sábado, 18 de outubro de 2008

Como era de se esperar

Lula não ia desperdiçar a chance de falar sobre o conflito entre as polícias em São Paulo. Disse o iluminado: O governador Serra não tinha o direito de, me conhecendo como me conhece, acusar o PT. Eu espero que, em algum momento, ele peça desculpas por essa heresia. Já está na internet do discurso do Paulinho da Força e do BNDES convocando todos os peleguinhos para atacar o Palácio dos Bandeirantes. Será que o iluminado não vai falar sobre a convocação feita pelo amiguinho de Dona Supla dias antes do confronto? Eu não quero desculpas dessa gente desesperada.Eu quero que eles apodreçam na cadeia pelos crimes que cometeram. Eles sim são hereges.

Tudo para defender Dona Supla

Tudo vale para defender Dona Supla. Até misturar alhos com bugalhos. Os petistas começam a relembrar um panfleto, segundo dizem, feito pelo PSDB falando que ela tinha dois maridos. Uai, mas a separação dela não foi pública? Todo mundo não ficou sabendo que ela deixara Eduardo Suplicy para relaxar e gozar com Luis Favre? Agora, os petistas estão relembrando a crítica que o então ministro da Saúde José Serra fez à Xuxa na época da sua gravidez. Serra criticou a “produção independente” da apresentadora. É mesmo? E Xuxa não anunciou para todo mundo que estava grávida e como ficou grávida? Essa gente não tem limites. Misturam tudo para justificar as cagadas que fizeram. Gilberto Kassab e solteiro e não tem filhos? Por um acaso ele falou isso publicamente? Os petralhas rebaixam tanto para defender “a causa”. Para defender Dona Supla eles misturam tudo para mostrar que o PT fez o que sempre foi feito sistematicamente nestêpaiz.

E o governo de São Paulo reconheceu que errou

Quando alguém fala que eu sou tucano sempre digo que se eu fosse mesmo teria o nariz do tamanho do Luciano Hulck. As notícias sobre o desfecho do seqüestro lá em Santo André estavam desencontradas. O governo paulista mesmo havia anunciado que a adolescente mantida refém pelo ex-namorado havia morrido. Quando o hospital em que ela estava internada disse que ela estava viva, mas em estado gravíssimo, o governo se desculpou. Pelo menos reconheceram que erraram e não culparam a imprensa por uma falha de interpretação.

A culpa

O petismo acusa o governador de São Paulo José Serra de ser autoritário, de não querer dialogar, de não pagar um bom salário para os policiais. Bem, quando os petistas fazem alguma treta não podemos culpá-los. Que isso? Isso sempre foi feito sistematicamente nestêpaiz? Quem não faz dossiê contra um adversário em campanha eleitoral? A culpa é da mídia? Quando os petistas são pegos com a mão na massa logo atacam, não querem ser culpados de nada. Quando eles estão reivindicando alguma coisa eles mesmos dão nomes aos bois e apontam os culpados.

Dever do cristão é seguir os ensinamentos de Deus

Quando vejo padre querendo defender o PT eu já sei que aí não vem boa coisa. Lá em São Paulo, cem padres lançaram um manifesto de apoio à Dona Supla. De uma forma indireta o manifesto liga Gilberto Kassab ao período ditatorial (1964-1985) pelo fato do candidato a reeleição ser do DEMO, antigo PFL que teve sua origem no regime militar.
Gilberto Carvalho, comandante da tropa de choque do Palácio do Planalto para salvar a campanha de Dona Supla, não só apoiou como deu seus pitacos para a formulação do manifesto. Segundo estes padres progressistas, só Dona Supla pode tratar os excluídos de forma digna. O Papa Bento XVI deveria tomar conhecimento do que está acontecendo nas paróquias paulistanas.
Padre tem que cuidar da alma do povo. E o povo está sedento de Deus. Talvez seja por isso que a Igreja Católica esteja perdendo fiéis. Porque a pessoa sedenta de Deus quer ouvir a Palavra de Deus, os ensinamentos de Jesus Cristo e não um manifesto escrito por Gilberto Carvalho, um quase padre, e o padre Júlio Lancelotti.
Ah, o panfleto diz que é dever do cristão acabar com os resquícios da ditadura. Mentira! O dever do cristão é seguir os ensinamentos de Deus, é seguir o que Jesus Cristo disse na Bíblia. Infelizmente, até hoje, a Teologia da Libertação ainda contamina o catolicismo. Teologia esta que usa o santo nome de Deus em vão para fazer “justiça social”. Precisamos de católicos corajosos que incentivem o povo a ler a Bíblia e não manifestos nojentos como este.
Bem, vamos acabar com os resquícios da ditadura? Que tal perguntar para os cem padres que assinam o manifesta pró-Dona Supla se eles topam escrever outro defendendo a democracia em Cuba, ou na China, ou na Coréia do Norte?
Já que estes padres progressistas reinventam o novo dever do cristão, relembro aos meus cinco leitores o que disse Jesus aos seus discípulos: Ide, pois; de todas as nações fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar tudo o que vos ordenei (Mt 28, 19-20). É isso! Não sigam o que cem padres malucos pelo comunismo ordenam. Sigam o que Jesus disse, o que está na Bíblia, a Palavra de Deus.

Ainda bem que aqui não tem paredão

Agora os petistas querem colar em José Serra o rótulo de autoritário. Gilberto Kassab que se cuide porque os terroristas do PT vão vir com tudo. Mas, falando em autoritarismo, ainda bem que José Serra não é nenhum Fidel Castro. Se fosse, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força e do BNDES, já estaria no paredão. Lá em Cuba, terra tão amada e defendida pelos petistas, quem contesta o governo ou é exilado, ou fuzilado.

Aguardemos o que ele vai dizer

Lula disse que hoje fará a sua última participação nas campanhas eleitorais em São Paulo e São Bernardo do Campo. Lula deve vir enfezado. Deve falar com aquela voz brava de sempre e deve atacar os de sempre. Aguardemos o que ele vai dizer (apesar de já ser previsível o que ele vai dizer)

"Caetés é aqui, não lá" por Diogo Mainardi

Caetés. Os Estados Unidos se transformaram numa Caetés. Olhe o mandacaru em Columbus, Ohio. Olhe o retirante em St. Louis, Missouri. Olhe o menino morto de fome no estacionamento do Wal-Mart em Pueblo, Colorado.
Nas últimas semanas, os americanos passaram a protagonizar um romance sertanejo. Eles choramingam melodramaticamente o tempo todo, reclamando da própria miséria: nas ruas, na imprensa, nos debates eleitorais. Como acontece em Caetés, está muito complicado pagar em dia a hipoteca da segunda ou da terceira casa. Como acontece em Caetés, está muito complicado encher o tanque do segundo ou do terceiro carro. Cada vez que o Dow Jones cai 700 pontos, aumenta o desejo dos americanos de encontrar um coronelzinho que cuide deles direito. É o que Barack Obama oferece ao Fabiano e à Sinhá Vitória dos Estados Unidos: um carro-pipa para distribuir caridosamente planos de saúde, usinas eólicas e bolsas de estudo em Harvard.
Alguns dias atrás, o presidente iraniano, Mahmoud Ahma-dinejad, anunciou o fim do capitalismo. É um retorno a Bucareste, 1965. Num lugar em que falta carne, em que falta sabonete, em que falta gasolina, o tirano ainda promete triunfar sobre o império americano. Além dos iranianos, dos venezuelanos, dos indianos, dos coreanos e dos brasileiros, os próprios americanos compraram a idéia de que os Estados Unidos caminham rapidamente para a ruína. Um editorialista do Washington Post reconheceu os sinais da derrocada do modelo americano. E uma editorialista do New York Times publicou um artigo todinho em latim, estabelecendo um paralelo com o fim do império romano. Para ela, George W. Bush só pode ser um Nero dos novos tempos. Sarah Palin, uma Pompéia. Barack Obama, um Adriano.
Nicolas Sarkozy também participou do cerco aos Estados Unidos. Ele é Alarico I. Depois de se reunir com os líderes de outros países europeus, ele sugeriu reformar o sistema financeiro global, com a finalidade de criar o "novo capitalismo". O que diferencia o novo capitalismo do velho capitalismo? O novo capitalismo é – como dizer? – menos capitalista. Segundo Nicolas Sarkozy, o sistema financeiro, em vez de pensar somente em acumular dinheiro, tem de passar a favorecer o bem-estar coletivo. Nessa nova ordem mundial, os americanos, depauperados e subalternos, precisam aprender a gerir a economia com Guido Mantega.
Em 4 de novembro, os Estados Unidos escolhem o presidente. Uma parte dessa histeria pré-fabricada, eleitoreira, se dissipará. Os americanos devem retomar rapidamente o comando. Quem sabe decidam até bombardear as usinas nucleares iranianas. Chega de mandacarus em Ohio. Chega de retirantes em Missouri. Chega de meninos mortos de fome em Colorado. Caetés é aqui. Caetés é nossa. Ninguém pode tomá-la de nós.

Lula libera R$ 4 mi para Anápolis e ajuda Gomide

Por Marina Dutra
no Diário da Manhã

O governo federal liberou, no início da semana, mais de R$ 4 milhões para obras de infra-estrutura em Anápolis. A notícia foi dada pelo deputado federal Rubens Otoni (PT), irmão do candidato Antônio Gomide (PT), que disputa a prefeitura da cidade contra Onaide Santillo (PMDB). A verba, que saiu do Ministério das Cidades, será utilizada na execução de serviços de pavimentação, construção de galerias de águas pluviais e recuperação de erosões. O recurso diz respeito a um convênio firmado no início do ano entre governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com a prefeitura. O deputado afirma que a liberação da verba em pleno período de campanhas eleitorais não significa que o governo federal esteja apenas ao lado de Gomide e contra Onaide, filiada a um partido que o apóia em Brasília. Ele explica que, na verdade, o valor total do investimento é de R$ 19 milhões, em que os R$ 4 milhões representam apenas a primeira parcela. “Se o dinheiro foi liberado neste mês, significa que a prefeitura já tem o projeto em mãos e já iniciou o processo licitatório.” Otoni completa que, até o fim do primeiro semestre de 2010, as obras do PAC em Anápolis estarão concluídas e devidamente aplicadas. “Mas os recursos só são liberados na medida que a obra se inicia.” Também lembra que não só em Anápolis, mas em todas as cidades de Goiás, o governo Lula pretende investir até 2010 mais de R$ 360 milhões por meio do PAC.O deputado frisou que, independente das eleições, Anápolis tem recebido atenção especial do governo Lula. Citou, como exemplo, a construção do conjunto habitacional Vila Feliz, que está em fase de conclusão. As obras custaram no ano passado para os cofres públicos R$ 12 milhões, dos quais R$ 9 milhões oriundos do Ministério das Cidades e o restante com recursos da própria prefeitura. “A verba de outubro será utilizada para a melhoria da infra-estrutura de nossos bairros, como construção da rede pluvial, asfalto e pavimentação.” Otoni considera que grandes bairros da cidade estão em péssimas condições e necessitam de uma reforma urgente. A reportagem do DM tentou entrar em contato com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável de Anápolis, Fábio Maurício Corrêa, para se informar detalhadamente sobre os projetos de obras em que serão aplicados os R$ 4 milhões, mas não obteve êxito. O secretário não quis repassar dados por telefone.

