sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma pequena pausa

Uma pequena pausa para rever meus familiares.
Volto dia 10!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EUA dão novos sinais de recuperação

Por Fernando Canzian
na Folha



Vários indicadores recentes nos EUA mostram que a maior economia do mundo pode ter voltado a crescer em ritmo maior que o esperado.
Alguns bancos e analistas já projetam o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em cerca de 4% em 2011. Entre julho e setembro passados, os EUA ainda cresciam a um ritmo de 2,6%.
Mas o aumento da produção industrial, das vendas do comércio (em especial de veículos) e das exportações pode demandar ainda algum tempo para se refletir no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego nos EUA segue próxima a 10% desde o auge da chamada Grande Recessão, em 2009. Se ela não começar a cair no médio prazo, poderá minar a atual recuperação.
Por enquanto, neste início de 2010 os juros de longo prazo nos EUA começaram a subir (o que indica expectativa de mais atividade e inflação futuras) e investidores finalmente abandonam aplicações nas chamadas "reservas de valor", como o ouro (que foi a grande vedete da crise).
A produção industrial norte-americana registrou a 17ª elevação consecutiva em dezembro. Das 18 áreas monitoradas pelo ISM (Institute for Supply Management), 11 registraram alta.
O indicador de produção do ISM, que acima de 50 pontos indica expansão, passou de 56,6 em novembro para 57 pontos no mês passado. Leia mais aqui.

Comentário
Dias antes de deixar a presidência, Lula disse que saia do cargo feliz porque os Estados Unidos estavam em crise. Como mostra a reportagem acima, a economia americana está melhorando. Acabou a alegria do Babalorixá de Banania.

PMDB usa salário mínimo para pressionar por cargos

Na Folha



Em dois dias de governo, a presidente Dilma Rousseff enfrentou a primeira ameaça do seu principal aliado, o PMDB. O partido prometeu trabalhar contra o salário mínimo de R$ 540, fixado pela equipe econômica, para marcar sua insatisfação com a perda de cargos para o PT.
Por determinação da presidente, o Ministério da Fazenda reagiu à intimidação, e o ministro Guido Mantega foi escalado e veio a público declarar o veto a qualquer valor do mínimo acima do patamar estabelecido.
Segundo a Folha apurou, a resposta à legenda partiu da avaliação de que o Executivo não podia se submeter à ameaça do aliado, apesar da constatação de que há, de fato, um princípio de crise entre as duas maiores forças da base de sustentação. Leia mais aqui.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Lamentável

Alcides Rodrigues não quis passar o governo para Marconi Perillo. Assim como o chefe, vários ex-secretários não estão afim de entregar pessoalmente seus cargos aos sucessores. 

No lixo

Tem uma foto interessante no Diário da Manhã de hoje. Se tiver jeito de salvá-la publicarei aqui. A foto foi tirada por um servidor do Estado. Mostra o retrato do ex-governador Alcides Rodrigues dentro de um lixo de uma repartição estadual. Foi uma forma usada pelos servidores de protestar pelo não pagamento do salário de dezembro. 

Alcides prometeu entregar ao sucessor um Estado enxuto. Só promessa. Seu retrato parando na lata do lixo de uma repartição pública só indica o destino que seu governo está seguindo.

10 mil temporários serão cortados

Por Charles Daniel
no Hoje



O se­cre­tá­rio de Pla­ne­ja­men­to do Es­ta­do (Se­plan), Gi­u­sep­pe Vec­ci, anun­ciou  ontem o cor­te ime­di­a­to de dez mil ser­vi­do­res tem­po­rá­rios, du­ran­te a pri­mei­ra re­u­ni­ão do go­ver­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo (PSDB) com o se­cre­ta­ria­do, no Pa­lá­cio Pe­dro Lu­do­vi­co Tei­xei­ra. Tam­bém se­rão exo­ne­ra­dos os titulares de car­gos co­mis­sio­na­dos da es­tru­tu­ra bá­si­ca e com­ple­men­tar atra­vés de de­cre­to que de­ve­rá ser edi­ta­do ho­je pe­lo go­ver­na­dor, co­mo se­cre­tá­rios, su­pe­rin­ten­den­tes, che­fes de ga­bi­ne­tes e ge­ren­tes.

