sábado, 13 de outubro de 2007

Corrupção é perdoável para o bispo do descarrego


da Folha online de hoje


Dois dias antes da publicação de sua biografia e na véspera da exibição de um documentário sobre o sua trajetória, o bispo Edir Macedo, líder da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) falou ao colunista Daniel Castro da Folha de São Paulo. Dono de uma atitude silenciosa em relação à imprensa desde que a Globo exibiu a série "Decadência" --que retratava um pastor corrupto--, Macedo falou por e-mail.
Na entrevista, o bispo explica porque defende o aborto, bandeira que levantou durante a visita do papa ao Brasil, em maio. Diz que aceitaria um filho homossexual e que é a favor do uso de embriões pela medicina. Fala pouco de suas atividades políticas e muito da crença de que um dia sua Record vencerá a Globo.
"Jesus ensina que o único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Para os demais, há perdão, se houver arrependimento", disse o bispo.

Ainda bem que eu tomo Abloc

Segundo tempo começou com um São Paulo indo pra cima do Fluminense. A conversa que Muricy Ramalho teve com os jogadores valeu a pena. Pressão, roubada de bola, fazendo Fernando Henrique trabalhar. O que o São Paulo não fez no primeiro tempo compensou nos primeiros minutos da etapa final.
Valeu a pena a pressão. Valeu a pena a mudança de postura. Breno cabeceia a bola. Fernando Henrique faz uma bela defesa. Mas, a bola sobra para André Dias colocar nas redes. Fazia tempo que eu não gritava um gol do São Paulo. Era o empate. Como disse no post anterior é melhor um ponto a mais na tabela a amargar mais uma derrota, a quarta seguida. Não, o São Paulo não deixaria isso acontecer.
Mesmo levando o gol de empate o Fluminense foi pra cima do São Paulo. O líder já não provoca mais medo nos adversários. Todo mundo fala que o São Paulo já é campeão, mas ninguém se intimida em jogar contra ele. O Fluminense era só pressão. O jogo voltava a ter a cara do primeiro tempo: um São Paulo apático (como se usasse tudo o que sabia de futebol para marcar aquele gol no comecinho do segundo tempo) e um Fluminense pressionando, tentando ser mais um carioca a vencer o São Paulo no Maracanã.
Eis que surge a figura do juiz. Dizem por aí que juiz bom é aquele que nem aparece na partida. Pois o juiz apareceu e marcou um pênalti contra o São Paulo. O segundo da partida. Será que Hernanes derrubou Gabriel ou o filho de Wladimir se jogou na área sãopaulina? Como na arbitragem tudo é interpretação, o juiz interpretou e marcou o pênalti.
E agora, José? No primeiro tempo Thiago Neves cobrou o pênalti no meio do gol e Fabiano caiu para a direita. Já comecei a sentir o gosto de mais uma derrota. A quarta derrota seguida. Gabriel, que sofreu o pênalti, iria fazer a cobrança. Fabiano olhou para os céus. O juiz apita. Jorge Vagner fala algumas coisas para Gabriel. O filho de Wladimir corre para a bola e chuta...
Eis que a figura do juiz volta para o seu devido lugar. As gargantas do estádio do maior estádio do mundo não seriam gastas para questionar se Hernanes derrubou ou não Gabriel na área. Muito menos para narrar mais um gol do Fluminense. Os gritos dos narradores repetiam: Fabiano!!! O goleiro de 19 anos que substituiu Rogério Ceni e que fazia sua estréia no maior estádio do mundo defende o pênalti cobrado pelo filho de Wladimir. Fabiano!!! Fabiano!!! Fabiano!!! Naquele momento o São Paulo mantinha os 11 pontos de diferença para o Cruzeiro. O juiz corria para acompanhar a bola que seguia num contra-ataque do São Paulo. Já Gabriel... Bem, Gabriel é filho de Wladimir. Só isso.
Se o Fluminense não se intimidou com o gol sofrido, continuou pressionando o São Paulo mesmo depois de perder um pênalti que poderia decidir a partida. Sabe aquela sorte que eu disse no post passado que estava lá no Mineirão segurando o Cruzeiro? Pois é, ela chegou ao Maracanã e voltou a cumprir sua missão. As bolas do Fluminense não entraram no gol de Fabiano.
O São Paulo não jogou bonito. O São Paulo não joga o futebol bailarino, o sonho de todos os cronistas esportivos. Tudo que o São Paulo sabia e podia fazer foi feito no começo do segundo tempo. O empate que deu tranqüilidade para Muricy e o time todo que terá uma semana pela frente para se preparar para o jogo contra o Cruzeiro no próximo final de semana.
Como disse Juca Kfouri no seu blog ao analisar o jogo: “Fabiano começa a escrever sua história no São Paulo”. Que esta defesa sensacional não o faça subir nas tamancas. Ele tem que corrigir vários erros como na hora de sair do gol quando a bola é lançada na área. Mas, que ele começou com o pé direito isso é verdade. Não somente com o pé direito, mas para o lado direito. Nos dois pênaltis Fabiano caiu para o lado direito.
É melhor Bosco deixar de lado os gramados e tentar a vida como ator. Fabiano está aí, pronto para suceder Rogério Ceni.
Assisti ao jogo com o meu pai. Reclamávamos dos passes errados. Xingávamos os jogadores que não faziam a bola rolar no campo ainda em recuperação do Maracanã. O São Paulo perdeu a invencibilidade de 16 jogos no Maracanã. E foi no mesmo Maracanã que o time quebrou a crise que insistia em bater na porta.
Apesar da pouca idade sou cardíaco. Herdei isso da minha família. Todos os dias tomo o remédio Abloc para controlar a minha pressão. Sofri até o apito final do juiz para comemorar o empate. O São Paulo combatia a pressão do Fluminense fazendo faltas (Aloísio foi expulso, meu Deus!!!) e chutando a bola para frente. Já eu tomo meu Abloc todos os dias. Para ver o São Paulo jogar, haja coração.

Quarta derrota seguida?

Intervalo de jogo entre São Paulo e Fluminense. O Maracanã não está tão lotado como no dia em que o São Paulo enfrentou o Flamengo. Desfigurado do gol ao ataque, o São Paulo deixa o outro tricolor jogar como bem entende. Fabiano, de 19 anos, substitui Rogério Ceni. Dois pesos sobre seus ombros: substituir o melhor goleiro do Brasil e fazer sua estréia no maior estádio do mundo. A zaga não tem Alex Silva que está na Colômbia junto com a seleção brasileira. O meio campo não tem Richarlison e Souza. No ataque falta Dagoberto que nem foi para o Rio de Janeiro por conta de uma contusão. Fabiano fez pênalti em Adriano Magrão. Thiago Neves foi lá e chutou a bola no meio do gol enquanto que Fabiano caia para a direita. Um a zero para o Fluminense.
Desfigurado, o líder do campeonato tenta, pelo menos, um empate para espantar a tal crise que as estatísticas, tão faladas pelos cronistas esportivos, insistem em mostrar. A sorte do São Paulo que desviava as bolas dos adversários e direcionava os chutes de Dagoberto e Aloísio para o fundo do capim do goleiro adversário está segurando o Cruzeiro lá na segunda colocação deixando a diferença para o São Paulo ainda em dois dígitos. O jogo começou. Vamos ver se a sorte deixa o Mineirão, pega a Fernão Dias e entre no Rio de Janeiro rumo ao Maracanã e dê um ponto para as duas equipes. Um ponto é melhor que quatro derrotas seguidas, não é mesmo?

PS: Enquanto escrevo este texto, André Dias marcou um gol para o São Paulo. Nunca imaginei que a sorte saísse do Mineirão rumo ao Maracanã tão depressa.

Eu o vi em "Terra em Transe"

O bom da internet é que a gente não precisa esperar o Plantão da Globo para saber das últimas notícias (Será que isso vai deixar Paulo Henrique Amorim feliz se, por um acaso, ele ler o meu blog?). Numa clicada rápida você fica sabendo de tudo o que está acontecendo aqui e lá fora.
Ontem abri o site Folha online e li a notícia de que o ator Paulo Autran havia morrido. Na hora me veio na memória a sua participação monumental no filme Terra em Transe de Glauber Rocha. Depois me lembrei da sua participação num documentário sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade onde ele recitava brilhantemente os versos do poeta mineiro.
Ao ler a notícia corri pela casa para anunciá-la. Quando contei para o meu pai percebi a sua tristeza. Ele falou que Paulo Autran era um grande ator de teatro. Palavras simples, mas que reconheciam a grandeza do artista que partia.
Não tenho conhecimento sobre teatro e nem quero aqui fazer uma análise da obra de Paulo Autran e muito menos a cusparada que ele deu no rosto de Paulo Francis.
Como sempre concordo com meu pai. Prefiro usar palavras simples, mas que reconheçam a grandeza da pessoa que partiu. Palavras complexas e mais bonitas do que estas você pode ler nos jornais e revistas ou acompanhar na televisão as lembranças das obras encenadas por Autran. Mas, uma coisa eu digo: eu o vi em Terra em Transe e ouvi sua voz declamar os versos de Carlos Drummond de Andrade e, tenho certeza, de que ele foi um grande artista.

O Tempo Velho está ganhando do Tempo Novo

Ontem a pesquisa Serpes – O Popular mostrou o alto índice de reprovação do governo de Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, em Goiânia. Hoje, a mesma pesquisa Serpes – O Popular mostra a aprovação dos goianienses com a administração de Íris Rezende a frente da prefeitura da capital.
O Tempo Velho está ganhando do Tempo Novo. Enquanto Cidinho silencia, não faz as obras prometidas durante a campanha eleitoral e fica apenas observando a briga entre seus aliados, Íris vai asfaltando as ruas de terra, remodelando os parques da cidade. Íris faz obras para usá-las na campanha eleitoral e dizer: “Foi o Iris que fez”. Já Cidinho, até agora, ninguém sabe a que veio. Ninguém sabe o que ele vai fazer nos próximos três anos de governo. Ninguém sabe se ele vai dar conta de resolver o problema da dívida do estado. Aliás, ninguém sabe o que será do Tempo Novo em 2010. O Tempo Velho dá sinais de que não morreu.
Não se assustem se, no ano que vem, um monte de gente que se dizia representar o novo e o moderno pular para o barco do velho e do atraso. Se nada for feito a tempo é bem capaz de assistirmos a reeleição de Íris Rezende para a Prefeitura de Goiânia já no primeiro turno. E se o Tempo Novo não tomar jeito vai levar uma sova do Tempo Velho em 2010. Pois é, até lá veremos as conseqüências destes tempos velhos e novos. O Tempo Novo virando Tempo Velho e o Tempo Velho virando Tempo Novo.