Terceira exigência do PT é por cargos

No Hoje

Falta somente a participação dos petistas no próximo mandato do prefeito Iris Rezende (PMDB) para o cumprimento de todas as exigências. A avaliação é do presidente metropolitano do PT, Luiz Alberto de Oliveira, ao lembrar que para unir o PT ao PMDB, foram acertadas três exigências: a indicação do vice, Paulo Garcia (PT), a participação na elaboração do plano de governo e nos cargos. Duas já foram cumpridas, falta definir a participação nos cargos.Luiz Alberto acredita que a participação dos 14 partidos da chapa no governo não será por igual, até porque algumas siglas não têm quadro suficiente para suprir a demanda. Para ele, o partido mais contemplado será o PMDB e, depois, o PT. “Temos quadros políticos e técnicos em condições de assumir, mas prefiro não identificar nenhum nome, para não desmerecer os que não foram citados”, justifica. “É provável que nomes como dos vereadores Serjão e Carlos Soares, da ex-deputada federal Neide Aparecida e o próprio Luiz sejam contemplados.”O dirigente petista lembra que o prefeito disse preferir pessoas qualificadas. E reafirma que o PT tem contingente preparado, além de ser um dos principais partidos da coligação. Luiz Alberto diz ainda que a sigla sempre lançou candidatura própria e que o fato de ter lançado o vice na chapa foi responsável pela grande votação de Iris – o prefeito foi reeleito no primeiro turno. “A reeleição tem contribuição significativa do PT, devido o não lançamento de candidatura própria. A decisão do partido foi importante para influenciar no resultado da eleição”, ressalta.Luiz Alberto informa que a corrente do PT contrária à coligação com o PMDB não ficaram, necessariamente, de fora da campanha. “Eu, por exemplo, era a favor de candidatura própria”, salienta, ao ressaltar que a decisão deve ser no âmbito do partido, e deve predominar mais a capacidade técnica e política, além da participação na campanha. “Evidentemente, quem não participou não deve ser privilegiado em detrimento de quem participou”, disse, ao avisar que houve vários petistas que decidiram num primeiro momento não participar e acabaram entrando no processo, por “entenderem que a democracia interna é sagrada dentro para o partido”.Marina Sant’Anna não participou da campanha e reitera que não quer participar do governo Iris. “A coligação não beneficiou o PT”, diz.

''Estou ouvindo mais o diabinho'', dizia seqüestrador

Por Bruno Tavares
no Estado de São Paulo

Os policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) acreditavam que a libertação de Eloá e Nayara era uma questão de tempo, quando Lindembergue Alves mudou repentinamente seu discurso. "Tenho um anjinho e um diabinho aqui do meu lado", disse, ao grupo formado por policiais militares, um advogado e um promotor de Justiça. "Só que agora estou ouvindo mais o diabinho que o anjinho." Nesse momento, o rapaz que por mais de 100 horas manteve refém a ex-namorada exigiu que todos se retirassem, incluindo o negociador do Gate - não queria "prejudicá-lo"."Ele dizia que ia fazer besteira e pediu para trocar o negociador para que ninguém achasse que ele havia falhado", disse o coronel Eduardo José Félix, comandante do Comando de Policiamento de Choque (CPChq). "O Lindembergue parecia muito deprimido, dizia o tempo todo que não tinha mais alma nem coração. Nós implorávamos para que ele não fizesse nada", comentou. As últimas duas horas e meia de conversas com o seqüestrador foram gravadas pelos policiais do Gate e as fitas, entregues ontem à Polícia Civil de Santo André.Foi logo após a saída dos negociadores que se ouviu o primeiro disparo. Imediatamente, seis homens do Gate que durante todo o tempo permaneceram de prontidão decidiram invadir o apartamento. Quando a porta foi derrubada por explosivos, os policiais encontraram Eloá desacordada, deitada sobre o sofá. Tinha um tiro na cabeça e outro na virilha. Nayara estava num colchão, coberta por um edredom. Para conter Lindembergue, os PMs dizem ter disparado apenas um tiro de bala de borracha, embora tivessem também armamento letal. "Nas invasões táticas, nós portamos armas letais, pois nunca sabemos o que vamos encontrar", disse o coronel. "Não vou dizer com 100% de certeza porque não sou perito, mas, pelo que pude ver, os tiros não foram disparados pelos policiais."Logo após a ação, o coronel havia dito que Eloá tinha mais um ferimento, na virilha. "Pela manhã ouvimos um disparo e entramos em contato com o seqüestrador. Ele disse que estava tudo bem. Mas acreditamos que ela havia sido ferida."Logo após a entrada do Gate, paramédicos subiram com macas para socorrer as adolescentes feridas. Nayara desceu as escadas do conjunto habitacional andando. Eloá saiu carregada por um policial, enrolada em um edredom - foi colocada numa maca no andar térreo do prédio. Nayara foi socorrida em uma ambulância do resgate às 18h17. Minutos depois, Eloá foi levada em uma ambulância. Ambas foram encaminhadas ao Centro Hospitalar Municipal de Santo André. Os pais de Eloá, que seguiram para o centro médico, tiveram de ser sedados.O comandante confirmou que os atiradores de elite tiveram Alves na mira por diversas vezes nos últimos dias, mas optaram por não efetuar nenhum disparo. "Tivemos a chance e não fizemos porque nosso objetivo era tentar resolver isso da forma mais pacífica possível", esclareceu Félix.

Após 100 horas de cárcere privado, reféns são baleadas

Por Kleber Tomaz, Rogério Pagnan, Cátia Seabra e Bruna Saniele
na Folha de São Paulo

Terminou no final da tarde de ontem, após mais de cem horas e de modo trágico, o mais longo caso de cárcere privado do Estado de São Paulo.Por volta das 18 horas, Eloá Cristina Pimentel, 15, que desde segunda-feira era feita refém pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, 22, levou dois tiros -um na cabeça e outro na virilha. A amiga dela também foi baleada.A polícia invadiu o apartamento onde os três estavam, em Santo André (ABC). Policiais afirmam que só tomaram essa decisão depois de ouvir um disparo.De "zero a dez", nas palavras de Rosa Maria de Aguiar, diretora do Centro Médico Hospitalar de Santo André, a gravidade do estado de saúde de Eloá é "nove". Ela perdeu massa encefálica, estava em coma induzido e corre risco de morte.O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, chegou a informar o governador José Serra (PSDB) que Eloá estava morta -o que foi divulgado pelo Palácio dos Bandeirantes e depois desmentido. O governo se desculpou pelo erro.A outra vítima, Nayara Rodrigues da Silva, 15, levou um tiro na boca, mas não corre risco de morte. Amiga de Eloá, Nayara chegou a ser libertada por Alves, mas voltou ao apartamento por orientação da polícia para tentar "ajudar" na negociação.A polícia justificou que essa era uma exigência do ex-namorado, que havia se comprometido a soltar as duas em seguida.O coronel Eduardo Félix, o mesmo que autorizou a volta de Nayara ao apartamento, disse que a polícia entrou no imóvel ao ouvir um tiro.A invasão ocorreu às 18h08, quando se ouviu um forte estrondo seguido por um clarão -os policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) bateram ao menos seis vezes na porta com um equipamento especial até conseguir derrubá-la. Eles estavam posicionados num apartamento vizinho. O promotor Augusto Rossini, que acompanhou o caso, disse que a polícia usou armas não-letais.Alves levou um tiro de bala de borracha. Na saída do imóvel, cercado por policiais, recebeu tapas e socos. Os policiais disseram que encontraram no imóvel um revólver calibre 32 com cinco tiros disparados.Nayara foi a primeira a deixar o prédio, andando. Eloá saiu carregada e inconsciente. Familiares dela foram levados chorando para o hospital.À noite, na porta do prédio de Eloá, moradores com facas ameaçavam agredir jornalistas. O fio de um equipamento de uma emissora de TV foi cortado. A polícia voltou ao local.O advogado de Alves, Eduardo Lopes, disse que desistiu de representá-lo.Pela manhã, questionado sobre o fato de Nayara ter sido devolvida ao criminoso, José Serra disse confiar na atuação da polícia. "Tenho certeza que ela vai obter o melhor resultado."

PF apreende materiais na Vivo e na BrT

Na Folha de São Paulo

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na Brasil Telecom e na Vivo, anteontem, para colher material para o inquérito que apura o suposto grampo da conversa entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).Dois mandados foram cumpridos na Brasil Telecom, que confirmou a ação da PF. Já a Vivo não quis comentar o outro mandado. As operadoras, assim como a PF, não informaram quais objetos foram recolhidos.Os delegados Rômulo Berredo e William Morad, responsáveis pelo inquérito, ainda não sabem se a investigação chegará a alguma conclusão. Dentro da corporação, agentes se referem ao caso com a máxima de que "sem corpo não há crime", já que o áudio da conversa não apareceu até agora.A expectativa é a de que laudos, ainda em elaboração, ajudem a elucidar o caso -mas não para determinar o responsável. Nenhum dos depoimentos feitos até agora, segundo a Folha apurou, aponta um autor da suposta gravação.

Lula prepara a saída dos palanques

No Jornal do Brasil


Em Moçambique, Presidente diz que encerra participação em campanhas neste fim de semana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que encerra sua participação nas campanhas eleitorais do PT neste final de semana. Lula participará de atos de apoio às campanhas de Marta Suplicy (PT) e de Luiz Marinho (PT), que disputam as prefeituras de São Paulo e São Bernardo, respectivamente.
– Vou ter um ato em São Paulo, amanhã (hoje), com lideranças populares. Pelo menos é o que fui avisado. E domingo estarei participando de outro ato, o meu último na campanha do companheiro Luiz Marinho, lá em São Bernardo do Campo – disse Lula, antes da cerimônia de inauguração de instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Maputo, em Moçambique.
O presidente afirmou que após essas participações, voltará para Brasília e se recolherá ao palácio.
– Aí encerro a minha participação na campanha. Durante a semana, eu volto a Brasília para fazer o que tenho fazer: trabalhar, trabalhar, trabalhar...

Transferência

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), comparou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma assombração e comemorou o resultado dos candidatos do PSDB no primeiro turno das eleições municipais.
– Esse esquema do Lula chegar como assombração e mudar eleição não existiu no Nordeste. Não existiu em Petrolina (PE), não existiu em Jaboatão (PE), em Garanhuns (PE), em Natal (RN). Em quase todos os lugares tinhamos candidatos fortes – afirmou Guerra, durante ato de apoio à candidatura de Orlando Morando (PSDB) à Prefeitura de São Bernardo.
O ato contou com a participação de uma comitiva tucana formada pelo presidente estadual do PSDB em São Paulo, deputado Mendes Thame, e dos deputados tucanos de São Paulo, Antonio Carlos Pannunzio, Duarte Nogueira, William Woo e Paulo Renato Souza.
Guerra comemorou a vitória do partido nas capitais Curitiba e Teresina, onde no primeiro turno os prefeitos Beto Richa e Silvio Mendes, respectivamente, foram reeleitos com mais de 70% dos votos válidos.
O senador também minimizou a presença de Lula em São Bernardo neste fim de semana para participar de ato da campanha do candidato Luiz Marinho (PT) e ironizou a possível vitória do petista na cidade do ABC.
– Ele (Lula) é uma pessoa que tem uma grande capacidade de comunicação e vai fazer um discurso heróico se vencer aqui. Mas esta é a campanha mais cara de São Paulo. Aqui, existe um tsunami financeiro do PT – disse.

