sábado, 17 de maio de 2008

Blindando Dilma

Se minha memória não me enganar eu já escrevi um post com este título. Escrevo porque acabo de ler no Globo que o ex-secretário da Casa Civil José Aparecido Nunes confessou ter saído do seu computador o dossiê com os gastos sigilosos de Fernando Henrique Cardoso. Mas, no depoimento prestado à Polícia Federal ontem, ele isentou Dilma Rousseff e seu braço direito na Casa Civil Erenice Guerra de participar no envio. Pelo visto, a ordem é blindar Dilma. Aparecido que se vire e se defenda. Enquanto isso, não sabemos quem, de fato, produziu o dossiê.
Ah, eu ia me esquecendo. Aparecido disse também que não é um dossiê e sim um banco de dados. Esta é outra ordem do governo. Quando o nome do ex-secretário veio à tona, disseram que ele contaria tudo e não cairia sozinho. Agora parece querer poupar a chefe e seu braço direito.

Chega de CPMF

O lulismo tem fome de dinheiro. Desde o fim da CPMF, no final do ano passado, que o governo estuda arrancar mais um pouco do suado dinheiro que a gente ganha. Eles dizem que o dinheiro que eles planejam arrecadar vai para a saúde. É mesmo? Até parece que, quando a CPMF ainda estava em voga, a saúde no Brasil era uma maravilha. Só na cabeça do Lula para a saúde estar quase perfeita. Só na cabeça do Lula essa ganância por dinheiro do povão mesmo com os recordes de arrecadação que este desgoverno quebra a cada mês.

A bondade lulista

E no Paraguai a bandeira brasileira foi queimada num protesto contra os agricultores brasileiros presentes na região. Quem comandou a manifestação foi José Ledesma, governador do departamento (equivalente a um Estado aqui no Brasil) de San Pedro. Enquanto Lula tenta ser amigo dessa gente, é bondoso, quer ajudar, eles queimam a bandeira do Brasil. Lula é bom para eles. Será que eles são bons para a gente? Já passaram a mão na mão do Lula e ele não comeu ninguém...

"Um mapa que não tem sossego" por Roberto Pompeu de Toledo

Nas eleições do mês passado na Itália, a Liga Norte, que defende a separação entre o norte e o sul do país, dobrou sua votação, com relação à eleição anterior, e conquistou um papel de peso na coligação chefiada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Na Bélgica, teme-se que o gabinete enfim formado em março, depois de oito meses de desentendimento entre os flamengos do norte e os valões do sul, seja um dos últimos a segurar o país unido. Na Espanha, fervem os nacionalismos basco e catalão. No País Basco, está marcado para outubro um plebiscito sobre sua independência. Na Escócia, programou-se para 2010 um plebiscito sobre a ruptura dos laços com o Reino Unido. As pessoas que compraram mapas novos da Europa nos últimos anos, para se pôr em dia com as mudanças no leste do continente, que se preparem: logo podem ter de comprar outro, para se atualizar com as mudanças no lado oeste.
Se há algo que soa incongruente ou, mais que isso, estapafúrdio, no mundo de hoje, é o separatismo europeu. O continente vive seu momento máximo, na história, de paz e progresso. As populações desfrutam um bem-estar que os avós, contemporâneos da II Guerra Mundial, nem em sonhos conceberiam. Protagonizam uma experiência política, batizada primeiro de Comunidade Econômica Européia, depois de Comunidade Européia e, hoje, de União Européia, que é a mais criativa fórmula já posta em prática no planeta para agregar economias, aproximar sociedades e contornar históricas hostilidades. Contra esse quadro floresce o paradoxal e oposto fenômeno do levante das paróquias. "Não temos nada em comum a não ser o rei, o chocolate e a cerveja", diz Filip Dewinter, líder separatista flamengo. A Bélgica configura o caso mais extremo. A Espanha de alguma forma continuará a existir, mesmo que se despreguem dela o País Basco e a Catalunha. A Itália idem, ainda que seja criada a república com nome de ópera-bufa – Padânia – preconizada pela Liga Norte. Já a Bélgica terá necessariamente de sumir do mapa para dar lugar à Flandres dos que falam a variante do holandês chamada flamengo e à Valônia dos que falam francês.
Os separatismos desafiam a noção de que nesses lugares a história já chegara ao fim. Não havia nada que parecesse mais pronto e acabado, no mapa, do que a Grã-Bretanha. Houve lá atrás brigas como a que opôs a primeira Elizabeth da Inglaterra a sua prima Maria Stuart, rainha da Escócia, conforme bem nos ensinaram mais de uma fita de cinema, mas tudo isso fazia muito parecia superado, e indissolúvel o casamento que assegurava a unidade da maior das ilhas britânicas. Eis no entanto que o nacionalismo escocês se revigora, arrebanha garotos-propaganda como o ator Sean Connery, e torna-se uma dor de cabeça crônica para o governo de Londres. A unificação da Itália, no século XIX, também tinha toda a aparência de um final (feliz) de história. Não mais. Na verdade, engano é pensar que exista um fim para a história. Já deveríamos estar escolados pela queda do Muro de Berlim, que determinou o colapso de outro mundo que parecia não apenas sólido, mas o retrato do futuro. Não aprendemos. A tendência a achar que as coisas já se cristalizaram tem o atrativo de inspirar segurança e mascarar com uma aparência de previsibilidade o mundo em que vivemos.
As causas dos separatismos na Europa são tão diversas quanto são eles próprios, mas podem-se identificar alguns padrões. A defesa da própria língua, e a intolerância para com a do outro, é o padrão que aproxima os separatismos da Espanha e da Bélgica. O New York Times publicou recentemente a notícia de que a pequena cidade belga de Liedekerke, assustada com o crescente número de habitantes francófonos, determinou a exclusão das crianças que não falam flamengo das atividades esportivas e de lazer das escolas. No País Basco, o serviço público exige crescentemente dos servidores o conhecimento do euskera, o idioma local, que dois terços dos próprios bascos não dominam. Outro padrão é a origem do separatismo nas regiões mais ricas, contra as mais pobres. É o caso da Catalunha, da Flandres e do norte da Itália. As três se irmanam na alegação de que são obrigadas a sustentar, com os impostos que pagam ao poder central, as populações incompetentes e/ou indolentes de outras regiões.
A primeira moral dessas histórias é que os europeus não têm razão para estranhar as disputas africanas entre tutsis e hutus em Ruanda, quicuios e luos no Quênia, árabes e nubas no Sudão. Suas próprias tribos não são menos incompatíveis umas com as outras. A segunda é que dos povos e dos países não cabe esperar que tenham encontrado o ponto final de suas histórias porque são como os indivíduos. Por mais contemplados pela riqueza e pelo bem-estar, sempre haverá algo que os balance. Se não há inimigos externos, inventarão inimigos dentro de si mesmos. A inquietude vigia sem descanso para impedir a vitória do conforto que vem da riqueza e da harmonia que vem do bem-estar. Assim como não há homem pronto nem mulher pronta, também não há país pronto nem povo pronto.

"O lado sombrio da internet" por Diogo Mainardi

Caio Blinder recebe um monte de comentários anti-semitas por seus artigos na internet. Em vez de eliminá-los, ele os publica. Além disso, seleciona os mais selvagens e remete-os para mim:
Caio Blinder é um jornalista e apresentador de TV brasileiro de origem judaica (texto retirado da Wikipédia). Só podia, rssss, mais um judeu FDP que teve a sorte de nascer depois do Holocausto, kkkkkkk.
A mensagem é assinada por TimGP. A caricatura nazista do Der Stürmer, do judeu peludo, de orelhas grandes e nariz adunco, agora se transformou num "kkkkkkk". TimGP lamenta que Caio Blinder tenha escapado do Holocausto. Outro leitor, Antonio Aparecido, nega o próprio Holocausto:
Mais de 1 milhão de judeus mortos??... Contem outra estorinha, ou melhor, outra historinha. Não à manipulação da mídia. Sim à história verdadeira, sim aos historiadores antropologistas.
A quem ele se refere? Himmler? Ahmadinejad? Le Pen? Alguns dos maiores historiadores judeus, como Bernard Lewis, argumentam que, nas últimas décadas, surgiu uma nova forma de anti-semitismo. Se os comentários sobre os artigos de Caio Blinder podem ser tomados como amostra, eu diria que o anti-semitismo continua igualzinho ao de 100 anos atrás, usando inclusive as mesmas fraudes dos tempos dos "pogroms":
O que estão fazendo na Palestina é o verdadeiro Holocausto. Quem não conhece que leia a verdadeira história dos sábios do Sião, que foi retirada por divulgar as reais estratégias dos judeus desde 1900 e de como dominariam o mundo.
Apesar de o anti-semitismo continuar igual, ele tem um novo meio de se difundir: a internet. Depois de Ausch-witz, comentários como os recebidos por Caio Blinder tinham de restringir-se aos círculos clandestinos. Agora o anti-semitismo perdeu o pudor. A internet é uma espécie de Cazaquistão de Borat. Qualquer um pode pegar um porrete e malhar o judeu. De vez em quando, até a apresentadora de TV gói, por engano, é mandada para o gueto:
Está na história do povo judeu usar os meios de comunicação em massa para se passar por vítimas e conseguir o que desejam. Vejam o senhor Abravanel e a Xuxa.
No Brasil, o anti-semitismo de esquerda, que se confunde com o anti-sionismo, é muito mais forte do que o de direita. Quando Caio Blinder festejou os sessenta anos de Israel, ao mesmo tempo em que defendeu a idéia de um estado palestino nos Territórios Ocupados, seus comentaristas mandaram-lhe mensagens furiosas, legitimando os atentados terroristas da Al Qaeda e do Hezbollah. O tom foi de "fascista e covarde" até "blitz em você, semita de boca fedida".
A internet tem esse lado sombrio: ela permite que idéias criminosas sejam propagadas abertamente. Anti-semitas e negadores do Holocausto foram condenados em tribunais dos Estados Unidos e da Europa. Se o Ministério Público brasileiro perseguisse judicialmente um ou dois comentaristas dos artigos de Caio Blinder, a internet só teria a ganhar. Cada um tem de ser responsabilizado pelo que diz e faz. Sem isso, o totalitarismo sempre vence, e podemos acabar num gueto com Silvio Santos e Xuxa.

Para PF, amigo de Paulinho agia no BNDES

Por Roberto Almeida
no Estado de São Paulo

A Progus Consultoria & Assessoria, empresa capitaneada por Marcos Vieira Mantovani, preso pela Polícia Federal durante a Operação Santa Tereza, apresenta como produto a redução de 40% no tempo para operar um financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo documento da consultoria - que utilizava os serviços de João Pedro de Moura, lobista e amigo do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força -, a espera cai de 390 para 235 dias.Mantovani, considerado pela PF consultor da quadrilha que teria desviado recursos do BNDES, teria o apoio de Moura e do então assessor do deputado Roberto Santiago (PV), José Brito de França, exonerado do cargo. De acordo com os federais, Moura percorreu cerca de 200 prefeituras dando como referência sua amizade com Paulinho, além de circular ao lado do então conselheiro de administração do BNDES, Ricardo Tosto. Ao mesmo tempo, Brito fazia mais contatos com outras prefeituras.No leque de opções aberto por Moura e Brito, Francisco Morato (SP) tornou-se alvo da Progus. De acordo com a PF, Mantovani fez "tratativas para um financiamento" para iluminação urbana da cidade, com obras da Citéluz Ltda. A PF suspeita que o negócio seria uma nova investida, como a que resultou em cobrança de propina na operação de Praia Grande.
NEGOCIAÇÕES
Segundo troca de e-mails obtida pelo Estado entre o grupo e a Prefeitura de Francisco Morato, representada pelo assessor Joel Aquino, a Progus trabalhava em conjunto com a Pole Representações Comerciais e Participações Ltda., representante da Citéluz em São Paulo, para convencer o funcionário de que o projeto era de seu interesse.No dia 28 de janeiro, Mantovani e Moura estiveram na Prefeitura de Francisco Morato e, segundo Aquino, apresentaram um programa de iluminação urbana. "Todos estiveram aqui. João Pedro entrou mudo e saiu calado. Mantovani falou bastante, explicou tudo", disse. No dia seguinte, às 9h08, chega o primeiro e-mail à Prefeitura de Francisco Morato. "Segue questionário e um comparativo referente às formas de gestão pública da iluminação", escreve Alexandre Pole, que representaria a empresa, a Aquino. Os dados correspondem aos divulgados pela Citéluz. Já no dia 7 de março, às 12h43, Alexandre Pole relata o andamento das negociações: "Agora falta o mais simples: quem da Prefeitura de Francisco Morato nos enviará os valores que eles pretendem investir em obras de iluminação pública nos próximos cinco anos".Mantovani encaminha a demanda ao coronel Wilson Consani Junior, preso pela PF, e a Brito: "Vejam a pergunta abaixo que o Alexandre (Pole) fez e me respondam o mais breve possível". Segundo Aquino, a proposta "era bastante interessante, daria economia de 20% com contrato de risco". Aquino então procura saber a quem deveria pedir estudo de viabilidade do projeto. "Brito me respondeu que era para pedir o estudo para a Progus. Perguntei: Mas a Progus faz consultoria para essa empresa (Pole)? Brito disse: É mais ou menos isso?."Quando Aquino pede à Progus o estudo, Mantovani contesta: "O que precisava mesmo é a intenção da prefeitura de investir na iluminação pública para os próximos 5 anos. E já discutimos os valores que seriam de R$ 800 mil por ano. Este e-mail deverá vir específico." Aquino diz que, por não conseguir o estudo da Progus, teria cortado relações com o grupo.

