sábado, 3 de novembro de 2007

E eles reclamaram tanto do FHC

Lula e o PT reclamaram do apagão energético ocorrido nos últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Engraçado, naquela época fazer oposição ao governo não era ilegal e muito menos considerado um golpe. Por que será que fazer oposição ao governo Lula é considerado uma coisa ilegal e um golpe? Quem sabe Paulo Henrique Amorim e Mino Carta não têm a resposta.
Pois é. Vejam só o governo do PT tendo problema com energia. Eles que criticaram tanto o governo anterior que não foi capaz de garantir energia suficiente para o país também não têm um plano para acabar de uma vez com o risco de apagões no futuro.
Eles que reclamaram tanto de FHC bebem do mesmo veneno.

Lula obrigou Petrobras a ceder, indica documento

por Janaina Lage
na Folha de São Paulo

Pressão direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva obrigou a Petrobras a assinar termo de compromisso com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ceder gás para as usinas termelétricas, indicam correspondências às quais a Folha teve acesso.
A necessidade de cumprir esse compromisso provocou nesta semana a redução de 17% no fornecimento de gás a distribuidoras estaduais do Rio e de São Paulo e provocou prejuízos a indústrias e a proprietários de veículos movidos a gás.
Carta enviada em 10 de maio pelo presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, para o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau mostra que a empresa agiu contrariada, atendendo a determinação do presidente.
"Apesar de possíveis questionamentos sobre as obrigações legais e contratuais da empresa de garantir esta disponibilidade adicional de energia, a Petrobras está plenamente empenhada em cumprir os compromissos assumidos no termo, atendendo a missão atribuída pelo senhor presidente da República", afirma trecho da correspondência.
A decisão sobre a assinatura do termo foi tomada em reunião no dia 19 de abril com a presença do presidente Lula e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Segundo o relato de um dos participantes da reunião, a estatal assinou o documento sob a pressão do presidente Lula, que chegou a dizer que o presidente Fernando Henrique Cardoso teve o apagão porque foi mal informado por assessores e que estava presente ao encontro para evitar que a situação se repetisse.
Cumprindo regras da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o ONS (Operador Nacional do Sistema) determinou a entrada das térmicas para poupar os reservatórios das hidrelétricas.
A Petrobras é a responsável por fornecer o gás necessário para a entrada em operação das térmicas. Com isso, decidiu limitar o volume de gás entregue às distribuidoras ao montante previsto em contrato e destinar o restante para a geração de energia.
Na correspondência, o governo já mostrava, em abril deste ano, preocupação com o abastecimento no período de 2008 a 2010.
Em carta a Gabrielli, o então ministro Silas Rondeau afirma que "o período compreendido entre 2008 e 2010 representa um grande desafio para as áreas de planejamento, operação e monitoramento energético, principalmente no âmbito do setor de energia elétrica".
O ex-ministro destaca que o país se tornará mais dependente da geração termelétrica para complementar a matriz energética e que a oferta de gás natural será "fundamental" para definir os parâmetros de atendimento à demanda.
As correspondências obtidas pela Folha --envolvendo a cúpula da Petrobras e dos ministérios da Casa Civil e Minas e Energia-- mostram o processo que terminou com a substituição do então diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, por Graça Foster, apadrinhada da ministra Dilma Rousseff. A Folha não conseguiu ontem contato com a assessoria da Presidência, da Casa Civil e da Petrobras, em razão do feriado.
Em carta enviada a Rondeau no dia 29 de março, antes da assinatura do termo, no dia 4 de maio, Ildo Sauer afirmou que a Petrobras entendia que sua obrigação de fornecimento de gás ou de outro combustível restringia-se ao necessário para o atendimento de contratos firmes de gás para térmicas de terceiros e dos contratos de venda de energia.
O ex-diretor dizia que uma reserva de geração de cerca de 3 GW, sem contrato de venda de energia, significaria prejuízo anual de US$ 1,5 bilhão à Petrobras e de cerca de US$ 500 milhões para outros setores da economia. Sauer apontava que a sociedade seria penalizada porque voltaria a consumir combustíveis mais caros e de maior impacto ambiental.
A estatal sugeria a antecipação de usinas a óleo combustível e a construção de novas usinas remuneradas como reservas de geração. O imbróglio entre a estatal e a Aneel era um dos atritos entre Sauer e Rousseff, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobras e conduziu a reformulação do novo modelo do setor.
No início de agosto, a Petrobras enviou carta ao diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, pedindo que eventuais divergências sobre o entendimento do termo não fossem divulgadas à imprensa porque poderiam "ocasionar danos à imagem da Petrobras".
A estatal, que não havia cumprido o termo que assinara com a Aneel, pediu que a data de aplicação de multas fosse postergada para o dia 1º de outubro e alegava que o motivo para o não cumprimento do termo era resultado de orientação da Presidência da República.

Aneel vê aumento imediato de energia

da Folha online

A redução na quantidade de gás natural fornecida pela Petrobras às usinas térmicas imporá um "imediato aumento no custo de energia elétrica", além de risco de racionamento de energia, afirmou o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, segundo reportagem da Folha deste sábado.
"É um cobertor curto", argumentou, sobre a oferta insuficiente de gás para atender o consumo crescente do produto e a conseqüente competição entre usinas térmicas, indústrias e veículos que usam o produto como combustível.
No caso do abastecimento das usinas térmicas, o consumo de gás não é contínuo e depende muito do nível de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas --quando estão baixos, usa-se o gás. Mas a Petrobras, por meio de um termo de compromisso assinado em maio, se comprometeu a entregar combustível suficiente para a geração de 2,3 mil megawatts de energia no segundo semestre do ano caso a seca fizesse acionar as usinas térmicas.
Kelman avalia que a impossibilidade de a Petrobras cumprir o compromisso imporá uma "repactuação" do acordo para fornecimento de gás. Sem a garantia de combustível para o funcionamento das usinas térmicas, argumenta o diretor da agência, o sistema elétrico operará com incertezas que elevarão o custo da energia.
"No curto prazo, isso vai afetar os grandes consumidores", concluiu Kelman. O aumento do custo da energia vai se refletir no chamado mercado livre, ao qual recorrem consumidores de mais de 3 MWh. Nesse grupo estão indústrias e até alguns shoppings centers.

Eu me arrependi ou O luxo de Cidinho

Walter Junqueira escreve um artigo hoje no Diário da Manhã com o título “O preço da reforma”. Ele reclama dos deputados estaduais que pediram para o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, a liberação de verbas para atender as emendas individuais em troca da reforma administrativa do Rei Cid passar pela Assembléia Legislativa sem nenhum impedimento ou obstáculo.
Ele não se arrepende de ter votado em Marconi Perillo, Cidinho e Lula. Eu me arrependi de ter votado em Lula em 2002. Sempre quando o assunto aqui em casa cai para aquela eleição eu abaixo a cabeça. Cai no conto do Duda Mendonça. Meu Deus, tenha misericórdia de mim. Bem, vamos voltar ao texto de Junqueira.
O artigo é bem ácido. Condena as práticas dos deputados que fazem de tudo para se beneficiar e não satisfazer a vontade do povo. Todo mundo sabe que político é corrupto. Todo mundo sabe que político é ladrão. Todo mundo sabe que político só vota projeto de acordo com a sua vontade própria e que só vota se o executivo liberar uma verbinha, trocando em miúdos, um mensalão, uma esmola, pelo amor de Deus. Porém, todo mundo sabe que os mesmos picaretas voltam à cena política. Paulo Maluf roubou os cofres paulistas. Onde ele está hoje? Na Câmara dos Deputados, em Brasília, como se nada tivesse acontecido. Como ele chegou lá? Com o voto do povo, o mesmo povo que Walter Junqueira defende no seu artigo contra a fome de poder dos políticos. Isso sem contar Fernando Collor de Melo subindo na tribuna do Senado e dizer, sem nenhuma vergonha na cara, que o impeachmeant contra ele foi um golpe. O que os outros senadores fizeram? Nada! Simplesmente se calaram. Aliás, a jornalista Dora Kramer escreveu um bom artigo no Estado de São Paulo contestando o discurso do ex-caçador de marajás. Collor roubou o dinheiro do povo, confiscou a poupança. Hoje ele é senador. Quem o colocou lá? Isso mesmo, o povo que Walter Junqueira defende com unhas e dentes contra a fome voraz dos políticos malvados. Nem vou estender a lista dos políticos safados que ainda estão em Brasília como os mensaleiros João Paulo Cunha e Waldemar da Costa Neto.
Chegamos no ponto máximo do artigo de Walter Junqueira. Escreve ele: Aqui em Goiás, enquanto o governador faz das tripas coração para conter despesas e não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, dispensando funcionários comissionados e exigindo de todos absoluto respeito ao orçamento, nossos deputados mostram a cara e deixam cair a máscara.
Como é que é? Cidinho “faz das tripas coração” para conter despesas? Assim não, Walter Junqueira. Se Cidinho realmente estivesse com enorme vontade de economizar não iria para Suíça assistir a cerimônia de confirmação do Brasil como sede da Copa de 2014, na sede da Fifa. E o Brasil era candidato único! Ou era o Brasil, ou na pior das hipóteses, a sede da Copa seria no Brasil. Enquanto a imprensa nacional critica o bonde de governadores liderados por Lula, a imprensa goiana não fala nada. Ou melhor, prefere enaltecer a presença do Rei Cid lá na sede da Fifa fingindo acreditar que Goiânia vai sediar alguma coisa quando a Copa chegar aqui no Brasil. De onde será que veio o dinheiro que bancou a passagem de Cidinho para a Suíça? Isso mesmo, do bolso do povo que Walter Junqueira defende no seu artigo.
Eu disse num post anterior e volto a repetir: esta reforma administrativa não vai dar em nada. Se a reforma fosse para cortar despesas, o próprio governador seria o primeiro a não gastar além do que o estado paquidérmico é capaz de agüentar. Mas, Cidinho foi lá na Suíça aplaudir as baboseiras de Ricardo Teixeira sobre a violência no Brasil e posar para fotos com a mão na taça.
Todo o ódio que Walter Junqueira expressa no seu artigo é mais um artifício para defender Cidinho. O Palácio das Esmeraldas não será o único culpado pelos custos da reforma, os deputados também têm parcela de culpa nisso. Coitado do Cidinho, né? Pobre homem que faz das tripas coração para economizar. Malvados deputados estaduais que pedem emendas individuais para assinar um cheque em branco para o Rei Cid. Todo mundo sabe que todo político é vagabundo, mas de quatro em quatro anos vemos os mesmos rostos nas mesmas cadeiras do parlamento. E quem colocou a cambada no Poder Legislativo? Isso mesmo, o povo, o trabalhador, o sofrido, “uzoprimidu”.
Walter Junqueira não se arrepende de ter votado em Marconi, Cidinho e Lula. Destes três só votei em Lula e me arrependi. Graças a Deus eu me curei da esquedopatia a tempo. Agora, o luxo de Cidinho é ofuscado por aqui. Tanto as mordomias dos deputados como o luxo do Rei Cid quem paga é o povo. Afinal, foi o povo que colocou vossas excelências onde estão. Os mesmos políticos que gozam, literalmente, de mordomias são os mesmos que recebem milhões de votos em todas as eleições.
Enquanto a imprensa goiana adula os políticos Lula, Cidinho, Marconi, Barbalho, Maluf, Sarney e seus satélites são eleitos pelos “zoprimidus” que bancam as mordomias destes senhores, mas não esquecem dos seus números na hora de entrar na cabine de votação.
Walter Junqueira fecha seu artigo falando que está faltando para vossas excelências uma verbinha para o motel. Acho que isso não é tão relevante assim. Mais do que uma verbinha para o motel está faltando mesmo é camisinha para essa gente. Renan Calheiros que o diga!

