sábado, 10 de maio de 2008

Crimes eleitorais

Do Jornal Nacional

O governador de Goiás, Alcides Rodrigues Filho, e o senador Marconi Perillo são acusados de crimes eleitorais na campanha de 2006. A denúncia do procurador-geral da República foi publicada pela “Revista Época”.
A denúncia da Procuradoria Geral da República mostra esquema ilegal para transferir recursos da campanha do atual governador de Goiás, Alcides Rodrigues, do PP, para a campanha do senador Marconi Perillo, do PSDB, em 2006. Na denúncia publicada na edição desse fim de semana da “Revista Época”, Perillo e Rodrigues filho são acusados de formação de quadrilha, peculato, caixa dois, uso da máquina pública e utilização de notas frias e laranjas para fraudar a prestação de contas da campanha.
Segundo a revista, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça negociação entre uma funcionária do PSDB em Goiás, Waldete Faleiros, e o empresário Genaro Herculano, dono da Multicooper, para fornecimento de notas fiscais para justificar gastos que não foram feitos na campanha.
Ainda segundo a “Revista Época”, o procurador Antônio Fernando de Souza afirma que depois que as investigações começaram provas foram retiradas do comitê de campanha de Marconi Perillo, como mostram outras escutas telefônicas.
No diálogo Waldete Faleiros pergunta à Rodrigo, funcionário do comitê se ele conseguiu tirar da sala documentos e o computador. Rodrigo diz que foi pego de surpresa. No fim, Waldete pergunta se tudo foi levado pela Polícia Federal. Ele responde que sim. E ela exclama: “Ai meu Deus!”.
O procurador está convencido de que há provas de que tanto o senador Marconi Perillo quanto o governador de Goiás, Alcides Rodrigues Filho, sabiam de todo o esquema. A denúncia contra eles já está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Se for acolhida, eles passarão a ser réus em ação penal.
O advogado do senador Marconi Perillo, Antônio Carlos Castro, rebateu as acusações.
“Não há nenhuma irregularidade nas contas do senador Marconi. Infelizmente, não lhe foi dado direito de defesa. Mas tenho a convicção de que se ele tivesse sido ouvido não existiria a denúncias”, afirmou o advogado.
“As minhas contas de campanha foram rigorosamente examinadas pelo tribunal e todas elas foram aprovadas”, defendeu-se Alcides Rodrigues.

Estreamos perdendo

E o Grêmio ganhou do São Paulo. Fazer o quê. Ano passado começamos o Brasileirão mal e terminamos campeões. Não quero ser campeão do Brasileiro este ano. Quero a Libertadores! Quero o Mundial!

Voltou

Como viram, a Folha online voltou ao normal. Ainda bem.

Envolvidos em vazamento de dossiê devem depor na CPI

Por Andrezza Matais, Fernanda Odilla e Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

O secretário de controle externo da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), podem ser convocados a depor na CPI dos Cartões. Aparecido é apontado pela Polícia Federal como o responsável pelo vazamento do dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e familiares. Fernandes recebeu o e-mail com o dossiê e o repassou para o senador. O secretário disse a interlocutores que gostaria de depor porque seria obrigado a fazer um juramento para dizer a verdade. Ele tem recebido apoio de subordinados que se dizem indignados com a situação e ameaçam se rebelar caso ele seja responsabilizado pelo dossiê. José Aparecido tem dito que preservará os dois servidores que cedeu para ajudar na montagem do "banco de dados". Os nomes não foram divulgados, mas se sabe que são técnicos de carreira. Por orientação da Casa Civil, ninguém comenta o assunto publicamente. A base aliada, que tem maioria na CPI, está dividida com relação às convocações. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), é um dos que discordam. "A CPI deve aguardar a PF dizer quem é o responsável [pelo dossiê] e depois convocar. Ela não pode levianamente imputar a alguém o que não está colocado ainda." O relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), também defende que se aguarde a conclusão da perícia que, segundo ele, irá mostrar se o documento divulgado pela imprensa foi adulterado. "É preciso esclarecer se ele [Aparecido] manipulou ou não esses dados", disse. A orientação até lá é poupar José Aparecido. "Quem repassou [o dossiê para a imprensa] não foi o Aparecido, mas o gabinete do senador. O servidor pode ter quebrado a confiança, não dá para ter pessoas na Casa Civil que repassem informações à oposição", afirmou Jucá. Partiu do senador petista João Pedro (AM), porém, o requerimento de convocação do assessor de Álvaro Dias que teria recebido o dossiê de José Aparecido por e-mail. "Sou a favor da convocação dos dois [André e Aparecido]", disse. "Será irresponsabilidade da base se não aprovar os dois requerimentos", disse o deputado Carlos Willian (PTC-MG). A Folha apurou que eles devem ser convencidos a recuar. A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que encerrara a fase de discussão da CPI, convocou reunião terça para votar requerimentos e ouvir o reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes, que gastou R$ 85.508,62 com cartão. Em ato do PAC em Lauro de Freitas (BA), o presidente Lula elogiou depoimento da ministra Dilma Rousseff. "Quem fala a verdade conversa até com o diabo sem medo e sai de cabeça erguida e ainda vai contar para Deus que derrotou o diabo."

Paulinho e seu advogado se contradizem sobre depósito

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, entrou ontem em contradição com seu advogado, Antonio Rosella, ao explicar um depósito de R$ 37,5 mil feito pelo consultor da Força Sindical João Pedro de Moura, preso pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, na conta da organização não-governamental Meu Guri, presidida pela mulher do deputado, a também sindicalista Elza de Fátima Costa Pereira.Em entrevista coletiva, o parlamentar reconheceu que Moura é consultor da direção estadual da Força Sindical de São Paulo, por meio de contrato com uma empresa cujo nome ele disse não saber.Paulinho, Elza, Rosella e o sindicalista Eleno José Pereira, do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, convocaram ontem uma entrevista coletiva na sede do Meu Guri, na região serrana de Mairiporã (35 km de São Paulo). O projeto atende cerca de 40 crianças e adolescentes. Elza anunciou que, por meio de um ofício a ser enviado à 2ª Vara Federal, abrirá mão do sigilo bancário da entidade.O depósito de Moura para a ONG foi feito no último dia 1º de abril e descoberto pela Polícia Federal durante a operação de busca e apreensão realizada no último dia 24.Segundo a versão apresentada à imprensa pelo advogado do parlamentar, Antônio Rosella, Moura assinou em 2004 uma procuração pela qual concedeu a Elza o direito de vender um apartamento pertencente a ele no Jardim Aclimação, avaliado em R$ 100 mil. Moura, segundo Rosella, queria que o valor da venda fosse revertido para a ONG. Entre 2004 e 2008, o apartamento não foi vendido e acabou gerando dívidas de R$ 37 mil com impostos e taxas de condomínio.Quando o advogado falava, Paulinho o interrompeu: "Os [R$] 37 mil, tem que ficar claro, foirampara pagar as dívidas do apartamento". Mais à frente, o parlamentar insistiu: "Até porque a dívida ficou com o Meu Guri. Não é justo que a gente tire dinheiro das crianças. É que a dívida é nossa. A dívida ficou com o projeto".Na versão do parlamentar, Moura teria feito um pagamento para a ONG com o fim exclusivo de pagar uma dívida. Mas a defesa apresentada pelo advogado é que o dinheiro ficou na conta do projeto, tratando-se de uma doação direta, sem relação com as dívidas.O advogado corrigiu pelo menos duas vezes o deputado, ao afirmar que, na verdade, as dívidas do apartamento não foram pagas pelo Meu Guri.Indagado por um jornalista se Moura fez uma doação à ONG, Paulinho antecipou-se: "Não doou". Em seguida seu advogado corrigiu: "Doou. Veja bem. O apartamento (...) teve uma dívida de IPTU, de condomínio. Então ele [Moura] depositou R$ 37 mil na conta do Meu Guri. Foi desfeita a doação". Mais à frente, disse que "o Meu Guri não está pagando nada. A doação do imóvel se transformou numa doação em dinheiro".O parlamentar passou a afirmar que "o dinheiro está na conta [da ONG] e, para tirar todas as dúvidas, a Elza está quebrando o sigilo bancário" da entidade. As dívidas do imóvel não foram pagas pela ONG. "Isso é problema dele [Moura]", disse Rosella.

Mais um aloprado

Editorial da Folha de São Paulo

CADA FATO novo a respeito do dossiê sobre gastos palacianos do então presidente Fernando Henrique Cardoso impõe ao governo Lula um constrangimento. É obrigado a descartar a explicação anterior e adotar uma outra, para dar conta dos detalhes que teimam em desviar-se da versão oficial.Escaldado, o governismo tentou inverter a ordem dos fatores no episódio mais recente. Mudou a explicação antes, horas antes, da eclosão do fato novo. Em depoimento no Senado na quarta, a ministra Dilma Rousseff citou um papel -assinado pelo general Jorge Felix, do Gabinete de Segurança Institucional- atestando que os gastos de FHC haviam deixado de ser sigilosos, por decurso de prazo, em 2007.O governo que passou semanas dizendo que crime não era fazer dossiê -ou "banco de dados", como insiste em dizer-, mas sim dar publicidade a esses dados, de repente abandonou o argumento. Por quê? Porque na quinta-feira apareceu Aparecido: José Aparecido Pires, o funcionário apontado pela sindicância interna da Casa Civil e pela Polícia Federal como autor do vazamento.Com o controle do Gabinete de Segurança Institucional, da Polícia Federal e da sindicância na Casa Civil, o governo elabora a versão que lhe parece mais conveniente. Não se preocupa com a credibilidade da apuração, visto que todas as explicações soam como farsa. Deseja produzir uma saída que lhe cause menos dano.Tal saída está desenhada: afasta-se o subalterno que enviou a planilha com o dossiê para um auxiliar do senador tucano Alvaro Dias, mas se evita que o funcionário "vazador" responda a inquérito policial, no qual poderia entregar gente graúda.Tudo termina na desculpa esfarrapada para desmandos que já celebrizou a gestão Lula. Aloprados de escalões inferiores agem por conta própria, sem que seus chefes tomem conhecimento.

Começa hoje

Hoje começa o Campeonato Brasileiro de 2008. Vamos São Paulo! Vamos São Paulo! Vamos ser campeão! São Paulo rumo ao hexa.

Problemas técnicos

O site da Folha falhou. Tentei diversas vezes acessar a edição de hoje do jornal para postar algumas matérias aqui e nada do site abrir. Fala que a UOL está com problemas técnicos. Xiiiiiii...

Os óculos de Marconi

Marconi Perillo e Alcides Rodrigues foram denunciados no STF por crime eleitoral. Mas leio na coluna de Ulisses Aesse do Diário da Manhã que Marconi está de visual novo. O senador agora está de óculos. Vai ver é por isso que nenhum jornal goiano denuncia político daqui. É preciso a Folha de São Paulo e a revista Época da o furo. Enquanto uns louvam o visual de Marconi outros mostram que ele e Cidinho foram denunciados no STF por crime eleitoral. Se quisermos saber os podres dos políticos goianos é só ler os jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro porque aqui só se encontra puxa-saco de governo.

