sábado, 28 de março de 2009

Os arteiros modernos

Na Folha:

A chamada "caixa-preta" do Senado é um mistério até mesmo para a Secretaria de Controle Interno, encarregada de fiscalizar eventuais irregularidades e informá-las ao TCU (Tribunal de Contas da União). Ao menos durante os dois últimos anos, a folha de pessoal, de R$ 2,2 bilhões anuais (81% do orçamento da Casa), foi paga sem nenhum tipo de controle.
Documento ao qual a Folha teve acesso, encaminhado pelo diretor da Secretaria de Controle Interno, Shalom Granado, ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), no dia 16 de março, revela que o único acesso possível de sua equipe ao sistema Ergon, responsável pela folha de pagamento, era ao contracheque e à ficha financeira de servidores. "Todas as demais funções foram bloqueadas."
Leia mais aqui.

É necessário acontecer um escândalo para sabermos as safadezas que correm debaixo do Congresso Nacional. Debaixo daquele tapete cabia até um castelo. Vemos agora as safadezas do Senado. O Senado Federal comandado por José Sarney. Vemos o descontrole, a falta de fiscalização, a farra que vossas excelências estavam fazendo com dinheiro público.
Pois é, pessoal! O Senado está nas mãos de Sarney e Renan Canalheiros. Deixem que os dois “modernizem” a Casa. A propósito, o Estadão publicou uma reportagem mostrando que estes dois modernizadores falavam em reformar a Casa. Era só discurso. Bem, estou sendo maldoso, não é mesmo? Como todo bom modernista há incompreensão daqueles que não sacam o, como vou dizer, “momento” que os modernistas estão vivendo. Sãos uns incompreendidos, uns descontrolados. Errados somos nós que desconfiamos deles. Deixem eles fazerem suas artes.

Ficando bem com todo mundo

No Estadão:

A Camargo Corrêa foi a segunda empresa de construção que mais fez doações oficiais para campanhas eleitorais na disputa municipal de 2008. Ao todo, ela doou R$ 5,8 milhões, dos quais R$ 2 milhões diretamente para as candidaturas e outros R$ 3,8 milhões em repasses para os comitês financeiros municipais dos partidos. A Camargo Corrêa só foi superada nessas doações pela construtora OAS, que ajudou vários candidatos em todo o País distribuindo R$ 12,3 milhões.

No caso da Camargo Corrêa, a maior doação feita em 2008 foi de R$ 3 milhões ao Comitê Financeiro Municipal Único do DEM, em São Paulo. Na capital paulista, o candidato do partido foi o prefeito Gilberto Kassab, que acabou sendo reeleito.

Entre as doações feitas diretamente para os candidatos, o foco da empresa foi em Curitiba. A candidata do PT, Gleisi Hoffman, recebeu R$ 500 mil para sua campanha. Ela é casada com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O principal adversário de Gleisi na disputa, o prefeito Beto Richa (PSDB), ganhou uma doação de R$ 300 mil da Camargo Corrêa. Richa foi reeleito.
Leia mais aqui.

As empreiteiras fazem doações para todas as campanhas políticas. Sabem como é: vai que dá zebra? Para ficar bem com todo mundo, para ganhar o apoio e a confiança (e a retribuição) do candidato eleito, as empreiteiras derramam suas cifras nas eleições. Doações registradas e não registradas. Dinheiro contabilizado e não contabilizado.
Doando dinheiro para campanha, o empreiteiro fica amigo do candidato, conhece seus aliados. Acabando a eleição vai ao gabinete pedir a retribuição. É aquela velha máxima: “Uma mão lava a outra”.
Em época de campanha todo mundo quer ajudar todo mundo. Quando empreiteiras começa a superfaturar obras ninguém vê nada, ninguém sabe de nada. Quando tais superfaturamentos são denunciados pela imprensa além de ninguém ter visto ou sabido de nada, ninguém conhecia ninguém.
Querem ver que Tarso Genro vai aproveitar as denúncias contra a Camargo Correa e propor outra vez a reforma política? Como fazer a reforma política se quem tem que fazê-la recebe dinheiro destas empreiteiras que superfaturam obras? O melhor é ficar bem com todo mundo.

Recusar? Sim!

Acabo de abrir o blog e leio quatro comentários. Deve ser a mesma pessoa. O sujeito entra aqui, lê, não gosta e comenta. Se fizesse isso uma vez vá lá, mas é todo dia. Sei lá, o cara não tem o que fazer, o que ler vai procurar alguma coisa em blogs que detesta.
Ele sempre vem aqui cobrar a minha “indignação”. “Você não vai falar sobre isso, sobre aquilo?”. Ora essa, e eu tenho que dar satisfação para alguém? E ele sempre quer que eu fique indignado apenas com as safadezas tucanas. As safadezas petralhas quer que eu deixe de lado.
É todo dia! Abro o blog e vejo os comentários do sujeito que me detesta, mas nunca deixa de me ler. Acionei o moderador de comentários. Os quatro que o sujeito me mandou eu selecionei, cliquei o botão “Recusar” e mandei-os para o lixo cibernético. Eu sei que ele volta, mas não tem problema não. Recusar? Sim!

"O elogio do atraso" por Diogo Mainardi

O elogio do atraso. Quanto mais atrasado, melhor. Há algumas semanas, a revista The Economist analisou o atual estado da economia brasileira. Nossa maior glória, de acordo com a reportagem, foi ter permanecido lá atrás. No estatismo. No assistencialismo. No empreguismo. Na agiotagem. Nas negociatas patrimonialistas do BNDES. Agora tudo isso poderá nos proteger do rombo da economia mundial, causado por aquela "gente branca, loira e de olhos azuis", segundo Lula.
A reportagem da The Economist é ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. Os historiadores sempre associaram nosso atraso ao catolicismo ibérico. Como nosso trunfo é o atraso, a gente tem de ir mais à igreja. A gente tem de resgatar o Tribunal do Santo Ofício. A gente tem de dormir mais. Nosso lugar, como o de Macunaíma, é numa aldeia à margem do Uraricoera. The Economist recuperou o mito modernista do herói indolente e sem caráter, celebrando Mário de Andrade com oitenta anos de atraso. Quanto mais atrasado, melhor. Especialmente no caso de Mário de Andrade.
Coreia, Coreia, Coreia. Nos últimos anos, aconselharam-nos sem parar a imitar a Coreia. Que pegou um monte de dinheiro e o despejou todinho na escola. O único caminho para o progresso, repetia-se tediosamente, era o estudo. Os coreanos fizeram isso mesmo: estudaram. Deu certo por algum tempo. Até a economia mundial desabar. Quando desabou, a da Coreia desabou mais ainda. E o modelo brasileiro, baseado no torpor físico e moral, passou a ser comemorado nas páginas da The Economist. Quem mandou estudar tanto? A Coreia, hoje, tem uma indústria de ponta que compete com a dos países mais ricos, com produtos que ninguém se interessa em comprar. A gente, muito mais folgadamente, recolhe farelo de soja e minério de ferro e sai arrecadando uns trocados por aí. Conselho: estude menos e durma mais.
Há outras áreas em que o imobilismo e o atraso podem nos beneficiar. Neste período de empobrecimento generalizado, em que há maior chance de tumulto social, ter um povo domesticado e acovardado, como o nosso, representa uma grande vantagem. Outra área da qual temos de tirar proveito é o ambiente. Os Estados Unidos se preparam para torrar 150 bilhões de dólares em energia limpa e ineficaz, num prazo de dez anos. Ao mesmo tempo, planejam aumentar todos os impostos sobre as fontes de energia mais poluentes e eficazes. Nós, por outro lado, continuaremos a produzir como sempre fizemos, de maneira porca e barata: ateando fogo no mato e soltando o gado.
Daqui a dez anos, se a economia mundial continuar a se atrofiar, estaremos ainda melhor, colhendo os frutos de nosso atraso. The Economist dedicará mais uma página ao Brasil, numa reportagem altamente elogiosa a respeito de nossas queimadas, ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. E com enfisema pulmonar.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou...

