sábado, 6 de setembro de 2008

Eu ja vi isso antes

Lá em São Paulo Dona Supla mantém a dianteira na pesquisa Datafolha. Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab estão empatados tecnicamente. Já estou prevendo segundo turno entre Dona Supla e Kassab. Alckmin? Ora essa, eu já vi esse filme. Em 2006 ele fez pose de bom moço, não batem em Lula e perdeu feio. Pelo visto, os tucanos não aprenderam nada com os erros do passado. Azar deles.

Marta Suplicy mantém liderança em São Paulo com 40% dos votos, diz Datafolha

Da Folha online


Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pela TV Globo revela que a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, mantém a liderança com 40% das intenções de voto. A pesquisa completa será publicada na edição da Folha deste domingo.

O Datafolha entrevistou 1.091 eleitores nos dias 4 e 5 de setembro de 2008. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo sob o número 02200108-SPPE/2008.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, está com 22% do eleitorado. Em terceiro lugar está o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), com 18%. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais, Alckmin e Kassab estão empatados tecnicamente em terceiro lular.
Segundo Datafolha, Paulo Maluf (PP) está com 8% e Soninha Francine (PPS) está com 3%.
Os candidatos Ciro Moura (PTC), Edmilson Costa (PCB), Ivan Valente (PSOL), Levy Fidelix (PRTB) e Renato Reichmann (PMN) não atingiram 1% das intenções de voto.
Segundo o Datafolha, 4% dos eleitores estão indecisos e 4% pretendem votar em branco.

Culpe Daniel Dantas

Se o Brasil perder para o Chile amanha eu não vou culpar o Anão. Se o São Paulo não conseguir ser campeão este e nem ir para a Libertadores do ano que vem eu não vou culpar o Muricy Ramalho. Vou culpar Daniel Dantas. Ele é o culpado de tudo. Se você tiver algum problema culpe Daniel Dantas.

Volto a repetir

Sempre escrevi aqui: nunca acredite naqueles que dizem que são salvadores do povo, amantes do povo, defensores do povo ou qualquer outra coisa do povo. Volto a escrever e escreverei de novo se for preciso. Mais abaixo tem uma reportagem do Estado de São Paulo que fala que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz que usar carros de luxo apreendidos na Operação Satiagraha. É mesmo? O grande Protógenes querendo usar carros de luxo. Aliás, ele usa uma Land Rover (os petralhas adoram este carro) apreendido da MSI, aquela antiga parceira do Corinthians. A PF abriu uma sindicância sobre o caso.
Relembro um trecho da entrevista que o delegado da PF concedeu à Folha de São Paulo no dia 03 de agosto: Meu comportamento é como o do cidadão que há muitos anos se vê sem solução para situações que ocorrem no país, em especial no combate à corrupção. Esse trabalho foi praticamente um grito que saiu da garganta de todos os brasileiros que se sentiam oprimidos por estarem, aí sim, algemados por poderes que até então não identificamos. A sociedade estava com isso entalado na garganta e fui apenas o instrumento desse povo que se vê oprimido quando tem diante de si vários atos de corrupção, de desvios de recursos públicos.
Fui o porta-voz do grande grito contra a corrupção no país.
Pois é. O “instrumento do povo”, o “porta-voz do grande grito contra a corrupção no país” sai pelas ruas com carros (dos bons) apreendidos nestas operações. Volto a repetir: não acreditem em que se diz salvador do povo, amantes do povo, defensores do povo, “instrumentos do povo” ou “porta-voz do grande grito contra a corrupção no país”. Quero saber se alguém vai dar um grito para o Protógenes devolver a Land Rover.

Lembremos João Saldanha

Quer dizer que o Apedeuta implicou com o Anão da Seleção? Lembremos João Saldanha: Eu não escolho os ministros do presidente e ele não escolhe os meus jogadores.

Falha minha

Ontem errei aqui no blog, mas já foi corrigido. Não foi a propaganda de Iris Rezende que perdeu alguns segundinhos e sim a de Sandy Júnior. Foi o comitê de Iris que pediu a punição. A alegação foi que vereadores pediram votos para Sandy Júnior na primeira semana do horário eleitoral. Mas vereadores aliados a Iris também pediram votos para o candidato a reeleição e o comitê de Sandy Júnior não fez nada. É, desde 2005 que a oposição ao atual prefeito não faz nada.

Alguma surpresa?

Com 71% das intenções voto segundo o Ibope, Iris Rezende (PMDB) caminha para vencer já no primeiro turno. Enquanto isso, Sandy Júnior (PP) patina nos 12%. Martiniano Cavalcante alcançou os 3% e Gilvane Felipe apenas 1%. A rejeição a Iris é muito baixa: 12%, ou seja, a mesma quantidade de Sandy Júnior. Vai ver quem rejeita Iris é quem vai votar em Sandy.
Pelo visto, não vai ser desta vez que Martiniano e Gilvani irão para o segundo turno com Iris.

"Um aborto é igual ao outro" por Diogo Mainardi

Sarah Palin, no congresso do Partido Republicano, prometeu que, se eleita, assumirá o papel de patrona das pessoas com necessidades especiais. Um Santo Egídio na Casa Branca. Um Santo Egídio de batom.
O recém-nascido de Sarah Palin é Down. Seu nome é Trig. Trig rapidamente se tornou uma das principais bandeiras da campanha presidencial americana. Ele é agitado de um lado para o outro, passando de colo em colo, de palco em palco. Sarah Palin descobriu que Trig era portador de síndrome de Down durante a gravidez. Em vez de abortá-lo, foi adiante com a gravidez mesmo assim.
Sarah Palin é contrária ao aborto. Me incomoda um tantinho que seus partidários e opositores sempre associem Trig a esse fato. Ter a síndrome de Down parece qualificá-lo automaticamente para um aborto. Os partidários de Sarah Palin interpretam a escolha de ter parido Trig como um sinal de grandeza. Seus opositores a interpretam como um sinal de obtusidade religiosa. Mas abortar Trig teria sido igual a abortar Track, ou Bristol, ou Piper, ou Willow. Um aborto é igual ao outro.
Eu entendo do assunto. Tenho dois filhos. Como Sarah Palin, agito-os de um lado para o outro, de artigo em artigo. Ela tem Track e Trig, eu tenho Tito e Nico. Tito passou por todos os testes pré-natais. Naquele tempo, eu era um palerma, e o teria abortado até mesmo se seu ultra-som mostrasse algo simples como um pé chato. Na hora do parto, devido a uma barbeiragem médica, Tito sofreu uma paralisia cerebral. Isso mudou tudo. Eu mudei. Quando decidimos ter outro filho – Nico –, perguntei-me se o abortaria caso os testes pré-natais indicassem alguma anomalia, por mais séria que fosse. A resposta: jamais. Jamais? Jamais.
Do Alasca para a Inglaterra. David Cameron, líder do Partido Conservador, tem um filho com paralisia cerebral. Seu nome é Ivan. Como Sarah Palin e eu, David Cameron agita Ivan de um lado para o outro, de reportagem em reportagem. Ele argumenta que seu caso pessoal pode ajudar a esclarecer algumas de suas idéias políticas. Ao contrário da maioria de seus correligionários, ele defende a liberdade de abortar até a 39ª semana de gravidez, em caso de fetos defeituosos, e só até a vigésima semana, em caso de fetos sem defeitos. Ele está disposto a estabelecer – por lei – uma disparidade hedionda.
O nazismo matou mais de 70 000 deficientes físicos e mentais nas câmaras de gás. Os princípios da SS vingaram. Agora os testes pré-natais permitem determinar quem pode viver e quem pode morrer. É um Aktion 14F13 intra-uterino.
O aborto é uma escolha puramente pessoal. Todos deveriam ser livres para fazer o que bem entendem. É uma estupidez legislar demais sobre o tema. O STF, em meio aos grampos, julga os casos de aborto de anencéfalos, mas o fato é que, no Brasil, qualquer um que queira abortar, aborta, na vigésima ou na 39ª semana de gravidez. O que é moralmente repugnante é o conceito de que alguns merecem ser abortados mais do que outros. Trig. Tito. Ivan.

Delegado quer usar na PF carros de luxo apreendidos

Por José Maria Tomazela
no Estado de São Paulo

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que foi responsável pela Operação Satiagraha, pediu à Justiça que os 17 veículos apreendidos na ação fossem colocados à sua disposição e de outros policiais da equipe de investigação "para uso em serviço e segurança pessoal".O pedido, feito no dia 15 de julho, incluiu automóveis esportivos - como dois Porsches 911 Carrera, um preto, outro cinza, avaliados respectivamente em R$ 300 mil e R$ 350 mil - e carros de luxo, como um Audi Q7 avaliado em R$ 260 mil, um Mercedes Benz E320 de R$ 160 mil e um Chrysler 300C de valor estimado em R$ 140 mil. O uso dos carros foi autorizado pelo juiz substituto da 6ª Vara Criminal Federal, Márcio Rached.Todos os veículos, inclusive uma motocicleta Piaggio MPB, avaliada em R$ 35 mil, são importados. Os carros, de valor total calculado em cerca de R$ 1,8 milhão, pertencem a empresas e pessoas ligadas ao banqueiro e fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, e ao investidor financeiro Naji Nahas, presos na Operação Satiagraha e depois libertados.A frota foi colocada à disposição da Delegacia de Inteligência da Polícia Federal, mas uma parte permanece no pátio da superintendência da corporação, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. A PF não informou quais carros estão em uso nem para que finalidade, alegando que o inquérito do caso corre em segredo de Justiça.A Operação Satiagraha foi deflagrada em julho pela polícia para desmontar esquema que desviava verbas públicas e usava informação privilegiada para agir no mercado financeiro. Na ocasião, Dantas e Nahas, além do ex-prefeito Celso Pitta, foram presos. Hoje, estão soltos.A reportagem constatou que apenas os dois Porsches estão cobertos com uma manta. Os outros carros estão em locais descobertos, ao lado de centenas de outros veículos apreendidos. Também estão à disposição dos federais um Mini Cooper S, avaliado em R$ 130 mil, um Honda Accord V6 (R$ 80 mil) e um Gol 1.6 (R$ 26 mil).No ofício à Justiça, o delegado informa o cumprimento dos mandados de busca e apreensão dos veículos, "objetivando recompor prejuízos advindos da possível lavagem de dinheiro, crimes financeiros e outros, com indícios perpetrados pela referida organização criminosa".Após relacionar e identificar as unidades apreendidas, Protógenes pede que, na decisão, o juiz indique o uso "em serviço e segurança pessoal dos membros e familiares dos policiais que integraram a equipe de investigação da Operação Satiagraha". O requerimento não explica como seria feita a segurança dos familiares dos policiais com o uso de carros como o Porsche. O delegado pediu, ainda, para ter a guarda judicial dos veículos como "fiel depositário", revezando a utilização com os outros policiais que participaram da operação. No mês passado, a cúpula da PF em São Paulo abriu sindicância para apurar o uso por Protógenes de um Land Rover preto, blindado, apreendido da empresa MSI Licenciamentos, ex-parceira do Corinthians. O carro, modelo 2005, é avaliado em R$ 255 mil e estava sob custódia do delegado desde 7 de dezembro de 2007, depois que a Operação Perestroika, também chefiada por ele, devassou a parceria MSI/Corinthians por crimes de lavagem de dinheiro.A Land Rover foi levada ao pátio da PF depois que o delegado se transferiu para Brasília para fazer um curso, após deixar o comando da Operação Satiagraha.