Congresso ainda discute reeleição

Por Eugênia Lopes
no Estado de São Paulo

Passados 11 anos da implantação no Brasil da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, a exigência de renúncia ou licença do cargo para concorrer ao mesmo posto é um tabu no Congresso Nacional.Sem amarras para evitar o uso da máquina pública, os candidatos à reeleição acabam participando de inaugurações e de visitas a obras, por exemplo. Tudo para anabolizar suas candidaturas. Foi o caso da solenidade, com ares de comício, em que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) entregou anteontem ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cheque simbólico no valor de R$ 198 milhões para investimentos no metrô. "A licença do cargo é fundamental. Mesmo que a pessoa não queira fazer o uso da máquina, a própria estrutura estabelecida acaba dando facilidades ao candidato", defende o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF), que apresentou emenda à Constituição, em junho de 2007, com a proposta de renúncia ao cargo para quem for concorrer à reeleição.Além dele, os deputados Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e José Lima (PP-PA) apresentaram recentemente emendas prevendo a renúncia dos candidatos à reeleição. Em mais de 100 propostas que foram apresentadas desde 1997, quando foi promulgada a emenda da reeleição, apenas 11 na Câmara dos Deputados sugerem o afastamento para quem vai disputar o mesmo cargo eletivo no Executivo. A maioria delas é antiga, da época em que foi implantada a reeleição.No Senado, nos últimos dois anos, somente Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC) propuseram a licença do posto seis meses antes das eleições para aqueles que pretendem se reeleger."Sem esse afastamento formalizado, a disputa nas urnas com outros postulantes fica forçosamente desequilibrada em benefício do detentor atual do poder, com distorção sobre a quantidade e a qualidade de exposição pública e acesso à população", argumentou Jarbas na exposição de motivos que acompanha à emenda constitucional apresentada em agosto de 2007."O fundamento ético e de natureza legal que obriga os ocupantes dos cargos no Executivo a renunciarem a seus cargos para concorrerem a outros deve prevalecer, por questão de eqüidade, em relação aos postulantes da reeleição, exigindo-se destes não a renúncia, mas o afastamento do poder que exercem", justificou, por sua vez, Mesquita, em sua proposta que foi apresentada em fevereiro do ano passado.
OUTRAS SUGESTÕES
Mas, se não há praticamente propostas para impedir o uso da máquina pelos candidatos que disputam o mesmo cargo, as sugestões que mexem no instituto da reeleição proliferam aos borbotões no Congresso.Há idéias para todos os gostos: desde a implantação do mandato de seis anos para todos os cargos do Executivo, com manutenção da reeleição, até propostas que prevêem mandato de cinco anos para presidente da República, governadores, prefeitos e deputados federais e de dez anos para senadores.Também existem dezenas de propostas em tramitação na Câmara e no Senado para acabar com a reeleição. Há ainda aqueles que tentam moralizar o processo eleitoral, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que apresentou emenda à Constituição em fevereiro deste ano mantendo a reeleição, mas incluindo a necessidade de "reputação ilibada" entre as condições para a elegibilidade.Outros têm objetivos mais prosaicos, como o senador Marco Maciel (DEM-PE). Ele propõe mudar a data da posse dos chefes do Executivo do dia 1º para o dia 3 de janeiro, sob o argumento de que "a celebração do Ano Novo é uma tradição amplamente difundida no mundo e que a posse nesta data cria dificuldades significativas para o comparecimento de líderes estrangeiros e autoridades nacionais".

Gabeira e Paes seguem empatados no Rio

Na Folha de São Paulo

A oito dias do segundo turno da eleição para prefeito do Rio, Fernando Gabeira (PV), com 44% das intenções de voto, e Eduardo Paes (PMDB), com 42%, seguem tecnicamente empatados, mostra pesquisa Datafolha, mas aumentou a divisão eleitoral entre os mais ricos e mais pobres da cidade.Há uma semana, o verde tinha 43%, e o peemedebista, 41%, com ambos registrando uma oscilação positiva de um ponto percentual.Nos votos válidos -quando o Datafolha exclui da amostra os eleitores que declaram intenção de anular ou votar em branco, além dos indecisos- Gabeira tem 51%, e Paes, 49%. Os resultados oficiais são divulgados em votos válidos.Na análise dos diversos estratos eleitorais, houve dois movimentos mais significativos em relação ao levantamento anterior. Gabeira cresceu seis pontos percentuais entre o eleitorado com nível superior, passando de 60% para 66% nesse estrato. Paes aumentou também em seis pontos sua taxa de votos entre os eleitores que têm até o ensino fundamental, grupo em que passou de 49% para 55% dos votos.Os dois candidatos têm bases eleitorais em pólos opostos. Gabeira tem 63% dos votos entre os mais ricos, 19 pontos nesse estrato acima do que tem na média geral, e 32% entre os mais pobres, 11 pontos abaixo de seu índice médio. O verde tem 12 pontos a mais do que sua média no eleitorado jovem (56%) e nove pontos a menos entre os mais velhos (35%).Paes possui 53% dos votos entre os mais pobres, 11 pontos a mais que sua média geral, e 27% entre os mais ricos, 15 pontos a menos que seu índice médio. No estrato dos mais pobres, subiu sete pontos em uma semana. Ele tem 52% entre os mais velhos, dez pontos a mais que sua taxa média, e 38% entre os mais jovens, quatro pontos a menos que a média.O crescimento de Paes entre os mais pobres e menos escolarizados pode significar que tiveram apelo os ataques do peemedebista em sua campanha na TV, apontando como preconceituosa frase de Gabeira em relação aos moradores dos subúrbios das zonas norte e oeste, que concentram a maior parte da população carente.No dia 7 de outubro, Gabeira disse, em conversa ao telefone ouvida pela Folha, que Lucinha, vereadora tucana eleita com a maior votação da capital (68.799 votos), agia como "analfabeta política". Na conversa, Gabeira disse que Lucinha tinha uma "visão suburbana" sobre a localização de um lixão na zona oeste.Após o uso da frase na TV por Paes e de panfletos e faixas apócrifos acusarem Gabeira de preconceito contra o subúrbio, o candidato verde pediu desculpas públicas a vereadora.Em relação à migração de votos do primeiro turno, os eleitores de Jandira Feghali (PC do B), quarta colocada no pleito, optam em sua maioria por Gabeira, apesar de a candidata ter declarado apoio a Paes: 57% dos eleitores da comunista optam pelo candidato verde -sete pontos a mais do que na semana passada- e 31% ficam com o peemedebista.Mas o apoio de Marcelo Crivella (PRB), terceiro colocado no primeiro turno, parece surtir efeito em benefício a Paes: 49% dos que escolheram o senador votam em Paes -dez pontos a mais do que na semana passada- contra 27% que ficam com o candidato do PV.A pesquisa, em parceria com a Rede Globo, tem margem de erro de três pontos percentuais. O Datafolha ouviu 1.311 eleitores ontem e anteontem.

Quintão tem dez pontos de vantagem sobre Lacerda em BH

Por Paulo Peixoto
na Folha de São Paulo

O candidato do PMDB à Prefeitura de Belo Horizonte, Leonardo Quintão, tem dez pontos percentuais de vantagem em relação ao seu oponente, Marcio Lacerda (PSB). O peemedebista tem 47% das intenções de voto, contra 37% do socialista, revela a primeira pesquisa Datafolha feita neste segundo turno na capital mineira.Realizada anteontem e ontem, a pesquisa mostra que, em relação aos votos válidos, Quintão está com 56% e Lacerda, 44%. O Datafolha exclui o percentual de votos brancos, nulos e de eleitores indecisos para calcular os votos válidos.A margem de erro da pesquisa, realizada com 1.007 eleitores, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.Apesar da diferença de dez pontos pró-peemedebista, o resultado indicado na pesquisa "não é uma vantagem que garanta a vitória do primeiro colocado", disse Mauro Paulino, diretor do Datafolha.Segundo ele, na disputa no segundo turno, cada ponto que um candidato consegue tirar do outro acelera a redução da diferença entre eles. Ou seja, se Lacerda conseguir reverter a seu favor cinco pontos, ele empata a disputa.No primeiro turno, Lacerda chegou à frente de Quintão. Apoiado pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), o candidato socialista terminou a fase inicial com 43,5% dos votos válidos, contra 41,2% do peemedebista.Quintão cresceu na reta final do primeiro turno, chegou bem perto do seu oponente e iniciou o segundo turno à frente de Lacerda, que reconheceu muitos erros na campanha e agora tenta consertá-los para evitar a derrota de um candidato com o apoio do governo estadual e da prefeitura.O candidato do PMDB é bem votado entre os eleitores mais jovens. Tem a preferência de 55% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos e é preferido por 53% das pessoas entre 25 a 34 anos; 51% dos que possuem ensino médio e renda de mais de dois a cinco salários mínimos também dizem votar no peemedebista.Ele é bem votado também entre os que avaliam o governo do presidente Lula como ruim ou péssimo (52%) e entre os que consideram o governo Aécio e a gestão Pimentel como regular (60% e 58%, respectivamente), ou ruim ou péssimo (59% e 61%, respectivamente).Lacerda é bem votado entre os eleitores com idade entre 45 e 59 anos (41%), os que têm renda de mais de cinco a dez salários mínimos (44%) e os que avaliam positivamente os governos Aécio e Pimentel (42% e 44%, respectivamente).Dos eleitores da candidata derrotada do PC do B no primeiro turno, Jô Moraes, 43% dizem que agora votarão em Quintão, o candidato apoiado pela deputada federal. Outros 26% dos eleitores de Jô afirmam votar em Lacerda e 13%, branco ou nulo. Segundo a pesquisa, 18% dos seus eleitores estão indecisos.A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número 77321/2008. Foi contratada pela Folha e pela TV Globo.

Kassab mantém vantagem, 16 pontos à frente de Marta

Por Ranier Bragon
na Folha de São Paulo

A nove dias do segundo turno das eleições, o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), mantém 16 pontos percentuais de vantagem sobre Marta Suplicy (PT), mostra pesquisa Datafolha.O prefeito tem 53% das intenções de voto contra 37% da petista, de acordo com o levantamento, concluído ontem. Em relação à pesquisa anterior, realizada nos dias 7 e 8, a alteração foi mínima: Kassab oscilou negativamente um ponto; Marta se manteve estável.Se considerados apenas os votos válidos (exceto brancos, nulos e indecisos), a diferença é de 18 pontos percentuais. Kassab tem 59%; Marta, 41%.A pesquisa acontece seis dias depois do início do horário eleitoral gratuito do segundo turno, da realização do primeiro dos três debates televisivos previstos e da veiculação do polêmico comercial da campanha de Marta que abordava questões da vida pessoal de Kassab."A notícia é que, mesmo com os fatos que ocorreram entre uma pesquisa e outra, a distribuição da proporção de votos não se alterou. E só vai se alterar se acontecer algum fato muito relevante capaz de mobilizar a opinião pública em uma direção", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.Ele diz que as entrevistas já contemplam a primeira repercussão do confronto de anteontem entre policiais civis e militares, mas não abrange o desfecho, ontem, do seqüestro em Santo André.Para a pesquisa, encomendada pela Folha e pela TV Globo, o instituto ouviu 1.979 pessoas entre quinta-feira e ontem. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.Ao todo, 6% declararam que votarão em branco ou nulo. Os indecisos somam 4%.Os números do Datafolha mostram que, para anular a diferença, Marta Suplicy teria que trazer para si, até o dia 26, cerca de 550 mil votos hoje na conta de Kassab. Isso representa mais do que todo o eleitorado da região central da cidade (390.094).Os eleitores também foram questionados sobre a qualidade do programa eleitoral dos dois adversários.Ao mesmo tempo em que apontaram o de Marta como o que mais faz críticas ao oponente (74%), eles consideraram o programa de Kassab como o melhor -63%, 24 pontos percentuais a mais do que o índice dos que aprovam o de Marta.Após atravessar praticamente toda a campanha liderando de forma absoluta a disputa, Marta acabou superada por 0,8% dos votos válidos, abertas as urnas do primeiro turno, no último dia 5 -33,6% contra 32,8% dos votos válidos.A pesquisa Datafolha confirma também tendência verificada no último levantamento, a de migração da maioria dos votos dos principais derrotados no primeiro turno para Kassab -76% dos eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB), 66% dos de Paulo Maluf (PP) e 47% dos de Soninha Francine (PPS).O instituto mediu também a popularidade, em São Paulo, de Kassab, do governador José Serra (PSDB) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A aprovação ao governo de Kassab oscilou dois pontos para baixo, de 61% para 59%, mantendo-se similar ao recorde obtido por Paulo Maluf em 1996 (58%).A aprovação a Serra também manteve-se estável (42% para 41%). A de Lula oscilou positivamente de 53% para 55%, novo recorde do petista na cidade. Apesar disso, 42% dos entrevistados que o aprovam dizem que votarão em Kassab.

