sábado, 12 de janeiro de 2008

Recriação da CPMF?

Nunca antes na história destêpaiz um governo arrecadou tanto dinheiro do contribuinte como este. E nunca antes na história destêpaiz um governo teve tanta fome de grana como este. Com o fim da CPMF o governo fez uma verdadeira tempestade. Sim, tinha que cortar os privilégios dados por Lula. Mas, este discurso de cortes de gastos, de privilégios ficou apenas na retórica. A prática foi mais dura com o nosso bolso. Se acabaram com a CPMF, que arrecadava R$ 40 milhões, por que não aumentar outros impostos para ver se, pelo menos, esta grana perdida não seja recomposta em partes? É o que Lula fez: aumentou o imposto. Que beleza, não? O governo arrecada demais e, mesmo assim, quer enfiar a mão no nosso bolso.
O alívio do fim da CPMF durou pouco. Além do aumento de impostos, o governo fala em recriar a CPMF. Claro, eles devem fazer suas jogadas, suas armações e enfiar a mão no nosso bolso mais uma vez com mais um imposto com um outro nome. Sugiro que Lula peça uma ajuda para a Polícia Federal. Ela sabe muito bem batizar operações com nomes marcantes. Quem sabe alguma mente brilhante da PF não sugira à Lula um nome para um imposto que, nas linhas do papel, seria para a saúde, mas, na verdade, iria para outras áreas.
Quando a CPMF acabou, o governo disse que a saúde brasileira seria prejudicada. Como se a saúde brasileira fosse beneficiada quando a CPMF existia. É só dar uma olhada nos hospitais para ver as maravilhas que a CPMF promoveu. Nunca antes na história destêpaiz mesmo. Se a gente não ficar de olho nessa galera faminta por dinheiro, é bem capaz de um tal de imposto do cheque voltar, com um nome esdrúxulo, fazendo a alegria da cumpanherada que não terá que deixar o governo e muito menos perder privilégios porque mais dinheiro foi roubado do bolso do contribuinte para garantir a festa na Esplanada dos Ministérios. Nunca antes na história destêpaiz mesmo.

O Dirceu do Palácio das Esmeraldas

José Dirceu era o homem todo poderoso do governo Lula até o mensalão vir à tona. Tudo passava por ele. Tudo era feito com a autorização dele. Lula? Era só o falastrão de honra do petismo que assinava documentos que, inevitavelmente, cabia àquele que chamam de presidente da República assinar. O resto era tudo com Dirceu. O acúmulo de poderes na mão do ex-guerrilheiro não deu certo. Ele acabou caindo. As denúncias contra ele, a incompetência dos seus subordinados colocaram abaixo o seu plano de manter o petismo no Planalto por um bom tempo.
Jorcelino Braga é secretário da Fazenda de Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Ele é o todo poderoso de Goiás. Tudo passa por ele. Tudo é feito com a sua autorização. Cidinho? Cidinho só embola a imprensa quando os planos de Jorcelino ainda não foram colocados em prática. Quando não consegue embolar os jornalistas Cidinho foge de eventos públicos ou viaja para a sua fazenda no Pará. Jorcelino é o Dirceu do Palácio das Esmeraldas. Não vai dar certo o que este governo está fazendo para acabar com o déficit nas contas públicas. Aliás, é sempre bom lembrar que este déficit foi escondido pelo governo ao longo do ano de 2006 para garantir a reeleição de Cidinho.
O acúmulo de poder nas mãos de uma única pessoa não dá certo. O caso de José Dirceu é um exemplo. Este autoritarismo, esta ocultação da verdade não vai a lugar nenhum. Jorcelino Braga não vai muito longe como o todo poderoso do Palácio das Esmeraldas. O ex-todo poderoso de Lula, hoje, é um consultor de empresas. Jorcelino, depois que cair da Secretaria da Fazenda, poderá voltar às suas atividades de marqueteiro. Aliás, disso ele entende, afinal, era ele o marqueteiro da campanha de Cidinho nas eleições de 2006. Não é fácil reeleger um candidato sem gosto. Geraldo Alckmin ganhou o apelido de chuchu. É que os brasileiro não conhecem Alcides Rodrigues, o popular Cidinho.

Recriar CPMF não é idéia do governo, insiste Jucá

Por Cida Fontes
no Estado de São Paulo

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentou ontem desvincular o Palácio do Planalto da iniciativa dos líderes da base aliada de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a saúde. “O governo respeita o debate do Congresso. Se a proposta surgir dentro do Congresso, ela será debatida, mas não será uma posição do governo”, afirmou Jucá. Ele disse que, do ponto de vista político, a CPMF já foi derrotada e o governo não deseja passar por cima de uma decisão do Legislativo. Mas observou: nada impede que os deputados venham a propor algum tipo de recurso para a saúde durante a discussão da reforma tributária. A idéia de recriar a CPMF surgiu na quinta-feira durante reunião dos líderes da base aliada com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Apesar da declarações de Jucá rechaçando a ligação do Planalto com a tese, parlamentares presentes ao encontro de quinta-feira disseram que o governo estuda incluir uma fonte permanente de recursos para financiar a saúde na proposta de reforma tributária que enviará ao Congresso até o fim de fevereiro.Segundo os líderes do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), e do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), o próprio Múcio informou na reunião que a proposta de reforma tributária deverá contemplar uma fonte de recursos específica para a saúde. “Uma nova proposta já viria no texto do governo”, afirmou Casagrande.
EMENDAS
O principal defensor da volta do imposto do cheque foi o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), ligado ao setor de saúde. Para ele, os partidos deveriam aproveitar a reforma tributária para reintroduzir o imposto do cheque, que equivaleria a R$ 20 bilhões com uma alíquota de 0,20%. Esse valor equivale ao montante que o governo precisa cortar no Orçamento de 2008. “Esse assunto está encerrado com a derrota da CPMF”, afirmou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), deixando claro que não há consenso nem mesmo dentro da base aliada. O peemedebista, contudo, pretende somar esforços para obter mais recursos destinados ao financiamento da saúde. “Acredito que podemos encontrar uma fonte com a melhor distribuição dos impostos durante a discussão da reforma tributária, mas essa discussão vai durar no mínimo um ano”, disse. Na reunião com os líderes, os ministros ouviram a idéia levantada pelo líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), mas o governo não pretende assumir a iniciativa. “O governo não vai se envolver nisso”, comentou Henrique Alves. O presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto Zacharias Toron, criticou a proposta de recriar o imposto do cheque. Para Toron, a proposta é um “total desrespeito” às votações do Congresso Nacional e à cidadania.

Crise energética dá poder a Dilma e PMDB perde indicação de estatais

Por Cida Fontes
no Estado de São Paulo

O PMDB conseguiu o compromisso de que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) será nomeado para o Ministério de Minas e Energia, mas não terá autonomia para indicar afilhados políticos na direção das principais e cobiçadas estatais do setor de energia. A entrega da pasta no sistema “porteira fechada”, com todos os cargos distribuídos à legenda, foi vetado pela ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que defendeu a ocupação dos postos estratégicos por técnicos ligados ao PT e a ela, principalmente. O esvaziamento da pasta - motivado pela ameaça de um novo apagão, tema central das conversas em Brasília nesta semana - foi confirmado ontem por líderes peemedebistas, um dia depois de o partido levar o nome de Lobão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo deixou claro que a verticalização, regra pela qual o partido do ministro assume todos os postos de comando da pasta, não é comum nesta gestão, embora a filiação partidária seja um dos critérios para as indicações.“Temos um governo de coalizão e a verticalização do ministério não é a política do governo”, reforçou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Não existe nenhum ministério de porteira fechada.” Jucá fez questão de frisar que, depois da posse, o novo ministro estará envolvido no preenchimento dos cargos vagos, mas a prioridade é não haver interrupções no setor. “Os cargos que estiverem ocupados não serão mudados, pois não estamos em um novo governo.” Cauteloso, o ministro pediu calma nas nomeações para cargos vinculados ao setor energético, mesmo porque se trata de uma área sensível e estratégica. Na mesma linha, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que o futuro ministro fará uma avaliação criteriosa das indicações, juntamente com Lula, responsável pelas nomeações. “Com certeza, Lobão terá todo o cuidado nessa questão”, disse o deputado, frisando acreditar que, além das reivindicações partidárias, o senador vai respeitar o perfil técnico.O peemedebista lembrou que estatais como Eletrobrás, Eletronorte e Furnas sempre estiveram sob o comando de pessoas ligadas ao PMDB, enquanto a Petrobrás se tornou um reduto do PT no governo Lula. Ele acredita que, mesmo que não venha a montar o seu próprio ministério, Lobão terá influência garantida. “Não vai haver brigas. Estamos passando por um momento difícil no setor e tudo passará pelo crivo do novo ministro”, afirmou. Jucá confirmou que, na próxima quarta-feira, depois de retornar de Cuba, o presidente Lula vai receber Lobão para formalizar o convite para o ministério. Na noite de quinta-feira, ele aceitou a indicação do nome do senador, que tem como principal padrinho político o senador José Sarney (PMDB-AP).Com a confirmação de Lobão para Minas e Energia, o Planalto dá a largada na estratégia de organizar a base aliada no Senado, onde o governo sofreu em dezembro a sua maior derrota, com a extinção da CPMF. Como tem bom trânsito na Casa, Lobão poderá ajudar o governo a resolver pendências e manter um diálogo maior com os parlamentares.

Alimento faz inflação ter 1ª alta anual desde 2002

Por Pedro Soares
na Folha de São Paulo

Grandes vilões da inflação em 2007, os alimentos subiram 10,79% e levaram o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a fechar o ano com alta de 4,46%. O índice por pouco não estourou o centro da meta do governo -de 4,5%, com intervalo de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.Em 2006, o índice, usado para balizar a política monetária, havia fechado em 3,14%. A alta em 2007 interrompe trajetória de queda iniciada em 2002.Pressionados por aumento de preço de commodities e leite, clima desfavorável e expansão da renda e do poder de compra que aumentam a demanda, os alimentos tiveram a maior alta desde 2002 (19,47%). Em 2006, subiram só 1,22% e ajudaram a conter a inflação.Por causa do choque dos alimentos, especialistas corrigiram suas expectativas de inflação ao longo do ano. No começo de 2007, o consenso apontava para taxa pouco acima de 3%.Em 2007, o IPCA só não subiu mais graças ao efeito benéfico do câmbio que segurou especialmente preços administrados, como tarifas de energia e telefone, de eletrodomésticos (recuou 1,84%) e TV, som e informática (-9,93%), o que atenuou a pressão dos alimentos. "Os alimentos foram a vedete de 2007. Foi o grupo que mais subiu e o de maior contribuição para o IPCA, correspondendo à praticamente metade da taxa ", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preço do IBGE.Em 2007, o grupo alimentação representou 2,21 pontos percentuais do IPCA. Os itens de maior impacto foram carnes (alta de 22,15%), leite e derivados (19,79%) e feijão (109,2%, em média). Sozinhos, os três contribuíram com 1,06 ponto percentual da inflação do ano.Em dezembro, mais uma vez, o grupo alimentação turbinou a inflação, que subiu 0,74%, puxada pelo aumento de 2,06% do grupo alimentação -o maior desde janeiro de 2003 (2,15%). Só as carnes registraram avanço de 8,20% em apenas um mês.E o pior é que não se espera um arrefecimento dos preços no início deste ano. "A inflação deve continuar pressionada. Não há perspectiva de retorno dos preços dos alimentos", disse Nunes dos Santos.Por trás da alta dos alimentos, disse ela, está o maior consumo mundial especialmente de países emergentes e o crescente uso das lavouras para a produção de álcool.Segundo ela, os EUA destinaram mais área para o milho usado na fabricação de álcool. Com isso, afirmou, sobrou menos terra para o cultivo da soja, e os preços dos dois produtos subiram. Como são commodities, a alta afetou todo o mundo.Os alimentos também aumentaram na esteira do maior consumo e de problemas climáticos enfrentados em diversos países. Um exemplo foi a Austrália, onde houve quebra de safra de leite e trigo principalmente. Com a menor oferta desses itens, os preços também cresceram.No Brasil, o clima afetou especialmente o feijão, produto cujo preço saltou de cerca de R$ 2 o quilo no início de 2007 para até R$ 8 em algumas regiões.
Âncora cambial
Não fosse o dólar, a inflação teria superado o centro da meta do governo, alerta o economista Luiz Roberto Cunha: "O IPCA teria superado os 5%".Âncora da inflação em 2007, quando recuou 16,85% em relação ao real, o dólar segurou preços de importados e de produtos nacionais que passaram a concorrer com similares do exterior. Determinou ainda aumentos menores de preços administrados e tarifas públicas, atreladas aos IGPs de 2006, que subiram menos em razão do dólar baixo.A principal pressão negativa veio da energia elétrica -queda de 6,16%. O conjunto dos administrados teve impacto de 0,51 ponto no IPCA de 2007, menos do que o 1,38 ponto de 2006.

