeram seus integrantes durante todo o ano passado.Dos R$ 79,6 milhões gastos pela Câmara dos Deputados com a "verba de gabinete", R$ 19,6 milhões foram usados pelos parlamentares para pagar viagens -é a principal despesa, seguida dos R$ 16,8 milhões gastos com combustíveis.No entanto, não está incluído nesse valor o que os deputados gastaram em seus deslocamentos entre Brasília e seus Estados de origem, já que, segundo a ONG, esse tipo de viagem é pago separadamente pela Casa. "As viagens pagas com dinheiro da verba indenizatória são para outras finalidades que os deputados afirmam serem relacionadas ao exercício do mandato", diz o documento.De acordo com o estudo, Mussa Demes (DEM-PI) foi o único a gastar toda a sua "verba de gabinete" (R$ 180 mil) com viagens. Conforme cálculo da ONG, com esse dinheiro Demes poderia ter dado em 2007 23 voltas ao redor da Terra.No item de gastos com combustíveis -carros, aviões e barcos-, cada deputado tem direito a até R$ 4.500 por mês para essa despesa. Oito deles pediram reembolso do total a que tinham direito no ano (R$ 54 mil) -Aníbal Gomes (PMDB-CE), Arnon Bezerra (PTB-CE), Armando Abílio (PTB-PB), Wladimir Costa (PMDB-PA), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), José Linhares (PP-CE), Nelson Marquezelli (PTB-SP) e Jovair Arantes (PTB-GO).
Na mira
O levantamento revelou que 163 deputados federais de um total de 513 -ou 32% da Câmara- têm ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Lideram esse ranking as bancadas do Tocantins (75% dos deputados com ocorrências), Paraíba (66,7 %), Santa Catarina (62,5%), Amapá, Rondônia e Mato Grosso (50% cada uma).Por partidos, o PMDB, a maior bancada da Casa, é o que tem mais deputados com problemas na Justiça ou em Tribunais de Contas. Dos seus 92 parlamentares, 32 têm ocorrências nesses órgãos. Em seguida, vem o PSDB, cuja bancada de 57 tem 21 nomes que são alvos de ocorrências.O estudo, que analisou o patrimônio dos legisladores, concluiu que no Ceará uma pessoa precisaria trabalhar 1.770 anos -sem gastar nada- para alcançar a média do patrimônio dos senadores do Estado, de R$ 8,9 milhões. A pesquisa completa pode ser consultada no site www.transparencia.org.br.

Empresa de Lobão Filho era de fachada, diz ex-sócia

Por Hudson Correa e Leonardo Souza
na Folha de São Paulo

O suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) criou a Bemar Distribuidora de Bebidas como empresa de fachada da Itumar Distribuidora de Bebidas, afirma a empresária Maria Luiza Thiago de Almeida, 55, em depoimento à Polícia Civil em 2006.Maria Luiza foi sócia de Lobão Filho na Bemar de 1996 (data da criação da empresa) a 1998, quando ele deixou a sociedade. A criação da Bemar "foi sugerida", segundo Maria Luiza, pelo seu ex-marido, Marco Antônio Costa, 56, que administra a Itumar.Lobão Filho disse nesta semana que Costa era "seu verdadeiro sócio" na Bemar. Após se separar de Costa, em 2002, Maria Luiza o acionou na Justiça para obter parte dos bens que atribui pertencer ao ex-marido. Na partilha dos bens, Costa disse, conforme Maria Luiza, que ela não teria nada a receber em função de os bens não estarem no nome dele. Ainda segundo ela, a Bemar foi criada porque Costa temia que a Itumar "viesse a falir por problemas fiscais"."A Bemar ficou sem comprar ou vender coisa alguma (...), entretanto tinha uma extensa movimentação financeira que era dinheiro oriundo da Itumar. Que, então, as duas empresas funcionavam como se fosse [sic] uma só", disse ela."Que, a partir daí, descobriu que as empresas Bemar, Itumar, Ventura e Marco Atacado tinham na verdade o mesmo endereço, sendo todas de fachada do grupo Itumar."O Ministério Público do Maranhão investiga a Itumar por suposta sonegação de R$ 42 milhões em impostos desde 2000. Lobão Filho nega que tenha ligação com a Itumar e que tenham ocorrido fraudes na Bemar, quando esteve na empresa. Procurada ontem, a assessoria de Lobão Filho disse que ele está em viagem e que no início da próxima semana apresentará documentos.O depoimento de Maria Luiza foi anexado ao novo inquérito aberto anteontem pelo promotor de Justiça de São Luís José Osmar Alves, para investigar a Itumar. O promotor também determinou que a Secretaria de Fazenda do Maranhão faça uma auditoria fiscal na Bemar. Ele deverá pedir a quebra de sigilo bancário dessa empresa (hoje inativa) e da Itumar.As declarações de Maria Luiza em 2006 ocorreram em um dos inquéritos abertos para apurar suposta fraude fiscal da Itumar. Em 1998, Lobão Filho transferiu suas ações da Bemar para a empregada doméstica Maria Lúcia Martins, 40, que trabalhava na casa de Luiza.Outra parte das ações foi para Ana Maria dos Santos, sogra de Marco Aurélio, irmão de Costa. As assinaturas de Maria Lúcia e Ana Maria foram falsificadas na transferência das ações na Junta Comercial, diz laudo da PF. Lobão Filho diz que a responsabilidade pela transferência das cotas para Maria Lúcia é de Costa. Segundo Maria Luiza, Lobão Filho injetou na Bemar "em torno de R$ 500 mil em dinheiro e R$ 250 mil em equipamentos".