Propaganda enganosa

E a crise do leite, hein? Estamos chorando o leite derramado. O PROCON mostrou que o leite comercializado aqui em Goiás continha desde água oxigenada até coliformes fecais.
Neste momento em que o leite passa por uma crise eu me lembro que até bem pouco tempo atrás passava na televisão várias propagandas incentivando o consumo de leite. Eu já falei isso aqui no blog. O que eu acho interessante é que nenhum jornal daqui de Goiânia falou sobre esta propaganda enganosa. Como viver com mais alegria ou com mais energia se bebemos leite com água oxigenada e coliformes fecais? E olha que a propaganda foi bem robusta. Trouxeram até a ex-BBB Grazi Massafera para fazer propaganda. Será que alguém avisou pra ela que o leite estava literalmente azedado, ou melhor, oxigenado?
Ainda bem que a minha bebida favorita é Coca Cola.

Oposição quer bloquear lobby sindical no Senado

por Isabel Sobral
no Estado de São Paulo

A oposição promete atrapalhar a tentativa do governo e das centrais sindicais de votar em três comissões do Senado na quarta-feira parecer conjunto e favorável à volta da obrigatoriedade da cobrança do imposto sindical - que equivale a um dia de salário do trabalhador no ano.Um acordo neste sentido começou a ser costurado às vésperas do feriado de Finados, após uma tumultuada audiência pública para debater o projeto de lei que reconhece juridicamente as centrais.O líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), afirmou ontem que “dificilmente” o parecer será votado na quarta pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais. “Não vejo chance alguma de isso acontecer.”Agripino disse que no Senado o DEM ainda não tem posição formal sobre o tema e, por isso, pretende reunir a bancada para debatê-lo antes de encaminhar qualquer tipo de votação. “É uma matéria altamente controversa”, comentou, referindo-se à questão de manter ou não a cobrança compulsória e automática do imposto sindical.Pessoalmente, Agripino disse não ter simpatia pela cobrança compulsória. “Mas precisamos ouvir todos os lados”, ressalvou. Para ele, agora o Senado deve dar total prioridade à tramitação da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “Primeiro a CPMF, depois essa matéria.”O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, contou que há um acordo em andamento para fazer a votação nas três comissões na quarta. Se o projeto for aprovado, o plenário pode votá-lo até dia 15. “Estamos bem perto disso”, disse, acrescentando que já houve uma conversa com os relatores Paulo Paim (PT-RS), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) e os presidentes da CAE, Aloizio Mercadante (PT-SP), e da Comissão de Assuntos Sociais, Patrícia Saboya (PSB-CE).A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), garantiu que o projeto original, que mantém o imposto sindical, será resgatado pelo Senado. Ela pretende reunir na próxima semana todos os líderes para fechar um acordo de apoio ao que a maioria das centrais sindicais decidir.A proposta de acabar com o recolhimento compulsório da contribuição sindical foi incluída no projeto de lei do Executivo. O projeto não só legaliza as centrais, como lhes garante parte da receita do imposto sindical. Hoje, 20% dos recursos vão para o governo. Com o projeto de lei, metade desse porcentual irá para as centrais. Os outros 80% são rateados entre confederações (5%), federações (15%) e sindicatos (60%).

Livro-caixa de Zeca é 'chocante'

por Fausto Macedo
no Estado de São Paulo

O livro-caixa que indica os caminhos do suposto mensalão do Zeca do PT é “documento que impressiona, chocante”, na avaliação de Clóvis Amauri Smaniotto, promotor de Justiça com 15 anos de experiência que integra força-tarefa do Ministério Público para rastrear o governo do petista José Orcírio Miranda dos Santos, que administrou o Estado entre 1999 e 2006. Para Smaniotto, o livro “é um forte indicativo de verba pública desviada, de contabilidade paralela, que não entrava na contabilidade oficial”.O promotor disse que todos os políticos, servidores e outros profissionais citados no diário serão chamados para depor. São cerca de 100 nomes, que Salete Terezinha de Luca inseriu nas páginas ao lado de valores que teriam sido pagos pelo mensalão. Salete foi assessora executiva da Secretaria de Coordenação-Geral de Governo, onde teria sido montado o caixa 2. A agenda de capa preta que abala o PT foi achada na casa de Salete.O promotor repudiou a linha de defesa de Zeca, que atribui ao Ministério Público “espetáculo midiático” e acusações “precipitadas, sem fundamento”. “O trabalho do Ministério Público é corriqueiro, impessoal, apolítico e apartidário”, afirmou Smaniotto. “Estamos diante de um caso complexo, grave, sério, que a sociedade tinha que tomar conhecimento principalmente porque envolve políticos e autoridades eleitas pelo povo para administrar dinheiro público.”Contra o ex-governador foram apresentadas duas denúncias à Justiça, por peculato e uso de documento falso, crimes que o ex-governador teria praticado por meio de “grandioso esquema” de desvio de verbas de publicidade.A base da investigação são depoimentos que Ivanete Leite Martins prestou em troca dos benefícios da delação premiada - ela poderá receber o perdão judicial se indicar com precisão os outros protagonistas da fraude.Ivanete foi assessora da Secretaria de Coordenação-Geral do governo Zeca, onde teria sido montada a trama. O promotor Clóvis Smaniotto contou como teve início a investigação por meio da qual o Ministério Público levou Zeca do PT ao banco dos réus.
O que é mais importante nos relatos de Ivanete?
O mais importante, o mais chocante é quando ela conta que tudo o que fazia era a mando do secretário Raufi Marques (Coordenação-Geral de Governo) e com o conhecimento do governador (Zeca do PT). Ela trabalhou 8 anos na assessoria, tinha funções importantes e bem definidas. Não é uma simples testemunha.
Mas ela não voltou atrás em suas revelações?
Inicialmente, ela gravou uma entrevista para o jornalista Adair Martins, do Diário do Pantanal. Foram 55 minutos e 50 segundos de entrevista onde fez as primeiras denúncias e contou como operava o esquema de desvio de dinheiro da publicidade, com uso de notas frias e pagamentos de comissões por fora. O Ministério Público saiu a campo para verificar. Obtivemos uma cópia do DVD com a entrevista de Ivanete, que dizia ter provas daquilo que apontava, disquetes, documentos, livros, etc. Nos primeiros depoimentos à promotoria ela reafirmou tudo. Depois ela recuou. Não sabemos se sofreu algum tipo de pressão. Mas isso não alterou nada. A Justiça nos autorizou a realizar uma série de buscas. Foram executadas duas operações, a primeira em residências e escritórios de envolvidos, inclusive de Raufi Marques. A outra foi direcionada para as gráficas onde coletamos diversos documentos reveladores. Começamos a cruzar informações, intimar novas pessoas. As provas estão aí, os depoimentos estão aí, são suficientes para a ação.
O livro-caixa não pode ser uma fraude, com inclusão de nomes de inocentes?
O livro é um indicativo. Não é só com base nele que se pode denunciar as pessoas à Justiça. Daí a necessidade de uma investigação aprofundada, criteriosa. Pessoas ali citadas podem explicar que efetivamente prestaram algum tipo de serviço, podem exibir notas correspondentes e justificar o recebimento de algum valor. Está certo. Mas aí precisa verificar quem pagou com verba desviada. O esquema pode ter pago serviços realmente executados, porém com verba pública que não tinha contabilidade oficial, era paralela. E por que era assim? Por interesse público ou interesse privado? Ou interesse de um grupo de pessoas para se manter no lugar?
Qual o tamanho do rombo?
A testemunha revelou que durante a época em que trabalhou no governo foram gastos aproximadamente R$ 130 milhões com publicidade e que desse volume um grande porcentual foi desviado. Ainda não sabemos qual foi esse porcentual. Mas estima-se que R$ 30 milhões podem ter sido desviados. Notas fiscais que apreendemos comprovam as irregularidades. São centenas. Todos os nomes apontados serão chamados para depor durante a investigação. Ivanete afirma que o ex-governador tinha conhecimento.
Além da confissão de Ivanete, o que há de concreto contra Zeca?
Há documentos rubricados por ele, autorizando liberação de recursos para agências contra as quais identificamos provas de irregularidades contratuais, inclusive com uso de notas fiscais frias. Nesses documentos, ele dá o “de acordo”.
O ex-governador nega desvios e diz que sua administração chegou a firmar um termo de compromisso com o Ministério Público para disciplinar gastos de publicidade.
Esse termo foi celebrado com o Executivo e com o Legislativo para evitar que isso acontecesse, que fossem usadas verbas públicas em grande quantidade nessa área. Limitou-se um valor, mesmo assim não se impediu as fraudes.
Formalmente, o ex-governador é acusado por quais crimes?
A conduta do denunciado (Zeca) se ajusta aos tipos penais do peculato e do uso de documento falso. Existe o peculato-desvio e o peculato-apropriação. O desvio é quando o administrador cuida do dinheiro e usa para outras finalidades diversas daquela que deveria aplicar. A apropriação é quando o agente põe o dinheiro público no bolso. Ele tem o dinheiro sob sua responsabilidade e fica com o dinheiro.
Por meio de seu advogado de defesa, Newley Amarilla, o ex-governador acusa o Ministério Público de autoritarismo e de patrocinar um ‘espetáculo midiático’.
Existe espetáculo midiático quando existem atores que provocam uma situação como essa, que não foi provocada por nós. Os atores não somos nós, promotores. Os atores são quem desviou. Muito preocupante seria que tudo isso acontecesse e ninguém ficasse sabendo. Ainda mais diante da gravidade dos fatos.
Zeca do PT critica o fato de nem ter sido chamado para depor.
Não foi chamado porque entendemos que não havia necessidade. As provas que encontramos são suficientes para que ele seja processado. Não é verdade alegar que necessariamente toda pessoa que vai ser processada tem que ser ouvida durante a investigação. Há muitos casos na Justiça em que acusados não chegam a depor. Não há que se falar em investigação vaga só porque não foi ouvido. Mesmo porque é a fase inicial de um processo. Na Justiça todos serão ouvidos.
Zeca sustenta que o Ministério Público não tem legitimidade para fazer investigação criminal.
A apuração foi realizada pelo Unicoc, Unidade Integrada de Combate às Organizações Criminosas. O Unicoc foi criado pelo próprio ex-governador para investigar organizações criminosas. Agora não pode investigar? Cada um fala de acordo com seus interesses.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Que vá para o inferno

Olha que a biografia do bispo Edir Macedo está esgotada. Paulo Henrique Amorim deve estar sorrindo a toa. Fico imaginando a bispaiada do Edir gritando nos microfones da Universal: “Se você não comprar este livro o capeta te espera no inferno”. Entre Edir Macedo e o capeta eu quero que tudo vá para o inferno.