Lula disse hoje que os trabalhadores devem evitar pedir aumento em tempos de crise econômica. Já imaginou se Fernando Henrique Cardoso dissesse isso durantes as crises que seu governo enfrentou? Imaginem se José Sarney disse para os trabalhadores não pedissem aumento enquanto ele fazia planos e mais planos contra a inflação? Lula pode dizer isso, não é mesmo? Afinal, quem somos nós para cobrar alguma coisa dele, como adoram escrever os intelekituwaiwais da esquerda? Eis o Patrão-Lula em ação. O metalúrgico já era. No documentário Entreatos, Lula critica aqueles esquerdopatas que sonhavam em vê-lo de macacão e não de terno e gravata sob a orientação de Duda Mendonça. Lula não gosta de macacão, ele prefere terno e gravata.
Querem ver que os peleguinhos da CUT e da Força Sindical vão segurar os trabalhadores para que não peçam aumento? Eles seguem o que Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou.

Fala, fala, é agora!

Na Folha:

A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara aprovou ontem requerimentos de convocação para que o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, e o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, prestem depoimentos à comissão.
Os deputados querem explicações do juiz sobre sua decisão de negar à CPI o compartilhamento de dados da Operação Satiagraha. Na semana passada, integrantes da comissão estiveram em São Paulo para solicitar a quebra do sigilo da investigação e o repasse do conteúdo das escutas. Na ocasião, De Sanctis disse que não repassaria dados sigilosos.
Em relação a Dantas, a comissão quer explicações sobre o seu suposto envolvimento em escutas telefônicas clandestinas. O presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), disse anteontem que a comissão já tem elementos para sugerir o indiciamento do banqueiro ao final das investigações, assim como do delegado Protógenes Queiroz, que comandou as investigações da Satiagraha.

Que Daniel Dantas fale tudo o que sabe! Que Fausto De Sanctis mostre tudo o que a Operação Satiagraha investigou! Fala, fala, é agora!

Imprensa anti-Lula

Lembro dos editoriais de Mino Carta na Carta Capital. Atacava a imprensa chamando-a de tucana-demista (escrevi demista porque o peefeelista não existe mais). Ele vivia escrevendo que a imprensa brasileira defendia o PSDB e atacava o PT do pobre operário. Vejam a Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. Está estampada em todas as páginas, está em todas as capas. Os jornais dão destaque. E depois falam que a imprensa é anti-Lula. Ta fácil...

A farra dos petralhas

Lula e Tarso Genro elogiaram a Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. Claro que eles estão felizes. Na listagem da empreiteira Camargo Correa, por enquanto, não está incluído o PT. Os partidos de oposição sim. É nítida a alegria dos petralhas. Aquele sorriso no cantinho da boca.
Ontem Lula esteve na sede da Polícia Federal para comemorar os 65 anos da instituição. Só faltou imitar George W. Bush e colocar uma faixa: “Missão Cumprida”. Quem dera se eu visse essa mesma satisfação dos petralhas quando algum cupanhero de partido fosse preso pela PF. Aliás, teve sim. Quem não se lembra dos aloprados? Pois é. No país dos petralhas o bom mesmo é pegar quem se opõe à “Articulação”. Quando eles estão fora fazem a farra.

Doações por fora

No Estadão:

"Tem aquela pasta de eleições", diz Pietro Bianchi.

"Ah, tá bom", responde Fernando Dias Gomes.

"E lá tem todos os caras que foram pagos", emenda Bianchi.

Grampos telefônicos da Castelo de Areia, operação integrada da Polícia Federal com a Procuradoria da República, revelam intensa movimentação da cúpula da empreiteira Camargo Corrêa em suposto esquema de doações "por fora" para políticos e legendas.

Sete partidos (PSDB, PDT, DEM, PP, PPS, PMDB e PSB) - além dos senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e deputados, entre eles José Carlos Aleluia (DEM-BA) - são citados como beneficiários de recursos que a PF supõe terem sido desviados de obras superfaturadas.

Diálogos interceptados pela Inteligência da PF revelam passo a passo como agiam os principais executivos da empreiteira, que faturou R$ 16 bilhões em 2008. As escutas fazem a PF supor que a Camargo Corrêa mantinha duas contabilidades para repasses a políticos - uma oficial e outra paralela, sem comunicação à Justiça Eleitoral.

O alvo maior da operação é um pen drive com relação de políticos que teriam recebido propinas da empreiteira. O arquivo digital foi revelado naquela conversa que a PF interceptou, entre Bianchi e Gomes, executivos da empreiteira presos na quarta-feira. Os dois falam de José Carlos Aleluia e de um suposto pagamento a ele. "Não sou candidato e não é primeira vez que bandidos falam nomes de pessoas", reagiu o deputado do DEM. "Não tenho absolutamente contato, nem oficial nem extraoficial, com a Camargo Corrêa. O governo começa a espalhar coisas para cobrir o drama que está vivendo. Não recebo doação que não seja legal."
Leia mais aqui.

MST paraguaio

Na Folha:

Organizações camponesas e de sem-teto paraguaias, com apoio do brasileiro MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), fecharam ontem, das 10h15 às 11h30, a ponte da Amizade, que liga o município de Foz do Iguaçu (PR) a Ciudad del Este (Paraguai).
No ato, pediram reforma agrária no Paraguai e a renegociação dos tratados sobre Itaipu, com o Brasil, e Yaciretá, com a Argentina.
O ato foi liderado pela MCNOC (Mesa Coordenadora Nacional das Organizações Camponesas), que reúne sem-terra e sem-teto paraguaios. Além do MST, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) foram as entidades brasileiras presentes.
O protesto reuniu cerca de 400 manifestantes, segundo a Polícia Nacional do Paraguai, e aconteceu no lado paraguaio da ponte da Amizade. Antes, brasileiros e paraguaios, no meio da ponte, cantaram os hinos nacionais dos dois países.
As mobilizações no Paraguai ocorrem em um momento crítico para o governo do presidente Fernando Lugo, que sofre pressões para fazer a reforma agrária que pode visar propriedades de "brasiguaios".


O MST já atravessou a fronteira. Já não defende mais os seus interesses dentro do Brasil. Eles já se acham no dever de fechar a Ponte da Amizade em apoio aos esquerdopatas do Paraguai. Eles não se contentam em fazer arruaças dentro do Brasil. Precisam atravessar a fronteira para colaborar com quem quer a baderna do outro lado.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Lições de Ivan Lessa

Gostei do nome do blog. É claro que é uma referência ao livro homônimo do Diogo Mainardi. Abaixo transcrevo a coluna do Diogo publicada na Veja do dia 13 de agosto de 2003. Eu era um jovem que começava a perceber que o sonho estava acabando. Não o da padaria, mas de um Brasil melhor depois da eleição de um metalúrgico para presidente. Começava a perceber que os esquerdistas eram mentirosos e adoravam roubar "em nome do povo" e "porque todo mundo faz isso".
O Brasil de 2003 é o mesmo Brasil de 2009: enfrentando crises. Enquanto Lula e os petralhas abafam seus escândalos e não admitem que apontemos para seus sorrisos amarelos fiquem com as lições de Ivan Lessa:

Ivan Lessa é o maior escritor brasileiro. Só que o Brasil é tão desgraçado que nosso maior escritor nunca se interessou em escrever um livro. Preferiu dedicar-se a não escrever. É muito mais difícil não escrever do que escrever. Qualquer um pode escrever um livro. Qualquer um pode publicá-lo. Duro mesmo é ficar deitado no sofá, sem escrever nada. Requer uma aceitação filosófica da própria transitoriedade. Requer o desprendimento de um sufi. Ivan Lessa resumiu sua determinação de não escrever da seguinte maneira: "Que nossa presença seja leve aos outros, ocupados com seus mistérios e empombações. Falemos baixo".

Eu escrevi livros. Um monte de livros. Cheios de mistérios e empombações. Quem melhor definiu minha carreira literária foram os humoristas do Casseta e Planeta. Alguns anos atrás, contaram que um assassino, fugindo da polícia, escondeu-se dentro de um dos meus romances, o único lugar que ninguém jamais abriria. No domingo passado, o mesmo Casseta e Planeta voltou ao assunto e retratou-me nos fundos de uma van, a caminho de um festival de literatura em Parati, amolando o tempo todo meus companheiros de viagem, Luis Fernando Verissimo, Arnaldo Jabor e Marilena Chaui. Acontece que agora eu não escrevo mais. Desci da van literária. Como um alcoólatra numa reunião do AA, um dia me levantei da cadeira e jurei que nunca mais escreveria um romance. Há seis anos, quatro meses e duas semanas não faço uma linha de literatura. De tempos em tempos, sou tentado a retomar o hábito, sobretudo depois da noite de autógrafos de algum amigo. Ivan Lessa já disse que o único bom motivo para escrever um livro é irritar os amigos. Ele disse também que amigos custam um dinheirão e, ao contrário de liquidificador, não vêm com garantia. Bem melhor que ter um amigo é ter um conhecido no pub.