Para aliados, Renan não volta à presidência

Eugênia Lopes e João Domingos
no Estado de São Paulo de hoje

A decisão de Renan Calheiros (PMDB-AL) de se afastar da presidência do Senado por 45 dias não garante sua volta ao posto. A avaliação é que Renan não tem mais condições de presidir o Senado, assim que sua licença terminar, no dia 26 de novembro. “O senador Renan Calheiros perdeu as condições de voltar a presidir o Senado e o futuro de seu mandato depende da consistência das acusações e da capacidade de defesa que ele venha a apresentar até o julgamento das representações, o que deverá ocorrer até 2 de novembro”, afirmou ontem o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em nota divulgada por sua assessoria de imprensa. “O senador Renan só tem condições de voltar a presidir o Senado se for inocentado em todos os processos que responde no Conselho de Ética”, disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES). Ele, como Mercadante, é da base aliada do governo. Até agora, os partidos da coalizão vinham sustentando Renan. Mercadante fez um discurso decisivo a favor da manutenção do mandato do senador de Alagoas, na sessão do dia 12 de setembro, que o julgou por quebra de decoro parlamentar por ter suas despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Agora, no outro lado, Mercadante disse que o afastamento de Renan “não resolve a grave crise” nem altera “o processo de julgamento de quatro denúncias referentes à quebra de decoro parlamentar que estão no Conselho de Ética”. Para Casagrande, o afastamento de Renan não põe fim à crise, mas “o Senado passa a respirar sem a ajuda de aparelhos”. Ele argumentou ainda que as chances agora de Renan salvar seu mandato ficaram menores. “Renan perdeu o timing. Deveria ter se afastado do cargo quando foi absolvido pelo plenário do Senado. Teria tido mais possibilidade de salvar o mandato de senador”, disse Casagrande. Reintegrado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), depois de ter sido afastado por influência do presidente do Senado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) também não vê condições para Renan Calheiros voltar a presidir o Senado daqui a 45 dias. Para o peemedebista, seu colega de partido deveria ter se afastado da presidência há um mês, quando o clima no “Senado não estava tão degradado”. “Não tem condições de o Renan permanecer à frente do Senado. O clima apodreceu”, sentenciou Vasconcelos. “Agora se ele vai ficar com o mandato é outra coisa”, completou o senador, ao lembrar que há um acordo para que os relatórios dos processos contra Renan no Conselho de Ética sejam concluídos até o dia 2 de novembro. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é outro que reconhece as dificuldades de Renan Calheiros voltar ao cargo ao término da licença. “Ao se afastar, ele atendeu ao apelo dos senadores. Mas os fatos são suficientemente graves. Não será fácil a defesa dele. Há indícios muitos fortes de que houve quebra de decoro por parte do presidente do Senado”, disse Suplicy, um dos petistas que votou pela cassação do mandato de Renan Calheiros, no dia 12 de setembro. Em sua opinião, o afastamento de Renan vai permitir ainda que os processos no Conselho de Ética sejam analisados sem a interferência do presidente do Senado. “Ao se licenciar, o presidente Renan poderá dedicar-se a sua defesa e não mais utilizar a presidência do Senado para pressionar os senadores”, afirmou o petista. A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), também comemorou o afastamento de Renan. Para ela, a licença do presidente do Senado vai desanuviar o clima de tensão que tomou conta da Casa, desde o início das denúncias contra Renan. “O quadro no Senado é profundamente desfavorável ao senador Renan. A Casa queria um gesto dele, que ele acabou fazendo. Vamos ver, agora, na semana que vem, como é que vai ficar”, disse Ideli. “Nossa tarefa, neste momento, é colocar normalidade na Casa. A licença dele nos permite tranqüilidade para trabalhar”, observou. Integrante do movimento “fora, Renan”, o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), defendeu a continuidade das investigações das denúncias contra o presidente do Senado.

A força da opinião pública

Editorial do Estado de São Paulo de hoje

Além de quaisquer considerações que se façam sobre o esperado (e como!) afastamento do senador Renan Calheiros da presidência da Câmara Alta - independentemente de ser essa tão tardia decisão o disfarce de uma renúncia já resolvida ou o propósito (que a esta altura seria alucinado, convenhamos) de retomar daqui a 45 dias a condução da Casa -, há dois pontos indiscutíveis que devem ser retidos em toda essa tempestuosa questão, que por quatro meses e meio superlotou, sem ainda ter acabado, o espaço político nacional. O primeiro ponto é o indiscutível efeito da força da opinião pública, a refletir o conjunto de valores e sentimentos éticos que ainda sobrevivem na sociedade brasileira e são capazes de influenciar mesmo os mais empedernidos representantes do povo no Parlamento, que lá estejam para defender seus próprios interesses - políticos ou de outras ordens. Se comparássemos duas cenas transcorridas no mesmo cenário do Senado, mais nítido ficaria esse citado efeito. Veríamos, na primeira cena, o episódio em que Renan Calheiros utilizou despudoradamente a cadeira da presidência da Casa para se defender - sem que nenhum de seus pares o repreendesse pelo abuso -, descrevendo fatos de sua vida pessoal e familiar que um cavalheiro não levaria ao conhecimento público. Depois, encerrou a sessão, a pedido do líder do governo, para que recebesse cumprimentos, ensejando aquela grotesca fila de beija-mão da qual raros senadores da República escaparam. Na segunda cena, ocorrida na última terça-feira, veríamos Renan Calheiros na mesma cadeira de presidente do Senado, desta vez, porém, acuado, completamente isolado, sem uma única voz que o defendesse, enquanto uma dezena de senadores - oposicionistas e governistas - desfilavam discursos com um tema único: o pedido veemente para que Renan se afastasse do cargo. O segundo ponto a reter é o grau de desgaste, de desmoralização, que o affair Renan Calheiros produziu, atingindo o Senado, em particular, e a classe política, em geral. A maior dúvida é quanto há de demorar para se chegar - se é que se vai chegar - a uma recuperação de imagem do Legislativo. Independentemente da gravidade de todas as denúncias que pesam contra Renan Calheiros nos quatro processos - que estão para virar cinco - que tramitam no Conselho de Ética, o fato é que o senador alagoano não deixou que o desgaste recaísse apenas sobre sua pessoa. Ao contrário, comprometeu, e muito, com seu apego ao cargo, a imagem dos 46 colegas que o absolveram, em plenário, no primeiro processo, ou votando contra o relatório do Conselho de Ética que o condenava ou se abstendo. E comprometeu, também, aqueles sobre os quais fez insinuações maldosas - acrescentando a chantagem à falta de decoro. É verdade que grande parte da obstinada resistência demonstrada por Renan Calheiros para permanecer na presidência do Senado decorreu do apoio que obtinha do governo, especialmente tendo em vista a expectativa do Palácio do Planalto de que sua presença facilitaria a aprovação do projeto de prorrogação da CPMF. O governo, pelas mãos do PT, conseguiu aquelas salvadoras seis abstenções que livraram Renan da cassação, no primeiro processo. Mas ali fora celebrado um acordo - de afastamento temporário da presidência do Senado - que Renan, sentindo-se fortalecido pela votação do plenário, não cumpriu. Depois vieram as proverbiais gotas d’água que fizeram o copo transbordar. Uma foi a descoberta do esquema de espionagem contra dois senadores, de que é acusado um assessor do presidente do Senado. A outra foi o afastamento de Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon - duas das mais respeitáveis e prestigiadas figuras do Parlamento e, não por acaso, os peemedebistas que mais insistiam no afastamento de Renan - da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A partir daí a pressão contra Renan Calheiros tornou-se insuportável. Também para o Planalto ele se tornara descartável, por ter se tornado um obstáculo à aprovação da CPMF. O senador alagoano gastou pouco mais de dois minutos para anunciar o que se esperava dele há quatro meses e meio. Curioso é que, depois de ter passado 134 dias usando, de maneira escandalosa, o cargo de presidente do Senado para se defender, se licenciou afirmando que “não precisa do cargo para se defender”. Fez do exercício da presidência do Senado um deboche, até o fim.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Você apareceu do nada

Estou procurando nas edições anteriores dos jornais goianos que disponibilizam seus conteúdos na internet se, na campanha eleitoral do ano passado, algum dos candidatos (principalmente Maguito Vilela e Alcides Rodrigues) falaram da dívida do estado. Ou será que esta dívida apareceu do nada? Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, assumiu o governo em abril do ano passado. Marconi Perillo passou as chaves do Palácio das Esmeraldas para o seu vice e não falou nada sobre a dívida. De abril até dezembro Cidinho nem falava dos cofres públicos. Só prometia fazer isso, isso e muito mais aquilo. Maguito só falava que Cidinho era sombra de Marconi e ponto final.
Ano novo chegou e Cidinho recebia 2007 no palácio com a notícia de que não havia dinheiro no caixa. Daí veio à tona a tão falada dívida do estado que, até agora, ninguém sabe aonde começou e como vai acabar. De repente Goiás deixou de ter aquela imagem de um estado moderno, eficaz, que ninguém mais nos seguraria. Eis que o ano de 2007 começa e Cidinho joga um balde de água fria assinando decretos que cortavam gastos (cortar pessoal que é bom nem pensar). O Tempo Novo de Cidinho e Marconi e o Tempo Velho de Maguito e Iris Rezende preferem jogar a culpa da dívida uns nos outros.
A cada dia que passa vemos a popularidade de Cidinho cair (veja post abaixo). A cada dia que passa mais de um boato sai da Praça Cívica anunciando que Marconi e Cidinho estão de belém-belém. E resolver a dívida nem Cidinho, nem Marconi, nem Maguito e nem Íris querem resolver. Esta pendenga da dívida se assemelha com aquela música dos Titãs “Pra dizer adeus”: Você apareceu do nada. E você mexeu demais comigo. Como esta dívida tem mexido com o Tempo Novo e o Tempo Velho...

É preciso ficar atento

É claro que estou feliz com a ausência de Renan Canalheiros da Presidência do Senado. Porém, é preciso sempre lembrar que a sua licença é de 45 dias. O que acontecerá nestes dias? Já vimos que Lula articulou a saída do Rei do Gado (veja post abaixo). E se, neste meio tempo em que o Senado não será presidido pelo coronel alagoano a CPMF for aprovada, será que Canalheiros volta para ser absolvido e assim concluir o acordo firmado com o Planalto? Ele não renunciou ao mandato. Ele simplesmente pediu licença por 45 dias.
E o Conselho de Ética da Casa, o que fará nestes 45 dias? O senador Jefferson Peres, relator do terceiro processo contra Canalheiros, demonstra que irá investigar seriamente a denúncia de que o Rei do Gado teria usado laranjas para comprar emissoras de rádio e TV em Alagoas. Enquanto era presidente da Casa, Renan fez de tudo para atrapalhar as investigações dos seus processos no Conselho de Ética. Agora que ele não está mais na presidência espera-se que os componentes do conselho aprofundem as investigações.
Apesar da ausência de Canalheiros sua tropa de choque continua na ativa. O senador Almeida Lima do PMDB de Sergipe ainda insiste em defender seu chefe. Ele é relator do quarto processo que acusa Renan de participar de um esquema de desvio de verbas de ministérios chefiados pelo PMDB. Almeida Lima tomou o lugar do senador sem voto Wellington Salgado que está mais preocupado em defender sua pele das acusações de desvio de verbas (Renan e Salgado se merecem). O senador sergipano já disse que não aceita prazo para entregar o parecer do seu relatório. Percebe-se que o fantasma do Rei do Gado ainda paira sobre o Conselho de Ética. É preciso alguém avisar para o novo líder da tropa de choque renanzista que não existe esta história de não ter prazo para entregar parecer. É para entregar sim e o mais rápido possível.
Sim, o Senado respira aliviado depois que Canalheiros se licenciou da presidência por 45 dias. Resta saber o que os senadores irão fazer neste período e depois do prazo vencido. É preciso ficar atento porque Canalheiros disse que não tinha limites.