Após queima de bandeira do Brasil, político paraguaio ameaça brasiguaios

No Estado de São Paulo e agências internacionais

Um dia depois de participar de uma marcha na qual camponeses queimaram a bandeira do Brasil, o governador eleito do departamento (Estado) paraguaio de San Pedro, José Ledesma, prometeu ser "implacável" com os agricultores brasileiros na sua região. "Vamos defender a soberania paraguaia dos interesses estrangeiros e seremos implacáveis na aplicação da lei", disse Ledesma, aliado do presidente eleito, o ex-bispo Fernando Lugo. "É injusto que um brasileiro tenha 50 mil hectares de terra e muitos paraguaios não tenham um pedaço de terra."Cerca de 100 mil brasileiros se dedicam à agropecuária no Paraguai, em regiões próximas à fronteira - são os chamados "brasiguaios". Eles são acusados por camponeses locais de não respeitar a lei e contaminar o meio ambiente com agrotóxicos. Há alguns dias, pequenos produtores e trabalhadores rurais de San Pedro anunciaram que preparam a ocupação de 70 propriedades de sojeiros brasileiros.Na quinta-feira, a bandeira do Brasil foi queimada num ato de comemoração do Dia da Independência do Paraguai organizado pela Coordenadoria de Defesa da Soberania e da Reforma Agrária na localidade de Curupayty, a 300 quilômetros de Assunção. O ato foi definido pelos camponeses como "o início de uma cruzada para expulsar os fazendeiros traidores e estrangeiros". "A morte de camponeses é pior que essa queima de trapos", justificou Ledesma ontem, em guarani, numa entrevista a uma rádio local. "Os brasileiros vêm aqui e têm de tudo, aí mandam te matar. Quantos paraguaios já morreram por chegar perto de propriedades de brasileiros?" Em Assunção, o embaixador brasileiro, Valter Pecly Moreira, disse estar "entristecido" pela queima da bandeira. "É injusto que se tenha feito isso contra brasileiros, que contribuíram tanto com o progresso e a riqueza do Paraguai", afirmou. San Pedro é um dos departamentos mais pobres do país. Membro do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), Ledesma produzia frutas até ser eleito governador, no dia 20. Com uma base política formada por movimentos sociais, o ex-bispo Lugo fez da reforma agrária uma das principais promessas de sua campanha - ao lado da revisão dos tratados sobre a usina de Itaipu assinados com o Brasil. Recentemente, o presidente eleito anunciou que encomendará um novo cadastro das terras do país, mas negou que confiscará propriedades. Os brasiguaios são responsáveis pela produção de 98% da soja exportada pelo Paraguai - atividade que representa 30% do PIB do país.

Acordos PT-PMDB para eleição naufragam

Por Simone Iglesias e Ranier Bragon
na Folha de São Paulo

O planejamento do PT de fazer do PMDB seu maior aliado nas eleições municipais deste ano, especialmente nas cem maiores cidades do país, esbarra em problemas locais e, segundo peemedebistas, na falta de "contrapartida", fazendo com que acordos em estágio avançado naufraguem.Dos cem maiores municípios, PT e PMDB negociam disputar juntos em apenas 34, enquanto em 61 não existe até o momento acordo capaz de convencer petistas e peemedebistas a deixarem de se enfrentar nas urnas. Em cinco municípios há indefinição.As direções nacionais do PT e do PMDB resolveram estimular ao máximo as alianças nos principais colégios eleitorais, mas esse esforço não tem se concretizado. São Paulo e Salvador eram tratadas como as melhores vitrines dessa parceria. Em Campo Grande (MS) e Maceió (AL), alianças que já tinham sido praticamente fechadas acabaram suspensas.Em Manaus (AM), a coligação naufragou, e os petistas realizam prévia neste domingo para lançar candidato próprio.Na capital paulista, o PMDB surpreendeu os petistas ao apoiar a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM). A decisão do PT de Salvador (BA) de fazer prévia entre quatro pré-candidatos implodiu a coligação com o PMDB, contrariando negociação entre o Palácio do Planalto e o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) em favor do apoio a João Henrique (PMDB)."O PT tem dificuldade pelo número de tendências internas em dar apoio. Tem mais facilidade em ser apoiado. É difícil ter contrapartida", disse Geddel. Ele criticou a posição do PT baiano de desfazer o acordo."Em Salvador, tínhamos clara expectativa de receber apoio do PT. Sou do PMDB e ministro do Lula e, em vez de fecharmos acordo, o PT resolveu encerrar as negociações. Em Maceió, onde estava tudo encaminhado, também degringolou", disse.Para a direção nacional do PT, as dificuldades esbarram nas diferenças regionais, mas o partido fará o possível para resolver impasses."Queremos o PMDB como principal aliado e isso é importante porque sinaliza para 2010. As eleições municipais são o primeiro tempo de um jogo que se completará daqui a dois anos, quando buscaremos a continuidade de um processo que se iniciou em 2002, com a eleição do presidente Lula", disse Romênio Pereira, secretário de Assuntos Institucionais do PT nacional.Segundo ele, na medida em que insistirem no entendimento nas grandes cidades, acabarão aliados em mais de 2.000 municípios. "As alianças nas grandes cidades terão reflexo nos municípios do interior."O problema é que esse entendimento não está sendo fácil. Há um mês, o PT calculava que faria acordo com o PMDB em 14 capitais. Hoje, há perspectiva de se concretizar em sete: Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Teresina (PI), Natal (RN), Vitória (ES) e Boa Vista (RR), sendo que o PT terá o apoio do PMDB em cinco e apoiará os peemedebistas em apenas uma, Goiânia. Em Boa Vista, ambos apoiarão o PSB.Em 15 capitais, as chances são mínimas e, em algumas delas, totalmente inviáveis, como São Luís (MA), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Rio Branco (AC).Em 2004, sem o estímulo das direções partidárias para que houvesse coligações, PT e PMDB concorreram aliados em apenas cinco das cem maiores cidades do país (três capitais) e, em 2000, disputaram unidos em seis municípios, mas em nenhuma capital.

Governo prepara nova CPMF para financiar gasto da Saúde

Por Guilherme Barros e Vinícius Torres Freire
na Folha de São Paulo

O governo pode decidir na segunda-feira a criação de um novo imposto e o aumento de um outro, o do cigarro, a fim de financiar a Saúde. A nova Contribuição para a Saúde seria cobrada sobre movimentações financeiras, tal como a CPMF, extinta em dezembro.A alíquota da nova contribuição seria de 0,08%. A da CPMF era de 0,38%. O Imposto sobre Produtos Industrializados que incide sobre o fumo seria elevado, "uma paulada", segundo a Folha apurou. Em 2007, o governo federal arrecadou R$ 2,9 bilhões com o IPI sobre o fumo, cuja alíquota média fica em torno de 25% do preço do maço. A elevação do imposto sobre bebidas alcoólicas é improvável.Os aumentos serão decididos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião semanal de coordenação do governo.No caso da Saúde, o governo encampou uma proposta de deputados governistas. O objetivo é oferecer uma nova fonte de financiamento para a Saúde em troca da alteração do projeto de lei que regulamentou a Emenda Constitucional 29.O projeto foi aprovado em abril no Senado e foi para a Câmara. Estipula normas que devem elevar os recursos para a Saúde dos R$ 48,5 bilhões previstos no Orçamento deste ano para R$ 58,4 bilhões. Até 2011, os recursos extras seriam de mais de R$ 20 bilhões anuais.
Nova CPMF
Em 2007, a arrecadação da CPMF foi de R$ 37,2 bilhões. Um tributo idêntico com alíquota de 0,08% deve render ao menos R$ 8,7 bilhões (considerado ainda o aumento de arrecadação média do governo federal este ano). Mas tal fonte de dinheiro para a Saúde evitaria que fossem vinculadas ao setor fatias cada vez maiores do Orçamento federal, tal como prevê a regulamentação da Emenda 29. Mesmo sem a receita da CPMF, a arrecadação do governo continua a crescer.Logo após a aprovação da lei complementar, o governo passou a discutir com parlamentares um modo de evitar o aumento de gastos. Lula não gostaria de se defrontar com a necessidade de vetar a lei, caso ela fosse ratificada pela Câmara.O aumento inesperado do Orçamento da Saúde foi objeto de críticas duras de Lula numa reunião no dia 25 de abril com o Conselho Político, que reúne presidentes de partidos aliados e líderes do Legislativo.Mas deputados governistas, do PMDB em especial, também não querem derrubar lei que destina mais dinheiro à Saúde, ainda mais em ano eleitoral. Parlamentares sugeriram então um novo imposto, idéia por ora adotada pelo governo.O Senado aprovou por unanimidade o projeto que regulamenta a Emenda 29 e, assim, define os recursos que União, Estados e municípios devem aplicar em saúde. O projeto teve o apoio do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para quem o projeto permite financiar o "PAC da Saúde".Segundo o projeto, o governo federal, por exemplo, terá de reservar anualmente para a saúde 10% de sua receita corrente bruta de impostos, a partir de 2011. Isto é, 10% de toda a arrecadação, mesmo antes de descontadas, por exemplo, transferências de recursos para Estados e municípios, determinadas pela Constituição.O aumento do percentual de recursos será escalonado. Neste ano, seriam aplicados 8,5% da receita total do governo, fatia que subiria para 9% em 2009 e 9,5% em 2010. O autor do projeto foi o senador Tião Viana (PT-AC). A lei foi aprovada por unanimidade no Senado -a oposição não só votou pela aprovação do projeto como desobstruiu a pauta a fim de que ela ocorresse.A Emenda 29 havia sido aprovada em 2000. Sem que fosse regulamentada, prevalecia a norma provisória que obrigava o governo federal a aplicar em Saúde a verba do ano anterior mais a variação nominal do PIB. O PIB real cresceu 5,4% em 2007; o nominal subiu 9,7%.A lei orçamentária prevê que a receita total de impostos do governo federal em 2008 deve ser de R$ 687 bilhões. Como em 2008 seriam aplicados 8,5% da receita, a saúde receberia cerca de R$ 58,4 bilhões, contra R$ 48,5 bilhões previstos no Orçamento -R$ 9,7 bilhões a mais.A lei complementar não alterou os percentuais que Estados (12%) e municípios (17%) devem aplicar na saúde, mas também os obriga a usar como base do cálculo a receita bruta. A lei também exclui da rubrica de gastos com Saúde as despesas com pessoal ativo e aposentado, merenda escolar, saneamento básico, limpeza urbana e assistência social.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Tirando da reta

Escrevi aqui que os petistas jogariam a culpa do dossiê anti-FHC nas costas do senador Álvaro Dias. O dossiê saiu do Planalto e foi para o senador. O ministro do Planejamento Paulo Bernardo disse hoje que todos os que vazaram o dossiê têm que ser indiciados. É mesmo, negão? Saber quem mandou fazer o dossiê os petistas, como Paulo Bernardo, não querem saber. É a estratégia de tirar o deles da reta. É jogar bosta no ventilador. Querem afastar o dossiê da Casa Civil, de Dilma Rousseff, de Lula. Os petistas querem bagunçar o coreto.