Planos de saúde prevêem reajuste de até 10%

Por Márcio Pinho
na Folha de São Paulo

Entidades de saúde privada prevêem aumentos de até 10% no valor dos planos de saúde em razão da ampliação da cobertura obrigatória anunciada na quinta-feira pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).Elas ameaçam ainda ir à Justiça caso o reajuste de mensalidades, que será autorizado em maio, pela agência, não contemple os procedimentos.A ANS, que define o reajuste mas não limita o valor máximo da contratação dos planos, já havia adiantado anteontem que o reajuste será como nos outros anos e que irá observar o impacto da inclusão dos novos procedimentos para determinar o aumento em 2009.A nova lista tem 2.973 itens e inclui sessões de psicoterapia, fonoaudiologia, exames de DNA para detecção de doenças e laqueadura, entre outros procedimentos. A obrigatoriedade vale a partir de 2 de abril, e há multas previstas para quem não oferecer os serviços.Apesar de dizerem que a inclusão dos procedimentos é benéfica para os clientes e que inclui importantes avanços da medicina, diferentes segmentos da saúde privada afirmam que a medida tem impacto financeiro, a ser sentido pelo consumidor já na aquisição de novos planos.No setor de entidades filantrópicas, Julcemar Ragnini, diretor do departamento de operadoras de plano de saúde da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, afirma que o valor dos planos "vai sem dúvida aumentar a curto prazo.""É uma tendência das operadoras já aplicarem um aumento de 5% a 10% já contando com esse impacto nas novas vendas. A nossa vai aplicar em torno de 5% a partir de abril, e vamos monitorar como será a busca pelos serviços. Há uma demanda reprimida", afirma. Segundo ele, a inclusão de procedimentos de prevenção poderá diminuir custos a longo prazo.A assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Medicina de Grupo informou que os novos serviços poderão gerar entre 8% e 10% no custo das operadoras, o que poderá se refletir em aumentos no valor dos planos. A entidade estuda medidas administrativas e judiciais contra o governo.Já para o diretor de integração cooperativista da Unimed do Brasil (empresa que reúne cooperativas médicas), João Caetano, os aumentos podem começar "desde já" para quem for adquirir um plano. A estratégia das operadoras seria subir o preço antes do anúncio do reajuste em maio, prevendo um valor adequado ao custo dos novos procedimentos."Falar em porcentagem, agora, seria especulação, mas os aumentos devem acontecer."Ele afirma ainda que as operadoras se reunirão com a ANS. "Queremos saber qual é a fórmula mágica. Se ela não for sensível e não explicar qual é o milagre, vamos pensar no que fazer. Nós temos a obrigação de garantir a segurança e a viabilidade das Unimeds. Vamos acionar a ANS, se preciso."A Fenasaúde, que representa seguradores especializadas em saúde e outras empresas, diz que ainda analisa o impacto das mudanças. Já a Unidas, que representa as operadoras de autogestão, diz que o impacto será parcial, porque algumas empresas já oferecem os serviços que se tornaram obrigatórios.Os novos procedimentos são válidos apenas para os planos contratados após 1º de janeiro de 1999 -regidos pela lei 9.656, que estabeleceu regras para o setor- e deverão beneficiar cerca de 26 milhões de pessoas. Planos anteriores seguem as regras previstas em contrato.

Senador diz que "está lendo" sobre energia

Por Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

No momento em que o país começa discutir a possibilidade de racionamento de energia e até de apagão, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que será convidado a assumir o Ministério de Minas e Energia, disse que entre os preparativos está "lendo" o que chega até ele."Estou lendo alguma coisa que chega às minhas mãos. A imprensa, por exemplo, está escrevendo muita coisa técnica. Todos os dias saem até informações boas", disse à Folha. "Estou me informando sobre energia elétrica, sobre hidrelétrica, sobre gás, sobre petróleo." O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao PMDB que irá convidá-lo para assumir a pasta na próxima quarta.Lobão contou que ainda não sabe como se dará a distribuição de cargos na pasta. "Se o presidente me convida, eu tenho de saber dele qual é a orientação. Até isso acontecer eu não posso falar nada", disse. "O que posso dizer é que eu não conheço a estrutura do ministério ainda", completou.Advogado e jornalista, Lobão disse que um ministro não precisa pertencer à área do ministério que irá comandar. Ele citou como exemplos os ex-ministros Antonio Palocci, que é médico e esteve à frente da Fazenda, e José Serra, economista que chefiou a Saúde.Nos últimos dias, o senador também passou a rechaçar a hipótese de ser taxado como "ministro do apagão". "Nem sequer pus o pé na soleira do ministério já estão me debitando coisas que possam vir acontecer no futuro", disse. "Nenhum ministro que vir a ser nomeado neste momento pode ser responsabilizado."Ontem, a Folha publicou reportagem sobre um discurso de Lobão, feito em julho do ano passado, em que ele alerta sobre risco de apagão. Questionado sobre seu discurso, o senador recuou: "Olhando o quadro agora acho que autoridades, a seu modo, tiveram preocupação e adotaram as providências seguras. Não acredito em qualquer possibilidade de apagão".Lobão também afirmou que existem pessoas interessadas em fazer "cizânia" ao comentar o possível veto da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, à indicação dele como ministro. Sobre cargos, reconheceu que o PMDB quer ampliar sua participação na pasta."O PMDB deseja ter uma participação no ministério que não tem. Agora, a profundidade disso só com o presidente da República. Quer uma sugestão? Conversa sobre isso com os líderes. Eles é que podem falar. Eles são donos dos cargos."

Lobão Filho é réu em processo de TV pirata

Por Silvia Freire
na Folha de São Paulo

O empresário Edison Lobão Filho, primeiro-suplente e filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), é réu em processo criminal que apura o funcionamento de uma emissora de TV clandestina no município de São Mateus do Maranhão (194 km de São Luís), em 1999.Segundo os dados que constam do processo, a TV São Mateus operava sem licença da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), transmitindo a TV Difusora, de São Luís, que é de Lobão Filho.São réus também no processo os donos da TV São Mateus: o bancário aposentado e pecuarista Rivoredo Barbosa Wedy e a estudante Shelyda Coran Salomão Pessoa. Segundo a lei, é crime desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação, com pena prevista de dois a quatro anos e multa.O contrato firmado entre Lobão Filho e Wedy -sócios-gerentes da TV Difusora e da TV São Mateus, respectivamente- em dezembro de 1997 previa a retransmissão da programação da TV Difusora pela TV São Mateus no canal 9, "cuja outorga pertence à TV Difusora", mediante pagamento mensal de R$ 1.500. O retransmissor usado pela TV São Mateus foi dado em comodato (contrato semelhante ao de aluguel, mas sem custo) pela TV Difusora.Em depoimento ao Ministério Publico Federal, Wedy disse que não sabia que era necessário ter a outorga do canal e que foi "induzido ao erro", pois a TV Difusora o informou que para o funcionamento da emissora bastava o contrato. A reportagem não conseguiu localizar ontem Wedy nem sua sócia.O procurador José Leite Filho, do Ministério Público Federal em São Luís, recomendou a absolvição de Lobão Filho por entender que coube a ele apenas "liberar o sinal de retransmissão da programação da TV Difusora para a TV São Mateus" e que não há provas de que tenha instigado os donos da emissora a funcionar sem autorização. O procurador pediu a condenação dos dois sócios da TV São Mateus.O juiz federal Neian Milhomem, da 1ª Vara Federal de São Luís, disse que ainda não analisou o processo, que está pronto para sentença desde outubro de 2006. Caso Lobão Filho assuma no Senado a vaga do pai, que foi convidado para comandar Minas e Energia, o processo será encaminhado ao STF.

"Atrás da exata calibragem" por Roberto Pompeu de Toledo

Ser mulher e querer ser presidente dos Estados Unidos ou ser negro e querer ser presidente dos Estados Unidos são aspirações que exigem do ser humano bem mais do que se costuma exigir. Hillary Clinton e Barack Obama, os líderes na disputa pela candidatura do Partido Democrata à eleição deste ano, estão envolvidos numa empreitada hercúlea. Ser mulher e ser negro lhes é permitido, o.k., disso eles não podem fugir – mas nada de exagerar. Saber até onde pode ser mulher, num caso, e até onde cai bem ser negro, no outro – eis um desafio visceral, que se soma aos de fazer história e ameaçar tabus. Demanda uma calibragem de cujo fino ajuste dependem a vida e a morte eleitoral.
Hillary, ao decidir se lançar na carreira política, decidiu simultaneamente renunciar à condição de mulher. Desde que, na presidência do marido, ganhou tarefas como a de coordenar a reforma do sistema público de saúde, adotou o modelo da executiva fria, forte nos números, preocupada com os pobres, sim, mas nem por isso disposta a, como a princesa Diana, posar ao lado dos famintos. Não chegou a encarnar uma Margaret Thatcher, a menos mulher de todas as mulheres que já comandaram um país – tão difícil de imaginar pondo o neto para dormir quanto fácil de supor a varar noites em articulações com parceiros fumando charuto –, mas também se posicionou o mais distante possível do modelo fada-madrinha de Eva Perón. No Senado, seu mais famoso voto, pelo qual hoje é insistentemente cobrada – o de apoio à invasão do Iraque –, foi voto de macho. Se fosse homem, talvez se permitisse votar contra. Sendo mulher, nunca. O voto contra poderia ser interpretado como fraqueza de mulherzinha.
Eis, no entanto, que na semana passada, na véspera da eleição prévia de New Hampshire, Hillary – coisa jamais vista! – chorou. A rigor, não foi nem choro. Numa conversa com eleitoras, uma perguntou como ela conseguia agüentar o stress da campanha, e a candidata ficou com aquilo que nos romances populares se chama de "olhos rasos de lágrimas". A cena, de tão incomum, foi repisada mil vezes na TV. Os assessores de Hillary se apavoraram. Um homem ficar com os olhos rasos de lágrimas se tolera. Já uma mulher vira mulherzinha. Como pode uma pessoa dessas governar a maior das potências? Já se sabe o resultado desse fugaz momento de fraqueza: a ele foi atribuído o fato de, contrariando as pesquisas, Hillary ter vencido a eleição de New Hampshire. Bendito choro. Mostrou-a humana e mulher. Mas isso não quer dizer que Hillary deva sair chorando pela campanha eleitoral afora. Indica apenas que nem sempre é preciso ficar em guarda contra a condição de mulher, ou contra manifestações que o estereótipo dá como femininas e condena como incompatíveis com o exercício do poder.
Barack Obama, embora mulato – sua falecida mãe era branca –, é, sob certo ângulo, o negro mais negro que jamais freqüentou a política americana. Na semana passada correram mundo fotos e filmes de sua avó paterna, uma octogenária que mora na zona rural do Quênia, na mesma aldeia em que nasceu o também falecido pai do candidato – uma avó que fala suaíli e usa os característicos vestidos, turbantes e colares coloridos. Não há no panorama político americano personagem com ascendência africana tão próxima. A mulher de Obama é negra, ou mulata, como ele. Quer dizer: o sucesso não o levou a aderir ao padrão Pelé de certos negros brasileiros bem-sucedidos. Obama converteu-se ao cristianismo, mas a família paterna é muçulmana.
Eis, no entanto, que esse negro de trajetória tão assombrosa, um Lula em escala global, em que o Quênia faz o papel das favelas e do pau-de-arara das origens do presidente brasileiro, está a grande distância do negro típico da política americana. O típico é o militante dos direitos civis. É Martin Luther King ou, em anos mais recentes, Jesse Jackson, que, aliás, também chegou a se lançar candidato a presidente. Andrew Young, outro veterano militante dos direitos civis, hoje na campanha de Hillary, disse há pouco que Bill Clinton é mais negro do que Obama. "Com certeza Clinton já teve mais mulheres negras do que Obama", acrescentou. Era uma piada, claro, mas adivinha-se que uma piada saída do fundo do coração. Obama é um negro que toma suas distâncias da política negra habitual. É aquilo que se convencionou chamar de "moderado". Por isso mesmo é um candidato competitivo, e não, como Jesse Jackson, um negro que entra nas campanhas para marcar presença.
Se houvesse só uma mulher, ou só um negro, concorrendo, em condições de vencer, à candidatura do Partido Democrata, a disputa já seria demais de boa. Ter os dois, como está ocorrendo, é a glória, ainda que a mulher tome seus cuidados para não ser tão mulher assim, e o negro para não ser tão negro. O simbolismo permanece. E tem valor duplicado quando posto em contraste com os horrores da era Bush e seu coquetel de guerra no Iraque, Guantánamo, oficialização da tortura e outros desastres. A glória de abrigar uma disputa eleitoral entre Hillary e Obama é da democracia americana.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O trem lá tá feio

A economia passou a ser o centro das atenções dos candidatos a candidato à Presidência dos Estados Unidos. O risco da economia americana entrar em recessão é muito grande. Precisamos ficar de olho. Principalmente nas promessas dos candidatos tanto do lado Republicano como do lado Democrata. Lula acha que é só o Bush dar um esporro nos investidores que a economia volta ao normal. Ainda bem que os palpites lulistas não interferem no andamento da economia americana. O trem lá tá feio. Precisamos ficar de olho. Sabemos que a nossa economia está indo bem porque a economia mundial está bem. Mas vai que a economia americana entra numa recessão e agita a economia mundial? Não há esporro, lágrimas ou ranger de dentes que impeça a maré de pessimismo atravessar a fronteira brasileira.