Ninguém está condenando isso

Pronto! Já estão desviando o foco da escuta ilegal que grampeou uma conversa entre o presidente do STF Gilmar Mendes e o senador do DEMO Demóstenes Torres (GO). Estão dizendo por aí que isso é grave, mas que não é uma crise institucional. Dizem por aí que isso é grave, mas que esta escuta ilegal foi armada para atacar a Polícia Federal que estava utilizando de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça para prender os envolvidos em crime de colarinho branco. Epa! Ninguém aqui está condenado o trabalho da PF. O que se condena (e isso tem que ser deixado bem claro) é a escuta ilegal que captou a conversa entre Mendes e Torres. Tudo tem que ser feito dentro da legalidade. E o que é ilegal deve ser punido.

PS: Alguém sabe me dizer por onde anda Zuleido Veras, o empreiteiro acusado pela Polícia Federal de chefiar um esquema de desvio de verbas do programa “Luz para todos”?

Espião do caso Correio é investigado

Por Tânia Monteiro
no Estado de São Paulo

O ex-funcionário do Serviço Nacional de Inteligência (SNI) e da Agência Brasileira de Informações (Abin) Jairo Martins de Souza, personagem da CPI dos Correios, que gravou a fita mostrando Maurício Marinho recebendo propina, é um dos alvos da investigação paralela que está sendo feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no caso do grampo feito nas conversas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-TO).O ex-araponga entrou para o rol de suspeitos do GSI porque possui, além do histórico de gravações clandestinas, uma vasta rede de contatos na Abin e no mercado negro da bisbilhotagem. Na CPI dos Correios, Martins de Souza relatou que mantinha contatos com a seção responsável pelas operações especiais da Abin. Ele não foi localizado ontem pela reportagem. A versão de que o grampo foi feito por um personagem externo à Abin, sem vínculos formais com a agência, interessa ao GSI. Por isso, a Polícia Federal, que investiga oficialmente o caso, aposta também em outras linhas de investigação.No entanto, para amainar a crise entre Abin e PF, o ministro-chefe do GSI, general Jorge Armando Félix, pediu que policiais federais examinem os equipamentos da Abin, que já foram periciados pelos técnicos do Exército, para que atestem se eles podem ou não fazer escuta. A solicitação foi apresentada aos dois delegados que investigam o caso, durante visita deles ao ministro, no Planalto.O primeiro laudo, elaborado por três técnicos do Exército, concluiu que dois dos equipamentos da Abin podem ser usados para escuta telefônica, desde que acoplados a outros, conforme antecipou o Estado.O GSI e a própria Abin não concordaram com a forma como foi redigido o laudo, alegando que o objetivo dos equipamentos é fazer varredura e que, a priori, os equipamentos não podem fazer grampo, já que precisariam estar integrados a outros para isso.Para evitar novas polêmicas, além de pedir o novo laudo, o GSI decidiu não divulgar o que está pronto, em suas mãos. Vai encaminhá-lo à CPI, com a tarja de "sigiloso". O GSI insiste que o equipamento foi comprado com o objetivo de fazer varredura e que este é o emprego que a Abin dá a ele.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo informado do desenrolar dos acontecimentos por várias frentes. Lula continua convencido de que Paulo Lacerda, diretor afastado da Abin, é o principal alvo dos autores do grampo.
PRISÃO
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, defendeu ontem no Rio a criminalização da posse de equipamentos para grampos. "Nossa proposta é para além daquele que seja pego fazendo uma interceptação. É para aquele que porte equipamentos para uma interceptação telefônica, uma interceptação ambiental, para uma invasão de privacidade do cidadão e que não esteja legalmente autorizado a fazê-lo, que possa ser preso e punido."Questionado se incluiria entre os possíveis presos agentes da Abin, que não podem realizar escutas, Corrêa respondeu: "Nossa proposta é esta. Quem não tiver autorização e estiver portando (equipamento) será preso em flagrante".O diretor não quis comentar as linhas de investigação do inquérito instaurado para apurar o grampo que captou a conversa entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres. "Não estamos investigando pessoas nem instituições, estamos investigando o fato. A partir deste fato, qualquer pessoa, independentemente de ser agente público ou não, que for identificada como autora será alcançada e responsabilizada", afirmou.

Para promessa de metrô, Marta precisa de 2 PACs

Por Sérgio Gobetti
no Estado de São Paulo

A ex-ministra e atual candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, precisaria de quase dois PACs dedicados exclusivamente a ela para poder concretizar a promessa de construir 60 quilômetros de metrô na capital até 2014, ano da Copa do Mundo. O PAC é a sigla utilizada pelo governo federal para se referir ao Programa de Aceleração do Crescimento, que destina verbas federais para os projetos prioritários do País.Em 2008, o governo chegou a reservar R$ 17,9 bilhões de seu Orçamento para os investimentos do PAC, mas ainda não utilizou nem metade disso.A construção de 60 quilômetros de metrô pode custar cerca de R$ 30 bilhões, se considerado o gasto médio na construção do trecho Alto do Ipiranga-Vila Prudente, que está sendo feita pelo governo do Estado.A construção dos 4,3 quilômetros desse trecho é orçada, segundo números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a obra, em R$ 2,1 bilhões. Ou seja, são aproximadamente R$ 489 milhões para cada quilômetro. Do valor total dessa obra, o BNDES deve contribuir com R$ 1,57 bilhão, mas só foram liberados até agora R$ 64,1 milhões.A Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), estatal dependente da União, também está participando do esforço de construção desse trecho do metrô paulistano.Neste ano, a empresa já liberou R$ 229,5 milhões a fundo perdido e deve liberar mais R$ 40,5 milhões até o final do ano, segundo a diretoria financeira. Ou seja, faltariam R$ 256 milhões a serem bancados diretamente dos cofres estaduais.De acordo com a CBTU, esta é a primeira vez que o metrô de São Paulo recebe recursos do Orçamento da União via estatal. Na verdade, os valores foram previstos em 2007 e só começaram a ser pagos efetivamente neste ano.No Orçamento de 2008 não há nenhuma previsão de mais dinheiro para o metrô de São Paulo. E o Orçamento de 2009, embora enviado ao Congresso, ainda não foi dividido entre os vários metrôs.Atualmente, a CBTU administra os metrôs de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Maceió (AL) e faz investimentos esporádicos nos de Fortaleza (CE), Salvador (BA) e São Paulo.O BNDES, por sua vez, já aprovou três diferentes financiamentos para o metrô paulistano desde 2002, num total de R$ 2,1 bilhões, dos quais R$ 661 milhões liberados até agora.Ou seja, em seis anos, o governo federal - por meio do BNDES ou da CBTU - transferiram menos de R$ 1 bilhão para as obras de metrô na capital paulista, o que representa 30 vezes menos do que Marta precisa para atingir sua meta até 2014.

Alckmin e Kassab atacam plano de Dilma para metrô

Na Folha de São Paulo

Tema central da campanha de Marta Suplicy (PT) à prefeitura, a promessa de injeção de dinheiro do governo federal na expansão do metrô paulistano a partir do ano que vem se transformou em arma dos adversários, que tentam desqualificar o discurso da ex-prefeita.Ontem, dia em que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi ao programa de rádio de Marta para dizer que a União "financiará" novas linhas, Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), num raro momento de sintonia, correram para frisar que, se a verba sair, não será de graça, e sim em forma de empréstimo.Ao longo da campanha, Marta tem dito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai "colocar" dinheiro no metrô.A Folha revelou nesta semana que a proposta de Orçamento da União para 2009, no entanto, não prevê tal aporte. Dilma, então, foi convocada pela campanha petista para explicar que dinheiro sairá em forma de financiamento via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal.Embora os empréstimos de agentes de desenvolvimento sejam mais vantajosos do que os da iniciativa privada, Kassab aproveitou para explorar o fato de que o governo do Estado terá, no fim, de pagar por esse dinheiro, com aplicação de juros."É inédito. O compromisso da candidata sendo desmoralizado antes mesmo de ela tentar ser eleita", ironizou o prefeito."A candidata do PT falou, falou, falou que o governo federal ia pôr meio bilhão por ano no metrô e o Orçamento foi enviado com recurso para várias capitais brasileiras, e São Paulo tem zero", insistiu Alckmin.O tucano repetiu que a Caixa e o BNDES "fazem financiamento". "Não é recurso federal para metrô, é totalmente diferente", disse o ex-governador.No programa de rádio de Marta, o locutor simula receber uma ligação de Dilma. "Andam dizendo que o presidente Lula não está interessado em ajudar a resolver o problema de transporte e trânsito em São Paulo", diz ele. A ministra responde: "Como é que nós não trataríamos de um dos problemas mais graves? Eu explico, é fácil de entender. Os primeiros recursos não são do Orçamento, são financiamentos".A ministra ainda ressalta: "Olha, São Paulo pode ficar tranqüila no que depender do presidente Lula". Marta interage: "São Paulo agradece o seu apoio e o do presidente Lula."
Esforço concentrado
O PT vai contar com forte ajuda federal na ofensiva que programou para os 15 últimos dias da campanha de Marta.O partido negocia novos eventos com Lula. Um está praticamente confirmado para o dia 20, em Brasilândia, zona noroeste. Petistas ainda tentam acertar sua ida a mais quatro comícios, nos dias 27 e 28, nos extremos leste e sul.Além disso, ministros vão intensificar ações com Marta. Depois da participação de Dilma no programa de rádio, hoje é a vez de Tarso Genro (Justiça) ter agenda com a ex-prefeita. Na segunda, será a vez de Paulo Vannuchi (Direitos Humanos).Lula já andou em carro aberto e fez comício com a petista no extremo leste, sábado passado. Na zona noroeste, palco da nova aparição do presidente, a petista promete construir um hospital. O plano de Marta para o metrô chega até Cachoeirinha, bairro da mesma região.

Quem pode tenta fugir do "grampo"

Por Márcio Falcão
no Jornal do Brasil

O receio de políticos, empresários e profissionais liberais em geral movimentou na última semana o mercado de produtos anti-grampo em Brasília e São Paulo. Empresas especializadas em garantir privacidade tiveram um aumento de até 40% na procura por serviços – como varredura, equipamentos de segurança e blindagem acústica – para o mundo político e empresarial. Mas são os celulares anti-grampo que conquistaram o posto de vedete do momento. Depois da divulgação de um diálogo entre autoridades que comprovariam escutas ilegais, foram vendidas, em apenas uma loja, 30 unidades do aparelho.
O sistema não é simples, mas os técnicos garantem que é a forma mais segura de se falar ao telefone. O celular anti-grampo possui um chip e um software de criptografia, que codificam as conversas e as mensagens de texto. No momento em que o usuário faz uma ligação, o sistema transforma a voz em dados. Como a maior parte dos grampos é feita através das ondas e milhões de dados vão sendo alterados por segundo pelo sistema, fica praticamente inviável grampear. O novo mino custa em média de R$ 1,4 mil.