Eu não acredito na reforma do Rei Cid

Não, eu não acredito na reforma administrativa do Rei Cid. Até a Assembléia Legislativa está meio com a pulga atrás da orelha sobre esta reforma que, ninguém sabe do que se trata e qual será seu objetivo principal. Mesmo não sabendo de nada sobre a reforma, os deputados assinaram embaixo e permitiram que o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, decretasse a reforma no canetão, sem consultar ninguém. Sim, se a reforma não der certo os deputados que permitiram Rei Cid fazer a reforma do seu jeito serão culpados. Eles assinaram um cheque em branco. Que banquem o dinheiro ali prescrito.
Não acredito nesta reforma porque o próprio governador não está muito a fim de reformar nada. O governo de Cidinho é, como posso dizer, sem gosto, chuchu. Isso mesmo. Não é Alckmin o picolé de chuchu e sim Cidinho. Ninguém sabe direito do que se trata esta reforma administrativa. Nos jornais daqui de Goiânia só sai especulação. Uns dizem que Rei Cid vai demitir alguns servidores comissionados. Outros falam que secretarias serão incorporadas a outros órgãos. Já outras fontes dizem que Cidinho quer mesmo é economizar. Ah, é? Cidinho quer fazer uma reforma secreta com o único objetivo de economizar? Se ele tivesse mesmo essa vontade de fechar as torneiras do estado como se explica a viagem do rei para a Suíça acompanhar a confirmação do Brasil como sede da Copa de 2014? Pasmem! O Brasil era candidato único. Mesmo assim Cidinho foi lá fazer parte do bonde de governadores comandados por Lula.
Não boto fé nesta reforma. Se Cidinho mexer na máquina paquidérmica (como ele mesmo definiu) vai mexer na estrutura do Tempo Novo. Aliás, vai atrasar o relógio mais ainda e desregular o tempo que comanda o estado. Cortar secretarias, cortar verbas, cortar cargos comissionados é mexer na honra dos políticos aliados. E olha que ano que vem tem eleição municipal e Rei Cid terá que encabeçar seu exército pelo interior para conseguir votos para a sua base aliada. Não sei se o exército vai ser leal a sua majestade. No final das contas quem vai bancar tudo somos nós, contribuintes e sustentadores da máquina paquidérmica. A reforma administrativa de Cidinho não vai dar em nada. E olha que ainda veremos deputados estaduais dizendo que não tinham nada a ver com isso. Assinaram o cheque em branco. Que arquem com as conseqüências.

E mesmo assim o Brasil vai sediar a Copa

Há mais de um ano que o Brasil sofre com o caos aéreo. Hoje, feriado de finados, mais uma vez os aeroportos registram atrasos nos vôos. A culpa é de quem? Lógico que é de São Pedro que manda chuva justamente num feriado prolongado.
Mais de 365 dias que o Brasil não deu conta de resolver o problema no seu sistema aéreo. Até hoje as causas dos dois acidentes aéreos que mataram 365 pessoas num intervalo de 10 meses não foram esclarecidas. A CPI do Apagão Aéreo terminou de forma pífia com o governo defendendo seus cupanheros da Infraero que não conseguiram explicar as maracutaias lá detectadas. Até hoje não se sabe como a pista do aeroporto de Congonhas foi entregue para pousos e decolagens sem as ranhuras que garantiriam, pelo menos, um pouco mais de segurança para os aviões. Só se sabe que a TAM, um dos objetos de investigação da CPI, pagou 400 ingressos para os parlamentares (inclusive os da comissão) para assistirem o espetáculo “Alegria” do Cirque di Souliel (não sei se é assim que se escreve). No país da Banana se tudo não acaba em pizza com certeza acaba em circo.
Porém, devemos estar felizes, não é mesmo? A Copa do Mundo é nossa! Com o brasileiro não há quem possa! A crise aérea, a violência e todos os outros problemas continuarão por aí, nas páginas dos jornais, nas reportagens da televisão e nos sites da internet. Mas, não podemos perder o patriotismo. O Brasil é tão importante que, mesmo tendo mais mortos que o Iraque, vai sediar a Copa do Mundo.

Enquanto isso no país do Ricardo Teixeira...

da Folha online

Os passageiros enfrentam atrasos e cancelamentos de vôo nesta sexta-feira, feriado de Finados. Balanço divulgado pela Infraero (estatal que administra os aeroportos) mostra que foram afetados 472 dos 1.356 vôos (34,8%) previstos para ocorrer no país da 0h às 17h.
De acordo com o levantamento, no período, 243 vôos sofreram atrasos superiores a uma hora e outros 229 foram cancelados.
Duas grandes empresas aéreas do país, a Gol e a TAM assumiram a ocorrência de atrasos em série em sua escala.
Em nota, a Gol culpou as "condições meteorológicas na noite de quinta-feira [1º] e manhã desta sexta-feira" pelos atrasos. Ontem à noite, o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) ficou fechado por sete minutos por causa de uma tempestade. Hoje, porém, o terminal opera normalmente desde cedo.
Também em nota, a TAM admitiu que há um excesso de pousos e decolagens agendados no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande São Paulo), e que, por isso, os dois procedimentos foram prejudicados.
Na quarta-feira (31), o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, fez um apelo aos turistas para que eles tentassem viajar neste feriado fora dos horários considerados de pico. "Queremos divulgar isso para que a população possa escolher horários mais apropriados e, com isso, possamos ter aeroportos menos congestionados. Vamos fazer um esforço grande para que o desconforto seja o menor possível, mas é claro que com o aeroporto cheio, sempre há uma taxa de desconforto."
Operação-padrão
Ontem, os aeroportuários --funcionários da Infraero-- encerraram a operação-padrão que realizavam nos aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, em Campinas (SP). Em protesto à suposta recusa da estatal em pagar um bônus de Natal, a categoria parou de cumprir horas extras feitas habitualmente e anunciou que entrará em greve terça-feira (6).
Em nota publicada no site da estatal e dirigida aos funcionários, a presidência da Infraero afirma ter garantido o "cumprimento integral" do acordo acordo coletivo. "Contudo, surpreendentemente, o Sina [Sindicato Nacional dos Aeroportuários], inclusive sem respeitar preceitos legais quanto a aviso prévio e plano de ação que evitasse prejudicar as atividades da empresa, o que deveria ser feito com 72 horas de antecedência, optou por uma "operação padrão" no setor de raio-X do aeroporto de Guarulhos, ocasionando danos ao atendimento público e à população, exigindo cumprimento de pleito que não está incluído no Acordo Coletivo de Trabalho", diz o texto.
Também ontem, a Justiça Federal chegou a determinar o fim da operação-padrão com base em um pedido do Ministério Público Federal.
Desde que começou, o movimento dos aeroportuários conseguiu fazer com que a Infraero se comprometesse a cumprir um acordo que previa reajustes salariais de 6,25% neste mês e a pagar o bônus de Natal --cerca de R$ 440 em vales refeição para cada funcionário.

Crise aérea acaba em março

Editorial do Estado de São Paulo

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, marcou data para o fim do apagão aéreo. Será em março, “quando se encerra o período de alta e começa o de baixa” na aviação comercial brasileira. Do que se deduz que para ele a solução da crise é as pessoas deixarem de voar. Não é uma interpretação maldosa. Afinal, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, fez um apelo aos passageiros para que escolham vôos nos horários menos movimentados a fim de evitar os transtornos nos aeroportos neste feriado prolongado, o primeiro de uma série que irá até o Ano-Novo. Como se nos horários mortos houvesse vôos suficientes para a maioria dos destinos - o que seria uma contradição em termos, portanto. Ele ainda recomendou aos interessados que antecipassem as suas viagens para ontem e adiassem a volta para segunda-feira. Como se os viajantes não precisassem trabalhar antes dos Finados e depois do domingo. Antes, por sinal, os usuários do Aeroporto de Cumbica padeceram horas nas filas até as salas de embarque por conta de uma operação-padrão, ou greve branca, desencadeada pelos funcionários da Infraero, para terem as suas reivindicações salariais atendidas. Depois, usuários de todos os aeroportos poderão ficar presos em terra se os servidores cumprirem a promessa de entrar em greve, efetivamente, na terça-feira, se até lá as suas demandas não forem satisfeitas. Isso sem falar nos rumores de que também os controladores de vôo poderiam cruzar os braços. Por onde quer que se olhe, o desmazelo no setor é um pesadelo sem hora para terminar, diga o que disser o loquaz ministro Jobim. É de desanimar: ao mesmo tempo que informa ter marcado um prazo “para mim mesmo” - o de março - para a normalização do serviço de transporte aéreo no País, ele se comporta como se algo já tivesse melhorado no setor nesses mais de três meses desde a sua nomeação. E insiste em afirmar que os problemas que afligem os passageiros são “de conforto, mas não de segurança”. Só porque ele quer. Na verdade, estamos exatamente onde estávamos quando a crise irrompeu depois da tragédia do Boeing da Gol, em setembro de 2006.Na mesma quarta-feira em que Jobim e Gaudenzi deram uma demonstração eloqüente de como Brasília enxerga e trata o Brasil real que a sustenta para servi-lo, o governo tornou a fazer das suas em matéria de acobertamento da corrupção - desta vez, na Infraero. Dominante na CPI do Apagão Aéreo no Senado, a base aliada abateu com a maior naturalidade o parecer do relator Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, que classificou o notório ex-presidente da estatal, Carlos Wilson, hoje deputado federal pelo PT, de principal responsável por pencas de ilícitos no sistema aeroportuário nacional. Prevaleceu um relatório paralelo, assinado por meia dúzia de governistas, que, literalmente, “livrou os tubarões e apanhou as sardinhas”, como observou Torres. De fato, dos seus 23 pedidos de indiciamento, 14 foram desconsiderados no desavergonhado contraparecer que a oposição se recusou a votar. O petista João Pedro, do Amazonas, autor do texto que mutilou o primeiro documento, completou o serviço dizendo que “todos conhecem o deputado Carlos Wilson como homem público”. O relatório original, de 1.100 páginas (ante as 22 da operação-abafa perpetrada pela maioria lulista), não deixa dúvidas sobre as relações entre a corrupção na Infraero e a crise aérea - uma dimensão do escândalo impossível de esconder. Tampouco deixa dúvidas sobre a procedência das acusações ao “homem público” por crimes contra o procedimento licitatório, improbidade administrativa e formação de quadrilha. As maracutaias podem ter custado ao erário meio bilhão de reais. Não se trata de descoberta da CPI, mas de levantamento do Tribunal de Contas da União. Tamanho o cinismo dos senadores governistas que até três ex-funcionários da estatal, demitidos por justa causa, segundo recomendação da própria Controladoria-Geral da União (CGU), que constavam da lista de Torres acabaram isentados. Fecha-se assim o circuito da impunidade pelo apagão. No começo de outubro, CPI similar na Câmara deixou de pedir o indiciamento de ex-diretores da Infraero e da Anac. Esse e outros apagões não perturbam o presidente Lula. Banhado em popularidade, ele não está nem aí.

Sujando a mão sempre

Para justificar o mensalão, o ator petista Paulo Betti disse que, na política, tem que enfiar a mão na merda mesma. Merdas para Paulo Betti. Sempre uso esta conclusão “paulobettiana” para explicar algumas coisas na política que envolve o PT.
No jornal O Popular de hoje leio que Lula recebeu Íris Rezende no Palácio do Planalto. Parece que o encontro foi caloroso. Parece que Lula quer ajudar o prefeito de Goiânia. Parece que Lula quer deixar uma marca do governo federal aqui na capital (Pô, já não basta o Delúbio?). Eu disse parece porque o PT daqui de Goiânia está dividido. Tem aquela ala que aceita lamber as botas de Íris e a outra que deseja que o partido tenha candidatura própria nas eleições municipais do ano que vem. Parece. E parece mesmo, de verdade, que a voz de Lula será definitiva, como sempre. Bobo é quem acredita que Lula não sabe de nada. O homem sabe das coisas. O homem comanda as coisas. Só parece que ele é bobo, mas de bobo Lula não tem nada. Bobo fui eu que votei nele em 2002 baseado naquela maquiagem feita por Duda Mendonça. Graças a Deus fui curado do mal da esquedopatia. Meus quinze minutos de esquerdismo já passaram.
É bem capaz do PT e do PMDB caminharem juntos outra vez aqui em Goiânia. Eu me lembro das críticas ácidas que os petistas, até então éticos, faziam contra as administrações de Íris Rezende e seus satélites. Não vou me assustar se eu ver de novo Pedro Wilson dividindo palanque com Íris Rezende. Afinal, seguindo a lógica “paulobettiana” na política tem que enfiar a mão na merda mesmo e o PT adora fazer isso. Sem contar das vezes que os cupanheros jogam merda no ventilador e acertam um tucano sonolento em cima de um galho.