As Farc são terroristas sim!

Começou o show! Depois que as duas reféns foram libertadas pelos terroristas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) o ditadorzinho venezuelano quer que a Europa tire as Farc da lista de terroristas. Como assim? Estes terroristas colombianos seqüestram pessoas, produzem drogas e ainda eram aliadas ao traficante Fernandinho Beira Mar. Chávez quer usar a libertação das reféns como atração do seu showzinho bolivariano. E os outros reféns? As Farc seqüestram e não recebem punição? As Farc tocam o terror na Colômbia e Chávez quer passar a imagem de que não são terroristas? Por que não te calas? Setenta por cento das drogas de Fernandinho Beira Mar vem das Farc. As Farc são terroristas sim e lugar de terrorista é na cadeia!

Tem gente boa do lado de lá

Como disse aqui, minha rotina foi quebrada. Meus amigos detestam minha rotina. Saio pouco de casa, fico tranqüilo aqui, lendo meus livros, escrevendo aqui no blog, indo para o meu trabalho ou para a faculdade. Como estou de férias das minhas duas ocupações, tenho tempo para escrever aqui e ler os livros que preciso ler. Meus amigos detestam minha rotina, mas eles sabem que eu os amo demais.
Minha rotina foi quebrada porque recebemos aqui em casa a visita de uma prima do meu pai. Ela veio resolver umas pendengas aqui em Goiânia. Quem lê o blog sabe que sempre critico a esquerda. E não há de ver que esta prima do meu pai, ou minha prima segunda, é de esquerda? Mas, ao contrário da maioria dos esquerdistas, ela pensa, ela dialoga, ela sabe conversar. Passamos a noite inteira ontem conversando. Sim, falamos mal do Lula. Ela já não acreditava no Apedeutakoba. O blogueiro aqui acreditou e votou nele em 2002. Contei minha decepção. Rimos. O bom de conversar com pessoas que pensam, que não colocam a ideologia na frente da vida é isso: saber rir de certas coisas. Falei da minha decepção em ter votado no Apedeutakoba e que nunca mais votei em petista. Falei que eu até tentei entrar “na luta”, mas não deu certo. Vi muita porqueira num mundo que era dito como o mais limpo de todos os mundos. Minha prima II está “na luta” porque acredita. Não fez que nem o PT que vendeu a alma para o diabo. Ela está do lado de lá porque acredita. Fiquei feliz de ter conversado com ela. Mesmo não concordando em alguns pontos demos muitas risadas. Mais importante do que qualquer ideologia é ter um sentido na vida, é fazer alguma coisa que você acredita, que você saiba que está certo não se importando com o que os outros vão dizer. Pode até discordar aqui e acolá, mas sempre mantendo o diálogo fraterno e amigo. Eu não gosto muito de quebrar a minha rotina, mas quando a quebra é legal, vale alguma coisa, a gente releva. É muito bom saber que tem gente boa do lado de lá, apesar dos sujos, fracos e imbecis petistas.

Olha a cabeleira do Zezé

A matéria da revista Piauí não mostrou apenas a pilantragem petista confirmada por José Dirceu. Mostrou que o ex-guerrilheiro, ex-presidente do PT, ex-ministro da Casa Civil, ex-deputado federal e atual consultor de empresas é um metrossexual. Sempre procura cuidar da sua beleza exterior. E não é que o Zé fez uma cirurgia para implantar mais fios de cabelo? Como o carnaval está chegando me lembrei daquela marchinha que cai muito bem para este tipo de notícia:

Olha a cabeleira do Zezé
Será que ele é?
Será que ele é?

Eles não fizeram nada

De tanto criticar o apagão energético do governo Fernando Henrique Cardoso, Lula não soube resolver o problema quando assumiu a presidência. Deixou como estava. Agora, lá vamos nós, outra vez, nesta ameaça de racionamento de energia. Querem ver que vai ter petista dizendo que isso é “herança maldita”? Cinco anos de governo e essa gente não teve a capacidade de resolver um problema que estava exposto desde 2001? Que gente incapacitada! Eles não fizeram nada. A prova está aí. A cada dia vemos os problemas que Lula não resolveu desde que tomou posse em 2003. Empurraram com a barriga e a bola de neve só foi aumentando. Saí da frente...

'Não me venham com cortes de luz'

Por Vera Rosa
no Estado de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a um grupo de ministros que não quer saber de racionamento e muito menos de corte de energia elétrica em seu governo. Ao chegar para a reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto, Lula foi taxativo: quer ver todos os problemas resolvidos num curto espaço de tempo e estranhou as avaliações discrepantes na equipe sobre a possibilidade de apagão. “Não me venham cortar luz dos consumidores”, esbravejou o presidente. Ele determinou a adoção das medidas que forem necessárias para que não haja interrupções no fornecimento de energia. Na campanha eleitoral de 2002, Lula foi um dos maiores críticos do apagão do final do governo Fernando Henrique Cardoso. O então coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda e hoje deputado, chegou a dizer na época que a administração do tucano sofrera um “apagão do planejamento”. Convocada por Lula para fazer uma exposição sobre o assunto, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, garantiu que o sistema energético do Brasil não só é seguro como conservador. “Não existe risco de apagão”, assegurou a ministra, que retornou ontem de férias.Com a autoridade de quem já comandou a pasta de Minas e Energia, Dilma lembrou que os sistemas de controle e transmissão de energia são interligados e monitorados. Mais: assegurou que é possível antever problemas com margem de segurança necessária para tomar providências. Apesar das declarações do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, de que o racionamento de energia “não é impossível”, a avaliação dos principais auxiliares de Lula sobre a crise é bem mais amena.Na reunião, Dilma afirmou que os reservatórios das hidrelétricas não estão em nível dramático, como sugeriu Kelman. A explicação para os problemas é de um “quadro atípico” de falta de chuvas. Lula não entendeu até agora, porém, por que Kelman fez o alerta sobre a possibilidade de racionamento. “Não podemos ficar dependendo de chuvas”, disse o presidente, em conversa reservada. De qualquer forma, embora não considere a situação dramática, o governo está preocupado. Na quarta-feira, ao saber do prognóstico desanimador do diretor da Aneel, Lula cobrou explicações. O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, chamou Kelman para uma conversa. Acompanhados do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), Hermes Chipp, e do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, os dois foram parar no gabinete do presidente.Depois de ouvir todos os lados, Lula ainda mexeu no vespeiro na reunião de ontem, que também contou com a presença do vice-presidente, José Alencar. Participantes do encontro contaram que o presidente ainda continuava intrigado com as diferentes avaliações sobre o mesmo tema.

Ação no STF contra pacote fiscal de Lula racha PSDB

Por Cátia Seabra e Felipe Seligman
na Folha de São Paulo

A decisão do PSDB de questionar no STF (Supremo Tribunal Federal) o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) provocou um racha entre os tucanos. O governador de São Paulo, José Serra, se colocou contra ao ato. Na quarta-feira, num telefonema ao presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), Serra disse que qualquer medida judicial contra o aumento de tributos seria inútil.O governador estava em Washington. Na conversa, Guerra teria assegurado a Serra que o partido não adotaria medidas judiciais a exemplo das feitas pelo DEM, afirmando que o partido se restringiria a um discurso contrário a aumento de impostos, qualquer que fosse. "Só vamos dizer que somos contra a aumento de impostos", afirmou.Horas depois, o PSDB anunciou a decisão de entrar com a Adin (ação direta de inconstitucionalidade), que foi protocolada ontem no STF, contra o aumento do IOF.Ontem, o vice-governador de São Paulo e secretário de Desenvolvimento, Alberto Goldman, disse que considera "positivo" que o governo federal tenha optado pelo aumento de um tributo que não tem impacto direto nos preços. Goldman lembrou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se valeu do mesmo expediente.Apenas ressalvou: "O presidente Lula não deveria ter prometido que não haveria aumento de imposto".
Justiça
Os tucanos repetem atitude do DEM que, na segunda-feira, protocolou ação contra o aumento de imposto.A ação do PSDB, porém, concentra-se no seguinte argumento: "ao não prorrogar a CPMF, o Senado votou pela redução da carga tributária. O aumento de um tributo, portanto, burla uma decisão do Legislativo", disse Guerra, ao chegar ao STF."O governo descumpriu a palavra de que não aumentaria impostos e contrariou a vontade do povo e do Congresso", completou ele.Guerra foi ao Supremo acompanhado por mais três tucanos: os senadores Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE) e o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP). O partido não pretende entrar com outra ação para contestar o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), segundo advogados do partido.Para tentar derrubar judicialmente as mudanças do IOF, o DEM afirma que o aumento representa dupla incidência do imposto nos financiamentos. Isso porque o consumidor vai pagar 0,38% do valor do empréstimo quando contratar a operação de crédito e mais 0,0082% ao dia (3% ao ano).O DEM também evoca o princípio da isonomia tributária, em que todos deveriam pagar a mesma alíquota de cada imposto, já que as alíquotas passaram a ser diferentes para pessoas físicas e bancos.