Nomeação de Lobão abre apetite de PMDB e aliados

Por Luciana Otoni e Fábio Zanini
na Folha de São Paulo

A nomeação do peemedebista Edison Lobão(MA) para o Ministério de Minas e Energia destravou a fila de nomeações pendentes no segundo escalão e na diretoria de estatais. Partidos aliados começaram ontem mesmo a cobrar seus cargos em aberto, confiantes na promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de resolver todas as questões ainda neste mês.O primeiro movimento partiu do ministro José Múcio (Relações Institucionais), que esteve de manhã com Guido Mantega (Fazenda) para negociar cargos de bancos públicos para o PMDB.Mantega avisou que não abre mão de alguns cargos estratégicos, como representações regionais da Receita Federal e do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).Outros cargos de interesse do PMDB são as representações estaduais ou regionais em bancos públicos, a exemplo da Caixa Econômica Federal. Os peemedebistas também querem delegacias regionais do Ministério da Agricultura.Mas, atingido o objetivo de emplacar Lobão, o alvo agora são as presidências de Eletronorte e Eletrobrás, além de diretorias em Furnas e Eletrosul."Não é barganha. Estamos resolvendo coisas que foram prometidas e acordadas. Isso precisa ser materializado. Não tem deputado barganhando não", afirmou Múcio. Segundo ele, a indicação de Lobão era um pedido antigo do PMDB que precisava ser atendido.A negociação de cargos em bancos públicos e estatais para peemedebistas é parte das articulações do governo para assegurar a aprovação da medida provisória que aumenta a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), além de matérias difíceis programadas para os próximos meses no Congresso, como a medida provisória que cria a nova TV pública.Outras siglas pretendem tirar proveito das mudanças no setor elétrico e tentar nomear aliados. O PR tem demanda antiga na Chesf, estatal que cuida do fornecimento de luz no Nordeste, para o ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara.Já o PP agora pede uma diretoria de Itaipu para um aliado do deputado federal Dilceu Sperafico (PR). O posto mais visado é a Diretoria de Coordenação, hoje ocupada por um pedetista, Nelton Miguel Friedrich.Muitos dos cargos que devem ser trocados pertencem a petistas, que começam a reagir. "O segundo escalão do setor elétrico, ainda mais no atual contexto, não é para aprendizes. É aí que mora o perigo", afirmou o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE).

Servidores começam greve e fazem protesto em Brasília

Por Lucas Ferraz
na Folha de São Paulo

Advogados públicos federais entraram em greve ontem em todo o país. Segundo o Fórum Nacional da categoria, o governo havia prometido reajuste de 30% a partir de novembro, mas quebrou sua palavra.O Fórum Nacional informou que cerca de 6.400 servidores aderiram ao movimento, o que corresponde a 80% do efetivo. Segundo o presidente do Fórum Nacional, Carlos Souto, desse total, 30% estão trabalhando em regime de plantão, como pede a lei. "Por pura precaução", diz. O governo não apresentou estimativa, até a conclusão desta edição, do número de servidores que aderiram à greve.O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, disse que o movimento é "abusivo e ilegal". Segundo ele, os grevistas não esgotaram as possibilidades de negociação e a advocacia pública é um serviço essencial para o funcionamento do Estado. Ele vai recorrer judicialmente, além de determinar corte do ponto dos grevistas.No início do mês, após o anúncio das medidas para recompensar o rombo causado pelo fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou a suspensão de reajuste aos servidores, já que o governo terá que cortar R$ 20 bilhões do Orçamento."A greve é por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Fórum Nacional, que representa oito entidades que congregam mais de 8.000 servidores, entre procuradores federais, da Fazenda e do Banco Central, além de defensores públicos e advogados da União.Segundo Couto, a greve deve prejudicar os andamentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pois os advogados públicos defendem algumas obras do programa impugnadas judicialmente, além de diminuir a arrecadação da União com execuções na Justiça, que somou R$ 13 bilhões em 2006, segundo o Tesouro.Além de atrasar as ações judiciais da União, a greve prejudica também a população que depende da defensoria pública, que oferece gratuitamente o serviço de advocacia e que beneficia principalmente a população de baixa renda. Segundo o Ministério da Justiça, há no país 3.888 defensores públicos.A reivindicação dos advogados públicos, se atendida, terá impacto nos cofres da União, neste ano, de cerca de R$ 600 milhões. O salário inicial da categoria, de R$ 10 mil, passaria para R$ 14 mil, em 2009.O Banco Central disse que o procurador (são 180 em todo o país) grevista receberá falta e terá de pagar cada dia de trabalho ausente. Já a Procuradoria-Geral da Fazenda, responsável pela execução tributária, com 1.444 procuradores em todo o Brasil, não informou o número de grevistas tampouco o procedimento a ser adotado.
Ameaças
Outras entidades que representam servidores também prometeram entrar em greve caso o governo não cumpra os acordos salariais. O Unafisco (Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal) discute o assunto hoje com representantes do Ministério do Planejamento e da Receita Federal. O prazo, segundo a entidade, termina no Carnaval.A Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que representa mais de 770 mil servidores públicos de 28 órgãos diferentes -cerca de 70% de todos os servidores da União-, discute os reajustes com o governo na próxima semana.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quase...