Vinte anos

Os fornecedores sustentam que o recurso é o mais seguro porque consegue bloquear até mesmo o grampo realizado pela operadora de telefonia do cliente se os dois aparelhos que estiverem em uso possuírem o sistema. Hoje, os celulares são fáceis de serem grampeados, especialmente durante a comunicação entre o aparelho e a torre. Com a criptografia, calcula-se que se alguém captar a conversa poderá levar até 20 anos para conseguir decifrar.
- A garantia de sigilo aplica-se para qualquer tentativa de escuta, uma vez que estamos aplicando a cifragem nas duas pontas da conversa - explica Jorge Maia, diretor de tecnologia da B2T - Business Technology, pioneira na oferta desse tipo de serviço, que tem entre os clientes, a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores.
Na avaliação dos especialistas, mesmo diante da ação de uma maleta como a que teria a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - suspeita de envolvimento no grampo contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) -, o diálogo estaria protegido e, no máximo, o aparelho conseguiria captar ruídos.
Além dos celulares, há procura pelas salas com blindagem acústica. Mas foram poucos os contratos realmente assinados. O motivo: o cliente tem que desembolsar entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, dependendo do tipo de serviço que deseja. A sala básica é totalmente revestida e passa por uma série de adaptações. As paredes ganham metal para evitar a transmissão de sinais elétricos. Fica proibido qualquer tipo de adereço e até mesmo objetos, como computador e telefones, que podem esconder um aparelho para a escuta ambiental. Também pode fazer parte do kit um sistema que bloqueia gravadores, inclusive os digitais, e um gerador de ruído de leve intensidade.
– É tecnologia de ponta a serviço de um direito do cidadão garantido na Constituição - avalia Maia.

Reações

Mesmo com toda essa movimentação, os políticos são discretos ao falar das medidas de prevenção que estão assumindo e chegam a levar o assunto na brincadeira. O vice-líder do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), conta que recomendou aos colegas que sejam mais claros durante as ligações sem utilizar expressões que possam ter dupla interpretação.
– Antes eu ligava e simplesmente falava: olha consegui R$ 100 mil para você - afirma Aleluia. – Agora, faço tudo nos mínimos detalhes: olha consegui R$ 100 mil para sua campanha, tudo com nota fiscal e dentro da lei.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) também prefere tratar o tema com descontração.
– Todo mundo está grampeado – afirma. – Eu já até me acostumei e passei a dar bom dia para eles (arapongas).
O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), no entanto, garante que não adotou medidas preventivas.
– Não temos que nos prevenir - justifica. – Estes criminosos é que precisam ser presos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Eles na TV

Sandy Júnior (PP) abriu o horário político hoje falando em infra-estrutura. Mostrou os carnês de IPTU que, segundo a propaganda, aumentaram 2000% depois que o asfalto chegou às ruas de terra. Sandy prometeu muita coisa. Desde a construção do Hospital Municipal de Goiânia até o metrô no Eixo Anhanguera. Se as pesquisas estiverem erradas e Sandy vencer Iris Rezende quero ver se ele terá coragem de peitar os donos das empresas de transporte coletivo para construir metrô. Ah, é bom lembrar que nas cidades que contam com o metrô não há conforto e o passageiro sofre com a demora. Quer ver como anda o metrô de São Paulo? É só assistir ao Brasil Urgente com José Luiz Datena. Ele falou também que vai fazer asfalto, mas não vai aumentar imposto. Se as pesquisas estiverem erradas e Sandy for eleito já imagino ele falando que tem dinheiro para o asfalto, mas não tem para o metrô e vice-versa.
Outra vez a propaganda de Iris Rezende (PMDB) mostrou pessoas felizes que não sabem a quem agradecem primeiro: a Deus ou a Iris. O programa falou sobre ação social. Iris disse que reduziu o número de crianças abandonadas nas ruas. Será? Dê uma voltinha pelas ruas e você verá que não é bem assim. Foi muito otimismo para uma área que não está tão bem assim. Mas, o que esperar de uma propaganda eleitoral de um candidato à reeleição.
Gilvane Felipe (PPS) voltou a falar sobre a reforma tributária. Falou que a culpa dos comerciantes pagarem mais impostos é da atual administração. Mas espere um pouco. A reforma tributária não está empacada lá no Congresso Nacional? É preciso ser criativo e belo para compreender as propostas de Gilvane.
Fechando o horário eleitoral Martiniano Cavalcante (PSOL), assim como Sandy Júnior, criticou o aumento do IPTU por conta do asfalto. Criticou também o fato do imposto cobrado no Jardim Curitiba ser o mesmo cobrado no Alfaville. É o aquela idéia socialista atrasada de que a culpa de tudo é do rico. Martiniano até que melhorou seu programa eleitoral comparado com as eleições anteriores. Só falta alguém avisar para ele que este negócio de socialismo acabou.

Os melhores amigos de Lula

Como um governante ficaria feliz se tivesse uma oposição composta pelo PSDB. O DEMO até que tenta ser oposição, mas fica no meio do caminho. O PPS a mesma coisa. Leio no Blog do Josias que o PSDB articula uma conversa em segredo com Lula. Por que em segredo? Do que adianta aparecer na televisão dizendo que a Abin parece com a polícia nazista de Hitler se marca encontro com o comandante dos orelhudos? A cada dia que passa chego a conclusão de que os melhores amigos de Lula são os tucanos. Basta ver que, no auge do escândalo do mensalão, Lula telefonava para Fernando Henrique Cardoso pedindo ajuda. Oposição ao lulo-petralhismo só aqui na internet.

Perfil na Folha online - Martiniano Cavalcante (PSOL)

Dez perguntas para o candidato


Tem sido comum candidatos usarem a campanha à prefeitura e mesmo a eleição como trampolim para se candidatar posteriormente ao governo do Estado. Caso seja eleito, você se compromete a cumprir o mandato até o fim?
Se for eleito, pretendo cumprir o mandato.


A cidade, ao longo de sua história, se desenvolveu de uma maneira dispersa, avançando sobre áreas rurais afastadas. A distância prejudica o cidadão que acaba morando longe do emprego e faz com que o Estado tenha que construir uma estrutura cada vez maior. Como remediar essa situação?

O quadro descrito, além de sacrificar a população da periferia, contribui para o agravamento do trânsito, já que a população tem que se deslocar para o centro. Com a regulamentação do imposto progressivo, podemos coibir a especulação imobiliária e reduzir os preços dos lotes vazios, induzindo o adensamento populacional através da regulação do uso do solo e de política tributária específica para estas regiões.

O déficit habitacional na cidade é estimado em 31 mil. De que forma a prefeitura irá atuar para solucionar o problema?

Vamos zerar o déficit habitacional com os mecanismos legais e o imposto progressivo para reduzir o custo dos terrenos. Criaremos o Fundo Municipal da Habitação com recursos do Tesouro Municipal e programas de construção solidária, com os próprios beneficiários na condição de trabalhadores. Buscaremos os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), junto à Caixa Econômica Federal. A prefeitura assumirá o papel de agente econômico das famílias de baixa renda.

A criminalidade no município é uma das principais preocupações da população. A Rotam, da PM de Goiás, que deveria combater o crime, ficou conhecida por suas ações violentas. Que medidas, na sua visão, faltam ser feitas pela prefeitura para ajudar o governo do Estado a melhorar essa situação?

A prefeitura é responsável indireta pela violência. A debilidade na educação contribui para que a juventude seja protagonista de parte da criminalidade. Nossa proposta para o combate à violência é a realização de uma revolução educacional. Ensino fundamental com período integral e educação complementar de jovens e adultos que estejam fora da escola.

Estimativas mostram que a cidade tem a maior taxa de carros por habitante do país. O que você pretende fazer para evitar um colapso no sistema viário da cidade?

As primeiras medidas devem reduzir a necessidade de deslocamento da população, isto só pode ser feito com a auto-suficiência de serviços nas periferias. É necessário implantar os corredores para os ônibus, com semáforos sincronizados. Pretendemos criar o Fundo Municipal de Transporte e Trânsito com recursos do Tesouro, das multas, do IPVA e das taxas de estacionamento pago. O fundo deverá custear os investimentos em transporte coletivo e trânsito.

Qual o principal problema do município e que solução você propõe?

O principal problema é a saúde. Os salários são baixos, o quadro de pessoal e a rede física são insuficientes. Proponho a gestão coletiva através da qual os profissionais de carreira elegerão o secretário da Saúde e todo o corpo dirigente. É preciso alterar o Programa de Saúde da Família e o combate às endemias, dotando-os de caráter preventivo. Vamos exigir da Agência Nacional de Saúde o ressarcimento dos recursos gastos com pacientes de outros municípios e com atendimentos realizados para clientes de planos de saúde.

Apóia o aumento do limite de endividamento dos municípios previsto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), hoje de 120% da receita corrente líquida?

A Lei da Responsabilidade Fiscal é a "Lei da Irresponsabilidade Social". Garantiu o aprisionamento do orçamento ao pagamento de juros de uma dívida pública fictícia, criada e ampliada devido à aplicação de juros com taxas elevadas.

É a favor da aprovação de uma nova CPMF? Por quê?

Não, é um imposto regressivo que penaliza os mais pobres.

Concorda com a candidatura de pessoas que respondem a processo na Justiça?

Depende do caso e do tipo de processo. Eu fui processado dezenas de vezes pelo ex-governador Marconi Perillo, com base da lei de imprensa de 1967. Ao final dos processos fui absolvido em todos. Não seria justo se eu perdesse meus direitos políticos, mesmo quando respondia processos.

A Guarda Municipal deveria ter poder de polícia?

Não, ela pode e deve realizar uma política de vigilância educativa nas escolas municipais e nos equipamentos urbanos, sem assumir o caráter de repressão armada, nem o poder de prisão.
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Perfil na Folha online - Gilvane Felipe (PPS)

Dez perguntas para o candidato


Tem sido comum candidatos usarem a campanha à prefeitura e mesmo a eleição como trampolim para se candidatar posteriormente ao governo do Estado. Caso seja eleito, você se compromete a cumprir o mandato até o fim?
Registrarei em cartório que, uma vez eleito, cumprirei integralmente o mandato de prefeito de Goiânia. Vou além, acredito que os parlamentares que quisessem se candidatar no decorrer de seu mandato deveriam ser obrigados a renunciar.


A cidade, ao longo de sua história, se desenvolveu de uma maneira dispersa, avançando sobre áreas rurais afastadas. A distância prejudica o cidadão que acaba morando longe do emprego e faz com que o Estado tenha que construir uma estrutura cada vez maior. Como remediar essa situação?

A cidade tem que crescer de maneira integral. A prefeitura pode estimular a oferta de empregos com incentivos a empresas que se instalem nas regiões mais afastadas, logicamente contemplando os aspectos do plano diretor. Áreas habitacionais podem conviver com empresas prestadoras de serviços, de tecnologia e de produção limpa.