Base do governo pretende recriar imposto do cheque

Por Fábio Zanini e Luciana Otoni
na Folha de São Paulo

Menos de um mês após a queda da CPMF, e apesar das promessas em contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os líderes de partidos governistas no Congresso anunciaram ontem um movimento pela recriação do "imposto do cheque". Desta vez com uma alíquota de 0,20%, que seria permanente e renderia R$ 20 bilhões. A promessa é destinar tudo para a saúde.A disposição dos líderes veio após reunião com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e José Múcio (Relações Institucionais). Apesar de não terem fechado questão, líderes e os ministros aceitaram cortar R$ 8 bi das emendas coletivas e preservar as individuais.Com o fim da CPMF e a perda de R$ 38 bi de receita, o governo lançou um pacote aumentando dois tributos, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), mas também terá que cortar gastos e emendas.Foram à reunião 26 líderes de partidos, todos da base aliada. Bernardo e Múcio repetiram várias vezes que o Executivo não patrocinará a iniciativa. "O Congresso é independente. Assim como cortou a CPMF, poderá recolocar", disse Múcio.O que está decidido é que a recriação da CPMF não constará da proposta de reforma tributária que deve ser enviada no mês que vem pelo governo.A promessa de enviar uma proposta da reforma não é nova. Em agosto de 2007, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou que a CPMF devia ser aprovada como estava, pois compensações viriam numa reforma tributária que seria encaminhada em setembro. Em novembro, Lula disse que enviaria o projeto naquele mês, o que também não ocorreu.Caberia aos congressistas incluí-la. A recriação da CPMF não resolveria o problema do governo para este ano já que, se aprovada, só poderia ser aplicada a partir de 2009. "De forma alguma isso pode ser atribuído a nós. O presidente disse que não tem intenção de reeditar a CPMF", disse Bernardo.Os líderes partidários adotaram discurso bem diferente. O próprio líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), defendeu uma nova modalidade de imposto para a saúde, ressalvando que falava em nome próprio e não como porta-voz do Executivo. Pouco antes, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), pediu que a CPMF "não caia no vazio". "Precisamos de recursos para saúde. Meu Estado, por exemplo, está sofrendo com a febre amarela", disse.Apesar da defesa feita por sua base no Congresso, o governo prefere adotar a cautela ao falar sobre uma nova CPMF -não quer que essa discussão atrapalhe o objetivo imediato, de consolidar seu minipacote de impostos, que incluiu aumentos no IOF e na CSLL.Ontem, o relator-geral do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), disse que o aumento de receitas tributárias poder ser maior do que os R$ 10 bilhões previstos. Reestimativa da consultoria orçamentária do Congresso apontou que esse valor iria para R$ 11,1 bilhão.Faltariam ainda R$ 19 bilhões para cortar. Os líderes propuseram que R$ 8 bilhões desse montante saia de emendas. Seriam R$ 6 bilhões de emendas de bancada e todas as apresentadas por comissões, que somam mais R$ 2 bilhões. "Com o corte de R$ 8 bilhões em emendas, estaremos pagando quase metade da conta", disse o líder do PR na Câmara, Luciano Castro

Cusparada neles

E as Farc libertaram duas reféns: Clara Rojas e Consuelo Gonzáles. Já estou imaginando a festa que o ditadorzinho venezuelano está preparando. A imprensa daqui noticiou o caso. Falou até que as Farc mexiam com drogas. Não falaram isso quando a primeira tentativa de resgate fracassou. Só chamaram de guerrilheiros os integrantes das Farc. Não falaram que eram terroristas. Sim, as Farc são terroristas. Será que alguém vai pedir punição para os seqüestradores? Quem seqüestra não merece cadeia? O traficante Fernandinho Beira Mar era ligado às Farc. Os terroristas colombianos abasteciam o depósito do traficante. Hoje, Beira Mar está preso. Mas você acha que, mesmo atrás das grades, ele não comanda o tráfico? E a droga que ele comercializa também não continua vindo lá da Colômbia, da selva onde os terroristas das Farc estão escondidos, planejando seqüestros, mantendo reféns e mandando drogas para o mundo inteiro. É preciso ressaltar que o ditadorzinho venezuelano negociou com terroristas, com traficantes de drogas. É preciso dizer bem alto que o pessoal das Farc é ligada ao traficante Fernandinho Beira Mar. É preciso deixar bem claro que, quem negocia com traficante não merece um pingo de respeito ou credibilidade. Merece sim cusparadas na cara. Cusparadas na cara do Chávez! Cusparada na cara do Marco Aurélio Garcia! Cusparada na cara de quem apóia quem manda drogas para o Brasil.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Eu só acredito vendo

O ditadorzinho venezuelano disse que Claras Rojas e Consuelo González foram libertadas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que já estariam a caminho de Caracas, capital da Venezuela. Chávez disse? Se ele disse eu não acredito. Faço que nem Silvio Santos: Eu só acredito vendo.
Só mais um detalhe: os terroristas vão ser punidos?

E o chute no traseiro do Azeredo?

O PSDB protocolou hoje na Procuradoria Geral da República um pedido para que as declarações de José Dirceu dadas à revista Piauí sejam incluídas no processo do mensalão. Até aí tudo bem. O PSDB é um partido de oposição. Porém, não devemos esquecer do senador tucano Eduardo Azeredo. Por que? Porque ele utilizou dinheiro de caixa 2 na sua campanha eleitoral em 1998. Dirceu disse à Piauí que a sede do PT em Porto Alegre foi construída com dinheiro de caixa 2. O PSDB está certo em pedir à Procuradoria Geral da República que as declarações de Dirceu sejam incluídas no processo do mensalão. Mas, o partido não pode esquecer de Eduardo Azeredo. Ou será que veremos, outra vez, os tucanos enfiando o rabinho entre as pernas quando petistas responderem que os tucanos também fizeram caixa 2? Falta aquele chute no traseiro de Eduardo Azeredo.

Propaganda mesmo com a crise

Na hora do almoço eu vi na televisão uma propaganda do governo de Goiás. Propaganda? Mas o Estado não está endividado? Na propaganda, tinha gente sendo entrevistada falando que a saúde pública de Goiás era uma maravilha. Hummmm... Propaganda do estado aparecendo quer dizer que vão pintar de novo aquelas maravilhas que Marconi Perillo soube pintar e bordar. Enquanto isso ninguém sabe quando a reforma administrativa vai sair e a origem da dívida. Só se sabe que, na propaganda, a saúde vai bem. Na propaganda até Lula deixou de ser o Sapo Barbudo e passou para ser o “Lulinha Paz e Amor” que fez a Dona Zélite cair de amores por ele.

As eleições em primeiro lugar

A reforma administrativa do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, não está de olho em melhorar a estrutura do Estado, em acabar com a dívida que foi omitida pelo Tempo Novo nos oito anos que está no Palácio das Esmeraldas. A reforma é só uma maquiagem. Tudo vai continuar a mesma coisa. O que o pessoal quer mesmo é garantir a vitória do PP, partido de Cidinho, nas eleições de outubro. É claro que nem todo mundo do partido vai ganhar todas as eleições em todas as cidades goianas. Aí fica a pergunta: Será que esta reforma irá impedir que, depois das eleições de outubro, os derrotados ganhem vagas no governo, aumentando ainda mais os gastos e contratando ainda mais comissionados que, no momento, estão na corda bamba? As eleições em primeiro lugar. O Estado fica pra depois, afinal, o lema de Cidinho é “Nunca deixe pra amanhã o que você pode fazer depois de amanhã”.

Greve? Contra o governo Lula?

O ano de 2008 vai ser muito difícil. Estamos no décimo dia do ano e só notícias ruins emitidas pelo Palácio do Planalto. Terão que cortar gastos. Esta notícia não agradou os sindicatos dos servidores federais. Claro. Lula prometeu o paraíso. Lula prometeu aumentar o salário dos servidores sem saber se teria dinheiro no cofre. Lula continua sendo aquele falastrão de honra do petismo e continuará assim depois de 2010 (se ele não der o golpe antes).
É até estranho vermos ameaças de greve no governo Lula. Não era este governo que mudaria “tudo que está aí”? Os caras que usavam e abusavam das greves no passado querem fazer de tudo para barrá-las. Quem diria, integrantes do governo Lula, que participaram e motivaram greves, farão de tudo para barrar seus companheiros de realizar o que eles realizavam num passado não muito distante. Essa galera é só contradição. É só mentira!

Rotina quebrada

Pois é. Hoje não deu para colocar as matérias da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo aqui no blog. Minha rotina foi alterada. Aliás, a rotina aqui em casa foi alterada. Mas foi por um bom motivo. Eu não gosto muito de quebrar a minha rotina, de alterar minhas rotas, mas, se as alterações nos agradam, a gente releva.

Um pouco sobre a imprensa na Era FHC

Ao procurar matérias que mostrassem que o governo Fernando Henrique Cardoso havia sido alertado para um possível apagão achei interessante ressaltar aqui, mais uma vez, que a imprensa criticava sim os erros, as incompetências, os equívocos e as gafes do governo tucano. Os lulistas bolivarianos querem mostrar que só agora a imprensa começou a pegar no pé do governo, que só com Lula no Planalto que a imprensa começou a fazer denúncias. Mentira! Os petistas deitavam e rolavam quando o governo Fernando Henrique Cardoso entrava em crise. Lula, o falastrão de honra do petismo na época, sempre era procurado para dar sua opinião sobre a crise política ou era matéria de jornal quando comandava algum ato contra o governo. Hoje eles estão no poder e quando a imprensa os critica, denuncia as falcatruas começam a falar que estão sendo vítimas de um golpe. Mentira! Essa gente é mentirosa demais! Tudo o que essa gente disser, pode ter certeza que farão o contrário. Criticaram tanto a política econômica de FHC e hoje, que são do governo, fazem a mesma coisa. A propósito, pesquise nas edições anteriores dos jornais e das revistas que vocês verão o que essa gente dizia a respeito do então ministro da Fazenda Pedro Malan. Sem contar do governo como um todo.

De 2001 a 2008 os governos só ignoraram os alertas

No post abaixo falei que não acreditava em ministro interino. O atual interino de Minas e Energia ironizou os alertas feitos por especialistas em energia sobre um possível apagão, igual aquele de 2001. Por falar em 2001, de lá pra cá, os governos sempre ignoraram os alertas, os avisos dos especialistas. A revista Veja do dia 16 de maio de 2001 mostrava que o então governo Fernando Henrique Cardoso havia sido alertado diversas vezes sobre o risco de um apagão. Esperaram que São Pedro abrisse a torneira e resolvesse o problema. Pois é. Em 2001 deu no que todo mundo está cansado de saber. Abaixo coloco trechos da reportagem:

Na semana passada, o governo se comportava como se tivesse sido pego de surpresa pela necessidade de recorrer ao apagão. "Nossa parte nós fizemos. Retomamos as obras paradas e estamos fazendo investimentos. O problema é que choveu muito pouco", afirmou José Mário Abdo, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na última quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, encarregado de chefiar um grupo de trabalho para orientar o apagão, avisou: "É muito mais grave do que imaginávamos". Repare bem. O Estado possui três órgãos que cuidam de energia: além da Aneel, há o Ministério das Minas e Energia e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), empresa que monitora a rede física que permite à eletricidade viajar por todo o Brasil. Pois nenhuma das três anteviu o problema. Como isso é possível? Aliás, fizeram mais do que isso. Prometiam um céu de brigadeiro para este ano. "Eu garanto: vamos chegar a 2001 sem racionamento e com mais energia", afirmou o engenheiro pernambucano Mário Santos, presidente do ONS, em novembro do ano passado. Até a sexta-feira, desvendado o erro de avaliação e conhecidos os estragos que o apagão pode gerar, nenhum dos três titulares se sentia envergonhado o bastante para pedir demissão.

Entre os especialistas, o racionamento é um risco antigo. Do ponto de vista objetivo, desde 1997 o nível dos reservatórios brasileiros vem baixando em virtude da falta de chuvas. O país atravessa a fase de mais baixo índice pluviométrico dos últimos sessenta anos. Além disso, não faltaram alertas. Em 1995, o diretor da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, entregou um relatório ao vice-presidente da República, Marco Maciel, afirmando que o modelo de privatização das elétricas não previa a expansão do setor, o que poderia acarretar a falta de abastecimento no futuro. Em setembro daquele ano, a Eletrobrás alertou o Ministério das Minas e Energia sobre os riscos de um racionamento da ordem de 10% a partir de 2001. "Se o governo tivesse aumentado os investimentos na ocasião, a situação seria outra", diz o engenheiro elétrico João Mamede Filho, que na época era diretor da Companhia Energética do Ceará.


Não faltaram alertas e o governo sempre garantia que não faltaria energia. Oito anos depois, com outra gente no poder, os avisos são dados e, mais uma vez, ninguém lá de Brasília dá ouvidos. Veja o que o Estadão online publicou ontem:

O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, descartou nesta quarta-feira, 9, a hipótese de haver racionamento de energia neste ano e no próximo. Hubner, que concedeu entrevista coletiva à imprensa, ironizou as críticas de analistas à política energética do governo e as afirmações de que haverá problemas no fornecimento de energia. "Tem analista para tudo. Faz cinco anos que eu estou no governo e todo ano tem gente dizendo que vai faltar energia. E não faltou", disse. O ministro ainda explicou que a situação de baixa nos níveis de água dos reservatórios não deve ser interpretada como um alerta à população.

Hubner, que nessa mesma entrevista declarou que o governo já possui um plano de contingenciamento do gás natural, caso seja necessário racionar o combustível, afirmou que eventuais medidas nesse sentido seriam tomadas por meio de uma decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), respaldada pelo presidente da República.