PT diz que Serra lembra ação de militares

Na Folha de São Paulo

A crise entre as polícias Civil e Militar em São Paulo abriu nova ofensiva da campanha de Marta Suplicy na capital. Petistas associam o confronto de anteontem à "falta de diálogo" e ao "autoritarismo" de um modelo adotado pelo governador José Serra (PSDB) e repetido por seu afilhado político, o prefeito Gilberto Kassab (DEM).Em encontro ontem com taxistas, Marta acusou Serra de "irresponsabilidade", de ter "incapacidade para a negociação" e disse que ele tenta tirar proveito eleitoral do episódio assim como ocorreu em 1989, no seqüestro do empresário Abílio Diniz (leia texto ao lado)."Quando houve o seqüestro de Abílio Diniz, puseram camisetas do PT nos seqüestradores, e o Lula perdeu a eleição. E agora, quando estamos na véspera de uma eleição, fico pasma de o governador fazer acusações desse porte. É muito sério o que ele fez", disse Marta.Logo após o confronto das polícias anteontem, Serra deu entrevistas dizendo que PT, CUT e Força Sindical insuflaram a manifestação da Polícia Civil por motivação eleitoral.Vice na chapa da petista, Aldo Rebelo (PC do B) associou o discurso de Serra ao dos governos militares. "Não defendo armas, quebra de autoridade, mas a atitude de Serra não honrou a tradição democrática de um homem que já fez muita passeata na rua. Ele usa agora o mesmo discurso de governos de quando ele, Serra, era líder estudantil, deputado, e apoiava campanhas salariais", disse.As propagandas de Marta na TV já exploram o fato de o DEM, de Kassab, ter sua origem na Arena, partido que dava sustentação política à ditadura.Kassab disse não acreditar que o PT irá usar o confronto entre as polícias na propaganda eleitoral. "Acompanhei informação de que parlamentares e sindicatos participaram desse movimento procurando turbiná-lo ao invés de jogar água fria. Se comprovado, é lamentável."O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso corroborou a tese levantada por Serra. "Havia pessoas ligadas às eleições de alguma maneira estimulando uma coisa que acho que elas deveriam acalmar", afirmou.Ontem, o governador voltou a falar em motivações eleitoreiras. "Motivação partidária-eleitoral é meio óbvia, basta olhar o texto de discursos feitos por políticos nesses eventos. O evento de ontem foi programado, proposto, por um desses líderes, que é o Paulinho, da Força Sindical. Aliás, um deputado envolvido em escândalo, que tem processo de cassação em andamento", disse.Sobre as críticas do vice de Marta, Serra disse: "Não acredito que o Aldo tenha dito isso. Se disse, perdeu ótima oportunidade de não dizer besteira".O tema dominou boa parte das falas do encontro, ontem, do chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, com líderes religiosos católicos.Foi lançado um manifesto pró-Marta, que pede voto na candidata "em favor dos mais pobres" e diz: "É dever de todo cristão, olhando o fio da história que nos corta, dar um basta definitivo a resquícios da ditadura." São 500 mil cópias."Não é possível que um governante, diante do fracasso de uma negociação, se apresse em atribuir a culpa a um partido, a lideranças sindicais, sem ter o mínimo de bom senso para avaliar onde fracassou", afirmou."Como petista, me senti ofendido, pois essa não é a verdade dos fatos. Como membro do governo federal, lamento que o governador não retribua a generosidade com que o presidente o trata", disse Carvalho.Parlamentares afirmaram que tanto Serra como Kassab "criminalizam os movimentos sindicais e sociais".

Paulinho usou ''cortina de fumaça'' para se livrar, diz Serra

No Estado de São Paulo

O governador José Serra (PSDB) afirmou ontem que o envolvimento do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, nas manifestações da polícia é uma forma de criar "uma cortina de fumaça" para desviar o foco dos problemas que o envolvem."O evento de ontem foi programado por um desses líderes que é o Paulinho, da Força Sindical, que tem um processo de cassação em andamento. Provavelmente ele quer pôr uma cortina de fumaça em cima disso. Basta ver o discurso do pronunciamento no Masp feito no final da semana passada. Tudo que aconteceu ontem (anteontem) já estava previsto e assinalado", disse Serra.O governador, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e quase toda a cúpula do PSDB paulista - menos o candidato derrotado Geraldo Alckmin - estiveram ontem reunidos com o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), para uma homenagem à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que morreu em junho. Ela deu o nome ao Centro Cultural da Juventude, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte."A greve continua porque decidiram que as propostas não são satisfatórias. E pedem coisas que são inexeqüíveis. De um lado, o presidente da associação já pediu a demissão de secretários e do delegado-geral da polícia, dando uma conotação política a esse assunto. Do outros são reivindicações que custam R$ 4 bilhões. Não existe esse dinheiro", garantiu Serra.Paulinho rebateu as críticas e disse que é o governador quem tenta criar cortina de fumaça. "Cada dia fica mais claro que armação contra mim pode ter vindo do Serra e da turma dele. E faz cortina de fumaça, porque a responsabilidade é dele. São 14 anos sem dar aumento. A polícia tenta negociar desde janeiro e, quando tem conflito, em vez de assumir como responsável ele fica criando factóide para não verem que ele é incompetente", acusou. As afirmações de Serra também provocaram protestos até daqueles acostumados a ficar de fora dos embates mais acalorados. Ontem, o candidato a vice na chapa da petista Marta Suplicy, Aldo Rebelo (PC do B), disse ainda considerar o governador "um democrata", mas destacou que o discurso neste episódio se assemelhou ao feito pela ditadura militar. "O governador Serra perdeu o rumo. Ele fez o mesmo discurso de que foi vítima quando era líder estudantil", disse Aldo, acrescentando que foi ele quem demonstrou ter "interesses eleitoreiros". Serra rebateu: "Ele perdeu uma ótima oportunidade de não dizer uma besteira."

Choque entre Polícia Civil e PM vira munição na guerra eleitoral

Por Ricardo Brandt, Vera Rosa e Clarissa Oliveira
no Estado de São Paulo

A crise da polícia monopolizou ontem a disputa paulistana. De um lado, aliados do prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) acusaram interesses eleitorais por trás do movimento, que culminou com o confronto entre policiais civis e militares em frente ao Palácio dos Bandeirantes, anteontem. Do outro, petistas reagiram com indignação à tentativa do governador José Serra (PSDB) de vincular o PT ao conflito."Quero repelir a atitude do governador de acusar o partido do presidente da República de estar por trás disso, porque é mentira", afirmou o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. "Como integrante do governo federal eu lamento que o governador não retribua a generosidade com a qual o presidente Lula o trata. E, como membro do PT, eu me senti ofendido pelo governador Serra."Principal aliado de Kassab na disputa eleitoral, Serra havia afirmado um dia antes "não ter dúvida nenhuma" de que as manifestações de policiais diante da sede do governo "tinham a participação ativa da CUT, que é ligada ao PT, e da Força Sindical, ligada ao PDT". Ao lado do prefeito e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra voltou ontem à carga e acusou a "politização" do movimento. "A motivação eleitoral e partidária é meio óbvia. Basta olhar os textos dos discursos feitos por políticos nesses eventos. O ato de ontem (anteontem) foi programado por um desses líderes, que é o Paulinho, da Força Sindical", afirmou Serra. Ontem mesmo, a assessoria jurídica do PT foi incumbida de se debruçar sobre fitas contendo as falas do governador a emissoras de televisão, para avaliar a possibilidade de entrar na Justiça com um pedido de direito de resposta. "O governador claramente fez um uso político dessa situação", afirmou o advogado Helio Silveira, encarregado da campanha de Marta Suplicy (PT). "Estamos avaliando quais são as medidas cabíveis."
DIA DE CAMPANHA
Os dois candidatos bem que tentaram fazer campanha ontem, mas o assunto foi um só: a crise da polícia. Marta disse ter ficado "pasma" com as declarações de Serra. "Querer culpabilizar um partido por uma incapacidade de negociação? Eu não esperava essa postura do governador."Na prática, porém, o comando da campanha de Marta avalia que ela deve explorar o confronto para tirar dividendos eleitorais do episódio e mostrar as "deficiências" do governo Serra, agora associado a Kassab. "Temos de entrar nesse debate e mostrar que nosso projeto é outro, onde os conflitos da sociedade são tratados de forma democrática, onde a gente não tenta criminalizar os movimentos sindicais e sociais", disse o presidente do PT paulista, Edson Silva. Potencial prejudicado pela crise, Kassab endossou as críticas de Serra: "Como todos, tive a oportunidade de observar alguns parlamentares, alguns líderes partidários que participaram das manifestações e que são externos ao movimento. Lamento muito, até porque não podemos partidarizar uma reivindicação legítima."Até Fernando Henrique entrou no embate. "As pessoas deviam acalmar e não estimular, eu acho que houve sim alguma influência eleitoral", afirmou.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Paulinho, o cara do BNDES

Ver Paulo Pereira da Silva no Jornal Nacional foi deprimente. Ele defendendo os policiais civis? Tá fácil! Ele defende é liberação da grana do BNDES e o que receberá neste “trabalho”.

Os petralhas não vão perdoar

Primeiramente o governo de São Paulo anunciou que a ex-namorada do seqüestrador estava morta. Depois voltou atrás. Vamos ver a reação dos petralhas. É bem capaz deles deixarem as garotas de lado e pedir a cabeça, mais uma vez, de José Serra.

O orkut vai pautar o caso

E o seqüestro em Santo André acabou de forma trágica. As notícias ainda estão desencontradas. Um namorado seqüestra a ex-namorada e uma amiga dela e as mantém reféns por horas e horas. O orkut vai pautar a imprensa. Veremos reportagens de pessoas deixando recados e mais recados nos perfis das duas adolescentes baleadas em estado grave. Ah sim! É bem capaz da Sônia Abrão (ler o que Bárbara Gancia diz sobre ela logo abaixo) passar o seu programa inteiro analisando o perfil das adolescentes no orkut. Com a presença de “especialistas”.

"Sônia Abrão é uma idiota" por Bárbara Gancia

Irresponsável, temerária, acéfala, sensacionalista da pior espécie… sobram adjetivos pouco abonadores para classificar a conduta de uma certa imprensa no caso do seqüestro de Santo André.
Os abutres de mau agouro acabaram atrapalhando o trabalho da polícia e não pensaram duas vezes em transformar um perturbado mental em celebridade.
Em tempo: o título desta nota foi inspirado em post recente do blog de Argemiro Ferreira, que falava sobre o comediante e candidato ao Senado norte-americano, Al Franken, autor de um livro chamado “Rush Limbaugh is a Big Fat Idiot”.

A turma do "Apanhar nas ruas e nas urnas"

Não resisti. Fui dar um passeio na petisfera. Pra que? José Serra é achincalhado depois do confronto entre as policias civil e militar ontem em São Paulo. Eu já esperava isso. Serra vai ser alvo dos petralhas nas ruas e aqui na internet até 2010. É a turma do “apanhar nas ruas e nas urnas” em ação.

TSE libera sites de jornais para publicar opiniões em eleição

Por Mariângela Gallucci
no Estadão online

BRASÍLIA - Os sites de jornais e revistas na Internet estão liberados para veicular opiniões favoráveis e contrárias a políticos durante o período eleitoral. O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu nesta sexta-feira, 17, que a legislação eleitoral proíbe a divulgação de opiniões nos provedores de internet e nos sites de emissoras de rádio e televisão. Mas não nos sites de veículos impressos.

O TSE decidiu fazer uma mudança em uma das resoluções do tribunal sobre as eleições. A iniciativa do TSE de modificar a resolução foi tomada depois que o jornal O Estado de S. Paulo e a Agência Estado protocolaram uma ação no tribunal questionando as vedações impostas aos sites.

E ninguém protestou

Percebe-se o meu apreço por Paulo Pereira da Silva, o cara da Força Sindical e do BNDES. Falando neste último, não vi protestos contra o sindicalista quando a Polícia Federal o acusou de armar tretas no banco. Por que será?

O desespero petista

Lamentável o que aconteceu em São Paulo. A ala petista da Polícia Civil queria invadir o Palácio dos Bandeirantes. A Polícia Militar não deixou. Deu briga. Agora vemos as conseqüências. Gilberto Kassab, Fernando Henrique Cardoso e José Serra condenaram o confronto. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força e da grana do BNDES, condena... o governador de São Paulo. Diz o sindicalista que o governo não dá salário digno aos policiais. É mesmo? E é fazendo badernas que se cobra um salário digno? Ora essa, é simplesmente lamentável ter que aturar Paulinho da Força pagando sabão para José Serra. Cadê a Polícia Federal que não o coloca atrás das grades?
A confusão de ontem só demonstra o desespero petista quando está prestes a perder uma eleição. Desespero este que eu sempre lembro com aquela frase que José Dirceu disse num comício durante a campanha eleitoral de 1998: “Eles têm que apanhar nas urnas e nas ruas”. O “eles” do Zé eram os tucanos, claro.