O déficit habitacional na cidade é estimado em 31 mil. De que forma a prefeitura irá atuar para solucionar o problema?

A falta de moradias não é necessariamente um problema exclusivo da prefeitura, mas cabe ao município o papel de promover junto ao Estado e à União uma busca de soluções que envolva habitação, mobilidade e empregabilidade. As soluções devem passar pelos financiamentos, ou até mesmo por moeda para compensações ambientais e sociais.

A criminalidade no município é uma das principais preocupações da população. A Rotam, da PM de Goiás, que deveria combater o crime, ficou conhecida por suas ações violentas. Que medidas, na sua visão, faltam ser feitas pela prefeitura para ajudar o governo do Estado a melhorar essa situação?

As prefeituras não têm a atribuição de interferir nas questões referentes à segurança pública, entretanto, o município não pode continuar omisso. Uma Guarda Municipal preparada, equipada, remunerada e armada, quando necessário, tem condições de intervir rapidamente e com isso assegurar o livre acesso e permanência do cidadão nos espaços públicos.

Estimativas mostram que a cidade tem a maior taxa de carros por habitante do país. O que você pretende fazer para evitar um colapso no sistema viário da cidade?

A solução continua sendo o transporte coletivo de qualidade. Em Goiânia, temos um transporte coletivo sofrível. Intervenções de engenharia nas vias públicas são ferramentas, mas não podem ser as únicas. Outro aspecto é a educação para o trânsito, mudando mentalidades individualistas. A implantação do metrô é necessária. Trata-se de um meio de transporte ágil, seguro e viável.

Qual o principal problema do município e que solução você propõe?

O problema que mais prejudica a qualidade de vida em Cuiabá é o trânsito. Propomos exigir o cumprimento dos contratos de concessão do transporte coletivo urbano com uma fiscalização rigorosa. Elaboração de um plano de mobilidade para a região metropolitana. Implantação de sistema de monitoramento do trânsito, com a utilização de tecnologia, dentre outras medidas.

Apóia o aumento do limite de endividamento dos municípios previsto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), hoje de 120% da receita corrente líquida?

Não, sou favorável que o gestor tenha sempre como meta não gastar mais do que se arrecada.

É a favor da aprovação de uma nova CPMF? Por quê?

Sou contra a aprovação de uma nova CPMF. Os governos precisam aprender a gastar melhor os recursos que já dispõem.

Concorda com a candidatura de pessoas que respondem a processo na Justiça?

Acredito que a não aceitação de candidaturas deveria ser aplicada apenas aos casos já julgados pela Justiça. Se não for assim, poderíamos estimular a criação de falsos processos judiciais apenas com o objetivo de impedir candidaturas.

A Guarda Municipal deveria ter poder de polícia?

Sim, principalmente nas capitais e nas cidades com mais de 200 mil habitantes. Entretanto, para que ela tenha tal poder, é necessário promover alteração no artigo 144 da Constituição Federal. Hoje, a Guarda Municipal somente pode ser utilizada para a proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios.
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Perfil na Folha online - Sandy Júnior (PP)

Dez perguntas para o candidato

Tem sido comum candidatos usarem a campanha à prefeitura e mesmo a eleição como trampolim para se candidatar posteriormente ao governo do Estado. Caso seja eleito, você se compromete a cumprir o mandato até o fim?

Reafirmo meu compromisso de cumprir integralmente todo o mandato de prefeito, caso seja eleito.

A cidade, ao longo de sua história, se desenvolveu de uma maneira dispersa, avançando sobre áreas rurais afastadas. A distância prejudica o cidadão que acaba morando longe do emprego e faz com que o Estado tenha que construir uma estrutura cada vez maior. Como remediar essa situação?

O crescimento foi feito em cima de loteamentos com traçados urbanísticos variados e com ocupações de áreas públicas e fundos de vales. O município enfrenta ainda um processo de conurbação. Nossa principal proposta é a construção de um metrô. Pretendemos apresentar uma proposta para a cidade, com vias expressas e novas avenidas que contemplem o transporte coletivo, levando em consideração o tamanho da cidade daqui a 20 anos.

O déficit habitacional na cidade é estimado em 31 mil. De que forma a prefeitura irá atuar para solucionar o problema?

Pretendemos atacar o problema com ações conjuntas que incluam financiamentos advindos do governo federal, programas de construção com apoio técnico da prefeitura e combate à especulação imobiliária.

A criminalidade no município é uma das principais preocupações da população. A Rotam, da PM de Goiás, que deveria combater o crime, ficou conhecida por suas ações violentas. Que medidas, na sua visão, faltam ser feitas pela prefeitura para ajudar o governo do Estado a melhorar essa situação?

Pretendemos atuar com inteligência. Vamos ampliar o sistema de monitoramento com câmaras em vias onde ocorrem mais denúncias de violências e estruturar um sistema conjunto com a polícia para uso destas informações.

Estimativas mostram que a cidade tem a maior taxa de carros por habitante do país. O que você pretende fazer para evitar um colapso no sistema viário da cidade?

Nossa proposta, baseada em estudos técnicos, prevê a construção de metrô em duas etapas. A primeira no sentido leste-oeste, aproveitando o leito do corredor exclusivo de ônibus já existente. Na segunda etapa, pretendemos fazer a linha norte-sul. O projeto já existe no governo estadual. Com isso ganhamos tempo para refazer o traçado urbanístico da cidade.

Qual o principal problema do município e que solução você propõe?

O principal problema é o transporte. Já apresentamos as propostas em resposta anterior.

Apóia o aumento do limite de endividamento dos municípios previsto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), hoje de 120% da receita corrente líquida?

Sim, mas precisamos ter acesso primeiro ao perfil da dívida atual da prefeitura e dos gastos efetivos que ela possui para traçarmos uma analise completa da questão, e aí, emitirmos um posicionamento definitivo.

É a favor da aprovação de uma nova CPMF? Por quê?

Precisamos ter mais recursos destinados exclusivamente para a área da saúde. A proposta da CSS (Contribuição Social para a Saúde) é interessante e merece ser mais discutida.

Concorda com a candidatura de pessoas que respondem a processo na Justiça?

Como advogado, eu acredito que a Justiça deve dar chance para a pessoa mostrar sua inocência.

A Guarda Municipal deveria ter poder de polícia?

A Guarda Municipal deve atuar como colaboradora das polícias Civil e Militar. Nossa proposta é melhorar o treinamento de nossos guardas e equipá-los com rádios e telefones para que possam fazer parte de uma ampla rede de informação, diminuindo o tempo de atendimento das ocorrências.
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Perfil na Folha online - Iris Rezende (PMDB)

Dez perguntas para o candidato

Tem sido comum candidatos usarem a campanha à prefeitura e mesmo a eleição como trampolim para se candidatar posteriormente ao governo do Estado. Caso seja eleito, você se compromete a cumprir o mandato até o fim?

Em 2004, meus adversários afirmavam que eu sairia candidato ao governo dois anos depois. Respondi que meu compromisso com Goiânia seria de quatro anos e, quem sabe, até oito anos. Desta forma, reafirmo a disposição de continuar contribuindo com o desenvolvimento de Goiânia.

A cidade, ao longo de sua história, se desenvolveu de uma maneira dispersa, avançando sobre áreas rurais afastadas. A distância prejudica o cidadão que acaba morando longe do emprego e faz com que o Estado tenha que construir uma estrutura cada vez maior. Como remediar essa situação?

Um novo plano diretor foi aprovado em 2007, após 40 anos, e o objetivo é disciplinar a ocupação das áreas, priorizando a formação de novos centros comerciais e residenciais.

O déficit habitacional na cidade é estimado em 31 mil. De que forma a prefeitura irá atuar para solucionar o problema?

Em parceria com o governo federal, a Prefeitura de Goiânia já iniciou a construção de 5.000 casas até o final deste ano. O poder público municipal está fazendo a sua parte e a intenção é construir milhares de casas por ano para atender as pessoas menos favorecidas.

A criminalidade no município é uma das principais preocupações da população. A Rotam, da PM de Goiás, que deveria combater o crime, ficou conhecida por suas ações violentas. Que medidas, na sua visão, faltam ser feitas pela prefeitura para ajudar o governo do Estado a melhorar essa situação?

O trabalho de urbanização e iluminação pública da Prefeitura de Goiânia tem sido um grande aliado da Polícia Militar no combate à criminalidade. Prefeitura e PM também estão acertando detalhes para a instalação de unidades de atendimento ao cidadão em diversos pontos da cidade, começando pela região central.

Estimativas mostram que a cidade tem a maior taxa de carros por habitante do país. O que você pretende fazer para evitar um colapso no sistema viário da cidade?

A recente licitação do transporte coletivo vem proporcionando a renovação da frota, reforma e construção de terminais, abertura de corredores exclusivos, implantação do transporte seletivo e "corujão" nas madrugadas. Paralelamente, iniciamos a construção de viadutos, elevados e trincheiras em pontos de estrangulamento das áreas centrais e nas rodovias federais que cortam a cidade.

Qual o principal problema do município e que solução você propõe?

Não existe um problema principal, todos devem ser atacados com a mesma intensidade. Todas as áreas da administração necessitam do mesmo tratamento.

Apóia o aumento do limite de endividamento dos municípios previsto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), hoje de 120% da receita corrente líquida?

Sou favorável a uma melhor e mais justa distribuição dos recursos federais aos Estados e aos municípios. Vou utilizar como exemplo os gastos com saúde. União, Estados e municípios são responsáveis por atacar o problema, mas ninguém consegue a almejada eficiência. Exatamente pela burocracia e pela falta de sintonia entre os poderes.

É a favor da aprovação de uma nova CPMF? Por quê?

Sou favorável desde que os recursos sejam realmente destinados para a saúde.

Concorda com a candidatura de pessoas que respondem a processo na Justiça?

Ainda não tenho uma opinião formada. Venho acompanhando várias interpretações a respeito e confesso que estou dividido em relação ao tema.

A Guarda Municipal deveria ter poder de polícia?

Participei de inúmeros debates sobre o tema quando presidi a Comissão Mista de Segurança Pública do Congresso Nacional. Depois de ouvir todas as partes envolvidas, entendo que a Guarda Municipal somente deve ter seus poderes ampliados se passar por amplo treinamento e acompanhamento da Polícia Militar.
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E o Marconi?

O Diário da Manhã de hoje noticia que os deputados federais Ronaldo Caiado (DEMO), Jovair Arantes (PTB) e Sandro Mabel (PR) e o senador Demóstenes Torres (DEMO) aparecem na lista dos 100 políticos com maior destaque nacional. A lista foi elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.
Achei estranho o nome do senador Marconi Perillo não constar na lista. Pelo que sai na imprensa goiana Marconi é o cara, aquele que, quando aparece ao lado de um candidato a prefeito, influencia nos resultados das pesquisas. É estranho Marconi não constar na lista. E olha que ele é presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Ah, para que tanta babação nele...