Entra governo, sai governo é a mesma coisa. Quando analistas afirmam que pode acontecer alguma coisa de muito ruim, os governantes tampam os ouvidos, acham graça e até fazem piadas das análises. Depois que a catástrofe acontece estes mesmos indivíduos colocam a cara na televisão mostrando a perplexidade com o ocorrido. Se o Brasil apagar de novo não vai ser por falta de alertas e sim por culpa de governantes sabichões e metidos a humoristas.

Eu não confio num ministro interino

Nelson Hubner é ministro interino de Minas e Energia. Interino? Ele não é efetivo. Está no cargo para cobrir a lacuna deixada pelo então ministro Silas Rondeau que deixou o ministério por conta das denúncias que a Polícia Federal apresentou contra ele. Rondeau saiu e Lula não colocou ninguém no lugar. Nelson Hubner é interino. Está ali de passagem, portanto, tudo o que ele falar ou fizer serão passageiros, não merecem qualquer tipo de crédito. Ele descartou ontem a hipótese de um novo apagão energético atingir o país igual ao ocorrido em 2001. Eu não confio num ministro interino. Ele está ali de passagem, só para cobrir lacuna. Quando houve o apagão em 2001, Lula e os petistas criticaram bastante o governo Fernando Henrique Cardoso pela sua incompetência. Oito anos depois, lá vamos nós de novo ter que economizar energia por conta de um governo incompetente, que está no poder há cinco anos e nada fez para resolver as incompetências do governo anterior. Parece até que eles não resolvem só para jogar a culpa no governo anterior. A culpa é do governo. Principalmente de um governo que tem um ministro interino de uma pasta que, até agora, não sabe garantir o abastecimento de energia para o país.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A volta da queridinha

Pronto! Depois da vitória de Hillary Clinton em New Hampshire, ela voltou a ser a queridinha da América. Pelo visto, a “Obamania” está perdendo fôlego. Foi só fogo de palha. Daqui a pouco ninguém mais vai se lembrar dele. É a volta da queridinha que, há poucos dias atrás, era tratada como derrotada depois das prévias de Iowa.

As pesquisas erraram

As pesquisas encomendadas antes das prévias presidenciais americanas em New Hampshire mostravam que Barack Obama bateria facilmente, mais uma vez, Hillary Clinton. Estas pesquisas foram levadas tão a sério que até a campanha de Hillary entrou em crise. Tiveram que chamar o Bill para fazer um discurso duro contra Obama. Pois é. As pesquisas erraram. Quem perdeu em New Hampshire não foi Hillary e sim Obama. Ela ganhou. Foi por pouco, mas ganhou. Aqui em Goiás nós já sabemos dos erros das pesquisas eleitorais. Desde 1998 que elas erram. Desde 1998 que o resultado destas pesquisas nem se aproxima do resultado oficial. Nas eleições para o governo de Goiás em 1998, quando Íris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) se enfrentaram, as pesquisas mostraram Íris disparado na frente com quase 70% enquanto que Marconi estava lá trás com 6%. No final do primeiro turno, com o resultado oficial divulgado, vimos Marconi na frente de Íris. O todo poderoso Íris Rezende perdia sua primeira eleição. Marconi Perillo, até então desacreditado, começava a implantar o tal do Tempo Novo. Ah, nestas eleições não podemos esquecer do Nerso da Capetinga. Ele foi um fator importante para a vitória de Marconi. No ano 2000 tivemos outras eleições, mas agora para elegermos os prefeitos. Aqui em Goiânia, percebemos que as pesquisas continuaram a mostrar seus erros. Dias antes do primeiro turno, Darci Accorci (então no PPB que hoje é só PP) aparecia em primeiro lugar nas pesquisas. Em segundo estava Lúcia Vânia (PSDB) e em terceiro Pedro Wilson (PT). Qual foi o resultado oficial? Pedro Wilson terminou o primeiro turno na frente de Darci e quem ficou em terceiro lugar foi Lúcia Vânia. Dois anos depois, em 2002, tivemos outras eleições estaduais. Marconi Perillo era candidato à reeleição e seu adversário era Maguito Vilela (PMDB). Nas primeiras pesquisas, Maguito estava na frente de Marconi. Porém, Marconi usou e abusou da propaganda e conseguiu convencer a população que lhe deu a vitória já no primeiro turno. Ah, isso sem contar as eleições presidenciais. Teve pesquisa que mostrava Ciro Gomes na frente de Lula. No final do primeiro turno, Lula em primeiro lugar e José Serra em segundo pelos resultados oficiais. Em 2004, mais uma eleição municipal. Aqui em Goiânia Íris Rezende se candidatou à prefeitura. Pedro Wilson tentava a reeleição e Sandes Júnior era o candidato do Palácio das Esmeraldas. Nas pesquisas antes do primeiro turno sempre aparecia Íris em primeiro, Sandes em segundo e Pedro em terceiro. Oficialmente, o primeiro turno terminou com Íris em primeiro lugar e Pedro Wilson em segundo. Vocês pensam que os erros das pesquisas acabaram? Em 2006, outra vez as pesquisas apontavam uma coisa e o resultado oficial foi outro. Maguito Vilela, mais uma vez, era candidato ao governo de Goiás. Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, tentava a reeleição já que estava no cargo desde o dia 1º de abril do mesmo ano por conta da saída de Marconi Perillo para disputar uma vaga no Senado. O que as pesquisas mostravam antes do primeiro turno? Maguito muito à frente de Cidinho. E qual foi o resultado? Por pouco Cidinho não ganha as eleições já no primeiro turno.
O que eu quero dizer com tudo isso? Que se acabe com as pesquisas eleitorais? Claro que não. As pesquisas são importantes. Servem para dar um parâmetro, um momento sobre o que o eleitor pensa. Porém, muitas vezes, usamos estas pesquisas como se fossem o resultado oficial. Usamos o resultado delas como se fosse o fim de uma candidatura ou a vitória de outra. As pesquisas erram. E como erram. Muitos achavam que Hillary Clinton estava perdida depois da derrota nas prévias de Iowa. Muitos achavam que a sua candidatura acabaria em New Hampshire já que as pesquisas mostravam Barack Obama bem na frente dela, em primeiro lugar. Hillary ganhou de Obama. Calma, minha gente. São 50 estados unidos. Só dois já fizeram suas prévias. Nem tudo esta perdido e nem tudo está ganho.

Não faça que nem o Renan Canalheiros

Eu disse que não ia esquecer Renan Canalheiros. Olha ele aparecendo aqui no blog. Não, não é nenhuma denúncia a mais. Como o reveillon passou, o carnaval é logo ali. E carnaval é sinônimo de campanha do Ministério da Saúde para que os foliões usem camisinha. O que o Canalheiros tem a ver com camisinha? Tudo! Se ele tivesse usado camisinha quando foi para a cama com a Mônica Veloso, o Senado não afundaria na lama que afundou no ano passado. Se Renan tivesse usado camisinha não engravidaria Mônica. Sem filhos fora do casamento, Canalheiros não teria que pedir ajuda para um amigo lobista pagar a pensão. Não haveria “gestante”. Se Renan Canalheiros tivesse usado camisinha nós não saberíamos da podridão escondida por baixo daquele carpete azul. Acharíamos que só os deputados eram safados. Renan e Mônica viraram os olhos sem se proteger. Ela engravidou. Ele pediu ajuda para um lobista. O caso veio a público e o Senado... Bem, já conhecemos a história. Tudo isso por causa do não uso da camisinha. Se o ministro da Saúde José Gomes Temporão lesse meu blog eu faria o seguinte pedido: chamasse Renan Canalheiros para protagonizar a campanha do ministério pelo uso da camisinha no carnaval. Imagino Renan falando: “Não façam como eu. Eu não usei camisinha e f... o Senado brasileiro.” Mas, fazer campanha para o Ministério da Saúde não sai de graça. Tem que pagar. E eu não quero ver Renan Canalheiros recebendo mais grana pública além do que ele já desviou. Mas fica o lembrete: Não faça que nem o Renan Canalheiros. Use camisinha!

Quando a coisa aperta por aqui...

Lula adora incluir no roteiro das suas viagens algum país comandado por algum ditador. Quando a coisa aperta por aqui lá vai ele visitar alguma ditadura. Os ditadores africanos já receberam a visita de Lula diversas vezes. Na sua primeira viagem de 2008, Lula vai para Guatemala e... Cuba. Sempre tem que ter alguma ditadura no caminho lulista. Sempre o Aerolula pousa em terras de comandantes que estão no comando de um país há trinta, quarenta anos. Quando era o falastrão de honra do PT, Lula dizia que, sempre quando a coisa apertava aqui no Brasil, Fernando Henrique Cardoso viajava para Paris. Lula faz a mesma coisa. Quando a coisa aperta, ele vai visitar alguma ditadura. Lula vai visitar seu companheiro Fidel Castro. Ninguém sabe a verdadeira situação do comandante cubano. Quem sabe Lula não nos fala como ele está? Pelo visto, Fidel Castro deve ter sido o esquerdista mais sanguinário que já existiu. Stalin, Mao e Che já estão no caldeirão do capeta. Só Fidel que ainda não foi aceito. O cara é tão ruim que nem o diabo o quer no inferno.

Em 2006 o Estado não precisava ser reestruturado

Todos os projetos do nosso governo foram implementados a quatro mãos, Marconi e Alcides. Ele não só vai dar continuidade a todos esses projetos, como também irá ampliá-los e melhorá-los na medida do possível. Assim que assumir o governo, Alcides anunciará muitas medidas importantes para a população. É o caso da redução do imposto de toda a cadeia do álcool, o que permitirá uma redução do preço do produto na bomba. Também vai aumentar o valor da Renda Cidadã e concluir obras rodoviárias importantes. Alcides vai receber uma boa herança. Vamos deixar o governo arrumado, completamente diferente daquele que recebi em 1999. Na época, tínhamos duas folhas e meia de salários atrasados, 600 milhões de reais de dívida de curto prazo. Alcides Rodrigues vai receber a folha de março quitada até o dia 31 e também quitados 3/12 avos do décimo terceiro, que é pago no mês do aniversário do servidor. (Marconi Perillo numa entrevista ao Jornal Opção no final de abril de 2006, poucos dias antes de deixar o governo de Goiás para se candidatar a uma vaga no Senado nas eleições do mesmo ano).

Ele foge da imprensa

Assim como o diabo foge da cruz, o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, foge da imprensa. Se estava agendado algum compromisso público onde os jornalistas teriam acesso facilmente ele não comparece ou manda alguém para ir no seu lugar. Seus assessores falam que Cidinho não foge da imprensa e sim está reunido com a cúpula mais alta do governo preparando a reforma administrativa. Nunca vi tanta reunião. Nunca vi tanta demora em apresentar uma coisa que, segundo o próprio governo, já estava pronta. É por isso que Cidinho tem medo da imprensa: ele não tem respostas para as perguntas que serão feitas.