O almoço

O almoço do PMDB ontem foi muito feliz. Imagino as caras dos camaradas comendo do bom e do melhor. Iris Rezende relembrou seus cupanheros que é preciso trabalhar mais. Pô, Iris, falar sobre isso num almoço festivo? Poderia ter falado do transporte coletivo aqui de Goiânia que até hoje não se sabe se é ou não é o melhor do Brasil. Iris poupou seus colegas de uma indigestão. Deixem que eles comam em paz. Tem que comemorar e pensar em 2010, afinal, 2010 também não está assim tão longe, é logo ali.

O Paulinho tava lá

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, estava ontem no meio da briga entre as polícias civil e militar em São Paulo. Ele não tem vergonha na cara mesmo. Apesar das denúncias que lhe pesam nas costas sobre desvio de dinheiro do BNDES lá está o meu guri, o Paulinho, o He-Man, ele tem a Força. A Força Sindical contra o inimigo: José Serra.

Questão de interpretação ou quem é Marta Suplicy

O que está acontecendo? Outra vez o petismo faz besteira e diz que não sabia de nada? Já não bastou o “Eu sabia que nada sabia” de 2005? Quer dizer que Dona Supla deixa rolar. Ela não vê, não fiscaliza, não orienta, não discorda, não sugere nada nas propagandas da sua campanha. Ela não estava interessava em ver a primeira propaganda do segundo turno. Talvez estivesse relaxando e gozando com o argentino dela.
A entrevista de João Santana, marqueteiro da peruona na Folha de São Paulo de hoje, mostra que o petismo nunca erra. É a imprensa que manipula e os adversários maldosos que interpretam de maneira equivocada. Tudo no petismo é questão de interpretação. Na visão deles, você está certo quando diz que, no mensalão, o PT fez o que sempre foi feito nestêpaiz. Na visão deles, você está errado (ou é um manipulado) se diz que comprar votos de deputados com dinheiro sujo, comprar dossiê fajuto com dinheiro sujo é crime e quem comete crime deve ir para a cadeia. Tudo é questão de interpretação e, é claro, o que vale é a interpretação petralha.
Dona Supla deu total liberdade para João Santana? Será que ele é de confiança? Será que ela confia mesmo nele? Ela nem para ver o que estavam fazendo na primeira propaganda do segundo turno. É questão de interpretação, gente! É que a libertária Dona Supla deixou correr solto e seu marqueteiro achou que todo mundo ia ficar numa boa no meio daquele bombardeio de perguntas sobre Gilberto Kassab.
Interessante a última pergunta da entrevista (perguntas pertinentes, diga-se de passagem):

FOLHA - Acha relevante saber se o candidato é casado e se tem filhos?
SANTANA - Acho. O eleitor gosta e tem o direito de saber tudo sobre o candidato. Quer saber até para que time ele torce.Além disso, o que nos interessava ali não era uma ou outra pergunta específica, e sim despertar no eleitor, por meio de uma série de questões, a dúvida sobre tudo o que ele desconhece a respeito de Kassab.


É como eu disse num post ontem: o PT vestiu a roupa do movimento “Tradição, Família e Propriedade”. Pelo voto, pelo poder essa gente faz de tudo. Desde defender os valores que antes diziam arcaicos ao beijo na mão de políticos que antes diziam serem ladrões.
Concordo com Santana. O eleitor tem o direito de saber tudo sobre o candidato. Eu quero conhecer mais Marta Suplicy. Eu tenho este direito porque moro em Goiânia. Quem é Marta Suplicy? Por que ela continua usando o sobrenome do ex-marido se já casou com outro? Afinal, quem é bom de cama: Eduardo Suplicy ou Luis Favre? Quem sabe eu não descubra quem é Marta Suplicy através do seu relaxamento e gozo na cama.

Serra vê interesses políticos na manifestação dos policiais

No Jornal do Brasil

O governador José Serra afirmou que a manifestação de ontem segue interesses políticos-partidários com vistas a influenciar o segundo turno, no dia 26.
– Estão aproveitando o momento eleitoral – disse, durante entrevista coletiva às 20h no Palácio dos Bandeirantes. – Não é uma manifestação clandestina. Está documentada e registrada.
Serra citou o PT e o PDT, que têm influência sobre, respectivamente, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical – centrais que dão respaldo à greve – e apóiam a candidatura da petista Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo.
Desde o início da greve, o governador vem se esquivando de comentá-la. Tem deixado isso a cargo de secretários. O tucano comparou o protesto ao escândalo do falso dossiê contra políticos tucanos montado por petistas às vésperas das eleições de 2006, quando disputava o governo com Aloizio Mercadante (PT).
– A eleição tem de ser disputada, mas tem de ser democrática, não na base de artifícios, de factóides dessa natureza, como houve na eleição passada, o negócio do dossiê dos aloprados – disse. – Enfim, essas são armas que aparecem justamente na véspera da eleição.
O vereador José Américo, presidente municipal do PT, rebateu:
– É uma forma oportunista de tentar jogar nas costas dos partidos uma responsabilidade que é dele – afirmou. – Eles se comprometeu em melhorar as condições das polícias, vem embromando os caras há 30 dias, e, ao frustrar as expectativas, responde da pior forma possível: com repressão, criminalizando o movimento e tentando responsabilizar os partidos.

Sala de situação

Serra acompanhou, por duas horas, o momento mais agudo da crise de uma sala de situação, instalada na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes. O governador foi para lá por volta das 16h30, quando os manifestantes romperam o cordão de policiais civis, entrando em confronto com PMs.
Ao longo de sua permanência na sala, Serra atribuiu motivação política ao movimento e manifestou preocupação com a eventual reprodução do conflito na base das polícias. Determinou que os comandantes das polícias trabalhassem para evitar que confrontos se multiplicassem pelo Estado.
Reunidos desde as 13h na sala, coronéis da PM e o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Lemos Freire, dispararam telefonemas para os comandos regionais pedindo calma. Segundo um dos presentes, um dos momentos de maior tensão aconteceu quando surgiu a informação de que um coronel fora ferido.
Serra pediu, então, que o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, telefonasse para a direção do Hospital Albert Einstein para checar a informação. Os secretários estaduais da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e de Gestão, Sidnei Beraldo, também passaram todo tempo na sala, de onde Serra só saiu para dar entrevistas. Ao falar à TV, o governador disse à população que não há razão para intranqüilidade, que os comandos das polícias estão "absolutamente unidos".

Policiais civis e PMs entram em confronto

Por Ricardo Sangiovanni, André Caramante e Catia Seabra
na Folha de São Paulo

Policiais civis e militares entraram em confronto ontem perto do Palácio dos Bandeirantes. No conflito foram usadas bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e munição convencional e de borracha. Ao menos 25 pessoas ficaram feridas. O coronel da PM Danilo Antão Fernandes foi atingido por uma bala na perna.É a primeira vez que as polícias entram em confronto no Estado de São Paulo.O confronto aconteceu por volta das 16h, quando centenas de policiais civis em greve, que exigiam ser recebidos pelo governo, romperam uma barreira da PM para seguir em direção ao palácio, no Morumbi (zona oeste de São Paulo).No confronto, alguns policiais civis protestavam empunhando armas. Os PMs lançaram bombas de gás lacrimogêneo e fizeram disparos. O enfrentamento só terminou às 17h, mas a situação continuou tensa até o início da noite.Por volta das 18h, um primeiro-tenente da PM tentou passar entre os policiais civis e acabou cercado e agredido. O comando de greve orientou os manifestantes a deixarem a região somente às 20h10. Pelo menos 12 carros da PM ficaram parados na avenida com os pneus rasgados por facas.A greve completou ontem um mês. Os policiais exigem 15% de reajuste imediato e outros 12% em 2009 e, em 2010, eleição direta para delegado-geral, cargo estratégico na polícia. A gestão Serra ofereceu 6,2%, aposentadoria especial (aos 30 anos de carreira) e o fim das faixas de menor salário.
O protesto
Os policiais civis se concentraram às 13h, em frente ao estádio do Morumbi. Por volta das 15h, 14 sindicalistas aguardavam um representante do governo para negociar, na avenida Padre Lebret, em frente à barreira da PM. Os manifestantes ficaram a cem metros dali.Uma hora depois, avançaram em direção à barreira da PM, o que deu início ao confronto. Enquanto os policiais se enfrentavam, um carro de som tocava o Hino Nacional. O governo diz que a área é de segurança e que atos são proibidos ali."De repente começaram a jogar bomba. Pensei que iria morrer", disse Mariza Cunha, carcereira em Ribeirão Preto.O conflito ocorreu quando Sidney Beraldo, secretário estadual de Gestão Pública, se preparava para receber sindicalistas, diz o governo.Policiais civis hostilizaram policiais militares chamando-os de "vendidos", "pelegos" e "puxa-saco do governo". O governador José Serra (PSDB) também foi acusado de jogar "uma polícia contra a outra"."Vocês [PMs] vão pagar caro por isso", afirmou, do alto do carro de som, José Leal, presidente do sindicato dos delegados. Após o confronto, Leal disse que não haveria rivalidade entre as polícias e que o problema "era com o governador".Serra disse que a manifestação foi de uma "pequena minoria" com "interesses político-eleitorais" para influenciar o segundo turno das eleições.O protesto foi apoiado pelos deputados estaduais Major Olímpio (PV), Carlos Giannazi (PSOL) e Roberto Felício (PT) além do deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho. CUT, UGT e CGTB também participaram. "Não adianta ficar na praça. O cara que manda [Serra] está lá em cima. Devemos subir", disse Paulinho no carro de som.O delegado supervisor do Garra, Osvaldo Nico Gonçalves, disse que tentou impedir o avanço dos manifestantes e que pediu aos sindicalistas e deputados que "não inflamassem o discurso", pois haveria confronto. "Deputados e sindicalistas não deveriam ter vindo aqui", disse após o incidente.Indagado se não temia ser responsabilizado, antes do conflito, Paulinho disse: "Já tenho tantos processos, mais um...".O governo montou três cordões de isolamento para evitar que o ato chegasse à frente do palácio. O primeiro, de policiais civis, tinha 40 carros e 50 motos do Garra, mais 30 carros do GOE, totalizando 260 policiais. Outras duas barreiras eram formadas por policiais militares da Tropa de Choque, da Cavalaria e da Força Tática.

Foi o que eu disse ontem

Ontem, no post intitulado "Os baderneiros" escrevi: Eles estão botando pra quebrar literalmente. Daqui a pouco o outro braço petista, o MST, começa a fazer alguma arruaça no Pontal do Paranapanema. Essa gente não gosta de democracia. Essa gente não sabe perder. Sempre culpa os outros pelos próprios erros.
Pois é, vejam a matéria que saiu hoje na Folha de São Paulo assinada por Cristiano Machado:
Confronto entre policiais militares e sem terra durante invasão ao prédio do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) em Presidente Prudente (565 km a oeste de SP), na manhã de ontem, deixou feridos dois integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).O coordenador do movimento Aparecido Maia, que exibia ferimentos na mão direita e nas costas, disse ter sido atingido por balas de borracha disparadas por policiais. Uma integrante do grupo, que não quis se identificar, afirmou que foi ferida no olho. Ela foi levada ao hospital, medicada e liberada em seguida.O comandante da PM, tenente-coronel Geraldo Berardinelli, disse que os sem-terra tentaram invadir o prédio e foram impedidos."Houve um pequeno tumulto e foi necessário disparo para o alto", disse. Questionado sobre a acusação do coordenador do MST ferido, Berardinelli afirmou que "tudo vai ser apurado em inquérito policial".A situação acalmou após a chegada do bispo dom Benedito Gonçalves, que intermediou reuniões entre o MST e o Itesp.Segundo o MST, os manifestantes reivindicam mais assentamentos, renegociação de dívidas e programas de incentivo à produção.
Essa gente não gosta de democracia mesmo.