Vecci in­for­mou que ou­tros oi­to mil co­mis­sio­na­dos fi­ca­rão no go­ver­no por mais dois mes­es pa­ra ava­li­a­ção da ne­ces­si­da­de de per­ma­nên­cia e pa­ra não ha­ver a in­ter­rup­ção abrup­ta nos tra­ba­lhos da má­qui­na ad­mi­nis­tra­ti­va. Após es­ta eta­pa, o go­ver­na­dor de­ve­rá exo­ne­rar mais co­mis­sio­na­dos. Ele ex­pli­cou que a me­di­da de cur­to pra­zo vi­sa re­sol­ver o rom­bo fi­nan­cei­ro do Es­ta­do que, segundo o governo, soma R$ 340 mi­lhões, re­fe­ren­tes à fo­lha de de­zem­bro do fun­cio­na­lis­mo.

O se­cre­tá­rio in­for­mou que o Es­ta­do pos­sui qua­se 23 mil con­tra­tos tem­po­rá­rios as­si­na­dos por meio de con­cur­so pú­bli­co. “Es­ta­mos fa­zen­do um cor­te, no pri­mei­ro mo­men­to, de 10 mil con­tra­tos tem­po­rá­rios e dan­do um pra­zo de 60 di­as pa­ra re­a­va­li­ar jun­ta­men­te com os de­mais se­cre­tá­rios a ne­ces­si­da­de de ma­nu­ten­ção dos de­mais car­gos.”

Prazo
Gi­u­sep­pe dis­se que ain­da não foi es­ti­pu­la­do um pra­zo pa­ra o pa­ga­men­to da fo­lha de de­zem­bro. “Es­ta­mos ho­je (on­tem) apre­sen­tan­do o que en­con­tra­mos no Es­ta­do, que é o atra­so de R$ 340 mi­lhões na fo­lha e to­man­do um con­jun­to de me­di­das”, ar­gu­men­tou, e com­ple­tou di­zen­do: “Va­mos fa­zer uma ava­li­a­ção de to­dos os con­tra­tos de li­ci­ta­ção e de to­das as obras em an­da­men­to pa­ra que a gen­te pos­sa ana­li­sar o que ocor­reu e pri­o­ri­zar no fu­tu­ro o que se­rá re­a­li­za­do”.

O ti­tu­lar da pas­ta in­for­mou que o débito da fo­lha de pa­ga­men­to de de­zem­bro, so­ma­do ao dé­fi­cit de cer­ca de R$ 140 mi­lhões dei­xa­do pe­lo go­ver­no anterior, totaliza cer­ca de R$ 480 mi­lhões de dé­fi­cit no pri­mei­ro mês – o Es­ta­do pos­sui, porém, cer­ca de R$ 20 mi­lhões em cai­xa. Por is­so, ele pre­fe­re não pre­ver quan­do ocor­re­rá o pa­ga­men­to do fun­cio­na­lis­mo. “Pre­ci­sa­mos en­xer­gar me­lhor is­so. Ho­je é o pri­mei­ro dia de tra­ba­lho”, jus­ti­fi­cou, e re­a­fir­mou que a pri­o­ri­da­de é qui­tar a fo­lha.

Con­cur­sos
Os con­cur­sos pú­bli­cos em Go­i­ás se­rão sus­pen­sos por um ano, de acordo com o se­cre­tá­rio de Pla­ne­ja­men­to.  “É pa­ra que ha­ja o re­ma­ne­ja­men­to in­cen­ti­va­do de ser­vi­do­res pú­bli­cos pa­ra aten­der aos ór­gã­os ca­ren­tes do Es­ta­do”, jus­ti­fi­cou Giuseppe Vecci.
Se­gun­do ele, os con­cur­sos se­rão re­to­ma­dos após se­rem sa­na­das as pri­o­ri­da­des do go­ver­no de pa­gar a fo­lha de de­zem­bro e co­lo­car a si­tu­a­ção fi­nan­cei­ra do Es­ta­do em dia. 