Tava na ponta da agulha. Eu já ia começar a escrever sobre a alta arrecadação do governo. Mas, antes, tenho que falar sobre o jogo do São Paulo. Creio que a estréia do Adriano no time tenha tirado dos outros jogadores o foco do jogo. O Guaratinguetá não é um time qualquer. Pode arrancar pontos preciosos dos times grandes. E pode até surpreender. No primeiro tempo, o São Paulo estava desentrosado. É até compreensível porque foi a primeira partida. Tinha gente nova no pedaço e os holofotes em cima de Adriano. O Guaratinguetá marcou primeiro numa falta. Não sei se a barreira abriu ou se a bola esbarrou em alguém, mas tirou Rogério Ceni do lance. Vamos para os vestiários com o placar adverso.
No segundo tempo, o São Paulo volta a ser aquele São Paulo do ano passado. Com a entrada do Aloísio, Adriano ficou mais a vontade perto da área. Tão a vontade que mandou um foguete e empatou a partida com menos de um minuto de jogo. A bola quase furou a rede. Enquanto Aloísio se esbarrava entre os zagueiros, Adriano conduzia a bola, chutava. Falta ainda ritmo de jogo e manter esta vontade, esta força demonstrada no jogo de hoje. Ah, Adriano também marcou outro gol. E foi de falta. Com Juninho e Adriano, Rogério Ceni deverá bater poucas faltas este ano. Sem dizer que Jorge Wagner está ali, de bobeira. Se pintar a chance ele coloca a bola na gaveta.
A zaga são-paulina precisa de uns ajustes. O time sentiu a falta de Breno. A zaga não apresentava tanta confiança assim. Tanto que Richarlyson fez uma falta perto da área, no último minuto de jogo, que lhe rendeu um cartão vermelho, já tinha um amarelo. Não sei como o Muricy Ramalho armou o time, mas o zagueiro Miranda andou fazendo graça lá no ataque. Não sei se o time vai continuar assim. Terá mudanças, é claro, já que Richarlyson foi expulso e não se sabe a gravidade da contusão de Juninho. Mas, o São Paulo do segundo tempo me deixou animado. Quanto aos dois gols de Adriano eu diria que ele está quase voltando a ser o imperador. Quase... Não vamos nos esquecer que o técnico do São Paulo é Muricy Ramalho e ele não admite este tipo de estrelismo. Se no quase Adriano marcou dois gols imagine quando voltar a ser o imperador por completo que o Inter de Milão tanto espera que o São Paulo o devolva?

Vamos ver

Hoje o São Paulo estréia em 2008. Estréia no Campeonato Paulista. O primeiro jogo é contra o Guaratinguetá. A maior atração é Adriano, o Imperador, querendo se reabilitar. Eu não estou tão empolgado com a sua presença no ataque são-paulino. Espero que marque muitos gols, se reabilite e volte para a Itália feliz da vida por ter colaborado na conquista do São Paulo de mais uma Libertadores. Vamos ver.

Mensageiro da Verdade?

O rapper MV Bill vai se apresentar hoje aqui em Goiânia. Os jornais daqui o chamam de “Mensageiro da Verdade”. Será? Quando o Papa Bento XVI visitou o Brasil no ano passado eu não lembro de nenhum jornal daqui o chamar de "Mensageiro da Verdade" ou "Mensageiro da Paz" ou qualquer outra denominação que o dignificasse. Menos, O Popular. Menos, Diário da Manhã.

A calma das autoridades

O ministro da Saúde José Gomes Temporão disse que todas as pessoas que vão para alguma área de risco de febre amarela têm que ser vacinadas. Ele citou o caso da cidade de Pirenópolis, aqui em Goiás. Temporão foi lá com a família há dois, mas antes tratou de tomar a vacina. Pirenópolis é uma cidade histórica e possui diversas cachoeiras e atrai muitos turistas. Eu fui pra lá duas vezes e não sabia que estava entrando numa área de risco. E olha que eu tomei a vacina contra a febre amarela no domingo passado.
E agora, ministro? Será que lá em Pirenópolis já tem vacina suficiente para a população e os turistas que ali desejam visitar? E as outras áreas de risco? Já tem também algum aviso, alguma informação para que as pessoas que ali adentrarem tomem a vacina contra a febre amarela?
José Gomes Temporão lembra muito o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo. Ele assumiu o cargo em abril de 2006 quando Geraldo Alckmin deixou o Palácio dos Bandeirantes para se candidatar à Presidência da República. Dias depois da posse, a cidade de São Paulo foi surpreendida com vários ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os bandidos simplesmente pararam a maior cidade da América Latina. O que Cláudio Lembo fez? Culpou a “elite branca” pela onda de violência. Com esta expressão, Lembo virou ídolo dos petistas. Lembro dele no Jornal Nacional pedindo calma para a população depois dos ataques. Fazer alguma coisa para conter a violência ele não fez, afinal, só ficaria no governo até dezembro de 2006. A calma de Temporão com as notícias de pessoas morrendo de febre amarela me faz lembrar a calma de Lembo quando o PCC tocava o terror em São Paulo. É aquela calma de quem sabe que tudo vai passar e os fatos ocorridos serão esquecidos. Aliás, você se lembra daquele ataque do PCC lá em São Paulo em 2006?