Mais uma tese furada

Muita gente aplaudiu Dilma Rousseff depois do seu depoimento prestado aos senadores na Comissão de Infra-estrutura na semana passada. Eu até critiquei aqui um artigo escrito pelo apóstolo César Augusto no Diário da Manhã que, como muitos outros, já falava que Dilma era fortíssima candidata à Presidência da República.
Dilma mentiu. Dilma contou a sua versão sobre a participação na luta contra a ditadura militar. Dilma disse que existia um banco de dados, mas sabe-se que é um dossiê. Como mostra a Folha online e o Blog do Josias, o PAC não é tudo aquilo que Dilma disse no Senado.
A cada coisa que integrantes deste desgoverno falam no outro dia caem em contradição, mostra-se mentirosa. E tem muita gente que acredita nas mentiras deste desgoverno, como o apóstolo César Augusto. Sim, Dilma deu um show. Um show de mentiras, de brincar de esconde-esconde com a verdade histórica.
Ela falou que não havia nenhum dossiê e sim um banco de dados com os gastos de Fernando Henrique Cardoso. Um dia depois a Polícia Federal desmentiu a terrorista (sim, ela era terrorista na época da ditadura militar e queria implantar o modelo cubano de governo aqui no Brasil) quando anunciou que um assessor da Casa Civil mandou o dossiê para outro assessor do senador Álvaro Dias. Banco de dados? Não! Dossiê para intimar a oposição.
O senador do DEMO José Agripino não soube formular sua pergunta sobre a tortura e as mentiras de Dilma. Poderia ter perguntado sobre o comunismo sangrento que ela e seus companheiros terroristas queriam implantar aqui. Poderia perguntar sobre seqüestros, assaltos a bancos que a esquerda tenta esconder com seu teatrinho ridículo quando o tema é tortura nos porões da ditadura. Se os militares torturadores foram maldosos, a esquerda não era (e continua não sendo) flor que se cheirasse.
Agora, na Folha online e no Blog do Josias vemos outra tese defendida por Dilma cair por terra. O PAC não é este sucesso. Não está no topo das paradas. Os admiradores do showzinho de Dilma, como o apóstolo César Augusto, acreditaram em tudo que Dilma disse. Vemos que era mentira, que a verdade foi ocultada.
O Brasil de Lula vai caminhando assim, sem saber da verdade, sendo encoberto por caras e bocas de terroristas que batem no peito e falam que foram torturados por militares e escondem seus reais desejos de implantar o comunismo sangrento no país. Não falam dos líderes comunistas que eles apoiaram e ainda apóiam. Líderes estes que assassinaram milhões de pessoas. O sonho acabou e o show também. Jesus disse que a verdade libertará. Depois do show de mentiras de Dilma Rousseff no Senado será que César Augusto quer mesmo ser liberto?

Governo só gastou 0,57% da verba do PAC em 2008

Na Folha online

O Orçamento da União reservou para o PAC, em 2008, R$ 17,3 bilhões. Até agora, o governo só empenhou R$ 2,6 bilhões (15,1%) desse total. E só gastou efetivamente R$ 98 milhões ou 0,57% do total, informa o blog do Josias.
De acordo com o blog, os Ministérios da Pesca e dos Portos, por exemplo, têm recursos do PAC para gastar: R$ 7,3 milhões e R$ 565 milhões, respectivamente. Mas até agora não usaram nenhum centavo dos recursos orçados.
O blog informa ainda que o Ministério das Cidades, que tem ao todo R$ 1,9 bilhão para gastar em 2008, demora para empenhar recursos em obras de saneamento. Dos R$ 244,8 milhões orçados para esse fim, nada foi pago até o momento.
Apesar da baixa execução orçamentária do PAC, o presidente Lula mantém uma extensa agenda de viagens pelo país para o lançamento de obras do programa. Só na terça-feira, ele participará de três eventos para promover o PAC: em Santos (litoral paulista), Santo André (Grande São Paulo) e na favela Heliópolis, na zona sul de São Paulo.
O primeiro compromisso de Lula será às 10h, em Santos, onde estão previstas obras para reurbanização de favelas, saneamento e habitação para as cidades de Cubatão, Guarujá e Santos.
No início da tarde, o presidente assina contrato de despoluição de mananciais das represas Billings e Guarapiranga.
O governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab também participarão do lançamento PAC em São Paulo --uma vez que o Estado e o município também entram com contrapartida de recursos.
O pacote de obras, a maior parte de urbanização de favelas, prevê recursos de R$ 1,49 bilhão. Do total, prefeitura e governo do Estado entram com R$ 905 milhões, e o governo federal com R$ 588,4 milhões.
Às 16, em Santo André, Lula participa de ao de início das obras de saneamento integrado (água e esgoto) e urbanização de favelas para as cidades de Diadema, Santo André e São Bernardo.

Outra vez

Outra vez a revista Época denuncia Marconi Perillo. Por que a imprensa goiana não faz a mesma coisa?

Falta o mandante

José Aparecido Pires foi indiciado. Ele vazou o dossiê com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Falta pegar o mandante, a pessoa que organizou o dossiê.

Novas gravações comprometem senador de GO

Por Matheus Leitão e Rodrigo Rangel
na revista Época

Semana passada, ÉPOCA trouxe a público uma denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra o senador Marconi Perillo (PSDB) e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP). Num processo que corre em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal, o procurador denunciou a dupla goiana pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, caixa dois, exploração da máquina pública na campanha e uso de notas frias e laranjas para fraudar a prestação de contas na eleição de 2006. Agora, ÉPOCA revela com exclusividade que há mais do que isso na investigação que embasou a peça acusatória. Dentre os documentos enviados ao Ministério Público pela Polícia Federal, há novas gravações telefônicas com potencial de enredar o senador tucano em outros processos. Uma delas, em especial, levou o procurador-geral a pedir abertura de novo inquérito contra Perillo, pelo crime de tráfico de influência. Trata-se de um comprometedor diálogo com a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, do Tribunal de Justiça de Goiás, que nesta sexta-feira (16) assume a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do estado e, a partir do posto, vai comandar as eleições goianas deste ano.

Na conversa, Marconi Perillo tenta conduzir uma decisão da desembargadora num processo envolvendo a prefeitura de Itumbiara, município do interior administrado por um aliado seu. A magistrada, escolhida desembargadora pelo próprio Perillo, demonstra presteza. "O interesse é conceder ou negar a liminar?", pergunta Beatriz. Ela se nega a ser tratada com deferência. "Que vossa excelência, o quê", diz. O diálogo foi gravado no final de dezembro de 2006. Marconi havia deixado o governo nove meses antes para se dedicar à campanha ao Senado. A seguir, a conversa:

"DESEMBARGADORA: Alô.
MARCONI: DESEMBARGADORA tudo bem?
MARCONI: Ohh, ta entrando hoje uma rescisória com pedido de liminar, contra a PREFEITURA DE ITUMBIARA.
DESEMBARGADORA: Contra a prefeitura?
MARCONI: É, então ta entrando, e parece que foi distribuído para Vossa Excelência.
DESEMBARGADORA: Que Vossa Excelência o que? O problema é o seguinte, o interesse é conceder ou negar a liminar? Contra né?
MARCONI: Negar. Negar.
DESEMBARGADORA: O problema é que eu tô de férias em janeiro, se foi distribuído hoje, eu vou ligar para o assessor, pois eles estão trabalhando hoje e amanhã.
MARCONI: Já foi distribuído.
DESEMBARGADORA: Pois é, então pegar e negar, porque se não vai pro presidente
MARCONI: A senhora quer anotar o número do processo.
DESEMBARGADORA: Quero.Eu vou ser presidente dessa Câmara, a Segunda Seção Cívil.
MARCONI: Já ta na mão da senhora, já ta distribuído.
DESEMBARGADORA: Pois é, é da Segunda Seção Cível, ou é do Órgão Especial.
MARCONI: Órgão Especial ou Seção Cível? (parece estar perguntando para outra pessoa)
MARCONI: Seção Civil, viu.
DESEMBARGADORA: Ah tá, é melhor, pois é, porque eu que vou ser presidente, mas como eu tô em festa de férias, aí fica sendo o DESEMBARGADOR FELIPE, e aí vai pra ele despachar então.
MARCONI: A senhora tem que resolver hoje.
DESEMBARGADORA: É melhor, é.
MARCONI: A senhora quer anotar o número?"

A proximidade entre a desembargadora e o hoje senador Marconi Perillo vai além do fato dele tê-la nomeado para o cargo. Beatriz Figueiredo é casada com o padrinho de batismo de Perillo, Marcos Laveran, que também foi flagrado nas escutas telefônicas. Antes de passar o telefone para a desembargadora, o padrinho ouviu uma prévia do pedido. Laveran trabalhou como funcionário do gabinete da mulher até a resolução que pôs fim ao nepotismo nas repartições do Judiciário. Na transcrição, o nome dele foi reproduzido pelos agentes federais como Laverã.

"DR. MARCOS LAVERÃ: Tá na mão de quem?
MARCONI: Tá na mão aí.
DR MARCOS LAVERÃ: Oi?
MARCONI: Ta na mão, ta na sua mão aí. Ta nas mãos da desembargadora.
DR MARCOS LAVERÃ: Tá bom.
MARCONI: Você quer anotar o número?
DR MARCOS LAVERÃ: Quero, você quer falar direto com ela ou não?
MARCONI: Ela ta aí perto do Sr?
DR MARCOS LAVERÃ: Tá.
MARCONI: Não eu prefiro... aé, eu falo com ela então. (parece estar meio contrariado)
DR MARCOS LAVERÃ: Não, você que manda.
MARCONI: Não, é porque eu não queria... bom, tudo bem eu falo.
DR MARCOS LAVERÃ: Sabe o que que é?
MARCONI: Ahhh.
DR MARCOS LAVERÃ: Porque hoje não deve ter nada, por que ela vai viajar daqui a pouquinho.
MARCONI: Foi distribuído hoje uma liminar para ela.
DR MARCOS LAVERÃ: Não, então tem que conversar com ela aqui mesmo.
MARCONI: Deixa eu falar com ela então
DR MARCOS LAVERÃ: Por que ela vai viajar daqui a pouco.
MARCONI: Ela vai para onde chefe?
DR MARCOS LAVERÃ: Ela vai pra Aparecida.
MARCONI: Ah então tá bom.