Já a si­tu­a­ção dos con­cur­sa­dos que aguar­dam a cha­ma­da se­rá re­a­va­li­a­da. “Não que­re­mos cri­ar uma ce­leu­ma na­qui­lo que é de di­rei­to ju­ri­di­ca­men­te, mas va­mos ana­li­sar ca­da ca­so”, in­for­mou.

Ele in­for­mou que cerca de 93% da fo­lha é com­pro­me­ti­da com efe­ti­vos e ina­ti­vos e que pre­ten­de re­du­zir o gas­to com a fo­lha in­cre­men­tan­do a re­cei­ta, com ações de re­cei­tas tri­bu­tá­ri­as, no­vas en­ge­nha­ri­as fi­nan­cei­ras, re­cu­pe­ra­ção de cré­di­to, en­tre ou­tras. Cer­ca de 4% do pes­so­al é de co­mis­sio­na­dos e pou­co mais de 2% são tem­po­rá­rios, além de 1% de es­ta­gi­á­rios. A pre­vi­são de gas­to com a fo­lha nes­te mês é de R$ 620 mi­lhões.

O ti­tu­lar da Se­plan de­cla­rou que no pri­mei­ro tri­mes­tre há uma pre­vi­são de rom­bo de cer­ca de R$ 780 mi­lhões. “Não se faz mi­la­gre de um dia pa­ra o ou­tro. É pre­ci­so me­di­das du­ras, mas o go­ver­na­dor tem a ex­pe­ri­ên­cia pa­ra re­sol­ver, por­que no pri­mei­ro go­ver­no en­con­trou uma si­tu­a­ção tal­vez tão ru­im co­mo es­ta e, de uma for­ma gra­da­ti­va, re­sol­veu a si­tu­a­ção e cum­priu seus com­pro­mis­sos de cam­pa­nha”, sa­li­en­tou.

Pa­ra Vecci, de­ve­rão ser re­a­li­za­das ações emer­gen­ci­ais que te­nham bai­xo con­su­mo or­ça­men­tá­rio e que agre­guem va­lor de qua­li­da­de de aten­di­men­to à po­pu­la­ção, por is­so as pe­que­nas obras que ne­ces­si­tam de pou­co re­cur­sos te­rão pri­o­ri­da­de.

Captação
O se­cre­tá­rio da Fa­zen­da, Si­mão Ci­ri­neu Di­as, acon­se­lhou os colegas, durante a re­u­ni­ão com Mar­co­ni Pe­ril­lo, a pre­pa­ra­rem pro­je­tos para cap­tar re­cur­sos fe­de­ra­is e irem a Bra­sí­lia.

Ele ex­pli­cou que o Es­ta­do tem di­fi­cul­da­de de cap­tar re­cur­sos de con­vê­ni­os e de re­a­li­zar ope­ra­ções de cré­di­to, em vir­tu­de da enor­me dí­vi­da do Es­ta­do. “É pre­ci­so que nos­so es­for­ço es­te ano se­ja cap­tar re­cur­sos de qual­quer for­ma, ten­tan­do au­men­tar as re­cei­tas pró­pri­as, bus­can­do re­cei­ta de ter­cei­ros ou bus­can­do ope­ra­ções de cré­di­to”, dis­se. Ele acrescentou que con­vo­ca­rá os ser­vi­do­res da Sefaz pa­ra me­lho­rar o má­xi­mo pos­sí­vel a ges­tão tri­bu­tá­ria.

Chávez incitou Bolívia a tomar Petrobrás, diz diplomacia americana

Por Andrei Netto
no Estadão



De acordo com diplomatas americanos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, incitou o governo de Evo Morales, na Bolívia, a nacionalizar as instalações da Petrobrás no país em 2006, fato que provocou um atrito econômico e diplomático com o Brasil. A informação está em telegramas da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília enviados ao Departamento de Estado americano e revelados pela ONG WikiLeaks.