Conselho discute na terça tramitação de processos contra Renan


da Folha Online

O Conselho de Ética do Senado vai discutir na próxima terça-feira a possibilidade de concluir até o dia 2 de novembro a tramitação dos três processos contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por quebra de decoro parlamentar.
Pressionado por líderes partidários, o presidente do órgão, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), convocou reunião para que os relatores dos processos apresentem um cronograma de trabalhos com a previsão de término das investigações.
Líderes de sete partidos, organizados pelo senador José Nery (PSOL-PA), assinaram requerimento para a convocação de sessão extraordinária do conselho nesta quinta-feira. Com a promessa de Quintanilha de marcar a reunião para a semana que vem, os líderes desistiram da sessão extraordinária --mas admitem que o requerimento foi uma ferramenta de pressão para forçar Quintanilha a convocar a reunião.
O dia 2 de novembro foi fixado por senadores da oposição --que prometem paralisar as atividades do Senado depois desta data caso o Conselho de Ética não conclua até lá a análise dos três processos contra Renan. "Espero nesse prazo solucionar essa questão. Se houver algum relatório pronto antes desse prazo, poderemos votá-lo", disse Quintanilha.
O presidente do conselho afirmou que o terceiro e o quarto processos contra Renan poderão ser colocados em votação simultaneamente, caso os relatores concluam as investigações em prazos próximos.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) foi escolhido relator do terceiro processo contra Renan somente nesta quarta-feira, quase dois meses depois de chegar ao conselho, e após intensa pressão dos líderes partidários para a divulgação do relator.
Quintanilha negou que a demora, ao contrário do que acusa a oposição, tenha sido manobra para tentar retardar as investigações sobre Renan. "A dificuldade foi achar um relator para a terceira representação. A situação que o Senado está vivendo decorre do que acontece no conselho, que investiga um senador. Isso provoca tensões internas", disse.
No terceiro processo, considerado o mais grave contra Renan, o peemedebista é acusado de usar "laranjas" para comprar emissoras de rádio e uma TV em Alagoas. As denúncias foram reveladas pelo usineiro João Lyra, inimigo político de Renan, mas que no passado foi aliado do peemedebista.
Pressa
Quintanilha disse acreditar que o segundo processo contra Renan, que liga o senador à Schincariol, seja concluído antes do prazo de 2 de novembro. O relator do caso, senador João Pedro (PT-AM), fixou o prazo de 30 dias --no final de setembro-- para concluir as investigações.
Nas denúncias, Renan é acusado de trabalhar para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol no INSS em troca da empresa ter comprado uma fábrica de seu irmão, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço acima do mercado. "Creio que essa representação terá um parecer bem antes desse prazo", afirmou Quintanilha.
Quarto processo
O senador Almeida Lima (PMDB-SE), relator do quarto processo contra Renan no Conselho de Ética da Casa, disse ontem que não pretende acatar o prazo de 2 de novembro para concluir as investigações do caso --que liga o peemedebista a um suposto esquema de desvio de recursos em ministérios chefiados pelo PMDB.
"Não aceito prazo de ninguém, não pedi para ser relator de nada. O prazo é meu, da minha consciência, do meu trabalho", disse o senador que é um dos principais aliados de Renan no Senado.
Lima disse que "pode até concluir" as investigações antes do prazo, mas sem qualquer compromisso com o ultimato da oposição. "Isso não quer dizer que aceito prazo do governo nem da oposição. O prazo pode valer para outros, mas para mim não." Ele não deve concluir as investigações até o dia 2, uma vez que ainda não recebeu o processo contra Renan. "Preciso ler para dar início aos trabalhos", revelou.
Licença
Renan anunciou ontem que está se licenciando do cargo por 45 dias. Ele disse em pronunciamento para a TV Senado que não precisa do cargo de presidente da Casa para se defender. "O poder é transitório, enquanto a honra é poder permanente que não sacrifico em nome de nada."
Enquanto estiver em licença, a presidência do Senado será ocupada pelo petista Tião Viana (AC), vice-presidente do Senado.

Que coerência

Estou olhando o arquivo do site do jornal Hoje. No dia 7 de outubro de 2006, a edição do jornal trazia uma matéria falando do ato de apoio liderado pelo PT, PC do B e PDT em favor de Maguito Vilela, então candidato ao governo do estado pelo PMDB. Transcrevo aqui um trecho da reportagem assinada por Alexandre Mendonça:

Durante o percurso da caminhada, o deputado estadual Fábio Tokarski (PC do B) e o vereador goianiense Euler Ivo (PDT) usaram o microfone e, além de pedirem votos para Maguito Vilela e Lula, criticavam o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que, segundo eles, vendeu o país e deixou os trabalhadores brasileiros com o menor salário mínimo da história. "Só não vendeu o Banco do Brasil porque o povo o varreu”, falava Euler Ivo em relação a FHC. Já Fábio Tokarski falava alto que Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República, já fala em vender a Petrobras, se eleito.

Pois é. Fábio Tokarski (durante os meus 15 minutos de esquerdismo votei nele nas eleições de 2002) criticou a venda do país feita no governo Fernando Henrique Cardoso. Neste evento, o comunista apoiava Maguito Vilela que, na época em que era governador de Goiás, vendeu a usina hidroelétrica de Cachoeira Dourada. Será que a venda desta usina agradou Tokarski?
Entrei no site do comunista. Não tinha nenhuma menção sobre a venda das rodovias federais para a iniciativa privada realizada por Lula nesta semana. Não achei no Google nenhum site de Euler Ivo para saber a sua opinião sobre o leilão das rodovias federais.
Eles apoiaram Maguito Vilela que vendeu a usina de Cachoeira Dourada e não falam nada sobre a venda das rodovias federais realizada pelo nacionalista e patriótico Lula que tem o apoio dos dois. Que coerência...

O PT goiano tem memória fraca

A vereadora petista Marina Sant’ana concedeu uma entrevista ao jornal Tribuna do Planalto na sua última edição. Ela negou uma possível aliança do PT com o PMDB de Íris Rezende nas eleições municipais do ano que vem. Seleciono duas perguntas da entrevista realizada por Eduardo Sartorato, Filemon Pereira e João Camargo Neto:

Se a decisão for por composição com o prefeito Iris, a sra. é candidata à reeleição?
Não há essa possibilidade. Minha resposta para todas as perguntas acumuladas: não há essa possibilidade.

É impossível ver no ano que vem a sra. se justificando do porquê de ter aceitado a vice de Iris?
Não há essa possibilidade. E eu não sei por que as coisas estão sendo colocadas desse modo. Se há possibilidade de coligação, todos os nomes devem ser colocados à mesa. Mas como o prefeito está no cargo, naturalmente ele é visto como candidato à titularidade. Não significa que nós não poderíamos ter uma menção diferente. Se todos nós estivéssemos fora da prefeitura poderíamos ter um campo de centro-esquerda. Poderíamos. Agora, não é o caso. Mas como nós temos posições diferentes, leituras político-administrativas diferentes, não só do conteúdo programático, mas também do modo de gestão.

O petismo goiano tenta negar uma possível coligação com o PMDB de Íris Rezende. Marina não sabe “por que as coisas estão sendo colocadas deste modo”. A petêzada tem memória curta ou não quer lembrar o que fez num passado não muito distante.
No jornal Hoje do dia 5 de outubro de 2006 era noticiada a aliança do PT de Marina Sant’ana com o PMDB de Maguito Vilela (e Íris Rezende junto). A matéria é assinada por Marjorie Avelar que transcrevo um trecho logo abaixo:

Em plenária realizada ontem em Goiânia, na sede do PT Municipal, o deputado federal eleito, Pedro Wilson (PT), lançou o movimento político "Agora é Lula" com o objetivo de fortalecer a campanha de Lula em Goiás no segundo turno. Além disso, ele revela que, amanhã, seu partido fará um ato político declarando apoio oficial ao governadoriável Maguito Vilela (PMDB), que disputa o segundo turno contra Alcides Rodrigues(PP).Pedro Wilson garante que a parceria com o peemedebista goiano segue orientações do PT, ou seja, não está baseada em acordos pessoais. "É claro que temos a intenção de participar de um governo mais moderno, mas não negociamos cargos. Parte do PMDB nacional segue com Lula e aqui, em nosso Estado, vamos de Maguito", reforça.

Depois Marina não sabe o motivo de tanta gente perguntar sobre uma possível coligação do PT com o PMDB. Os dois partidos sempre foram ferrenhos adversários aqui em Goiás. Mas, para manter Lula no poder e receber em troca uns cargos a mais, eles fazem de tudo. Sabe onde está Maguito Vilela? Numa vice-presidência do Banco do Brasil. Será que, se o PMDB de Maguito não tivesse apoiado Lula teria ele recebido este cargo tão importante no governo federal? É, Marina, mais uma vez Paulo Betti estava certo: “na política tem que enfiar a mão na merda”. E o PT já provou inúmeras vezes que adora fazer isto.

Presta atenção!

Alfredo Luiz Filho
do Jornal da Tarde - 12.10.2007


Uma hora de conversa a portas fechadas. Esse foi o saldo da terceira derrota consecutiva do São Paulo em um intervalo de apenas uma semana - todas por 1 a 0: Flamengo e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, e Millonarios, pela Copa Sul-Americana. Algo que não acontecia pelos lados do Morumbi desde 2004, quando o Tricolor foi superado por Once Caldas (2 a 1), Paysandu (1 a 0) e Palmeiras (2 a 1).Preocupado com o efeito da seqüência de resultados negativos, Muricy Ramalho tratou de juntar o elenco para um papo sério. Nada de puxão de orelha. Só para passar tranqüilidade a seus jogadores e lembrar que o time ainda tem uma vantagem confortável na liderança do Campeonato Brasileiro. São 11 pontos sobre o Cruzeiro, o segundo colocado: 63 a 52. 'Gordura' que pode diminuir na próxima rodada, já que o São Paulo tem um confronto complicado diante do Fluminense, amanhã à tarde, no Rio.'Tem que jogar com os números. Ser inteligente, focar algumas coisas para não perder o rumo que é ganhar o Campeonato Brasileiro', avisou Muricy, logo após o fiasco na Copa Sul-Americana. 'Não seria um desastre perder para o Fluminense porque as contas continuariam favoráveis. A gente pode aumentar muito ou ficar parecido como está porque temos na seqüência o jogo com o Cruzeiro.'Os grandes adversários do técnico são-paulino continuam sendo a maratona de jogos e o enxuto elenco que tem nas mãos. Muito mais o segundo do que o primeiro, já que na atual temporada o time fez 'só' 64 jogos. Em 2006, por exemplo, foram 73 partidas. Em 2005, 79 compromissos - que aumenta para 81 se contabilizados os jogos anulados pelo STJD por causa do escândalo do apito. E em todos esses anos, o Tricolor faturou pelo menos um caneco.'Não é problema de planejamento. Acho que apareceu a oportunidade e vendemos alguns jogadores. Isso que não estava no planejamento', discursou o treinador, que ao longo do ano perdeu para o exterior: Ilsinho, Josué, Lenilson, Edcarlos, Marcel e Thiago Ribeiro.Para complicar, a diretoria teve dificuldade para encontrar as peças ideais de reposição. Quem veio, passou de solução a problema com o fantasma das contusões, como Fredson e Zé Luís. E nas últimas semanas, a lista de lesionados aumentou, com Rogério Ceni, Borges, Dagoberto e Souza. Sem contar ainda os suspensos por cartões, como Richarlyson, que está fora do jogo de amanhã, contra o Fluminense.Com tudo isso, as opções vão diminuindo e Muricy Ramalho se vira como pode. 'Não dá para poupar ninguém. Vamos para ganhar do Fluminense. É um jogo importante e decisivo. Vamos com tudo mesmo porque depois teremos uma semana livre até o jogo com o Cruzeiro', lembrou Muricy.