Viradiscurso

Quer dizer que Lula deu sinal verde para vender os aeroportos do Galeão no Rio de Janeiro e de Viracopos em Campinas (SP)? Que interessante... Em 2006, Lula e seus petralhas caíram em cima da campanha tucana de Geraldo Alckmin afirmando que, se o picolé de chuchu paulista fosse eleito, as estatais seriam vendidas. Pois é...
Durante o conflito Rússia x Geórgia peguei no pé dos pacifistas de plantão. Agora pego no pé dos nacionalistas de plantão. Será que os nossos verde-amarelo vão sair às ruas protestando contra a venda dos dois aeroportos? Será que a UNE, a CUT e a CNBB vão fazer um plebiscito perguntando ao povo se deve ou não deve privatizar os aeroportos do Galeão e de Viracopos? Gente indecente e aproveitadora!
Resta saber como a oposição vai se comportar. Em 2006, o PSDB e o PFL (o PFL só virou DEMO em 2007) não defenderam as privatizações feitas por eles quando estavam no governo. Será que agora eles vão defender?
Pois é, minha gente! O mesmo petralhismo bolivariano que acusava os tucanos de terem vendido várias estatais e que, caso voltasse ao governo, acabaria de vender tudo são estes que defendem a privatização dos aeroportos do Galeão e de Viracopos. Viracopos e Viradiscurso.

Lula dá sinal verde para privatizar aeroportos de Galeão e Viracopos

Por Tânia Monteiro
no Estado de São Paulo

O Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão antecipar os planos para a reformulação da infra-estrutura aeroportuária do País e incluir nos estudos, por ordem do presidente da República, a possibilidade de privatizar os aeroportos do Galeão (Rio) e de Viracopos (Campinas/SP). O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pressiona abertamente em favor da idéia da privatização do Galeão, mas os estudos também avaliam a proposta de uma parte considerável do governo, que sugere como melhor alternativa a abertura do capital da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).A Infraero teme perder mais de 20% da receita da empresa, se os dois aeroportos forem mesmo privatizados - no primeiro semestre deste ano, o resultado operacional alcançou R$ 350 milhões, sendo R$ 60 milhões provenientes do Galeão (R$ 12 milhões) e de Viracopos (R$ 48 milhões).São dois dos aeroportos mais rentáveis da infra-estrutura administrada pela estatal pelo País afora. "Será uma perda de receita muito grande", admitiu ontem o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, depois de uma reunião com o ministro Jobim, na pasta da Defesa.A pressão em torno da privatização do Galeão e Viracopos, entre outros motivos, tem a ver com a necessidade de acelerar os investimentos para aprontar a infra-estrutura de aeroportos para a Copa de 2014. No caso do Rio, o governador Cabral avalia que a Infraero não tem orçamento para fazer as reformas necessárias no decadente Galeão, e ainda construir os novos terminais.Depois do anúncio do governador Cabral, feito em Londres, o ministro Nelson Jobim (Defesa) confirmou no final da tarde, em Brasília, que o presidente Lula autorizou os estudos para fazer as privatizações do Galeão e de Viracopos. "Uma coisa parece certa: será uma concessão da União ao setor privado", disse Jobim. Em seguida o ministro demonstrou que a decisão ainda não está fechada em um modelo só: "O presidente pediu para examinar a conveniência da concessão do Galeão e Viracopos".Ao ser questionado especificamente sobre a privatização, Jobim acrescentou: "É uma possibilidade. Mas tem de ver a formatação, e é isso que vamos discutir ainda".Gaudenzi disse que não vai brigar. "Os aeroportos são do Estado, são da União, não são de propriedade da Infraero". Sua posição é que a proposta de abertura de capital da empresa "é uma opção mais segura". Ele costuma fazer uma pergunta para se contrapor à privatização: "Se a privatização der errado, quem terá de retomar os aeroportos e administrá-los?". Ele mesmo responde: "O ônus caberá, claro, ao governo".Ontem, Gaudenzi disse que as obras que estão sendo realizadas nos dois aeroportos pela Infraero não deverão ser interrompidas por conta da nova orientação em relação às concessões.

McCain promete grandes mudanças

Por Patricía Campos Mello e Lourival Santana
no Estado de São Paulo

O candidato republicano, John McCain, tentou se apoderar do tema "mudança", o slogan de seu rival democrata, Barack Obama, ao aceitar a indicação na Convenção Republicana ontem. "Quando nós dizemos que vamos mudar Washington, vocês podem contar com isso", discursou McCain.
Numa campanha em que ambos os lados disputam qual dos dois é mais anti-establishment, McCain repetiu a palavra "mudança" nove vezes. Ele elogiou sua companheira de chapa, a antes desconhecida governadora do Alasca, Sarah Palin. "Estou muito orgulhoso de ter apresentado nossa próxima vice-presidente ao país. Mas mal posso esperar para apresentá-la a Washington. E deixe-me avisar ao velho pessoal de Washington, gastador, que não faz nada, que se coloca em primeiro lugar e o país em segundo: a mudança está chegando."Apesar de McCain estar em Washington há mais de 30 anos, ele quer enfatizar sua faceta independente , que não segue cegamente as orientações do partido, colabora com os democratas e quer reformar o governo. "Eu lutei contra a corrupção, e não importava se os culpados eram republicanos ou democratas", disse. "Eu lutei contra os gastadores dos dois partidos, que desperdiçam seu dinheiro em coisas de que você não precisa, enquanto você luta para pagar o supermercado."McCain lembrou que é considerado um "rebelde" entre os republicanos e enfatizou seu bipartidarismo. "O constante rancor partidário que nos impede de resolver os problemas não é uma causa, mas um sintoma", afirmou McCain. "É o que acontece quando as pessoas vão para Washington para trabalhar para si mesmas, não por vocês." E continuou, realçando seu lado não-sectário: "Repetidas vezes tenho trabalhado com integrantes dos dois partidos para resolver os problemas. É assim que governarei como presidente", prometeu. "Estenderei minha mão a qualquer um que me ajude a colocar esse país em movimento de novo. Tenho essa história e as feridas para prová-lo." E comparou: "O senador Obama não tem." Três interrupções de manifestantes infiltrados na platéia atrapalharam sue discurso. O primeiro carregava um cartaz que dizia: "McCain votou contra os veteranos", referindo-se ao fato de o republicano ter votado contra a expansão de benefícios para veteranos. Depois, outra manifestante voltou a interromper o discurso e foi abafada por gritos de "USA", enquanto os seguranças a levavam para fora.McCain, um ex-piloto da Aviação Naval que ficou cinco anos e meio como prisioneiro no Vietnã, voltou a explorar sua imagem de herói de guerra: "Apaixonei-me por meu país quando era prisioneiro em outro. Nunca mais fui o mesmo. Não era mais dono de mim mesmo. Pertencia ao meu país."Como previsto, McCain dedicou boa parte de seu discurso aos problemas da economia, um de seus pontos fracos. Afirmando que Obama faria o contrário, ele prometeu "manter os impostos baixos" e reduzi-los onde for possível, além de "abrir novos mercados" para os bens e serviços americanos.

Lula acha que família foi grampeada

Por Vasconcelo Quadros e Karla Correia
no Jornal do Brasil

Uma das vítimas do grampo que apanhou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o senador Demóstenes Torres contou, ontem, que na reunião dos congressistas na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que também está preocupado com a onda de espionagem em Brasília.
– O Lula acha que a família dele está sendo bisbilhotada – revelou o senador.
Segundo ele, o presidente não entrou em detalhes sobre quem na sua família estaria sendo alvo de espionagem.
Em busca de pistas que possam levar ao araponga mais procurado do Brasil, a Polícia Federal não deixou de fora nem as vítimas do grampo: os peritos da PF fizeram ontem uma varredura no gabinete de Demóstenes, no Senado, e depois se concentraram nos equipamentos e linhas do setor de distribuição dos ramais telefônicos da Casa.

Origem do grampo

Na mesma operação, o delegado Willian Marcel Morad ouviu o senador de mais de duas horas sobre a espionagem e a paranóia que tomam conta dos políticos em Brasília. O principal objetivo da polícia agora é definir se o grampo originou-se no Senado ou no STF.
– Foi eu quem pediu ao presidente (do Senado) Garibaldi Alves que a Polícia Federal fizesse a perícia. Franqueei o meu gabinete – disse Demóstenes, para afastar especulações sobre seu papel no episódio. Os peritos passaram cerca de duas horas vistoriando equipamentos entre o gabinete do senador e o sistema telefônico do Senado.
Ao delegado, ouvido em depoimento como testemunha, ele repetiu a história já conhecida e acrescentou que sempre teve a sensação de que pudesse estar sendo monitorado, mesmo antes de 15 de julho, suposta data em que o araponga gravou sua conversa.
Demóstenes deu ao delegado sua impressão sobre a origem do grampo: a relação que ele chamou de "promíscua" entre Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a Operação Satiagraha. Por essa hipótese, segundo o senador, o presidente do STF, Gilmar Mendes, autor das duas liminares que determinaram a libertação do banqueiro Daniel Dantas, teria sido monitorado por retaliação de algum policial ou agente da Abin.
– Acredito que tenha havido um desvio de conduta dentro da Abin – diz o senador.
Ele ressalva, no entanto, que hoje não há qualquer pista que possa levar ao autor do grampo ou ao equipamento usado para a espionagem, e que todas as hipóteses – inclusive a que aponta para o Senado – devem ser levada em consideração.
A Polícia Federal desconsiderou o relatório produzido pela Polícia Legislativa do Senado, que na segunda-feira sustentava não haver indícios de grampo, e fez uma rigorosa vistoria no sistema telefônico e em alguns computadores da Casa. Os policiais legislativos, que não têm atribuição legal de investigar, tentaram negar aos federais acesso à central telefônico, mas o próprio Demóstenes, numa telefonema a Garibaldi Alves, desfez a confusão e autorizou a perícia.

Uso em escutas

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a sustentar ontem que os equipamentos adquiridos pela Abin por meio do Comando do Exército permitiriam, sim, a instalação de escutas telefônicas.
– A relação que entreguei tem uns equipamentos que têm varredura, tem outros que fazem menção que o aparelho é de interceptação e tem outro que é de escuta ambiental - disse Jobim, depois de participar de reunião no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A lista foi entregue a Lula na segunda-feira e definiu o afastamento do delegado Paulo Lacerda. Jobim confirmou ainda que comparecerá à CPI do grampo para prestar esclarecimentos sobre a compra, mas esquivou-se de responder aos jornalistas se o mesmo equipamento em poder do Exército também pode espionar.
- Não estamos discutindo sobre o Exército, estamos discutindo a Abin. O foco é a Abin, não tenho nada para falar sobre o Exército – desconversou o ministro da Defesa.
Em conversa com assessores, o delegado Paulo Lacerda, afastado provisioriamente do comando da Abin, disse que o ministro está dando "um tiro no pé", já que o equipamento anti-grampo comprado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é o mesmo que se encontra no Exército e, se serve à Abin espionar, também teria a mesma função nas Forças Armadas. Em vez do soneto, o senador Demóstenes Torres optou pela emenda ao defender Jobim.
– As Forças Armadas cuidam da segurança nacional o Exército não só pode, como deve contar com equipamentos de monitoramento. Já imaginou se as Farc (Forças Armadas Revolucionária da Colômbia) decidem invadir o Brasil? – justificou.