(...) conversa sem interesse para investigação

DR MARCOS LAVERÃ: Eu acho que é melhor conversar com ela agora, porque aí qualquer coisa que precisar ela passa pra mim, eu to aqui junto, aqui."
Itumbiara é um município de 86 mil habitantes localizado no sul de Goiás. A ação rescisória que motivou o pedido de Perillo à desembargadora faz parte de uma intensa guerra judicial travada por mais de 40 municípios goianos, entre eles a capital Goiânia, contra a Prefeitura de Itumbiara. O pano de fundo dessa briga é o rateio da parcela do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o ICMS, distribuído pelo estado aos municípios. Goiânia e as demais prefeituras, dentre as quais a de Montividiu, queriam reverter uma decisão anterior, do próprio Tribunal de Justiça, que havia aumentado o valor da parcela destinada a Itumbiara.
Desde o começo, a tramitação do processo foi turbulenta. Passou por outros gabinetes do tribunal, cujos titulares acabaram afastados do caso por razões processuais. No fim de dezembro de 2006, a ação foi finalmente redistribuída e caiu nas mãos da desembargadora Beatriz. Foi quando Perillo entrou em cena para pedir o "favor". O pedido foi atendido prontamente. Se passaram menos de 48 horas entre a ligação do senador e o despacho da magistrada. Em 28 de dezembro, antes de entrar de férias, ela negou a liminar. Exatamente como solicitou Marconi Perillo.
Não era uma decisão qualquer. Ao negar a liminar, a desembargadora abriu caminho para que Itumbiara continuasse a receber sua parcela extra no rateio do ICMS. Os valores ultrapassam R$ 30 milhões. Parte foi destinada a escritórios particulares de advocacia que defendiam os interesses da prefeitura.
O caso, a exemplo da denúncia revelada por ÉPOCA semana passada, está sob a mesa do ministro Ricardo Lewandowski, do STF. O grampo telefônico feito no telefone celular de Perillo, com autorização judicial, é parte da Operação Voto da Polícia Federal. O procurador-geral da República também pede que Marconi seja investigado por irregularidades na Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). A suspeita surgiu, também, das gravações telefônicas feitas pela PF. A missão dos agentes era investigar denúncias de crimes eleitorais supostamente praticados pelo grupo político de Marconi. O tucano, após dois mandatos consecutivos de governador, era candidato ao Senado. E, para sucedê-lo, apoiava o seu vice, Alcides Rodrigues Filho. A alta popularidade de Marconi serviu não apenas para elegê-lo senador como para alçar o inexpressivo Alcides ao comando do estado. A eleição se deu sob inúmeras denúncias de uso da máquina pública em favor da dupla.
A conduta da desembargadora Beatriz Figueiredo também está sob análise do Ministério Público, que examina a possibilidade de pedir o afastamento imediato da magistrada. Procuradores também pretendem processá-la em Brasília perante o Conselho Nacional de Justiça, órgão criado para fazer o chamado controle externo do Poder Judiciário. Para ela, é uma inusitada inversão de papel. Até a cerimônia em que será empossada presidente do TRE de Goiás, nesta sexta, ela comanda a Corregedoria do tribunal. Lá, ironicamente, sua incumbência era justamente fiscalizar a conduta dos juízes eleitorais goianos.
Marconi Perillo não foi localizado para falar sobre o caso. Seu advogado, Antonio Carlos "Kakay" Almeida Castro, disse que o senador está em viagem à África. Castro afirmou que não há na conversa nada que caracterize tráfico de influência. "O senador não fez nada errado. Trata-se de um pedido legítimo feito por um homem público".
ÉPOCA também procurou a desembargadora Beatriz Figueiredo. Na quarta-feira, uma funcionária do gabinete informou que ela atenderia no dia seguinte. Nesta quinta-feira, porém, a mesma funcionária afirmou que magistrada não poderia atender "nem hoje nem amanhã". Marcos Laveran não foi localizado.
Perillo nomeou Beatriz Figueiredo como desembargadora no ano 2000, em vaga destinada a membros do Ministério Público (ela era procuradora de justiça até então). A relação próxima entre os dois, porém, não foi a única a chamar atenção dos agentes federais no curso da apuração.
A explicação para o empenho de Perillo em defesa dos interesses do município de Itumbiara está no tabuleiro da política goiana. Na mesma semana em que telefonou para a desembargadora, Perillo estava terminando de negociar uma aliança com o prefeito da cidade, José Gomes da Rocha. À época, Gomes era filiado ao PMDB, partido de alguns dos maiores rivais do senador tucano em Goiás. Perillo estava empenhado em levá-lo para um dos partidos que compunham seu arco de alianças. Em troca, conforme registraram os jornais locais à época, chegou a prometer ao prefeito a vaga de vice caso venha a concorrer novamente ao governo goiano em 2010. Agora, isso depende dele sobreviver politicamente a mais essa investigação.

E hoje começa a pecuária

Foi-se o tempo que eu gostava de ir à Pecuária. Eu ia com meus pais e meu irmão. Ainda bem que o tempo passou e hoje detesto a Pecuária. Além do barulho e do amontoado de gente, o trânsito na região fica um inferno.

É ladrão que não acaba mais

Roberto Jefferson, o nosso herói sem vergonha, está em Goiânia. Ontem, ele deu uma palestra na OAB sobre CPI’s. Hoje ele participa da convenção do PTB local. Se Mãe Dilma foi louvada no Senado pelos seus atos terroristas na época da ditadura militar por que não dar as boas vindas ao herói sem vergonha que denunciou o mensalão? Toda vez que vejo Roberto Jefferson eu lembro do Pânico na TV que, quando encontrava com o aspirante a cantor, colocava uma música de fundo: É ladrão que não acaba mais/ É ladrão que não acaba mais/ Você vê ladrão quando olha pra frente/ Você vê ladrão quando olha pra trás.

Sem rumo

Muito boa a entrevista do ex-deputado do DEMO Wilmar Rocha no Popular de hoje. Além de comentar sua saída da disputa pela Prefeitura de Goiânia (ele não tinha chance mesmo) critica a atuação do Picolé de Chuchu Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. As negociações da base aliada para as eleições em Goiânia estão se rumo. Não tem um articulador, um coordenador, alguém que indique o rumo a ser seguido. Diversas vezes Cidinho falou que ficaria de fora das negociações. Wilmar Rocha falou também que esta falta de rumo da base aliada só fortalece a candidatura de Íris Rezende à reeleição.
Wilmar criticou o fato de Cidinho se aproximar em Lula. Eu já cometei sobre isso ontem. Finalmente alguém da política goiana falou coisa com coisa. Aqui é só puxa-saco.

Interpol diz que Colômbia não alterou arquivos de guerrilheiro

No Estado de São Paulo com agências internacionais

A Interpol respaldou ontem o governo colombiano ao anunciar que não encontrou indícios de que os arquivos dos computadores do guerrilheiro Raúl Reyes tenham sido alterados por autoridades de Bogotá. Reyes era porta-voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e foi morto em março, num ataque de militares colombianos contra um acampamento da guerrilha no Equador. Segundo o governo colombiano, seus PCs, apreendidos na ocasião, contêm indícios do envolvimento das Farc com os governos da Venezuela e do Equador, o que ajudou a agravar a crise diplomática desatada pela morte de Reyes no país vizinho. "A nossa equipe de especialistas não encontrou evidências de modificação, alteração ou eliminação dos arquivos" , disse o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, numa entrevista em Bogotá ao lado do diretor da Polícia Nacional colombiana, general Oscar Naranjo. "Esses computadores de fato pertenciam ao senhor Reyes e o seu conteúdo é responsabilidade dele." Em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou a apresentação do relatório da Interpol de "uma palhaçada" e anunciou uma "profunda revisão" das relações políticas, econômicas e diplomáticas com a Colômbia. Pouco antes, a chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, também havia afirmado que seu país "desconhecia a validade jurídica do relatório".Os técnicos da Interpol chegaram a Bogotá em março para analisar a autenticidade dos arquivos de três computadores. Segundo a organização, no total havia 37.872 documentos de texto, 452 planilhas de cálculo, 210.888 imagens, 10.537 arquivos multimídia e 7.989 e-mails. A organização não chegou a se pronunciar sobre os conteúdos desses documentos. Autoridades colombianas, porém, divulgaram e-mails e relatórios com evidências de que membros das Farc seriam treinados em território venezuelano. Outros documentos indicam que Chávez se comprometeu a dar aos guerrilheiros armamento e US$ 250 milhões. A acusação contra o presidente equatoriano, Rafael Correa, é de que ele teria recebido dinheiro das Farc para sua campanha. O Equador e a Venezuela dizem que os contatos com a guerrilha se limitavam às gestões para conseguir a libertação de seus reféns.

Na CPI, assessor dirá que Erenice coordenou dossiê

Por Sônia Filgueiras e Vera Rosa
no Estado de São Paulo

O assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Eduardo Fernandes, vai sustentar em seu depoimento na terça-feira, na CPI dos Cartões, que o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires lhe disse que Erenice Guerra coordenou a coleta de informações e a montagem do dossiê com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Erenice é secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma Rousseff.André Fernandes também vai apresentar à CPI uma cópia dos e-mails trocados com Aparecido - que deixou o cargo na quarta-feira -, além da planilha remetida pelo ex-secretário. O assessor de Dias deixará o material à disposição dos parlamentares da CPI para eventual exibição no plenário da comissão.Conforme apuração do Estado, o arquivo remetido por Aparecido a André não traz em seus registros o nome do autor da planilha com os dados do dossiê. Tem somente a identificação "Casa Civil". A menção ao nome de Erenice na CPI abre uma brecha para que a bancada oposicionista tente estender as investigações à principal assessora de Dilma, levando a própria ministra a se expor. A oposição já tentou convocar Dilma para depor, mas viu seus requerimentos barrados.A expectativa é de que na terça, além do depoimento de André, a CPI também ouça Aparecido, conforme compromisso firmado por seu novo advogado, Luiz Maximiliano Telesca, com a comissão. O ex-secretário foi apontado por integrantes do próprio governo como suspeito de ter divulgado o dossiê. Laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), responsável pela perícia nos computadores da Casa Civil indicou que o arquivo foi remetido a André a partir de uma troca de e-mails entre ele e Aparecido. Logo após a divulgação do laudo, André chegou a comentar com amigos próximos que, em sua avaliação, a remessa do dossiê parecia fazer parte de uma estratégia para chantagear ou intimidar a oposição. É que, além das planilhas com os gastos atribuídos a Fernando Henrique e Ruth Cardoso, o arquivo remetido continha planilhas ainda em branco identificadas com o nome de antigos ocupantes de cargos no Palácio do Planalto, como o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira e o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge.
TROCA DE ADVOGADO
Na contramão da estratégia de André, a troca de advogados feita por Aparecido tem o objetivo de tentar tirar o foco das investigações de cima de Erenice. A mudança é parte de um movimento combinado com o Planalto para preservar Dilma. Formalmente, os advogados Eduardo Toledo e Thomaz Gonçalves de Oliveira, que defendiam Aparecido, retiraram-se do caso em razão de divergências na linha de defesa. Toledo havia sinalizado que poderia discutir a hipótese de que Aparecido recebera as informações de uma "instância superior" por força de seu cargo de chefia, e não por ter participado da coleta de dados sobre gastos do governo tucano. O problema é que isso implicaria a investigação do papel de Erenice no episódio. Antes de encaminhar à Casa Civil seu pedido de exoneração, Aparecido chegou a ameaçar pôr Erenice na fogueira. "Não vou cair sozinho", disse. Depois, foi convencido por amigos de que tal linha de defesa seria frágil.