Renan não usou camisinha

Só uma pergunta não foi feita para Renan Calheiros naqueles dias em que o Senado era uma extensão da sua casa (ou do seu banheiro): “Senador, por que vossa excelência não usou camisinha quando manteve relações sexuais com a jornalista Mônica Veloso?” Ou então uma pergunta neste mesmo rumo, mas com um sentido mais moralista: “Senador, vossa excelência não acha que foi um mau exemplo para a juventude manter relações sexuais fora do casamento e sem nenhuma proteção, sem a camisinha?” Nesta semana que termina com o feriado de finados ficamos sabendo que a esposa de Renan, Verônica, está fazendo tratamento para engravidar. Será que ela quer engravidar do seu marido pulador de cerca? Uma coisa é certa: Renan não usou camisinha. Se Verônica quer realmente ter um filho com Renan aí já é problema dos dois. Mas, que o Rei do Gado não usou camisinha isso sim é verdade.

E a CPI do Futebol...

Ricardo Teixeira falou, Ricardo Teixeira avisou: só pode ser sede de jogos da Copa os locais cujas autoridades não apoiarem a CPI do Futebol. Dito e feito! Aos poucos os parlamentares que assinaram o pedido de CPI vão retirando suas assinaturas. Vejam o poder do homem que controla a CBF. Ele é capaz de tudo, até de mandar deputado e senador tirar assinaturas no requerimento para uma CPI do Futebol.
Pois é, minha gente. Desta forma nós não saberemos a podridão que reina no país que vai sediar a Copa de 2014.

Zeca do PT é suspeito de deixar dívidas de R$ 1,1 bi para sucessor

por Fausto Macedo
no Estado de São Paulo

A Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul requereu ao governador André Puccinelli (PMDB) cópias de 11 relatórios de auditorias que apontam supostas irregularidades no governo de seu antecessor, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT (1999 a 2006). O ex-governador teria deixado dívidas da ordem de R$ 1,1 bilhão e montado esquema de peculato com verbas de publicidade, com rombo estimado pelo Ministério Público Estadual em R$ 30 milhões.O requerimento é subscrito pelas bancadas do PSDB e do DEM. “A herança de Zeca do PT é muito preocupante, são dívidas com obras executadas e não pagas, dívidas com a folha salarial, com municípios que não receberam sua cota relativa ao ICMS, com prestadores de serviços e com fornecedores e denúncias de desvio do dinheiro da publicidade”, declarou o líder tucano na Assembléia, Reinaldo Azambuja.Para o líder do PSDB, esse quadro “comprova desgoverno e grave violação” à Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe o administrador de contrair débitos que não tenha condições de saldar ainda durante seu mandato. “Há fortes indícios de má gestão”, avalia. Azambuja disse que o conteúdo do dossiê produzido pela equipe do atual governador pode resultar na abertura de uma CPI.No sábado, na convenção do PSDB em Campo Grande, da qual participou o governador de São Paulo, José Serra, Puccinelli declarou que Mato Grosso do Sul precisa construir mais uma cadeia para prender “companheiros”, uma referência ao governo do antecessor.
DESEQUILÍBRIO
O ataque foi desferido com base nas ações criminais por peculato e uso de documento falso que o Ministério Público apresentou contra Zeca do PT à Justiça. No início de sua gestão, Puccinelli declarou ter herdado uma máquina com “enorme desequilíbrio financeiro”. O raio X que o governador mandou fazer revela que Zeca do PT autorizou pagamentos que somaram R$ 116 milhões a credores, entre fornecedores, empreiteiras e prestadores de serviço, no fim de seu mandato, entre 21 e 29 de dezembro de 2006.Foram feitos mais 44 pagamentos, que chegaram a R$ 13,3 milhões, em favor de entidades sociais. Os recursos foram liberados no dia 28 de dezembro daquele ano. A transferência foi realizada por meio de ofícios a bancos e por cartas remessas.
HOMEM PÚBLICO
A principal acusação contra Zeca do PT é de desvios de recursos de publicidade. Entre 2005 e 2006, ele teria mandado pagar R$ 56 milhões a agências de propaganda, mas o Ministério Público suspeita que R$ 30 milhões teriam sido desviados por meio de contratos não cumpridos ou superfaturados.A promotoria aponta Zeca como o nome mais importante de “grandioso esquema” que teria sido montado na Secretaria de Coordenação-Geral, então dirigida por Raufi Marques. À Justiça, seis promotores apresentaram duas denúncias criminais contra o ex-governador e antigos aliados dele, por peculato e uso de documento falso.Em outras duas ações o Ministério Público acusa Zeca de improbidade administrativa e pede liminarmente a indisponibilidade de seus bens e sua condenação ao ressarcimento integral do dano causado ao patrimônio público, com suspensão dos direitos políticos e multa.Newley Amarilla, advogado de Zeca do PT, repeliu as denúncias. “Zeca é homem público, tendo exercido mandatos de governador e deputado estadual, sendo agora acusado sem que haja o mais mínimo indício de que tenha praticado condutas ilícitas.” Para Amarilla, o suposto mensalão que o governo Zeca teria montado não passa de “mais uma lenda urbana”.

Ele chegou ontem?

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, chegou ontem da Suíça. Ontem? Quinta feira antes do feriado? O evento que anunciou o Brasil como sede da Copa de 2014 foi na terça feira. O ministro dos Esportes Orlando Silva estava na Suíça, na sede da Fifa, fazendo a mesma coisa que Cidinho. Na quarta o ministro já era papagaio de pirata lá no Morumbi entregando a taça de campeão brasileiro (opa, taça da Federação Paulista de Futebol) à Rogério Ceni, capitão tricolor, melhor goleiro do Brasil e que não precisa de Dunga nenhum para provar a sua importância no futebol mundial.
Isso mesmo, minha gente. Na quarta feira o ministro Orlando Silva já estava no gramado do Morumbi vendo a festa sãopaulina. E Cidinho? Por que será que ele só chegou ontem da Suíça? É como eu disse num post passado: A Suíça é bem melhor do que um estado paquidérmico como Goiás.

A irresistível atração da insensatez, por Roberto Pompeu de Toledo

Se o leitor pensa que um país próspero, bem aquinhoado pela natureza, com problemas sociais bem encaminhados e de povo educado está livre de crises de irracionalidade, atente para o caso da Espanha. A Espanha é um dos melhores países para se estar, no momento. É bonito, rico em monumentos históricos de variadas épocas e culturas, rivaliza nas artes com o que há de melhor no mundo, as cidades são animadas, o clima é agradável, o povo é simpático, a comida é boa, o vinho idem e o pão, esse primordial indicador do bom trato dispensado por um povo a si próprio, é de primeira qualidade. A isso se somam as conquistas, recentes, de uma democracia impecável e de uma prosperidade que, in loco, salta à vista, e à distância, da perspectiva destes Brasis, se mede pelo avanço dos investimentos da pátria que outrora foi de Dom Quixote e que hoje é do Banco Santander, da editora Santillana, da Telefónica e da administradora de rodovias OHL.
Não era para estar satisfeito? Normalmente era, mas o que é "normalmente", na vida de uma nação (ou na vida em geral)? A velha questão do separatismo ferve. A Constituição de 1978, que enterrou a ditadura franquista, garante às regiões alto grau de independência. "Comunidades autônomas" é como elas são chamadas, e o nome faz jus à coisa. O estatuto compensa com largueza o sufoco do período franquista, em que o poder central caía sem dó até sobre o direito de a Catalunha, o País Basco e a Galícia se expressarem em seus idiomas. Passados trinta anos de liberdade, governos autônomos e uso e abuso das línguas locais, era para todo mundo estar satisfeito. Em setembro, no entanto, o lehendakari (presidente) do País Basco, em desafio a Madri, marcou um plebiscito sobre a independência para o ano que vem. Na cidade de Girona, na Catalunha, o rei Juan Carlos foi recebido com apupos e desordens, episódio a que se seguiu, nas semanas seguintes, a queima de retratos do rei em várias localidades catalãs.
O separatismo do País Basco, por ter no terrorismo uma de suas expressões, é o mais conhecido mundo afora. O da Catalunha é para um estrangeiro mais surpreendente, por sua extensão, e mais incompreensível, por se manifestar na região mais rica e historicamente mais cosmopolita da Espanha. Merece um brinde com a melhor cava (o espumante catalão) quem descobrir em Barcelona mais de uma bandeira espanhola para cada cinqüenta da Catalunha, e merece outro quem achar mais de uma referência, nos monumentos ou nomes de ruas, a fatos da história da Espanha, contra outros cinqüenta referentes à história regional – perdão: "nacional" é a palavra correta – da Catalunha. O jornalista brasileiro Ricardo A. Setti, que visita Barcelona com freqüência, contou num artigo que placas de automóvel têm o "E" de Espanha substituído por seus proprietários por um "CAT" de Catalunha, "sob a cumplicidade da polícia local".
É no culto à língua que mais se manifesta o nacionalismo local. O povo é bilíngüe, e nenhum catalão deixará de falar espanhol com um estrangeiro, mas a Cataluña oficial cada vez mais deixa de sê-lo. Nomes de ruas e de estações de metrô só se vêem em catalão. Menos mau, para o estrangeiro de língua latina, que dá para entender. É até pitoresco saber que se está circulando pela "Avinguda Diagonal" e ler num bar o aviso de que não se vendem "begudes alcohòliques a menors de 18 anys". Mas há na insistência pela exclusividade da língua um traço que, fácil, fácil, descamba para a intolerância. A Generalitat (governo local) expediu, semanas atrás, instrução aos professores para que vigiem se, no recreio, as crianças continuam falando catalão. Uma escritora uruguaia radicada em Barcelona, Cristina Peri Rossi, foi excluída do programa de que participava na Rádio da Catalunha por se expressar em castelhano.
As relações entre o governo espanhol e a Catalunha são como entre um pai que se arma de paciência para não brigar e um filho que não se cansa de provocar. A chantagem está implícita no discurso do filho: "Olha que eu me separo, hein?". O catalanismo não se contenta em se afirmar dentro da Espanha; só tem graça fazê-lo contra a Espanha. E aqui chegamos ao centro da questão. País Basco e Catalunha, como partes da Espanha, integram um dos maiores países da Europa, dos mais prósperos do mundo e que tem como língua franca uma das mais faladas do planeta. Caso o País Basco se separe, encolherá às proporções de pouco mais que um Luxemburgo. A Catalunha virará quando muito uma Bélgica. É isso que querem? A pura racionalidade não o aconselharia. Mas, como se sabe, não é a racionalidade que move as nações (nem as vidas).

Outro assunto: Néstor é como Perón, mas melhor, para o gosto vigente. Cristina é como Evita, mas melhor, para o gosto vigente. A Argentina promove o aggiornamento do atraso. Outro ainda: Verônica, mulher do senador Renan Calheiros, revelou à Folha de S.Paulo que faz tratamento para engravidar. Quer dar uma filha ao marido. Será lindo se tudo terminar com uma visita da cegonha.