Tropa federal chega ao Rio em sete dias

Por Karla Correia
no Jornal do Brasil

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem o envio de um contingente das Forças Armadas ao Rio de Janeiro para dar mais segurança ao processo eleitoral na capital. De acordo com o ministro, o Exército destinará, em no máximo uma semana, entre 450 e 900 homens por dia para a operação, que contará ainda com auxílio das polícias Civil e Militar do Estado.
A Justiça Eleitoral pediu a presença de tropas federais na cidade por conta da ação de grupos de traficantes e milícias, que têm impedido candidatos à prefeitura carioca de fazer campanha eleitoral em diversas comunidades do Rio e intimidado assessores e jornalistas que acompanham os políticos em caminhadas pela cidade.
Em reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, e com o comandante do Exército, Enzo Peri, Jobim informou que seria impossível atender à demanda do tribunal por uma ocupação simultânea e contínua das comunidades em situação de risco, o que demandaria o envio de cerca de 30 mil homens para a operação. Na estratégia desenhada pelo ministro da Defesa, as tropas se revezarão entre as 17 localidades da cidade determinadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-RJ), segundo ordem de prioridade determinada pelo próprio tribunal. A previsão é de que o tribunal regional divulgue hoje essas normas. Por medida de segurança, a relação de comunidades do Rio que receberão a operação será mantida em sigilo até o início da operação.

Limites definidos pelo TSE

O TSE ficará encarregado de definir as "regras de engajamento" da operação. No jargão militar, isso significa impor limites de ação para cada soldado integrante do contingente enviado ao Rio. Politicamente, o cuidado se justifica pelo constrangimento causado ao Exército no episódio do Morro da Providência, em junho, quando militares encarregados da segurança de uma obra entregaram três jovens a um grupo de traficantes do Morro da Mineira, dominado por facção rival. Os jovens foram mortos.
– O que precisa ficar claro é que o soldado tenha no bolso, durante a operação, o que ele pode fazer e suas limitações. Pode dar tiro? Pode prender? Isso tem que ser definido pela Justiça Eleitoral – disse Jobim.
Na semana passada, Jobim disse que o Exército não vai acompanhar candidatos em campanha no Rio. Ele esclareceu que o envio de tropas à cidade tem o objetivo de garantir a segurança do eleitor, e não dos políticos. A decisão, segundo Jobim, é para evitar que os candidatos façam uso eleitoral da tropa. Segundo Jobim, os candidatos que se sentirem inseguros para fazer campanha em determinados locais devem buscar meios próprios para se proteger.

STF assiste a novo embate de ministros

Por Felipe Seligman
na Folha de São Paulo

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa protagonizaram, no plenário, um novo desentendimento, desta vez relacionado à recente entrevista de Barbosa à Folha. Marco Aurélio chegou a dizer que as declarações feitas pelo colega "surgiram praticamente como complexo".Na ocasião, Barbosa afirmou que "enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso", disse que não se cala quando vê algo errado e que, quando se desentende com colegas, "está defendendo princípios caros à sociedade".Na entrevista, publicada em 25 de agosto, atribuiu a uma das brigas, com o próprio Marco Aurélio, a garantia da condenação dos réus envolvidos na Operação Anaconda, da Polícia Federal. "Sem aquela briga com o ministro Marco Aurélio, o caso Anaconda não teria condenação e cumprimento de penas pelos réus", disse ele na entrevista. A operação investigou suposta venda de sentenças por membros do Judiciário.Ontem, enquanto os ministros julgavam uma ação, Barbosa, relator do caso, pediu a palavra a Marco Aurélio, que falava, mas não obteve sucesso."Eu sei que Vossa Excelência é um guardião maior, talvez suplantando até nossas posições, da Constituição. Pelo menos Vossa Excelência assim se diz. Mas vamos aguardar um pouquinho eu terminar o meu raciocínio", disse Marco Aurélio.Barbosa voltou a pedir a palavra, mas Marco Aurélio continuou, referindo-se à operação da PF. "O senhor vai me permitir uma observação. Eu esperava que Vossa Excelência consertasse algo que saiu em uma entrevista. Que, se não fosse a nossa desavença, o pessoal da Anaconda não teria sido condenado. Penso que a nossa desavença ficou em uma questão estritamente instrumental."Barbosa tentou encerrar a discussão. "Ministro, não misturemos as coisas, estamos discutindo outra questão". Marco Aurélio continuou: "Não quero que Vossa Excelência tome o que veiculei em termos de ser censor ou não ser censor, ser defensor maior ou menor da Constituição como uma agressão. Não é não, todos somos defensores da Constituição".Barbosa desconversou: "Voltemos ao exame da Adin 3501, é disso que se cuida aqui". "Excelência se cuida aqui de STF", disse Marco Aurélio. "Vossa Excelência não precisa me ensinar", rebateu Barbosa. Marco Aurélio continuou. "Enquanto eu tiver assento nesta casa, ninguém virá a me emudecer. Vossa Excelência mesmo apontou algo que, sob a minha ótica, surgiu praticamente como complexo, que Vossa Excelência não deve ter." "Ninguém me emudecerá também. Na entrevista discuti fatos, aqui estou discutindo direito", disse Barbosa. Os outros ministros se entreolharam. Carlos Alberto Direito fez gestos pedindo que alguém encerrasse o debate. Celso de Mello, então, pediu a palavra.

Mendes vê ''consórcio'' entre juízes e delegados

Por Denise Maduño
no Estado de São Paulo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em encontro reservado ontem com um grupo de deputados, relatou a existência de uma espécie de consórcio formado por juízes e delegados que, no futuro, poderia agir como uma "milícia", abalando os alicerces da Justiça. Mendes, segundo afirmaram deputados ao Estado, disse que há casos em que o juiz, consorciado a delegados, passa a fazer a instrução do inquérito, colhendo provas, muitas vezes direcionando essa captação de provas, e depois julgando. O juiz, nesse esquema, acaba exercendo papel de polícia e se afasta de sua missão de julgar.No entendimento de um dos parlamentares presentes no encontro, essa espécie de milícia jurídico-policial relatada por Mendes favorece o aparecimento dos "justiceiros", que se sentem acima da lei, e instauram um clima de terror. Mendes teria dito que o grupo possui comportamento paramilitar e parajurídico e que, no futuro, tornaria-se uma "milícia".De acordo com deputados, Mendes comentou que as varas especializadas, como a de combate à lavagem de dinheiro, são mais suscetíveis ao aparecimento desse tipo de "consórcio" porque o convívio entre juiz e delegados é mais freqüente.Outro deputado que estava no encontro entendeu que Mendes, ao usar o termo "milícia", referia-se a uma espécie de força-tarefa que acaba interferindo na atividade da Justiça porque alguns juízes se sentem com um aparato muito poderoso nas mãos. Segundo contaram deputados, o resultado de investigações pode acabar sem efeito por causa desse processo irregular conduzido pelo juiz. A conversa com sete deputados da CPI dos Grampos e da Comissão de Segurança Pública foi reservada. Os parlamentares foram ao Supremo convidar Mendes para falar nas duas comissões sobre a escuta telefônica que gravou uma conversa dele com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Mendes manifestou disposição em aceitar o convite, mas ressaltou que antes ouvirá a opinião dos ministros do STF.Segundo deputados, Mendes afirmou que a suspeita de que suas conversas estariam sendo monitoradas vem desde o ano passado, na época da Operação Navalha, investigação de desvio de dinheiro de obras públicas deflagrada pela Polícia Federal. De acordo com os deputados, Mendes está indignado com o episódio do grampo porque atingiu a instituição. Procurado pela reportagem, o presidente do STF afirmou que jamais mencionou a palavra milícia. Mendes reconheceu ter dito aos deputados que as varas que lidam com lavagem de dinheiro, da forma como funcionam hoje, podem provocar uma atuação conjunta entre juiz, procurador da República e delegado. Segundo ele, as atuações do juiz, do procurador e do delegado têm de ser separadas.

Para Lacerda, banqueiro não grampeou o STF

Por Simone Iglesias
na Folha de São Paulo

O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) afastado, Paulo Lacerda, disse ontem não acreditar que o empresário Daniel Dantas seja o responsável pela escuta clandestina envolvendo o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes."Não acredito", afirmou, ao ser questionado sobre a eventual participação cogitada por setores do governo e pelo ministro Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional).Lacerda confirmou que irá à CPI dos Grampos para prestar depoimento sobre suspeita de participação de servidores da Abin em interceptações clandestinas. "Eu irei na CPI quantas vezes me chamarem. No que pudermos colaborar, vamos colaborar", enfatizou.Ele disse que não tem suspeita sobre quem ou que órgão é responsável pelo grampo, mas que espera que a investigação da Polícia Federal consiga chegar a uma conclusão. Lacerda está trabalhando desde terça-feira em funções administrativas do Gabinete de Segurança Institucional.

Jobim contesta Felix e diz que Abin tem maleta de grampo

Por Felipe Seligman, Alan Gripp e Fernanda Odilla
na Folha de São Paulo

O ministro Nelson Jobim (Defesa) repetiu ontem, em público, a acusação que já fizera em reunião ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), segundo ele, comprou equipamentos capazes de interceptar telefones celulares e realizar escutas ambientais, e não apenas varreduras, como alega a agência. Jobim afirmou que os equipamentos foram comprados para a Abin pela Comissão do Exército Brasileiro em Washington, que realiza as compras da corporação e de outros órgãos federais nos EUA. "Na relação dos aparelhos adquiridos pela Abin, há alguns que têm essa característica de interceptação telefônica. Outros não têm, são de varredura", disse, após reunião com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto. As compras, se confirmadas, deixam em situação delicada o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, responsável pela Abin. A agência tem dito repetidamente não ter as maletas de interceptação, mas apenas aparelhos para varredura antigrampo, entre eles um chamado Oscor 5000. Este é um dos quatro aparelhos na lista de compras da Abin apresentada por Jobim a Lula, vendidos num só kit. Mas um deles é capaz de realizar grampos, o que é vedado à Abin. O aparelho pode interceptar celulares e decodificar sinais digitais (CDMA e GSM), além de grampear e-mails e arquivos na internet. Chama-se Stealth LPX Global Intelligence Surveillance System CDMA & GSM Passive/Active Interceptors Internet & Email Interceptor. A Abin possui ainda o X600 Through Wall Listening System, que pode captar sons através de paredes. A acusação feita em reservado por Jobim foi decisiva para o afastamento do diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, na segunda-feira passada.
Nos Estados Unidos
A Comissão do Exército foi fundada em 1940 para receber dos norte-americanos material de guerra, e hoje faz compras de equipamentos estratégicos. Segundo Jobim, a aquisição dos equipamentos atendeu a pedido do GSI. Procurado, o gabinete não comentou o caso. Apesar de confirmar a compra, Jobim tentou evitar o embate público com o GSI, vinculado à Presidência: "Não conheço nada dos assuntos dos grampos. A minha participação em relação a esse problema foi entregar ao presidente a relação dos aparelhos adquiridos pela Abin". Também não comentou as suspeitas sobre os autores do grampo no telefone do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, que recaem sobre agentes da Abin: "Não tenho nada a dizer sobre quem grampeou, ou deixou de grampear". Questionado se o Exército também possuía os equipamentos, Jobim desconversou: "O foco não é o Exército, é a Abin". As Forças Armadas podem ter equipamentos de grampos, mas só podem usá-los com autorização da Justiça Militar e com acompanhamento do Ministério Público Militar. A Comissão do Exército Brasileiro em Washington gastou neste ano, para manter sua estrutura até 1º de setembro, R$ 46,3 milhões. Em 2007, teve um de seus maiores orçamentos: R$ 216,5 milhões. Nos dois anos anteriores, se comparados ao de 2007, os valores são menores: R$ 144,2 milhões (2005) e R$ 127 milhões (2006). Os dados são do Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos federais) e foram coletados, a pedido da Folha, pela ONG Contas Abertas. Os gastos (em geral protegidos por sigilo) referem-se a toda a manutenção do órgão nos EUA, o que engloba diárias, compras de equipamentos e manutenção.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