Governo se move para conter inflação

Por Adriana Fernandes e Fabiola Salvador
no Estado de São Paulo

Com a ameaça de disseminação da inflação rondando a economia brasileira, o governo ativa a artilharia de medidas para combater a alta de preços, principalmente de alimentos , e tenta conter o movimento de alta da taxa básica de juros pelo Banco Central (BC). Depois de adotar 10 medidas para desonerar e elevar a oferta de crédito ao setor agrícola, novas opções estão em estudo, entre elas a possibilidade de neutralizar as pressões sobre os preços dos insumos.A idéia é estender para os setores de fertilizantes e defensivos agrícolas a mesma isenção dada ao trigo no pagamento do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Atualmente, 25% do valor do frete é destinado à Marinha Mercante.O governo quer agir para conter o aumento do preço dos alimentos e, ao mesmo tempo, trabalha para que não haja restrição na oferta para abastecer os mercados interno e o externo. Nos estudos dos Ministérios da Fazenda e da Agricultura estão relacionadas medidas para fortalecer o Plano de Safra Agrícola 2008/2009, com a ampliação do crédito para as produções de feijão, arroz, milho e trigo. O objetivo é evitar pressões de preço no futuro para produtos básicos na alimentação da camada de baixa renda da população. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, garante que o próximo plano de safra virá com "toda força". "As soluções não são de curto prazo. O que podemos fazer, neste momento, é tentar um plano de safra que aumente a produção interna", disse. Ele defende a retirada do adicional de frete da Marinha Mercante para fertilizantes e defensivos, além de medidas para estimular a produção doméstica de fertilizantes. "Essa é uma reivindicação de todos os setores de fornecimento. O governo está estudando. Mas é uma negociação muito complexa", afirmou. Stephanes avaliou, no entanto, que o impacto da retirada do adicional é pontual e não põe fim às dificuldades. "Nosso problema é muito maior. Estamos estudando a questão dos fertilizantes com maior profundidade", disse o ministro. A oferta de fertilizantes e defensivos é hoje o ponto de "estrangulamento" da atividade agrícola no País, segundo o ministro. "A grande colaboração que o Brasil vai dar para si mesmo e para o mundo é aumentar a oferta de alimentos no sentido de evitar a alta dos preços." REIVINDICAÇÕES Os setores afetados comemoram a iniciativa do governo, mas alertam para detalhes que, se não forem observados, colocarão em risco a eficácia das medidas. Para o diretor da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Chistian Saigh, Mantega tem sido rápido na adoção das medidas de auxílio ao setor, que vão contribuir para a redução dos preços. Ponderou, no entanto, que o trigo é uma commodity sujeita à volatilidade de preços no mercado externo. "As medidas são um bom início. A tendência é de queda do preço para o consumidor final, mas é o mercado internacional que manda no preço."O presidente da Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria (Abip), Alexandre Pereira, também elogiou as medidas. Mas alertou que o benefício ao consumidor seria maior se o governo também retirasse o pão francês da base de cálculo do Simples. Ele destacou que o PIS e a Cofins, que foram desonerados, não são cobrados no Simples, regime tributário em que estão 95% das padarias do País. "Somente as grandes panificadoras e supermercados vão ser beneficiados pela medida." O governo está agindo pontualmente, à medida que identifica gargalos, como admitiu uma fonte da Fazenda. A preocupação é que, se a alta dos preços não for contida, há o risco de novos aumentos dos juros, que provocaria um freio no ritmo de expansão da economia, comprometendo os avanços dos últimos dois anos. Segundo os assessores, preservar o crescimento se transformou em "obsessão" do ministro Mantega.

Dividido, PT de Minas aprova aliança em Belo Horizonte

Na Folha de São Paulo

Por três votos de diferença, o Diretório Estadual do PT de Minas Gerais aprovou a aliança em Belo Horizonte com o PSDB do governador Aécio Neves, confrontando a resolução da Executiva Nacional do PT que proíbe a coalizão com os tucanos.Se no PT-BH a aliança teve apoio de 85% dos filiados, o Diretório Estadual se dividiu sobre o acordo articulado pelo prefeito petista Fernando Pimentel: a aliança com o PSDB (com um nome do PSB a prefeito e um do PT a vice) teve 29 votos a favor, 26 contra e 3 abstenções.

Anistia não protege torturador, diz Tarso

Na Folha de São Paulo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu ontem o julgamento e a punição dos responsáveis pelos crimes de tortura durante o regime militar (1964-85). Em sua opinião, a Lei da Anistia, de 1979, não protege os torturadores.O ministro afirmou também que o "sigilo eterno" de documentos secretos oficiais "não serve ao Estado democrático de Direito". A medida restritiva ao acesso público à informação, criada no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, foi mantida pela administração petista de Luiz Inácio Lula da Silva.Ela permite que documentos, inclusive os do regime militar, permaneçam para sempre inacessíveis aos cidadãos.As declarações de Tarso se opõem à posição das Forças Armadas e de muitos setores do governo. Ano passado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a Lei da Anistia trouxe "conciliação e pacificação".O Ministério da Defesa informou que Jobim está em viagem no exterior e que ninguém poderia falar pela pasta.A interpretação política hegemônica, porém controversa, sustenta que a anistia beneficiou os dois lados: funcionários do regime e oposicionistas.
Passado apagado
O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Figueiredo, respondeu a Tarso: "Se for pensar assim, tem gente que ocupa cargos de ministro que fez a mesma coisa: torturou, só que pelo outro lado. Roubou, assaltou banco".Mais: "A Lei da Anistia foi para apagar esse passado. No Brasil, esses casos [de tortura] foram poucos e localizados. Acho que Tarso Genro está querendo tumultuar um pouco, como está tumultuando lá no problema da [reserva indígena em Roraima] Raposa/Serra do Sol".Tarso discursou no terreno onde funcionou a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) até 1964, na praia do Flamengo, zona sul do Rio."Torturadores e genocidas desse país (...) nem sequer foram julgados pelos crimes que cometeram nos porões da ditadura. (...) Teve pessoas de boa-fé defendendo o regime", disse."Elas dizem: "A anistia foi feita para todos, inclusive os torturadores". Eu respondo: se ela foi feita para os torturadores, eles têm que ser julgados, que receber uma pena e depois receber anistia."Em entrevista, Tarso afirmou: "Para tratar dessa questão [punição criminal], não precisaria de mudança na lei. A Lei da Anistia é uma lei política. Ela incide sobre crimes políticos. A tortura não pode ser considerada um crime político"."Se um agente público invade uma residência na época da ditadura, cumprindo ordem ilegal do administrador autoritário de plantão, e prende pessoas, isso é um crime político originário do Estado de fato vigente naquele momento.""Se esse mesmo agente público prende essa pessoa e a leva para um porão e a tortura, este crime de tortura não é um crime político, porque nem a legalidade da ditadura permitia o crime de tortura. Portanto, crimes como esse não poderiam estar abrigados [pela Lei da Anistia]. Agora, isso tem que ser uma interpretação do Poder Judiciário. Não é necessário modificar a lei para que esses crimes sejam punidos."O ministro assinou ontem portaria criando o Memorial da Anistia Política no Brasil. Ele disse ser ainda hoje "militante socialista e revolucionário".Criticou a cobertura jornalística sobre o trabalho da Comissão de Anistia, que já aprovou reparações no montante -de acordo com seu presidente- de R$ 2,4 bilhões: "Em cima de determinados temas, [existe] uma velada censura a respeito do trânsito de opiniões".Em dezembro, o ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, disse considerar imprescritível o crime de tortura. Porém, não fez a defesa aberta da punição como Tarso.No evento de ontem, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, disse que "a posição histórica da entidade é que a anistia não abrangeria os crimes de sangue cometidos pelo Estado". "Embora [a opinião] tenha sido vencida em vários questionamentos judiciais", disse.

Marina rebate Lula e vê risco de retrocesso na Amazônia

Por Marta Salomon
na Folha de São Paulo

Com a exoneração publicada no "Diário Oficial" da União e ainda sem ter conversado com o presidente Lula sobre a decisão de deixar o Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva (PT-AC) apontou ontem o risco de retrocesso no combate ao desmatamento na Amazônia, cujo ritmo voltou a crescer."É melhor ter o filho vivo em colo de outro do que vê-lo jazendo em seu próprio colo", afirmou a ex-ministra, numa referência ao título de "mãe do PAS" (Plano Amazônia Sustentável) dado a ela por Lula na semana passada. "Não podemos aceitar nenhum tipo de retrocesso", insistiu a petista na primeira entrevista desde que se demitiu, na terça-feira. Marina assumirá sua vaga no Senado.Ao longo de quase duas horas de entrevista, a senadora apontou pressões contra a política de desenvolvimento sustentável da Amazônia. Os principais alvos dessas pressões seriam: 1) a exigência de licença ambiental na concessão de crédito a partir de julho; 2) a criação de novas áreas de conservação ambiental; e 3) a restrição de que os proprietários de terras na Amazônia não desmatem mais do que 20% de suas áreas.Marina, 50, evitou prognósticos sobre a gestão de seu sucessor na pasta. Disse que Carlos Minc é um ambientalista "qualificado" para a tarefa, mas afirmou desconhecer em que termos o ex-secretário do Ambiente do Rio aceitou, por telefone, o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva."Conheci o Minc quando ele ainda tinha cabelo. E corre o risco de perder mais", disse a ex-ministra sobre as dificuldades que o sucessor deve encontrar no comando do Meio Ambiente. Os obstáculos, segundo a petista, não decorrem do fato de Minc ter declarado desconhecer a Amazônia: "Eu não faria essa simplificação, nenhum ministro é capaz de conhecer questões de A a Z".Marina adiantou que não voltará ao Senado como voz de oposição ao governo. Da tribuna, disse que fará a defesa do desenvolvimento e da preservação da Amazônia, ajudará o "colega" Minc e "meu presidente Lula, que ajudei a eleger". E completou: "Rogo a Deus para ele [Minc] fazer mais e melhor do que eu".
Pressões
Marina Silva apontou a origem de pressões para rever medidas de combate ao desmatamento, que voltou a crescer no segundo semestre do ano passado. Segundo ela, "há um tensionamento muito forte" vindo de Mato Grosso e de Rondônia, especificamente os governadores Blairo Maggi (PR-MT) e Ivo Cassol (sem partido-RO).Maggi contesta dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que apontam o aumento do desmatamento -sem definição exata da área- com base em imagens de satélites. "Para que serve um sistema de alerta? O que poderemos fazer quando o aumento do desmatamento tiver se consumado?", reagiu.Mais de uma vez durante a entrevista coletiva, ela defendeu que o governo resista às pressões para mudar resolução aprovada em fevereiro pelo Conselho Monetário Nacional com restrição ao crédito a propriedades que não tenham licença ambiental.Outra fonte de pressão, segundo a ex-ministra, está atrasando a criação de novas áreas de conservação ambiental. Na quinta passada, a Casa Civil bloqueou a criação da reserva extrativista do Xingu, no Pará. Marina alega que, nos primeiros quatro anos de governo Lula, 20 milhões de áreas de conservação foram criadas, contra apenas 3 milhões no segundo mandato: "É só fazer a média e ver que o ritmo caiu".
Decisão dolorosa
Dois dias depois de oficializar a saída do governo, Marina afirmou ontem que essa foi "uma decisão difícil, um processo doloroso".A ex-ministra disse que respeita a decisão de Lula de entregar ao ministro Mangabeira Unger a coordenação do Plano Amazônia Sustentável, mas contestou a avaliação, feita pelo presidente, de que não teria isenção para assumir a tarefa. "Ser isento é ter um ponto de vista e ser capaz de mediar levando em conta o ponto de vista do outro. Me considero uma pessoa isenta", disse.
Lula
Marina contou que não havia conversado com o presidente desde que comunicou a decisão de deixar o governo por meio de carta, levada ao Palácio do Planalto por um portador. "O contato [com o presidente Lula] até agora ficou na carta, a carta diz tudo."A petista comentou também a avaliação do Planalto de que transformou a sua demissão em espetáculo. "Não foi em hipótese alguma [um ato de rebeldia], foi de uma forma muito respeitosa", respondeu.
Planos
A ex-ministra do Meio Ambiente não pensa em sair do PT, afirmou. Pelo partido ao qual se filiou em 1985, pretende disputar, em 2010, novo mandato no Senado. "Saio do governo para ir para a tribuna do Senado, lutar a favor do desenvolvimento sustentado", disse.Antes de retomar o mandato como representante do Acre, os planos de Marina se resumem a aproveitar o feriado para terminar trabalhos do curso de psicopedagogia que freqüenta na UnB (Universidade de Brasília). "Sou uma professora de história, alfabetizada aos 16 anos de idade e disso não me esqueço", completou.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Acabando com a farsa

A Interpol confirma: a Colômbia não alterou o conteúdo dos computadores encontrados com Raul Reys, terrorista das Farc assassinado numa ação do exército colombiano. Os computadores mostram a relação inescrupulosa do Bufão de Caracas com os terroristas-traficantes das Farc. Chávez ajudou as Farc e vice-versa. A confirmação da Interpol acaba com a farsa esquerdopata que toma conta da América Latina. Chávez é as Farc. Lula é as Farc. Chávez, Lula e as Farc fazem parte do Foro de São Paulo. A esquerda insiste em dizer que este foro não existe. Não existe? Não existe esta aliança sangrenta esquerdista? Os computadores do terrorista não foram alterados pela Colômbia. Chávez baba a sua raiva tentando manter a farsa. Mas não tem jeito. A Interpol mostrou que os computadores não foram alterados. Chávez é amigo das Farc. Lula é amigo das Farc. O Foro de São Paulo existe. Acabou-se a farsa.