"Desceu quadrado" por Roberto Pompeu de Toledo

No projeto do governo que pretende restringir a publicidade de cerveja na televisão embutia-se um confronto entre o progresso e o atraso, a civilização e a barbárie, o interesse público e os interesses privados. Encaminhado ao Congresso em regime de urgência, estava na semana passada na iminência de ser posto em votação quando um acordo entre as lideranças partidárias, ao retirar-lhe a urgência, remeteu-o para as calendas gregas. Venceram o atraso, a barbárie e os interesses privados. Nos vídeos brasileiros a cerveja continuará jorrando, generosa e farta, em mensagens que identificam seu consumo à alegria, à jovialidade, ao sucesso, à beleza e às mulheres de biquíni.
O projeto visava a corrigir uma anomalia criada pela lei de 1996 que proibiu o anúncio de bebidas alcoólicas antes das 21 horas. A cerveja ficara de fora sob a justificativa de ter teor alcoólico menor. Não é preciso ser um profissional da saúde para concluir que o que importa não é o teor alcoólico, mas a quantidade de bebida ingerida. Falou mais forte, no entanto, o lobby da cerveja, representado pela coligação que reúne fabricantes, agências de publicidade e emissoras de televisão. Essa mesma coligação venceu outra vez na semana passada. Num Congresso coalhado de proprietários de emissoras de TV (eta, Brasil!), encontrou amparo amigo em deputados como o líder do PMDB, Henrique Alves (de uma família dona de concessões no Rio Grande do Norte), e Antonio Carlos Magalhães Neto (idem na Bahia).
O combate ao abuso do álcool é uma das principais bandeiras do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Uma de suas iniciativas foi a tentativa de proibir a venda de bebidas nos bares e restaurantes à beira das estradas. Venceu apenas pela metade, pois no Congresso abriu-se uma exceção para bares e restaurantes situados em áreas urbanas. A tentativa de fazer com que a publicidade de cerveja não se espraiasse tão à vontade, lotando os intervalos do futebol, nos fins de semana, ou se imiscuindo nos noticiários e nas novelas, nos horários de maior audiência, era outra de suas prioridades. O argumento do ministro é a saúde pública. Este é o país dos 35 000 mortos por ano em acidentes de automóvel, em grande parte causados por embriaguez do motorista. É também o país dos assassinatos fúteis no bar e da violência doméstica, para os quais o álcool dá contribuição decisiva.
Nas últimas semanas o lobby da cerveja se fez presente em anúncios nos jornais e na TV. O anúncio da TV começava com uma falsidade ("Querem proibir a publicidade de cerveja", dizia, quando na verdade se tratava de restringir sua veiculação) e avançava pela argumentação de que a publicidade nada tem a ver com a embriaguez dos motoristas ou a violência dos bêbados. No mundo angélico assim descrito, ninguém bebe porque viu anúncio da bebida. Ou seja: a publicidade não provoca efeitos. É um mero exercício platônico, inócuo como comprimido de farinha. O golpe de graça estava guardado para o grand finale, quando, em defesa da publicidade da cerveja, invocava-se a liberdade de expressão. Nada menos do que o nobre conceito, flor do Iluminismo, da liberdade de expressão – como se pairasse a ameaça de censura a algum evento ou se tramasse a repressão a alguma corrente de opinião.
Num anúncio nos jornais, em que também se insistia na tônica da inocuidade da publicidade – pintada como tão responsável pelos bêbados quanto os abridores de garrafa (!) –, o que estaria em jogo seria "o direito sagrado" de "se informar e formar a sua opinião". Como se os anúncios de cerveja tivessem algo a informar além da preferência do Zeca Pagodinho, e como se à vista deles se pudesse formar opinião mais complexa do que escolher o mais revelador entre os biquínis das moças.
Os anúncios foram elaborados pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Entidades da classe ou lideranças publicitárias também se opuseram, um ano e meio atrás (e também invocando o santo nome da liberdade de expressão em vão), à lei que proibiu os outdoors em São Paulo. Foi a melhor coisa que aconteceu na paisagem da cidade em muitos anos e conta com amplo apoio da população. Com a manobra da semana passada os anúncios de cerveja sem restrição de horário ganharam uma sobrevida talvez de anos. Mas é inevitável que um dia não mais se apresentarão sem freios. Fazem parte da consciência do nosso tempo as idéias de que não se deve estimular o consumo de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas, especialmente junto às crianças e aos jovens, e de que a publicidade na TV é um dos mais poderosos estímulos, especialmente junto às crianças e aos jovens.
Há alguns anos também os anúncios de cigarro campeavam soltos. Fumava-se nos programas e os estúdios ficavam cheios de fumaça. Anúncios de cigarro, que costumavam ser tão glamourosos como são hoje os de cerveja, ou apresentadores puxando suas tragadas no ar hoje soariam chocantes. Não está longe o dia em que também os anúncios de cerveja soarão chocantes.

"As escravas das Farc" por Diogo Mainardi

Rocco Cotroneo, correspondente do Corriere della Sera na América Latina, fez uma reportagem sobre uma escrava sexual das Farc. Aos 11 anos, ela foi arregimentada pelos terroristas colombianos para montar minas. Essa tarefa costuma ser desempenhada por crianças para evitar o risco de perder um terrorista num acidente. Aos 12 anos, ela se tornou escrava sexual de um alto comandante das Farc, um dos mais procurados do país. Ele tinha 45 anos. Algum tempo depois, ela engravidou. É comum que as escravas sexuais das Farc – as "ratas" – tenham de abortar com pontapés na barriga. Como ela pertencia a um dos chefes do bando, conseguiu ter o filho, que lhe foi tomado aos 2 meses de idade e entregue a um parente. Ela fugiu do acampamento terrorista e foi acolhida num instituto do governo, onde Rocco Cotroneo a encontrou.
O assessor especial de Lula, Marco Aurélio Garcia, já garantiu a "neutralidade" do Brasil na guerra contra as Farc. Quando lhe perguntaram se seu grupo tinha simpatia pelos terroristas, ele respondeu simplesmente: "Nem simpatia, nem antipatia". No caso das ratas, é como manter uma postura de neutralidade diante de Josef Fritzl, o austríaco que prendeu a própria filha por mais de vinte anos, servindo-se dela como sua escrava sexual. Josef Fritzl? Nem simpatia, nem antipatia.
O general Augusto Heleno Pereira advertiu que os traficantes de drogas ligados às Farc representam o maior perigo para a Amazônia. A seguir, ele disparou contra a reserva indígena Raposa Serra do Sol, que pode facilitar a entrada de traficantes de drogas no Brasil. O general Augusto Heleno Pereira se recusa a admitir que 19.000 índios precisem de uma área daquele tamanho. Eu me recuso a admitir que, podendo dispor de uma área daquele tamanho, os índios continuem a morar em choupanas comunitárias junto com suas sogras.
Na última terça-feira, um plantador de arroz foi preso na reserva Raposa Serra do Sol. De acordo com o ministro Tarso Genro, ele tomou posse de "terras indígenas". A rigor, até Ipanema é terra indígena. Todos os dias eu olho pela janela e penso alegremente: isto aqui é uma aldeia macuxi. É tolice tentar separar os índios do resto dos brasileiros. Nós somos todos iguais. Eles fazem o que a gente faz: derrubam a mata e tacam fogo nela. Eles gostam do que a gente gosta: bebida fermentada. Eles acreditam no que a gente acredita: que o subsolo é habitado por Wanabaricon, seres de pequena estatura que plantam, pescam e constroem aldeias. Quando o índio Serenkato foi gravar um CD, o que ele fez? Arranjou um patrocínio público, igualzinho aos nossos artistas. Duvido que a música de Serenkato seja pior do que a de Caetano Veloso, que também arranjou um patrocínio público para seu próximo espetáculo.
Os traficantes de drogas assassinos e pedófilos tomaram conta da floresta. Todos os dias eu olho pela janela e penso alegremente: aquele ali é um deles?

PF tem planilha que inclui Paulinho em divisão de propina

Por Fausto Macedo
no Estado de São Paulo

Um rascunho em folha de papel sulfite indica o destino que teria sido dado a R$ 2,6 milhões - parte do dinheiro desviado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo grupo desarticulado pela Operação Santa Tereza da Polícia Federal.A planilha, juntada aos autos do inquérito policial que investiga lobistas, empresários, advogados e servidores públicos, indica o nome Paulinho como o destinatário de R$ 216 mil. Paulinho é "possivelmente" o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, afirma a PF em relatório de investigação que enviou à Justiça Federal.O papel que reforça a suspeita de ligação do parlamentar com o suposto esquema de fraudes com recursos do BNDES foi encontrado na manhã de 24 de abril - quando a Operação Santa Tereza foi deflagrada -, em uma sala da Progus Consultoria e Assessoria, situada à Alameda Santos, Jardins, em São Paulo.A Progus pertence ao empresário Marcos Vieira Mantovani, apontado pela Procuradoria da República como o consultor da organização criminosa e parceiro de João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor de Paulinho. Mantovani e Moura estão presos em caráter preventivo na Custódia da PF. Eles não prestaram depoimento no inquérito, sob a proteção do direito constitucional de só falar em juízo.Os investigadores da Polícia Federal consideram indiscutível que o manuscrito, datado de 21 de janeiro, foi elaborado por Mantovani - eles compararam sua letra lançada em outros documentos recolhidos na Progus e concluíram que a caligrafia é a mesma. A planilha Progus é mais um avanço da PF na direção de Paulinho da Força.O documento teve peso fundamental no requerimento da Procuradoria da República ao Supremo Tribunal Federal para abertura de investigação sobre o parlamentar, citado em escutas telefônicas da quadrilha como suposto beneficiário de propinas. Na semana passada, acolhendo requerimento da procuradoria, o juiz federal Marcio Ferro Catapani enviou os autos ao STF.
TRÁFICO
A Operação Santa Tereza nasceu para combater o tráfico de mulheres a partir da boate WE, prostíbulo paulistano freqüentado por empresários, policiais e políticos. Seu proprietário, Manuel Bastos, o Maneco, está foragido. Alvos da escuta federal, Maneco e seus parceiros acabaram revelando detalhes sobre outra atividade ilícita, a que envolve desvios de recursos do BNDES.A PF começou a investigar essa etapa do esquema em dezembro. Descobriu que a quadrilha infiltrou agentes no banco estatal e em administrações municipais. Também constatou que a cúpula da organização mantém laços estreitos com a Força Sindical e com o PDT.Além de Paulinho, presidente estadual do partido, é mencionado nos grampos José Gaspar, vice-presidente do PDT.A PF avalia ter provas cabais de fraudes em pelo menos três contratos de financiamento do BNDES com a Prefeitura de Praia Grande e as Lojas Marisa, que somam quase R$ 400 milhões.Segundo a PF, a administração Alberto Mourão (PSDB), de Praia Grande, obteve financiamento de R$ 130 milhões no BNDES. A empreiteira Termaq Terraplenagem Construção Civil e Escavações Ltda. foi contratada para obras naquele município com o dinheiro do banco estatal. Os desvios eram cobertos por notas fiscais frias emitidas pela Progus.Os investigadores suspeitam que as fraudes no BNDES foram viabilizadas a partir da atuação do lobista João Pedro de Moura. Ex-conselheiro do BNDES, cargo que ocupou por indicação da Força Sindical durante 5 anos, até agosto de 2007, Moura ainda circulava pelos corredores da instituição e também pelos gabinetes de administrações municipais interessadas em captar verbas públicas para obras que nem sempre saíam do papel.O lobista foi substituído no BNDES pelo advogado Ricardo Tosto, também citado nas investigações da Polícia Federal. A Procuradoria da República denunciou 13 acusados e pediu a prisão preventiva da organização. Apenas quatro suspeitos estão presos.Antonio Rosella, advogado de Paulinho, repeliu a suspeita da PF sobre o deputado. "É interpretação de um terceiro, quem interpretou deve estar interpretando porque quer interpretar o que quer", disse Rosella. "Então, interpretou o que ele quis. Só que não é verdade."Para o advogado, insinuar que Paulinho recebeu propina "é uma loucura, um absurdo". Rosella acentuou que não conhece o documento apreendido pela PF, do qual consta o nome Paulinho. "Não conheço a origem, não posso responder por algo que não é verdade."

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A Tartaruga Cid

ÉPOCA procurou a assessoria e os advogados do governador Rodrigues, mas não obteve comentários sobre a denúncia até a noite desta quinta. Assim termina a reportagem da revista Época que fala que Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, e Marconi Perillo estão sendo acusados de crime eleitoral. Cidinho, como sempre, demora, demora, demora. É a Tartaruga Cid. Enquanto Marconi fala o que todo acusado fala (“estou tranqüilo”, “não fiz nada”) Cidinho fica calado. É o verdadeiro Picolé de Chuchu. É a Tartaruga Cid.