Cidinho é reprovado e Nerso nem vem ajudá-lo

O jornal O Popular divulgou na sua edição de hoje o resultado da pesquisa Serpes sobre o nível de popularidade do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, em Goiânia. O resultado deve ter animado o prefeito Íris Rezende. Cidinho é reprovado pela maioria dos entrevistados. Apesar da margem de erro da pesquisa ser elevado (mais de 4%) ela registra a insatisfação da população goianiense com o governo estadual.
Ano que vem tem eleições municipais. Com este baixo índice de aprovação de Cidinho, qual candidato da base aliada do Palácio das Esmeraldas arriscará convidar o governador para dividir o palanque?
Cidinho ainda vive na sombra de Marconi Perillo. Nos bastidores dizem que os dois não estão mais falando a mesma língua. Sem Marconi Cidinho não seria reeleito. Sem Marconi nos próximos anos o que será do governo dele?
O silêncio do governador em não acabar de uma vez por todas com esta história da dívida do estado, a paralisação das obras do governo e o bater de cabeças entre seus aliados demonstram que o Tempo Novo virou Tempo Velho.
Ontem escrevi um post falando sobre a incompetência das oposições em lançar projetos diferentes dos políticos que estão no poder. Ou elas se calam e deixam o governo atual tomar para si a herança bendita do governo anterior, ou não questionam o governo e ficam estáticas assistindo a tudo sem esboçar uma reação.
O goianiense reprova Cidinho. Notem que a oposição nem incomoda o governo. De vez em quando faz uma crítica aqui e acolá, mas na maioria do tempo não faz o que disse que ia fazer: cobrar o cumprimento das promessas de Cidinho na campanha eleitoral do ano passado.
É, minha gente, o Tempo Novo envelheceu. Tem gente que acha que Marconi voltará ao Palácio das Esmeraldas em 2010. É bem capaz de Nerso da Capitinga continuar na Escolinha do Professor Raimundo e nem vir aqui se aventurar em reverter o índice de reprovação de Cidinho e levar Marconi de novo para o governo estadual.

Licença não alivia processos


Ana Paula Scinocca e Cida Fontes, Brasília

A estratégia de Renan Calheiros (PMDB-AL) de se afastar da presidência do Senado para arrefecer o clima de cassação não deve surtir efeito no Conselho de Ética da Casa. Senadores de oposição dizem que os processos contra Renan por quebra de decoro vão continuar.Atualmente, Renan responde a três processos por quebra de decoro. Na próxima semana, a Mesa do Senado enviará ao conselho mais um pedido de investigação. Integrante da linha de frente contra Renan, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a licença atendeu a um clamor generalizado, mas não beneficiará o peemedebista no conselho. “Não há possibilidade de qualquer acordo para facilitar a vida de Renan Calheiros no exame dos próximos processos no Conselho de Ética.” O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avaliou que a decisão de Renan foi tomada tarde. “Não acredito que os relatores vão amolecer.”A situação do peemedebista no Conselho de Ética já se deteriorara na quarta-feira. Naquele dia, pressionado por senadores de seis partidos, o presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), finalmente indicou o relator para a terceira representação.O escolhido foi o senador Jefferson Péres (PDT-AM), um ativo crítico de Renan. Péres é que se encarregará da tarefa de relatar a mais documentada denúncia, apresentada há mais de 50 dias pelo DEM e pelo PSDB: a de que Renan teria usado laranjas para comprar empresas de comunicação.O presidente licenciado do Senado também é investigado pela suposta participação num esquema de coleta de propina em ministérios chefiados pelo PMDB e pela suspeita de ter favorecido a cervejaria Schincariol. Foi encaminhada esta semana à Mesa do Senado outra acusação contra Renan: a de tentar montar um dossiê, recorrendo a arapongagem, para chantagear os senadores de Goiás Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB).
Estado de São Paulo - 12.10.2007

TRF da 1ª Região vai construir sede de quase meio bilhão de reais

Felipe Recondo e Ribamar Oliveira, BRASÍLIA

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região vai construir uma sede que custará aos cofres públicos R$ 498,5 milhões. O complexo de quatro prédios, que terá uma área de 169 mil metros quadrados, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Além dos gabinetes e plenários, o conjunto contará com sala para os motoristas dos desembargadores, sala para os advogados, área de lazer e centro cultural. A obra só estará concluída em 2015.A arquitetura do tribunal deve, de acordo com a exposição de motivos para a obra, “refletir em seu desenho o respeito incondicional à igualdade e à dignidade de todos os cidadãos”. Apesar disso, o gabinete da presidência terá 615 m² e o de cada um dos 51 desembargadores, 350 m². Estão pré-qualificados para a obra dois consórcios: o primeiro, formado pelas construtoras OAS e Via Engenharia; o outro, encabeçado pela Paulo Octávio, empresa do vice-governador do Distrito Federal.O tribunal justifica a obra dizendo que o TRF da 1ª Região abrange 80% do território brasileiro e deve julgar 68 mil causas no próximo ano. No entanto, esse volume é menor que as 75 mil ações analisadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região - que reúne Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nem por isso esse tribunal terá uma sede suntuosa. Ao contrário, a nova sede, que também será construída, custará R$ 115,3 milhões, quatro vezes menos do que a obra de Brasília. Perto de onde ficará a sede do TRF há outra obra em curso, também com orçamento elevado. Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão abandonar o prédio onde estão atualmente e mudarão para um de R$ 330 milhões, também desenhado por Niemeyer. A obra já foi classificada como problemática pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que, em seu relatório enviado no mês passado ao Congresso Nacional, identificou restrições ao caráter competitivo da licitação e sobrepreço em alguns itens.“SUSTO”“Esse ciclo de mais funcionários, mais juízes e mais prédios está esgotado”, criticou o deputado Flávio Dino (PC do B-MA), professor de Direito. “Quando ouço falar em R$ 500 milhões, eu levo um susto”, afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).Em Brasília, a sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ) custou US$ 170 milhões a preços de 1995, equivalente, com a cotação de hoje, a R$ 306 milhões; a sede da Procuradoria-Geral da República saiu por R$ 75 milhões e o anexo do Tribunal de Contas da União foi orçado em R$ 80 milhões.Enquanto crescem os investimentos em prédios, para o próximo ano o Conselho Nacional de Justiça contará com apenas R$ 1 milhão para fazer mutirões para acelerar processos.
Estado de São Paulo - 12.10.2007

Feiúra e beleza nos nomes das cidades, por Roberto Pompeu de Toledo

São João del-Rei é um bonito nome de cidade. Transmite uma nobreza antiga, sóbria e sábia. Da mesma estirpe, e não por acaso também de cidades históricas mineiras, são os nomes Mariana, Congonhas do Campo, Ouro Preto. De outra família, mas igualmente bonito, é o nome Paraty, de outra cidade histórica, esta contemplada, talvez por estar plantada à beira-mar, com alegres vogais. Como Paraty são Piripiri (PI) e Parintins (AM), com seus coros de is. Há muitos nomes indígenas que brincam nos ouvidos, alguns curtos – Ubá (MG), Itu (SP) –, outros de travar a língua – Cumuruxatiba (BA), Itaquaquecetuba (SP). Feio é o nome de Sinop, no norte de Mato Grosso. Com infelicidade rara, a cidade adotou a sigla da empresa que colonizou a região, Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná. Sinop não tem nem trinta anos. Dar nome às cidades é uma arte perdida.
Feios são, em regra, os nomes terminados em lândia – Analândia (SP), Andrelândia (MG), ou a apoteose representada por Epitaciolândia (AC) – e em polis – Mantenópolis (ES), Delfinópolis (MG), Eunápolis (BA). Goiás tem dezoito cidades em lândia (de Adelândia a Sanclerlândia, passando por Inaciolândia) e 24 em polis (de Amorinópolis a Vicentinópolis, e, se o leitor ainda não está satisfeito, Damianópolis, Mutunópolis e Palminópolis). Juntas, elas perfazem quase 20% dos 246 municípios do estado. Para não se pensar em má vontade para com Goiás, o primitivo nome da antiga capital do estado é dos mais bonitos já inventados no país – Vila Boa de Goiás. As cidades em lândia e em polis são, na esmagadora maioria, novas. Confirmam que hoje em dia se perdeu o rumo, na arte de nomear povoações.
Mais raros do que os em lândia e em polis, mas igualmente feios, são os nomes em burgo: Arceburgo, Felisburgo, Luisburgo. São todos municípios mineiros. Se excetuarmos Novo Hamburgo (RS), Nova Friburgo (RJ) e Fraiburgo (SC), menos chocantes porque remetem a velhas cidades européias, todos os poucos burgos se concentram em Minas. Cordisburgo é outro burgo mineiro, mas este deixou de ser feio: virou bonito, porque Guimarães Rosa nasceu lá. Uma vez quiseram mudar o nome do lugar para Guimarães Rosa. Em vez de homenagem, seria um insulto à sua memória.
Exceção, na feiúra dos nomes em polis, são Petrópolis e Teresópolis. Eles se salvam pelas homenagens à família real brasileira. Florianópolis poderia ser outra exceção, por causa do "flor" da primeira sílaba, e mais ainda por causa do simpático apelido de "Floripa", mas há um problema: Florianópolis homenageia o marechal Floriano Peixoto, por ordem de quem foram massacrados, freqüentemente pelo método de cortar cabeças, os rebeldes da Revolução Federalista de fins do século XIX. Ou seja: a cidade homenageia seu algoz.
Feios são os nomes de gente aplicados a cidades. Há uma no Piauí que se chama Demerval Lobão. No Maranhão existe uma Ribamar Riquene. Por maiores que tenham sido os méritos desses senhores, como nome de cidade caem mal, desastrosamente mal. Santa Catarina tem um fraco por dar nome de gente às cidades. Há as que se apresentam com nome e sobrenome (Abdon Batista, Lebon Régis, Otacílio Costa), as que incluem os títulos (Doutor Pedrinho, Frei Rogério, Major Gercino) e as que se resumem a uma palavra (Galvão, Blumenau). No total 34, dos 293 municípios do estado, levam nome de gente. Blumenau, duro nome alemão, tanto se impôs como nome de cidade que até se esquece que homenageia seu fundador. Salva-se por isso.
Rio de Janeiro é um bonito nome. Faz uma bizarra combinação de acidente geográfico com uma das divisões do ano. Mistura espaço e tempo. Se a cidade se chamasse Abel Figueiredo, tal qual um município do Pará, ou Estaciolândia, em homenagem a Estácio de Sá, a quem se atribui sua fundação, não seria tão bonito. Belo Horizonte é um nome ao qual é preciso se acostumar. Machado de Assis, que viu nascer a nova capital das Minas Gerais, estranhou que ela fosse batizada com uma exclamação. Bonitos são os nomes que combinam santo com nome indígena: Conceição do Araguaia (PA), Santa Rita do Sapucaí (MG), São Luís do Paraitinga (SP). E mais bonitos ainda os que combinam os santos com misteriosos atributos: Santo Amaro da Purificação (BA), São José dos Ausentes (RS), São Miguel do Gostoso (RN), São Thomé das Letras (MG).
Há nomes de uma beleza triste, às vezes trágica. O melhor exemplo é Afogados da Ingazeira, em Pernambuco, notável pela coragem de homenagear gente que se afogou por lá. Baía da Traição (PB) pertence ao mesmo gênero. Dores do Indaiá, no coração de Minas, é dos nomes mais bonitos do Brasil. Merece fechar este I Concurso de Beleza de Nomes de Cidades Brasileiras, criado e desenvolvido por este colunista, que foi ainda seu único e solitário juiz. Concursos similares o leitor está autorizado a estender para outros setores – nome de times de futebol, de operações da Polícia Federal, de senadores (o colunista não cobrará royalties). Quando se está cansado de discutir as coisas em si, uma alternativa é discutir o nome delas.
Veja - 17.10.2007