Cuidado com o índio bolivariano

A Petrobrás quer repassar o gás das suas refinarias para as termelétricas aumentando assim a geração de energia elétrica. Todas as vezes que eu vejo alguma notícia sobre gás eu lembro de Evo Morales. Lembro do índio bolivariano assaltando as refinarias da Petrobrás na Bolívia com aquele decreto sujo que nacionalizava as empresas que extraíam gás boliviano. Agora que o Brasil vai usar gás para ver se aumenta a geração de energia elétrica vamos esperar alguma loucura vinda da Bolívia.

Coloquem na conta do Lula

É claro que os lulistas bolivarianos não vão culpar Lula pela ameaça do apagão energético. Eles culpam Fernando Henrique Cardoso, “o pai do apagão”, como eles dizem. Quando aconteceu o apagão em 2001, Lula deitou e rolou nas críticas ao governo. Lógico que as críticas dele eram publicadas na imprensa. Nesta época a imprensa não era tratada como golpista pelos lulistas bolivarianos.
Sete anos depois lá vamos nós de novo com este risco de apagarmos outra vez. É mais uma prova da ineficiência do petismo, da incapacidade de Lula agir para evitar que problemas anteriores pudessem se repetir. Se o Brasil apagar de novo coloquem na conta do Lula.

As pesquisas também erram

O The New York Times de hoje mostra a queda do republicano Rudy Giuliani nas pesquisas. Ele ignorou as prévias de Iowa, New Hampshire e Michigan. Ele está focado nas prévias seguintes principalmente na Flórida, Nova York e Nova Jersey. Eu não tiraria Rudy do páreo. Diferentes candidatos republicanos ganharam nas três prévias realizadas até agora, ou seja, ninguém abriu uma vantagem que seja impossível de ser alcançada. Tudo está muito indeterminado. Até os analistas políticos de lá estão meio com medo de dar os seus pitacos. É uma estratégia arriscada a do Rudy, mas não se pode esquecer da tal “Super Terça”. E se, nas outras prévias, Giuliani ganhar e quebrar a cara, mais uma vez, das pesquisas? As prévias dos Democratas de New Hampshire mostraram que as pesquisas também erram. Dias antes, Barack Obama aparecia na frente de Hillary Clinton e, segundo os números das pesquisas, ganharia fácil da ex-primeira dama. Bendita seja a lágrima de Hillary naquela cafeteria. Ela contrariou as pesquisas e ganhou de Obama embolando ainda mais as próximas prévias. As pesquisas falam que Rudy Giuliani caiu bastante nos últimos dias? Eu não o tiro do páreo e afirmo, mais uma vez, que as pesquisas também erram.

Esta reforma não é de nada

Como o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, não tem nada de novo para apresentar (porque o Tempo Novo envelheceu), o seu governo entra no segundo ano (terceiro, já que ele está no cargo desde o dia 1º de abril de 2006) só falando de reforma administrativa. Pelo que Cidinho falava na campanha eleitoral de 2006 e pelo que Marconi Perillo divulgava nas suas inúmeras propagandas, o Estado de Goiás estava uma beleza, uma maravilha, totalmente diferente daquele Estado que o tal do Tempo Novo recebeu em janeiro de 1999. Fazia tempo que a gente não ouvia falar em crise financeira. Em oito anos, Marconi Perillo consertou o Estado, acabou com as dívidas e fez o que o “PMDB do Íris Rezende” não fez nos 16 anos que ficou no poder. Em 2007 nós vimos a mentira do Tempo Novo. Vimos que fomos enganados nestes oito anos de marconismo. Cidinho também é responsável por essa mentira. Ele recebeu um Estado quebrado em abril de 2006 e não comentou nada. Deixou a coisa fluir. Foi para a eleição atacando Maguito Vilela, que é do “PMDB do Íris Rezende” dizendo que era o Tempo Velho que tinha quebrado Goiás. O ano de 2007 mostrou que tanto o Tempo Velho como o Tempo Novo detonaram o Estado de Goiás.
Todo mundo imaginava que, Cidinho reeleito, as maravilhas deste novo tempo continuariam a aparecer. O que apareceu de fato foram os estragos que eles esconderam nestes últimos nove anos. Todos os estragos foram cobertos por propagandas, publicidade, marketing. Marconi Perillo usou e abusou da propaganda. As televisões e os jornais pipocavam propagandas do governo mostrando o que o Tempo Novo havia feito. A campanha eleitoral só complementou dizendo que Cidinho continuaria tudo aquilo que estava sendo mostrado, ou melhor, maquiado. Mas, a maquiagem derreteu e borrou o rosto do Tempo Novo. Vemos aí Cidinho falando em reforma administrativa para salvar o Estado paquidérmico. Na campanha eleitoral de 2006 Cidinho não se referia ao Estado de Goiás como paquidérmico e sim como moderno. Jorcelino Braga é o chefão da reforma. Com os decretos publicados recentemente, ele comanda uma porção de cargos. Um homem só para fazer tanta coisa? É por essas e outras que eu chamo Jorcelino de José Dirceu do Palácio das Esmeraldas.
Mas, com o passar do tempo e a demora do governo em definir o que será realmente esta tal reforma administrativa, vamos vendo Cidinho já mexendo na base aliada pensando nas eleições de outubro. Marconi já disse que eleição municipal é coisa para o Cidinho coordenar, mas a gente sabe que ele vai mexer os pauzinhos nos bastidores. Marconi é esperto e eu aqui não sou bobo. Como o governo de Cidinho não tem nenhum projeto, não tem nada a apresentar, vai empurrando essa reforma com a barriga, só para mostrar que está fazendo alguma coisa. Vai ver essa reforma é só uma jogada de marketing já que Jorcelino foi o marqueteiro da campanha de Cidinho em 2006. Os jornais daqui de Goiás dizem que Cidinho quer acabar com a reforma em janeiro, para não comprometer a base aliada nas eleições municipais de outubro. Aos poucos vamos percebendo que esta reforma não é de nada, que o Estado continuará paquidérmico e que, mesmo em crise, o governo vai bancar as candidaturas dos seus aliados. A reforma não vale nada agora e muito menos depois das eleições.