Kakay... Já ouvi este nome em algum lugar

Estava lendo a reportagem da revista Época sobre a acusação que pesa nas costas de Alcides Rodrigues e Marconi Perillo e vi que o advogado do senador é Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay. Eu sabia que tinha ouvido falar deste nome em algum lugar. Kakay... Kakay... Kakay... Dei uma “googlada” e descobri que Kakay é advogado e muito conhecido no meio político. É petista e grande amigo de José Dirceu. Mesmo com a estrela vermelha no peito já defendeu o finado Antônio Carlos Magalhães, Roseane Sarney, enfim, só a nata política brasileira. E Kakay defende Marconi Perillo. Interessante. Na minha “googlada” achei um texto que a revista Veja publicou no dia 8 de setembro de 2004 e que reproduzo logo abaixo:

Em Brasília, quando a casa cai, o negócio é chamar o Kakay. É assim, com esse apelido que soa como nome de passarinho polinésio, que é conhecido o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Sócio do restaurante Piantella, freqüentado por personalidades dos três poderes, Kakay é petista e amigo do ministro José Dirceu, com quem passou as últimas férias em Cuba. Rico, ele não deixa que a ideologia atrapalhe os negócios e tem tanto sucesso atuando nos tribunais superiores que já mereceu o título de "resolvedor-geral da República". Ao longo de sua carreira, Kakay, 46 anos bem conservados em ternos caros que ele veste com uma elegância típica, advogou algumas vezes para o PT, sua legenda de coração, mas também defendeu figurões do PFL, como Roseana Sarney, empreiteiras como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, e acusados de corrupção como o banqueiro Salvatore Cacciola e a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello. Ele próprio não se considera brilhante. É o primeiro a dizer que é "apenas um advogado competente". Colegas e clientes concordam com os dois julgamentos.
Formado pela Universidade de Brasília, Kakay não tem mestrado, doutorado nem artigos acadêmicos publicados. Em compensação, teceu uma rede de relações sociais e profissionais com os nomes que contam na República. Ciente do valor das boas amizades, cultiva-as com afinco. Diz que jamais cobra honorários de amigos. Prefere sua gratidão. O senador Antonio Carlos Magalhães está entre as pessoas atendidas por ele. "Eu me sinto em dívida com o Kakay", diz. O advogado, conta ACM, orientou-o quando, há três anos, foi acusado de violar o painel de votação do Senado.
O sucesso de Kakay fez brotar uma série de explicações para seu desempenho jurídico. Ele desgosta, particularmente, de quem diz que sua qualidade profissional é saber usar o recurso do "embargo auricular" – uma espécie de dispositivo jurídico ausente dos manuais de direito, mas de grande eficácia. Em resumo, a popular "conversa ao pé do ouvido". Um ex-figurão do governo FHC é quem mais usa a expressão para definir o advogado Almeida Castro. Com uma idade em que a maioria de seus pares ainda luta para se estabelecer entre os melhores, Kakay já produziu feitos notáveis. O mais recente foi ter conseguido receber 16 milhões de reais da Caixa Econômica Federal como pagamento por uma causa em que não atuou oficialmente, uma pendenga judicial que já durava 25 anos.
O caso é complexo, mas pode ser resumido como se segue. A Funcef, fundo de previdência dos funcionários da instituição, alegava que a Caixa lhe devia 3,6 bilhões de reais. Em dezembro de 2002, ainda sob o governo Fernando Henrique Cardoso, o banco ofereceu à Funcef um acordo mediante o qual propunha a redução da dívida para 2,7 bilhões e pagamento à vista. Em abril de 2003, já com o PT na direção da Caixa e na presidência da Funcef, o acordo foi homologado sob protesto de funcionários. Embora os membros do conselho deliberativo da Funcef eleitos pelos funcionários tenham rejeitado o acordo, o voto de Minerva foi de seu presidente, indicado pelo banco. "A homologação judicial foi feita sem as consultas de praxe e aconteceu em tempo recorde", reclama o advogado Eymard Loguércio, um dos representantes dos funcionários.
Mais inusitado do que a celeridade com que se resolveu uma briga de mais de duas décadas foi o que ocorreu em seguida. O advogado da Caixa, José Augusto Alckmin, recebeu, a título de honorários pelo acordo, uma bolada de 32 milhões de reais – e deu metade a Kakay. Oficialmente, ele nada teve a ver com o processo e seu nome não consta dos autos. O que o levou a merecer os 16 milhões? Ele diz que foi convidado em 1997 pelo então presidente da Caixa, Sérgio Cutolo, para assumir o caso. Como não é especialista em direito administrativo, indicou o colega Alckmin, que, por gratidão, resolveu dividir o dinheiro com ele. "Eu e Alckmin somos sócios informais. Temos um trato – nos casos que eu indico, dividimos os honorários", explica o advogado. Cutolo diz não se lembrar de ter convidado Kakay para assumir a ação da Funcef. "Posso até tê-lo consultado, mas não o convidei", afirma Cutolo.
Kakay se define como "meio boêmio" e diz que as pessoas perdoam tudo, "menos a felicidade dos outros". Gosta de beber bons vinhos e de presentear os amigos com rótulos famosos. No Natal passado, ele deu a José Dirceu uma garrafa de Almaviva, um tinto poderoso feito pela vinícola chilena Concha y Toro em colaboração com a casa francesa Rothschild e que custa cerca de 400 reais a garrafa. Nascido em Patos de Minas, de onde saiu aos 19 anos, ele é casado pela terceira vez e tem dois filhos. Com pendor para a poesia e generoso, levou recentemente os parentes para passar as férias em Paris. Além da casa de 1.100 metros quadrados que está construindo à beira do Lago Sul, tem outra, no mesmo bairro, e um apartamento na Asa Sul. Ultimamente tem presenteado a si próprio. Deu-se uma lancha e um Mercedes preto – provas do sucesso de um advogado que, em passado não tão remoto, comparecia às audiências de terno jeans. Kakay gosta de lembrar alguns episódios desse período. Diz sempre que começou a carreira ajudando a reabrir casos como o do deputado federal Rubens Paiva, desaparecido no regime militar – embora a viúva de Paiva, Eunice, garanta nunca ter ouvido falar dele. "Tem sempre um advogado querendo explorar a memória do meu marido", diz Eunice.
Kakay é devotado aos amigos. Recentemente, fechou o restaurante Parigi, em São Paulo, para João Carlos Di Genio, dono do Colégio Objetivo, e toda a sua comitiva. Em março, espera-se uma festa de arromba para a inauguração da nova casa do Lago, que, graças à moderna Ponte Juscelino Kubitschek, está a cinco minutos do Palácio do Planalto – que ele diz não freqüentar há seis meses.

E a imprensa goiana...

Primeiro foi a Folha de São Paulo que mostrou que o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, seria investigado pela Polícia Federal por conta da sua relação com um lobista da Gautama, aquela empresa que foi o centro das investigações da PF na Operação Navalha. Agora é a revista Época que mostra que o procurador-geral da República Antônio Fernando Souza denunciou Cidinho e Marconi Perillo no Supremo Tribunal Federal por crime eleitoral durante a campanha de 2006. A imprensa goiana? Só repercutiu o que o jornal e a revista publicaram. Não foi nenhum jornal goiano que deu a notícia. Teve que ser a imprensa paulista e carioca. Mais uma prova de que o jornalismo aqui em Goiás tem que beijar a mão de Cidinho e Marconi.

MP denuncia Perillo e Alcides por caixa dois

Por Matheus Leitão e Rodrigo Rangel
na revista Época

Até quinze dias atrás, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) (à direita) e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues Filho (PP), formavam uma dupla de sucesso no mundo político. Depois de governar o estado por dois mandatos, acabando com o domínio do PMDB local, Perillo elegeu-se senador, em outubro de 2006, com 75% dos votos, e ainda transformou seu vice, o então desconhecido Alcides Filho, o “Cidinho”, em seu sucessor no governo. Na manhã de 28 de março, o Ministério Público Federal finalizou uma denúncia devastadora contra os dois. Num processo que tramita em segredo de Justiça, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, denunciou os políticos ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, caixa dois, uso da máquina pública e utilização de notas frias e laranjas para fraudar a eleição de 2006. Se for aceita pelo plenário do STF, a denúncia vai desafinar o sucesso da dupla goiana.
No documento de 16 páginas, ao qual ÉPOCA teve acesso com exclusividade, o procurador-geral descreve uma investigação da Polícia Federal que produziu cinco CDs com escutas telefônicas de uma dezena de pessoas, relacionadas em seis volumes. A denúncia foi distribuída ao ministro Ricardo Lewandowsky, que será o relator no plenário do STF. Por meio das escutas, a Polícia Federal detectou um esquema para transferir recursos da campanha de Cidinho para a de Perillo, e depois tentar encobrir essa manobra ilegal por meio de notas frias. As acusações mais graves são contra Perillo, suspeito de ter voado durante a campanha em aviões do governo do estado e ter utilizado policiais militares como seguranças pessoais. Por isso, o senador é acusado do crime de peculato (apropriação ilegal de recursos públicos), com pena de até 12 anos de prisão.
“O senador Marconi Perillo e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues, foram os mentores e principais beneficiários de um esquema de captação ilícita de recursos, utilização de notas frias, pagamentos de despesa de campanha por meio de 'laranjas' e outras fraudes eleitorais”, escreveu o procurador-geral Antonio Fernando. O advogado de Perillo, Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, diz que o procurador errou ao basear a denúncia nas escutas telefônicas sem ter ouvido antes os dois políticos. “Só lamento que eu não tenha sido ouvido pelo Ministério Público, porque já teria esclarecido o que fosse necessário”, afirmou Marconi Perillo, por meio de sua assessoria. “Estou absolutamente tranqüilo porque chequei, rechequei e fui muito exigente com a minha prestação de contas”, disse o senador. De acordo com a defesa, Perillo utilizou apenas aviões particulares na campanha. ÉPOCA procurou a assessoria e os advogados do governador Rodrigues, mas não obteve comentários sobre a denúncia até a noite desta quinta.

Já começou

Escrevi ontem assim que saiu a reportagem no Jornal Nacional e no site Folha online sobre a origem do dossiê com os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso:

O senador Álvaro Dias que se cuide. Os lulistas bolivarianos pegarão no pé dele. Tudo para tentar livrar a Casa Civil e sua chefe Mãe Dilma do dossiê anti-FHC.

Pois é. Eis que leio na Folha online que o relator da CPI dos Cartões Corporativos o deputado petista Luiz Sérgio está acusando o senador tucano Álvaro Dias de ser o responsável pela montagem do dossiê. Seria Dias o tucano infiltrado no Palácio do Planalto como afirmaram os petralhas dias depois da denúncia do dossiê? Mais uma vez os petralhas vão tentar desviar o foco. Foi assim com o outro dossiê produzido por eles, aquele contendo fotos de José Serra entregando ambulâncias ao lado de pessoas denunciadas pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal. O lulismo bolivariano usou o acidente com o Boing da Gol, ocorrido dias antes do primeiro turno das eleições de 2006, para desviar o foco dos aloprados.
Mais uma vez eu falo: Álvaro Dias que se cuide porque os petralhas vão correr atrás dele. Tudo para livrar a cara de Mãe Dilma e afastar o dossiê de Lula. Aliás, que burrice do Álvaro Dias. Ao invés de pegar os gastos de Lula pega os de FHC.

Eu já sabia

Vejam no arquivo do blog. Desde o começo que eu critico a reforma administrativa do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Sempre escrevi aqui que a reforma não seria de nada. Algumas marcontes me descobriram e escreveram algumas coisas que estão por aí, perdidas pelo blog. Eu escrevi que os cargos seriam mantidos, no máximo remanejados. E não é que eu estava certo? Não vai haver demissões. Os cargos serão mantidos. A tal reforma vai cortar as gratificações da chefia. Ora, vocês acham que Cidinho demitiria afilhado de algum político justamente em ano eleitoral? Esta reforma não é de nada. É só a constatação da furada que foi o Tempo Novo.