Tropa de Elite é fichinha, por Diogo Mainardi

Wagner Moura reclamou de mim. Foi um tal de fascista para cá, fascista para lá. Tudo porque fiz um comentário despretensioso sobre suas poses nos cartazes promocionais de Tropa de Elite. Ele está certo em reclamar. Ninguém pode julgar o trabalho de um ator baseado em meia dúzia de fotografias. E era só isso que eu conhecia de Wagner Moura: meia dúzia de fotografias estampadas nos jornais.
Na última segunda-feira, com grande esforço, consegui me arrastar até o cinema para assistir a Tropa de Elite. Como um carro-patrulha da PM carioca, o filme demora um bocado para carburar, mas acaba engrenando depois de uma hora. Wagner Moura faz seu papel direitinho. Contrariamente ao que aparenta nas fotografias, ele é contido, sereno, economizando nas narinas arfantes e nos arqueios de sobrancelhas. Talvez fosse o caso até mesmo de me desculpar.
Um dia depois de assistir a Tropa de Elite, acompanhei as imagens bem mais assustadoras de Jean Charles de Menezes em Londres, momentos antes de ser assassinado pela polícia local com sete tiros à queima-roupa, como se o metrô de Stockwell fosse uma boca-de-fumo no Morro do Turano, no Rio de Janeiro. Jean Charles passou pela roleta, caminhou por um corredor cheio de gente e desceu pela escada rolante, sempre seguido de perto por dois policiais identificados como Ken e Ivor. Em seu depoimento no tribunal, Ivor declarou que o comportamento de Jean Charles lhe pareceu suspeito. O que ele teria a dizer a respeito do comportamento do deputado tucano Paulo Renato Souza, que foi flagrado pela Folha de S.Paulo submetendo um artigo sobre o sistema bancário ao presidente do Bradesco?
A platéia que assistiu à pré-estréia de Tropa de Elite torceu para o protagonista e, pelo que li, aplaudiu as torturas praticadas pelos meganhas do Bope. O fato gerou uma gritaria danada. Como se os espectadores não soubessem distinguir a tortura praticada nas telas da tortura praticada na realidade. É desse jeito que o bom-mocismo instaura sua censura: tratando os espectadores como imbecis, incapazes de interpretar corretamente as idéias e as obras de imaginação.
Bem pior do que aplaudir as torturas praticadas por Wagner Moura em Tropa de Elite é aplaudir as torturas praticadas em nome de Renan Calheiros no Senado. É o que está acontecendo comigo. Eu sei que é errado, mas aplaudo toda vez que, em sua desavergonhada defesa de Renan Calheiros, Ideli Salvatti aparece na TV como se estivesse com um saco plástico enfiado na cabeça, sem ar, com a jugular inflada. E aplaudo toda vez que Aloizio Mercadante esperneia como se estivesse sendo ameaçado com um cabo de vassoura.
Wagner Moura disse que o maior mérito de Tropa de Elite é ter suscitado um debate. O maior – quem sabe o único – mérito do filme é justamente o contrário: ele acaba com o debate. O país é retratado como aquilo que de fato é: uma guerra de bandido contra bandido.
Veja - 17.10.2007

Romaria

Renato Teixeira

É de sonho e de pó
o Destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos sobre o meu cavalo
É de laço e de nó De gibeira o jiló
Dessa vida,comprida,a só.

Sou caipira pira pora nossa Senhora De Aparecida
Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida.

O meu pai foi peao,
Minha mae solidao,
meus irmaos perderam-se na vida a custa de aventuras.
Descasei e joguei, investi desisti
Se há sorte, eu nao sei,nunca vi.

Sou caipira pira pora nossa Senhora De Aparecida
Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida.

Me disseram porem que eu viesse aqui pra pedir de
romaria e prece paz dos desaventos como eu nao sei
rezar só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu
olhar.

Sou caipira pira pora nossa Senhora De Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

E a Tereza Cruvinel?

De vez em quando eu acompanhava os comentários de Tereza Cruvinel na GloboNews. Inclusive ela e Cristina Lobo deram plantão na porta do Senado enquanto os senadores absolviam Renan Canalheiros. O que será que a nossa mais nova presidente da TV Lula deve estar pensando a respeito do pedido de licença de Canalheiros?

Lula participou da operação que resultou na licença de Renan

Vera Rosa


BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da operação política que resultou no afastamento do senador aliado Renan Calheiros (PMDB-AL) por 45 dias. Foi Lula quem pediu ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ainda na quarta-feira, para buscar uma saída negociada com Renan a fim de distensionar o ambiente no Congresso e salvar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).


O afastamento de Renan foi decidido poucas horas depois, à noite, em reunião com amigos e correligionários, na residência oficial do Senado.

Naquele dia, Lula recebeu a informação de que a situação de Renan era insustentável. "Chegou ao limite, presidente", afirmou Jucá, levado ao gabinete do presidente pelo ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. "Com esse clima beligerante, não temos como aprovar a CPMF".

A idéia inicial, que passou pelo crivo do Planalto, previa uma licença maior para Renan, até o fim do ano - com o objetivo de facilitar a votação da emenda que prorroga a CPMF. O presidente do Senado, porém, resistiu.

Acuado, Renan chegou a dizer a Lula que não poderia se ausentar por tanto tempo porque perderia as condições de se defender das denúncias. "Querem a minha cadeira", afirmou. Em todas as conversas, o presidente licenciado do Senado deixou claro que também não confia no PT, que assumirá a cadeira interinamente, com Tião Viana (PT-AC).

No Palácio do Planalto, os articuladores políticos do governo esperam que a licença de Renan, mesmo por um prazo inferior ao desejado, possa serenar os ânimos. Com sinal verde do governo, Jucá tentou negociar com a oposição, ainda na quarta-feira, uma saída honrosa para Renan. Não conseguiu. A proposta apresentada ao DEM e ao PSDB previa que o senador alagoano se afastasse do comando da Casa para ter o mandato preservado. A oposição, no entanto, rejeitou o acordo.

Diante do impasse, Jucá, o senador José Sarney (PMDB-AP) e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) , que passaram o dia em missão de conselheiros, reuniram-se com ele, à noite, para encontrar uma solução. Teotônio atuou como conselheiro e amigo. Jucá mostrou a Renan a contabilidade antes apresentada a Lula: se permanecesse no cargo, a emenda que prorroga a CPMF até 2011 corria sério risco de não ser aprovada até dezembro. Além disso, ele não teria mais do que 20 votos entre os 81 senadores para tentar salvar o seu mandato.

Enquanto senadores convenciam Renan a se afastar, Mares Guia atuava para jogar água na fervura do Senado. Acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sondou o senador Marco Maciel (DEM-PE), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sobre a possibilidade de cumprir o calendário, votando o relatório da CPMF até novembro. Maciel não disse nem sim nem não. "A CPMF foi um imposto criado para ser provisória e virou permanente", afirmou. Mantega pegou um atalho, na tentativa de salvar o imposto do cheque: "Não se preocupe, porque vem aí a reforma tributária."

Na tentativa de engordar a base aliada para votar a CPMF, o governo também continua assediando senadores da oposição. Ainda ontem, Mares Guia conversou com o senador Demóstenes Torres (DEM-DF). Oficialmente, o assunto foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Eu não vou sair do DEM", garantiu Demóstenes, em tom de contrariedade. "Mares Guia me recebeu depois de dizer duas vezes que não podia, porque estava enrolado com a CPMF", disse.
Estadão online - 11.10.2007

Não precisava do cargo?

Finalmente Renan Canalheiros se licenciou do cargo de presidente do Senado no começo da noite de hoje (Abaixo segue o pronunciamento dele na íntegra).
Canalheiros fala que não precisava do cargo para se defender. Como é que é? Vocês se lembram da maneira como o Rei do Gado fez sua primeira defesa quando o processo que pesava nas suas costas se baseava no pagamento de suas contas pessoais feitas por um lobista? Sentado na cadeira de presidente do Senado, olhando para os seus pares de cima para baixo, Renan tentava provar que tinha grana suficiente para pagar a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Mas, o Jornal Nacional da Rede Globo mostrou que as provas apresentadas por Renan não eram tão sólidas como se pensava.
Aliás, é bom lembrar que, a princípio, Canalheiros tinha o apoio da maioria dos senadores. Não custa nada lembrar aquela fila indecente de senadores cumprimentando Renan depois da sua primeira defesa.
Renan jogou sujo. Usando os poderes de presidente do Senado futricou a vida dos colegas para fazer chantagens. Colocou e tirou senadores do Conselho de Ética da Casa. A sua disposição estava a tropa de choque que impedia qualquer tipo de aprofundamento nas investigações. O cabeludo Wellington Salgado (que está onde está porque é suplente de Hélio Costa, Ministro das Comunicações, portanto, é senador sem voto) foi um dos grandes defensores de Renan Canalheiros. Nos últimos dias teve que usar o escudo para se defender de uma acusação de corrupção. É como diz aquele ditado: “Diga-me com quem tu andas que eu direi quem tu és”.
A licença de Renan não pode esfriar as investigações. Ainda restam três processos contra ele (ver post abaixo) sem contar o processo sobre o dossiê que Renan estaria montando para chantagear os senadores daqui de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e Demóstenes Torres (DEMO) que ainda depende da aprovação da Mesa Diretora.
A oposição tem que ficar alerta. O governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB) é um daqueles que está oferecendo o ombro amigo para Renan chorar suas mágoas. Isso cabe ao presidente do partido Tasso Jereissati resolver. Mas, sabemos como nossas oposições são incompetentes e sempre escorregam na maionese.
Que esta crise sirva de lição aos senadores! Que a liberdade de imprensa seja defendida até o fim!E que os petistas nem tentem arquivar os processos contra Renan Canalheiros!

Veja os processos a que Renan responde no Conselho de Ética


da Folha online

O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já foi absolvido em um processo de cassação mas ainda responde a outros três no Conselho de Ética da Casa por quebra do decoro parlamentar. O PSDB e o DEM já apresentaram à Mesa Diretora uma nova representação contra o peemedebista. Se a denúncia for acatada, será a quinta contra Renan.
O peemedebista foi absolvido pelo plenário do Senado no processo que foi acusado de usar recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso
, com quem ele tem uma filha.
Renan ainda responde à acusação de ajudar a reverter uma dívida de R$ 100 milhões da Schincariol com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Nesse segundo processo, o relator é o senador João Pedro (PT-AM).
No terceiro processo Renan é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas. O processo tem o senador Jefferson Peres (PDT-AM) como relator.
O quarto processo foi aberto para investigar a denúncia de que Renan teria participado de um esquema de desvio de recursos em ministérios controlados pelo PMDB. O processo tem o senador Almeida Lima (PMDB-SE) --aliado de Renan-- como relator.
A Mesa Diretora ainda não se posicionou sobre a quinta representação contra Renan. Na denúncia do PSDB e do DEM Renan é acusado de montar um dossiê para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). A espionagem teria sido feira pelo assessor especial de Renan, o ex-senador Francisco Escórcio.

A cronologia da crise

Clique aqui e veja a cronologia da crise Renan Canalheiros

Íntegra do pronunciamento de Canalheiros

"Na noite de hoje, decidi me licenciar da Presidência do Senado Federal, pelo prazo de 45 dias, a fim de demonstrar, de forma cabal e respeitosa, à Nação e a todos os ilustres senadores, que não precisaria do cargo para me defender. Agindo assim, afasto, de uma vez por todas, o mais recente e injusto pretexto usado para tentar dar corpo à inconsistência das representações enviadas, sem qualquer indício ou prova, ao Conselho de Ética.
Com este meu gesto, que é unilateral, preservo a harmonia no Senado Federal, deixo claro o meu respeito pelos interesses do País e homenageio as altas responsabilidades das funções que exerço, contribuindo decisivamente para evitar a repetição dos constrangimentos ocorridos na Sessão do dia 09 de outubro.
Reafirmo que enfrentarei os processos, como fiz até agora, à luz do dia, com dignidade e sem subterfúgios. Não lancei mão das prerrogativas de Presidente do Senado em meu benefício ou contra quem quer que seja. A minha trincheira de luta sempre foi a inflexível certeza da inocência, a qual, estou convicto, prevalecerá com a verdade, como aconteceu na minha absolvição.
O poder é transitório enquanto a honra é um bem permanente, que não sacrifico em nome de nada. Resistirei firme na minha defesa, honrando a confiança da minha família, do povo de Alagoas, dos meus amigos, dos meus colegas do Senado Federal e daqueles que, mesmo sem me conhecer, com seu apoio e suas mensagens e orações me deram forças. A estes certamente não decepcionarei.
Aguardarei serenamente que a Justiça e verdade prevaleçam.