E já quer sentar na janela

Certa vez, Romário desentendeu com um técnico do Vasco da Gama. Não lembro o nome dele. Ao comentar sobre o caso o jogador disse: “Ele chega agora e já quer sentar na janela”. Mais uma frase de efeito do Baixinho. E esta frase resume um pouco a notícia relacionada ao novo ministro do Meio Ambiente.
Carlos Minc está em Paris. De lá já mandou seu recado. Exigiu carta branca, quer mais dinheiro, quer liberdade para escolher seus assessores. Se ele fala tudo isso lá da França imagine quando chegar aqui? Eu não acredito que Minc vai ficar muito tempo no cargo. Ele já confessou que não conhece o Brasil. Mas o cara tem o apoio de Sérgio Cabral, um dos adversários de Lula no passado e hoje grande aliado. Será que minha previsão vai se confirmar? Será que Minc vai conseguir dinheiro e liberdade, muito mais do que sua antecessora Marina Silva conseguiu? Sei não. O cara já chega fazendo barulho. Ou melhor, nem chegou, ele ainda está em Paris. Que cara folgado! Nem tomou posse e já está exigindo. Mal chegou e já quer sentar na janela...

Que mostrem os condenados

O senador Pedro Simon elaborou um projeto que determina que a Justiça Eleitoral divulgue os nomes dos candidatos que foram condenados em primeira instância. O presidente do TSE Carlos Ayres Brito concordou com a idéia. Tem que ter transparência. Político que foi condenado tem que ser mostrado para o eleitor. E seus crimes amplamente divulgados.

Com Nelson Jobim não era assim

O então ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim expediu um bocado de habeas corpus para mensaleiros prestarem depoimentos em comissões parlamentares que investigavam o mensalão sem precisar assinar nenhum documento se comprometendo em dizer a verdade e responder perguntas que lhes interessavam. Hoje o ministro Carlos Ayres Brito negou hábeas corpus para o ex-secretário da Casa Civil José Aparecido Pires. O vazador do dossiê pedia um salvo conduto que evitasse correr o risco de ser preso durante o seu depoimento à CPI dos Cartões Corporativos. Aparecido tem que dizer a verdade. Tem que dizer quem elaborou o dossiê com os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. Para a tristeza dos petistas aloprados Nelson Jobim não está mais no STF para ajudá-los nas comissões parlamentares.

Governo e oposição

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse ontem que vai continuar mantendo diálogo com a oposição. Nas capas dos jornais de hoje mostram a foto de Cidinho, Íris Rezende, Henrique Meirelles e Lúcia Vânia felizes da vida. Eles fizeram elogios até para Lula. Tanto aliados de Cidinho como a oposição disseram que Lula tem um grande respeito pelo governador. Realmente Cidinho é lulista. Em 2006, no primeiro turno das eleições presidenciais, Geraldo Alckmin ganhou de Lula em Goiás. Até então Marconi Perillo era candidato a senador e sempre evidenciava a presença do candidato tucano. Já no segundo turno, Cidinho raramente falava que apoiava Alckmin na disputa com Lula. Resultado: Lula ganhou de Alckmin aqui em Goiás no segundo turno. Tudo bem que a campanha tucana foi um desastre, mas deve-se ressaltar o lulismo de Cidinho já presente desde 2006.
Aqui em Goiás faz tempo que não temos uma oposição séria, firme, que conteste as ações do governo. Vemos uma oposição covarde, acuada, que faz mais elogios ao governo do que a própria base aliada.
Outra questão: Cidinho está tendo mais diálogo com a oposição do que com a sua base aliada. Os oposicionistas se mostram mais dispostos em aprovar a reforma administrativa do que os próprios aliados. Aliás, quem questiona a reforma são políticos que apóiam Cidinho.
Até quando teremos uma oposição covarde, de cabeça baixa, que abraça o governador como se fosse um aliado de última hora? A cada dia que passa as vozes contrárias aos planos oficiais vão mudando de lado. E isso é muito ruim para o debate. É a expansão do pensamento (e do partido também) único que assola o Brasil desde a chega de Lula ao poder.

Será que ele mexe os pauzinhos para os trabalhadores?

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que mexeria os pauzinhos no Congresso para convocar Tarso Genro a fim de explicar a prisão de Ricardo Tosto, ex-conselheiro do BNDES. Eu fiquei com uma dúvida. Ontem, Paulinho disse que era um grande defensor dos trabalhadores. Daí eu fiquei pensando: se Paulinho mexe os pauzinhos no Congresso para defender um ex-conselheiro do BNDES, imagine o que ele é capaz de fazer para defender os trabalhadores do Brasil. É graças a Paulinho que os trabalhadores do Brasil têm as melhores condições de vida do mundo. É por isso que Paulinho está nesta situação enrascada. Porque muita gente tem inveja dele. Porque ele faz o que ninguém fez pelos trabalhadores. Porque ele mexe muitos pauzinhos pela classe operária destêpaiz. Realmente Paulinho é da Força e tem a Força.

Corregedoria vê prova de que Paulinho quebrou decoro

Por Denise Madueño
no Estado de São Paulo

A Corregedoria da Câmara já definiu o caminho para pedir a abertura de processo de perda de mandato do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. Mesmo que não haja provas do suposto envolvimento de Paulinho no esquema de desvio de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o deputado poderá ser processado por ferir o Código de Ética Parlamentar, infração verificada em conversa que manteve com o advogado Ricardo Tosto, ex-conselheiro da instituição. Na Câmara, o processo é disciplinar, e não criminal.O telefonema de Tosto a Paulinho, revelado pelo Estado, ocorreu um dia depois de o ex-conselheiro ter deixado a carceragem da Polícia Federal. No diálogo, Paulinho afirma, segundo relatório da polícia, que vai "mexer os pauzinhos" no Congresso para convocar o ministro da Justiça, Tarso Genro, a fim de explicar por que Tosto havia sido preso.Essa conversa foi interpretada por procuradores e policiais como uma forma de constranger e influenciar nos rumos da investigação e, na Câmara, pode significar a quebra de decoro parlamentar. O Código de Ética prevê perda de mandato para quem abusar das prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso (inciso I do artigo 4º do Código de Ética). Ou seja, nesse caso, Paulinho poderia ter usado o mandato com a intenção de intimidar o ministro, superior hierárquico da PF.O corregedor da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), disse ontem que a tendência é encaminhar a investigação sobre Paulinho para o Conselho de Ética. Ele afirmou que espera os dados do Ministério Público para concluir seu parecer e entregá-lo à Mesa Diretora em 48 horas. "Se os documentos forem convincentes, não resta dúvida de que o processo vai para o conselho, de modo a evitar perda de tempo."Paulinho entregou ontem sua defesa ao corregedor. Reafirmou ser vítima de "perseguição política" por sua atuação em defesa dos trabalhadores. Disse que está buscando identificar as pessoas que o estariam perseguindo. "Um punhado de nomes", disse Paulinho ao deixar o gabinete do corregedor.

Congresso aprova júri mais rápido

Por Denise Madueño
no Estado de São Paulo

O plenário da Câmara aprovou ontem projeto de lei que altera o funcionamento do Tribunal do Júri, responsável pelos julgamentos de crimes intencionais contra a vida e, caso sancionado pelo presidente da República, terá impacto no julgamento do caso da morte de Isabella Nardoni, tornando mais rápido o processo. Alexandre Nardoni, o pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta, são acusados do homicídio da menina. A proposta faz parte de um pacote antiviolência que ganhou velocidade no Congresso depois de um caso emblemático: o assassinato do menino João Hélio, de 6 anos, que morreu ao ser arrastado por um carro conduzido por criminosos, em fevereiro de 2007.O projeto adota o modelo americano de julgamento reduzindo as complicadas e intermináveis perguntas sobre o crime aos jurados para apenas três: se houve o crime, se o réu o cometeu e se ele é inocente ou culpado. A proposta acaba com o segundo julgamento automático para o condenado com pena igual ou superior a 20 anos. Se essa alteração já estivesse em vigor, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, condenado a 30 anos de prisão em um primeiro julgamento por mandar matar a missionária americana Dorothy Stang, não teria tido o segundo, que o absolveu."A aprovação deste projeto mostra que a Câmara já havia percebido a falha na lei. Esse fato lamentável (a revisão do julgamento) provocou indignação da sociedade e a Câmara está em sintonia com esse sentimento", disse o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT).A proposta foi aprovada em votação simbólica, sem o registro dos votos no painel eletrônico, e por acordo. O projeto reduz de três para um o número de audiências em que são ouvidos réus, testemunhas de acusação e de defesa. O projeto acaba também com os adiamentos do julgamento por ausência do réu e, para dar maior rapidez, não será mais permitida a leitura de peças processuais depois da apresentação do relatório pelo presidente do Tribunal do Júri. "Falta pouco para vermos concretizadas, na prática, essas mudanças pelas quais a sociedade tanto esperou", disse o relator do projeto, deputado Flávio Dino (PCdoB-MA). Ele disse que a regra tem efeito imediato e poderá ser aplicada ao julgamento do caso Isabella. Segundo Dino, sem as mudanças na lei, o julgamento poderia se arrastar por anos. O projeto segue para sanção do presidente Lula. As regras entram em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União. Também foram aprovadas pela Câmara medidas que combatem o crime organizado, ampliam a pena por crimes sexuais e abrem espaço para penas diferenciadas no caso de pessoas que cometeram crimes quando menores de idade. O Senado terá de se pronunciar sobre novas penas para seqüestro relâmpago e para quem porta ou leva celulares para cadeias.

Minc chefiará Meio Ambiente

Por Vera Rosa e Tânia Monteiro
no Estado de São Paulo

Com o objetivo de encerrar o desgaste provocado com a saída de Marina Silva, para virar a página de um rumoroso conflito no Planalto, o governo anunciou ontem que o petista Carlos Minc será o novo ministro do Meio Ambiente. Deputado estadual licenciado e secretário de Ambiente do Rio, Minc foi escolhido para substituir Marina depois que o ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) recusou o convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na conversa com Lula, Viana alegou que sua colega foi vítima de erros do governo na condução do Plano Amazônia Sustentável (PAS).
Apesar de ser do PT, Minc entrará para o ministério com o carimbo de afilhado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Lula já sondara o secretário dois meses atrás, quando a situação de Marina - que comandava o Meio Ambiente desde 2003 e colecionava desafetos no governo - voltou a se complicar. Às 15h45 de ontem, numa conversa telefônica de 15 minutos, o presidente formalizou o convite. Minc, que está em Paris numa missão oficial, falará pessoalmente com Lula na segunda-feira e assumirá o cargo na próxima semana.A expectativa no Planalto é de que o novo ministro destrave projetos emperrados de licenciamento ambiental para dar impulso ao crescimento econômico. No diagnóstico de Lula, Minc é um ambientalista que "traz soluções, e não problemas".Antes de bater o martelo sobre sua escolha, porém, o presidente sondou Viana, que no fim do primeiro mandato já fora cotado para o cargo.Furioso com a forma "espalhafatosa" com que Marina pediu demissão em caráter irrevogável - apresentando a carta de despedida antes mesmo de falar com ele -, Lula conversou com o ex-governador logo cedo, no Planalto. Apesar de saber das dificuldades de Viana - hoje presidente da fábrica de helicópteros Helibrás - para assumir a cadeira, ele fez mais uma tentativa."Seria uma situação delicada para mim substituir Marina, e o presidente concordou. Mas ele sabe que tem em mim um amigo", comentou Viana. A bancada do PT na Câmara e no Senado e dirigentes nacionais do partido preferiam Viana a Minc porque o ex-governador, que comandou o Acre durante oito anos, é considerado um petista mais "orgânico".Na conversa de mais de uma hora com Lula, Viana não escondeu a insatisfação com o poder conferido ao ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, a quem foi entregue a coordenação do Plano de Amazônia Sustentável, lançado na quinta-feira passada.A nova tarefa de Mangabeira foi a gota d?água para a saída de Marina, que já havia enfrentado Lula em outras ocasiões, comprando briga com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o Ministério da Agricultura, por causa da recusa em autorizar licenciamentos ambientais. No Planalto, era comum Lula reclamar que Marina e organizações não-governamentais criavam entraves ao crescimento ao barrar a construção de usinas hidrelétricas, como as do Rio Madeira. "Perco o pescoço, mas não o juízo", reagia ela."Eu disse ao presidente que, com a saída da Marina, o governo perde seu maior ativo na área ambiental e terá de repactuar compromissos, deixando claro que vai cuidar mais da Amazônia, assim como cuida da área social", afirmou Viana ao Estado. Do gabinete de Lula, Viana seguiu para um encontro com Marina, que retornará ao Senado na próxima semana.