Conheci Ivan Lessa em Londres, em 1981. Todas as quartas-feiras almoçava com ele num restaurante chinês no centro da cidade. Ele sempre me levava três livros, dentro de um saco de supermercado. Eu lia tudo e devolvia na semana seguinte. Para ler os livros que ele me emprestava, fui negligenciando os estudos universitários na London School of Economics, até largá-los definitivamente, no fim do 1º ano. Em sua recente passagem por Londres, Lula recebeu uma homenagem da London School of Economics. O reitor chegou a chorar. Eu já era grato a Ivan Lessa por ter sabotado minha carreira estudantil. Depois da homenagem a Lula, fiquei duplamente grato. Embora eu não devesse falar desse jeito. Era divertido debochar do Lula nas primeiras semanas de governo, quando ninguém debochava dele. Agora todo mundo debocha, até o Casseta e Planeta.

Aprendi muitas coisas com Ivan Lessa. Algumas delas, só entendi recentemente. Isso de não sair escrevendo um romance atrás do outro, para mim, foi uma conquista difícil, que precisou de muito esforço e muita autoflagelação. Como nem todo mundo teve a sorte de ter um tutor como Ivan Lessa, estou passando adiante suas lições aqui, agora, de graça. Lição número 1: não escreva. Lição número 2: se realmente tiver de escrever, "trate o resto da humanidade aos tapas e pontapés".

Não trataram a crise com seriedade

Lula nunca tratou a crise econômica com seriedade. Ele sempre dizia que o Brasil não seria atingido pela onda gigante e, caso chegasse até nossas praias, se transformaria numa marolinha. Lula sempre desdenhou da crise econômica. É só olhar nos arquivos dos jornais. Ele acreditava que o seu governo daria conta do recado e nada aconteceria. Pimba! Aconteceu! A crise já está em solo brasileiro. Cadê o sorrisinho de José Dirceu colocando a culpa no neoliberalismo? Cadê os petralhas culpando os tucanos (de dia eles trocam fartas e de noite se amam loucamente)? A equipe econômica de Lula nunca tratou a crise com seriedade. Eles acharam que o Brasil já estava maduro demais e pronto para enfrentar qualquer turbulência. Já era! A crise abalou até a inabalável popularidade do Apedeuta. Ah sim, eu ainda acho muito legal a queda da popularidade de Lula. Enquanto os petralhas se desesperam tentando recolocar os cacos de vidro e aplicando botox na cara da ex-guerrilheira Dilma Rousseff, eu me divirto muito.

Lula achou um culpado pela crise

Só o nome do blog que mudou. O conteúdo continua o mesmo e o blogueiro também.

Lula já achou um culpado pela crise financeira mundial: o homem branco de olho azul. Eis o culpado! Se a popularidade de Lula caiu nas pesquisas a culpa é do homem branco de olho azul. Lula mostra todo o seu preconceito. Mostra que não sabe lidar com nenhuma crise. Ao invés de enfrentá-la prefere jogar a culpa nos outros, ops, no homem branco de olho azul. Mudei o nome do blog em boa hora. Essa gente safada que ocupa o Palácio do Planalto e a Esplanada dos Ministérios deve sempre ser tratada A tapas e pontapés.

Podcast do Diogo Mainardi: "Kraftwerk e Mozart"

234 anos. É a soma da idade dos quatro componentes do Kraftwerk. É como se o grupo tivesse nascido em 1775. Por essa medida, ele é contemporâneo de Mozart. Em 1775, Mozart tinha 19 anos. A vinda do Kraftwerk ao Brasil, cronologicamente, equivale à vinda de Mozart ao Brasil. Em vez de Salzburgo, o Sambódromo.
Depois do espetáculo do Kraftwerk no Sambódromo, li que um de seus membros, Florian Schneider, de 62 anos, decidiu abandonar o grupo alguns meses atrás, sendo substituído por um eletricista, Stefan Pfaffe. Isso reduziu a idade do Kraftwerk em cerca de duas décadas. Refiz todas as minhas contas. Foi como se Mozart tivesse vindo tocar no Sambódromo cinco anos depois de sua morte. Musicalmente, faz mais sentido.
Na última semana, fui arrastado ao Sambódromo para ver o Radiohead. Antes de ver o Radiohead, tive de ver o Kraftverk, que abriu o espetáculo. Acompanhei seus primeiros discos. Autobahn e Radio-Activity. Em 1977, quando saiu Trans-Europe Express, eu já desistira do grupo. Tinha 15 anos. Era velho demais. Quase a idade de Mozart em 1775. Naquele tempo, o Kraftwerk evocava o futuro. Mas era uma imagem do futuro de 30 anos atrás. Ridiculamente datada. Embolorada. Caduca. Com seus uniformes aderentes, com sua imobilidade no palco, com suas letras afásicas, com seus arranjos elementares, com sua batida narcótica, com sua tecnologia rudimentar, o futurismo caipira do Kraftwerk era igual ao do seriado de TV com marionetes Os Thunderbirds.
No comecinho da década de 1980, o Kraftwerk influenciou grupos como Joy Division, Depeche Mode, New Order, Soft Cell, Human League. Meia dúzia de acordes no minimoog. Foi o pior momento da história da música. Foi o pior momento também na história da pintura, da arquitetura, da literatura, que continuaram se abastardando de lá para cá. O espetáculo do Kraftwerk no Sambódromo, com um eletricista no lugar do tecladista, foi o testemunho melancólico de um fracasso geracional. O fracasso de minha geração.
E o espetáculo do Radiohead? Um de seus guitarristas é amigo de um amigo, que me arrumou um lugar no curralzinho da mesa de som. E o baterista do grupo, no dia seguinte, no bar do hotel, ensinou meu filho menor a tocar bumbo. Apesar disso, eles me aborreceram com aquelas bandeiras tibetanas penduradas nos pianos. Me aborreceram com aquele protesto disparado contra os "norte-americanos". Me aborreceram sobretudo por me fazer ficar de pé por mais de quatro horas. Durante o espetáculo do Kraftwerk, pensei sobre o fracasso de minha geração. Sobre o futuro esclerosado que representamos. Durante o espetáculo do Radiohead, mais modestamente, pensei apenas que, entre eles e uma cadeira, escolho a cadeira. Entre Mozart e uma cadeira, escolho a cadeira.

A bandeira de Iris Rezende, é claro!

Iris Rezende começou seu segundo mandato a frente da Prefeitura de Goiânia frustrando seus aliados. A penca de partidos que o apoiou nas eleições do ano passado espera na porta do gabinete do prefeito uma assinatura em um documento que lhe conceda os cargos tão almejados. Iris demora e os vereadores começam a perder a paciência.

Ontem, a Câmara Municipal derrubou o veto do prefeito que decretaria feriado no Dia da Consciência Negra. Os vereadores criticaram o veto de Iris. Mas eles faziam isso não pela defesa dos negros e sim por pura birra. Eles querem cargos e Iris demora em atende-los. Hoje a bandeira defendida pelos vereadores goianienses é do movimento negro. E amanhã? E se amanhã Iris assina o documento concedendo cargos para seus aliados qual bandeira será levantada? A bandeira de Iris Rezende é claro.

"Volta, Marconi!"

No Diário da Manhã:

Em resposta à movimentação de aliados de Henrique Meirelles para que ele se viabilize como candidato ao governo de Goiás, o deputado estadual Jardel Sebba (PSDB) afirmou ontem, em entrevista ao jornalista Marcos Cipriano, da Rádio 730, que ele e 12 prefeitos de municípios que representa criaram o movimento “Volta, Marconi”, que defende o retorno do senador Marconi Perillo (PSDB) ao Palácio das Esmeraldas. “Há expectativa muito grande em quem vai suceder o doutor Alcides (governador Alcides Rodrigues, PP). E esse nome, naturalmente, é o senador Marconi”, disse, na manhã de ontem. Afirma que o fortalecimento da candidatura de Meirelles não passa de tentativa para “apimentar” debate político e evitar que processo transcorra “normalmente”. Leia mais aqui.

Eu também apóio a campanha lançada pelo deputado Jardel Sebba. Eu também digo: “Volta, Marconi!”. Marconi Perillo tem que voltar mesmo para cá e dar muitas explicações. Marconi poderia nos explicar as mentiras das propagandas do seu governo que foram desmascaradas só agora. Ele poderia dizer muito sobre a dívida da Celg. Marconi poderia explicar como o Centro Cultural Oscar Niemeyer se transformou num elefante branco às margens da BR-153.
Marconi Perillo tem muito que explicar. Ele tem que voltar. É isso aí: “Volta, Marconi!”