A imundície continua lá, por Diogo Mainardi

A Telecom Italia pagou propina no Brasil. Já leu isso em algum lugar? Sim: na coluna do autoproclamado Oráculo de Ipanema. A primeira vez em fevereiro de 2006, a segunda vez em outubro do mesmo ano, a terceira vez – chega, Diogo, chega – na semana seguinte.
O caso da Telecom Italia, apesar de tratado insistentemente na coluna, nunca rendeu nada de bom: só o enfado dos leitores e um processo judicial contra mim. Mas todos sabem que eu sou um renomado parajornalista, e o que mais aborrece um renomado parajornalista é isto: uma trama em que as pontas permanecem soltas. Nos últimos tempos, a Justiça italiana finalmente conseguiu juntar algumas dessas pontas. Depois de passar oito meses na cadeia, um dos diretores da Telecom Italia, Giuliano Tavaroli, admitiu ao juiz Giuseppe Gennari o que eu e meus leitores menos avoados já sabíamos: em 2003, nos primeiros meses do reinado lulista, a Telecom Italia pagou propina no Brasil. O fato foi confirmado por outras duas testemunhas: o diretor financeiro da sucursal brasileira, Marco Girardi, e o chefe de segurança institucional da empresa, Marco Bonera.
A revista italiana Panorama acaba de publicar uma reportagem reconstruindo todos os eventos. Em 8 de abril de 2003, Marco Bonera foi encarregado de transportar 300 000 dólares a Brasília. De acordo com seu depoimento, ele alugou um helicóptero, voou à capital e entregou o malote de dinheiro a duas pessoas num quarto do hotel Blue Tree. Sucessivamente, segundo ele, essas duas pessoas distribuiriam a propina a uma série de políticos relacionados numa lista.
Alguns dias depois, em 30 de abril, a Telecom Italia assinou um contrato de consultoria de 3,25 milhões de reais com o empresário Naji Nahas. Recebi uma cópia desse contrato em janeiro de 2006, assim como o comprovante de que o pagamento havia sido feito em dinheiro vivo. Passei todo o material a VEJA. A reportagem descobriu que parte do montante fora entregue a Ludgero Pattaro, uma das pessoas que – cito a matéria – "apareceram em relatórios da agência Kroll como sendo responsável por pagamento de propina da Telecom Italia a dirigentes do PT". Ludgero Pattaro enfiou o dinheiro numa maleta e, acompanhado por guarda-costas, levou-o a uma saleta do hotel Renaissance, em São Paulo. Até agora ninguém podia apontar com certeza o destinatário do pagamento. Aos juízes milaneses, Giuliano Tavaroli afirmou tratar-se da segunda parcela de uma propina destinada aos membros da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.
Propina, propina, propina. Eu sei que o assunto se esgotou. Pode parar de bocejar. Isso tudo é velharia. Isso tudo pertence a um tempo em que a gente ainda tinha o ímpeto de espernear contra a imundície na política. O ímpeto passou. A imundície continua lá.

71 deputados desistiram da CPI do Corinthians, diz senador

por Roberto Maltchik
no site G1

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos autores da proposta de criação da CPI do Corinthians, disse nesta quinta-feira (1) que 71 deputados e 3 senadores já retiraram apoio à investigação. Se esse balanço for confirmado, a CPI fica com menos assinaturas do que o necessário para ser criada. No dia 30 de outubro, logo depois de o Brasil ser anunciado como sede da Copa de 2014, o requerimento para criar a CPI foi protocolado no Senado com as assinaturas de 209 deputados e 38 senadores. Para uma CPI mista (Senado e Câmara) ser criada, ela precisa do apoio de ao menos 171 deputados e 27 senadores. Segundo Álvaro Dias, o objetivo da CPI é investigar crimes contra o sistema financeiro decorrentes de contratos entre empresários e clubes de futebol. Dias afirma ter assinaturas de outros deputados para compensar as que foram retiradas. A sessão do Congresso Nacional em que o requerimento deve ser lido foi marcada para a próxima terça-feira (6). Segundo o senador, os parlamentares retiraram as assinaturas após sofrer pressão da CBF, a entidade que organiza o futebol no Brasil e que apresentou a candidatura do Brasil à Copa. "É uma interferência indevida que afronta o Congresso Nacional", disse Dias. A investigação tem duração prevista de 120 dias, prorrogáveis por mais 60, e pode investigar supostas irregularidades entre 2000 e 2007.

Segundo notícia publicada no Globo Online,
entre os desistentes, estão 17 deputados mineiros.
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Problemas com gás? Pergunte a Evo Morales

O índio de araque e presidente da Bolívia Evo Morales decretou no dia 1º de maio do ano passado que as empresas que exploravam gás natural da Bolívia seriam nacionalizadas. A Petrobrás estava na lista do índio cocaleiro. Ele colocou o exército na porta da estatal brasileira. O que o nosso governo fez? O que Lula fez? Deram razão para Evo Morales. Ora, dane-se o Brasil e Viva a Bolívia!
Hoje, mais de um ano depois da trapaça cocaleira, eis que nós vemos a Petrobrás tendo problemas com a distribuição do gás.
O que a Petrobrás tem que fazer? Ora, pergunte ao Evo Morales. Não é ele que tem razão? Dane-se o Brasil e Viva a Bolívia!

Ainda sobre o terceiro mandato

É preciso sempre ter cuidado com a petêzada. Esse negócio de terceiro mandato está prosperando. Em 2010 não teremos Lula nas eleições presidenciais pela primeira vez desde a redemocratização do país em 1985. Imagine se os petistas vão querer desgrudar das tetas estatais? Os lulistas bolivarianos vão fazer de tudo para Lula disputar mais uma eleição presidencial em 2010.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

E no país de Ricardo Teixeira?

Até hoje os ingleses ainda investigam a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes. Relatórios mostram que a polícia britânica errou. O brasileiro foi confundido com um terrorista e, por isso, perseguido por policiais até a estação de um metrô em Londres onde levou sete tiros na cabeça. Isso tudo há dois anos atrás. Até hoje o caso ainda é investigado pela justiça britânica.
No evento que confirmou o Brasil como sede da Copa de 2014, o presidente da CBF Ricardo Teixeira foi questionado por uma jornalista canadense sobre a violência no Brasil. Ele disse que a violência não existia só no Brasil, que era um problema mundial. Ricardo Teixeira falou até dos brasileiros que morreram no exterior. Pois é. Jean Charles morreu no exterior, na Inglaterra. Até hoje os ingleses ainda investigam o caso.
E no país de Ricardo Teixeira? Quando um estrangeiro é morto aqui o caso não é investigado, não vai para frente, acaba arquivado e esquecido pela opinião pública. No país de Ricardo Teixeira a corrupção e a impunidade rolam soltas assim como a violência cresce a cada dia. Não só Ricardo Teixeira ficou sem resposta quando o assunto mudou da Copa de 2014 para a violência. Lula e o bonde dos governadores se calaram mostrando para o mundo inteiro que no país de Ricardo Teixeira a violência não é combatida seriamente. O país de Ricardo Teixeira vai sediar a Copa do Mundo de 2014. Até lá muitas coisas vão acontecer. Escândalos, desvios de verbas, assassinatos, a violência crescendo mais e mais, a cada dia. É bem capaz dos ingleses resolverem o caso Jean Charles de Menezes bem antes do Brasil começar a pensar em fazer alguma coisa para acabar com a violência. Até lá a Copa já vai ter passado por aqui e é bem capaz de Ricardo Teixeira nem estar mais no seu país para responder perguntas tão constrangedoras.

Se a reforma não funcionar

A Assembléia Legislativa autorizou o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, fazer a reforma administrativa do jeito que ele quiser. Como disse num posto passado: é o Rei Cid em ação.
Se a reforma não funcionar e o estado continuar paquidérmico vou culpar não somente o nosso rei, mas seus súditos que assinaram um papel em branco mesmo sabendo as prováveis conseqüências.

Dulci falou, Lula não

O secretário geral da Presidência Luiz Dulci, numa entrevista à Rádio Itatiaia, disse que Lula desautorizou qualquer iniciativa para um possível terceiro mandato. Sim, Dulce falou, Dulce avisou que Lula desautorizou. Lula não. Luiz Inácio não falou nada. Luiz Inácio não avisou nada. Será que algum petista vai acreditar no que Dulci disse? Lula nega a possibilidade de um terceiro mandato, mas ele mesmo, em pessoa, da sua própria boca, desautorizar a cupanherada até agora não aconteceu.

As duas caras do PSDB

O governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho vai prestar depoimento a favor de Renan Calheiros no Conselho de Ética do Senado no terceiro processo contra o Rei do Gado que se refere ao uso de “laranjas” para comprar um grupo de comunicação alagoana. O governador é do PSDB, partido de oposição e um dos principais que pediram a saída de Renan da cadeira de presidente do Senado. Como é que o partido faz críticas à Renan se um dos seus componentes vai testemunhar a favor de Renan? Que “banho de ética” é esse? A cada dia que passa os tucanos mostram que não aprenderam a lição da campanha eleitoral do ano passado. Esse negócio de ter duas caras não dá certo. Esse negócio de ser oposição, mas almoçar com o governo não é uma boa. Cada partido segue o seu caminho. O PSDB prefere não fazer nada com Teotônio Vilela Filho. Depois não reclamem se alguém questionar o “banho de ética”, se o partido pediu a saída de Renan e, ao mesmo tempo, tem integrante do próprio partido prestando depoimento a favor de Renan.

Liberdade para se expressar e indignar

É preciso sempre manter a liberdade. É preciso sempre manter a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão. Leiam o post abaixo. A Folha online mostra que integrantes da CPI do Apagão Aéreo foram assistir o espetáculo do Cirque du Soleil com ingressos bancados pela TAM, um dos objetos de investigação da CPI. Como diria Boris Casoy: “Isto é uma vergonha”. A CPI entregou um relatório pífio, que não investigou as falcatruas da Infraero e nem colaborou no esclarecimento dos dois acidentes aéreos que mataram 354 pessoas num intervalo de 10 meses.
É uma vergonha ver políticos sendo mimados por empresas investigadas em comissão de inquérito. A Polícia Federal desencadeou a Operação Navalha que mostrou para o país inteiro que empreiteiras fajutas mimavam parlamentares para que dinheiro público fosse liberado para obras inacabadas.
É por isso que este governo teme tanto a imprensa. É por isso que este governo quer uma TV pública que só passe a visão governista das coisas. O PT sempre se aproveitou das denúncias da imprensa quando era oposição. Agora que é governo, os petistas querem censurá-la.
É preciso sempre manter a liberdade. É preciso sempre manter a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão. Que possamos saber das falcatruas desses políticos sem vergonha e que possamos também expressar todo o nosso desprezo por essa gente mimada.

Integrantes de CPI vão de graça a show pago pela TAM


da Folha online

Uma semana antes da votação do relatório final da CPI do Apagão Aéreo no Senado, a TAM, um dos objetos da investigação, distribuiu 400 ingressos do espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, a congressistas e autoridades em Brasília, entre eles o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, o presidente da CPI, Tião Viana (PT-AC) --hoje presidente interino do Senado--, e mais quatro integrantes da comissão.
Todos eles compareceram ao espetáculo, fechado pela TAM só para convidados --cerca de 1.600, entre eles clientes, jornalistas e beneficiários de entidades assistenciais. O evento ocorreu na noite de quarta-feira da semana passada.
O relatório aprovado ontem pela comissão sugere que as empresas aéreas sejam auditadas por conta da crise aérea.
Anteontem, o Cirque du Soleil apresentou o "Alegría" em sessão fechada, dessa vez bancada pela TV Globo, para funcionários, deputados, senadores e autoridades convidadas, como o ministro do STF Marco Aurélio Mello, que "bailou" com uma cantora do espetáculo, e Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula.
"Recebi um convite de amigos, não levei em conta essa questão. Nunca saio do Palácio, não tomei ciência do preço do ingresso. De fato, há um código de ética, deveria ter tomado esse cuidado", disse Gilberto.
"Demos lá umas rodadas. Estranhei um pouco porque geralmente nós conduzimos a dama. E ela, talvez por ser uma atriz, procurou conduzir. Depende da platéia avaliar, mas acho que não fui tão mal", disse Marco Aurélio, que não vê inconveniente no convite.
O Bradesco também realizou três sessões fechadas para convidados, entre eles congressistas e autoridades.
Os políticos e as autoridades que foram de graça ao espetáculo e as empresas que distribuíram os ingressos disseram não ver conflito de interesse na situação. Elas não forneceram as listas dos convidados.
O grupo canadense Cirque du Soleil está em turnê pelo Brasil e estreou na capital federal em 19 de outubro. Os ingressos vão de R$ 150 a R$ 450, e as autoridades foram colocadas, geralmente, nos lugares cujos ingressos são os mais caros.
"Não vejo qualquer relação com a CPI. É vínculo zero, não houve nenhum contato com diretor", argumentou Tião Viana. "Ali dava quórum para votação no plenário", brincou Ideli Salvatti (SC), líder do PT e também membro da CPI.
A Folha confirmou que os outros três integrantes da comissão que assistiram ao espetáculo na quarta da semana passada são Romero Jucá (PMDB-RR), Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Inácio Arruda (PC do B-CE).
Vários outros senadores também foram ao evento, como José Nery (PSOL-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP) --que disse ter sido convidado pela "produção do evento"--, Augusto Botelho (PT-RR), Marco Maciel (DEM-PE), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Pedro Simon (PMDB-RS). "O que a gente comentou lá é que eles poderiam melhorar um pouco o atendimento do passageiro em vez de gastar aquela montanha de dinheiro", disse Simon.
Alguns senadores convidados pela TAM disseram ter recusado. "Comprei ingresso e fui com minha família outro dia. Deu R$ 1.037. Não aceitei os convites, até porque eu estou batendo muito nisso [crise aérea]", disse Mário Couto (PSDB-PA), da CPI. Outros lamentaram não terem sido convidados. "Me deixaram de fora dessa. Queria ir, mas fui olhar o preço dos ingressos e dava R$ 1.000", disse Sibá Machado (PT-AC), também da CPI.
"Comprei ingresso para 9 de novembro. Não posso fazer prejulgamento. Você tem os camarotes de empresa no Carnaval, na festa de Parintins [AM]. Soube que a TAM convidou, que a Globo convidou, mas não aceitei porque já havia comprado", disse o senador José Agripino (DEM-RN). "Eu não, que convite o quê? Comprei ingresso e fui na sexta. Vocês da Folha me amam, hein?", reagiu Wellington Salgado (PMDB-MG), membro da CPI.
Criado em comemoração ao décimo ano do Cirque du Soleil, em 1994, o "Alegría" é o segundo espetáculo do grupo --que já havia vindo ao Brasil.