Brasília-DF, 11 de outubro de 2007.

Senador RENAN CALHEIROS"

FORA RENAN

Renan Canalheiros pediu licença do cargo de presidente do Senado. Nos próximos posts comento o assunto.

Ainda sobre a UNE e as privatizações

Estou fazendo um levantamento na internet sobre os discursos petistas contra as privatizações. Nesta minha pesquisa achei uma notícia interessante. No dia 14 de outubro de 2006 a Folha online informava que a CUT e a UNE fariam manifestações a favor de Lula. A UNE distribuiu panfletos afirmando que, caso fosse eleito, Geraldo Alckmin iria fazer privatizações.
Pois é, minha gente. O queridinho da UNE privatiza as nossas rodovias e a UNE não distribui panfletos contra.

"Tudo o que é público não presta"

Quem disse a frase aí em cima foi Jaques Vagner, no ano passado, então governador eleito da Bahia. Ele acusava o PSDB de vender tudo o que era público. Na ocasião, Vagner disse que o único projeto do então presidenciável Geraldo Alckmin era vender avião, lembrando que o tucano havia dito que, se eleito, venderia o AeroLula e construiria cinco hospitais. Pois é, o tempo passa, o mundo dá voltas e cá estamos nós vendo os petistas venderem as rodovias federais.

Jaques Wagner volta a acusar tucanos de privatistas

da Folha online - 17.10.2006

CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio


O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), voltou a acusar hoje os tucanos de querer privatizar as grandes empresas públicas do país. Segundo ele, a afirmação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, feita durante entrevista a uma emissora de rádio, de ser favorável às privatizações favorece o PT."A acusação de que a gente está fazendo terrorismo cai por terra revelada por um dos seus. Isto vai desmistificando a tentativa de nos criminalizar", afirmou. Wagner disse que a venda da Petrobras faz parte do ideário dos adversários políticos do governo Lula. "O projeto deles é que tudo que é público não presta", disse.Wagner afirmou também que o único projeto futuro apresentado pelo candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, no debate da TV Bandeirantes foi "vender o avião", em referência à promessa feita por Alckmin que, se eleito, vai vender o avião presidencial e construir cinco hospitais com o dinheiro.

Lula compara privatizações a "estupro"

da Folha online - 11.08.2001

Estela Caparelli
da Folha de S. Paulo


O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou ontem as privatizações realizadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso a um estupro."O processo de privatização brasileiro foi um estupro tão grave quanto o do maníaco do parque [Francisco de Assis Pereira, que cumpre pena por estupro, roubo e atentado violento ao pudor e é acusado de assassinato"", disse Lula, em tom irônico.Segundo ele, o governo foi "totalmente incompetente" na administração do patrimônio público. Lula citou como exemplo o sistema Telebrás. "Cansei de ouvir o ministro Sérgio Motta dizer que a Telebrás valia US$ 46 bilhões. Depois inventaram um valor de US$ 13 bilhões. Acho muito difícil o patrimônio ter se desvalorizado ou o ministro ter sido tão mal informado."O petista voltou a afirmar que, se eleito presidente, pretende fazer uma auditoria nos processos de privatização para "saber o que realmente aconteceu".Lula também foi duro com as empresas que compraram companhias de energia do governo. "As empresas não fizeram investimentos e tem aumentado o preço da energia. Ganharam um patrimônio pronto, sem fazer nada."

Eles preferem Che

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso a União Nacional dos Estudantes sempre estava na Praça dos Três Poderes. Sempre fazia protestos contra o governo tucano. Sempre fazia protestos contra os políticos corruptos. Os políticos corruptos que a imprensa estampava nas suas páginas. Um dos principais protestos da galera da UNE ocorreu na época em que o governo Fernando Henrique Cardoso leiloou a Companhia Vale do Rio Doce. A galera da UNE juntamente com a CUT, o MST e, é claro, o PT fizeram barulho denunciando o entreguismo dos tucanos e exaltando a pátria amada Brasil.
O tempo passou e os tucanos também. Hoje, o pobre PSDB nem sabe fazer oposição. Já o PT assumiu o governo tendo Lula a frente. O mesmo Lula que estava a frente dos protestos dos nacionalistas bocós que protestavam contra a venda da Vale do Rio Doce.
Em troca do apoio dado à Lula, a galera da UNE e seus aliados de plantão receberam de presente várias tetas do estado para mamar. Com tanto mimo vindo do Planalto para que protestar? Com tanta verba estatal financiando os “projetos” da galera para que ir até Brasília e protestar contra os mensaleiros e sanguessugas?
Lula leiloou rodovias federais. Um grupo espanhol abocanhou boa parte do lote leiloado. Não vi a UNE fazer protestos. Não vi a UNE dizer que Lula estava entregando o Brasil para os estrangeiros. Não vi a UNE. Acabei de entrar no seu site. Não tinha nenhuma menção à venda das rodovias federais. Lá tinha um artigo de João Stédele, eterno líder do MST, louvando Che Guevara e a sua gloriosa Cuba. Tudo bem que nada foi escrito sobre a crueldade que este guerrilheiro praticou. Tudo bem que nem foi comentado o paredão cubano.
Quando Lula vende as rodovias federais essa gente não fala nada, finge que não vê. É que eles estão ocupados demais. Ou mamam nas tetas do estado, ou louvam o assassino Che. Entre o Brasil e Che eles preferem o assassino.

Jarbas aceita retornar à CCJ, mas descarta seguir imposições do partido


Gabriela Guerreiro
da Folha Online, em Brasília


O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) decidiu retornar à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado depois que o líder do PMDB na Casa, Valdir Raupp (PMDB-RO), decidiu voltar atrás na decisão de afastá-lo da comissão --Pedro Simon (PMDB-RS) também foi afastado.
Em nota, Jarbas disse que não aceitará nenhuma condição do partido para reassumir sua vaga na comissão. "Manteremos a nossa postura de independência e correção, na certeza de que este é o caminho certo a ser seguido", afirmou Jarbas.
O senador disse, na nota, que Raupp lhe informou que seu retorno seria "incondicional" --sem a obrigação de seguirem as determinações da bancada, como havia proposto na semana passada. "Eu disse ao líder Raupp que esta era a minha expectativa e o meu desejo, pois dedico mais da metade do meu tempo de trabalho no Senado exatamente à Comissão de Constituição e Justiça", completou Jarbas.
Simon, por sua vez, disse que vai anunciar sua decisão de retornar à CCJ somente depois de conversar com Jarbas, na semana que vem --embora tenha sinalizado que deve retornar, a exemplo do colega de partido. "Primeiro eu tenho que falar com o Jarbas. Eu não me angustiei com essa questão. Estou há 25 anos no Senado, nunca fui membro da Mesa Diretora da Casa ou presidente de comissão", afirmou.
Simon disse não estar disposto a mudar sua postura de "independência" na comissão. "Isso é natural [a independência], eu não vou pedir isso", afirmou.
O senador admitiu, também, que o seu retorno à CCJ está atrelado ao clima político na Casa --que na sua avaliação ficou pior depois da ação de Raupp na comissão. "Recebi com respeito a proposta do líder, vejo com respeito essa decisão. Acho que foi interessante [seu retorno à CCJ] porque estava criando um clima muito ruim aqui dentro. Criou uma situação constrangedora para todo mundo."
CPMF
Simon disse acreditar que seu afastamento tenha sido conseqüência da pressão governista para aprovar a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) na CCJ. "Acho que era para garantir que o imposto sobre o cheque passasse."
Simon já adiantou que vai apresentar pelo menos quatro emendas à PEC da CPMF na CCJ, o que desagrada ao governo. O senador vai sugerir, entre outras modificações, que os Estados e municípios sejam beneficiados respectivamente com 20% e 10% dos recursos arrecadados pela contribuição. Além disso, Simon vai propor que a CPMF se torne uma contribuição definitiva, mas que o governo envie ao Congresso projeto de lei para, em contrapartida, reduzir outros impostos à população.
Ao afastar os dois senadores, Raupp argumentou que o PMDB não poderia manter na CCJ senadores que não seguem as orientações do partido --já preocupado com a votação da CPMF na comissão. Nesta quinta-feira, o líder voltou atrás em seu argumento ao afirmar que não impôs "nenhuma condição" para o retorno de Jarbas e Simon.
Folha online - 11.10.2007

Até as crianças têm o seu próprio PAC

BRASÍLIA - Em um circo montado no Parque da Cidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta-feira, 11, o Programa Social Criança e Adolescente. O pacote de medidas prevê, entre outras ações, investimentos na reinserção de crianças abrigadas no ambiente familiar e na redução do encarceramento de adolescentes em conflito com a lei.

Até 2010, serão investidos cerca de R$ 2,9 bilhões do Orçamento da União para a implementação do programa, coordenado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) em parceria com 14 ministérios.

"O governo não é alheio aos problemas de vocês (crianças e adolescentes). Não quer ser pai, nem mãe. Quer ser apenas o indutor de políticas públicas que possam ser aquela esperança, que possam ser aquela chance que vocês esperam na vida", disse Lula, que admitiu não ser possível resolver em oito anos todos os problemas e dividiu a responsabilidade na busca pelas soluções com a população.

Ao lado de um ex-abrigado e ex-interno da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), Roberto da Silva, o presidente criticou os sistemas de abrigamento de crianças e internação de jovens em conflito com a lei.

"Este menino foi tirado de casa aos dois anos de idade. A ignorância do Estado achou que podia cuidar dele", afirmou Lula. "Aos 12 anos de idade ele tinha que escolher: "Você quer cassetete de borracha, quer cassetete de madeira ou você quer corrente? Apanhar ele apanharia, querendo ou não querendo."

O programa lançado nesta quinta pelo governo federal prevê o repasse, a partir de 2008, de R$ 1,5 mil para famílias pobres acolherem de volta crianças e adolescentes que foram morar em abrigos por razões de pobreza.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (2006), a estimativa é de que existem 120 mil crianças em abrigos, sendo 24% por motivo de pobreza (Ipea, 2004), apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelecer que uma criança não pode ser tirada do convívio familiar por ser pobre
Estadão online - 11.10.2007

Renan analisa proposta para se licenciar do cargo e tentar preservar mandato

GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI da Folha Online, em Brasília