Sarney e Canalheiros, os modernistas

No Estadão:

O grupo de parlamentares que hoje comanda o Senado e faz promessas de reforma administrativa para enterrar a assombração política provocada pelo escândalo dos 181 diretores, pagamento de hora extra no recesso parlamentar e outros desmandos é o mesmo que, 14 anos atrás, propôs uma profunda "reengenharia" para que a Casa não se transformasse em uma "instituição desorientada", vagando como "uma alma penada" pelo Congresso.

Hoje, como em abril de 1995, a direção do Senado também decidiu "contratar uma consultoria externa da Fundação Getúlio Vargas". No discurso da posse do terceiro mandato na presidência do Senado (de 1993 a 1995, de 2003 a 2005 e de 2009 a 2011), em fevereiro passado, Sarney afirmou que foi com o trabalho da FGV que ele promoveu "uma grande reforma aqui dentro".

O contrato número 55/1995, segundo informação oficial do Senado, "foi pago em quatro parcelas de R$ 220.500,00, totalizando 882.000,00". Um novo contrato com a FGV deve ser assinado ainda nesta semana. A fundação já faturou em contratos com o Senado, nos últimos cinco anos, pelo menos R$ 3,3 milhões.
Leia mais aqui.

Viram como José Sarney e Renan Canalheiros são os grandes modernistas do Senado? Desde 1995 eles falam em reformas, reformas e mais reformas. Só falam! Só lêem o que está escrito nos seus discursos fajutos usados apenas para gambelar a opinião pública.
Desde 1995 que Sarney e Canalheiros estão entre os líderes do Senado. Não é a toa que a Casa do Tapete Azul é um sinônimo de mudança e progresso. O Senado brasileiro precisa de mais modernidade do que aquela trazida por estes grandes baluartes da política?

O bom companheiro

Na Folha:

Eleito ontem para presidir o Conselho de Ética da Câmara, o deputado José Carlos Araújo (PR-BA) defendeu penas mais brandas para colegas investigados por quebra de decoro. Sem citar nomes, ele disse que parlamentares cassados não mereciam punição tão severa, pois cometeram "erros leves", e citou como exemplo os envolvidos no escândalo do mensalão.
Dos 19 deputados acusados de participar do mensalão -esquema de compra de apoio político gerido pelo publicitário Marcos Valério de Souza e coordenado pela cúpula do PT-, 12 foram inocentados em plenário, 4 renunciaram antes da abertura do processo para escapar à punição e apenas 3 foram cassados.
"Poderiam ter recebido penas menores. Isso vale também para os que foram absolvidos, que não mereciam a cassação, mas algum tipo de advertência", afirmou, citando também como possível pena alternativa o afastamento temporário.
Eleito com 12 votos a favor, um em branco e nenhum contra, o deputado tem um histórico de votos por absolvição no Conselho: como suplente, votou a favor de quatro colegas envolvidos no mensalão.
Leia mais aqui.

Os deputados podem ficar felizes. O novo presidente do Conselho de Ética da Câmara é um bom companheiro. Quando não quer absolver seus colegas propõe uma pena mais branda. Para José Carlos Araújo, novo presidente do conselho, o mensalão não foi tão grave assim e os mensaleiros mereciam pena mais leve.
José Carlos absolveu o irmão de Renan Canalheiros e Paulinho da Força. Votou a favor de quatro mensaleiros.
Os deputados podem ficar felizes. José Carlos Araújo é um bom companheiro. Pelo seu retrospecto político alguém pode negar?

Eu repito o que sempre repeti aqui: Investiguem!

Na Folha:

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Castelo de Areia, que atingiu a direção da empreiteira Camargo Corrêa, investigada por supostos crimes de remessa ilegal de dólares, superfaturamento de obras públicas e doações ilegais para partidos políticos. O relatório da PF cita o PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT e PP.
Foram presos quatro diretores e duas secretárias da Camargo Corrêa. Cerca de 40 policiais federais fizeram buscas na sede da empresa, na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), e levaram documentos, computadores e um cofre. A busca durou cerca de dez horas. Três supostos doleiros e um suspeito de ser o articulador das remessas ilegais também foram detidos. Todos continuam presos até ontem à noite.
Na casa de um dos diretores presos, chamado Dárcio Brunato, delegados da PF afirmam ter encontrado uma lista com os nomes de políticos e funcionários públicos que teriam recebido valores da empreiteira.
Na mencionada lista, há referências ainda ao Tribunal de Contas da União, o que criou um constrangimento durante a operação, já que membros do tribunal acompanharam as prisões e buscas. A presença deles foi solicitada pela própria PF, diante dos indícios de superfaturamento de obras públicas.
A obra citada na investigação é a Refinaria Abreu de Lima, conhecida também como Refinaria do Nordeste. O TCU apontou em 2008 um superfaturamento de cerca de R$ 72 milhões na obra da Petrobras, feita por um consórcio que inclui a Camargo Corrêa.
As conversas gravadas pela PF sobre remessas ilegais aconteceram na mesma época do ano passado em que TCU apontava problemas de superfaturamento na construção da refinaria. Por isso os policiais federais suspeitam que o superfaturamento e as remessas tenham alguma ligação.
Foram presos os diretores da construtora Pietro Francesco Giavina Bianchi, Fernando Dias Gomes, Dárcio Brunato e Raggi Badra Neto, além das secretárias Darcy Flores Alvarenga e Marisa Berti Iaquinto.
Leia mais aqui.

Bem, lá vamos nós outra vez. Repito o que sempre repeti aqui: INVESTIGUEM! Mas investiguem de acordo com a Lei e não seguindo a tal “vontade popular” como imaginava o delegado maluquinho Protógenes Queiroz.
Se as ilegalidades foram devidamente provadas, que os culpados apodreçam na cadeia.

quarta-feira, 25 de março de 2009

PF prende dez suspeitos por crimes financeiros; Camargo Corrêa é alvo de operação

Na Folha online

A Polícia Federal prendeu dez pessoas suspeitas de cometerem crimes financeiros e lavagem de dinheiro em operação deflagrada nesta quarta-feira. Entre os presos estão quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa.
De acordo com a PF, a operação, batizada de Castelo de Areia, foi deflagrada para desarticular uma quadrilha inserida na construtora. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos locais do país.
Em um dos locais investigados no Rio, a polícia apreendeu mais de R$ 1 milhão. Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão.
Por meio de nota, a
Camargo Corrêa se disse perplexa com a operação e que confia nos funcionários detidos, embora ainda não tenha acesso às informações da PF.
"A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação", afirmou a empresa.

Políticos

Segundo
informações da colunista Mônica Bergamo, a investigação vai respingar em alguns dos principais partidos políticos do país.
Os principais crimes investigados pela Polícia Federal na operação são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somadas, as sentenças por esses crimes podem chegar a 27 anos de prisão.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha movimentava dinheiro sem origem lícita aparente através de empresas de fachada e operações conhecidas como dólar-cabo --sem registro no Banco Central, através de depósito em conta brasileira de doleiros que possuem contas no exterior para transferência ao destino final do dinheiro.
O objetivo era prender funcionários da construtora, além do articulador do esquema criminoso e dos doleiros identificados, segundo comunicado da PF.
Diversos clientes dos doleiros investigados foram também identificados e podem responder por crime de evasão, cuja pena chega a seis anos de prisão. Serão instaurados inquéritos policiais para apurar suas participações.

Vai ser no dia 1º de abril

No dia 1º de abril do delegado maluquinho Protógenes Queiroz vai prestar depoimento na CPI dos Grampos. Um grupo de parlamentares pediu que a comissão não permita constrangimentos ao doidinho.
Já existe uma rede de proteção que envolve Protógenes. Ele cometeu ilegalidades. Se o processo contra Daniel Dantas está parado a culpa é do delegado maluquinho. A Polícia Federal tinha tudo para colocar Dantas na cadeia se o doidinho não tivesse metido os pés pelas mãos e o nariz onde não foi chamado.
A propósito, Protógenes Queiroz vai prestar depoimento no dia 1º de abril. É o Dia da Mentira. Será que o doidinho vai dizer a verdade?