Casa Civil culpa homem de Dirceu por vazamento

Por Vannildo Menezes e Vera Rosa
no Estado de São Paulo

A Polícia Federal vai intimar o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, a explicar por que promoveu o vazamento do dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante sua gestão. O delegado Sérgio Menezes, encarregado do inquérito, disse que a sindicância da Casa Civil concluiu que Aparecido é o autor do vazamento. O inquérito da PF, embora ainda não tenha terminado, guarda simetria com as conclusões da Casa Civil.O Estado apurou que provas ligando Aparecido a um funcionário do gabinete do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) já haviam sido recolhidas pelos auditores há vários dias. Mas o Planalto não queria tornar a auditoria pública antes do depoimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Dilma falou aos senadores anteontem.Uma troca de e-mails entre José Aparecido e André Eduardo da Silva Fernandes, funcionário do gabinete de Dias, nos dias 19 e 20 de fevereiro, foi a chave para rastrear o caminho do dossiê. Os e-mails tinham sido deletados, mas foram recuperados pelo Instituto da Tecnologia da Informação (ITI), órgão da Presidência da República que atuou na investigação a pedido da comissão de sindicância criada pela Casa Civil.O ITI constatou que, na última mensagem, Aparecido mandou em anexo uma planilha com 28 páginas, com gastos da Presidência da República, confirmando assim a existência do dossiê. No dia 19, Aparecido sugere a Fernandes um almoço. No dia seguinte de manhã, o assessor de Dias diz que vai telefonar "na quinta". Às 10h46, o secretário responde: "André, leia o texto." Segundo o ITI, é nessa última mensagem que Aparecido anexou a planilha.O computador do secretário de Controle Interno foi um dos últimos apreendidos e só começou a ser periciado pelo ITI na sexta-feira. Na terça-feira, o resultado foi entregue à comissão de sindicância da Casa Civil.Segundo o delegado Menezes, a constatação de que o vazamento partiu de Aparecido não causa surpresa, pois desde o início ele era um dos suspeitos. Até agora, porém, nem a apuração da Casa Civil nem a da PF identificaram quem determinou a elaboração do dossiê.Menezes informou que vai requisitar cópia da sindicância para anexá-la aos autos. "Agora ficou mais fácil fechar o cerco sobre a autoria do vazamento", disse. Antes, porém, o delegado vai pedir à Justiça que afaste o sigilo do documento, a fim de preservar a validade da prova.O inquérito da PF, que corre em segredo de Justiça, foi aberto em 7 de abril. Pouco depois a Casa Civil abriu a sindicância. Ontem, a 12ª Vara da Justiça Federal prorrogou por 30 dias o prazo para conclusão do inquérito. A oposição acusa o governo Lula de ter feito o dossiê como instrumento de chantagem política para impedir as investigações sobre gastos irregulares com cartões corporativos.Com auxílio de técnicos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), a PF realizou perícia em 13 computadores usados na digitalização dos gastos da Presidência. A lista dos intimados para depor na nova fase inclui, além de Aparecido, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que goza da confiança de Dilma, e o secretário de Administração, Norberto Temóteo Queiroz, o diretor de Orçamento e Finanças, Gilton Saback Maltez, e a funcionária Maria Soledad Castrillo.Ao apontar Aparecido como responsável pelo vazamento, a sindicância da Casa Civil tira o escândalo da porta de Dilma. Motivo: a crise, a partir de agora, será jogada no colo do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, que levou Aparecido, funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União (TCU), para o Planalto no primeiro mandato do presidente Lula, em 2003.A possibilidade de indicar a culpa do secretário de Controle Interno da Casa Civil já era comentada no Planalto desde abril. No dia 11 do mês passado, reportagem do Estado intitulada Vazamento de dossiê contra FHC abre guerra dentro da Casa Civil mostrava que havia ali uma disputa entre o grupo de Dirceu e o de Dilma.

BNDES deu R$ 1 mi à ONG da mulher de Paulinho

Por Roberto Almeida
no Estado de São Paulo

A ONG Meu Guri Centro de Atendimento Biopsicossocial, presidida por Elza de Fátima Costa Pereira, mulher do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, recebeu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) R$ 1,199 milhão em uma operação não-reembolsável. Ela foi aprovada em dezembro de 2000 e contratada em 27 de setembro de 2001, mas os repasses ocorreram em 2002 e 2003, período em que integrava o conselho de administração do BNDES o lobista João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor de Paulinho. Moura é acusado pela Procuradoria da República de chefiar suposta quadrilha grampeada pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza.De acordo com o BNDES, trata-se de um financiamento proveniente do Fundo Social da instituição, para realizar obras nas instalações da ONG, adquirir móveis, veículos, utensílios e capacitar empregados. Segundo o banco, o negócio é "muito antigo" e no momento não há nenhuma operação ativa com a Meu Guri. O último repasse, de R$ 36,6 mil, ocorreu em 25 de abril de 2003. O valor total já foi completamente desembolsado. O BNDES diz ainda que está fazendo auditoria interna. Mas ontem, porém, não soube informar quantas ONGs receberam dinheiro do Fundo Social no período em que a Meu Guri foi beneficiada.A reportagem procurou Elza durante todo o dia de ontem, mas não obteve retorno. Tentou também agendar visita à entidade, que possui uma sede no Tucuruvi, zona norte de São Paulo, e outra em Mairiporã, na Serra da Cantareira. Ela avisou que isso só seria possível com sua permissão e acompanhamento. A visita não foi autorizada. Por fim, acabou emitindo uma nota na qual afirma que a entidade está isenta de irregularidades e explica a doação de R$ 37,5 mil feita por João Pedro de Moura, revelada ontem pelo Estado (leia ao lado).
INTERNET
Único acesso a informações oficiais sobre a ONG, o site www.meuguri.com.br. passou por retoques ontem. Até o início da tarde, a página tinha o nome João Pedro de Moura como suplente em seu conselho fiscal. Às 16 horas, porém, o site foi "temporariamente" retirado do ar. Quando retornou, o nome de Moura no conselho havia sido substituído pelo de Eufrozino Pereira da Silva.Com registro no CNPJ, a empresa Meu Guri foi aberta em 20 de agosto de 1997 para promover "atividades de associações de defesa de direitos sociais". O endereço declarado é Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, em São Paulo, mas o local é, na verdade, sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, do qual Elza é tesoureira.A reportagem entrou em contato com a auditoria Moreira & Associados, que tem a ONG entre seus clientes, e foi informada de que os dados relativos à movimentação da entidade são abertos só para sua presidência. O gerente da Moreira & Associados, Marcos Gregolin, estava em viagem ao Rio e não foi encontrado.
GRAMPOS
A Operação Santa Tereza começou em dezembro de 2007, quando passou a apurar denúncias de exploração de prostituição e tráfico de pessoas. Nas interceptações telefônicas foram identificadas conversas sobre financiamentos do BNDES. O grupo, segundo a PF, usava sua influência para aprovar os financiamentos e cobrava uma porcentagem sobre o valor liberado.Em 24 de abril, 10 pessoas foram presas. Segundo a PF, Paulinho foi citado várias vezes nos grampos. Ao saber que seria investigado pela Corregedoria da Câmara, ele abriu seu sigilo bancário, fiscal e telefônico para o Ministério Público Federal. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, suspendeu "prudencialmente" todas as liberações relativas aos empréstimos postos sob suspeita.
var keywords = "";

"Hay gobierno? Soy a favor!" por Nelson Motta

Entrevistada na TV em um baile de Carnaval carioca, Regina Casé se espantou: "Pô, aqui todo mundo é atriz-modelo-manequim. E as piranhas, onde estão as piranhas?".O baile político está bem parecido. Todo mundo quer dançar com o governo, de Maluf e Collor à extrema esquerda do PT, revertendo a clássica piada anarquista dos anos 60 para "hay gobierno? Soy a favor!".Quem quer ser oposição em Minas, contra Aécio Neves e Fernando Pimentel? No Ceará, a oposição ao governador Cid Gomes se reduz -como diria Nelson Rodrigues, que abominava unanimidades- a "cerca de dois" deputados. Isso é bom para a democracia? Ou, além da jabuticaba, o Brasil quer surpreender o mundo com a novidade da democracia sem oposição?Ou talvez seja hora de rediscutir o papel da oposição no Estado democrático moderno, como no Chile e na Espanha. Em países civilizados, a oposição é rigorosa, combativa, propositiva e indispensável -e exige mais do governo. Mas, aqui, ainda é movida a fisiologismo, ressentimento e desmoralização dos adversários.Há muitos prefeitos, de todos os partidos, que são íntegros e competentes, mas são minoria entre os bandidos, os fisiológicos e os mercenários em causa própria. Para eles, ser oposição no Brasil é um semi-suicídio administrativo, um atentado contra os interesses da população, é aderir ou sucumbir.Serra e Aécio devem suar frio imaginando o tamanho da encrenca que os espera em um eventual governo no pós-Lula. Devem ter pesadelos com os movimentos sociais e as centrais sindicais nas ruas, com as greves, com a oposição parlamentar dinamitando projetos e reputações, como um velho filme de terror, turbinado pelo apego às delícias do poder dos que ainda não as haviam desfrutado.

PF tem mais provas com referência a "PA"

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

As iniciais "PA" -que surgiram em interceptações telefônicas e foram entendidas pela Polícia Federal como referência ao deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho- também aparecem numa tabela apreendida no escritório do consultor Marcos Vieira Mantovani em São Paulo. A inscrição "PA/GA" foi grafada ao lado de um pagamento de R$ 82.162,93, segundo a PF.A tabela, de acordo com um "relatório circunstanciado de análise de provas obtidas" da Operação Santa Tereza, desencadeada há duas semanas pela PF, contém "uma suposta divisão de liberação [de recursos], com os seguintes escritos: "VL Liberação", "PR 50% 164.325,86", "RT 25% 82.162,93" e "PA/GA 25% 82.162,93'".A sigla "PR" pode se referir à empresa de Mantovani, denominada Progus Investimentos, Consultoria e Assessoria Ltda. Em telefonemas interceptados pela PF com ordem judicial, entre os supostos beneficiários de outra partilha de dinheiro é referido o nome de "Gaspar", que poderia explicar a inicial "GA".O relatório da PF também menciona "outra folha impressa com divisão de dinheiro, com as iniciais "rt", "PA" e "ga'", mas não detalha esse papel. O documento policial confirma que foram apreendidas quatro cópias de cheques emitidos pela "WE Original, ou seja, a casa de prostituição" na rua Peixoto Gomide, em São Paulo. Embora não nominais, em cada um havia um papel grampeado, com as inscrições "R.T.", "P.A.", "Progus" e "Impostos". Foram assinados pelo gerente da boate, Celso Murad.Segundo o relatório da PF, também foi apreendido um e-mail enviado por Mantovani em 2004 ao advogado Ricardo Tosto, que é contratado do consultor para defendê-lo em ações judiciais e assumiu uma vaga de conselheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anos após o e-mail, em agosto de 2007. O assunto era "resumo reunião de ontem e proposta padrão BNDES". Em anexo, diz a PF, havia arquivo intitulado "proposta padrão BNDES".A tabela com os valores e o e-mail foram apreendidos no último dia 24, quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em 18 endereços em São Paulo e Praia Grande (SP).Na denúncia oferecida à Justiça Federal, acolhida no último dia 2, a procuradora da República Adriana Scordamaglia disse que "correspondências antigas entre Marcos Mantovani, João Pedro [Moura] e algumas empresas (...) demonstram que há muito tempo eles praticavam essas fraudes, com o mesmo "modus operandi'".De acordo com o inquérito da PF, os integrantes da suposta quadrilha teriam recebido R$ 2 milhões após liberações que integram três financiamentos recentes do BNDES -dois para as Lojas Marisa e um para a Prefeitura de Praia Grande.Segundo a PF, Mantovani recebeu, em sua conta particular, R$ 700 mil referentes ao pagamento da primeira parcela do financiamento do BNDES para as Lojas Marisa e outros R$ 800 mil para a segunda liberação do mesmo empréstimo.
Prefeituras
Na sua denúncia, à qual a Folha teve acesso, a procuradora pediu a abertura de investigação em nove municípios, todos em São Paulo: São João da Boa Vista, Caieiras, Itapira, Conchal, São Sebastião da Grama, Nova Odessa, Praia Grande, Itu e Guarujá. Segundo ela, a apuração deve ser tocada pelo Ministério Público "para que seja investigada a fraude envolvendo licitações realizadas nessas cidades, bem como desvio de verbas do BNDES, conforme aventado nos áudios" da Operação Santa Tereza.A Justiça ordenou o envio ao STF dos áudios e documentos que citariam Paulinho, que tem foro privilegiado. Ele também deverá ser investigado pelo Conselho de Ética da Câmara.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