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a manhã desta quinta-feira em sua residência oficial, localizada no Lago Sul de Brasília, reunido com assessores. Ele recebeu a visita de dois aliados: o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e o governador de Alagoas, Teotônio Vilella (PSDB). A Folha Online apurou que Renan estaria analisando uma proposta para se licenciar da presidência do Senado.
Pela proposta em estudo, Renan se afastaria do
comando do Senado, pelo menos, até a conclusão da votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. Em troca, Renan receberia a ajuda da base governista para ser absolvido nos três processos que tramitam contra ele no Conselho de Ética do Senado.
A Folha Online apurou que Renan estuda cancelar viagem que faria com os familiares neste feriado prolongado para analisar a proposta feita por interlocutores do Planalto interessados em facilitar a aprovação da PEC da CPMF no Senado. Ele deve dar uma resposta nos próximos dias.
Para os aliados de Renan, que ainda defendem sua permanência no comando do Senado, a proposta tem de ser analisada com cautela. Eles entendem que a única forma de Renan não ficar isolado é se mantendo na presidência da Casa.
Um outro grupo de aliados, entretanto, avalia que o melhor para Renan é se licenciar do cargo para preservar o mandato. Esse grupo analisa que a insistência do peemedebista em ficar no cargo pode se virar contra Renan --que pode ser vítima de um julgamento mais "duro" no plenário do Senado se o Conselho de Ética recomendar sua cassação.
Sinais
Pela primeira vez, o senador teria sinalizado a interlocutores que poderia deixar a presidência do Senado até a conclusão da votação da CPMF --que, segundo cálculos do governo, deve ocorrer até 20 de dezembro.
Nesses cinco meses de crise, Renan sempre negou a possibilidade de se afastar do comando da Casa. Por diversas vezes ele disse ficaria na presidência e que provaria sua inocência.
A licença do cargo de presidente, prevista pelo regimento interno do Senado, é permitida pelo prazo máximo de 120 dias. Nessa situação, Renan seria substituído pelo vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), enquanto durar seu afastamento. Com a licença, Renan se afastaria somente da presidência do Senado, mas manteria o seu mandato.
Conversas
A Folha Online apurou que Teotônio Vilella está em Brasília para intermediar as negociações que envolvem o presidente do Senado e interlocutores do Planalto.
A presença de Renan na presidência do Senado é considerada pelos governistas como último "obstáculo" para a aprovação da CPMF. A outra dificuldade teria sido derrubada na manhã de hoje com o retorno dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
Parlamentares da base aliada, que ficaram inconformados com o afastamento dos dois senadores, ameaçaram aderir à posição do DEM e do PSDB contrária à CPMF. O Palácio do Planalto teme novas "rebeliões" na bancada do PMDB, considerada como essencial para a aprovação da matéria.
Senadores da base aliada do governo, ouvidos pela Folha Online, já admitem que a PEC pode não ser aprovada neste ano se Renan permanecer no comando da Casa. O governo já estaria estudando alternativas viáveis para cobrir o rombo nas contas públicas nos primeiros meses de 2008 caso a CPMF não venha a ser aprovada até dia 31 de dezembro --quando termina a vigência da contribuição.
Folha online - 11.10.2007

O que vocês vão fazer com a saúde?

A princípio o dinheiro arrecadado com a CPMF seria destinado à saúde. Como todos nós sabemos a saúde no Brasil está na UTI. Bastam ver as reportagens dos jornais, revistas e televisões para termos uma idéia do caos nos hospitais, da falta de médicos, dos medicamentos que nunca chegam às farmácias dos postos de saúde. Enfim, são vários os problemas na saúde do Brasil. Desde o dia em que o imposto do cheque foi implantado até nestes dias, quando o governo tenta a todo custo prorrogar o imposto até 2011, que benefícios chegaram aos hospitais? Quero que cada parlamentar favorável à prorrogação da CPMF me diga que o dinheiro arrecadado na movimentação bancária foi usado para melhorar tal hospital ou para capacitação do pessoal envolvido na área da saúde. E quero que estes mesmos parlamentares, que tanto pedem a prorrogação da CPMF, me digam como irão investir o dinheiro arrecadado até 2011. Será que o dinheiro vai ser suficiente para acabar com o caos nos hospitais do Nordeste? Para este governo é tudo PAC, PAC, PAC... E o dinheiro da saúde vai sendo desviado para obras superfaturadas do PAC. O que vocês vão fazer com a saúde? Esperar que mais uma câmera escondida flagre os pacientes padecendo nas portas dos hospitais ou nos corredores imundos e superlotados? Nunca antes na história destêpaiz um governo faturou tanto com os impostos arrecadados. Nunca antes na história destêpaiz um governo ficou tão inchado, com tanta grana e não teve capacidade de oferecer um serviço público de qualidade para a população como este governo.

Mulá Mantegamed quer negociar

Ana Paula Scinocca e Fábio Graner - Agência Estado
BRASÍLIA - Um dia após ameaçar aumentar impostos caso a prorrogação da cobrança da CPMF não passe no Senado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assumiu nesta quinta-feira, 11, um tom mais ameno. Ele reafirmou a necessidade de aprovação do imposto até o final do ano para que não haja perda da arrecadação, causando desequilíbrio fiscal.
Além disso, disse que o governo está disposto a negociar desonerações tributárias, seja via CPMF ou outros tributos, mas desde que seja garantida a prorrogação até o fim do ano. Mantega voltou a citar a possibilidade de desonerar a folha de pagamentos e também considerou a hipótese de reduzir a alíquota da CPMF, já que o texto aprovado na Câmara permite reduções na CPMF sejam feitas por projeto de lei.

Ele participou no Senado de um encontro com o líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-PE) e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Marco Maciel (DEM-PE).

O ministro descartou a possibilidade de o governo aceitar uma redução da alíquota do tributo do texto em tramitação no Senado. "Nessa hipótese, a proposta teria que voltar para a Câmara e perderíamos receita por conta do tempo de aprovação", disse.

De acordo com Mantega, a extinção da CPMF ou mesmo o atraso na votação, que exigiria a noventena para que o tributo voltasse a vigorar no ano que vêm, exigiria do governo corte de despesas do PAC, que beneficia todos os Estados, e na área social. Ele também disse que em tais situações, o governo teria que lançar mão de aumento de impostos como IOF e o imposto de exportação para garantir o equilíbrio fiscal.

"Não gostaria de fazer isso, mas não deixaremos ocorrer um desequilíbrio fiscal e não queremos cortar programas sociais", observou. "Não é ameaça. Sou homem de entendimento e estou aqui para dialogar. Acredito que conseguiremos aprovar em tempo hábil", disse Mantega, que ressaltou confiar na sensibilidade do Senado para aprovar a prorrogação do tributo até 31 de dezembro.

Também presente na reunião, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, afirmou que o governo espera a aprovação até 20 de dezembro.

CCJ

Mantega tentou demonstrar tranqüilidade com o fato de a proposta ser relatada por uma parlamentar de oposição, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). No entanto, caso a relatora rejeite o projeto, o governo já tem um plano B.

Na saída da reunião, o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que deverá apresentar um substitutivo a favor da prorrogação da CPMF, caso a senadora apresente relatório contrário à matéria na CCJ.

Admitindo que o parecer dela será contrário, Mantega só cobrou agilidade na apresentação para que a matéria seja votada em tempo hábil.

Desonerações

Mantega reafirmou que o compromisso do governo é de promover desonerações tributárias, mas disse que isso tem que ocorrer de forma planejada. Segundo o ministro, isso já vem ocorrendo e o governo tem focado setores com maior impacto econômico. O ministro salientou que o governo enviará, nos próximos dias, a proposta de reforma tributária, que, segundo ele, poderá ser discutida junto com a desoneração tributária.

O ministro descartou que a medida provisória que antecipa recursos para os Estados tenha relação com as negociações da CPMF. Segundo ele, a medida teve por objetivo viabilizar a recepção de recursos do PAC pelos Estados, que estavam, em alguns casos, impossibilitados por alguns problemas legais de recebê-los.

A emenda que prorroga a CPMF até 2011 já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Agora, para que o governo possa continuar arrecadando a receita da contribuição (cerca de R$ 38 milhões por ano), é necessário que o Senado também aprove em dois turnos a emenda, cuja tramitação começa pela CCJ. A matéria chegou na quarta-feira à Casa.

Reação

As ameaças feitas na quarta por Mantega causaram irritação entre oposicionistas. "O Senado não recebe ameaças", reagiu o líder do DEM (ex-PFL) no Senado, senador José Agripino (RN), em declaração divulgada pelo programa Bom dia, Brasil, da TV Globo.

Mantega fez a declaração porque, se a prorrogação da CPMF não for aprovada antes do fim do ano, o governo perderá receita anual de R$ 38 bilhões a R$ 40 bilhões. "Eu acho que o ministro Mantega deve guardar as suas ameaças para aqueles que convivem com ele e respeitar a autonomia do Senado, que saberá, com autoridade, com responsabilidade, discutir o interesse do Brasil", acrescentou Agripino.

A senadora petista Ideli Salvatti (SC) afirmou que não considera a declaração de Mantega uma ameaça e fez campanha pela aprovação da emenda que renova a cobrança da CPMF. "É importante todos saberem: só paga CPMF quem tem conta bancária, quem movimenta dinheiro no banco."
Estadão online - 11.10.2007

E a oposição nada

Não é só a nível nacional que a oposição capenga. Veja o cenário político goiano. O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, continua parado, sem completar seu time de secretários e sem saber como pagar a dívida que assola o estado. O PMDB, que seria o principal partido de oposição, prefere muito mais encher o saco do senador Marconi Perillo a cobrar as promessas de Cidinho feitas nas eleições do ano passado. Lembro de Maguito Vilela (um neo-lulista que hoje desfruta de um cargo lá no Banco do Brasil) dizendo que iria cobrar as promessas de Cidinho. Até agora nada de cobranças e Cidinho segue no seu ritmo lento, quase parando.
Vamos para o cenário político goianiense. Faltam um pouco menos de 365 dias para as eleições municipais e o atual prefeito de Goiânia Íris Rezende não possui adversários para enfrenta-lo no ano que vem. O próprio PT que já foi crítico ferrenho do velho coronel peemedebista atualmente está em paz com ele. Ano passado mesmo surgiu o boato de que os petistas seriam vice na chapa para governador encabeçada pelo PMDB. Não me esqueço da tropa do PT dividindo caçamba de caminhonete com Maguito Vilela e Íris Rezende nas carreatas das eleições do ano passado.
Vemos que a oposição não apresenta um projeto alternativo, ou como diziam os petistas “um outro mundo possível”. O PSDB e o DEMO se calam quando Lula toma para si a herança bendita do governo anterior. O PMDB não faz nada quando Cidinho deixa de lado a dívida do estado. Já o PT goianiense é bem capaz de dividir caçamba de caminhonete com Íris Rezende outra vez. Enquanto eles enfiam a mão na merda a oposição nada.

E o São Paulo acomodou

Depois que conseguiu ampliar a vantagem para o Cruzeiro em 12 pontos o meu glorioso São Paulo acomodou. Quando a vantagem era de nove pontos o time de Muricy Ramalho dava um baile nos adversários. Foi só ampliar a vantagem para o meu time dar bobeira, começar a perder jogos. Tudo bem que perde de 1 x 0, mas qual a diferença? Perder de um, dois ou três gols significa derrota.
Faltam oito rodadas para acabar o Campeonato Brasileiro. Talvez até o final o São Paulo consiga retomar a seqüência de vitórias que já fazia parte da rotina de todo torcedor são-paulino. Ou então o time ficará acomodado assistindo o Cruzeiro lutando contra o Santos, o Palmeiras e o Grêmio por um lugar na Libertadores.