Em visita a Moçambique, Lula afirma que mandato presidencial é muito curto

Por Fábio Zanini
na Folha de São Paulo

Ao final de um giro de cinco dias por três continentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem, em Moçambique, que o mandato presidencial é muito curto para a realização de todos os projetos desejados por um governante. O comentário foi feito em duas ocasiões diferentes.No fim da tarde, a uma platéia de cerca de cem empresários brasileiros e moçambicanos, Lula fez uma defesa da manutenção da reeleição. Foi no momento em que, de maneira irônica, relatou as dificuldades legais para construir uma hidrelétrica no Brasil."No Brasil, um presidente da República que quiser fazer uma hidrelétrica de 3.000 megawatts precisa de dois mandatos. Num você toma a decisão, vai atrás do licenciamento, depois vai para licitação. Daí o empresário que perde entra com uma ação, é mais um ano. Depois, o Ministério Público acha outra ação, e quando está tudo resolvido o Tribunal de Contas entra com outra ação. É mais um ano. Acabou o mandato e você não fez nada", afirmou ele.De manhã, com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, Lula já havia reclamado do tempo curto. "Entre nós termos a vontade de fazer e acontecer, está demorando pra caramba." Ele se referia a uma fábrica de remédios contra a Aids que o Brasil prometeu construir em Maputo em 2003 e que ainda não saiu do papel.

PMDB coloca 2010 à mesa

Por Rodrigo Viana
no Diário da Manhã

O que deveria ser uma comemoração do PMDB pela vitória de 59 prefeitos nas eleições se tornou discussão de projetos políticos para 2010. Em discurso, o prefeito Iris Rezende quis se distanciar de uma candidatura ao governo, mas era, a todo momento, saudado como “o maior líder político de Goiás” pelos colegas.Iris chegou a defender que o momento não era propício para se falar de 2010. Mas, logo a seguir, prometeu: “Vamos buscar um candidato que nos represente nas próximas eleições. E nesses dois anos, eu poderia ser o conselheiro da jornada do nosso companheiro, enquanto estiver vivo”, despistou.Iris ainda deu a receita para evitar que o cargo de governador caia nas mãos dos adversários. “Se não descansarmos, nada poderá nos impedir de tomar a administração.”O prefeito de Goiânia colecionou apelidos durante a comemoração. Além de “maior líder político de Goiás”, foi chamado de “estrela do PMDB” pelo deputado estadual José Nelto, além de “timoneiro”, “condutor” e “referência” pelo prefeito de Catalão, Adib Elias.O almoço, que estava marcado para as 12 horas, atrasou por conta do assédio ao prefeito. Ao chegar, Iris passou de mesa em mesa cumprimentando colegas e posando para fotos com prefeitos e vice-prefeitos presentes.Para o prefeito eleito de Aparecida, Maguito Vilela, o encontro comemorou a “recuperação da musculatura política” do partido no Estado, o que pode levar a ganhos no próximo pleito. “Estamos preparadíssimos para disputar o governo, a presidência e o Senado.”Para comprovar o sucesso, números das eleições eram divulgados a toda hora. Adib era consultado pelos colegas sobre quantitativo de prefeituras e vereadores. Segundo ele, dos 127 candidatos, 57 se elegeram (Panamá e Cristianópolis ainda esperam decisão do Tribunal Superior Eleitoral). O partido ainda conquistou 35 vice-prefeituras. Adib calcula que o PMDB recebeu 1,2 milhão de votos.Para o prefeito de Catalão, a legenda só conseguiu tal resultado depois de se reestruturar e modernizar. “Fizemos um trabalho em todo o Estado ao confeccionar e restaurar diretórios municipais.” Ainda disse que o trabalho como presidente regional será focado em colocar o PMDB à frente do Estado.Era visível a alegria dos peemedebistas com o saldo das eleições. De tão eufóricos, prenunciavam que chegou a vez de o partido eleger o presidente da República pela primeira vez. Todos ainda apostavam na vitória de Leonardo Quintão em Belo Horizonte como trampolim para que o PMDB lance cabeça de chapa à presidência. Mesmo assim, os políticos presentes avaliavam que uma coligação com o PT seria importante e necessária.A exemplo dos peemedebistas, o PR também se reúne para avaliar o desempenho nas eleições. O almoço foi organizado pelo deputado Sandro Mabel e contará com 29 prefeitos eleitos e 21 vice-prefeitos, além do vice-governador do Estado, Ademir Menezes. Segundo Mabel, a discussão de projetos políticos futuros não está descartada.O deputado Álvaro Guimarães não vê encontro como discussão de projetos futuros, mas não se desvia do tema. “O partido cresceu e todo crescimento gera expectativa de vitórias. Mas isso também dependerá do trabalho de cada prefeito.”

Quintão diz ter apoio de ministros do PT

Por Paulo Peixoto
na Folha de São Paulo

O candidato do PMDB à Prefeitura de Belo Horizonte, Leonardo Quintão, usou ontem o horário eleitoral do rádio para dizer que conta com o apoio dos ministros mineiros do governo Lula -os petistas Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).Ele afirmou que vai "governar com o apoio do Patrus", primeiro petista a administrar a capital (entre 1993 e 1996) e que mantém boa popularidade na cidade. "Vou pedir para o Patrus nos ajudar e nos orientar nos projetos sociais. Vamos continuar todos os projetos sociais iniciados por Patrus Ananias", afirmou Quintão.Ainda provocou o PT ao agradecer a Dulci: "[Quero] mandar um abraço ao companheiro Luiz Dulci. Muito obrigado por aquela coisinha que você me falou no meu ouvido lá, aquela coisinha da eleição".O PT do prefeito Fernando Pimentel e o PSDB do governador Aécio Neves apóiam o adversário de Quintão no segundo turno, Marcio Lacerda (PSB). A campanha de Lacerda ataca as "companhias" de Quintão dentro do PMDB, dizendo que ele representa a volta das "velhas práticas políticas" e do "caciquismo".Por meio de sua assessoria de imprensa, Dulci disse à reportagem que "não teve contato com nenhum dos dois candidatos, nem no primeiro turno nem no segundo turno, e não participou da campanha em BH". Também por meio de sua assessoria, Patrus disse que "não participa da campanha".

Gabeira diz que pode ajudar PT e PSDB; Paes cola em Lula

Na Folha de São Paulo

O candidato do PV à Prefeitura do Rio, Fernando Gabeira, aliado do PSDB e ex-petista, ficou em cima do muro: disse que sua vitória ajudará tanto o projeto presidencial do tucano José Serra quanto o daquele escolhido para ser o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O candidato do PMDB, Eduardo Paes, ex-tucano, não deixou espaço para seu ex-partido e afirmou que sua eventual vitória beneficiará Lula.As afirmações dos candidatos foram feitas em debate promovido ontem pela Folha, no Cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio. Na mais recente pesquisa Datafolha, os dois estão em empate técnico: Gabeira tem 43%, e Paes, 41% "O que estou fazendo e vou fazer no Rio interessa tanto ao Serra quanto ao Lula. Tanto ao PSDB quanto ao PT. Vamos olhar nossa história comum, supor que não sejamos divididos, que sejamos um único grupo. Nós conseguimos uma boa política econômica. Uma política econômica formulada no governo passado e ampliada e enriquecida neste governo", disse Gabeira."Não tenha dúvida de que nossa candidatura significa, sim, a junção de forças políticas que apóiam o presidente Lula em nível nacional, que estão aqui juntas neste segundo turno, para poder fazer a reconstrução dessa cidade, que está muito mal", afirmou o candidato do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).Dois anos depois de chamar o presidente de "psicótico" e "chefe de quadrilha", Paes disse que se arrepende dos termos usados, mas não das acusações feitas. "Num processo de debate político, como tivemos ali em Brasília, num processo de investigação, considero que cumpri com as minhas obrigações. Apurei e ajudei a contribuir com a melhora da democracia no Brasil. Dessas coisas não me arrependo. Nesse processo de debate político às vezes você se excede em certas afirmações, expressões usadas.Eu não tenho o menor problema em admitir isso e me desculpar", declarou.Gabeira não recuou dos comentários feitos à época do escândalo do mensalão, quando afirmou que Lula sabia do esquema de compra de deputados e que "uma quadrilha" dominava "o governo brasileiro".Mas fez questão de citar alianças com o petista nas eleições de 1989, 1994, 1998 e 2002."Não posso negar meu passado de lutas junto com o presidente Lula. Se saí do governo, é porque achei que nossos princípios comuns não foram respeitados. Não sou candidato a aderir ao governo Lula. Sou candidato a ter uma relação civilizada e republicana com ele."O debate da Folha contou com a participação do escritor e jornalista Ruy Castro, colunista da Folha, e do repórter Mário Magalhães, tendo sido mediado pelo coordenador da Sucursal do Rio, Plínio Fraga.
Experiência
O candidato do PV afirmou que, assim como ele, "grandes dirigentes" também não tinham experiência administrativa antes de ocupar um cargo no Executivo -citou Lula e Fernando Henrique Cardoso como exemplos."Além disso estou me preparando com uma equipe extraordinária. Nós estamos ancorados nessa idéia: o Rio precisa de uma liderança para reconduzir a reconstrução. Essa liderança é uma liderança política, mas não está isolada. Temos que estar apoiados em uma grande equipe técnica."Paes lembrou sua gestão como subprefeito de Jacarepaguá (zona oeste), secretário municipal de Meio Ambiente e secretário estadual de Esporte e Lazer. "Tenho três experiências no Poder Executivo, todas elas muito bem-sucedidas."Ambos afirmaram que vão nomear técnicos competentes, dignos e honestos para as secretarias, mas se recusaram a antecipar nomes. Para Paes, "não é momento de divulgar" os futuros secretários. Gabeira disse que, por ter "nomes demais, nós preferimos não causar rivalidade neste momento".Proibido de entrar nos Estados Unidos por ter participado do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969, Gabeira disse que poderá manter relações com representantes do país. "A posição dos americanos a meu respeito evoluiu bastante. Portanto, acho que não haverá problemas. E meu vice, Luiz Paulo, está com o visto em dia."Paes creditou suas cinco trocas de partidos em 16 anos na política ao fato de as siglas não manterem seus programas políticos. "O partido deve servir como uma espécie de norte, de referência para o eleitor quando escolhe seu candidato. Aqui no Brasil infelizmente não é assim", justificou.
Campanhas apócrifas
Paes classificou como "condenáveis" os panfletos apócrifos contra seu adversário. Disse que também é vítima de campanha negativa, mas que não gosta de reclamar do problema, "fazer disso um cavalo de batalha". Ele insinuou que Gabeira promoveu propaganda negativa pela internet. "Fora, Gabeira, esse absurdo que acontece nesse campo, que o sr. mesmo diz que domina a internet. Porque o e-mail apócrifo também é muito ruim que aconteça". O verde respondeu: "Se eu disse algum dia que domino a internet, disse um absurdo. Ninguém domina a internet".

Petista não erra, é a mídia que manipula

Deplorável a entrevista do marqueteiro de Dona Supla. Leiam abaixo a entrevista feita pela jornalista Renata Lo Prete na Folha de São Paulo de hoje:

Na berlinda desde domingo, quando foi ao ar o já célebre comercial com perguntas de natureza pessoal sobre Gilberto Kassab ("É casado? Tem filhos?"), João Santana, responsável pela propaganda de Marta Suplicy, "lamenta profundamente" "não ter previsto a onda que se formou". Esse é, porém, o único erro que reconhece. A peça, em seu entender, "não transgride os limites da ética e da elegância".Na entrevista abaixo, a primeira em que trata do caso, Santana negou, como Marta já fizera, que as questões contivessem insinuação de homossexualidade. E repetiu a candidata do PT ao dizer que ela não viu a peça antes da exibição.Marqueteiro da reeleição de Lula, Santana, 55, administra a ampla desvantagem de Marta a nove dias da votação final.

FOLHA - Até mesmo petistas e eleitores de Marta consideraram a peça "jogo sujo", "insinuação maldosa", "invasão de privacidade" etc. A campanha admite que errou?
JOÃO SANTANA - O único erro foi não ter previsto a reação que o comercial provocaria em determinados setores. Uma reação causada, na maioria dos casos, por interpretações equivocadas. Tão logo verificamos isso, retiramos o comercial do ar.