E virou uma marolinha

Lula já não é mais este superpoderoso que os petralhas pintaram e bordaram nos últimos sete anos. Sua popularidade começa a cair já que a crise econômica não é uma marolinha como ele dizia tempos atrás.
Hoje, Lula disse que poderá não entregar as casas prometidas no seu pacotão habitacional, ou para usar a expressão tão em voga, o PAC da Moradia. Aos poucos Lula vai mudando seu discurso, vai começando a dizer que as coisas não serão cumpridas. Vai fazendo isso aos poucos. O tsunami de popularidade vai virar uma marolinha no final de 2010.

Eles não sabem de nada

O Popular de hoje mostra que nenhum deputado estadual que conversou com a reportagem não soube explicar a origem dos R$ 9,4 milhões gastos em verbas indenizatórias. Ninguém sabe de nada. Será que eles topam uma CPI? Já sei: eles não sabem de nada.

Crise? Que crise?

No Diário da Manhã:

As críticas de Juquinha das Neves, presidente da Valec, aos pré-candidatos ao governo de Goiás em 2010, o senador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito Iris Rezende (PMDB), atiçaram correligionários tucanos e peemedebistas e anteciparam o debate político, que vai acontecer nas eleições do ano que vem. Em entrevista ao DM na edição de ontem, o ex-deputado Juquinha voltou a defender a candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, à sucessão de Alcides Rodrigues (PP), como opção de terceira via, e acusou Iris e Marconi de serem candidatos “sem bandeiras”. “Iris tem bandeira, sim. Questionar a força histórica dele é ilógico”, defendeu o deputado Thiago Peixoto (PMDB). “Marconi tem bandeira moderna e atual, o que o povo quer”, falou o deputado Jardel Sebba (PSDB). Leia mais aqui.

A única coisa que ainda não foi afetada pela crise financeira é a candidatura de Henrique Meireles ao governo de Goiás. Se a crise abalou até a popularidade de Lula por que será que tal candidatura ainda alimenta sonhos de alguns por aqui? Henrique Meireles já era!

Defender o Estado de Direito

Abaixo publico na íntegra reportagem de hoje da Folha de São Paulo sobre a sabatina que o presidente do STF Gilmar Mendes participou ontem na sede do jornal.
Gilmar Mendes é um dos poucos defensores do Estado de Direito nestêpaiz. Ao invés de ser aplaudido, é vaiado. Talvez se ele concordasse com o descontrole da Polícia Federal poderia receber um post elogioso do delegado maluquinho Protógenes Queiroz em seu blog. Ainda bem que Gilmar Mendes não está nem aí para aplausos ou vaias e sim pela defesa do Estado de Direito.
No final, a reportagem fala que meia dúzia de integrantes do PSOL chamou o presidente o STF de “fascista” e “criminoso”. Hummm... O que essa gente disse quando Nelson Jobim concedeu habeas corpus para mensaleiro não se comprometer em dizer a verdade nos depoimentos da CPI dos Correios? Não lembro de Jobim ser tão atacado como Mendes é hoje. Segue abaixo a reportagem:

O PRESIDENTE do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, rejeitou ontem, em sabatina da Folha, o rótulo de "líder da oposição". Ele diz que sua divisa é a "defesa do Estado de Direito" no país e atribui suas críticas frequentes ao governo à "situação de total descontrole" das instituições, principalmente na Polícia Federal. O ministro disse que até o presidente Lula compartilhou suas posições sobre a PF em conversa reservada. Questionado sobre a decisão favorável a Daniel Dantas, disse que o juiz Fausto De Sanctis tentava desmoralizar o STF.
A discussão sobre a Operação Satiagraha, que investigou Dantas, esquentou a sabatina de Mendes, que foi acompanhada por cerca de 300 pessoas. O ministro foi entrevistado por Renata Lo Prete, editora do Painel, que mediou o encontro, e pelos colunistas Fernando Rodrigues, Mônica Bergamo e Eliane Cantanhêde.
A plateia muitas vezes se dividiu entre manifestações favoráveis e contrárias ao ministro. Ao todo, o público se manifestou 16 vezes. Houve também momentos de maior tensão entre o ministro e os jornalistas. Ao longo de duas horas, Mendes bebeu seis copos de água. O ministro afirmou que o juiz De Sanctis, com sua atitude, quis "desmoralizar o STF, apostando que a opinião pública respaldaria aquela decisão". Para o ministro, se isso prevalecesse, De Sanctis seria hoje "o supremo juiz do Brasil".
Os jornalistas perguntaram sobre o suposto grampo de uma conversa telefônica entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A transcrição do diálogo foi publicada pela revista "Veja", que atribuiu a interceptação à Abin (Agência Brasileira de Inteligência), chefiada então por Paulo Lacerda.
Lo Prete e Cantanhêde questionaram o fato de o áudio nunca ter aparecido. Rodrigues levantou a hipótese de tal interceptação ter sido forjada. Bergamo perguntou da onde vinha a certeza da participação da Abin ou de Lacerda. Mendes disse que, após o primeiro habeas corpus a Dantas, foi informado da nova prisão do banqueiro. Procurou, então, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região e falou com a vice-presidente, Suzana Camargo. Segundo o ministro, ela lhe afirmou: "o juiz [De Sanctis] me disse que todos os seus passos estão sendo monitorados". Depois, Mendes disse que pediu uma varredura no STF. "O monitoramento indicou algum tipo de escuta. Pode ter sido um alarme falso, mas havia esses dados."
Na sequência, diz que foi procurado por um repórter da "Veja", que lhe mostrou a transcrição do suposto grampo. "Eu disse que a conversa existiu. Ele falou que havia recebido o papel de um agente da Abin. Agora, sou a vítima e cabe a mim apresentar o áudio?"
Sobre a autoria do grampo, Mendes disse pela primeira vez "não ter muita certeza" de que foi a Abin, mas mencionou a apreensão nos arquivos do delegado Protógenes Queiroz, que chefiou a Satiagraha. "Não sei realmente quem fez o grampo. Sei que a busca e apreensão sugere isso, uma pessoa do quinto escalão guarda informações em casa. É preocupante". Sobre a hipótese de o grampo não ter existido, Mendes é enfático: "Se a gente tiver um pouco de inteligência, não dá nem para conceber o benefício da dúvida. Com ou sem grampo, os fatos que estavam a ocorrer indicavam que aquilo era extremamente plausível. Se a história não era verdadeira, era extremamente verossímil".
O ministro afirmou ter levado sua preocupação ao presidente Lula, de quem ouviu que a saída seria Lacerda processar a revista "Veja". "Não se trata disso, presidente, eu falei. É muito mais grave", disse. "O próprio presidente se queixou da falta de controle da PF. Teve o episódio da Xeque-Mate [investigação, de 2007, sobre comércio ilegal de máquina de jogos que citou o envolvimento de um dos irmãos de Lula]. Ele cansou de me dizer que aquilo era um absurdo, que violentaram a família dele, que não tinha ninguém que controlava a PF", disse.

OPOSIÇÃO
Sobre o fato de ser visto como "o líder da oposição" em razão de suas posições, Mendes afirmou que apenas faz "advertências" e que seu cargo tem "caráter político, mas não partidário. "Procuro advertir para que não haja excessos. São advertências normais que devem ser feitas diante de práticas abusivas. Não tenho nenhuma intenção de ser oposição." Mendes complementou dizendo que as advertências não antecipam julgamentos. "Você não vai encontrar nenhum caso em que eu tenha antecipado a decisão." Sobre uma eventual pretensão de trocar o Judiciário pela política, foi evasivo: "Nem cuido nem descuido".

MST
Ao ser indagado sobre as acusação de setores da Igreja Católica de que estaria atacando o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) por ser dono de terras, Mendes ironizou: "Eu devo estar falando sobre as más condições dos presídios porque eu devo ter um irmão lá, não é?" Em seguida, rebateu: "Herdei pequenas quantias de terra. A minha família está há 200, 300 anos em Mato Grosso. Mas imputar a mim isto [defesa dos proprietários] é uma desfaçatez". Mendes entrou em um embate com Cantanhêde, que perguntou se o ministro não estaria "correndo" para julgar e se declarar a favor dos ricos, em detrimento dos pobres. Ela foi aplaudida por parte da plateia. Na resposta, Mendes provocou a jornalista. "No último ano, creio que STF deu 18 habeas corpus contra a 5ª Turma do STJ, por conta de furtos de pequena monta. Não são noticiados. Por quê? Porque você não se interessa por eles na sua coluna", disse. Foi aplaudido.