Segundo os americanos, Marcelo Biato, o assistente direto do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, relatara que Chávez interagia com Evo nos dias que antecederam a ocupação das instalações da Petrobrás por militares da Bolívia.
"Biato disse que em março (de 2006), Petrobrás e interlocutores bolivianos haviam começado o que pareciam ser discussões relativamente positivas. No entanto, Evo interrompeu abruptamente as conversas, insistiu que só discutiria o assunto diretamente com Lula", diz o documento, datado de maio de 2006. "No intervalo entre as conversas de março e a nacionalização, Biato observou que houve várias conversas entre Evo e Chávez", relata o telegrama.

Em 20 de abril, em encontro bilateral entre Lula e Chávez, o presidente brasileiro manifestou ao venezuelano sua preocupação com seu envolvimento no caso dos hidrocarburetos bolivianos. "Agora está claro para o governo do Brasil que Evo foi encorajado depois de ouvir que Chávez poderia prover ajuda técnica para obter o gás", afirma o despacho, referindo-se à possibilidade de a estatal de petróleo da Venezuela, a PDVSA, passar a auxiliar a boliviana, YPBF, em caso de rompimento entre Lula e Evo.
Em 5 de maio, um novo telegrama dá conta de um novo encontro entre representantes diplomáticos americanos com Biato. Na conversa, o assessor brasileiro é questionado sobre a proximidade entre Chávez e Evo, indagação à qual Biato responde de forma lacônica. "O que podemos fazer? Nós não escolhemos nossos vizinhos. Nós não gostamos do modus operandi de Chávez, nem das surpresas de Evo, mas nós temos de lidar com esses caras de alguma forma e manter a ideia da integração regional viva", diz.

Em outro despacho, datado de 26 de junho de 2006, o então embaixador americano, Clifford M. Sobel, relata que Marco Aurélio Garcia lhe confirmava a intervenção chavista no caso. "Ele sugeriu que o Brasil encorajou o presidente venezuelano Chávez a baixar o tom e se tornar "menos presente" no caso. Chávez entendeu que seu esforço fora invasivo e contraproducente", diz o relato. No mesmo encontro, Garcia teria afirmado que Evo também recebeu a sugestão de "baixar o tom".

A operação militar da Bolívia na refinaria da Petrobrás, em maio de 2006, fazia parte da política de nacionalização das reservas de hidrocarburetos pelo governo de Evo. Depois de uma reação hesitante (mais informações nesta página), o governo Lula e a Petrobrás aceitaram as novas regras impostas por La Paz para o setor petroquímico, reduzindo os dividendos das companhias que exploravam os recursos. Uma das questões centrais era o ressarcimento pelos investimentos da Petrobrás na Bolívia, avaliados em US$ 1,6 bilhão.
 

Oposição a Dilma pede retratação sobre privatizações

Por Maria Clara Cabral
na Folha



Líderes oposicionistas do Congresso cobraram ontem uma retratação da presidente Dilma Rousseff sobre ter condenado as privatizações durante as eleições.
Eles criticaram o fato de, durante a campanha, Dilma ter classificado a oposição de "privatista" e, dois dias após assumir a Presidência, ter decidido entregar à iniciativa privada a construção e operação dos novos terminais de aeroportos paulistas, conforme revelou ontem a Folha.
Os aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, em Campinas, compõem o pacote aprovado por Dilma.
Apesar das críticas, a medida foi elogiada. "É uma atitude bastante contraditória.
Ela fez o discurso errado e a ação certa. Ação oriunda de um projeto apresentado pela oposição e duramente criticado pelo governo", disse o senador Agripino Maia (RN), líder do DEM.
A ressalva, porém, é que as privatizações dos aeroportos de São Paulo são apenas um primeiro passo e não vão resolver os problemas de aeroportos que serão vitais para a Copa de 2014.
"Não adianta nada resolver o problema dos aeroportos com viabilidade econômica e deixar de lado os deficitários. Precisamos fazer algo regionalizado, entregar mais à iniciativa privada", afirmou o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).
"Apesar do fato positivo, Dilma deveria pedir desculpas pela mentira e retórica eleitoral", completou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
A Folha mostrou ontem que, além da privatização, o texto de uma medida provisória -que pode ser editada ainda neste mês- deverá incluir a abertura do capital da Infraero e a criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar da aviação civil.
Um novo terminal para o aeroporto de Brasília também poderá entrar no pacote, informou a reportagem.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que é "muito bom" que o governo federal faça ampliações na rede aeroportuária paulista "com a iniciativa privada" e que o Estado será parceiro para agilizar esses empreendimentos.
A ideia é que o governo estadual facilite com a liberação de licenças ambientais e parcerias.
"É prioridade absoluta o terceiro terminal de Cumbica e o segundo terminal de Viracopos. Isso é para ontem", ressaltou Alckmin.
O custo do novo terminal de Viracopos está estimado em R$ 690 milhões. 