Cargos em troca de cortes

Editorial do Estado de São Paulo

O bazar do Planalto reabriu as portas. É o jeito lulista de fazer política. Tendo ignorado por completo a base aliada no Congresso, no empacotamento das medidas concretas de aumento de impostos e da intenção anunciada de cortar R$ 20 bilhões do gasto dos Três Poderes, uma coisa e outra para irrigar as contas federais depois que secou a fonte da CPMF, o presidente Lula mandou os seus “vendedores” queimarem o estoque de cargos que podem ser mercadejados com os partidos governistas. A idéia é neutralizar no nascedouro os ensaios de traição dos parlamentares expostos ao risco de serem privados do seu capital mais precioso - a materialização das suas emendas, individuais ou de bancada, ao Orçamento da União, que somam mais de R$ 60 bilhões. É jogo jogado, como se diz. “Se o governo vai cortar emendas, tem de liberar os cargos”, anuncia as suas condições o líder do PR na Câmara, Luciano do Castro. “Passar a tesoura nas emendas é arrumar encrenca com o Congresso.”Depois de ter feito muito, mas não o suficiente - no conspurcado plano fisiológico, bem entendido - para prevenir as defecções nas bancadas da coalizão, que se revelariam decisivas para a derrubada da CPMF no Senado, desta vez no Planalto não se admite a hipótese de que os seus parceiros de mesa estejam blefando. “Qualquer ameaça tem de ser levada em conta”, concede o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Ele se refere, naturalmente, à possibilidade de que um certo número de deputados e senadores da base se vinguem do governo, deixando espaço para a oposição bloquear a votação do Orçamento-Geral da União e, no limite, pôr em xeque a aprovação da medida provisória que aumentou a CSLL. (Por decreto, o presidente Lula fez o mesmo com alíquotas do IOF.) O Congresso voltará a funcionar em fevereiro, depois do carnaval. O governo corre contra o tempo: as decisões sobre a execução orçamentária, neste ano eleitoral, precisam ser tomadas todas no primeiro semestre.Daí a urgência em “tentar resolver as demandas reprimidas nos Estados”, conforme o eufemismo do ministro para a frustração das caciquias partidárias diante do não preenchimento das vagas federais pelo País afora. “Tentar resolver” é bem o termo, porque as demandas são também conflitantes e não raro excedem à oferta. Trata-se de qualquer coisa como 300 cargos regionais negociáveis. Isso sem falar nos muito menores e muito melhores empregos na cúpula das estatais do setor energético, como a Eletrobrás, Eletronorte e Eletrosul. O PMDB-Senado finalmente deve emplacar o maranhense Edison Lobão como titular de Minas e Energia. Mas o PMDB-Câmara também apresenta a sua fatura nessa área - nada menos do que a diretoria internacional da Petrobrás. O pior, para Lula, é que, supondo possível a quadratura do círculo, com o pleno atendimento das reivindicações concorrentes no seio do governismo, ainda assim continuará sendo mais fácil falar em cortes do que cortar.“Todo mundo acha que é preciso cortar, mas não no seu setor”, resume Monteiro, constatando uma eterna verdade na esfera pública nacional. No regime constitucional dos Poderes “harmônicos e independentes entre si”, o Executivo não tem a prerrogativa de dizer ao Legislativo e ao Judiciário quanto e onde gastar. A isso se acrescentam, no caso do governo, os gastos insuscetíveis de cortes, como as transferências e repasses de recursos estabelecidos na Constituição. Fechando o círculo, este é um governo que faz praça de sua crescente prodigalidade ali onde está livre para gastar menos ou mais. Foi esse desregramento erigido em filosofia administrativa que levou Lula a admitir, no seu mais recente programa semanal de rádio, anteontem, que é preciso cortar. “Resolvemos com muita seriedade e tranqüilidade anunciar ao Brasil que temos de cortar na veia outra vez.” É pena que, mais uma vez, tenha se confundido com as metáforas. Cortar a (não na) veia é coisa de suicida. Para economizar gastos é preciso “cortar na carne”. Aliás, para deter a verdadeira hemorragia de gastos que só se mantém à custa de uma das mais iníquas cargas tributárias do planeta, não se pede que se corte na carne da administração pública, mas sim nas suas enxúndias político-administrativas.

Corte no Orçamento ameaça barrar a criação de 230 varas da Justiça

Por Ribamar Oliveira
no Estado de São Paulo

Além de reduzir os recursos destinados à construção e reforma de prédios pelo Poder Judiciário, a tesoura do relator da proposta orçamentária para 2008, José Pimentel (PT-CE), deverá atingir a criação de varas federais. O projeto de Orçamento encaminhado ao Congresso prevê a instalação de 230 varas da Justiça Federal, um acréscimo de 30,1% em relação às atualmente existentes.O relator já fez chegar ao governo sua intenção de adiar a criação dessas varas ou de fazê-la de forma escalonada, como parte do ajuste que se tornou necessário com a perda dos R$ 40 bilhões da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Nesta fase do processo orçamentário, apenas o relator pode fazer cortes.A criação das varas faz parte de um programa de interiorização da Justiça, cujo objetivo é evitar os longos deslocamentos do cidadão que busca seus direitos. Atualmente existem 743 varas federais.Para o funcionamento das 230 novas varas, a Justiça terá de abrir concursos para a contratação de 460 juízes (2 para cada vara), 2.070 analistas judiciários e 2.530 técnicos judiciários, um total de 5.060 novos servidores.
CUSTOS
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não quis informar ontem o valor que será gasto com a implantação das varas. Além dos gastos com pessoal, a medida implica construção ou aluguel de prédios onde elas funcionarão e demais despesas de custeio, como luz, água e telefone.A contratação dos juízes e dos demais servidores das novas varas é apenas uma parte do previsto pelo Judiciário para este ano. O projeto de lei encaminhado ao Congresso prevê a realização de concursos para o preenchimento de 12.604 vagas no Poder.Segundo as informações complementares à proposta orçamentária, encaminhadas pelo governo ao Congresso, o custo das novas contratações pelo Judiciário foi estimado em R$ 647,2 milhões, dos quais R$ 209,4 milhões apenas na Justiça Federal. O Ministério Público da União prevê realizar concursos para a contratação de 2.295 servidores, com custo de R$ 111,3 milhões.O maior número de novas contratações seria do Executivo - se o projeto de Orçamento fosse aprovado como está: 40.032, por meio de concurso. Caberia ao Legislativo contratar 1.417.Ao todo, o Judiciário, o Legislativo e o Executivo programavam contratar 56.348 servidores. Desse total, 28.979 se destinariam ao preenchimento de novos cargos. Os demais seriam para a ocupação de postos já existentes que ficarão vagos por aposentadoria e pela substituição de pessoal terceirizado, entre outros motivos. O governo já anunciou sua intenção de suspender novos concursos até que seja obtido o equilíbrio do Orçamento.A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, deverá marcar uma reunião com os presidentes dos tribunais superiores para discutir os cortes no orçamento do Judiciário, segundo fontes da área.

Polícia investiga saques de empresas e da família Sarney

Na Folha de São Paulo

A Polícia Federal investiga saques em dinheiro vivo de R$ 3,5 milhões ligados a empresas e a uma pessoa da família Sarney no período eleitoral de 2006. O Ministério Público Federal também apura o caso.Foram sacados R$ 2 milhões por Fernando, filho do senador José Sarney (PMDB-AP), nos dias 25 e 26 de outubro (R$ 1 milhão em cada dia). Entre o final de setembro e outubro daquele ano, foram sacados mais de R$ 1 milhão da conta do Sistema Mirante de Comunicação, afiliada da Globo e principal empresa da família Sarney, da qual Fernando é um dos dirigentes. O segundo turno da eleição foi no dia 29 de outubro.Investigadores ouvidos pela Folha dizem suspeitar de financiamento ilegal de campanha. O inquérito aberto pela PF está sendo conduzido pela sede do órgão em Brasília. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) gerou um relatório sobre as transações.Fernando Sarney nega qualquer irregularidade ou que as transações tenham conexão com campanha política e diz que tantos os saques feitos por ele quanto os do Sistema Mirante foram devidamente registrados e lançados no seu Imposto de Renda ou na contabilidade da empresa. Ele não foi candidato a nada em 2006.A PF investiga três grupos de transações. Em 24 de outubro, o empresário Eduardo Carvalho Lago fez transferência de R$ 2 milhões para a Gráfica Escolar, da qual Fernando é sócio. No mesmo dia, a gráfica fez um depósito no mesmo valor para Eduardo. No dia seguinte E- duardo fez nova transferência de R$ 2 milhões, desta vez para a conta pessoal de Fernando, que sacou todo o dinheiro naquele dia e no dia seguinte.Paralelamente a essas operações, entre o final de setembro e o final de outubro foram feitos saques superiores a R$ 1 milhão, em dinheiro vivo, da conta da TV Mirante por Tereza Cristina Ferreira Lopes e Carlos Henrique. Segundo Fernando Sarney, ambos são funcionários do Sistema Mirante.O último saque da conta da empresa coincidiu com uma retirada de R$ 100 mil da conta da São Luiz Factoring e Fomento Mercantil, que pertence a Tereza Murad, mulher de Fernando Sarney. O saque também foi feito por Tereza Cristina Ferreira Lopes.Os investigadores apuraram que o empresário que emprestou os R$ 2 milhões a Fernando Sarney, Eduardo Carvalho Lago, responde a processos por não-recolhimento de contribuição previdenciária ao INSS, negociação de títulos sem lastro, formação de quadrilha e estelionato. A PF confirma que há inquérito, mas que não pode dar esclarecimentos porque ele corre em segredo de Justiça. A explicação foi repetida pelo Ministério Público Federal no Maranhão e pelo Coaf.Não é a primeira vez que a família Sarney é envolvida em movimentação de dinheiro vivo. Em 2002, a PF encontrou R$ 1,34 milhão na Lunus, empresa de Roseana, irmã de Fernando e então pré-candidata à Presidência, e Jorge Murad, irmão de Tereza, mulher de Fernando. O dinheiro foi devolvido à família porque a PF não provou nenhuma ilegalidade no caso.

Cotado para ministério é investigado no STF

Por Leonardo Souza
na Folha de São Paulo

O senador Edison Lobão (PMDB-MA), cotado para assumir o Ministério de Minas e Energia, é alvo de investigação da Procuradoria Geral da República por suspeita de ter ordenado desmatamento em área de preservação ambiental em Brasília. O caso foi encaminhado à Polícia Federal, e a tramitação ocorre no Supremo Tribunal Federal. Ele nega ter ordenado o desmatamento de sua propriedade. "Se há uma pessoa incomodada com isso sou eu, pois sujeitos estranhos estão entrando ali todo o dia, andando para lá e para cá de automóvel. E eu que sou processado", disse. Segundo parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, foram desmatados 700 metros quadrados de área que integra um terreno do senador e que está inserida na Área de Preservação Permanente do Lago Paranoá. "Justifica-se a permanência dos autos nesse STF, já que, em princípio, o delito ambiental investigado teria ocorrido em área que parece pertencer ao parlamentar", escreveu. De acordo com depoimentos colhidos pela Polícia Civil, a limpeza do terreno, no Lago Norte, região nobre de Brasília, foi ordenada por José Bina, servidor do gabinete do senador. Bina afirmou à polícia que estava presente quando o serviço foi executado, limitando-se ao interior do terreno. Acrescentou que a limpeza havia sido determinada pela administração do Lago Norte, subordinada ao governo do Distrito Federal. "De fato, a Administração Regional do Lago Norte orienta os proprietários de lotes não edificados a conservá-los limpos, sob pena de multa. Isso não significa que os responsáveis pelos lotes estejam livres para desrespeitar as normas de proteção ao meio ambiente", disse Antonio Fernando. Ele afirmou que é preciso averiguar se Lobão soube do crime. Bina disse à Folha que mandou limpar o terreno porque pessoas desconhecidas teriam jogado entulho na área verde da propriedade. "O pessoal toca fogo na área verde lá, faz o diabo e ninguém faz nada. Só porque um pedaço, que estava com entulho... Aí vêm [as autoridades] com essa palhaçada." Bina disse que foi dele a iniciativa de limpar o terreno, pois é sua atribuição cuidar da propriedade, mesmo sendo funcionário do gabinete. "Comprei há 30 anos o terreno. Pescadores de fim de semana entraram e iam pescar no lago e aquilo foi fazendo um caminho de automóveis. Mandei cercar o terreno. Como não vai ninguém lá nunca, derrubaram a cerca e continuaram a entrar. Daí, alguém denunciou e disse que estava havendo um atentado ao meio ambiente", disse o senador. "Estão invadindo o meu terreno. Eu é que sou o ofendido. É uma completa bobagem. Estou inclusive esperando terminar essa coisa para ver o que tenho de fazer."