IDP
Sobre o fato de ser um dos proprietários do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), disse: "Sou proprietário, como poderia ser proprietário de uma S.A. Tenho ações da Petrobras. Não tenho ingerência lá, como não tenho sobre os servidores que lá vão [no IDP]".

BATTISTI
Sobre o caso do italiano Cesare Battisti -ex-integrante de um grupo de extrema esquerda, acusado de homicídios na Itália-, o ministro afirmou que a decisão do STF deve definir o destino de Battisti. "Se houver a extradição, se ela se confirmar, será compulsória, e o presidente, o Executivo, deverá simplesmente executá-la." No final da sabatina, cerca de 25 membros do PSOL e da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) protestaram em frente ao teatro contra o ministro. Gritaram "fascista" e "criminoso".

Pertinho de Lula

No Estadão:

O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) confirmou ontem à Polícia Federal que durante o inquérito Satiagraha procurou Gilberto Carvalho, assessor especial do presidente Lula. Greenhalgh disse que fez contato com Carvalho porque havia sido avisado por um cliente - Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom - de que "agentes da Presidência da República" o espionavam.

O depoimento do ex-deputado - que é advogado do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas - durou uma hora e meia na Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delefin) da PF em São Paulo. O delegado Ricardo Saadi, que sucedeu Protógenes Queiroz na Satiagraha, e o procurador da República Rodrigo de Grandis insistiram nos motivos que levaram Greenhalgh a telefonar para o secretário particular de Lula.
Leia mais aqui.

Quer dizer que Luiz Eduardo Greenhalgh procurou Gilberto Carvalho, assessor especial de Lula? Um petista defendendo Daniel Dantas... Quer dizer que “agentes da Presidência da República” espionavam o advogado do “banqueiro bandido”?
A sujeira da Satiagraha começa a chegar no gabinete de Lula. Será que, assim como no mensalão, a tropa de choque do Apedeuta vai se colocar na frente e defender o chefe?
Ontem, agentes da Abin prestaram depoimento à CPI dos Grampos. Um dos arapongas disse que ouviu o delegado maluquinho Protógenes Queiroz dizer que a operação da Polícia Federal era de interesse de Lula.
Nos últimos anos, quando as denúncias mais cabeludas do meio político ameaçavam subir a rampa do Palácio do Planalto sempre aparecia alguém tentando evitar que tal fato se concretizasse. E agora? Será qual será a tática da tropa de choque de Lula? É necessário investigar tudo. Protógenes Queiroz precisa esclarecer muitas coisas. Principalmente o envolvimento de Lula na operação.

Nos bastidores outra vez

No Estadão:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incumbiu o ex-ministro José Dirceu de uma missão especial. Em conversa reservada, logo após o aniversário de 29 anos do PT, em fevereiro, Lula pediu a ele que ajude o partido a costurar alianças para sustentar a campanha da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto, em 2010. O alvo principal é a conquista do PMDB.

A tarefa de Dirceu, que já percorreu dez Estados em um mês, é procurar governadores, prefeitos e dirigentes de partidos aliados com o objetivo de formar palanques fortes para Dilma nos Estados, mesmo que para isso seja necessário sacrificar candidatos do PT. Lula quer que o ex-ministro da Casa Civil, cassado pela Câmara na esteira do escândalo do mensalão, em 2005, atue nos bastidores.
Leia mais aqui.

Outra vez José Dirceu vai trabalhar pelo PT nos bastidores. Tempos antes da campanha presidencial de 2002, o ex-guerrilheiro liderou as atuações (nos bastidores, é claro) que resultaram na aliança que deu vitória à Lula. Gostaria muito de saber o que José Dirceu estaria oferecendo em troca. Da última vez foi o dinheiro sujo de Marcos Valério. E agora?

terça-feira, 24 de março de 2009

Oh, abre alas que eu quero passar!

Ora, se Delúbio Soares pode voltar para o PT por que não os mensaleiros e aloprados? O mensaleiro Silvio Pereira e o aloprado Hamilton Lacerda querem pegar carona em Delúbio. Pelo visto, a tal “refundação” do PT, tão propalada por Tarso Genro já não existe mais. Delúbio, Silvinho e Hamilton, o PT é de vocês. Eles cantam: Oh, abre alas que eu quero passar.

Queimem as fotos

No Estadão:

Passados 41 dias do evento com 3,5 mil prefeitos promovido pelo governo em Brasília para anunciar um "pacote de bondades", o clima de "lua de mel" cederá lugar hoje a duras cobranças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda em Salvador. Confirmado o corte de 19% no segundo repasse de março do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), um grupo de prefeitos liderados pelo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Roberto Maia, entregará um documento a Lula cobrando urgente revisão dos valores. Leia mais aqui.

O encontro com os prefeitos foi só maravilha. Até fazer uma montagem numa foto podendo sair lado a lado com Lula e Dilma Rousseff podia. Naqueles dias a crise era só uma marolinha. A mentira lulista ainda colava. Só depois que a máscara caiu.
Agora que a mentira de Lula não cola mais, os prefeitos vão cobrar o pacote de bondades prometido. Tem prefeito que vai fechar a prefeitura simbolicamente como forma de protesto. Sugiro outra forma para protestar contra o corte no repasse do FPM: queimar as fotos-montagens dos prefeitos com Lula e Dilma.

Israel é alvo de novo

Na Folha:

Israel voltou a ser duramente criticado ontem na ONU por sua conduta na recente ofensiva militar contra o grupo palestino Hamas na faixa de Gaza. Em dois relatórios construídos principalmente com base em relatos de palestinos, o país é acusado de cometer graves abusos, alguns com características de crimes de guerra. Leia mais aqui.

Se dependesse da ONU e dos humanistas esquerdopatas, os terroristas do Hamas poderiam jogar foguetes em Israel sem nenhum problema e os israelenses deveriamficar caladinhos.

A ONU criticando Israel? Hummm... A mesma ONU que disse que soldados israelenses atiraram contra uma escola da entidade e, dias depois, tiveram que se retratar e afirmar que a escola não foi alvo dos bombardeios e sim na sua proximidade.
Enquanto Israel é duramente criticada, os terroristas do Hamas jogam seus foguetes.

Lula é amigo do PMDB que só quer corrupção

Na Folha:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Recife, que já tem "lado" para as eleições ao governo de Pernambuco, em 2010, e criticou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Lula afirmou que vai apoiar a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB).
"Aqui no Estado de Pernambuco eu tenho lado, e meu lado é Eduardo Campos. Nós temos uma aliança estratégica nacional e nós vamos continuar trabalhando juntos", afirmou, em entrevista à Rádio Jornal.
O presidente disse também que não entende por que Jarbas tem feito críticas ao governo federal. "Eu sempre tratei o senador Jarbas Vasconcelos tão bem, não sei por que ele, eleito senador, tem agredido tanto o governo. Aliás, tem agredido o Bolsa Família, tem dito que é esmola", afirmou.
Leia mais aqui.

Jarbas Vasconcelos disse que parte do PMDB só quer corrupção. É esta parte que Lula deseja ser amigo. Lula não quer ser amigo de Jarbas e sim de José Sarney, Jader Barbalho, Renan Canalheiros e outros peemedebistas. No PMDB Lula está bem acompanhado. Para que a companhia de Jarbas Vasconcelos, não é mesmo?

A volta de Delúbio

Na Folha:

Menos de um terço dos membros do Diretório Nacional do PT ouvidos pela Folha rejeita categoricamente o retorno ao partido do ex-tesoureiro Delúbio Soares, pivô do escândalo do mensalão.
Foram consultados 75 dos 84 membros da instância que decidirá sobre a volta de Delúbio, expulso do PT em 2005. Dos ouvidos, 25 petistas aceitam a volta de Delúbio, contra 20 que não aceitam. Estão indecisos 28, e 2 não disseram a opção. Nove não foram encontrados.
Em outras palavras, 73% dos entrevistados não descartam o retorno do responsável pelo maior escândalo da história do partido, que chegou a ameaçar a sobrevivência do governo Lula em 2005. O esquema de compra de apoio congressual virou inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), no qual Delúbio é um dos 39 réus.
Leia mais aqui.