Estados anunciam redução de gastos

Na Folha



Assim como o paulista Geraldo Alckmin (PSDB), no primeiro dia útil no cargo governadores recém-empossados anunciaram ontem cortes no custeio da máquina administrativa e redução dos cargos comissionados.
No Paraná, Beto Richa (PSDB), que sucede o peemedebista Orlando Pessuti, anunciou um plano de ação de 180 dias para "reequilibrar" as contas, o que inclui o corte de 15% nos gastos de custeio da máquina.
Richa determinou também a suspensão por 90 dias das ordens de pagamento e serviço do Estado. O governo diz que economizará pelo menos R$ 480 milhões em 2011.
A governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), anunciou redução de 30%, no mínimo, nos gastos do governo. A recomendação foi feita a todos os secretários. O detalhamento dos cortes será feito ao longo desta semana.
O ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) deixou o cargo com problemas financeiros. A Folha não conseguiu falar com ele ontem.
Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho (PSB) suspendeu o reajuste de 27,92% no próprio salário, do vice e de deputados estaduais.
O reajuste havia sido dado pelo ex-governador José Maranhão (PMDB), derrotado por Coutinho. Foram exonerados 4.500 comissionados, ou 40% dos cargos, que não serão mais preenchidos.
O governador reeleito do Piauí, Wilson Martins (PSB), anunciou a exoneração de 2.000 comissionados -só serão readmitidos até 30%.
No Amapá, Camilo Capiberibe (PSB) diz que as mudanças na estrutura devem gerar uma economia de R$ 8,5 milhões ao ano.
No Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) disse que o Estado tem a necessidade de cortar 70% dos gastos com custeio e com servidores comissionados. Até ontem, ele não havia anunciado nenhum corte.

NA CONTRAMÃO
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), deve enviar à Assembleia um projeto de lei para elevar o salário de cerca de 500 cargos comissionados que ganham hoje R$ 1.200. Em contrapartida, o governo propõe a extinção de outros 138 cargos.
Em Minas, Antonio Anastasia (PSDB) criou mais três secretarias e instituiu o cargo de secretário-extraordinário para a Copa de 2014. O governo diz que o impacto nas contas será "muito pequeno".

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Só se for a verdade completa

Maria do Rosário tomou posse hoje como secretária dos Direitos Humanos. Ela pediu ao Congresso para que seja votado a criação do Conselho da Verdade. Este conselho ofereceria a versão oficial sobre mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. Conselho da Verdade, é? Será que esse conselho vai apurar também os crimes cometidos pelos terroristas esquerdopatas? Se é para criar o Conselho da Verdade que se fale a verdade, ora bolas! Que mostrem que militares mataram e torturaram, mas que mostrem também que esquerdistas mataram e torturaram. 