PF levanta três hipóteses sobre o grampo no STF, diz Tarso

Por Adriana Chiarini
no Estadão online

RIO - O ministro da Justiça, Tarso Genro,, informou nesta quinta-feira, 4, que a Polícia Federal está trabalhando com três hipóteses sobre quem fez a escuta ilegal do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A primeira possibilidade chamou de terceirização: "uma articulação política de alguém de dentro de alguma instituição que tenha contratado alguém de origem privada para fazer o grampo". Outra é de que alguém da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) "tenha desviado sua conduta de forma irregular e processado esta escuta". A terceira é que "alguém de alguma agência tenha feito algum contato para fora mediante coação, chantagem para criar alguma crise com alguém ou alguma instituição".
Tarso também afirmou que é necessário fazer uma perícia sobre o equipamento usado para o grampo "para ver se foi comprado para esse fim ou se foi adaptado por alguém de forma ilegal para fazer escuta clandestina". O ministro citou também que a Abin é originária do antigo Serviço Nacional de Informação (SNI). "Sofreu reforma jurídica, institucional, legal, mas essa transição é lenta", afirmou. Questionado se a Abin carrega um ranço do SNI, Tarso respondeu que "se confirmar o grampo, é bem provável".

Mais um pouco da Legião

Hoje não vi o Circo Vereador. Ontem não vi Eles na TV. O que está acontecendo comigo? Queria comentar tudo sobre estas eleições e já estou vacilando. Que nada! Estava junto das pessoas que amo. Estava jogando conversa fora. É como diz a Legião Urbana na música Esperando por mim:

Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero
Sou tão cínico às vezes

O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões
Hoje à tarde foi um dia bom
Saí prá caminhar com meu pai
Conversamos sobre coisas da vida
E tivemos um momento de paz
É de noite que tudo faz sentido
No silêncio eu não ouço meus gritos
E o que disserem
Meu pai sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Minha mãe sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Meus verdadeiros amigos sempre esperaram por mim
E o que disserem

Agora meu filho espera por mim
Estamos vivendo
E o que disserem os nossos dias serão para sempre.

PF investiga se agente da Abin driblou função e fez escuta, diz senador grampeado

Por Gabriela Guerreiro
na Folha online

Depois de prestar depoimento por mais de uma hora aos delegados da Polícia Federal que investigam as denúncias de grampos clandestinos contra autoridades dos três Poderes, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse nesta quinta-feira acreditar que a principal linha de investigação da PF seja considerar que as escutas telefônicas tenham sido realizadas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O democrata afirmou que, apesar dos delegados trabalharem com outras hipóteses, têm como "foco principal" a denúncia de que a Abin realizou os grampos. "O foco principal é que contam com a possibilidade de ser algum espião da agência desviado de suas funções", afirmou.
Demóstenes teve uma conversa com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),
Gilmar Mendes, flagrada por grampos telefônicos. O senador confirmou a conversa com Mendes, realizada do telefone fixo do seu gabinete.
Segundo Demóstenes, como Mendes estava em um telefone celular, é mais fácil que o aparelho móvel do presidente do STF tenha sido grampeado.
Demóstenes disse, porém, que a Polícia Federal tem as mesmas linhas de investigação que foram cogitadas pelo ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix.
Em reunião com Demóstenes no Palácio do Planalto, o general teria afirmado que os grampos podem ter sido realizados por agentes da Abin sem autorização da agência, ou mesmo por empresas privadas de escutas clandestinas.
Felix também teria mencionado a possibilidade do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, ter grampeado o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
Os delegados da PF, porém, não citaram o nome de Dantas durante o interrogatório ao senador. "Eles não mencionaram o nome do senhor Dantas, mas não podem descartar a hipótese de uma telefônica ter realizado escutas clandestinas. Todos nós acreditamos que tenha havido desvios na Abin", afirmou.
Os delegados Rômulo Berredo e Willian Morad, responsáveis pelo inquérito dos grampos, ouviram Demóstenes em seu gabinete por uma hora e meia nesta manhã, a portar fechadas. Os dois deixaram as dependências do Senado sem falar com a imprensa.

Rumo a Libertadores

E o São Paulo empatou com o Atlético-MG. É, minha gente. Neste ano vamos só tentar uma vaga na Libertadores do ano que vem.

Vamos esclarecer tudo

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse tudo tem que ser feito às claras. Cidinho dizendo isso? Bem, se ele quer realmente que a sociedade saiba de tudo o que está acontecendo poderia começar contando pra gente sobre a herança maldita deixada por Marconi Perillo. Afinal, não era Cidinho o cara que daria continuidade ao tal do Tempo Novo? Por que ele fez esta reforma administrativa já que seu antecessor deixou um governo maravilhoso, bem melhor do que em 1999?Por que Cidinho não falou nada sobre a situação financeira do Estado quando assumiu o cargo em abril de 2006?

Podcast do Diogo Mainardi: "McCain é palmeirense"

Quando Sarah Palin foi escolhida para fazer dobradinha com John McCain, um colunista do New York Times, republicano, citou Nasce uma Estrela, e outro colunista do New York Times, democrata, comparou-a a Miss Simpatia. Dois dias depois, com o anúncio da gravidez da filha adolescente de Sarah Palin, os filmes com Judy Garland e Sandra Bullock foram abruptamente retirados de cartaz, e a campanha republicana ganhou ares de Juno.
O cinema americano já esgotou todos os temas. Qualquer que seja o acontecimento, há sempre algum filme - bom ou ruim, antigo ou recente - para ilustrá-lo. Hollywood é onisciente: ninguém escapa ao seu olhar. A disputa presidencial é uma boa amostra disso. Cada passo dos candidatos remete a alguma imagem cinematográfica. John McCain, nesse ponto, dá um banho em Barack Obama. Ele tem um filme só dele: Fé em Meus País. Sim: trata-se de um filme para a TV. Sim: trata-se de uma das piores obras de todos os tempos, estrelada por Shawn Hatosy, que até hoje só conseguiu fazer uma ponta num episódio do seriado My Name is Earl. Mas quem se importa? O fato é que ele, John McCain, está lá, em HD, em sua cela em Hanói, com diarréia, brutalmente torturado pelos vietnamitas. Lula declarou que, por ser corintiano, só podia torcer para os torturadores vietnamitas. Além de ser personagem de filme, John McCain deve ser palmeirense.
O filme sobre John McCain foi baseado em seu livro de memórias. Barack Obama foi mais longe do que ele: imodestamente, em vez de um, foi logo escrevendo dois livros de memórias, embora ninguém saiba dizer com certeza o que ele fez de tão memorável assim. Um período de sua vida foi como uma comédia de Cheech and Chong. Certo dia ele descobriu que, comportando-se como Sidney Poitier, poderia fazer uma fulgurante carreira política. E fez. É manjado o paralelo entre Barack Obama e o personagem interpretado por Robert Redford em O Candidato. Redford protagoniza também Todos os Homens do Presidente, sobre Watergate, mas nesse caso a gente é obrigado a retornar ao Brasil, com o episódio de espionagem do presidente do STF, que contou até com um Garganta Profunda da Abin, que entregou o grampo à VEJA.
Ivan Lessa é meu guia cinematográfico. Na verdade, ele é meu guia em todos os assuntos, até em matéria de pastéis de nata. Ivan Lessa é meu Barack Obama. Ele me lembrou de citar The Best Men, de Gore Vidal, com Henry Fonda, traduzido no Brasil como Vassalos da Ambição, e O Enviado da Manchúria, com Frank Sinatra, que narra a história de um prisioneiro de guerra que sofreu uma lavagem cerebral dos comunistas (John McCain?) para assassinar o presidente dos Estados Unidos (Barack Obama?). Ainda tem mais um: A Mulher Faz o Homem, de Frank Capra. E outros que pretendo guardar apenas para mim.
O cinema americano cobre todos os aspectos da campanha presidencial. Ele cobre todos os aspectos da vida. Acho que é isso: um DVD é melhor do que a vida.
Ouça aqui

Vice de McCain critica a mídia

Por Patrícia Campos Mello
no Estado de São Paulo

Ao aceitar a indicação como vice-presidente na chapa do candidato republicano, John McCain, Sarah Palin atacou ontem duramente a imprensa que passou os últimos dias questionando sua experiência e investigando a vida pessoal da governadora do Alasca. "Como aprendi rapidamente nos últimos dias, se você não pertence à elite de Washington, por este único motivo algumas pessoas da mídia vão considerá-lo um candidato não qualificado", disse Sarah, na terceira noite da Convenção Nacional Republicana. "Mas aqui vai uma dica para os repórteres e comentaristas: eu não estou indo para Washington para cair nas graças de vocês, eu estou indo para Washington para servir a este grande país", disse Sarah, que foi recebida com cartazes que diziam "Palin Power"A noite se transformou em um libelo contra a "mídia de esquerda". "Eu queria agradecer à mídia de elite por unir o partido", discursou ontem o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, que disputou a primária republicana. "E para aqueles que falam da experiência de Sarah, eu gostaria de lembrar que ela recebeu mais votos concorrendo à prefeitura de Wasilla do que Joe Biden concorrendo à presidência dos Estados Unidos", disse Huckabee. Biden, vice de Obama, disputou a primária democrata.Durante o dia, a assessoria de campanha de McCain havia criticado duramente os meios de comunicação por causa das questões levantadas sobre Sarah. "Essa controvérsia é produto de um fabricado escândalo de mídia que se destina a destruir a primeira mulher republicana nomeada para vice nos EUA, que nunca fez parte da rede de jovens senhores que domina o establishment das comunicações do país", dizia uma nota assinada pelo estrategista de campanha Steve Schmidt.Em seu discurso, Sarah ridicularizou o currículo do candidato democrata, Barack Obama. "Antes de tornar-me governadora do grande Estado do Alasca, fui prefeita de minha cidade . E já que meus oponentes desprezam essa minha experiência, deixe-me explicar a eles do que consiste esse cargo - ser prefeita de uma cidade pequena é como ser líder comunitário, só que você tem responsabilidades reais", disse Sarah, ironizando a experiência de Obama como líder comunitário.Sarah teve ontem a oportunidade de reapresentar-se aos eleitores, após uma série de eventos embaraçosos - entre os quais, a gravidez de sua filha de 17 anos, Bristol, que deixou a governadora ultraconservadora e a campanha republicana na defensiva. Evangélica devota, pró-armas e opositora ferrenha do aborto e do casamento gay, Sarah trouxe euforia à base conservadora do partido, que tinha reservas sobre McCain. Mas o restante dos republicanos e independentes ainda está desconfiado com a escolha. "Os problemas que surgiram (a pressão para demitir, por questões pessoais, o ex-cunhado e a gravidez da filha, por exemplo) serão superados", disse ao Estado Jerry Hagstrom, comentarista político e autor do livro Além de Reagan: O novo cenário da política americana. "Mas seu grande problema é a falta de experiência. Será que os eleitores acreditarão que ela pode lidar com Irã, Putin e Paquistão na ausência de McCain?"Sarah tentou reforçar suas credenciais em política doméstica, falando sobre energia. "Em janeiro, em um governo McCain-Palin, nós vamos construir mais oleodutos, mais usinas nucleares, criar empregos com carvão limpo e avançar em fontes alternativas como energia solar, eólica e geotérmica." O marido, seus cinco filhos e o namorado de sua filha Bristol, Levi Johnston, estavam na platéia. Sarah fez questão de mencionar que seu filho mais velho é um soldado e seu filho mais novo tem problemas (ele tem síndrome de Down). McCain fez uma aparição-surpresa para saudar Sarah e depois foi nomeado oficialmente pelos delegados como o candidato do partido.