É preciso contar a história direito

Até quando vamos ter que aturar a esquerda bater no peito e dizer que lutou contra a ditadura, que foi torturada, que sofreu um bocado nas mãos dos militares? Reparem: eles exaltam tais feitos nos momentos que são flagrados com a mão na massa. Em 2005, José Dirceu passou boa parte do seu depoimento no Conselho de Ética da Câmara relembrando seus feitos, as perseguições que sofreu na época da ditadura militar. Ontem foi a vez de Dilma Rousseff.
Só que ninguém (ou melhor, poucos) esfrega na cara destes esquerdistas aproveitadores que eles queriam implantar no Brasil uma ditadura comunista, uma ditadura semelhante a de Fidel Castro em Cuba. Ou seja, na visão esquerdopata, o Brasil sairia das mãos dos militares para as dos esquerdopatas assassinos. Até quando teremos que agüentar os olhos lacrimejantes dos esquerdistas contando só metade da história? Todos nós sabemos que os militares no comando do Brasil de 1964 a 1985 torturaram, mataram e perseguiram quem era opositor ao regime. Mas poucos contam que do lado de lá, a esquerda queria implantar aqui o regime duríssimo do comunismo. É preciso contar a história direito. É preciso mostrar que por trás daquela cena que Dilma protagonizou ontem tem muita coisa, muitos interesses, muito aproveitamento que não veio à tona.

Troca de e-mails identifica quem vazou dossiê do governo FHC

Do site G1 com informações do Jornal Nacional

O Jornal Nacional desta quinta-feira (8) mostrou o teor do laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), responsável pela perícia nos computadores da Casa Civil. O laudo mostra que as informações sigilosas foram divulgadas por um funcionário da Casa Civil.
A fonte que deu acesso ao documento não permitiu que fossem feitas cópias. Permitiu apenas que o documento fosse lido e que o repórter tomasse nota de algumas de suas partes.
O documento é assinado por Jean Carlo Rodrigues, José Rodrigues Gonçalves e André Machado Caricatti. Os peritos do ITI recuperaram no disco rígido de um dos computadores e-mails que haviam sido excluídos. Era a correspondência entre José Aparecido Nunes Pires, secretário de controle interno da Casa Civil, e André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, do PSDB. No dia 19 de fevereiro, às 12h30, aparece uma mensagem de André para José Aparecido, sem texto. Às 14h39, José Aparecido escreve para André "vamos almoçar nesta semana?". No dia seguinte, às 8h39, André responde: "te ligo na quinta". Às 10h46, Zé Aparecido devolve, dizendo: "André, leia o texto". Segundo o laudo do ITI, esse e-mail continha um arquivo anexo com 28 páginas, onde estavam as informações sobre gastos sigilosos da Presidência da República no governo Fernando Henrique. Tudo isso foi descoberto no computador de José Aparecido, apreendido na sexta-feira. Os técnicos trabalharam no fim de semana. E nessa terça-feira foi entregue à comissão de sindicância que investiga o vazamento do dossiê. No dia 4 de abril, o jornal "Folha de S. Paulo" divulgou as planilhas contidas no dossiê - um arquivo criado pela Presidência da República, no dia 11 de fevereiro. No mesmo dia, a ministra Dilma Rousseff desqualificou o documento divulgado pelo jornal. “Numa planilha excel monta-se o que se quer. O próprio jornal assim o fez. É possível alegar que ela já estava aqui, perfeitamente, mas o que mostra é que ela também é facilmente modificada. Mostra as duas coisas”, disse ela em entrevista coletiva. O laudo do ITI confirma agora que o dossiê realmente existiu.

José Aparecido

José Aparecido é funcionário do Tribunal de Contas da União e trabalha na Casa Civil, por indicação do ex-ministro José Dirceu. Ele confirma a troca dos e-mails com André, mas nega que tenha enviado o dossiê. “Mas houve, seguramente, há troca de e-mails, mas de amigos que foram colegas de trabalho. E jamais teve qualquer coisa que pudesse pelo menos beirar a ilegalidade," afirma. Confrontado com o teor dos e-mails citados no laudo, ele primeiro negou que no e-mail houvesse algum documento anexado: “Olha, a troca de mensagens é possível que tenha havido. Mas que, como fala aí, é texto, texto, é literal,” disse José Aparecido. No decorrer da entrevista, ele acabou admitindo a possibilidade de que houvesse mesmo um arquivo anexado à mensagem, mas negou mais uma vez que fosse o dossiê: “Um texto anexado possivelmente, que era coisa de 10, 12 linhas. Provavelmente de suprimento de fundos, colocando a legislação que rege a matéria,” disse. No dia 11 de fevereiro, antes da criação da CPI dos Cartões, a pedido do secretário de administração da Casa Civil, Norberto Temóteo, José Aparecido disse que cedeu dois funcionarios para criar um arquivo sobre gastos do governo Fernando Henrique. “Nessa conversa ele disse que iria ter uma CPI e que no escopo dessa CPI eles seguramente iriam pegar dados a partir de 98, do suprimento de fundos. E que como esses dados estavam desorganizados, eles achavam que a CPI, em algum momento, poderia vir a pedir esses dados e então eles precisavam de certa forma organizar, sistematizar esses dados," afirmou. Na terça-feira (6), José Aparecido prometeu entregar copias dos e-mails trocados com André para provar que o anexo do e-mail não era o dossiê. Mas nesta quinta alegou que as cópias estão em Goiás e só na próxima semana poderá apresentá-las.

Álvaro Dias

O senador Álvaro Dias disse que, num primeiro momento, não sabia quem tinha enviado o dossiê ao seu assessor, mas que agora sabe e, diante da informação de que a TV Globo teve acesso ao laudo da perícia, confirmou tudo. “As informações vieram do computador do senhor José Aparecido, que trabalha na Casa Civil da Presidência da República. Essas informações vieram por e-mail, do computador do senhor José Aparecido para um computador no Senado Federal,” disse o senador. O senador não quis pronunciar o nome de André Eduardo da Silva Fernandes, o funcionário de seu gabinete que recebeu o dossiê. Mas confirmou que se trata dele mesmo: “O nome que a Globo tem eu confirmo e ele me autorizou a confirmar,” disse. O senador não soube explicar por que o dossiê foi parar na mão dele, que é de oposição. “Não imagino o porquê. Certamente houve uma alteração de cronograma, houve um atravessamento, não era hora de vazar esse dossiê, não era isso que estava estabelecido por quem ordenou. O mais importante agora é saber quem mandou fazer esse dossiê e porque mandou fazer,” concluiu.

A ministra Dilma Rousseff não quis falar sobre as informações do laudo. Disse que vai aguardar a investigação da Policia Federal. A justiça autorizou hoje a prorrogação, por mais 60 dias, do inquérito da PF, que apura o vazamento do dossiê.

Álvaro Dias que se cuide

O senador Álvaro Dias que se cuide. Os lulistas bolivarianos pegarão no pé dele. Tudo para tentar livrar a Casa Civil e sua chefe Mãe Dilma do dossiê anti-FHC.

E o tucano infiltrado?

Cadê o tucano infiltrado na Casa Civil? Será que é Álvaro Dias? O tucano imbecil que vazou as contas de Fernando Henrique Cardoso e não as de Lula. Até nisso o PSDB é incompetente...

Foi na Casa Civil

Eis aí as mãozinhas de José Dirceu. Alguém acreditava que, depois da cassação em 2005, o ex-guerrilheiro ficaria fora da política brasileira? José Aparecido Nunes Pires divulgou o dossiê para o assessor do senador Álvaro Dias, André Fernandes. José Aparecido é aliado de Dirceu. Será que era um banco de dados? Não! Era um dossiê mesmo. Depois da “brilhante” participação de Mãe Dilma ontem no Senado, hoje ficamos sabendo que o dossiê existiu mesmo. A Casa Civil produziu. Foi lá. E agora, Mãe Dilma? Que José Aparecido Nunes Pires se explique! Que Álvaro Dias e seu assessor André se explique!

Aliado de Dirceu foi quem vazou o dossiê FHC

Por Leonardo Souza
na Folha online

A Polícia Federal e a sindicância interna da Casa Civil identificaram o secretário de Controle Interno do órgão, José Aparecido Nunes Pires, como o vazador do dossiê elaborado no Palácio do Planalto com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
As duas investigações descobriram que houve uma troca de e-mails entre José Aparecido e o servidor do Senado André Fernandes, assessor do tucano
Álvaro Dias (PSDB-PR).
Aparecido é militante histórico do PT. Foi levado para a Casa Civil por José Dirceu, o antecessor da ministra Dilma Rousseff. Funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União, assessorou vários deputados petistas em CPIs, entre eles Dirceu, cassado em 2005 no escândalo do mensalão.
Os e-mails entre Aparecido e o assessor do senador tucano trazem conversas de natureza pessoal. Não fazem menção ao dossiê confeccionado dentro do Planalto ou ao levantamento das contas do governo passado. Mas, segundo a Folha apurou, tanto a PF como a sindicância interna têm provas de que foi anexada em uma dessas mensagens, datada de 20 de fevereiro, a planilha em Excel de 28 páginas com gastos editados e comentados de FHC,
Ruth Cardoso e ex-ministros.
Na semana anterior ao vazamento, havia sido iniciada a montagem do dossiê por ordem de
Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma.
Leia a matéria completa, com extratos dos e-mails e entrevistas com os envolvidos na edição impressa da
Folha desta sexta-feira, dia 9.

Outro lado

Procurada pela reportagem da Folha Online, a Casa Civil informou que não vai se manifestar sobre o caso. A pasta aguarda o final das investigações da PF e da sindicância interna sobre o caso para se pronunciar.
Dirceu informou por meio de sua assessoria que não vai comentar o caso. Álvaro Dias não foi localizado para falar sobre o vazamento.

Me inclua fora dessa

Lula disse hoje que Mãe Dilma é motivo de orgulho para o governo e para o povo brasileiro. Epa! Me inclua fora dessa. Dilma não me traz nenhum sentimento de orgulho. Muito pelo contrário. Quero saber se foi ela quem mandou produzir o dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. Não me orgulho de pessoas que tentaram implantar a ditadura comunista no Brasil e que usa instrumentos do Estado para atingir adversários.

Eles não cumprem o que dizem

Mãe Dilma disse ontem no Senado que Lula divulgará seus gastos quando deixar a presidência. Será que ele vai deixar a presidência em 2010? E outra: será que, até lá, alguém vai se lembrar de cobrar a divulgação dos gastos? Os lulistas apostam no esquecimento, na memória curta do povo brasileiro. Como disse muita gente da base aliada: o PT não cumpre o que diz.

Esta é a imprensa golpista?

Os lulistas bolivarianos adoram dizer que a imprensa é golpista, anti-Lula. Será? Dê uma olhada nos jornais de hoje. A maioria louva a atuação de Mãe Dilma ontem no Senado. Se é esta a imprensa golpista que os lulistas bolivarianos tanto atacam o governo pode ficar tranqüilo.