FOLHA - A campanha alega que as duas perguntas não guardam relação com o assunto homossexualidade. Não lhe parece difícil fazer com que pessoas com algum discernimento acreditem nisso?
SANTANA - São duas perguntas que todo mundo é obrigado a responder em várias situações na vida. Havia outras perguntas de natureza familiar ("É de família rica? Pobre?") que tiveram de ser cortadas por ajuste de tempo. Sei que é difícil acreditar, mas o fato de as duas perguntas terem ficado no final não foi intencional.

FOLHA - Havia, então, uma definição estratégica de expor a vida privada do adversário?
SANTANA - Não havia e não há.A definição estratégica era tocar no desconforto de eleitores kassabistas por não conhecerem a biografia do candidato. Toda vez que isso era estimulado nos grupos, esse desconforto se traduzia numa dúvida forte. Foi então que criamos uma série de comerciais para provocar reflexão. Não havia intenção de entrar no terreno que acabou gerando toda a polêmica. Tampouco surgiu essa reação nas pesquisas qualitativas.

FOLHA - Não lhe parece que foi subestimado o potencial de rejeição ao comercial por um tipo de público que não é entrevistado nas quális?
SANTANA - Infelizmente sim. Em especial pessoas que já tinham determinados preconceitos, informações mal resolvidas ou envolvimento emocional com a disputa eleitoral.

FOLHA - Marta teve conhecimento prévio do conteúdo do comercial?
JOÃO SANTANA - Não, ela realmente não viu o comercial antes de ir ao ar. Estava acertado, desde o primeiro turno, que eu tinha liberdade para tomar esse tipo de decisão, a depender de problemas de prazo.

FOLHA - O sr. acha que, se Marta tivesse visto, teria se oposto?
SANTANA - É difícil responder a esta pergunta agora. Mas talvez sim, por causa de seu "feeling" de psicóloga e da sensibilidade de pessoa que vive, constantemente, sob questionamento.

FOLHA - Culpar a mídia pela má repercussão não é uma forma de fugir à responsabilidade por uma decisão errada que a campanha tomou?
SANTANA - Já disse que errei por não ter previsto a onda que se formou. Lamento profundamente. No entanto, não posso deixar de reconhecer que houve exagero e até manipulação.Ninguém, por exemplo, publicou o texto completo do comercial. Ele não transgride, em nenhum momento, os limites da ética e da elegância. Em pesquisa que fizemos depois -e isso foi confirmado por reportagem da Folha-, a maioria das pessoas disse não ter sentido nenhuma malícia de natureza sexual no comercial. Somente começaram a interpretar isso depois da polêmica instaurada.

FOLHA - Acha relevante saber se o candidato é casado e se tem filhos?
SANTANA - Acho. O eleitor gosta e tem o direito de saber tudo sobre o candidato. Quer saber até para que time ele torce.Além disso, o que nos interessava ali não era uma ou outra pergunta específica, e sim despertar no eleitor, por meio de uma série de questões, a dúvida sobre tudo o que ele desconhece a respeito de Kassab.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Os baderneiros

Os petralhas estão apelando feio lá em São Paulo. Primeiro com perguntas indiscretas para Gilberto Kassab na primeira propaganda eleitoral de Dona Supla no segundo turno (ela é tão sonsa que nem assistiu ao primeiro programa). Agora usa o seu braço sindical para infernizar o governador José Serra. Eles já fizeram isso em 2006, mas o plano deu errado quando os aloprados foram flagrados com dinheiro sujo que compraria um dossiê fajuto contra Serra e Geraldo Alckmin. Eles estão botando pra quebrar literalmente. Daqui a pouco o outro braço petista, o MST, começa a fazer alguma arruaça no Pontal do Paranapanema. Essa gente não gosta de democracia. Essa gente não sabe perder. Sempre culpa os outros pelos próprios erros. Que a população paulista saiba dar a resposta certa para esta cambada no dia 26.

Precisamos saber de tudo sobre os políticos

No seu podcast, Diogo Mainardi diz o seguinte: Na realidade, quanto mais devassada é a vida dos políticos, melhor. Nos últimos anos, a idéia de que a privacidade dessa turma tinha de ser resguardada foi usada para tentar acobertar episódios suspeitos como a venda da empresa de Lulinha para a Telemar, ou as festas promovidas pelos assessores de Antonio Palocci, ou os pagamentos de Renan Calheiros à sua amante.
É isso. Aqui em Goiânia existem colunistas que odeiam o denuncismo. Preferem o puxasaquismo, o dinheiro vindo do Palácio das Esmeraldas ou Paço Municipal a contar para todo mundo o que acontece no submundo político. Eu já disse várias vezes aqui no blog que prefiro o investiguismo. Que toda denúncia seja investigada pela Justiça. Que toda denúncia siga os caminhos traçados pela Lei. Ao contrário do que fez o delegado maluquinho Protógenes Queiroz que meteu os pés pelas mãos quando Daniel Dantas estava com um pé na cadeia.
É preciso saber de tudo sobre os políticos. De tudo o que acontece na sua vida. Jô Soares deu uma entrevista muito boa para a revista Veja no ano passado. Na época, o caso Renan Canalheiros estava bombando. Jô disse que se o presidente do Senado vai para cama com uma mulher que não seja sua esposa e não usa camisinha o que mais ele poderá fazer? Nós sabemos o que Renan Canalheiros fez e foi capaz de fazer para tentar se manter na presidência do Senado. Soubemos por que denunciaram a pulada de cerca do canalha e do lobista que pagou a pensão do neném.
Políticos precisam ser vigiados a todo instante. É preciso que eles saibam que estão sendo vigiados, que seus atos poderão ou dar continuidade à sua vida política ou extirpa-lo para sempre. É somente com um eleitor consciente que se faz um país consciente. Dona Supla questionou se Gilberto Kassab era casado e se tinha filhos. Que tal se a gente perguntasse para Dona Supla se ela transou com Luis Favre enquanto estava casada com Eduardo Suplicy? Dona Supla disse que o eleitor deve saber a história do partido de Gilberto Kassab. Que tal perguntarmos para Dona Supla sobre as relações promiscuas que o seu partido estabelece com as Farc via Foro de São Paulo desde 1990? Quanto mais os políticos se sentirem pressionados, melhor pra gente e mais poupado será o cofre público.

Podcast do Diogo Mainardi: Eu sou casado e tenho filhos

Eu sou casado e tenho filhos. Um de meus filhos me passou uma tosse catarrenta que pode interromper este podcast daqui a dez ou quinze segundos. Meu outro filho me liga de seu computador, pelo Skype, interrompendo o podcast a cada dez ou quinze segundos. Eu invejo Gilberto Kassab, que é solteiro e sem filhos.
Marta Suplicy, como se sabe, recorreu a uma canalhice ao perguntar se Gilberto Kassab era casado e se tinha filhos. Ela foi torpedeada de todos os lados. Muita gente, inclusive de seu próprio partido, como Ideli Salvatti, argumentou que era um erro invadir a privacidade dos políticos. Se Ideli Salvatti argumenta de um jeito, eu argumento do jeito contrário. Na realidade, quanto mais devassada é a vida dos políticos, melhor. Nos últimos anos, a idéia de que a privacidade dessa turma tinha de ser resguardada foi usada para tentar acobertar episódios suspeitos como a venda da empresa de Lulinha para a Telemar, ou as festas promovidas pelos assessores de Antonio Palocci, ou os pagamentos de Renan Calheiros à sua amante.
Importa saber se Gilberto Kassab é homossexual? Importa saber se Marta Suplicy é adúltera? Para mim, de jeito nenhum. Mas compreendo que alguns eleitores possam se importar. Ninguém deve proteger os eleitores de sua própria obtusidade. E ninguém deve proteger os políticos de seu próprio comportamento.
A canalhice da campanha petista teve outro efeito muito benéfico. Mais do que responder a algum questionamento sobre Gilberto Kassab, ela ajudou a revelar o verdadeiro caráter de Marta Suplicy. Em primeiro lugar, ela está disposta a apelar aos métodos mais torpes e aos sentimentos mais rasteiros para se eleger à prefeitura. Em segundo lugar, ela mente. E mente desavergonhadamente. Ela mentiu desavergonhadamente quando declarou que as perguntas sobre o estado civil de Gilberto Kassab eram de todo inocentes. E mentiu desavergonhadamente quando atribuiu apenas ao seu marqueteiro a responsabilidade pelo comercial que continha aquelas duas perguntas.
Os petistas fizeram o governo mais promíscuo da história, rompendo todas as barreiras entre público e privado. Marta Suplicy e seu marido Luis Favre simbolizam essa promiscuidade melhor do que ninguém. Ao perguntar, em sua campanha, se Gilberto Kassab era casado e se tinha filhos, Marta Suplicy inadvertidamente abriu uma brecha nesse campo, permitindo que a gente indagasse sobre a vida particular dela, de seu marido e de todos os outros petistas. Eu tenho um monte de perguntas. O assunto? O de sempre, quando se refere ao PT: dinheiro.
Sobre o fato de ser casado e com filhos, só tenho um comentário a fazer: quer ficar com os meus, Kassab? Eu empresto.
Ouça aqui

Até hoje fazem homenagens

O meu quarto fica bem de frente a sala de TV. Meu pai estava assistindo ao Jornal Anhanguera 2ª edição. Ouvi que o PMDB fez mais uma homenagem aos prefeitos eleitos do partido nestas eleições. Até quando vai esta festança toda? Ah, sim, Iris Rezende também estava presente. Ah, sim, ele negou que seja candidato ao governo de Goiás em 2010. Ah, sim, ele nega, mas depois, pela vontade do povo é lógico, sai candidato ao governo e o PT volta à Prefeitura de Goiânia homenageando seus cupanheros com cargos e mais cargos.

Ponte aérea

O clima político aqui em Goiânia anda quieto demais. A irismania passou mais depressa do que eu esperava. O prefeito reeleito já está tentando reverter a desvantagem da sua colega Onaide Santilo em Anápolis contra o petista Antônio Gomide. Fico receoso neste período. O que deve estar acontecendo no submundo político?
Vamos para São Paulo. Polícia Civil enfrenta Polícia Militar na porta do Palácio dos Bandeirantes. Por quê? Polícia deveria enfrentar bandido. Polícia enfrentando polícia na frente do palácio do governo de São Paulo. Governo de partido oposicionista ao governo federal que oferece tetas e mais tetas para sindicalistas, que organizam estas manifestações. Enquanto isso, enquanto polícia militar briga com polícia civil os bandidos tocam o terror.
Vamos para o Rio de Janeiro. Num debate, Eduardo Paes e Fernando Gabeira afirmaram que já fumaram maconha. Todo mundo sabia que o Gabeira já deu um tapa na pantera, mas o Paes? Vamos esperar a reação dos petistas. São eles os moralistas do momento. Não querem um homem solteiro na prefeitura de São Paulo. É bem capaz de querer banir os maconheiros do Rio. O petralhismo é a nova versão do movimento “Tradição, Família e Propriedade”. Eles vestem qualquer roupa desde que seja pela “causa” ou por voto.

Eles não seriam golpistas?

Paulo Henrique Amorim, Mino Carta e Luiz Carlos Azenha adoram descer a lenha na imprensa. Eu também desço a lenha nela quando vejo petista sendo poupado ou o Foro de São Paulo omitido. Mas os três vivem dizendo que a imprensa quer dar um golpe em Lula. Ao comentar o que disse Fernando Henrique Cardoso hoje sobre Lula subestimar a crise (ler post logo abaixo) lembrei dos protestos que os petralhas faziam. Será que aquelas manifestações eram tentativas de golpe? Ah, claro que não. Aquilo era o exercício da democracia. Hoje, quando eles estão no poder e fazem as cagadas, manda-los para onde nunca deveriam ter saído é uma tentativa de golpe.

Lula subestima a crise mesmo

Fernando Henrique Cardoso disse que Lula subestima a crise. E tem razão. Lula acha que o Brasil é uma ilha e que nada vai nos atingir. Quem garante isso? Lula garante. Guido Mantega garante. Henrique Meireles garante. Eles acham que o Brasil está pronto, blindado. Coitadinhos...
FHC foi muito cortes com Lula. Disse torcer para que a popularidade de Lula não caia. Se fossem em outros tempos veríamos Lula, José Dirceu e os petistas gritando: “Fora FHC”.