Dilma vai privatizar novos terminais de aeroportos

Por Ana Flor e Valdo Cruz
na Folha



A presidente Dilma Rousseff decidiu entregar à iniciativa privada a construção e a operação dos novos terminais dos aeroportos paulistas de Guarulhos e de Viracopos, dois dos principais do país.
A medida faz parte de pacote que será baixado por meio de medida provisória -talvez ainda neste mês.
O texto inclui também a abertura do capital da Infraero (estatal responsável pela administração do setor aeroportuário) e a criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar da aviação civil -como a Folha antecipou em 2010.
A equipe de Dilma já conversou com empresas como a TAM e a Gol, que manifestaram interesse na construção e na operação de novos terminais. O prazo da concessão deve ser de 20 anos.
O objetivo oficial do pacote é desafogar aeroportos que serão vitais para a Copa do Mundo de 2014. Assessores da presidente disseram à Folha que ela deu prazo de 15 dias para finalizar o texto.
Segundo a Infraero, o governo federal precisa investir R$ 5,5 bilhões nos aeroportos ligados às 12 sedes da Copa. A avaliação dentro do governo é que a estatal não terá condições técnicas para, sozinha, bancar esses projetos.
Durante o governo Lula, o ministro Nelson Jobim (Defesa) chegou a defender que as administrações de todos os aeroportos fossem concedidas à iniciativa privada.
A ideia foi rejeitada por Lula e pela então ministra Dilma (Casa Civil). Ambos temiam o rótulo de privatizantes -o mesmo rótulo que o PT procurava impingir ao principal adversário na eleição, José Serra (PSDB).
Na Casa Civil, Dilma sempre dizia preferir abrir o capital da Infraero, para que esta pudesse captar recursos e aumentar a capacidade de investimentos.
No aeroporto de Guarulhos, o maior do país e principal centro de chegada de voos internacionais, o projeto da Infraero prevê R$ 1,2 bilhão de investimentos. A obra mais cara é a construção do terceiro terminal, orçada em R$ 700 milhões.
Em Viracopos (Campinas), os investimentos previstos são de R$ 742 milhões. O novo terminal deve consumir R$ 690 milhões.

BRASÍLIA
A Folha apurou que um novo terminal para o aeroporto de Brasília também poderá entrar no pacote.
A concessão dos terminais esvazia o plano de construtoras de fazer um terceiro aeroporto nos arredores de São Paulo, em sociedade com companhias aéreas.
Havia o temor no Planalto de que um terceiro aeroporto roubasse potenciais passageiros do trem-bala.
Já a nova Secretaria de Aviação Civil, ideia discutida na montagem da equipe de Dilma, vai retirar do Ministério da Defesa o controle sobre o setor, o que já está combinado com Jobim.

Comentário
Mas não era só o PSDB que privatizava nestêpaiz? 

Esta história está muito mal contada

O governador de Goiás Marconi Perillo empossou seus secretários ontem no inacabado Centro Cultural Oscar Niemeyer. No evento, Marconi disse que há um rombo de R$ 1 bilhão nas contas do Estado. Um bilhão de reais? Uau! É muita grana. É mais um governo que entra em Goiás dizendo que tem que ajustar as contas, que o antecessor foi um fracasso. A propósito, o antecessor de Marconi é Alcides Rodrigues. O vice que virou governador, foi reeleito e cuspiu no prato que comeu. Ou mostrou para todo mundo a farsa que era a propaganda do Tempo Novo. Mas vamos voltar ao rombo bilionário.

Como é que é, Sr. Marconi? R$ 1 bilhão? Mas Alcides disse que sairia do Palácio das Esmeraldas entregando um Estado com as despesas em dia? Alguém aí está escondendo alguma coisa. Esta história de déficit está muito mal contada. E no jornal O Hoje tem uma reportagem a respeito. A reportagem informa que Marconi disse no evento de ontem que o dinheiro que pagaria o funcionalismo estadual foi desviado. Mas desviado para onde? Isso é muito grave. 