Corregedor vê denúncias graves contra Paulinho

Por Simone Iglesias e Maria Clara Cabral
na Folha de São Paulo

O corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), disse ontem que as explicações dadas por Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, "foram insuficientes" e que espera mais esclarecimentos sobre suposta participação do deputado em fraudes no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para Inocêncio, as denúncias são "graves" e precisam ser mais bem explicadas."Acho que os esclarecimentos feitos por ele na tribuna do plenário foram insuficientes porque foram acusações graves. Como prova, o que tem nos jornais até agora é pouco, mas acho que existem mais coisas. Se o procurador [procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza] está acompanhando, é porque tem alguma coisa grave aí", afirmou. Como corregedor, Inocêncio arquivou todos os processos que apurou em sua gestão.Inocêncio disse considerar especialmente grave o telefonema feito pelo advogado Ricardo Tosto, preso pela Polícia Federal e também suspeito de envolvimento na fraude do BNDES, a Paulinho duas horas após deixar a carceragem, na semana passada. "O episódio do telefonema foi um momento de muita infelicidade", disse.Na ligação, interceptada pela PF com autorização judicial, Paulinho disse que iria "mexer os pauzinhos" no Congresso para convocar o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o então superintendente da PF em São Paulo, Jaber Saadi, para explicar por que Tosto foi preso.O corregedor recebeu os autos do processo no fim da manhã de ontem. A Folha apurou que Inocêncio deverá abrir uma sindicância para ouvir Paulinho e outras pessoas citadas no relatório da PF.O deputado foi notificado no fim da tarde de que a corregedoria está analisando o processo. Ele tem até quarta-feira para prestar os esclarecimentos que achar necessários.Depois de receber a defesa de Paulinho, caberá ao corregedor sugerir abertura de inquérito administrativo ou sindicância ou então o arquivamento.Depois de receber o apoio do PDT na noite de terça, Paulinho voltou às suas atividades habituais na Câmara. Esteve numa comissão e participou do plenário. "Estou tranqüilo. Depois da reunião do partido, fui para casa, joguei baralho até tarde e hoje [ontem] de manhã levei minha mulher ao aeroporto. Os trabalhadores sabem quem está por trás disso", afirmou, sem citar nomes.Ele tentou agendar uma reunião com Antonio Fernando de Souza, mas não conseguiu.O deputado afirmou acreditar que o envolvimento de seu nome nas investigações não trará prejuízos eleitorais.

Dilma agora diz que dados não tinham sigilo

Por Marta Salomon, Adriano Ceolin e Andreza Matais
na Folha de São Paulo

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) mudou novamente a versão sobre o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Durante depoimento ontem na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, de mais de nove horas de duração, a ministra afirmou que as informações do governo tucano não eram mais sigilosas pois o caráter "reservado" dos dados já tinha caducado. A versão é baseada em parecer recente do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).A mudança no discurso -pela primeira vez admitida oficialmente por integrante do governo- abre caminho para a defesa da Casa Civil no inquérito da Polícia Federal, que apontou problemas na manipulação de dados da gestão tucana pela equipe de Dilma.A ministra foi convidada a falar na comissão sobre o andamento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Depois de mais de um mês de silêncio sobre o dossiê, Dilma não se esquivou das perguntas sobre o tema, feitas em meio a explicações sobre obras.Em fevereiro, diante da iminência da instalação da CPI que iria investigar gastos com cartões corporativos, a Casa Civil reabriu processos de prestações de contas de FHC e lançou dados num arquivo paralelo ao Suprim, o sistema oficial de controle de despesas de suprimentos de fundos do Planalto. Sem se ater ao viés político da organização dos dados, a PF já indicou que a Casa Civil não teria seguido os ritos formais de manuseio de dados reservados.Desde o início da crise do dossiê, no final de março, Dilma vinha tratando como "sigilosas" as informações sobre gastos de FHC e sua mulher, Ruth Cardoso. Em nota à imprensa, a Casa Civil classificou como "prática criminosa" o vazamento de dados "sigilosos".Ela atribuiu a nova interpretação ao GSI e destacou que essa não é uma posição definitiva. "O GSI vem se posicionando no sentido de que essas informações têm prazo de validade."Os decretos que sustentam essa nova interpretação abrem precedente delicado para o governo Lula ao determinar que informações classificadas como reservadas perdem esse caráter após, "no máximo", cinco anos. Ou seja, dados referentes a gastos com cartões corporativos de 2003, já sob Lula, não seriam mais protegidos por sigilo.A Folha questionou o general Jorge Félix se parte dos dados de Lula já não é mais sigilosa. Mas, por escrito, o GSI disse que não se manifestaria sobre o inquérito em andamento na PF. "Defendo que, com o tempo, quando as informações não afetarem a segurança, devem ser tornadas públicas", disse.
Mudança
Já no início de seu depoimento, Dilma sinalizou a mudança em relação ao caráter sigiloso dos gastos de FHC, ao se referir às informações como "privativas" da Presidência. O termo foi repetido outras vezes.Cobrada por senadores da oposição, a ministra negou que a Casa Civil tenha feito dossiê ou mesmo mudado versões sobre o material produzido por sua equipe. Quando questionada sobre declarações do ministro Tarso Genro (Justiça), que não vê crime na confecção de dossiês de natureza política, ela insistiu: "Ele disse em tese que não era crime fazer dossiê", segundo Dilma, porque o trabalho foi feito pela Casa Civil.A ministra atribuiu novamente a problemas técnicos o lançamento dos dados de FHC numa base de dados diferente do sistema oficial do Planalto. E tentou convencer os senadores de que o trabalho, iniciado em fevereiro, não passava da continuidade da organização iniciada em 2004 por sugestão do Tribunal de Contas da União.

A Gávea não é a Serrinha

O que será de Caio Júnior a partir de agora, quando assumir o Flamengo depois dessa eliminação da Libertadores? Depois de ganhar de 4 a 2 no México, o Flamengo poderia até perder por 2 a 0. Perdeu de 3. O que será que aconteceu? Pô, até a vitória do São Paulo foi ofuscada pela derrota do Flamengo. Quem diria... Bem, a partir de agora a batata quente está nas mãos de Caio Júnior. Que ele saiba que a Gávea é diferente da Serrinha. Na Serrinha, onde o Goiás treina, não tem a mesma pressão que no local dos treinos do Flamengo. Ele que se cuide! Quero ver, ler e ouvir o que os comentaristas têm a dizer.

Inacreditável

O que aconteceu com o Flamengo? Perdeu por 3 a 0 do América em pleno Maracanã e na despedida de Joel Santana. Só tenho uma palavra: INACREDITÁVEL!!!

São Paulo classificado

São Paulo classificou! Ganhou por 2 x 0 do Nacional no Morumbi. Que venha o Fluminense!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

São Paulo ganhando

Por enquanto, São Paulo 1 x 0 Nacional. Gol de Adriano. Que fique assim! Que o São Paulo ganhe e passe para as quartas de final.

Vítima do dossiê?

Mãe Dilma negou que a Casa Civil tenha feito um dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. Diz que foi feito um banco de dados. Mas, ela disse ser “vítima do dossiê”. Como assim? Quer dizer que o dossiê existe só para proteger os envolvidos? Ah, me poupe, Mãe Dilma!

E os gastos de Lula?


Mãe Dilma defende a divulgação dos gastos dos ex-presidentes. Só dos ex? Por que Lula não divulga os seus?

Defender o lulismo

É lógico que Romero Jucá vai elogiar a atuação de Mãe Dilma hoje no Senado. Seria estranho se ele criticasse. Jucá é líder do governo no Senado. Sua função é defender o lulismo ali dentro. Não somente o lulismo como os lulistas bolivarianos. Tudo que Mãe Dilma disse no Senado será exaltado por ele.

Mãe Dilma e a ditadura

Mãe Dilma relembrou os tempos em que lutou contra a ditadura militar no Brasil. Não só relembrou como exaltou sua luta. Pois é, Mãe Dilma queria acabar com a ditadura militar e implantar outra: a ditadura comunista. Será que alguém vai falar que ela defendia isso?

Lula vai sendo blindado

Enquanto Mãe Dilma fala no Senado que não montou dossiê e sim um banco de dados com os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso nós não sabemos como, quanto e onde Lula gastou o nosso dinheiro. Lula vai sendo blindado...

E a reforma, hein?

A reforma administrativa do governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, chegou à Assembléia Legislativa quase no final do seu expediente. Governistas ficaram irritados e os oposicionistas riam da situação. O governo já pediu para que a reforma fosse votada rapidamente para agilizar e modernizar a estrutura do Estado. Agilizar? Modernizar? Eu pensei que Marconi Perillo já tinha feito isso. Eu pensei que Cidinho só manteria o que estava sendo feito. Que nada! A maquiagem mambembe do Tempo Novo acabou. Vemos um Estado destruído. Vemos um governador do tal Tempo Novo dizendo que tem que modernizar o Estado que o mesmo Tempo Novo passou anos e anos dizendo que já tinha modernizado. E, no final, a reforma vai manter os comissionados. Só vai incorporar uma pasta a outra secretaria. Pra quê tanta demora? Será que, depois de aprovada a reforma, o governo vai ser mais ágil, mais rápido nas decisões?

Ah, Brizola!

Pobre Leonel Brizola! O que estão fazendo com o seu partido... O caudilho gaúcho deve estar se remoendo no túmulo.

Novo júri absolve acusado de mandar matar Dorothy

Por Carlos Mendes
no Estado de São Paulo

Acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido ontem pelo conselho de sentença durante o segundo julgamento a que foi submetido. A decisão revoltou a família da vítima e entidades de direitos humanos presentes no salão do júri. O promotor Edson Souza disse que pretende recorrer da decisão. Os jurados entenderam que não havia provas suficientes para condenar o fazendeiro.No mesmo julgamento, que durou dois dias, o pistoleiro Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado.Moura havia sido condenado, no ano passado, a 27 anos de prisão - como a pena ultrapassava os 20 anos, teve direito a novo júri. O que pesou na absolvição foi o depoimento do pistoleiro favorável ao fazendeiro, assumindo sozinho a autoria do crime. Rayfran descartou um possível mandante, dizendo ter planejado e executado sozinho o crime. A defesa de Moura festejou a absolvição juntamente com os familiares do fazendeiro.
AMEAÇAS
O promotor sustentou contra Moura e Rayfran a acusação do homicídio qualificado, com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também afirmou que o crime foi praticado mediante promessa de pagamento. Ele denunciou da tribuna as ameaças que vem sofrendo, dirigida a seus familiares. "Essas ameaças, feitas por telefonemas anônimos, vêm ocorrendo há cerca de um ano", disse Souza.O advogado Eduardo Imbiriba, defensor de Moura, viu coroada sua tese de negativa de autoria. Ele foi categórico ao dizer que não existe nenhuma prova concreta no processo que incrimine o fazendeiro. Segundo Imbiriba, houve contradições no inquérito policial que favoreceram seu cliente.A missionária, de 73 anos, foi atingida por 9 tiros em uma emboscada em fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará. Ela tentava implantar um projeto de desenvolvimento sustentado com pequenos agricultores.