Cadê?

Acabo de ler no Popular de hoje que o cronograma de melhorias no transporte coletivo de Goiânia está atrasado. Aí eu lembrei de uma música da campanha de Sandy Júnior: Cadê o respeito ao cidadão? Sei lá! Eu queria saber cadê Sandy Júnior para cobrar explicações do prefeito Iris Rezende. Ah, é melhor deixa-lo de lado. Ouvi dizer que Sandy Júnior voltará para o rádio. Faz bem. Mas o respeito ao cidadão, até agora, ninguém encontrou. Como não encontraram uma explicação para a promessa de Iris Rezende de fazer o transporte coletivo daqui o melhor do Brasil. Se o cronograma de melhorias está atrasado talvez o anúncio não seja neste ano.

Tá todo mundo louco

Como é que é? Os americanos estão confiantes que Barack Obama vai “dar um jeito nisso aí”, colocar as contas em dia, dar a paz aos iraquianos, reatar com Cuba e etc e tal? Meu Deus... Os americanos estão vivendo o que nós vivemos em 2002 quando o engomadinho Lula virou o “Lulinha Paz e Amor” que faria tudo que não foi feito na história destêpaiz. Os americanos, votando em Obama, cairão no mesmo canto da sereia que nós caímos há seis anos atrás. Não tem sonho, mudança ou discurso bonito que faça um país andar. O que é preciso é muito trabalho, muita garra, muita determinação. Coisa que Obama e Lula têm só no discurso. Ah, como a política ficaria tão bem se Lula e Obama fossem apenas palestrantes de auto ajuda. “Vejam minha história sofrida e como venci na vida”. Mas os americanos estão tendendo para o Obama ou será que no final desta comédia um velhinho (que não é Iris Rezende) assumirá a Casa Branca? É como canta Silvio Brito: “Tá todo mundo louco, oba!”

Lula, um homem bruto

Nossa, vocês viram a valentia do nosso presidente? Ai daquele banqueiro que segurar o dinheiro entregue pelo Banco Central e não deixar disponível para o crédito. Este é Lula em seu estado bruto, sem a marquetagem de Duda Mendonça. Este é o Lula, como foi demonstrado aqui, que concedeu uma entrevista para a revista Caros Amigos dizendo que os banqueiros tinham que ter medo do PT. Vamos ver se os bancos vão tremer. É bem capaz que não. Lula sempre está errado. Até Elio Gaspari mandou um “Por que não te calas?” para o homem bruto do ABC paulista.

A culpa é da imprensa, Tarso?

O ministro da Justiça Tarso Genro é um dos petistas que mais gosta de colocar a culpa dos erros do governo na imprensa. A Polícia Federal desconfia que Marcos Valério já sabia que seria preso. Segue abaixo um trecho da reportagem da Folha de São Paulo de hoje cuja íntegra está num dos posts aí abaixo:

Num dos diálogos captados pela PF na última quinta-feira, um dia antes da deflagração da Operação Avalanche, dois investigados falam sobre o dia de "amanhã" e a ordem de prisão.
A PF vai investigar a origem desse vazamento. A princípio, três órgãos tiveram acesso aos dados sigilosos da investigação, que começou no final do ano passado: a própria polícia, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal em São Paulo. A apuração corre sob sigilo.

E aí, Tarso Genro? Foi algum jornalista que dedou, né? Bem que a vontade dele era mandar alguns jornalistas para a cadeia. Ah, mas ele não vai conseguir!

Deputados elegem Valin presidente

Por Venceslau Pimentel e Daiane Nunes
no Hoje

Sem disputa acirrada na Assembléia Legislativa, o deputado Helder Valin (PSDB) foi eleito presidente para o biênio 2009-2010. A nova Mesa Diretora, que toma posse dia 2 de fevereiro de 2009, terá, além de Helder Valin, Honor Cruvinel (PSDB) na 1ª vice-presidência, Romilton Moraes (PMDB) na 2ª vice-presidência, Álvaro Guimarães (PR) na 1ª secretaria, Frei Valdair (PTB) na 2ª secretaria, Mauro Rubem (PT) na 3ª secretaria e Adriete Elias (PMDB) na 4ª secretaria.Praticamente todos os partidos com assento na Casa foram representados na chapa de consenso. O PMDB teve dois representantes, o PTB e PT mantiveram uma vaga na Mesa Diretora. A única mudança foi a ocupação do PR no lugar do PP. O deputado Ozair José (PP) comentou o fato de o Partido Progressista não ter nenhum representante na Mesa Diretora.O deputado, que tinha pretensão de disputar a presidência da Casa, preferiu garantir a unidade e a harmonia da Casa. “No passado, as disputas para a presidência não trouxeram resultados positivos”, justificou Ozair José.O pepista afirmou que não lamenta a sua saída do cargo de 1º secretário. De acordo com o deputado, a composição da chapa depende do candidato que concorre à presidência e, não surgindo oportunidade, Ozair disse que manteve a intenção de colaborar. “Tenho três mandatos neste cargo, entendo que também é importante renovar a Mesa”. Quanto à questão da liderança do governo na Assembléia, o deputado não quis fazer nenhuma suposição. “A escolha é do governador”, explicou.A chapa de consenso foi anunciada às 14 horas, no auditório Solon Amaral, pelo deputado Jardel Sebba (PSDB). Logo após houve a votação em plenário. Ao todo, votaram na eleição 40 deputados. O único ausente foi o deputado Carlos Silva (PP), que estava em Santa Helena no enterro da mãe do governador Alcides Rodrigues (PP) e não chegou a tempo por causa de problemas no carro.Após a votação, Jardel Sebba disse da tribuna que esta foi a última eleição em que o voto foi secreto. “A partir da próxima, conforme determina o Regimento Interno da Casa, a votação será aberta”, diz.

McCain esquenta debate com ataques

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

John McCain não "chicoteou o você-sabe-o-quê" de Barack Obama no terceiro e último debate entre os dois candidatos à sucessão americana, como prometera no domingo, mas o republicano foi mais agressivo, irônico e direto do que nos outros dois encontros. No jargão político local, "tirou as luvas".Obama começou por conectar McCain a George W. Bush, presidente campeão de impopularidade. A resposta veio logo. "Senador Obama, eu não sou o presidente Bush. Se você queria concorrer com ele, deveria ter feito isso há quatro anos", disse o republicano, numa frase ensaiada e de bom efeito. "Darei uma nova direção à economia do país."Já Obama manteve a estratégia que se mostrou vitoriosa nos outros debates. Manteve-se sóbrio, mas respondendo às acusações com firmeza. Uma delas foi a de que queria promover a "luta de classes" com seu plano de corte de impostos para a classe média e aumento para quem ganha mais de US$ 250 mil -de novo, a crise econômica que engolfa o país dominou os 90 minutos do confronto na universidade Hofstra, em Hempstead, a 40 minutos de Manhattan."Até a Fox News contesta isso, e isso não acontece muito freqüentemente quando se tratam de acusações a meu respeito", respondeu Obama, referindo-se à emissora conservadora.Instados pelo mediador, o jornalista Bob Schieffer, da CBS, os candidatos tentaram justificar a escalada no tom da campanha. McCain sugeriu que, se Obama tivesse concordado com mais encontros entre os dois, isso não teria ocorrido.Obama rebateu. "100% dos seus anúncios são negativos, John", disse. "Eu não me incomodo em ser atacado nas próximas três semanas, mas o povo americano não pode agüentar mais quatro anos de políticas fracassadas."Outro ponto polêmico, levantado pelo próprio mediador, foi a ligação de Obama com o ex-ativista radical de esquerda Bill Ayers, que pontua os anúncios negativos de McCain e as falas de sua vice, Sarah Palin, em comícios. "Eu não ligo para um velho terrorista desgastado", disse McCain. "Mas nós precisamos saber a dimensão desse relacionamento."Obama repetiu que tinha oito anos quando os atos de terrorismo doméstico de que Ayers participou aconteceram e foi taxativo: "Ele não está envolvido em minha campanha. Ele nunca esteve. E ele não vai me aconselhar na Casa Branca".

Marcos Valério sabia que era alvo de ação; polícia investigará vazamento

Por Lilian Christofoletti
na Folha de São Paulo

Conversas telefônicas interceptadas por policiais revelaram que o publicitário Marcos Valério de Souza, réu no escândalo do mensalão, soube com antecedência que seria alvo de uma operação comandada pela Polícia Federal, com pedido de prisão e de apreensão de documentos na casa e nos escritórios dele.Num dos diálogos captados pela PF na última quinta-feira, um dia antes da deflagração da Operação Avalanche, dois investigados falam sobre o dia de "amanhã" e a ordem de prisão.A PF vai investigar a origem desse vazamento. A princípio, três órgãos tiveram acesso aos dados sigilosos da investigação, que começou no final do ano passado: a própria polícia, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal em São Paulo. A apuração corre sob sigilo.Para a PF, não há dúvidas de que Marcos Valério soube antes da expedição do mandado de prisão temporária (de cinco dias) contra ele. O publicitário "poderia ter empreendido fuga, não fosse a vigilância especial imposta por policiais federais", informou a polícia em nota.A Avalanche, que apura três supostos núcleos criminosos independentes, prendeu 17 pessoas. Marcos Valério está relacionado ao núcleo "Espionagem". Ele teria encomendado um inquérito contra fiscais que multaram a Cervejaria Petrópolis. Todos estão presos.O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, afirmou ontem que seu cliente não soube antes da operação.

Gabeira e Paes têm bases muito diferentes

Por Luciana Nunes Leal e Wilson Tosta
no Estado de São Paulo

Separados por apenas 3 pontos porcentuais segundo a última pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo, os candidatos a prefeito do Rio pelo PV, Fernando Gabeira, e pelo PMDB, Eduardo Paes, têm suas candidaturas baseadas em eleitorados de perfis bem distintos, de acordo com a sondagem. Enquanto o típico eleitor de Gabeira é homem, jovem e tem nível superior, o apoio a Paes é mais forte entre as mulheres, os com mais de 50 anos e os com quatro a oito anos de escolaridade. A divisão corresponde a outras estratificações: a social - o verde está mais forte na classe média, formadora de opinião - e a geográfica - o peemedebista tem mais força na zona oeste, onde moram muitos cariocas mais pobres.Os perfis mais de classe média do eleitorado de Gabeira e mais popular dos eleitores de Paes também sobressaem na análise socioeconômica feita pelo Ibope. Segundo o instituto, Gabeira só vence (63% a 37% dos votos válidos) na faixa dos com mais de cinco salários mínimos de renda familiar.Paes e Gabeira entram em seus últimos dez dias de campanha com estratégias distintas. Paes decidiu investir nos eleitores do adversário - que, segundo a sondagem, lidera a corrida por 42% a 39% -, apelando para o trabalho de porta em porta. Gabeira quer neutralizar os ataques que enfrenta entre os mais pobres com visitas a áreas populares e insiste no apoio de personalidades e vereadores.Gabeira fechou uma agenda de visitas à zona oeste e negociou apoio com vereadores . Em suas atividades, optou por deixar a parafernália e os cabos eleitorais de lado. "Não é uma campanha de máquina contra máquina", disse o vereador eleito Alfredo Sirkis (PV). Gabeira começou o dia de ontem com uma visita à Ceasa, um mercado de hortifrutigranjeiros no Irajá, na zona norte, e depois fez uma visita relâmpago à Favela do Amarelinho. Foi monitorado por traficantes: um deles, com duas pistolas, passou de moto perto da comitiva. Outro foi visto com um comunicador. O Estado viu um terceiro, com pistola na bermuda.O verde disse que a pesquisa Ibope nada mudará em sua campanha. Mas fez críticas. "O único aspecto que achava que deveria ser claro nas pesquisas é que o instituto trabalha também para o grupo adversário", disse. "E a imprensa não diz isso. É curioso, porque a imprensa me pede transparência nas minhas contas, mas não tem transparência na relação com o leitor. Publica uma pesquisa e não avisa que esse instituto é comprometido por contrato mantido com o rival." O Ibope afirmou que não se pronunciaria.