Será que Marconi Perillo vai retirar os esqueletos que Cidinho prometeu mostrar e que nunca mostrou? Sei não, pessoal, alguma coisa está errada. Todo aquele Estado cheio de riquezas e prosperidade que o Tempo Novo comandado por Marconi e Alcides não batia com a realidade. Assim como o Tempo Velho do PMDB de Iris Rezende e Maguito Vilela quebrou Goiás, o Tempo Novo de Marconi e Alcides não fez nada para recuperar. São tantos governadores falando em déficit. Tem muita coisa mal contada. Tem muita coisa que precisa vir à tona. Até quando deixaremos que estes senhores do tempo só mostrem a história que lhes convém?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sérgio Cabral em dois momentos

Sérgio Cabral tomou posse ontem na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro para mais um mandato de governador. Ele, talvez o maio puxa-saco de Lula fora do PT, disse que Lula foi o maior presidente que o Brasil já teve. Mas nem sempre foi assim. O vídeo abaixo mostra o que Cabral pensava de Lula há um tempo atrás.

Presidente começa novo governo com piora na economia

Por Fernando Canzian
na Folha



Dilma Rousseff ganhou a Presidência e assumiu ontem embalada no maior crescimento econômico em um quarto de década. Chegou sua hora de pagar a conta.
No início de 2011, a inflação sobe, o dólar retomou trajetória de queda, as contas externas pioraram e a economia para pagar a dívida pública diminuiu.
No dia 19 de janeiro, o Banco Central poderá se ver obrigado a aumentar os juros para conter a inflação. Isso pode trazer impactos negativos sobre a dívida pública e o dólar. Mas a prioridade do Banco Central é com a inflação.
Em 2010, até novembro, o IPCA (índice oficial de preços) subiu 5,25%. Ele deve fechar o ano passado perto do teto da meta do BC (6,5%).
Já o IGP-M, que reajusta a maioria dos contratos de financiamentos imobiliários e de bens, subiu 10,56%.
Na virada do ano, Lula assinou medida provisória fixando o salário mínimo em R$ 540 a partir de ontem -reajuste de 5,88%. Pela primeira vez desde 2003, o mínimo corre o risco de ficar sem aumento real.
Em dezembro, o BC também retirou R$ 61 bi da economia elevando os compulsórios que impõe aos bancos. Isso fez com que os juros subissem aos consumidores e reduziu prazos de financiamentos para bens e veículos.
As duas medidas foram as primeiras na transição Lula-Dilma para tentar conter a aceleração da inflação e o aumento dos gastos públicos.
O descontrole nas despesas do governo está na raiz de muitos dos atuais indicadores negativos. A deterioração se deu para que a economia pudesse ter o forte desempenho no ano eleitoral de 2010, com o PIB (Produto Interno Bruto) crescendo cerca de 7,5%.
Segundo o boletim Focus do BC, o mercado espera um PIB ao redor de 4,5% em 2011. A expectativa é de uma economia mais fria com gastos públicos crescendo menos e o BC subindo o juro básico para conter a inflação.
A tarefa de Dilma de conter o ritmo do crescimento da despesa estatal, porém, é um desafio. Em 2010, a economia efetiva que o governo fez para pagar a dívida pública foi a menor dos anos Lula.
Dilma promete economizar mais. Mas o espaço de manobra ficou pequeno por conta dos gastos crescentes.
Só cerca 8% do gasto não financeiro da União (excluindo juros da dívida pública) são passíveis de corte caso o governo não queira reduzir ainda mais investimentos em infraestrutura (hoje, menos de 1% do PIB).
Com a atividade econômica mais fraca 2011, o governo terá receitas em impostos menores para pagar suas despesas correntes e obrigatórias.

Lula aplaudido ao lado de Sarney

Estou lendo na Folha de São Paulo que Lula deixou Brasília no final da tarde de ontem e foi para São Bernardo do Campo, no ABC paulista.. E quem foi ao lado de Lula? O presidente do Senado José Sarney. E veja que coisa interessante: Lula começou sua jornada rumo à presidência em 1989 soltando os cachorros contra Sarney e termina seu mandato presidencial em 2010 ao lado de Sarney. E o pior é  que ele é recebido com alegria e entusiasmo na sua terra natal. Tem alguma coisa de errado aí. Mas é esta a realidade. Em pensar que um dia Lula disse numa de suas fracassadas campanhas: "No meu palanque corrupto não sobe, no meu governo corrupto não entra". Lula subiu em palanques com corruptos, deixou que corruptos entrassem no seu governo e sai do seu mandato ao lado de um cara que representa não somente corrupção, mas atraso, retrocesso. Não dá para entender certas coisas nestêpaiz. 