Ainda sobre a volta da CPMF

Este governo tem fome de grana. Quando a CPMF foi rejeitada pelo Senado no final do ano passado, Lula disse que cortaria gastos, que não aumentaria impostos e que tinha “ojeriza” a pacotes. Pois é. Virou o ano e os discursos viraram também. Lula aumentou os impostos e ainda quer a volta da CPMF. Claro, o imposto mudaria de nome, afinal, tudo mudou, o ano mudou, o discurso mudou e o imposto tem que ter outro nome. Num outro post eu já havia sugerido ao governo que pedisse uma ajudinha à Polícia Federal. Eles sim sabem batizar coisas com nomes marcantes.
É engraçado a justificativa daqueles que defendem a volta da CPMF. Como se o dinheiro do imposto do cheque desse ao cidadão o acesso ao melhor sistema de saúde do mundo. Eles até falam que, se pessoas morrerem nas filas dos hospitais, não culpem os secretários de saúde porque eles querem o dinheiro da CPMF. Ora essa, me poupem. Morre gente no hospital com ou sem dinheiro da CPMF. Até o dia em que o imposto estava valendo a saúde no Brasil estava um caos e continua nesta mesma situação.
Não me venham com este papo furado de que é preciso criar um imposto exclusivo para a saúde. Sei, vocês criam este imposto e, numa manobra aqui e acolá, o dinheiro que seria exclusivo para a saúde acaba não sendo tão exclusivo assim. Falta cortar gastos, falta o governo cumprir o acordo que foi feito no ano passado. Só o ano que mudou. Os acordos permanecem, mas este governo sempre fura naquilo que já estava comprometido.

Planalto discute recriação da CPMF com os Estados

Por Leonêncio Nossa
no Estado de São Paulo

O Palácio do Planalto começou ontem a discutir com secretários estaduais de saúde proposta que recria a Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta pelo Senado no mês passado. Para facilitar o diálogo com o PSDB e o DEM, o governo não se envolverá oficialmente no debate. Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto os ministros procuraram ressaltar que estão fora das negociações.Em audiência pela manhã, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, recebeu representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Eles avaliaram o orçamento da saúde neste ano e estratégias para convencer a oposição no Congresso a recriar o imposto do cheque, que poderá ter outro nome. “Queremos discutir com o Congresso um imposto sobre movimentação financeira que garanta um orçamento anual de R$ 70 bilhões a partir de 2010”, disse Osmar Terra, presidente do Conass.Desde a rejeição da emenda que prorrogava o imposto do cheque até 2011, Lula evitou ataques à oposição, descartou o envio ao Congresso de nova proposta de tributo e orientou a equipe de governo a fazer um corte de R$ 20 bilhões para compensar a perda de receita. Não faltaram, porém, avisos aos parlamentares de que o corte pode atingir suas emendas ao Orçamento da União. Os oposicionistas disseram que o governo estava pressionando para que partisse do Congresso a idéia do novo tributo.Os secretários estaduais de saúde defendem um imposto do cheque definitivo, com recursos totalmente repassados para o setor. Essa proposta, como lembrou Terra, foi apresentada pelo Planalto ao PSDB no dia 12 de dezembro, horas antes da votação da emenda que prorrogava a CPMF. À época, os tucanos não aceitaram a oferta. O plenário do Senado rejeitou a prorrogação do imposto do cheque.Logo após encontro com Múcio, o presidente do Conass afirmou, em entrevista, que a situação atual da saúde poderá sensibilizar a oposição no Senado a discutir a proposta do novo tributo. Terra ressaltou que, na audiência, o ministro fez questão de mostrar que o governo não participa do debate. “Vai ser um trabalho nosso com o Congresso.”O presidente do Conass disse que a CPMF não foi devidamente avaliada durante as negociações para sua prorrogação no ano passado. “Nas discussões, a saúde foi o patinho feio”, comparou. “Quando começar a morrer gente nas portas dos hospitais, não podem pôr a culpa nos secretários, mas em quem tirou dinheiro para a gente trabalhar.”