Na 1ª viagem do ano, Lula vai a Cuba e Guatemala

Por Letícia Sander
na Folha de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurará a temporada de viagens ao exterior em 2008 na próxima semana, com visitas à Guatemala e a Cuba. Ele estará na Guatemala na segunda-feira, para a posse do presidente Álvaro Colom. De lá, seguirá para Havana, onde cumpre agenda na terça-feira.Lula tinha planejado ir a Havana em novembro passado, mas a viagem acabou cancelada na última hora porque alguns acordos previstos não estavam prontos para serem firmados.Agora, Lula aproveita a posse na Guatemala para esticar a viagem e reencontrar Fidel Castro, afastado do poder há mais de 15 meses por motivos médicos. Desde que assumiu a Presidência, Lula foi uma vez a Cuba, em setembro de 2003.Fidel foi internado em julho de 2006 e, desde então, seu estado de saúde é mantido sob sigilo. Ele entregou o comando ao irmão Raúl e fez raríssimas aparições públicas. Em novembro, Lula afirmou que recebeu de Cuba uma extensa pauta de interesse de cooperação entre os dois países, e que por isso, necessitava de mais tempo para preparar a visita.Até então, a viagem estava ancorada em dois objetivos principais: um acordo para aumentar o volume de crédito para que Cuba possa comprar alimentos do Brasil e uma aproximação da Petrobras, para que a estatal possa fazer prospecção de petróleo no golfo cubano.Os cubanos também querem cooperação brasileira na área de vacinas e aleitamento materno, além de voltar a discutir a validação de diplomas aos alunos de medicina no país caribenho. O Brasil também poderá anunciar investimentos em estradas cubanas.No ano passado, dois boxeadores cubanos foram deportados pelo governo brasileiro, numa operação que despertou interesse da imprensa mundial. Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara vieram ao Brasil participar dos jogos Pan-Americanos. Em menos de 48 horas, os atletas foram detidos pela Polícia Federal na Região dos Lagos, no Rio, interrogados duas vezes e embarcados rumo a Cuba em um jato executivo de prefixo venezuelano.

Garibaldi impede convocação de comissão para analisar projeto que barra IOF maior

Na Folha de São Paulo

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), barrou ontem a possibilidade de ser convocada a Comissão Representativa do Congresso, que iria analisar dois projetos de decreto legislativo apresentados na Casa, entre eles o que tentava barrar a elevação das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).O aumento do imposto é uma das medidas apresentadas pelo governo na semana passada para compensar o fim da CPMF.O segundo projeto, do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), pedia o fim de uma medida da Receita que exige dos bancos o repasse de informações ao Fisco em movimentações semestrais que superam R$ 5.000, para pessoas físicas, e R$ 10 mil, para pessoas jurídicas.Garibaldi, que também preside a Comissão Representativa do Congresso, disse que é mais "democrático" esperar a volta dos trabalhos para que a discussão seja ampliada. Quanto ao projeto de Jardim, ele justificou que a medida da Receita só começa a vigorar em junho, "inexistindo [sic] a urgência que justifique a convocação".Se a comissão fosse convocada, o governo não teria problemas em barrar os decretos, pois tem a maioria na comissão -formada por 17 deputados (11 governistas) e oito senadores (cinco aliados ao governo).O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do decreto que tenta barrar o aumento do IOF, afirmou achar "estranha" a não convocação. O tucano protocolou na Secretaria Geral do Senado dois projetos, com o mesmo teor, para que o segundo comece a tramitar ao final do recesso parlamentar. Jardim prometeu apresentar hoje requerimento para que a comissão ouça o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre as medidas anunciadas pelo governo e a instrução da Receita.

Fim da CPMF faz governo barrar reajuste a militares

Por Leila Suwwan e Letícia Sander
na Folha de São Paulo

O corte orçamentário de R$ 20 bilhões para compensar parcialmente a perda de arrecadação da CPMF levou o governo federal a suspender as negociações sobre o reajuste salarial dos militares, conforme havia prometido o ministro Nelson Jobim (Defesa) para 2008. Em nota, a Defesa culpou a extinção da contribuição no Congresso pela suspensão da negociação do reajuste e "eventuais ajustes" nos investimentos e custeios do ministério.As definições, segundo o ministro, só irão ocorrer a partir da segunda quinzena deste mês. "As conversas estavam avançadas em dezembro, mas foram suspensas em função das mudanças no Orçamento de 2008, geradas pela extinção da cobrança da CPMF, que frustrou receita de R$ 40 bilhões", diz a nota divulgada pela Defesa ontem, depois de uma reunião de menos de meia hora entre Jobim e o ministro Paulo Bernardo (Planejamento)."Ainda não é possível avançar os estudos sobre os salários ou sobre eventuais ajustes nos investimentos e custeio da Defesa enquanto não forem concluídas as definições em relação ao Orçamento como um todo", conclui o texto.Além do risco de enterrar de vez o reajuste, a Defesa pode ser uma das pastas mais afetadas pelos cortes. Na Esplanada, é a terceira colocada em despesas para custeio de viagens (diárias, passagens e locomoção). E também teria R$ 10 bilhões no Orçamento de 2008, R$ 3,5 bilhões a mais que 2007.Ao contrário do habitual, Jobim evitou a imprensa ontem depois da reunião no Planejamento. O ministro, filiado ao PMDB, tomou posse em julho de 2007, cacifado por carta branca presidencial e promessa de orçamento robusto, o que agradou militares normalmente reticentes com um civil.Apesar da indefinição, Jobim afirmou que as negociações salariais estão "asseguradas". Setores militares vêem essa promessa com ceticismo.No final do ano passado, a Defesa trabalhava com um estudo técnico para conceder um reajuste total de cerca de 27%. O ministro havia defendido, em audiência na Câmara no dia 31 de outubro, o reajuste como "uma questão de emergência que tem de ser solucionada".O reaparelhamento das Forças depende da definição orçamentária, e as compras deveriam começar em setembro, a partir da conclusão do estudo estratégico de defesa nacional.
Reunião ministerial
Criticado pelas medidas para compensar a perda da CPMF e enfrentando um momento de desgaste na relação com os aliados no Congresso, Luiz Inácio Lula da Silva marcou para 21 de janeiro a primeira reunião ministerial do ano. Até lá, espera já ter encaminhado soluções para boa parte das pendências com os partidos, principalmente a nomeação de cargos.O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, não quis confirmar que apenas 3% dos cargos reivindicados por partidos aliados foram atendidos, mas admitiu que até agora "muito pouco" foi acertado.A cúpula do governo começou ontem a mapear os cargos nos ministérios pretendidos por aliados. Em 2007, Lula prometera negociar as nomeações ainda em janeiro para evitar novas derrotas no Congresso.

Hillary ganhou

Hillary Clinton conseguiu dar a volta por cima e venceu as prévias de New Hampshire. Quem diria... As pesquisas indicavam que Barack Obama venceria facilmente. John Edwards acabou em terceiro lugar.

Projeções apontam vitória de Hillary

Preparem os lenços! Projeções feitas pela NBC e Associated Press indicam vitória de Hillary Clinton em New Hampshire. Ela tem 39% dos votos e Barack Obama aparece com 36%. Tudo por causa das lágrimas na cafeteria. Depois de New Hampshire, preparem os lenços porque veremos muitos candidatos chorando por aí.

As lágrimas de Hillary

Alguns democratas justificam este “retorno” de Hillary Clinton às disputas eleitorais pela emoção que ela expressou anteontem numa cafeteria em Portsmouth, New Hampshire, quando uma eleitora lhe perguntou como ela conseguia “sair da cama e batalhar todos os dias”. Hillary, com os olhos marejados e a voz embargada, disse que não era fácil e completou: “Eu não poderia fazê-lo se eu não acreditasse apaixonadamente que é a coisa certa a ser feita. É muito pessoal para mim”. Alguns apoiadores de Hillary acreditam que, neste momento, os eleitores viram o lado humano da candidata. Será que, se confirmar a vitória de Hillary, todos os candidatos vão chorar em público? Quando Obama ganhou em Iowa por causa do seu discurso de mudança todos os outros candidatos também falaram de mudança. Se Hillary vencer em New Hampshire, preparem os lenços.

Pau-a-pau

Os Democratas assistem a luta entre Hillary Clinton e Barack Obama. Ela tem 39% dos votos e ele 36%. John Edwards aparece em terceiro com 17%. Ainda não dá para saber quem vai sair vitorioso de New Hampshire. Mas a ressurreição de Hillary vai dar o que falar. Deve dar um novo ânimo para sua campanha. Agora resta saber se a “Obamania” continuará forte como se dizia até ontem.

McCain ganhou

John McCain ganhou as prévias republicanas de New Hampshire. Há alguns meses atrás sua campanha presidencial era considerada morta. McCain comemorou seu “retorno” junto com simpatizantes.

A recuperação das telas e a segurança

Bem, como ainda estão contando os votos lá em New Hampshire vamos voltar a falar sobre o Brasil. A Polícia Civil de São Paulo conseguiu recuperar as duas telas roubadas do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Uma tela é de Cândido Portinari chamada “O Lavrador de Café” e outra de Pablo Picasso chamada “O retrato de Suzanne Bloch”. A Polícia Civil paulista está de parabéns. Além de recuperar as telas intactas, prenderam os ladrões. É preciso que os administradores do museu tomem o máximo de cuidado com as telas recuperadas e melhorem a segurança para que estas e outras obras abrigadas ali não sejam alvos de ladrões. E, é claro, é preciso sempre fiscalizar, ficar de olho naqueles que tomam conta do museu.

Lula me persegue

Cá estou eu tentando acompanhar as prévias presidenciais americanas de New Hampshire quando leio a notícia de que o governo admite que neste ano poderemos ter um racionamento de energia semelhante ao que aconteceu em 2001. Eu tento me afastar de Lula, mas Lula me persegue. Eu tento entender e dar os meus pitacos sobre as eleições americanas e Lula aparece na tela do computador. Racionamento de energia na era lulista? Ué, não eram eles que iam consertar os erros que os tucanos cometeram em 2001? A cada dia que passa nós vemos a incompetência do lulismo.
Bem, o dia só está começando e ainda temos muitos posts para atacar a incapacidade de Lula. Vamos voltar à New Hampshire e a ressurreição de Hillary Clinton.

Resultado parcial

Resultado parcial das prévias de New Hampshire segundo The New York Times mostra Hillary Clinton liderando com 40% dos votos seguido por Barack Obama que alcançou até agora 36%. Do lado Republicano, John McCain tem 37% dos votos enquanto que Mitt Romney tem 30%. Projeções feitas pela CNN mostram que McCain ganhou as prévias de New Hampshire pelo lado Republicano. Já do lado Democrata, mesmo estando na frente, ninguém ainda arrisca dizer que Hillary ganha de Obama. Será que a “Obamania” está perdendo o fôlego?

E quem disse que Hillary estava acabada?

Pois é. Os Estados Unidos estão vivendo a “Obamania”. Pelas notícias que chegam da terra do Tio Sam, as prévias de New Hampshire mostram que Hillary não acabou depois da derrota em Iowa. Vemos a ex-primeira dama disputando pau-a-pau a liderança com Barack Obama. Se era cedo demais afirmar que a candidatura de Hillary Clinton estava por um fio, seria correto dizer que a “Obamania” está perdendo fôlego?

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Primeiros resultados

Segundo projeções da rede americana CNN, do lado republicano o presidenciável John McCain está na frente e ganharia as prévias de New Hampshire. Do lado Democrata, a liderança está sendo disputada, como se diz no bom português, pau-a-pau entre Barack Obama e Hillary Clinton.

Recorde de público

As primárias de New Hampshire já têm pelo menos um resultado concreto: recorde de eleitores. Resta saber se este amontoado de gente vai confirmar a “Obamania” que está se espalhando pelos Estados Unidos. Meu Deus, isso me faz lembrar as eleições presidenciais de 2002. Ops, aqui é o Brasil, lá são os Estados Unidos.

MP que estende o Bolsa-Família é inconstitucional, diz TSE

No Estadão online

BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse nesta terça-feira, 8, que é inconstitucional a medida provisória que estende o programa Bolsa-Família para jovens de 16 e 17 anos, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 28 de dezembro. Segundo ele, a afirmação se baseia na Lei Eleitoral que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2008.

A norma proíbe a administração pública de distribuir bens, valores ou benefícios, exceto em casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no ano anterior. De acordo com Mello, a lei garante equilíbrio nas eleições.

Segundo o presidente do TSE, os programas sociais não podem ter alterações nos valores previstos no Orçamento de 2007. "Se no final do ano anterior houve a edição da MP alterando os programas e alargando, assim, (a faixa dos) beneficiários do programa social Bolsa-Família, evidentemente está escancarada a violência à norma legal."

Na última segunda, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse que a extensão do programa foi totalmente legal. "Considerando a lei, aquilo que ela diz, a Medida Provisória foi enviada no tempo estabelecido pela lei e, portanto, ao meu ver, falo como advogado, como professor de direito, rigorosamente legal. Qualquer outra interpretação é colocar a lei no campo das interpretações pessoais, subjetivas".

Para o presidente do TSE, a modificação no programa tem que ser "guardada" para 2009. "As regras foram feitas para reger a vida em sociedade. No Brasil não precisamos de mais leis e sim de homens públicos que observem a legislação existente".