Começou o golpe

Pronto! O Congresso Nacional já começa a se movimentar para dar à Lula o direito de disputar um terceiro mandato. Já disse isso aqui e volto a repetir: Lula nega que irá disputar um terceiro mandato em 2010, mas ele não desautoriza integrantes do seu partido de defender tal idéia. Ou seja, Lula nega o terceiro mandato e deixa que os petistas defendam esta tese.
O golpe já está sendo arquitetado. O lulismo bolivariano quer repetir aqui no Brasil a balburdia que o ditadorzinho Hugo Chávez está fazendo na Venezuela. É preciso ficar atento, com os olhos bem abertos porque o golpe petista já está em curso.

Proposta sobre terceiro mandato é desarquivada

da Folha online

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), mandou desarquivar em abril deste ano uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que permite a reeleição sem limites para cargos majoritários --o que abriria caminho para a aprovação de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informa reportagem publicada nesta quinta-feira pela Folha.
O pedido, feito em fevereiro, partiu do deputado petista Fernando Ferro (PE). Ele solicitou o desarquivamento de propostas sobre a reeleição.
O movimento petista pode acelerar a discussão levantada pelos deputados Devanir Ribeiro (PT-SP) e Carlos Willian (PTC-MG), que defendem a possibilidade de um terceiro mandato para Lula, uma vez que a emenda já foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara em 2000.
O relator na comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), considerou, na época, a proposta constitucional. O próximo passo é a discussão em comissão especial, que depende do presidente da Câmara para ser instalada.
De autoria do ex-deputado Inaldo Leitão (PR-PB), a proposição permite ao presidente da República, prefeitos e governadores concorrerem a infinitas reeleições, desde que se licenciem do cargo seis meses antes da disputa.
2010
No início desta semana, o presidente Lula negou a intenção de disputar um terceiro mandato presidencial em 2010. "Democracia é bom demais. E a gente não pode brincar com democracia nos países da América Latina. Nós já sabemos a experiência das coisas na América Latina. A Constituição estabelece que pode ter mandato de quatro anos e uma reeleição."
Lula disse que ele, pessoalmente, é favorável a um mandato de cinco anos e sem reeleição. "Se o Congresso quiser fazer reforma política, todo mundo conhece minha tese: sou favorável a um mandato maior do que quatro anos e sem reeleição. Estou quase proibido de tocar nesse assunto porque não vou dar palpite no mandato do meu sucessor. O Congresso é que tem autoridade para fazer as mudanças que vão fazer."
O presidente afirmou que o importante, neste momento, não é discutir o terceiro mandato. "Não precisa mexer em coisa que não é prioridade. A prioridade não é terceiro mandato. A prioridade é consolidar crescimento internamente e no mundo, o Brasil se consolidar como grande nação."

Governadores tentam derrubar CPI

por Martin Fernandes
no Estado de São Paulo

Já começa a fazer efeito a pressão do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, contra a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que pretende investigar o Corinthians e a MSI. Até ontem, os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Adelmir Santana (DEM-DF), Mão Santa (PMDB-PI) e Papaléo Paes (PSDB-AP) haviam informado intenção de retirar suas assinaturas do pedido de instalação da CPI. O requerimento de criação da comissão foi protocolado na terça-feira à noite pelo senador Alvaro Dias (PDT-PR) e pelo deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), no mesmo dia em que o Brasil foi anunciado como sede da Copa de 2014. Mas, para que a CPI mista seja efetivamente instalada, é preciso que o requerimento seja lido em sessão conjunta das duas casas, o que deve acontecer na próxima semana, segundo as previsões otimistas de Torres. Até lá, porém, deputados e senadores que endossaram o pedido de criação da comissão podem retirar as assinaturas. Torres e Dias conseguiram o apoio de 209 deputados e 38 senadores - o mínimo necessário era de 171 e 27, respectivamente.A movimentação para o esvaziamento começou na Suíça, onde estavam até ontem Ricardo Teixeira e uma dúzia de governadores - que viajaram a Zurique para acompanhar a cerimônia da Fifa e tentar fazer lobby para seus respectivos Estados.Assim funciona: Teixeira pressiona os governadores, que pressionam os deputados e senadores. A moeda de troca é a possibilidade de organizar jogos da Copa em 2014. Quem quer partidas em seus estados deve ser contra a CPI. Segundo o Estado apurou, os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Pará, Ana Júlia Carepa (PT) e Distrito Federal, José Roberto Arruda (PSDB), seriam os mais empenhados em derrubar a CPI. Os três estiveram em Zurique a convite de Teixeira.O senador Álvaro Dias, um dos articuladores da CPI, diz que a pressão externa “diminui o parlamento” e que seus colegas devem ter “independência”. A intenção inicial da CPI é apurar irregularidades na parceria entre Corinthians e MSI, já alvo de duas investigações por parte da Polícia Federal. “Mas as investigações podem ficar mais amplas, contra qualquer crime de lavagem de dinheiro que envolva o futebol do Brasil”, observa Silvio Torres.A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do bloco de apoio ao governo, também é contra a criação da CPI. “Não acrescenta nada às investigações que já estão em curso”, justifica. Ideli disse ainda que desconhece a pressão de Teixeira sobre os governadores. “Se isso acontece, só posso lamentar”, diz. “Duvido que ele consiga constranger a Polícia Federal.”

Greve branca causa filas em Cumbica; crise aérea vai até março, diz Jobim

por Tânia Monteiro e Camilla Rigi
no Estado de São Paulo

A operação padrão de servidores da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), iniciada na manhã de ontem no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, levou o governo e as autoridades aeronáuticas entrarem em alerta para o risco de um novo apagão aéreo. Para se precaver contra uma eventual paralisação dos controladores da torre de Cumbica, o comando da Aeronáutica colocou sargentos e técnicos de sobreaviso para assumir o trabalho na véspera do feriado de Finados. Os transtornos começaram pouco antes de o ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarar que a crise aérea só terminará em março.“Se houver paralisação em Guarulhos nós vamos colocar militares na torre de controle”, disse o diretor do Departamento de Controle do Tráfego Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Cardoso. Na terça-feira, diante da ameaça de paralisação, o comando da Aeronáutica convocou uma reunião para definir como poderia ajudar a Infraero a evitar novos tumultos nos aeroportos. “Está todo mundo de sobreaviso”, informou Cardoso. “Se eles entrarem em greve, nosso pessoal entra. Mas, em caso de operação padrão, não.”Em assembléia, os funcionários decidiram não fazer mais horas extras até que a empresa cumpra uma das cláusulas do acordo trabalhista que previa promoção dos funcionários a partir de outubro. “Esse item equivale a um reajuste de 6,5% nos salário. Agora, a Infraero diz que não tem dinheiro”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos. Os servidores de Cumbica e de Congonhas ameaçam cruzar de vez os braços caso a Infraero não apresente uma proposta até terça-feira.Segundo o sindicato, a partir de hoje os funcionários dos aeroportos de Campinas, Santos Dumont e Galeão, no Rio, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Recife também devem aderir à operação padrão. Servidores de outros terminais ainda vão realizar assembléias nos próximos dias. O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, garantiu ontem que dará a promoção aos funcionários, mas o sindicato manteve o estado de greve.A falta de funcionários teve reflexo nas áreas de embarque de Guarulhos. No Terminal 1, entre 8h30 e 9h40, a fila de passageiros chegou à Asa A, pois havia funcionários para operar apenas dois dos seis aparelhos de raio X. Quem tentava embarcar à noite enfrentava filas que ultrapassam duas asas do aeroporto. “Vamos embarcar às 22h05 para Nova York, e a previsão de espera até o raio X é de uma hora”, disse o engenheiro Jacyr Quadros.Jobim, por sua vez, admitiu que até março os passageiros poderão enfrentar problemas, “de conforto, mas não de segurança”. Para Jobim, as empresas precisam fazer sua parte em casos de problemas “previsíveis”. “Se vamos ter problema tal dia, com fechamento de aeroportos por causa de mau tempo, precisamos montar desde já uma forma de que os passageiros fiquem sabendo.”

A carta branca não é de graça

Vixe, os deputados goianos estão cobrando do Rei Cid. Depois de dar carta branca para o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, fazer a reforma administrativa do jeito que achar que tem que ser feita, os deputados não dariam tanto apoio de graça. Eles cobram emendas no orçamento, afinal, ano que vem tem eleição e as bases eleitorais precisam de obras agora para serem inauguradas num período próximo da eleição.
Nada é de graça, tudo tem o seu preço. Num estado paquiderme será que o Rei Cid vai ter dinheiro para entregar aos seus súditos? Se não tiver as conseqüências serão vistas em outubro do ano que vem. Se tem dinheiro para ir até a Suíça ver o Brasil, candidato único, ganhar a Copa de 2014 será que não tem nenhuma grana para os deputados tão fiéis ao Palácio das Esmeraldas?