Conselho adverte TV Brasil e recomenda mais pluralidade

Por Fernando Barros de Melo
na Folha de São Paulo

O Conselho Curador da TV Brasil realizou anteontem, em um hotel em Brasília, sua segunda reunião. Foram aprovados o regimento interno do órgão e uma moção pedindo "pluralidade de versões em toda a programação"."Houve uma recomendação à diretoria. A TV também vai usar produção independente e isso deve ser levado em conta. Até para defender a diretoria", disse à Folha o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do conselho.A motivação da moção foi o programa "Ver TV" do último dia 12, em que os três debatedores diziam que a não-renovação da concessão à rede de TV venezuelana RCTV, pelo governo Hugo Chávez, "era ato normal e usual nas democracias". A proposta foi feita pelo conselheiro José Paulo Cavalcanti Filho, ministro interino da Justiça no governo Sarney.Cavalcanti escreveu: "Não encontrei um único caso em que a não-renovação de concessão tenha se dado em circunstâncias tão dramáticas como a venezuelana. Normal, pois, com o sentido usual da palavra, certamente não terá sido". Ontem, ele disse à Folha: "Nenhuma crítica ao programa, que era bem feito, agradável de ver e o apresentador era competente. Só aproveitei para falar do futuro. Disse que os entrevistados se pronunciaram uniformemente sobre a não-renovação da concessão".O "Ver TV", realizado pela Radiobras, é transmitido pela nova TV Pública. O apresentador é Laurindo Leal Filho, professor da USP. A reportagem não o localizou ontem.Estiveram na reunião de anteontem a presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, e os ministros Franklin Martins (Comunicação Social), Gilberto Gil (Cultura) e Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia).Segundo Belluzzo, quatro dos 15 conselheiros que representam a sociedade civil faltaram: Delfim Netto, o rapper MV Bill, o advogado Luiz Edson Fachin e o índio Isaac Pinhanta. Belluzzo disse que eles avisaram com antecedência.O regimento interno aprovado afirma que "serão públicas todas as reuniões" e que haverá audiências públicas pelo país para receber sugestões, reclamações ou denúncias. Também ficou decidido que o presidente do Conselho Curador só poderá ser reeleito uma vez.Já a idéia de criar uma corregedoria fixa não foi levada adiante. "Vai haver um relator para cada caso específico. O indicado apresenta um relatório. Aí, o conselho decidirá o que fazer", afirmou Belluzzo.

TSE aplica multa à empresa dos Sarneys

Da Folha de São Paulo

O Sistema Mirante foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a pagar R$ 21,2 mil por privilegiar, em 2006, a candidata ao governo do Maranhão Roseana Sarney.O Sistema Mirante -que compreende a TV e rádios Mirante e o portal Imirante.com- pertence à família Sarney.Na semana passada, o TSE manteve a condenação dada pelo Tribunal Regional Eleitoral.O diretor de Jornalismo da TV Mirante, Rômulo Barbosa, disse que a emissora nunca foi multada em 20 anos e que a condenação foi referente a texto de um blogueiro. A Folha não conseguiu contato com a senadora do PMDB.

Duda depõe na Bahia e não descarta voltar a trabalhar para o PT

Por Luiz Francisco
na Folha de São Paulo

O publicitário Duda Mendonça disse ontem, após depor no processo do mensalão na Justiça Federal em Salvador, que "está criando" uma empresa de consultoria para campanhas políticas.Duda, que é processado por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, não descartou a possibilidade de voltar a trabalhar para o PT. "Talvez sim, por que não?", disse a jornalistas, após ser questionado a respeito.Ao juiz Cristiano Miranda de Santana, o publicitário repetiu sua versão sobre os fatos revelados durante o escândalo do mensalão. Disse desconhecer a origem dos R$ 10,5 milhões pagos a ele pelo empresário Marcos Valério por meio de depósitos em conta aberta por Duda no Bank Boston Internacional, em Miami.Valério é acusado de operar o esquema de compra de votos a partidos da base aliada do governo federal, que ficou conhecido como mensalão."Não sei a origem do dinheiro, mas o meu trabalho foi honesto. Na época, o Marcos Valério me disse que a única forma de receber o dinheiro era abrindo uma conta no exterior", disse. Após detalhar ao juiz o funcionamento de uma campanha eleitoral, Duda disse que já prestou conta de "todas as acusações". O publicitário afirmou que assumiu a sonegação e pagou multa de R$ 4,3 milhões.Segundo Duda, os R$ 10,5 milhões que recebeu no exterior foram para quitar dívidas da campanha de 2002 do presidente Lula, do senador Aloizio Mercadante (PT), da ex-governadora Benedita da Silva e do candidato derrotado do PT ao Senado pelo Rio, Edson Santos.Sócia de Duda Mendonça na CEP (Comunicação e Estratégia Política Ltda), Zilmar Fernandes também prestou depoimento ontem no processo. Disse ter conhecido Valério "no final de janeiro ou início de fevereiro de 2003", na sede do PT em São Paulo.Zilmar disse também que não era comum a CEP receber pagamentos em espécie de candidatos ou partidos, mas que isso já "aconteceu algumas vezes". De acordo com a sócia de Duda, todo o cronograma de pagamento à CEP era de conhecimento de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.Ao final do depoimento, Duda disse que não se arrependeu de ter trabalhado para o PT. Zilmar não quis dar entrevistas.