Delúbio Soares já voltou à política há muito tempo. Aqui em Goiânia a atuação do amigão do ex-careca Marcos Valério é notória. Delúbio foi um dos principais articuladores da aliança PMDB-PT que ajudou e muito na reeleição de Iris Rezende (PMDB) no ano passado. Iris não se sentia constrangido quando alguém comentava a presença “delubiana” na sua campanha. Pelo visto, os petralhas não estão constrangidos se Delúbio voltar ao partido. Aliás, quem fica constrangido com as safadezas políticas destêpaiz?

segunda-feira, 23 de março de 2009

E a crise caiu no colo de Sarney

Agora, neste momento, encontramos muitas crises e críticas, mas nenhuma delas sobre a minha gestão, e sim sobre a estrutura burocrática da Casa. Os problemas caíram no meu colo. São essas misérias da máquina burocrática e que nós, homens públicos, estamos alertas para combatê-las.

Eis José Sarney falando numa palestra para estudantes das Faculdades Metropolitanas Unidas em São Paulo. Como assim? Um dos colaboradores para esta crise no Senado se chama Renan Canalheiros. Foi este senhor que ajudou a eleger o presidente que diz que os problemas do Senado caíram no seu colo agora. Só pode ser piada, né? Sarney dando palestras para estudantes... Será que ele foi vaiado? Ah, é mesmo! Foi-se o tempo em que políticos safados eram vaiados. Hoje eles são vítimas das “misérias da máquina burocrática” destêpaiz.

O grande encontro de Vaccarezza


Na Folha online:

O líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), rebateu nesta segunda-feira as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o Congresso Nacional. Para FHC, o Congresso está "bambo" e vivendo um processo de "desmoralização extraordinário". Vaccarezza disse que esses comentários não correspondem à biografia política do tucano.

Segundo o petista, ao fazer as críticas o ex-presidente não correspondeu à sua história política. "Essa declaração não está à altura dele, um ex-presidente da República e intelectual", disse Vaccarezza.

O líder do PT relacionou uma série de ações positivas realizadas pelo Congresso nos últimos dias. De acordo com ele, a reforma política defendida por FHC também tem o apoio do PT, mas há uma conduta a ser seguida. "Não se faz reforma política com bravata nem gritos", disse ele.

Em palestra realizada hoje, na Associação Comercial de São Paulo, o ex-presidente fez críticas ao sistema político e ao Congresso Nacional. "Nosso sistema de representação está bambo, não representa mais nada. Isso é visível, provocando um efeito de desmoralização extraordinário", disse ele.

Vaccarezza ressaltou que o ex-presidente conhece as dificuldades de se aprovar as emendas constitucionais e também a diferença entre integrantes do Legislativo e as denúncias que envolvem o Parlamento.

"Não se pode culpar a instituição por erros de pessoas da instituição. A instituição tem poder e respeito", afirmou o petista.


A foto que ilustra este post mostra que o petralha Cândido Vaccarezza colabora e muito para a limpeza do Congresso Nacional. A foto é de 2007 e flagra o momento em que o PT flertava com Paulo Maluf para uma possível aliança nas eleições do ano seguinte.

O pensamento único do bufão

No Estadão:

Um dia depois de militares venezuelanos consolidarem a ocupação dos principais portos e aeroportos regionais da Venezuela, o presidente Hugo Chávez elevou o tom nos ataques aos governadores opositores, acusando-os de querer derrubá-lo e conclamando o povo e as Forças Armadas a "derrotarem suas pretensões separatistas".

"Os governadores de Zulia, Miranda, Carabobo, Táchira e Nueva Esparta não querem governar, mas sim me derrubar", afirmou Chávez, em seu programa Alô Presidente. "Esses caudilhos querem ter republiquetas dentro de nossa república, converter a fronteira ocidental em um território autônomo - e é por isso que eu conclamo o povo e as Forças Armadas a acabarem com as pretensões separatistas de todas essas máfias."

As declarações foram feitas em um clima de tensão crescente no país. Além da tomada dos portos e aeroportos regionais, nos últimos meses decretos do presidente transferiram o controle de hospitais, escolas e outras instalações e serviços públicos dos Estados e municípios para o governo central.

Na quinta-feira, o Ministério Público pediu a prisão do prefeito de Maracaibo, Manuel Rosales, a principal figura da oposição do país. Rosales denunciou ontem ser vítima de um "linchamento político" que pretende tirá-lo "da vida eleitoral". O prefeito também negou a acusação de corrupção.
Leia mais aqui.

Mais uma do Bufão de Caracas, o Chapolin bolivariano. Hugo Chávez quer impor a todo custo o pensamento único na Venezuela. Só é correto quem baixa a cabeça para o ditadorzinho de araque. Quem discorda é condenado, alvo da fúria e das sanções do bufão que ainda acredita que o socialismo é a solução.

Já na Ilha Brasilis, tem muito petralha que gostaria que Lula fizesse o mesmo que o Chapolin faz no país vizinho. Por isso eu sempre reforço aqui: Fiquemos de olho neles!

Alckmin na frente? Xiiiiiiiiii...

Quer dizer que o tucano Geraldo Alckmin aparece na frente na pesquisa Datafolha sobre as eleições estaduais do ano que vem? Hummm... Pelo retrospecto de Alckmin eu não ficaria tão animado. Nas últimas eleições que disputou acabou com menos votos do que quando entrou. É melhor os tucanos não comemorarem muito. Alckmin sempre dá aquela “rata”. Sem contar que o outro lado, mais especificamente o PT, não mostrou nenhum nome que poderá concorrer no ano que vem. Aguardemos, mas uma derrapada de Alckmin não será nenhuma surpresa.

Fala, fala, é agora"

Na Folha:

O Ministério Público Federal e os advogados de Marcos Valério Fernandes de Souza negociam um acordo de delação premiada que pode beneficiar o principal personagem do mensalão e, ao mesmo tempo, trazer à tona novos documentos e provas sobre os negócios do empresário mineiro.
Os entendimentos são mantidos sob rigoroso sigilo. A Folha recebeu, em meados de fevereiro, as primeiras informações sobre as tratativas para o acordo. Nos últimos dias, surgiram sinais de que a proposta estaria em fase final de elaboração. As partes não confirmam a existência das consultas e deverão negar formalmente as conversas nesse sentido.
"Não temos nada a declarar sobre o assunto", afirmou o advogado Marcelo Leonardo, em seu nome e de seu cliente Marcos Valério.
A Procuradoria Geral da República, em Brasília, limita-se a informar que não há nenhuma providência a respeito no STF (Supremo Tribunal Federal) e que o acompanhamento do caso cabe ao Ministério Público Federal em Minas Gerais.
A hipótese de Valério acrescentar informações relevantes sobre seus negócios deve preocupar petistas e tucanos. O publicitário foi figura central no esquema de pagamentos a deputados do PT e de partidos da base aliada do governo Lula. É acusado, também, de ter sido o mentor de práticas semelhantes ainda em 1998, na campanha eleitoral que tentou reeleger o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB).
Leia mais aqui.

O carequinha do mensalão quer falar. Tem muito a dizer e muita gente deve estar com medo do que ele vai falar. Marcos Valério participou do esquema de corrupção petralha que comprava deputados para votar a favor do governo e financiar ilegalmente a campanha de Lula em 2002. Mas não é só isso. Valério trabalhou na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998.

Quero que Marcos Valério fale! Fale tudo o que sabe! Desvendo todo o esquema do mensalão e o caixa 2 tucano. Outro que poderia esclarecer muita coisa é Daniel Dantas. Se os dois falassem o que sabem sobre os bastidores fétidos da política brasileira. Fala, fala, é agora!

domingo, 22 de março de 2009

Lula prendeu o povão no Bolsa Família

Na Folha:

Apontada como prioridade em discursos oficiais, a chamada "porta de saída" do Bolsa Família não tem esse tratamento na prática. O principal programa do Ministério do Desenvolvimento Social voltado para a criação de renda e de oportunidades aos beneficiários, que leva o nome de Promoção da Inclusão Produtiva, possui um orçamento tão enxuto que obrigou o governo federal a criar um ranking de atendimento aos Estados.
A previsão é que os R$ 30,8 milhões disponíveis neste ano para o programa sejam suficientes para atender até dez Estados. Outros quatro Estados serão beneficiados com recursos restantes de 2008. Os outros oito não têm previsão para receber repasses federais.
Leia mais aqui.

Lula prendeu os pobres no Bolsa Família. Todo mundo quer entrar (até quem não precisa), mas ninguém quer sair. Ou melhor dizendo, o governo não colabora para que os beneficiados do programa saiam. Eles sabem o que estão fazendo. Para que abrir as portas do Bolsa Família se tal programa gera tantos votos? É o pobrismo lulista em ação. É a “libertação” que a esquerda tanto prega.