Pô, ninguém vai chamar o bispo de direitista?

Para os lulistas bolivarianos todo mundo que critica Lula é direitista. Para eles a elite quer derrubar Lula, por isso eles o defendem com unhas e dentes. O bispo Dom Luiz Cappio criticou Lula hoje por conta das obras de transposição do Rio São Francisco continuarem depois das festas de final de ano. O bispo disse que Lula se recusa a ouvir a sociedade e que o governo traiu quem o apoiou. Pobre, bispo. Será que só agora ele percebeu que Lula é traíra? E com estas críticas os lulistas bolivarianos vão chamar o bispo de direitista ou um marionete utilizado pela elite para derrubar Lula? Vamos esperar por Paulo Henrique Amorim e ver que intensidade as críticas do bispo alcança no “Índice Vamos Derrubar o Lula”.

Meu Deus! Lá vem aquele troço de Big Brother

Meu Deus! Lá vem aquele troço de Big Brother Brasil. Não sei qual edição o programa está. Como diz a galera do Pânico na TV o programa vai expelir pelo globo terrestre mais uma leva de candidatos a celebridades. Meu Deus! Lá vem aquele troço do Big Brother Brasil.
O único reality show que eu assisti foi o Casa dos Artistas. Claro que estou falando da primeira edição. Sílvio Santos plagiou a Globo sim. Até então o Big Brother estava na geladeira global. O sucesso do Casa dos Artistas foi tanto que até desbancou a liderança do Fantástico nas noites de domingo. Saudades das risadas do Silvio Santos curtindo com a cara dos artistas. Saudades do Silvio Santos interrompendo tudo de uma hora para outra para chamar os comerciais porque a Globo também tinha chamado os comerciais. Depois do sucesso do programa Casa dos Artistas a Globo tirou logo o Big Brother da geladeira e o programa está aí, nesta mesmice, nesta chatice, expelindo pelo globo terrestre mais pseudo-celebridades, mais pseudo-apresentadores de TV, mais pseudo-atrizes e atores. Meu Deus! Lá vem aquele troço de Big Brother Brasil.

O único bom de corte é o churrasqueiro do Lula

Lula disse ontem que o país “terá que cortar na veia outra vez”. Não é a primeira vez que Lula fala em corte. Na época do mensalão ele disse que o governo teria que cortar na própria carne para tirar os mensaleiros de perto de si. Que nada! Alguns mensaleiros estão livres, outros voltaram para o Congresso e tem gente do mensalão que ainda se reúne com o chefe da quadrilha. Lula não vai cortar nada. Ele vai aumentar os impostos, vai meter a mão no bolso do brasileiro. O único bom de corte no governo é Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro oficial de Lula e que esteve envolvido com o dossiê anti-tucano.

O que estão fazendo com Caldas Novas

Caldas Novas é a principal cidade turística de Goiás. Todos os anos milhares de turistas banham nas águas quentes da cidade. Em 2004 teve eleições municipais, certo? Certo! A vencedora em Caldas Novas foi Magda Molfato. Porém, seu mandato e da sua vice foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades na campanha eleitoral. Desde então, Caldas Novas não tem um comandante fixo. Alguém que solucione os problemas da cidade turística e desenvolva obras que atraiam mais turistas. Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral divulgou a programação das novas eleições para um mandato tampão até outubro. De 2004 até 2008 descuidaram de Caldas Novas, o principal ponto turístico de Goiás. Imagine o que ocorre nos outros municípios.

Até agora a reforma não anda

A reforma administrativa do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, ainda está no papel. No papel? A reforma ainda está sendo discutida. Ninguém sabe o que Cidinho vai fazer para conter o déficit mensal de R$ 100 milhões. Ninguém sabe quais servidores comissionados serão exonerados e se tem gente pronta para assumir o posto. É a falência do Tempo Novo que virou tempo comum. O tartaruga lá do Palácio das Esmeraldas continua lento, tão lento como a sua reforma administrativa.

E Dirceu critica a imprensa

José Dirceu criticou a imprensa. Que novidade! Desde que o PT chegou ao poder ele sempre alfineta a imprensa quando é publicada alguma vagabundagem petista. Quando o Zé era da oposição ele aplaudia as denúncias que a imprensa publicava sobre os políticos governistas.
O ex-guerrilheiro, ex-presidente do PT, ex-ministro da Casa Civil, ex-deputado federal e atual consultor de empresas achou que a imprensa só quis polemizar. Ora, quem disse os podres do petismo gaúcho foi ele. Quem disse que o PT construiu sua sede em Porto Alegre com caixa 2 foi ele. Repare que Dirceu não nega o que disse. Ele critica a forma como a imprensa focou a reportagem da revista Piauí. Dirceu quer pautar a imprensa mais uma vez e mais uma vez não consegue. Ele queria que fosse focado o seu sucesso como consultor de empresas. Dane-se o que Dirceu faz com as empresas privadas. Eu quero saber do dinheiro de caixa 2 que o PT usou para construir a sua sede em Porto Alegre. Dirceu só pauta mesmo os jornalistas que estão lá no site do IG, a Imprensa Governista. Estes sim conseguem enxergar o lado “consultor de empresas” do chefe da quadrilha do mensalão.

Lula e os bancos

Os lulistas acusaram a oposição ontem de defender os bancos. Pois é. Não se pode acreditar no que os petistas falam. Não se pode acreditar no que os neolulistas falam. Não se pode acreditar no que os jornalistas puxa-saco do lulismo escrevem. Como é que é? Os lulistas falam que a oposição está defendendo os bancos. Vamos ver o que Lula dizia sobre o lucro recorde dos bancos numa reportagem publicada na Folha de São Paulo do dia 09 de agosto de 2007 assinada por Letícia Sander:

Ao comentar ontem na Nicarágua os lucros recordes obtidos pelos bancos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao dizer que "mais impressionante é o dia que os bancos derem prejuízo e que o governo tiver de criar um Proer para ajudá-los". "Aí, o prejuízo é total."

FHC socorreu bancos privados em 1995 via Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro). De 1995 e 2001, o governo gastou R$ 20 bilhões para ajudar bancos que acumularam prejuízos.

Lula indicou que a lucratividade dos bancos decorre do crescimento do crédito no país. "Vocês vão perceber que o crédito cresceu, mais que quadruplicou, desde o consignado ao crédito para as empresas."

O Itaú, segundo maior banco privado brasileiro, anunciou na terça o maior lucro semestral já registrado por bancos brasileiros -R$ 4,016 bilhões. Um dia antes, o Bradesco havia anunciado um ganho de R$ 4,007 bilhões no mesmo período.

No caso do Itaú, a carteira de crédito atingiu R$ 104,82 bilhões no final do primeiro semestre --alta de 40,2%.

Lula ainda disse que este é o momento ideal para que todo mundo possa ganhar um pouco mais no Brasil. "Eu sonho com o dia em que todos possam ganhar no Brasil. Todos, empresários, trabalhadores, bancos, a imprensa possa ganhar um pouco mais. Este é o momento ideal. O que eu não quero é que ninguém tenha prejuízo, porque, na hora que um tem prejuízo, tenta jogar nas costas do povo pobre. Eu não quero que o povo mais pobre perca", disse.

Recentemente, em reposta às vaias que recebeu em eventos públicos, Lula reclamou que os que vaiam são os que mais deveriam estar aplaudindo, por que foram os que mais ganharam dinheiro no país.

Lula esteve ontem na Nicarágua, terceiro destino de um giro pela região. Hoje, ainda visita a Jamaica e sexta, o Panamá.

Em Brasília, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) disse que os bilhões dos bancos também são resultado do maior crescimento econômico do Brasil. Ao rejeitar críticas, o ministro prefere ver a situação com ponto de vista diferente e lembra que esses resultados representam maior arrecadação de tributos.

"Não [incomoda] porque eles ganham muito, mas também pagam muito IR", disse.

Anteontem, em São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) também disse que o lucros dos bancos vai contribuir para aumentar a arrecadação. "Alguns argumentam que o governo está arrecadando mais, e é verdade. O aumento veio do maior número de contribuintes do INSS, devido ao aumento de emprego, ou da formalização, e do aumento do lucro das empresas, como o Bradesco, do meu caro Márcio Cypriano, e o Itaú, do Roberto Setubal. Eles tiveram o maior lucro da história neste primeiro semestre."

Jucá e os bancos

Romero Jucá é líder do governo no Senado. Hoje ele é lulista. Há um tempo atrás era da base do governo Fernando Henrique Cardoso. Esta, como posso dizer, mobilidade política já dá uma base da atuação do determinado político.
O senador reconheceu que o governo não cumpriu o acordo feito com a oposição. Mas uma frase dele dita ontem e publicada na imprensa hoje me chamou atenção: O DEM é oposição e está aí para atrapalhar mesmo. Acho estranho agora aparecer gente defendendo os bancos. Desde a época da discussão sobre a CPMF que os petistas acusavam a oposição de querer favorecer os bancos. Jucá, para mostrar que é governista fiel, segue o mesmo discurso. Algo me dizia que Romero Jucá e os bancos tinham algo em comum. E não é que minha intuição estava certa? Achei uma reportagem do site G1 que mostra que o senador estava sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal por denúncias feitas na época em que Jucá era ministro da Previdência de Lula e por irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco da Amazônia para a empresa Frangonorte, em 1995, quando Jucá era sócio da empresa. Abaixo copio e colo a reportagem do site G1 do dia 17 de julho de 2007 e assinada por Maria Angélica Oliveira:

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é investigado nos inquéritos 2221 e 2116, que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), ambos sob segredo de Justiça.

O primeiro processo corre em segredo de Justiça e apura denúncias feitas quando Jucá era ministro da Previdência Social, em 2005.

Ele é investigado por suspeita de irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco da Amazônia (Basa) para a empresa Frangonorte entre 1995 e 1996. À época, Jucá era sócio da empresa.

As suspeitas se referem a alterações contratuais na empresa e a empréstimos no total de R$ 1,5 milhão feitos pelo Basa mesmo com a Frangonorte estando registrada no Cadastro de Inadimplentes (Cadin).

Já o outro inquérito investiga o senador por suspeita de desvio de verbas federais para obras no município de Cantá (RR).

Segundo informações do site do STF, Jucá seria citado em gravações telefônicas entre o prefeito da cidade à época e um empreiteiro como sendo beneficiário de uma parte da propina que a empresa teria que pagar ao município para conseguir o contrato da obra.

O caso foi denunciado pela Central dos Assentados de Roraima, que entregou a fita com a conversa.

Outro lado

O advogado Leandro Benfica Rodrigues, que defende o senador, afirma que Jucá não é citado nominalmente no diálogo gravado entre o prefeito do município de Cantá e um empreiteiro. "Eles se referem a apenas um senador", disse ao G1.

Rodrigues atribui as denúncias à disputa política em Roraima, mas não soube informar se, à época, o senador havia destinado verbas para o munícipio por meio de emendas parlamentares. Disse que a pergunta não era "pertinente em relação ao fato".

"O senador agora, como líder do governo, e antes, do Senado, capitaneia sim algumas emendas, não só para municípios de Roraima, mas para diversos outros, inclusive a pedido do governo. Uma das funções dele é essa, sem qualquer envolvimento pessoal".

A respeito do caso envolvendo a Frangonorte, o advogado afirma que o senador foi sócio cotista da empresa, mas não figurava como gerente da empresa na época em que o empréstimo foi tomado.

Segundo Rodrigues, ao contrário de ser beneficiário, Jucá foi avalista do empréstimo, colocando bens em garantia para o banco.

Questionado então sobre o porquê de o senador ter sido avalista, o advogado respondeu que "não é justo que se pergunte a alguém os motivos pelos quais ele exerce um direito. É direito dele. E ele não recebeu dinheiro do banco. Ao contrário, ele garante uma dívida para o banco".


Jucá acha estranho aparecer gente defendendo os bancos. Eu também. Acho estranho num governo petista, que se dizia inimigo mortal dos banqueiros, deixar que o lucro dos bancos batesse recorde atrás de recorde. Numa entrevista à Caros Amigos em 2000, o então falastrão de honra do PT dizia que os banqueiros deveriam temer o PT. Que nada! O PT é amigo, é companheiro dos banqueiros. Tão companheiro como o senador Romero Jucá.