STF restringe criação de despesas por MP

Por Felipe Seligman e Gustavo Patu
na Folha de São Paulo

Julgamento concluído ontem pelo Supremo Tribunal Federal restringirá a criação de despesas por meio de medida provisória, expediente usado pelo governo Lula para atropelar o Congresso na elaboração e na execução do Orçamento. O presidente assinou duas MPs que compõem um novo pacote de reajustes salariais generalizados para o funcionalismo, o segundo em dois anos. A Casa Civil informou que as MPs haviam sido assinadas ontem à noite, mas a assessoria do Planalto disse que a assinatura foi feita anteontem. A um custo de R$ 7,7 bilhões neste ano, o pacote beneficiará cerca de 1,5 milhão de servidores civis e militares, ativos e inativos. Por seis votos a cinco, os ministros do STF concederam liminar contra uma MP editada no ano passado, a partir de uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PSDB. Segundo o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, "o mérito já foi praticamente tratado e a decisão vale daqui para frente". De acordo com o entendimento majoritário entre os ministros, a edição de MPs para a criação de despesas -conhecidas no jargão tecnocrático como créditos extraordinários- deve ser limitada às hipóteses citadas na Constituição: "Para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública". Os governos pós-redemocratização sempre fizeram uma interpretação elástica da regra constitucional, mas a prática ganhou proporções inéditas no governo Lula. O volume de gastos criados por MP cresceu quase 100% no ano passado e atingiu R$ 43,3 bilhões, sem contar as despesas financeiras. Dos 16,6 bilhões destinados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em 2007, R$ 11,6 bilhões vieram de créditos extraordinários. Assim, o Executivo pode definir prioridades sem negociar com os congressistas: "Tem-se na prática um verdadeiro Orçamento paralelo", disse Celso de Mello. O STF retomou um julgamento iniciado em 17 de abril. Naquela ocasião, a derrota do governo já se mostrava iminente. O placar terminou em cinco a três pela limitação, mas foi suspenso por falta de quórum. O embate, porém, foi apertado. Os seis que votaram pela limitação das MPs foram Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello, Eros Grau e Carmen Lúcia. Na lista dos contrários estão os ministros Ricardo Lewandowski, Ellen Gracie, Carlos Alberto Direito, Cezar Peluso e Joaquim Barbosa. Prevaleceu a tese de que a prática usual do governo fere a Constituição, e que portanto, teriam sim o poder de limitar a edição das medidas provisórias. Os vencidos, no entanto, argumentavam que cabe ao Congresso -e não ao Supremo- avaliar se de fato a MP corresponde aos requisitos básicos e, ao aprovar as MPs, estariam alegando tal necessidade. "O excesso de medidas provisórias que os sucessivos presidentes editaram, inclusive o atual, está transformando a prática extraordinária em exercício ordinário", disse Mello. O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, diz que a decisão não impede Lula de editar novas MPs: "Essa decisão não proíbe o presidente Lula de editar novas medidas provisórias de crédito extraordinário, se ele entender que a questão é relevante e imprevisível", disse: "O presidente tem o poder de editar medidas provisórias, as partes interessadas de propor ações e o Supremo de julgar. É assim que funciona".

Chefe da AGU ajudou vazador a encontrar advogado

Por Leonardo Souza e Fernanda Odilla
na Folha de São Paulo

O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, ajudou a providenciar assessoria jurídica para José Aparecido Pires, responsável por ter vazado o dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.Segundo a Folha apurou, a ação de Toffoli faz parte da operação-abafa montada pelo governo para conter Aparecido, secretário de Controle Interno da Casa Civil.Após ter sido apontada sua responsabilidade no escândalo do dossiê, Aparecido avisou a amigos petistas que não aceitaria o papel de bode expiatório. Passou a ameaçar que confirmaria a informação, publicada pela Folha no mês passado, de que a ordem para a elaboração do dossiê partiu da número dois da Casa Civil, a secretária-executiva Erenice Guerra.O advogado escolhido para defender Aparecido é o ex-sócio de Toffoli Luís Maximiliano Telesca. Em agosto de 2000, eles fundaram o escritório Toffoli & Telesca.Toffoli e Telesca negam que tenha havido intermediação para a contratação da defesa de Aparecido. Ambos deram a mesma versão à Folha, de que Aparecido e Telesca se conhecem há muitos anos e que foi o secretário de Controle Interno quem procurou diretamente o advogado. "Toffoli foi meu sócio, mas não fui contatado por ele", afirmou Telesca, que assumiu o caso na tarde de ontem e antecipou que "não vê crime na conduta de Aparecido".Antes de escolher Telesca, Aparecido recorreu ao escritório do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Carlos Eduardo Caputo Bastos, amigo de Toffoli. Os advogados não pegaram o caso alegando que não atuavam na área criminal. Encaminharam-no para Eduardo Toledo. Ontem, Toledo disse que deixou o caso por "questões de foro íntimo".Como advogado-geral da União, Toffoli não pode assessorar oficialmente Aparecido nessas circunstâncias. Apesar de Aparecido ocupar função pública, vazar informações consideradas sigilosas é caracterizado como ato contra a União, o que coloca a AGU em lado oposto ao do secretário.

PF investiga reunião de consultor no BNDES

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

A Operação Santa Tereza, desencadeada em abril pela Polícia Federal, revelou que João Pedro de Moura, consultor da Força Sindical e ex-assessor do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) manteve uma reunião com integrante da cúpula do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio, para discutir um financiamento estimado em R$ 800 milhões para construção de rodovias no Peru e na Argentina.Segundo telefonemas interceptados pela PF com ordem judicial, a reunião ocorreu no último dia 17, "na vice-presidência do banco", com a suposta participação do vice-presidente, Armando Mariante Carvalho, responsável pelas áreas Industrial (AI) e de Comércio Exterior (AEX).Em entrevista coletiva no final de abril, o presidente do banco, Luciano Coutinho, afirmou que "o BNDES não incentiva nenhum intermediário a tramitar projetos ou liberações. Senhores empresários, tratem diretamente com o banco, (...) evitem intermediários".O relatório da PF indica que a investida de Moura teve boa acolhida no banco. "João Pedro diz que foi muito boa a reunião aqui [BNDES]. Diz que o pessoal abriu, "escancarou" a porta", afirma relatório do delegado da PF Rodrigo Levin, entregue à Justiça anteontem.Num diálogo travado entre Moura e o consultor Marcos Vieira Mantovani, há indícios de que a reunião foi agendada por iniciativa de Mantovani -Moura e ele estão presos desde o último dia 24; Mantovani está internado no InCor (Instituto do Coração). A PF resumiu assim a conversa: "Na data de 18/4/08, às 11h21, João Pedro conversa com Mantovani. Falam de vários projetos e também sobre reunião no BNDES com o Mariante (vice-presidente), que foi muito boa".Ao ouvir a descrição feita por Moura sobre o encontro, Mantovani disse que "foi a melhor notícia da sua vida".
Argentina
A reunião, que teria ocorrido uma semana antes das prisões decretadas pela Justiça, também teria tido a participação de outro funcionário do BNDES e do empresário argentino Santiago Crespo.Em outro trecho do relatório da PF, Moura é citado por ter dito que o "nosso" contrato "na Argentina", possivelmente a construção de estradas, "é de R$ 1 bilhão".As interceptações também trouxeram uma referência, segundo a PF, a Élvio Lima Gaspar, responsável pelas áreas de Inclusão Social (AS) e de Crédito (CS) do BNDES. Em seu ex-blog, no último dia 5, o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), apontou Gaspar como um dos "atores a serem investigados". Reproduziu uma notícia do banco em que Gaspar aparece como o autor da assinatura que liberou empréstimo de R$ 124 milhões à Prefeitura de Praia Grande (SP), hoje sob suspeita.Numa conversa gravada em março, Mantovani diz ter contatado "Élvio" no banco para obter notícias sobre liberação de recursos. "Mantovani cita o nome de Élvio (possivelmente Élvio Lima Gaspar). Demonstra, no mínimo, que existe contato direto da organização com a diretoria do BNDES. Não estamos afirmando que o diretor está envolvido, no momento, [isso foi incluído] apenas para registro", diz o relatório da PF.

Consultor da Força chama Paulinho de "nosso chefe" em telefonema, diz polícia

Na Folha de São Paulo

O consultor da Força Sindical de São Paulo João Pedro de Moura classificou como "o nosso chefe lá de Brasília" o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), em diálogo telefônico com o empreiteiro Manuel Fernandes de Bastos Filho interceptado pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza.Segundo o resumo da conversa mantida entre Moura e Bastos Filho, o consultor teria dito que Paulinho "tem chance de ser o vice do [ex-governador Geraldo] Alckmin, foi convidado". E que Paulinho teria chance de virar prefeito em 2010, no caso de Alckmin, do PSDB, deixar o cargo na prefeitura para concorrer ao governo.Alckmin negou ontem, por meio de sua assessoria, o convite a Paulinho. "É uma maluquice total. Conversas partidárias existiram, sim, mas em nenhum momento foi cogitada a vice. Esse diálogo não faz o menor sentido", afirmou.Em outro trecho das gravações, Moura segue falando de Paulinho com intimidade. No dia 11 de abril, ligou para o consultor Marcos Mantovani para dizer que estava "no gabinete do prefeito de Campinas [SP] para falar com o prefeito a pedido do Paulinho". Tratava de investimentos, segundo ele, para construção de um terminal rodoviário no município.O clima mudou com as prisões do dia 24 de abril. Em outra gravação feita pela PF, no dia da prisão do coronel reformado da Polícia Militar Wilson de Barros Consani Júnior, sua mulher telefonou para dizer que havia conversado com Paulinho, que "estava desesperado e falou para Consani ficar despreocupado que ele [Paulinho] irá tirá-lo de lá". Segundo a mulher do PM, Paulinho "está muito preocupado".
Depoimento de Elza
A PF deverá intimar para depoimento, nos próximos dias, a mulher de Paulinho, a sindicalista Elza de Fátima Costa Pereira. O objetivo da PF é esclarecer pelo menos dois pontos: um depósito de R$ 37,5 mil feito pelo consultor João Pedro de Moura numa conta da organização não-governamental Meu Guri e a compra por R$ 220 mil à vista, revelada pela Folha na última terça-feira, de uma casa em Bertioga (SP). A aquisição foi feita por Elza.