Obama é ridicularizado



Na Folha:

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, reagiu ontem com dureza à proposta de "um novo começo" na relação entre o seu país e os Estados Unidos, feita na véspera em mensagem de vídeo pelo presidente Barack Obama.
Em discurso na cidade de Meshed (nordeste) a uma multidão de milhares de pessoas que acompanhava sua fala aos gritos de "morte aos EUA", Khamenei disse que as propostas de mudança de Obama não passam de "slogan". "Se vocês [EUA] mudarem, nós mudaremos de atitude", completou.
Khamenei ressaltou que, apesar do tom conciliador da fala de Obama, "na mesma mensagem, ele acusa [o Irã] de apoiar o terrorismo, buscando armas nucleares".
O aiatolá também ironizou outra fala de Obama, de que estenderia a mão ao Irã caso o país abrisse seu punho -que constou de seu discurso de posse e foi reiterada depois, mas não foi repetida na mensagem que o americano gravou por ocasião do Ano-Novo iraniano. "Se a mão estendida estiver coberta por uma luva de veludo, mas por baixo dela a mão for feita de ferro, isso não significa nada de positivo", afirmou.
Leia mais aqui.

Pois é, pessoal! Barack H. Obama veio com esse discursinho de amigo de todo mundo e olha o que ele recebe em troca. Como será que Obama vai reagir? Fazendo piadas sobre a paraolimpíada.

Os estragos de Delúbio

No Estadão:

Enquanto o ex-tesoureiro Delúbio Soares articula seu retorno ao PT, o partido ainda se esforça para tapar o buraco que restou em suas contas após a passagem dele pela Secretaria de Finanças. Decorridos quase quatro anos do escândalo do mensalão, o Diretório Nacional do PT ainda está às voltas com uma dívida de R$ 43 milhões. Desse total, pelo menos R$ 28 milhões foram herdados da gestão Delúbio. Leia mais aqui.

E Delúbio Soares articula seu retorno ao PT e sua candidatura a deputado federal nas eleições do ano que vem. Mesmo com os estragos, o PT nunca se sentiu constrangido quando seu ex-tesoureiro esteve presente nos seus eventos.

Aqui em Goiânia, o PT apoiou o PMDB na campanha municipal do ano passado. Iris Rezende, candidato a reeleição, não sentiu nenhum constrangimento quando Delúbio Soares participava de um evento aqui e acolá da campanha, ou quando seu nome aparecia nas pequenas notinhas dos jornais falando que ele estava articulando a aliança PT-PMDB, nos bastidores, a longo prazo. Enquanto o PT se vira para consertar os estragos deixados por Delúbio Soares, este caminha pelas ruas estreitas e engarrafadas de Goiânia articulando aqui e acolá tentando dar uma volta por cima em 2010.

Eu apóio esta briga

No Estadão:

Nos últimos 45 dias, sem votar projetos, o Senado foi atropelado por uma crise ética que paralisou a Casa e deixou como saldo a pior imagem para uma instituição pública: a de que virou um espaço para servir a interesses privados. Pela boca dos próprios parlamentares e de representantes da sociedade civil, que acompanharam de perto o desenrolar da crise, as práticas do Senado são vistas como típicas de "um clube de amigos" que fez "um pacto de silêncio".

A mistura de ineficiência e desmando político-administrativo consentida pelos próprios senadores pode ser medida só com os números da galopante folha salarial. Os R$ 2,1 bilhões gastos em 2007 subiram para R$ 2,8 bilhões no ano passado. Para este ano, a folha salarial é de R$ 3 bilhões - 42,8% de aumento em dois anos. Uma conta fácil de explicar porque muitos dos diretores do Senado, que cuidam só de serviços gerais, ganham até R$ 20 mil mensais.

Foram as feridas políticas abertas com a disputa pelo controle da Presidência - ganha pelo senador José Sarney (PMDB-AP) contra Tião Viana (PT-AC) - que destravaram a briga fratricida entre setores de PMDB e PT e deflagraram uma onda de revelações sobre os maus costumes da Casa.

Isso resultou na descoberta de pagamentos de horas extras em mês de recesso parlamentar (janeiro), fartura de cargos de direção (leia na página 6), uso indevido de imóveis funcionais por diretores, má utilização de verbas indenizatórias, entre outros problemas. Em um mês e meio, esse turbilhão se tornou o centro de cada conversa no Senado, e nada foi discutido ou votado fora dessa "agenda".
Leia mais aqui.

Oba! Eu apóio essa briga, essas feridas abertas depois da eleição de José Sarney para a presidência do Senado. De um lado, o grupo derrotado de Tião Viana acusa os aspones de Sarney. O vencedor acusa seu adversário de emprestar o celular do Senado para a filha usar em uma viagem ao México. Isso é muito bom! Quando eles brigam nós podemos ter acesso aos podres do Congresso. Vamos vendo as diretorias de p. nenhuma que consome dinheiro público, vamos vendo o nosso dinheiro sendo usado para pagar mansões de funcionários do Senado e contas de celular usadas pela filha de vossa excelência. Isso é muito bom! Quanto mais eles brigam, mais nós sabemos dos podres congressistas que colocamos lá nas últimas eleições.

Ninguém é bobo

Acabo de ler o editorial do Jornal Opção desta semana. O título é “Revolução silenciosa é mito” que fala que o governo Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, faz a suas obras, faz suas inaugurações, mas até agora não mostra a que veio, como será lembrado.

Al­ci­des re­ce­beu um go­ver­no com pro­ble­mas, co­mo a mai­o­ria dos go­ver­nan­tes. Po­de­ria ter co­lo­ca­do a bo­ca no trom­bo­ne, se seu ob­je­ti­vo ime­di­a­to fos­se a des­tru­i­ção da ima­gem do se­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo. Não o fez, em­bo­ra par­te de sua equi­pe te­nha dei­xa­do va­zar a in­for­ma­ção de que, no iní­cio, não des­lan­cha­va por con­ta de um su­pos­to rom­bo dei­xa­do pe­lo an­te­ces­sor.

Destaquei este trecho do editorial. Cidinho recebeu das mãos de Marconi Perillo um Estado quebrado. Não disse nada em 2006 porque teríamos campanha eleitoral e Cidinho era o candidato a reeleição. É claro que ele não falaria do rombo nas contas deixadas pelo seu até então amigo de fé, irmão camarada Marconi Perillo. Cidinho deixou passar a campanha eleitoral, tomou posse e aí sim começou a dizer que Goiás estava quebrado e que era preciso uma reforma administrativa. Para o Estado que o Tempo Novo de Marconi e Cidinho pintaram nas propagandas parecia que não era necessária nenhuma reforma.

O governador e seus aliados davam recados aos tucanos no momento em que estes exigiam mais cargos. Ou o PSDB parava de fazer exigências e deixasse o PP mamar nas tetas do Palácio das Esmeraldas, ou o esqueleto deixado por Marconi seria mostrado. Eram só ameaças. Cidinho não falaria sobre o caos financeiro que Marconi deixou e os marconistas se contentariam em ficar com os cargos que sobrassem do banquete pepista.

E o PMDB de Iris Rezende e Maguito Vilela? Pois é, o PMDB que prometia fazer oposição ao governo Cidinho. Fez? Basta ver o deputado estadual José Nelto que sempre aparece elogiando o governador. O PMDB preferiu deixar de lado o discurso oposicionista e aproveitar que todo mundo ficou caladinho sobre esse negócio de dívidas públicas. Os peemedebistas sabem muito bem que uma investigação séria poderia compromete-los. Foram eles que quebraram o Estado até 1998. Deste até agora foi a turma de Marconi e Cidinho que fizeram a baderna.

Vemos agora a Celg quase indo para a Praça do Bandeirante pedir dinheiro para o povão que ali se aglomera para aparecer no Goiânia Urgente da TV Record, uma das várias costelas de Edir Macedo espalhadas aqui em Goiânia (ver as costelas do bispão na coluna do Diogo Mainardi postada mais abaixo). O PSDB está caladinho, o PP faz um discurso politicamente correto e o PMDB finge que não é com ele quando o assunto é a Celg. Ah, se a gente tivesse uma investigação séria sobre a quebradeira nas contas goianas. Veríamos muitos marconistas, maguistas, marconistas e cidistas corarem a cara de vergonha e gaguejarem em entrevistas ao tentar explicar o inexplicável. Aqui os políticos só tem o andar de bobo, mas bobo mesmo ninguém é. São muito espertos e estão felizes com o mito da revolução do silêncio que impera nestêstado.