A volta dos que não foram

Matéria publicada na Folha de hoje assinada por Catia Seabra.


Minutos após dizer no Congresso que em seu governo "não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito", a presidente Dilma Rousseff cumprimentou no Planalto a pessoa que encarnou tudo isso durante a campanha presidencial: a ex-ministra Erenice Guerra.
Antigo braço direito de Dilma, a ex-chefe da Casa Civil foi afastada após denúncias de tráfico de influência envolvendo sua família. O "Erenicegate", como ficou conhecido o escândalo, ajudou a levar a eleição presidencial para o segundo turno.
Presente também ao coquetel do Itamaraty, Erenice, escanteada por Dilma no auge da crise, ficou numa área do palácio restrita a convidados especiais. "O convite chegou em casa", disse.
Antecessor de Dilma na Casa Civil, José Dirceu também compareceu à posse. Mas optou pela discrição.
"Não vou falar, porque eu falo bobagem. Da última vez que falei, a Evanise [sua mulher] brigou comigo", disse.
Dirceu, deputado cassado no escândalo do mensalão, permaneceu no mesmo lugar no momento em que Dilma se aproximou da área reservada a ex-ministros. Enquanto outros convidados se aglomeravam em torno da presidente, manteve-se no fundo.
Reverenciado por outros convidados, Dirceu deixou o palácio ao lado de Eduardo Campos (PSB), Marcelo Déda (PT) e Teotonio Vilela (PSDB).

Comentário
Este filme eu já vi. Seu título é "A volta dos que não foram". Já passamos o primeiro e o segundo turnos, Dilma Rotock foi eleita, diplomada e ontem, enfim, empossada. Até hoje não foi divulgado o parecer final do processo contra Erenice Guerra. E, pelo visto, não vai sair tão cedo. Já caiu no esquecimento. Ou melhor, só não caiu no esquecimento porque o PIG, o Partido da Imprensa Golpista, não deixa de lembrar. 

O que dizer sobre José Dirceu? É outro que voltou sem nunca ter saído. E é outro que vai meter o dedo no governo que se inicia. 

Dilma promete erradicar a miséria e projeta país de classe média sólida

Na Folha

Dilma Vana Rousseff, 63, tomou posse ontem como a primeira mulher e a 40ª pessoa a ocupar a Presidência da República do Brasil.
Num longo discurso no Congresso Nacional, em que citou o escritor mineiro Guimarães Rosa (1908-1967), Dilma fez várias menções à questão de gênero, louvou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu erradicar a miséria e transformar o Brasil num país de "classe média sólida e empreendedora".
A presidente chorou no final da fala, ao mencionar sua participação na luta armada contra a ditadura e homenagear os que "tombaram pelo caminho". Ela fez menção à tortura ao dizer que suportou as "adversidades mais extremas" infligidas a quem "ousou" "enfrentar o arbítrio". "Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor".
Dilma prometeu ser "rígida" no combate à corrupção. "Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito." Ministros de Lula afastados sob acusação de envolvimento em escândalos, como José Dirceu e Erenice Guerra, foram à posse no Palácio do Planalto.
A forte chuva em Brasília impediu o desfile em carro aberto até o Congresso, mas cessou no trajeto até o Palácio do Planalto e no momento em que Dilma subiu a rampa para receber a faixa presidencial de Lula.
O público que foi à Esplanada dos Ministérios era estimado em 30 mil pessoas pela Polícia Militar. Lula quebrou o protocolo e foi cumprimentar as pessoas.
Amanhã, Dilma comanda a primeira reunião de coordenação de governo. Sete ministros tomam posse hoje. A primeira tarefa é definir o corte no Orçamento, estimado em pelo menos R$ 20 bilhões.
Em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu parceria com Dilma e elogiou a gestão de José Serra.