Deus salve o Imperador

O São Paulo ganhou do Fluminense pelo placar de 1 a 0. Gol de Adriano. Pois é, quem disse que o Imperador estava morto?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"Confusão e erro" por Olavo de Carvalho

Quando o governo americano resolveu apostar em Lula como freio para as pretensões de Hugo Chávez, o resultado era mais que previsível: sob uma cortina de sorrisos tranqüilizantes estendida pelo presidente brasileiro, a esquerda revolucionária latino-americana teria campo livre para crescer e dominar mais meia dúzia de países, sem que o Departamento de Estado opusesse a isso senão alguns resmungos anti-chavistas períodicos, pro forma e totalmente inofensivos.
Escrevi que isso ia acontecer, e aconteceu.
O simples fato de que a sra. Condoleezza Rice e o presidente Bush concentrassem seus temores na pessoa de Hugo Chávez, em vez de reparar na monstruosa articulação continental de esquerda montada pelo próprio Lula no Foro de São Paulo, já manifestava uma opção preferencial pela miopia, uma necessidade obsessiva de concentrar-se num detalhe para não enxergar o todo.
O CFR, Council on Foreign Relations , foi manifestamente culpado de fomentar esse monstruoso erro de avaliação, ao emprestar sua prestigiosa tribuna para que os srs. Luiz Felipe de Alencastro e Kenneth Maxwell negassem a existência do Foro de São Paulo, numa época em que as atas das assembléias dessa organização já estavam publicadas e à diposição de qualquer estudioso honesto. Um órgão da envergadura do CFR simplesmente não tem o direito de alimentar o governo com falsa informação, pois está consciente de que sua palavra é ali ouvida com reverência e temor.
Mas agora sabemos que o erro teve uma segunda origem ainda mais escandalosa: foi o próprio Lula que em 2005 ofereceu ajuda ao governo americano para "acalmar Chávez". O emissário escolhido para levar a oferta já constituia, pela singularidade da sua pessoa, a prova mais patente de que não havia na proposta senão o intuito de acalmar, isto sim, o governo dos EUA, para que não prestasse atenção ao Foro de São Paulo e ao crescimento do seu poder avassalador. O portador não foi outro senão o então ministro José Dirceu, cuja lealdade à ditadura cubana -- e portanto ao Foro de São Paulo, que é uma extensão dela -- não advem só de sua imensa dívida pessoal para com o regime que o transformou de militante de segunda classe em comandante da esquerda armada brasileira, mas deve-se também a um laço de ordem profissional, de vez que o referido é oficial do serviço secreto militar cubano (um cargo ao qual o prefixo "ex", quando não se trata de pessoa exilada, presa ou falecida, só pode ser acrescentado a título de desinformação ou de piada).
Um indício ainda mais direto de que se tratava de presente de grego foi fornecido pelo próprio José Dirceu, ao declarar à sra. Rice, na ocasião, que não havia nenhuma ligação entre Hugo Chávez e as Farc -- ligação que hoje está mais que provada e que ele então não podia ignorar de maneira alguma.
Um terceiro fator que contribui para nublar a visão que o governo americano tem da política de Lula é a presteza e alegria com que este último cede às injunções dos investidores estrangeiros, dos bancos internacionais e do globalismo em geral. Como a relação entre esses poderes e o governo americano é ambígua e nebulosa, Lula pode parecer amigo dos EUA só por ser, mais que amigo, servo do esquema globalista, ao qual não hesitou em tentar ceder um estado inteiro da federação, a título de "república indígena", só sendo impedido de fazê-lo pela reação patriótica das Forças Armadas brasileiras. Jornalistas a serviço desse esquema vendem a imagem de que um Lula globalista é, por definição, um parceiro dos EUA. Mas, se globalismo e interesse nacional americano fossem a mesma coisa, ninguém proporia algo como o Tratado da Lei do Mar, a sujeição dos presidentes americanos ao Tribunal Penal Internacional ou a dissolução dos EUA numa "Comunidade Norte-Americana". A confusão, neste caso, é proposital. Mas isso só deveria constituir um motivo a mais para que um presidente americano sensato jamais caísse nela.

"Farinhas do mesmo saco"

Por Carlos Reis
no site Mídia sem Máscara

A mesma linhagem. A mesma cepa. Vinho da mesma pipa. Farinha do mesmo saco. Dilma Farinha do Mesmo Saco Roussef já começou mentindo. Ela é a legítima sucessora de Lula, não tenham dúvida disso. E, ao mentir, já incriminou as suas vítimas como boa leninista que é. Depois do que fez e disse, em condições políticas e sociais normais (condições que o Brasil não apresenta mais) ela seria eliminada do circuito por não apresentar a mínima estatura moral. A Ministra sucessora do mentiroso Lula, do mensaleiro Lula, inventou um dossiê e o negou no primeiro dia. Foi ajudada na mentira pelo execrável Tarso Farinha do Mesmo Saco Genro, que está lá para isso. No segundo dia já o amadrinhava pensando ter as costas quentes, isto é, pensando poder mentir indefinidamente por conta da tibieza moral tucana, da indigência intelectual dos demos ou Democratas (mais demos do que Democratas, porquanto uns são do mesmo esquema mentiroso da corja instalada no Planalto), e por conta de uma mídia vendida ao socialismo. Porque nada se faz neste país sem a ajuda da mídia chapa branca. Nenhuma mentira vai longe no Brasil sem a ajuda da mídia amiga, que finge que não vê mentiras ganharem status de verdades; finge que não sabe que o conteúdo do dossiê feito para incriminar adversários políticos é mais importante que o fato ou o modo de sua divulgação, que o fato dele ter sido expelido para fora dos computadores da mentira para o Senado, e daí para a opinião pública, é irrelevante. Somente uma imprensa vendida e comprometida com a mentira oficial pode chamar a totalitária mentirosa Dilma Farinha do Mesmo Saco Roussef de heroína, de coitada, que sobreviveu à terrível tortura dos militares para vir ao Senado posar de vítima. A mídia chapa branca da RBS de Porto Alegre vibrou no dia seguinte ao depoimento mentiroso da ex-ladra “Vanda”. Achou o máximo o “show” da ex-terrorista Dilma Farinha do Mesmo Saco Roussef, que fez o senador Agripino Maia (que tinha 20 e poucos anos no tempo em que Dilma Farinha do Mesmo Saco Roussef assaltava as mansões paulistas para prover renda para a “democracia” cubana), parecer um torturador violento. Vocês tinham que ouvir a alegria do programa “Atualidade” da Rádio Gaúcha! Mais uma vez a imprensa Farinha do Mesmo Saco se vale da ignorância do povo (que, aliás, ela mesma construiu) para celebrar mais uma “vitória” da mentira, da “justiça social”, do humanismo sangrento do socialismo. Que uma penca de revolucionários comunistas use dos meios mais abjetos para se alçar ao poder e nele se manter, isso não surpreende. O que me enche mais de indignação é a cara de pau, a hipocrisia gritante, o cinismo mais ostensivo, o verdadeiro deboche exibicionista com que pseudo-jornalistas encobrem as roubalheiras de uma classe política inteira, quase toda ela devotada ao saque do país e à destruição dos seus valores mais genuínos. Hoje, a sociedade brasileira está no chão. Rasteja com o focinho na terra, incapaz de perceber a obra de uma ideologia que cultiva a mentira, a miséria e a ignorância. Como estes bedéis de pasquim estão tão impunes quanto os corruptos que protegem, a minha única paga é vê-los mentir, agora para se defenderem. Se preferem continuar aplaudindo psicopatas com mandatos e nomeações, o problema é deles; que tentem provar que não são psicopatas também. Se fazem a propaganda do socialismo turbinando candidatos revolucionários só posso esperar um castigo para eles um dia. Quem colabora com ditaduras socialistas não tem perdão. E não se esqueçam: quem ajuda e acoberta ditaduras socialistas fica sem emprego ou vai trabalhar no Pravda do Edir Macedo!

Peidei, mas não fui eu

Paulo Pereira da Silva, mais conhecido como Paulinho da Força entregou hoje ao corregedor da Câmara Inocêncio Oliveira sua primeira defesa das denúncias de participação no esquema de desvio de verbas do BNDES. Paulinho disse ser vítima só porque defende os interesses dos trabalhadores. É mesmo? O que será que ele fez de tão bom para os trabalhadores e que prejudicou pessoas capazes de persegui-lo tanto assim? Como sempre Paulinho é vítima. O lulismo disseminou esta tese de que todo acusado de corrupção é vítima. Ou é vítima da imprensa golpista, ou é vítima porque ajudou os trabalhadores, ou é vítima porque ama os pobres... Todo mundo acusado é uma pobre vítima. Ah, diga-se: é vítima quem apóia Lula. Quem não apóia que se vire e se defenda das acusações.
Direto o cantor Lobão aparece na MTV com uma camisa escrita: “Peidei! Mas não fui eu!” Tal camisa poderia ser oferecida para vários políticos. Renan Canalheiros com seus bois voadores, os mensaleiros e seu dinheiro não contabilizado, os aloprados que usam os instrumentos do Estado para fazer dossiês contra adversários políticos e sindicalistas espertalhões que se apossaram do Estado brasileiro como Paulo Pereira da Silva. Paulinho é um exemplo da corja sindicalista que mama nas tetas estatais desde a chegada do mamador-mór à Presidência da República. Ele está enrascado. Até com o próprio advogado ele não se entende. É por essas e outras que Paulinho merece a camisa: “Peidei, mas não fui eu”.

Minc era terrorista assim como Mãe Dilma

Do Blog do Reinaldo Azevedo:

Em 1969, novo ministro fez assalto planejado por Dilma
Marina Silva, como se sabe, não se bicava muito com Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil. Agora, com a ida de Calos Minc para o Meio Ambiente, Dilma ganha um antigo aliado. E como!!! Eles foram companheiros de armas na organização terrorista VAR-Palmares. Na prática, ela era sua chefe. Minc — cujos codinomes eram “Jair”, “Orlando” e “José” — participou diretamente do famoso assalto ao “cofre do Adhemar”: na noite de 18 de julho de 1969, os terroristas invadiram a casa de Anna Gimel Benchimol Capriglione, amante do ex-governador Adhemar de Barros, e levaram um cofre com US$ 2.800.064, uma fortuna fabulosa. Dilma era o cérebro da operação, junto com Carlos Franklin Paixão de Araújo. Não participou diretamente do assalto porque era considerada “muito importante” para correr tanto risco. Minc participara antes, no dia 31 de março de 1969, do assalto ao banco Andrade Arnaud, de onde foram levados 45 milhões de cruzeiros. Na ação terrorista, o comerciante Manoel da Silva Dutra foi assassinado.

Sibá Machado? Não conheço

Com a saída do Ministério do Meio Ambiente Marina Silva volta ao Senado. Segundo consta no Estadão online ela focará em ações ambientais. Com a volta de Marina ao Senado, Siba Machado voltará para a suplência. Vocês lembram de Siba Machado? É aquele senador (sem nenhum voto, diga-se de passagem) que foi presidente do Conselho de Ética do Senado durante a crise política envolvendo Renan Canalheiros. Siba ajudou e muito Renan no arquivamento dos processos. Agora que Marina volta ao cargo, Siba dificilmente será lembrado. Siba Machado? Não conheço.

Confirmado

Confirmada a ida de Carlos Minc para o Ministério do Meio Ambiente. O cara do "socialismo libertário"...

No berço do valerioduto

Lula quer que o PT e o PSDB façam aliança na sucessão da prefeitura de Belo Horizonte. Quem diria PT e o PSDB juntos e em Minas Gerais. Foi lá que começou o valerioduto. Sim, o valerioduto e não o mensalão como queriam afirmar os petistas no auge do escândalo em 2005. Em 1998, o então governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) pegou dinheiro sujo de Marcos Valério para financiar sua campanha pela reeleição. Fizeram caixa 2. E o pior de tudo é que o esquema não funcionou porque Azeredo perdeu a eleição daquele ano para Itamar Franco.
Mas Marcos Valério seguiu seu rumo. Dali partiu para uma aliança vitoriosa com o PT de Delúbio Soares. Sugiro a leitura do livro O Operador de Lucas Figueiredo. Mostra as aventuras do carequinha pelos bastidores da política tanto do lado tucano como do lado petista.
Voltemos à aliança. Se Lula concorda com a união é bem capaz do PT nacional derrubar o veto que impediria tal aliança. Lula manda no PT. E Ricardo Berzoinni obedece. Inocente é aquele que acredita que Lula é um tolo, um ignorante, um cara que não sabe de nada. Lula é esperto e se aproveita dos acordos firmados inclusive com adversários. Adversários estes que ele combateu e muito num passado não muito distante.
Pois é. O PT e o PSDB juntos em Minas Gerais, no berço do valerioduto. Sorte de Eduardo Azeredo que não terá mais que esclarecer sobre o dinheiro sujo de Marcos Valério. Sorte dos mensaleiros petistas que não terão as críticas do oposicionista PSDB (eu disse oposicionista?) pelo mensalão. Sorte de Marcos Valério. Por falar nele, alguém sabe se o carequinha vai aderir a esta aliança?