"Vamos fazer próximo presidente", diz Lula

Por Kátia Brasil
na Folha de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a uma platéia de 5.000 pessoas, em Manaus, que vai "fazer o próximo presidente da República".Algumas pessoas na platéia gritaram o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que estava no palco sentada ao lado do presidente e é possível candidata à sucessão de Lula."Agora, o que eles [oposição] têm que saber, em alto e bom som, e podem até ficar mais com raiva de mim, é que nós vamos fazer o próximo presidente da República neste país. Eles podem ficar certos", disse Lula, seguido dos gritos de "Dilma, Dilma" vindos da platéia.O discurso foi feito na inauguração de obras de urbanização no igarapé da Cachoeirinha. Pessoas presentes seguravam cartazes com a frase "Dilma, presidente da República"."Esses atos estão ficando complicados para a presença do presidente porque a gente não pode transformar num ato de campanha", afirmou Lula."Vocês viram que, por cuidado, não citei nomes. Vocês [platéia] é que, de enxeridos, gritaram os nomes", continuou.Dilma discursou antes do presidente e se restringiu a falar dos projetos do governo federal no Estado e dos convênios assinados, de R$ 1,2 bilhão.Lula também visitou obras de ponte no rio Negro e foi à inauguração de reservatório de água com o governador Eduardo Braga (PMDB) e o prefeito Serafim Corrêa (PSDB).Ao ser indagado pela imprensa local se disputaria o Senado em 2010, como anunciou o PT-AM, Lula negou e disse que devia ser "gentileza de algum companheiro". Ele voltou a negar interesse em concorrer a um terceiro mandato.Na inauguração do reservatório, o prefeito disse a Lula que a dona-de-casa Maria do Socorro Bento da Silva, 40, passou 15 anos sem banho de chuveiro. "A mulher gosta de três coisas", disse Lula. "Primeiro, ela quer ter uma casa; depois, quer se casar com um cara bonito e trabalhador; terceiro, quer ter um carro; e em quarto lugar, quer ter um computador", disse."O marido eu não posso resolver. Agora, a casa, o computador e o carro, na hora em que melhoram as condições econômicas do país, melhora a de vocês e todo mundo vai poder resolver esse problema."

Ex-dirigentes dizem que PDT cobrou para oferecer legenda

Por Fernando Canzian
na Folha de São Paulo

A cúpula do PDT paulista vem destituindo de forma sistemática vários políticos ligados ao deputado estadual Geraldo Vinholi (PDT-SP) dos comandos regionais do partido. Alguns dos afastados estão no PDT há quase 30 anos.As destituições, diz Vinholi, atingiram cerca de 40 comissões provisórias do PDT no Estado e a legenda acabou sendo negociada com outros políticos mediante pagamentos a pessoas ligadas ao presidente do partido em São Paulo, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.João Farias, ex-integrante do PDT em Araraquara, diz em documento enviado à secretaria geral da sigla que lidava com "verdadeiros batedores de carteira", que exigiam dinheiro para que ele e outros políticos locais permanecessem à frente do partido. Ele cita especificamente Cristóvão da Silveira, ligado ao PDT, como o "encarregado de finanças" que apresentou uma conta "ilegítima" de R$ 72 mil que teria de ser paga para que pudesse continuar à frente da legenda na cidade.Localizado por meio do gabinete de Paulinho em Brasília, Silveira disse que não poderia falar sobre o assunto e que não havia advogados do PDT disponíveis para fazê-lo.Além de Silveira, políticos do interior apontam José Gaspar, vice-presidente estadual do PDT, como um dos responsáveis pelas negociações em torno do comando do partido."Fui convidado pelo presidente do PDT de Araraquara para ingressar no partido. Uma semana depois, foi extinta a comissão estadual e apresentaram essa conta de R$ 72 mil para que ela continuasse funcionando", diz Farias.Segundo ele, "uma das alternativas que sugeriram para levantar os recursos era negociar com um possível candidato a prefeito em Araraquara o pagamento desse valor por conta do tempo de TV do PDT".Valter Bitencourt, ex-dirigente do PDT em Olímpia por 11 anos, diz que algo semelhante ocorreu na sua cidade. "Outras pessoas de fora do partido pagaram o que a cúpula dizia ser uma dívida pendente e ainda deram outro valor, que desconheço, para ficar com o comando", afirma.Áureo Souza, membro do PDT em Ibitinga desde 1978, afirma que o grupo de Silveira e Gaspar exigiu dele R$ 17 mil para que pudesse comandar o partido na cidade. "Depois, aceitaram parcelar em R$ 8.000 e R$ 9.000. Me senti chantageado, pois diziam que tinha gente com dinheiro interessada", afirmou Souza, que desistiu do assunto em seguida.Geraldo Vinholi, que também foi retirado da secretaria estadual do partido recentemente, é o pivô de um "complô" do grupo de Paulinho, segundo a Polícia Federal, para desestabilizá-lo.A mesma ação visava o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que mantinha Vinholi à frente da secretaria do Trabalho paulistana até pouco mais de um mês.Vinholi atribui a ofensiva de Paulinho à sua resistência, na secretaria do Trabalho, a entregar para um sindicato ligado à Força Sindical de Paulinho (a CNTM) dois centros de treinamento de mão-de-obra.Na primeira proposta da CNTM, o custo por recolocação de trabalhadores nesses centros sairia pelo dobro do gasto pelo Estado de São Paulo para fazer o mesmo serviço.A Folha tentou falar com Paulinho desde anteontem. Na maior parte do tempo, o celular estava desligado e com a caixa postal cheia. Nas duas vezes que um assessor atendeu, a informação foi a de que o deputado não poderia falar.No celular de Gaspar, o telefone era atendido e desligado a cada tentativa.

Reunião tucana desagrada a Serra e Alckmin

Na Folha de São Paulo

Palco de troca de insultos entre tucanos, a reunião do diretório municipal do PSDB na noite de segunda-feira não contrariou apenas os opositores da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à prefeitura. Também desagradou a Alckmin e ao governador de São Paulo, José Serra.Segundo tucanos, Serra teme a associação de seu nome à tentativa de sabotagem à candidatura Alckmin. Após abortarem a organização de um almoço dos secretários municipais em apoio a Kassab, serristas trabalharam para conter a participação dos vereadores na reunião de segunda. Segundo o vereador Juscelino Gadelha, o secretário Andrea Matarazzo (Coordenação das Subprefeituras) sugeriu que não fossem.Convidado pelos vereadores, Ricardo Montoro não foi à reunião, a exemplo de Matarazzo. Os dois integram o diretório.Ontem, Serra deu demonstração de seu mal-estar. Após inauguração -em que se disse satisfeito com boas notícias- avisou: "Nada de política".Questionado se incluiria o anúncio da candidatura Alckmin entre as boas notícias, afirmou: "O que falo de boas notícias são coisas individuais e de resultados. O Palmeiras ganhar o campeonato, inaugurar o trevo que se arrasta há 20 anos e inaugurar o hospital do câncer são conclusões", respondeu.Também para Alckmin, o clima do lançamento não foi o ideal. Ontem, Alckmin afirmou que "não irá impor nenhum constrangimento a outro partido" durante a pré-campanha. A frase foi vista por aliados como recado a Kassab, que estaria pressionando uma ala do PSDB pela desistência de Alckmin."Respeitamos os partidos, respeitamos as vontades dos partidos, não criamos nenhum constrangimento. Agora, conversa é bom, política não é guerra", disse Alckmin.Kassab também deu seu recado. Ao comentar críticas de tucanos à aliança com o PMDB, disse: "Os dirigentes do PSDB, isso é público, procuraram o PMDB". Alckmin esteve com Orestes Quércia, presidente do partido, no fim do ano passado.Serra, Alckmin e Kassab estiveram juntos ontem na inauguração do Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

PF prende líder de arrozeiros e 10 seguranças em Roraima

Por Andrezza Trajano
na Folha de São Paulo

A Polícia Federal prendeu ontem o rizicultor e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM), 55, pela suspeita de tentativa de homicídio, formação de quadrilha e posse de artefatos explosivos. Anteontem, um confronto entre funcionários de Quartiero e índios, dentro da fazenda Depósito, que pertence ao arrozeiro, deixou ao menos nove índios feridos -sendo oito baleados, de acordo com a PF. A fazenda fica dentro da terra indígena Raposa/Serra do Sol (nordeste de Roraima), de onde arrozeiros -liderados por Quartiero- se recusam a sair. Na noite de ontem, índios que participaram da ação decidiram deixar a fazenda, após trégua acertada com a PF. Além de Quartiero, detido na sede da Vila do Surumu, foram presos o filho dele, Renato Quartiero, e dez funcionários da propriedade. As prisões ocorreram durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na fazenda Depósito. Lá, foram encontrados explosivos, artefatos para construção de bombas, escudos e bombas caseiras. Não foram localizadas armas de fogo. Segundo o coordenador-geral da Operação Upatakon 3, Fernando Segóvia, delegado da PF, o que foi encontrado na fazenda foi suficiente para "prender toda a quadrilha". Segóvia disse que Quartiero é o líder do grupo. "A materialidade do crime encontrada é permanente. Não precisava de mandado de prisão para prender o Quartiero", afirmou o delegado. A Folha não conseguiu localizar os advogados dos presos, que foram levados à Superintendência da PF em Boa Vista. A prisão de Quartiero revoltou parte da população, que entrou em confronto com policiais e homens da Força Nacional de Segurança. Moradores jogaram pedras nos policiais, que reagiram com bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta. O tumulto, que demorou mais de uma hora para ser contido, deixou três moradores feridos levemente. O mecânico Ian Barbosa, um dos dez funcionários presos, é suspeito de ter participado do confronto com indígenas anteontem. Além disso, o líder indígena José Brazão, que apóia o arrozeiro, foi preso, apontado pela PF como autor de agressões contra policiais. No final de março, Quartiero já havia sido preso em um protesto contra a presença de policiais federais na terra indígena. Na ocasião, a Polícia Federal afirmou que ele desacatou agentes e tentou obstruir o trabalho dos policiais. Após pagamento de fiança, ele foi solto.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Dilma não pode virar um Palocci

Como disse no post passado, a oposição já está querendo aliviar a barra de Dilma Rousseff. Os oposicionistas já estão mostrando que vão deixar Dilma falar o que quer e, se tiver tempo ou se puder, falarão do dossiê anti-FHC. Será que Dilma vai virar Antônio Palocci? O ex-ministro da Fazenda foi ao Senado quando as denúncias sobre a República de Ribeirão Preto começavam a pipocar. A oposição não questionou as denúncias. Preferiram perguntar sobre a situação econômica do país. Palocci só saiu do cargo depois, quando descobriram que ele mandou quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa que afirmou ter visto o ex-ministro entrando na mansão sede da República de Ribeirão Preto.
Será que a oposição vai agir do mesmo jeito que agiu com Palocci? Será que eles vão ficar horas e horas ouvindo a voz chata de Dilma falando sobre o PAC? Pelo visto a oposição quer ir pro sacrifício em nome do lulismo. Pelo visto, Dilma sairá bem no Senado. E o dossiê anti-FHC... Será que a oposição vai lembrar do dossiê quando estiver ouvindo sobre o PAC?

Marconi, um tucano-lulista

Marconi Perillo já quer aliviar a barra de Dilma Rousseff no Senado. Ele disse: Vamos conduzir a sessão de forma equilibrada, respeitosa. O objetivo é debater o PAC, mas também não vamos cercear a liberdade de cada senador, nem podemos fazer isso. Vou manter a imparcialidade. Parece até que Marconi é da base aliada. Ele é presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Ele é do PSDB. Ele vai deixar que Dilma só fale do PAC, mas vai deixar os senadores perguntarem o que quiserem. Como assim? Que oposicionista é esse? Ao invés de dizer, com todas as letras, que Dilma vai ter que responder perguntas sobre o dossiê anti-FHC produzido na Casa Civil, Marconi fica em cima do muro. Este é o grande herói de Goiás. Este é o cara que as marconetes tanto defendem. Marconi Perillo demonstra como é a oposição do PSDB: sempre aliviando a barra dos petistas. Oposição mesmo só o DEMO. Oposição mambembe, mas bem melhor que o PSDB. Marconi é o tucano-lulista que, apesar de estar na oposição, sempre procurar defender o governo, enxergar o “lado bom” do governo.