Procuradoria vai apurar uso ilegal de maleta

Por Alan Gripp e Letícia Sander
na Folha de São Paulo

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal vão investigar se há uso ilegal por órgãos do governo de maletas de interceptação telefônica, entre elas as adquiridas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que, por lei, é proibida de fazer escutas. O equipamento é capaz de grampear celulares sem depender de operadoras e, em tese, de autorização judicial.As investigações são separadas e independentes. A da Procuradoria também tem como alvo a própria PF, portadora de uma dessas maletas. A equipe de procuradores responsável pelo controle externo das atividades da polícia afirmou ontem que nunca foi informada sobre a compra e o uso desse equipamento, o que contraria a lei.Os procuradores souberam que a PF adquiriu maletas por reportagem da Folha de 17 de agosto -nunca acompanharam o uso do aparelho, com potencial para detectar no ar sinal emitido por celular e gravar a ligação. A PF não comentou a investigação da Procuradoria.Já a revelação da compra das maletas pela Abin foi feita pelo ministro Nelson Jobim (Defesa) em reunião de coordenação política no Planalto na segunda. O uso ilegal do aparelho será investigado no inquérito aberto para apurar o grampo no telefone do presidente do STF, Gilmar Mendes.Ontem, ao ser questionado sobre o alcance das maletas para uso em grampos, Jobim desconversou. "Eu não entendo nada de escutas", disse.A integrantes do governo e a congressistas, o ministro confirmou as afirmações feitas na reunião no Planalto, e disse que novas informações sobre atividades ilegais da Abin surgirão nos próximos dias.A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), disse que a compra de maletas pela Abin será avaliada. "Não vou avaliar se é grave a compra de um equipamento ou não. O que vamos avaliar é todo o quadro da Abin, do grampo, se houve grampo ou não e, nesse contexto, equipamentos serão considerados."Outros integrantes do governo afirmaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a investigação inclua a compra das maletas pela Abin.Em nota, o Ministério Público disse que o Grupo de Controle Externo da Atividade Policial instaurou procedimento de investigação criminal no dia 27, com base em reportagem da Folha. A apuração é conduzida pelos procuradores Lívia Nascimento Tinôco, Gustavo Pessanha Velloso e Vinícius Fernando Alves Fermino.Eles querem saber porque o uso das maletas não foi informado ao Ministério Público Federal. À CPI dos Grampos, em março, o delegado Emmanuel Balduíno, diretor de Inteligência da PF, afirmou que o uso é controlado pelo Ministério Público e pela Justiça.A apuração da Procuradoria engloba a denúncia da revista "Veja" de que agentes grampearam conversa entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que ontem foi ouvido pelos procuradores.

Grampo foi banalizado, diz presidente do STJ

Por Felipe Seligman, Simone Iglesias e Letícia Sander
na Folha de São Paulo

No dia de sua posse, o novo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Cesar Asfor Rocha, afirmou que o Brasil vive "um estado de absoluta insegurança", referindo-se à interceptação telefônica ilegal de uma conversa entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO)."É trágico dizer que não temos mais segurança de falar [ao telefone]. Nós não podemos nos conformar com isso. Infelizmente vivemos num estado de absoluta insegurança, que foi constatada com a existência de quebra de sigilo de uma conversa entre um ministro do STF e um senador da República." Ele também criticou o que chamou de "banalização da quebra do sigilo telefônico".Rocha disse, porém, que o episódio foi "bom" para "despertar a sociedade e todas as autoridades que estavam num estado letárgico, achando que isso não estava acontecendo".Sua posse foi marcada por críticas aos grampos ilegais. Em discurso, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, chamou o país de "grampolândia" -termo utilizado pelo presidente Lula em julho-, o que constrangeu os presentes. "Instala-se a grampolândia e, com ela, um paradoxo: o guardião da Constituição é o Supremo Tribunal Federal, mas o guardião do Estado é uma engenhoca eletrônica de bisbilhotagem, disputadíssima pelo Ministério Público e polícias, em todas suas instâncias: Federal, Rodoviária, Civil", disse Britto.O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, rebateu as críticas de Britto: "O presidente da OAB fez um discurso, ao meu modo de ver, de quem desconhece o Ministério Público. O Ministério Público só atua em procedimentos lícitos, autorizados judicialmente. Esta história de grampo é atividade de quem não age neste caminho". Souza, no entanto, condenou a "utilização criminosa" das escutas."A utilização criminosa de recursos técnicos de coleta de informações é reprovável e deve ser rigorosamente punida, mas não pode servir de pretexto para a adoção de medidas que restrinjam ou inviabilizem o seu uso legitimo nas investigações em que são adequados e indispensáveis a efetividade da atuação investigatória estatal."O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, criticou o "descontrole" do governo por possibilitar que escutas clandestinas sejam feitas sem autorização judicial. Mello considerou que o afastamento da cúpula da Abin não é suficiente para resolver a crise e disse esperar que a queda dos dirigentes do órgão "não seja o bode expiatório". "[O grampo] mostra que houve descontrole demasiado. Vivemos um período de perda de parâmetros e de princípios", declarou, pedindo respeito das instituições às regras constitucionais.Segundo Mello, o STF espera resultados concretos do governo o que, diz, ainda não ocorreu. "Tivemos afastamento, mas espero que não haja uma espécie de bode expiatório."

Exército possui aparelho para grampo, diz Abin

Por Tânia Monteiro
no Estado de São Paulo

A crise do grampo abriu a caixa-preta dos serviços secretos do governo. Integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmaram ontem ao Estado que o Exército possui parte do arsenal de aparelhos eletrônicos utilizado pelos arapongas. Foi um contra-ataque ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que durante a reunião de coordenação política do governo acusou a Abin de possuir equipamentos que permitem a realização de grampos. Integrantes da agência, de vários níveis hierárquicos, apresentaram o seguinte argumento: se a Abin tem equipamentos que permitem que se façam grampos, o Exército também tem e poderia da mesma forma realizar escutas.A Abin lembra que seus aparelhos foram adquiridos "no rastro" dos comprados pelo Exército. Há quem seja ainda mais direto, informando que o lote de compras foi o mesmo, aproveitando idênticas condições de preços. O Exército, no entanto, não informa que tipo de equipamentos possui e alega, em nota, que se trata de "assunto sensível e estratégico do ponto de vista militar" e, por isso, "se reserva ao direito de não detalhar sua dotação e características deste tipo de material".O comandante do Exército, general Enzo Peri, declarou ontem que "os equipamentos foram comprados pelo Exército para o GSI (Gabinete de Segurança Internacional) fazer varreduras". Lembrou ainda que a Força mandou para o Palácio do Planalto, a pedido do próprio GSI, três militares para avaliar o que os aparelhos adquiridos pela Abin são capazes de fazer. O trabalho de avaliação da capacidade dos equipamentos começou na terça-feira, mas ainda não tem data para ser ser concluído.
VARREDURA
No Exército, o esforço é para evitar alimentar a polêmica e tentar impedir que a Força entre no centro do furacão. Os militares ressaltam que os equipamentos que possuem "são apenas de varredura". Embora até admitam que eles talvez possam ser usados para algum tipo de interceptação, insistem em afirmar que não fazem isso, mesmo se algum "engenho e arte" for aplicado aos aparelhos. Eles evitam confirmar também que os equipamentos que possuem sejam os mesmos da Abin.O Ministério da Defesa, por sua vez, acha que o foco da questão está sendo desviado. O que tem de ser discutido, alega, não é quem tem ou não equipamento que permita a interceptação de telefones ou escuta de ambiente, mas quem fez o grampo divulgado pela revista Veja - o qual revela uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-TO).Ao ver o tamanho da polêmica criada, o próprio ministro Jobim desabafou para interlocutores: "O que o Exército faz não interessa. Interessa o que eles (Abin) fazem." Na Defesa, a avaliação é que a discussão sobre os equipamentos que têm a Abin e o Exército "não faz o menor sentido" e é tudo um "jogo político".Na reunião de coordenação política do governo, na segunda-feira, Jobim surpreendeu a todos os participantes, principalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao apresentar uma lista com os nomes dos equipamentos que a Abin comprou. E, conforme informação obtida no Comando do Exército, a relação mostra que alguns equipamentos podem ser usados para fazer escutas. A posição do ministro da Defesa causou mal-estar e irritou profundamente o ministro-chefe do GSI, general Jorge Armando Félix. Na avaliação de Félix, Jobim agiu de "má-fé", pois não revelou que o Exército possuía os mesmos equipamentos. A informação do ministro da Defesa foi decisiva para que Lula decidisse pelo afastamento de toda a cúpula da Abin.
LISTA
Na lista apresentada por Jobim constavam os seguintes equipamentos: OSC-5000 Omni Spectral Correlator; Orion Non Linear Junction Evaluator; X600 Through Wall Listening System, e Stealth LPX Global Intelligence Surveillance System CDMA & GSM Passive/Active Interceptors Internet & Email Interceptors. Além da Abin, o próprio GSI possui os equipamentos OSC-5000 Omni Spectral Correlator e Orion Non Linear Junction Evaluator, que são usados pelo Palácio do Planalto, para fazer varredura de locais em que o presidente Lula se encontre ou por onde vá passar.No depoimento na Câmara, na terça-feira, o ministro Félix afirmou que o GSI tem equipamentos para proteger o presidente e os ambientes do Planalto de qualquer intromissão indesejada.