Deputados querem R$ 16,4 milhões para emendas

por Venceslau Pimentel
no Hoje

A exemplo do Congresso Nacional, a Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa vai acatar pedido dos 41 deputados, de adotar o sistema de cotas individuais, em forma de emendas, ao Orçamento do Estado de 2008. O valor pode chegar a R$ 16,4 milhões.O deputado Daniel Goulart (PSDB), presidente da Comissão, comprometeu-se ontem a negociar com o governo estadual em estabelecer em R$ 400 mil o valor das emendas individuais, em atendimento a reivindicações dos deputados. As chamadas emendas individuais são utilizadas pelos parlamentares na destinação de recursos para obras e serviços em suas bases eleitorais. Eles atendem a solicitações de prefeitos e vereadores e da comunidade que o parlamentar representa.No Congresso e nas Assembléias Legislativas que adotam esse sistema de cotas, é permitida a apresentação de emendas com previsão de investimentos na construção de escolas, postos de saúde, ginásios de esportes, obras de infra-estrutura, compra de ambulâncias, como também para obras de manutenção, restauração de rodovias, reformas de escolas, postos de saúde e outros. Presente à audiência pública realizada ontem à tarde, na Assembléia, o secretário estadual de Planejamento, José Carlos Siqueira, jogou um balde de água fria nas pretensões dos deputados. Ele lembra que as emendas apresentadas pelos deputados, e aprovadas pela Assembléia, serão avaliadas à luz de todo o contexto orçamentário, financeiro e fiscal do Estado. “Não podemos, por exemplo, e essa é a minha visão, acatar uma emenda que atenda uma demanda pontual, mas que constrange o atendimento de uma demanda de interesse público”, avaliou o secretário. “Não podemos trabalhar com a visão do individual se sobrepondo ao público e sim o contrário”, disse. José Siqueira ponderou que a reivindicação pode ser considerada, mas que está fora de sua atribuição como secretário de Planejamento. “Eu acredito mais nas emendas que possam qualificar a proposta orçamentária e que tenham conteúdo de interesse público”, disse ele. A partir do ano que vem, cada um dos 594 deputados e senadores terão direito a R$ 7 milhões do Orçamento para suas emendas. Com a medida, o montante das emendas individuais cresce R$ 594 milhões, passando de R$ 3,564 bilhões para R$ 4,158 bilhões.

O Pedrinho motoqueiro ou do dossiê?

Ulisses Aesse escreve na sua coluna de hoje no Diário da Manhã que o ex-deputado federal e ex-gordo Pedrinho Abrão é um apaixonado por motos. Com sua Harley Davidson Pedrinho sai por aí buscando seu caminho ou como diria o mago e agora integrante da comissão organizadora da Copa de 2014 Paulo Coelho “buscando sua lenda pessoal”.
Pouco me importa a paixão que Pedrinho possui. O que eu realmente quero saber é o seu envolvimento com aquele dossiê encomendado por Renan Calheiros para flagrar os senadores goianos Marconi Perillo e Demóstenes Torres usando aviões do ex- deputado federal e ex-gordo Pedrinho Abrão.

Petrobrás não tem como atender à alta na demanda de gás

por Kelly Lima, Irany Tereza e Nicola Pamplona
no Estado de São Paulo

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, admitiu ontem, em entrevista em Londres, que a companhia não tem como atender ao crescimento da demanda por gás natural no curto prazo e disse que vem alertando as distribuidoras desde o início da crise da Bolívia. “Hoje, se tivermos de manter o crescimento no consumo de gás, vamos ter algumas dificuldades em entregar o volume além do contrato. A indústria de gás não é como um supermercado em que você vai lá e compra.” Em entrevista à BBC de Londres, Gabrielli mais uma vez reconheceu que a tendência, a médio e longo prazos, será que o consumidor pague mais caro pelo gás natural. No Rio, a diretora de Gás e Energia da estatal, Maria das Graças Foster, seguiu a mesma linha, ao afirmar que o “preço do gás tem de pagar o custo de exploração e produção” do produto. Segundo ela, a Petrobrás já vem adotando uma estratégia de elevar o preço, ao reajustar trimestralmente seus contratos, após dois anos de descontos. Para o consumidor final, porém, o preço é fixado pelas distribuidoras.Os dois executivos criticaram também o preço do gás natural veicular (GNV) no País. “Para mim é absolutamente claro que o preço do GNV nas bombas não corresponde à realidade”, disse Graça. Ontem, a oferta do combustível nos postos do Rio foi retomada por força de liminar. Para Graça, a opção da CEG de cortar o GNV em 89 postos, em vez de negociar a substituição do combustível com seus clientes, como fez a Comgás, é “incompreensível”. “É razoável se pensarmos que o GNV pode ser substituído tanto por álcool quanto por gasolina, mas nos parece mais difícil fazer o corte em tantos pontos, em vez de fazê-lo em apenas um ou dois clientes.” Segundo ela, CEG e Comgás foram avisadas ao mesmo tempo, mas a distribuidora carioca não adotou um plano de contingência.Gabrielli também afirmou que as distribuidoras não foram surpreendidas pela medida. “Essa discussão não é nova. Ela tem sido feita há muito tempo, pelo menos um ano e meio. Desde que começou a crise com a Bolívia essa discussão ocorre com as indústrias e as distribuidoras do Rio e de São Paulo.”A Petrobrás decidiu recorrer da decisão judicial que a obrigou a retomar os volumes anteriores de fornecimento à CEG. Segundo Gabrielli, as negociações com as distribuidoras estavam ocorrendo há quatro meses, com necessidade de ajuste do volume de gás contratado. “Eles (CEG e Comgás) estavam tirando mais gás do que o previsto no contrato com a Petrobrás. Estávamos discutindo contratos mais flexíveis, com planos alternativos para os consumidores. Mas isso não depende da Petrobrás. Não temos como administrar a entrega do gás até o consumidor final. Isso é responsabilidade da distribuidora estadual.”

'Brasil não é a Venezuela', diz Aécio sobre 3º mandato

por Eduardo Kattah
no Estado de São Paulo

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que não acredita na possibilidade de uma mudança constitucional que permita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar um terceiro mandato. “O Brasil não é a Venezuela. Acho que temos instituições muito sólidas”, afirmou Aécio em entrevista à Rádio Bandeirantes, de Zurique, na Suíça, onde participou da solenidade oficial de anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014.Segundo ele, o próprio Lula não deve ter interesse num terceiro mandato. “Faço até justiça ao presidente. Pode até ser que em seu entorno alguns áulicos ainda alimentem esse sonho. Mas não é bom para o Brasil, não é bom para o presidente Lula e não acredito que ele pessoalmente tenha esse interesse.”Aécio observou que considera “até legítimo” que o presidente volte a se candidatar no futuro, pois “terá, provavelmente, idade para isso”. “Mas mudar a Constituição neste instante é um desserviço à democracia e o Brasil não aceitaria isso de forma alguma”, salientou.De acordo com o governador, a disputa presidencial de 2010 será a primeira eleição direta nos últimos 40 anos “sem o Lula na chapa”. “A última eleição presidencial que nós tivemos foi com Jânio Quadros, obviamente, antes da revolução, antes do golpe de Estado, e depois todas as outras eleições nós tivemos Lula na cédula. Isso por si só já é um fator que mudará e muito a própria percepção das pessoas em relação à disputa”, argumentou. Aécio é um dos principais aspirantes à candidatura presidencial na eleição de 2010.Questionado sobre uma nova “política do café com leite” e se estaria na hora de Minas voltar ao poder - numa referência à sua eventual candidatura -, o tucano esquivou-se e disse que São Paulo e Minas “sempre terão um papel muito importante na vida” do País. Aproveitou, porém, para defender a construção de “um projeto de Brasil”, dissociado de questões partidárias.“É um projeto que seja aprovado nas eleições e permita que a gente supere estes últimos tempos em que se elege um presidente da República e não se sabe quais são os compromissos do presidente da República, qual o compromisso com a reforma previdenciária, com a reforma tributária, trabalhista”, defendeu.

Um campeão com cinco estrelas

por Juca Kfouri

O gol do São Paulo era só uma questão de tempo.
Quase saiu diversas vezes, em bola dividida entre o goleiro americano e Jorge Wagner, numa bola tirada na linha fatal pelo zagueiro potiguar, e absoluto domínio tricolor.
Até que o menino Hernanes, uma das revelações do campeonato, fez um golaço de fora da área, aos 38, para explodir o Morumbi lotado por 69.874 torcedores pagantes, recorde do Brasileirão.
Em seguida, Rogério Ceni bateu falta na trave e o primeiro tempo terminou.
Nem bem começou o segundo e o goleiro Sérvulo salvou mais um gol que seria de Jorge Wagner.
Mas Miranda, de cabeça, em cobrança de escanteio pelo mesmo Jorge Wagner, tratou de fazer 2 a 0, aos 4.
Pintava uma goleada para coroar o pentacampeonato.
Que nem precisava, diga-se de passagem, tamanha a superioridade são paulina no Brasileirão, campeão a quatro rodadas do fim do campeonato.
Dagoberto, no entanto, discordava e queria sim a goleada e, aos 32, Souza cruzou para ele enfiar a cabeça e fazer 3 a 0.
Estava de bom tamanho.
Pensando bem, agora que acabou, foi o pentacampeonato mais fácil da história.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SÃO PAULO PENTACAMPEÃO

Acabou o jogo!!!!
São Paulo é pentacampeão brasileiro!
SALVE O TRICOLOR PAULISTA
NÃO DUVIDEM DO MURICY RAMALHO!!!

GOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

Outro gol do São Paulo!
Dagoberto amplia para 3 x 0 o baile sãopaulino!

A TAÇA DO BRASILEIRÃO É NOSSA
COM O SÃO PAULO NÃO HÁ QUEM POSSA!!!

Mais um

Miranda aumenta pro São Paulo.
Pronto!
O PENTA É NOSSO

GOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

Goooooooooooollllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
Hernanes faz o gol do São Paulo
O título é nosso!!!
Como a televisão não está transmitindo, estou ouvindo o jogo pela Rádio Eldorado - ESPN.
O pentacampeonato é nosso!

É hoje!!!

Hoje é o grande dia! O São Paulo será pentacampeão brasileiro jogando contra o já rebaixado América-RN. Vai lá de coração! Vamos, São Paulo! Vamos São Paulo! Vamos ser campeão!

Deputado da PB renuncia às vésperas de julgamento no STF

do Estadão online

O deputado federal Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) entregou nesta quarta-feira, 31, pedido de renúncia do seu mandato em caráter irrevogável. O pedido foi entregue ao deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que presidia a sessão plenária.

Cunha Lima seria julgado na próxima semana no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de homicídio. Com a renúncia, o deputado deverá perder seu foro privilegiado e o processo deverá ser remetido para a Justiça comum, o que dará tempo ao deputado paraibano.



Na carta de renúncia, porém, Cunha Lima alega que desistiu do mandato por outro motivo: para ser julgado como cidadão comum e supostamente não querer se aproveitar do direito ao foro privilegiado. "Quero ser julgado sem prerrogativa de foro, como um igual que sempre fui", afirmou.


Ele é acusado de balear o ex-governador paraibano Tarcísio Buriti, seu inimigo político, em 5 de dezembro de 1993, em um restaurante.
O processo está no STF desde 1995. Cunha Lima é pai do atual governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB).

Íntegra da renúncia


Sr. Presidente, nesta data e por este instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, renuncio ao mandato de deputado federal, representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue, sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui.
Requeiro a leitura em plenário desta renúncia, a respectiva publicação e a comunicação dela a S.Exa, à presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie.

Fiesp entrega abaixo-assinado contra a CPMF no Senado




por Cida Fontes
no Estadão online


BRASÍLIA - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, encerrou sua exposição hoje, em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com a entrega de um abaixo-assinado com cerca de 1,3 milhão de assinaturas contra a CPMF. As folhas com as assinaturas chegaram ao plenário da CCJ em carrinhos de supermercados e ficaram sobre as mesas dos senadores dificultando, inclusive, que os parlamentares presentes pudessem acompanhar a sessão.Skaf defendeu, diante dos senadores, o fim da cobrança da CPMF argumentando que em 11 anos de existência arrecadou R$ 200 bilhões, mas a saúde se encontra em "um verdadeiro caos". Ele comentou que como o País está vivendo um momento de aumento de arrecadação de R$ 70 bilhões, seria importante acabar agora com a CPMF. Afirmou que os projetos de reforma tributária até agora anunciados pelo governo não prevêem desoneração."A única chance que temos desonerar é rejeitar a CPMF. Que esperança temos em desonerar outros impostos que não implicam mudanças na Constituição?", disse. Skaf insistiu na tese do crescimento excessivo de gastos do governo.O representante da Federação Nacional dos Bancos, Gabriel Jorge Ferreira, classificou a CPMF como "um imposto ruim e perverso sobre vários aspectos, incide em cascata, é regressivo e atinge mais os pobres. Tem uma natureza mais confiscatória", disse ele.