Estrangeiros tiram R$ 1,9 bi da Bovespa

Por Fabrício Vieira
na Folha de São Paulo

O dia ruim no mercado financeiro global puniu especialmente os emergentes. Nos Estados Unidos, cuja economia está no epicentro das preocupações de analistas e investidores, as Bolsas tiveram baixas menos intensas ontem.A Bovespa encerrou seu pregão com desvalorização de 1,89%, após chegar a cair 3,05% no pior momento do dia. O dólar avançou 1,14%, a R$ 1,773.Investidores internacionais optaram por liquidar mais intensamente posições em ativos de emergentes para fazer caixa ou comprar papéis do Tesouro dos Estados Unidos. Fortes baixas foram registradas em Bolsas como as de Peru (-5,38%), Rússia (-4,29%), Turquia (-2,55%) e México (-2,21%)."Os grandes investidores estão fazendo caixa onde há maior liquidez, como no mercado brasileiro. Com tantas incertezas no cenário internacional, estão saindo de ações para levantar caixa", diz Flávio Zullo, gerente da HSBC Corretora.O resultado das operações dos estrangeiros na Bovespa mostra bem isso: nas duas primeiras semanas do ano, o saldo de seus negócios ficou negativo em R$ 1,88 bilhão -cifra que pode ter piorado com a movimentação verificada por profissionais do mercado nos últimos dias. Em todo 2007, que foi um ano bastante negativo nesse critério, houve saída de líquida de R$ 4,2 bilhões.A Bolsa de Valores de São Paulo já acumula desvalorização de 8% neste mês. Ontem o índice Ibovespa, a principal referência do mercado acionário brasileiro, fechou aos 58.777 pontos, o mais baixo patamar desde 24 de setembro.Neste começo de 2008, os estrangeiros seguem como a categoria que mais negocia na Bolsa paulista -com 37,4% do total. Em seguida apareceram os investidores institucionais (como os fundos de pensão), com 30,4%, e as pessoas físicas, com 21,6% da movimentação.O mercado não deixou de se deparar ontem com relevantes dados econômicos vindos dos EUA. O dia apenas não foi mais agitado porque o CPI (índice de preços ao consumidor americano) ficou dentro do esperado em dezembro, com alta de 0,3%. No ano, o CPI subiu 4,1%, mais elevado nível desde 1990.A divulgação do livro bege -compilação de dados econômicos feita pelo BC norte-americano- não trouxe novidades de maior impacto, confirmando a percepção do mercado de enfraquecimento do varejo e queda no ritmo da maior economia do mundo.Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 0,28%. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,95%.Os efeitos da crise hipotecária norte-americana, que se aprofundou no segundo semestre de 2007, têm mostrado seu poder de contaminação na economia. A queda nas vendas no varejo, divulgadas anteontem, aponta que o consumidor americano pode estar mais temeroso em relação ao futuro."Nos últimos dias vimos crescer a preocupação com a piora no setor de crédito como um todo, e não apenas com o segmento de subprime [hipoteca de alto risco]", diz Zullo.A temida recessão nos EUA, se for confirmada, significará menor consumo e, conseqüentemente, lucros menores para as empresas. E, se as companhias com ações em Bolsa passam a lucrar menos, tornam-se menos interessantes para seus acionistas. Dessa forma, com a ameaça de piora do cenário, investidores têm vendido ações antes que as previsões mais pessimistas se confirmem.Na Europa, a Bolsa de Londres perdeu 1,37%, e a de Frankfurt caiu 1,25%.A Bolsa de Tóquio esteve entre as que mais recuaram ontem, com baixa de 3,35%.O mercado anda tão tenso que ontem, no fim do dia, comentava-se a possibilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) antecipar sua reunião, que está marcada para os dias 29 e 30, para cortar os juros e acalmar os investidores. Os rumores fizeram as Bolsas que ainda estavam abertas, como a brasileira e a americana, diminuírem suas perdas.
Ações depreciadas
A Petrobras esteve novamente entre as que mais caíram na Bovespa. A ação da petrolífera costuma estar entre as preferidas dos investidores estrangeiros, e a saída de recursos externos a tem punido.No pregão de ontem, a ação preferencial da Petrobras, que sozinha respondeu por quase 20% das operações, caiu 3,76%. Na semana, o papel já perdeu 8,53% de valor. A queda no preço do barril de petróleo também tem afetado as ações da Petrobras. Em Nova York, o petróleo recuou 1,15% ontem, para US$ 90,84.Baixas mais fortes afetaram outras gigantes da Bolsa. A ação ON da CSN recuou 5,52%, seguida por Vale ON, que teve queda de 4,61%.

De norte a sul o fracasso do Brasil

O fracasso do Brasil está aí. De norte a sul nós vemos o atraso, a falta de competência, o estrago que o lulismo está fazendo. No norte do país, no Pará, uma menina de 15 anos ficou na mesma cela de uma cadeia com 20 homens. Hoje, ao abrir o site da Folha online leio que no Rio Grande do Sul uma menina de 14 anos passou a noite de terça feira na mesma cela com dois homens. É simplesmente lamentável. É a falência do sistema prisional brasileiro. Ah, claro, os petistas vão querer o mesmo “tratamento” que a governadora do Pará Ana Júlia Carepa recebeu agora com a governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crussius. Ana Júlia é petista e Yeda tucana. Os petistas vão chiar, podem ter certeza. Para eles, a defesa do partido está acima de tudo. Ainda mais no Rio Grande do Sul, onde esta galera está bastante fixada. Os dois casos são deploráveis e os responsáveis devem ser punidos imediatamente. E que fiquem apenas nestes dois casos. Espero que não vire rotina menina de menor dividir cela com presos debaixo do nariz das autoridades. Mas, estes dois casos mostram que, de norte a sul se constata o fracasso do Brasil.