Podcast do Diogo Mainardi: "Mordedores de grana do BNDES"

Num telefonema grampeado pela PF, um dos acusados de participar do esquema de desvio de verbas do BNDES disse para outro:
- O cara é ligado ao José Dirceu e vai querer morder uma grana.
Ele se referia a um funcionário do BNDES. Qual deles? De acordo com o blogueiro César Maia, só pode se tratar de Élvio Gaspar. Recebi a mesma dica na semana passada. Fui furado por César Maia. Mas acrescento um dado: Élvio Gaspar está sendo investigado pela PF.
Primeiro: ele é ligado a José Dirceu. Mais precisamente, ele é ligado à turminha carioca de José Dirceu - gente como Waldomiro Diniz e Marcelo Sereno. Foi secretário de Planejamento do Rio de Janeiro, no governo de Benedita da Silva. No primeiro mandato de Lula, ganhou um cargo de comando no ministério do Planejamento. Depois disso, foi transferido para o BNDES.
O esquema de desvio de verbas do BNDES, segundo a PF, envolvia um financiamento de 120 milhões de reais à prefeitura de Praia Grande. Quem assinou esse financiamento foi o próprio Élvio Gaspar. Ao assiná-lo, ele elogiou a capacidade da prefeitura de "superar as dificuldades burocráticas". Agora se sabe que, para a PF, essas dificuldades burocráticas só foram superadas porque os caras - sabe-se lá que caras - "morderam uma grana".
Um empréstimo de 200 milhões de reais às Lojas Marisa também consta do inquérito da PF. O negócio foi analisado e aprovado pela área de Crédito do BNDES. Quer saber quem é o diretor dessa área? Sim: Élvio Gaspar.
Isso é apenas uma das pontas do caso. Há outras pontas, igualmente degradantes: a suspeita contra parlamentares, como Paulinho; a falta de controle sobre o dinheiro do PAC, que financiou as obras de Praia Grande; o esquema de aparelhamento petista, que espalhou seus mordedores de grana pela máquina estatal.
Minha pergunta é a seguinte: por que até agora ninguém pensou em pedir uma CPI do BNDES? O banco é a principal fonte de investimentos públicos do país. Está envolvido diretamente nos maiores negócios da atualidade, como o empréstimo bilionário à Vale e a compra da Brasil Telecom por parte da Oi. O Congresso Nacional tem o dever de conferir se esse dinheiro está sendo empregado honestamente. O BNDES diz que possui um sistema de checagem de seus investimentos. O fato é que, em Praia Grande, esse sistema falhou, e tudo indica que pode ter falhado outras vezes.
No ano passado, fiz um
artigo sobre o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Apelidei-o de Mulá Omar brasileiro, porque ele contribuiu de maneira determinante para o atraso do país, instituindo, em meados da década de 1980, a reserva de mercado para a informática. Uma CPI do BNDES pode ajudar a impedir que o banco se torne uma reserva de mercado dos mordedores de grana.
Ouça aqui

Só agora?

Por que só agora algumas autoridades começam a falar em tentar trazer jogos da Copa do Mundo de 2014 para Goiânia? Demorou demais. Além disso, Goiânia fica perto de Brasília e Belo Horizonte, cidades com certeza sedes da Copa. Alguém ainda acredita que Goiânia vai sediar alguma coisa?

Sarney e Collor apóiam Lula

Lula disse hoje, em Manaus, que os ex-presidentes deixaram os pobres no esquecimento. Seria só mais uma crítica de Lula contra seus antecessores. Mas, vamos ser pacientes. Vamos analisar com calma. Os ex-presidentes deixaram os pobres no esquecimento? Bem, vamos pensar: ex-presidentes vivos nós temos José Sarney, Fernando Collor de Melo, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Tiremos FHC que é do partido de oposição à Lula. Não sei se Itamar é lulista ou não, apesar do partido dele, o PMDB, ser da base aliada. Agora Sarney e Collor são aliados de Lula. Será que o Falastrão de Honra do PT teria coragem de dizer para seus aliados e ex-presidentes que eles se esqueceram dos pobres quando comandavam o país? Pô, bem que o pai dos pobres destêpaiz poderia cobrar dos seus antecessores injustos.

Pobres trabalhadores do Brasil

Quer dizer que outros sindicalistas apóiam Paulo Pereira da Silva. Quer dizer que as denúncias contra o deputado nada mais são do que perseguição política, ódio da Dona Zélite contra aqueles que defendem tanto os trabalhadores destêpaiz. Se depender do que os sindicalistas falam os trabalhadores brasileiros são os mais defendidos no mundo todo. E seus sindicalistas, quando são denunciados, são vítimas. Sempre vítimas. Dias atrás eram vítimas da ditadura. Hoje são vítimas de empresários que não toleram os benefícios obtidos para os trabalhadores. Pobres trabalhadores do Brasil. Uma coisa eu aprendi dos meus 15 minutos de esquerdismo: sempre duvide daquele que diz representante do povo, lutador do povo ou qualquer outra coisa que seja do povo. São estes os larápios, os corruptos, os ladrões.
É claro que os sindicalistas apoiariam Paulinho. Amigo é amigo e o resto é resto. Na República dos Cupanheiros felizes são os “paulinhos” que se aproveitam da farra promovida por Lula (sindicalista mor) e companheiros em geral. Pobres trabalhadores do Brasil defendidos por gente como Paulo Pereira da Silva. Enquanto ouvem discursos e mais discursos de amor à causa os companheiros tomam conta do BNDES.

E os gastos de Lula?

Os governistas querem quebrar o sigilo dos gastos presidenciais quatro anos após o fim do mandato. É uma forma dos lulistas bolivarianos defenderem Dilma Rousseff no caso do dossiê com os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. Eles não fizeram um dossiê, mas sim um banco de dados. É aquela conversa pra boi dormir. Enquanto os lulistas bolivarianos tentam desviar o foco para os gastos dos ex-presidentes, não sabemos quanto Lula gasta, não sabemos como Lula gasta, não sabemos aonde Lula gasta o nosso dinheiro. Que proteção tem este presidente! Imagine quatro anos depois que deixar o cargo (isto é, se ele deixar o cargo).

Confronto com arrozeiros deixa 10 índios feridos a bala em Roraima

Por Loide Gomes
no Estado de São Paulo

Dez índios das etnias macuxi e ingaricó foram feridos a bala ontem na terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, após tentativa de ocupação da Fazenda Depósito, do rizicultor Paulo César Quartiero, prefeito do município de Pacaraima e líder da mobilização de produtores contra a demarcação da reserva. O conflito ocorre 26 dias depois da suspensão da Operação Upakaton 3 da Polícia Federal, destinada a retirar os não-índios da área. A ação da PF foi interrompida por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de abril.
A Fazenda Depósito fica a sete quilômetros de Surumu, localidade a 160 quilômetros de Boa Vista que concentra os conflitos entre índios e não-índios pela posse da reserva de 1,7 milhão de hectares. Às 5 horas, um grupo de 103 indígenas, entre homens e mulheres, iniciou a ocupação de uma área da fazenda livre de plantação de arroz e afastada da sede. Em pouco tempo, eles construíram quatro malocas com palha e madeira. Dois funcionários de Quartiero chegaram ao local em motos e ordenaram a saída dos índios. Diante da negativa, foram embora e retornaram com mais quatro funcionários, em três motos e uma caminhonete."Eles já chegaram atirando, sem dar chance de defesa às vítimas", afirmou Júlio Macuxi, coordenador de programas do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Ele disse que a ocupação se deu pela necessidade de ampliação da comunidade Renascer, próxima à cerca da fazenda, que estaria "sufocada".Quartiero sustentou que não estava na fazenda no momento do conflito, mas foi informado por seus funcionários de que os índios teriam invadido sua fazenda armados de cassetetes e de arco e flecha. "Os funcionários disseram que, quando tentaram retirá-los, eles atiraram flechas. Então houve reação."
SOCORRO
Os tiros foram disparados de espingardas calibre 16. A PF abriu inquérito para investigar o caso e prestou o primeiro atendimento aos feridos. Sete foram levados para o hospital de Pacaraima. Os demais, Glênio Barbosa, 22 anos, João Ribeiro, 30, e Antônio Kleber da Silva, 25, foram removidos em avião da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para Boa Vista.O médico Renerys Pinheiro, que atendeu os três no Pronto-Socorro Francisco Elesbão, disse que os ferimentos são leves e os indígenas receberão alta ainda hoje. Glênio é ingaricó e foi atingido com estilhaços de chumbo no nariz, no lado esquerdo do rosto, no tórax e na perna. João Ribeiro teve um ferimento na perna e Antônio Kleber foi atingido no tórax e no abdômen. Os dois são da etnia macuxi.O episódio de ontem não intimidou o Conselho Indígena de Roraima, que pretende continuar a ocupação da Fazenda Depósito. Os índios não aceitam a posse de Quartiero nem dos seis rizicultores que permanecem na área. Para eles, os produtores é que são os "invasores"."Esse ataque é uma afronta à Constituição e ao Supremo Tribunal Federal, mas não intimida as comunidades. Ao contrário, só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima", disse o índio Júlio Macuxi. Ele ressaltou que vai reforçar o pedido de segurança feito há um mês, e exigir que a PF desarme o que ele classificou de "milícia".
RESISTÊNCIA
A tensão na Raposa Serra do Sol recrudesceu com a Operação Upakaton 3. Comandados por Quartiero, os arrozeiros patrocinaram protestos e atos de sabotagem, que incluíram até a destruição de pontes, para impedir a entrada dos policiais nas fazendas. Em meio à mobilização da PF, o Supremo determinou em 9 de abril a suspensão da retirada dos não-índios. O STF decidirá se a demarcação da reserva deve ser contínua ou dividida. A Raposa constitui área contínua de 1,7 milhão de hectares, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Nela vivem cerca de 20 mil índios.

Procuradora afirma que caso BNDES envolve mais políticos

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

A procuradora da República em São Paulo Adriana Scordamaglia, que acompanha a Operação Santa Tereza da Polícia Federal, disse ontem, em entrevista coletiva, que políticos cujos nomes ainda não vieram a público e mais dez prefeituras do interior de São Paulo deverão ser investigados por suposto envolvimento com o grupo acusado de desviar recursos de empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).A procuradora também afirmou que há funcionários do banco sob investigação, embora seus nomes e cargos sejam desconhecidos, inclusive para a PF. Indagada se é possível dizer que algum servidor recebeu suborno para liberar os empréstimos, a procuradora afirmou não deter essa "prova"."Houve um vasto material apreendido, e nesse vasto material, segundo a Polícia Federal me informou, há outras pessoas envolvidas, pessoas importantes, políticos, que não [os] já citados, que no decorrer das investigações, da análise do material apreendido, eles chegarão a outras pessoas", disse a procuradora, que não citou nomes. Como o processo corre sob segredo de Justiça, a imprensa não tem como aferir as declarações da procuradora.A procuradora mencionou "planilhas, e-mails, notas fiscais, documentos de mão própria dos denunciados".Na última sexta, Adriana entregou à Justiça Federal a denúncia, que foi acolhida, contra 13 pessoas que atuariam em dois tipos diferentes de atividades criminosas: tráfico de mulheres e fraudes nos empréstimos bancários às Lojas Marisa (dois) e à prefeitura de Praia Grande (SP). Segundo Adriana, "apenas nesses 3 empréstimos os envolvidos receberam R$ 2 milhões de propina".A procuradora disse que não há provas do envolvimento de donos ou diretores da rede de lojas de roupas femininas.Como o inquérito tem citações ao deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), cópia foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal). Ele tem foro privilegiado. Conversas telefônicas indicam, segundo a PF, que Paulinho teria recebido parte de R$ 1,3 milhão pago a título de "custo político".A procuradora também pediu a abertura de um inquérito para investigar suposto vazamento da operação. A PF atribuiu ao advogado Ricardo Tosto o alerta feito por e-mail a outro investigado.Procurado pela reportagem, Tosto preferiu não se manifestar. Ele tem negado participação no suposto esquema. O advogado de Paulinho não foi localizado. O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou ontem, em Teresina (PI), que Paulinho seja objeto do inquérito.