TSE decide se fidelidade vale para senadores

Felipe Recondo


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidirá hoje se senadores infiéis podem ser cassados. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o mandato de vereadores e deputados pertence ao partido, abrindo precedente para a abertura de processos de cassação. A decisão vale a partir de 27 de março. Hoje, o TSE julgará, a pedido do PRTB, se a punição é válida para cargos majoritários - além de senadores, prefeitos, governadores, presidente e vice.Para o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, os senadores infiéis devem ter o mesmo tratamento dos deputados ou o sistema político ficará “capenga”. Uma eventual decisão nesse sentido, no entanto, pode não valer para os cargos do Executivo. No seu voto, o relator do caso, Carlos Britto destaca: “Senadores e prefeitos, governadores e presidentes têm formas distintas de estar no partido.”No julgamento do STF, Britto foi favorável à punição dos deputados infiéis. Mas fez uma distinção entre os deputados, que se elegem pelo sistema proporcional, incluindo os votos dos partidos, e os senadores, que só dependem de si mesmos.“Pelo sistema majoritário, há um comprovante bem maior de individualidade, de prestígio pessoal. Tudo se resolve pelo escore eleitoral do jogo entre individualizados competidores que não podem se beneficiar do bom desempenho senão de si mesmos, de si próprios. Logo, não se pode falar nem em puxadores de voto, nem em caroneiros. É cada qual por si e não se fala mais nisso”, afirmou Britto. Ele frisou, porém, que não havia definição.O STF anistiou deputados que trocaram de legenda antes de 27 de março - quando o TSE declarou a fidelidade partidária. Se o critério permanecer, ficarão livres os senadores que mudaram de sigla até hoje, como Fernando Collor (PTB-AL), Roseana Sarney (PMDB-MA) e César Borges (PR-BA). Os deputados também têm salvaguardas - podem deixar o partido por perseguição ou descumprimento do programa.
Estado de São Paulo - 11.10.2007

Deputados lançam movimento para derrubar Renan

Christiane Samarco, Denise Madueño e Fausto Macedo

Decididos a tornar insustentável a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deputados de oito partidos lançaram ontem o movimento “fora, Renan”. A idéia é promover ações de impacto até que Renan se afaste do cargo ou tenha seu mandato cassado por conta dos quatro processos disciplinares a que responde no Senado. O grupo anunciou que trabalha para mobilizar a sociedade e fará manifestações semanais no Congresso, exigindo o afastamento.A mobilização já recebeu adesão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)que em nota exigiu a imediata renúncia de Renan da presidência do Senado “em nome da ética e em defesa da integridade moral da República”. Cezar Britto, presidente nacional da OAB, afirmou que a insistência de Renan em permanecer no cargo “é um despropósito e uma imoralidade”. Para a OAB, o gesto do senador “soa como deboche à cidadania”. Britto enfatizou que o Senado “não merece ser confundido com seu presidente”.“Toda semana teremos a quarta-feira da indignação, com atos da frente suprapartidária que pede o afastamento imediato do presidente do Senado”, disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Para caracterizar que o movimento é do Congresso, e não de uma das Casas apenas, ficou acertado que as manifestações serão realizadas no espaço comum da entrada principal, conhecido como chapelaria. A idéia do grupo é estabelecer um calendário de ações para pressionar Renan. A primeira atividade, marcada para quarta-feira, é o lançamento do “livro do tombo”, que registrará assinaturas de deputados, senadores, representantes de entidades da sociedade civil e cidadãos contrários à permanência de Renan. “Chegou o momento de ter atitude mais firme”, afirmou Chico Alencar, ao explicar que a ação do grupo pretende estimular a sociedade a retomar a pressão pelo “fora, Renan”. A agenda de protestos já prevê um abraço simbólico no Congresso. “Depois podemos fazer a apresentação de um coral que entoará ‘está chegando a hora’”, sugeriu o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ)Coube ao deputado tucano Vanderlei Macris (SP) a leitura do documento no qual serão recolhidas assinaturas. O texto pede a saída de Renan para garantir a isenção das investigações contra o presidente do Senado e preservar a instituição do desgaste político produzido pela crise. “Não admitiremos que ele presida a sessão do Congresso”, disse Macris. Pela Constituição, o presidente do Senado é quem preside as sessões do Congresso, quando Câmara e Senado se reúnem conjuntamente. A idéia do lançamento da frente surgiu em jantar, anteontem. Segundo o grupo, 52 deputados e 16 senadores integram a frente. Há parlamentares do PMDB, PSDB, PSOL, PSB, PV, PPS e DEM.
Estado de São Paulo - 11.10.2007

O ditadorzinho e suas estripulias

Renata Miranda


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, reafirmou na noite de terça-feira que usará a reforma constitucional para “desmontar progressivamente” o conceito da propriedade privada no país que, segundo ele, não tem lugar dentro de sua “revolução socialista do século 21”.A ameaça foi feita durante o lançamento de seu “comando de campanha” para o referendo de 2 de dezembro sobre a reforma constitucional. Esse comando se encarregará de organizar “batalhões de revolucionários” que sairão às ruas para explicar o funcionamento do referendo e motivar os eleitores a votarem. No referendo que aprovou a atual Constituição Bolivariana, de 1999, o índice de abstenção chegou a 56%.De acordo com Chávez, sua proposta de mudança de 33 artigos da Constituição garantirá “a socialização dos meios de produção, da propriedade pessoal, da familiar, a pequena propriedade privada e a pequena e média empresa”. O texto proposto, e que irá a referendo, prevê cinco tipos de propriedades: a social, pertencente ao povo e controlada pelo Estado; a coletiva, pertencente a grupos sociais ou comunitários, mas sob o controle do Estado; a mista, com participação do setor privado e do Estado, mas sob o controle deste; a pública, administrada pelo governo; e a privada, que poderá ser confiscada quando afetar os direitos de terceiros ou da sociedade.“Não queremos a empresa privada com o objetivo de acumular riqueza às custas da miséria dos demais e vamos desmontá-la progressivamente”, afirmou o presidente, sob um gigantesco painel no qual aparece sua foto com o braço esquerdo erguido e o punho cerrado. “Queremos uma empresa que trabalhe em função do socialismo e dos interesses sociais, produzindo aquilo que é necessário para satisfazer as necessidades da comunidade.” Para o cientista político venezuelano Alfredo Ramos Jiménez, diretor do Centro de Investigação de Política Comparada da Universidade dos Andes, em Mérida, as constantes ameaças do presidente fazem parte de uma estratégia do governo para desviar a atenção do público para outros problemas do país. “O debate que Chávez está promovendo é uma cortina de fumaça para ocultar o fracasso econômico que está sendo seu governo”, disse Ramos Jiménez ao Estado, por telefone. Segundo ele, o governo venezuelano não está sabendo aproveitar a atual “bonança” petrolífera - o país é o quinto exportador mundial de petróleo. Um exemplo disso, segundo Ramos Jiménez, é o aumento anunciado nos últimos dias dos impostos sobre bebidas e cigarros, programados para entrar em vigor semana que vem na Venezuela. “O governo necessita de recursos e usa esses impostos e o socialismo como desculpa”, acrescentou. Ramos Jiménez explica que a vontade de Chávez de acabar com a propriedade privada não é bem recebida nem na sua base política. “Muitos dos chavistas estão entre os ‘novos ricos’ da Venezuela e são contra essa atitude de Chávez.”Outro analista venezuelano, Alberto Garrido, autor de vários livros sobre o chavismo, diz que, com a reforma constitucional, o presidente venezuelano pretende uma transição menos brusca do capitalismo para o socialismo. “A Venezuela busca o socialismo, sem ser socialista, resume Garrido.

Estado de São Paulo - 11.10.2007

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

E os petistas aprovam o leilão

Os lulistas bolivarianos aplaudem o leilão das rodovias federais ocorrida ontem. Quem diria que essa gente faria isso. Quem diria que, um dia, eu leria o ex-guerrilheiro, o ex-ministro e o ex-deputado José Dirceu fazer elogios à venda das rodovias.
Lembro das vendas das estatais feitas pelo governo Fernando Henrique Cardoso. O próprio ex-guerrilheiro não queria nem saber das explicações do então governo. Era contra e ponto final. Agora que o “seu governo” vende as rodovias federais o capitão Dirceu tenta justificar o ato. Ele acredita que, um dia, as rodovias voltarão para as mãos do estado brasileiro. Sei, e eu sou o Bozo.
Vai ver foi o fantasma do governo FHC que colocou a faca no pescoço do governo para vender as rodovias.
Essa gente faz de tudo para justificar seus feitos. Opa, deixa eu ser justo: feitos nunca vistos na história destêpaiz.

Quem votou "sim" e quem votou "não" pela prorrogação da CPMF

Clique aqui e veja os deputados que votaram "sim" ou "não" pela prorrogação da CPMF

Mantega ameaça elevar impostos se a CPMF não passar

Adriana Fernandes - Agencia Estado
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou, nesta quarta-feira, 10, com a possibilidade de o governo ter que elevar a alíquota de outros tributos caso o Senado não aprove a tempo de entrar em vigor em 2008 a proposta de prorrogação da vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. "Provavelmente, eu vou ter, até, que criar outros tributos para compensar a CPMF, o que não é bom", disse Mantega, ao chegar ao ministério.
Aprovada na terça-feira, em segundo turno na Câmara, a prorrogação da CPMF agora precisa passar no Senado - também em dois turnos -, onde o governo conta com margem muito estreita de votos. Pior: em conversas reservadas, ministros avaliam que o clima de conflagração no Senado, causado pela insistência do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), em permanecer no cargo poderá prejudicar a votação.

Pela contabilidade do Palácio do Planalto, o governo conta com 51 votos no Senado, apenas dois a mais do que o necessário para esticar a validade do chamado imposto do cheque até 2011.

Questionado sobre os tributos que poderiam ser criados, ele esclareceu que, na realidade, estava falando de elevação de alíquotas de tributos já existentes. Segundo o ministro, o governo tem como aumentar a alíquota de alguns impostos sem a necessidade de alteração em leis pelo Congresso Nacional. Mantega citou especificamente o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto de Exportação. "Temos vários tributos que eu não gostaria de usar, porque são piores do que a CPMF", disse o ministro.

Ele afirmou que não há "Plano B" desenhado pelo governo para a eventualidade de não ser aprovada a tempo pelo Senado. "Não tem plano B. É aprova ou não aprova. Se não aprovar, o plano B será fazer cortes muito importantes, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dos recursos destinados aos Estados. Vamos ter que virar de ponta cabeça o Orçamento de 2008, com prejuízo para todos", afirmou Mantega.

Ele insistiu na avaliação de que, caso a CPMF não seja aprovada, isso terá repercussões negativas para os Estados dos senadores que votarão a proposta de emenda constitucional. "Vai repercutir nos Estados de cada senador que vai votar a emenda."

Mantega reiterou que o governo, em caso de não aprovação da CPMF, terá que rever o PAC nos Estados que tenham importantes obras viárias e de saneamento. "Acredito que haverá sensibilidade dos senadores", disse o ministro. Acrescentou que, mesmo neste momento de tensões no Senado Federal, os senadores continuarão votando as matérias importantes. "Acredito que não será necessário (aumentar impostos e fazer cortes no Orçamento e no PAC), porque confio no bom senso dos senadores, mesmo que haja esse problema no Senado", disse Mantega, em referência indireta à crise em torno do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, também afirmou nesta manhã que acredita na "racionalidade" do Senado para a aprovação da proposta de emenda da CPMF. "Acreditamos na racionalidade. No trato do tributo, temos que deixar um pouco a emoção e ver o que é bom para o Brasil", disse Rachid ao chegar ao Ministério da Fazenda.

"Passou na Câmara. Esperamos que a CPMF seja aprovada no Senado e dê tranqüilidade ao cidadão brasileiro para a manutenção dos projetos e ações sociais do governo". O secretário ressaltou que boa parte da receita da CPMF é destinada à saúde e a programas sociais. Ele não quis falar, por enquanto, sobre eventuais desonerações da CPMF. "Vamos aprovar a prorrogação, para pensar nessa questão mais adiante", disse.

Repartição no Estados

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), voltou a reclamar na terça-feira, em Uberlândia (MG), a repartição da CPMF com Estados e municípios. Sugeriu, porém, que a negociação de compartilhamento pode ser feita por meio de outros impostos - PIS e Cofins sobre saneamento, ou Cide.

"A Federação no Brasil vem se tornando uma expressão vazia numa folha de papel", disse Aécio, reiterando que pretende promover uma reunião em Brasília dos governadores dos Estados mais populosos - "independente de serem da base ou da oposição" - para discutir com o governo "a forma dessa aprovação" no Senado.

"Tenho levado de forma serena, mas firme, inclusive junto aos outros governadores de Estado, é que este é o momento de nós criarmos condições de uma sinalização mais efetiva, com distribuição mais justa de impostos a estados e municípios".
Estadão online - 10.10.2007