O novo ministro do Lula



Finalmente o Ministério de Minas e Energia deixará de ser comandado por um interino. O efetivo será Lobão. Com Lobão no ministério não tem conversa mole. É muita energia!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Alckmin deveria ser o último a opinar

Segunda feira próxima os tucanos se reunirão para discutir questões partidárias e as eleições municipais de outubro. Meu Deus, quando os tucanos vão se encontrar eu fico meio temeroso. Me vem na mente as eleições de 2006. José Serra estava na frente de Lula nas pesquisas de intenções de voto para as eleições presidenciais daquele ano. O certo seria escolher quem tivesse mais força para ganhar de Lula, não é mesmo? Mas os tucanos se reuniram e escolheram Geraldo Alckmin como candidato. Um cara só conhecido no estado de São Paulo foi escolhido pelo PSDB para ser candidato à presidente. Vocês se lembram de alguma proposta dele? Nem eu. Mas, com toda certeza, vocês se lembram do apelido que ele ganhou: chuchu. Alckmin ficou mais conhecido pelo apelido que ganhou do que pelo plano de governo que poderia livrar o país do atraso petista. Não deu outra: Lula foi reeleito.
Agora os tucanos vão se reunir na semana que vem para decidir as eleições de outubro. O atual prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEMO) está no páreo e vai ser difícil tirar da cabeça dele a candidatura à reeleição em outubro. Será que o PSDB vai rachar com o DEMO e lançar Alckmin como candidato à Prefeitura de São Paulo? Depois do fiasco de 2006, Alckmin deveria ser o último tucano a dar algum palpite sobre os destinos do partido.

Podem falar mal do papa

Ontem, o Papa Bento XVI cancelou um discurso que faria numa universidade em Roma. Os professores e estudantes da universidade diziam que o papa era hostil à ciência. Vejam que os manifestantes falam do papa tudo aquilo que pensam. Estes “progressistas” sentem-se livres, leves e soltos para condenar tudo aquilo que o papa falar. Quero ver se eles têm coragem de fazer um protesto na frente de uma mesquita islâmica pela liberdade de expressão. Quero ver se essas feministas que tanto criticam a Igreja Católica pela não permissão de mulheres celebrarem missas, se elas têm coragem de bater na porta da casa de algum líder islâmico e fazer barulho contra a obrigação das mulheres mulçumanas andarem de burca e serem submissas ao marido. Estes “progressistas” falam mal do papa porque sabem que não vão receber nenhuma punição em troca. Sabem que o papa não vai mandar os católicos colocarem bombas em carros ou no próprio corpo e explodir no meio dos manifestantes. Nós, católicos, não nos importamos com os discursos dos “progressistas”. Eles podem falar mal do papa tranquilamente. Quero ver se eles têm coragem de exigir liberdade de expressão ou defesa da ciência para um militante islâmico extremista. Talvez ele pode até ir tentar algum diálogo, mas é bem capaz de não voltar para contar o que aconteceu.

Este Lula é uma comédia

A foto aí abaixo mostra a alegria de Lula em se encontrar com um dos últimos ditadores sanguinários do século passado. Ao ser questionado sobre uma possível abertura política em Cuba, Lula preferiu atacar o Citibanck, banco americano que teve prejuízos de mais de U$ 10 bilhões. Para o nosso presidente, isso é um sinal de incompetência.
Lula é uma comédia. Sempre quando algum assunto está prestes a dar uma pontada no seu traseiro, ele desvia, muda de assunto ou ataca algo ou alguém. Lula não respondeu se tem esperanças sobre uma possível abertura política em Cuba. Ele preferiu tirar um sarro dos prejuízos do banco americano. Aliás, prejuízos estes que só somam o temor dos investidores estrangeiros com a economia americana. Lula está de boa, admirando a forma física de Fidel Castro. Aproveita para fazer uma piada sobre os prejuízos do Citibanck. Se a crise na economia americana descer para o Brasil e os problemas começarem a se espalhar, quero ver com que piada Lula vai se defender das pontadas que seu traseiro vai receber.

Superpoderes

Os decretos sobre a reforma administrativa deram mais poderes ao secretário da Fazenda Jorcelino Braga. Já estou vendo que isso não vai dar certo. A base aliada já está grilada por causa da paralisação do governo em inaugurar obras, principalmente porque este ano tem eleições. Sem dizer a ciumeira dos aliados. Os tucanos que mamaram nas tetas do estado durante a gestão Marconi Perillo não querem ver o leite cortado. Os cidistas que ficaram na sombra durante os oito anos de perillismo no Palácio das Esmeraldas querem mamar, mas sabem que o leite está quase acabando. E Jorcelino Braga só concentrado poderes. E Jorcelino Braga só ganhando mais força. Esse negócio não vai dar certo. Esta concentração de poderes nas mãos de uma só pessoa (que não é o governador) vai irritar ainda mais a já irritada e rachada base aliada. Goiás está quebrado e a reforma administrativa não vai consertá-lo. É o Tempo Novo sem maquiagens, sem propagandas, sem as piadas de Nerso da Capitinga. É o Tempo Novo quebrando o Estado assim como o Tempo Velho fez nos 16 anos que ficou no poder. Os tempos são iguais: nebulosos e sombrios.