Zuanazzi é um fanfarrão e um trapalhão

Adeus, sem até breve. Vai embora e nunca mais volte! Milton Zuanazzi renunciou ao cargo de presidente da ANAC. Só faltava ele. Os outros diretores já tinham pedido o boné. Zuanazzi pediu hoje. Mas, ele não ia embora sem fazer suas críticas. Para o ex-dirigente da ANAC, existe uma “agenda oculta” que quer impedir que pobre ande de avião.
Zuanazzi também criticou o ministro da Defesa Nelson Jobim. Disse que o ministro age como se “não tivesse a lei” dentro da Agência Nacional de Aviação Civil. Jobim reagiu às críticas dizendo que Zuanazzi é “página virada”. (Ver post abaixo)
Até hoje a ANAC não explicou para o Brasil a crise aérea e muito menos os dois acidentes aéreos que mataram 354 pessoas num intervalo de 10 meses. Zuanazzi diz que a agência não tem nada a ver com a crise aérea. Ué, se não tinha nada a ver então por que o digníssimo concedia entrevistas na televisão dizendo que no Natal e no Ano Novo passados não teríamos caos nos aeroportos? E não é que, a cada dia que Zuanazzi botava a cara na TV, a crise piorava? Só para ver a incompetência desse sujeito. Só para ver o quanto o nosso Senado não sabe fazer sabatina para analisar se fulano tem ou não capacidade para ocupar algum tipo de direção em algum órgão público.
O lulismo é isso: tudo o que é bom é deles, tudo que é ruim é causa da “agenda oculta”.
Agora, esse negócio de que gente não quer que pobre voe de avião é conversa pra boi dormir. Será que Zuanazzi quer que cada passageiro mostre seu comprovante de renda antes de entrar num avião? Se na concepção “zuanazzística” a renda do passageiro for x, ele é pobre, se for y ele é rico. Ainda bem que não teremos esta medida porque Zuanazzi já está fora da Anac. Será que ele pensava nos pobres destêpaiz todas as vezes que viajava de avião? Muitas dessas viagens eram cortesias de empresas aéreas que não eram fiscalizadas pela Anac.
Zuanazzi é um fanfarrão. Ele merece um lugar em algum circo. Com tantas trapalhadas à frente da Agência Nacional de Aviação Civil é bem capaz de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias ficarem no chinelo com um concorrente tão atrapalhado.

Presidente da Anac confirma renúncia e critica ministro

da Folha online

O diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, confirmou nesta quarta-feira que deixa o cargo, conforme antecipou ontem a colunista da Folha Eliane Cantanhêde.
Desde o dia 24 de agosto, os outro quatro diretores que integravam a diretoria da Anac renunciaram aos cargos. Da cúpula da agência, restava só Zuanazzi.
Ao anunciar sua saída, ele criticou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. "Estou saindo porque não quero trabalhar com ele [Jobim]", afirmou. O ministro já havia declarado abertamente que esperava a renúncia.
Zuanazzi disse que não deixou o cargo antes porque queria prestar contas à sociedade. Ele também fez um balanço de sua gestão --que durou um ano e sete meses-- e afirmou que a crise aérea que atingiu o país já acabou.

Críticas

Zuanazzi, que disse não concordar com as idéias de Jobim, afirmou que o ministro estaria indicando nomes para a presidência da agência antes mesmo da aprovação pelo Senado. "O ministro age como se não tivesse a lei, não dá muita bola para a questão da autonomia e independência das agências."
Jobim reagiu com ironia aos ataques, tratou Zuanazzi como "página virada" e evitou polêmicas.
Sem citar nomes, Zuanazzi disse ter recebido manifestações contra a popularização do setor aéreo e que "várias pessoas" não querem que "pobre ande de avião". "Tem uma agenda oculta que não aparece na sociedade. Tem que debater com o cidadão. Você que nunca voou: tem gente que não quer que você voe", disse.
Ele também criticou um "certo movimento" --em referência ao Cansei, movimento que realizou protestos contra a crise aérea-- e disse ter ouvido de muitas pessoas que, atualmente, os aeroportos parecem rodoviária. "É quem não gosta de pobre", afirmou.
Ao confirmar a renúncia, Zuanazzi disse que, agora, vai procurar emprego na iniciativa privada na área de turismo e que voltará a lecionar.

Renúncias

Denise Abreu foi a primeira diretora a renunciar, em agosto. Depois, caíram Jorge Luiz Brito Velozo, Leur Lomanto e Josef Barat.
Ontem (30), Zuanazzi telefonou para o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) comunicando a decisão de deixar o cargo.
A cúpula da Anac viveu um processo de desgaste desde a tragédia com o vôo 3054 da TAM, em Congonhas (zona sul de São Paulo), no último dia 17 de julho. O acidente matou 199 pessoas.
O acidente levou a juíza Cecília Marcondes, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, a acusar Denise de ter entregue a ela uma norma sem validade para garantir a liberação do funcionamento da pista principal de Congonhas, pouco antes do acidente.

CPI pede indiciamento de ex-diretora da Anac e livra ex-dirigentes da Infraero

por Gabriela Guerreiro
na Folha online

Sem a presença de senadores da oposição, a CPI do Apagão Aéreo do Senado aprovou nesta quarta-feira --por seis votos a um-- o relatório paralelo dos governistas elaborado pelo senador João Pedro (PT-AM). O relatório pede o indiciamento da ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu e de mais 15 pessoas.
A oposição se recusou a participar da votação depois que os governistas decidiram apresentar um texto paralelo para derrotar aquele que foi elaborado pelo relator Demóstenes Torres (DEM-GO) --que pedia o indiciamento de 23 pessoas por fraudes cometidas na Infraero (estatal que administra os aeroportos).
No texto paralelo, os governistas retiraram nomes de nove autoridades do sistema aéreo nacional que tiveram o indiciamento recomendado por Demóstenes, o que gerou protestos da oposição. O relatório dos governistas exclui da lista de indiciados o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson, além de servidores da estatal como Eleuza Terezinha (ex-diretora de engenharia), Fernanda Brendaglia (ex-diretora comercial), José Wellington Moura (ex-diretor comercial) e Marco Antonio Oliveira (ex-superintendente da região Centro Oeste).
Por outro lado, o texto paralelo sugeriu o indiciamento de duas pessoas que não constavam do relatório de Demóstenes: a empresária Sílvia Pfeifer, dona da Aeromídia, e José Oliveira Sobrinho, representante da Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária
No voto em separado, Pedro argumenta que os critérios usados para exclusão dos nomes foi baseado em documentos e depoimentos colhidos pela CPI e por investigações da CGU (Controladoria Geral da União).
O petista afirma que o seu texto não cometeu os mesmos "erros" de Demóstenes, com o argumento de que não que transformar a CPI em duelo entre governo versus oposição. O democrata reagiu às acusações ao argumentar que efetivamente havia uma "quadrilha" que operava na Infraero sob o comando de Wilson.
"Vocês têm maioria para ganhar, mas tenho consciência que meu trabalho não foi político. Eu não conheço o senhor Carlos Wilson, o respeitei para não ser convocado. Mas os indícios contra ele são contundentes. Mantenho o voto que proferi", disse Demóstenes.
Além de excluir indiciados, o relatório de Pedro inclui recomendações à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para garantir aos vôos comerciais as mesmas normas de segurança do avião presidencial. Os governistas também pedem a realização de auditorias pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e CGU (Controladoria Geral da União) par apurar a venda de espaços publicitários nos aeroportos brasileiros.
Com a aprovação do relatório paralelo, a CPI do Apagão do Senado encerrou seus trabalhos.

Acidente TAM

Assim como no relatório final de Demóstenes, o voto em separado dos governistas afirma que ainda é precário apontar causas para o acidente com o Airbus-A320 da TAM.
João Pedro afirma, no texto, que antes da conclusão das investigações do Cenipa (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes) não é possível apontar o que provocou o choque da aeronave com o hangar da TAM no aeroporto de Congonhas (SP).
Os governistas sugerem alteração na legislação brasileira para obrigar as companhias aéreas a divulgarem "imediatamente após um acidente aéreo" a lista de passageiros que estavam no vôo.

E ninguém vai falar dos custos da viagem

Olhei nos jornais goianienses e não vi nenhum integrante da oposição criticar a viagem do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Como pode uma máquina paquiderme financiar a viagem de um governador para assistir um evento que anunciaria um fato que todos já esperavam? Nem o digníssimo José Nelton comentou a viagem do Rei Cid...

Rei Cid

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, conseguiu o que tanto queria. Não, não é o Serra Dourada que vai abrigar alguns jogos da Copa de 2014 não. É que a Assembléia Legislativa assinou embaixo a reforma administrativa feita da maneira que Cidinho quer, via decreto, sem nenhum impedimento. Cidinho tá podendo, hein? Não é mais um governador do Tempo Novo. É Rei. Se o Rei não estava presente lá na sede da Fifa ontem outro Rei estava. O Rei Cid. Enquanto Rei Cid estava na Suíça, seus súditos na Assembléia Legislativa abaixavam as cabeças para o decreto real. Ninguém sabe o que contém nesta reforma. Só se sabe que Rei Cid tem a obediência dos seus funcionários lá na Assembléia.

Nunca antes na história da Fifa

Editorial do Estado de São Paulo

Nada a opor - muito pelo contrário - ao empenho do governo do Brasil e ao de seus Estados mais importantes em tentar mostrar à Fifa e à comunidade internacional de investidores que nós temos - ou melhor, teremos - plenas condições de sediar a Copa do Mundo de 2014. Afinal, é justo que o único pentacampeão mundial de futebol, o maior fornecedor de craques aos melhores times estrangeiros, que estará em 2014 completando 64 anos da maior frustração da história do futebol brasileiro - a “perda” dramática da Copa de 1950 no “maior estádio do mundo” - única vez em que foi sede da competição esportiva mais importante do planeta -, seja escolhido, como candidato único, país anfitrião da Copa, daqui a sete anos. O empenho de nossos governantes se justifica, sobretudo, pela oportunidade de desenvolvimento turístico, criação de empregos, investimentos em infra-estrutura e demais benefícios que uma megaprodução desse quilate abre para o País. No entanto, est modus in rebus, como diziam os romanos. Há uma medida nas coisas, existem certos limites - especialmente para os que governam, diríamos. Eis por que chega a beirar o ridículo - para dizer o menos - a revoada governamental brasileira, de 1 presidente da República, 12 governadores de Estado e 2 ministros, transportando-se todos para a Suíça, no momento em que a Fifa oficializa o Brasil como sede da Copa de 2014. Certamente, nunca antes na história da Fifa houve algo parecido. A reunião da entidade internacional que comanda o futebol, em Zurique, para a escolha do país-sede da Copa de 2014 seria para a apresentação de cada candidato, caso o Brasil não fosse o candidato único. Assim, o que poderia ser uma competição, com cada qual mostrando os seus trunfos, tornou-se apenas uma cerimônia homologatória. Nem por isso, no entanto, deixou de tornar-se uma “jogada ensaiada” política, em que no tempo reservado à “defesa” da candidatura do Brasil a CBF exibiu, para os 22 membros do comitê executivo da Fifa, um vídeo exaltando o País e os feitos do governo Lula, destacando as ações federais de combate à pobreza e os investimentos previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Entre os governadores, como era de esperar, estavam os mais fortes presidenciáveis tucanos - o governador paulista José Serra e o governador mineiro Aécio Neves -, que levaram para território suíço a que provavelmente será a disputa mais acirrada pela cadeira presidencial. Mas é claro que houve também uma disputa por interesses regionais, visto que o governador paulista pretende que seja no estádio do Morumbi a abertura da Copa - já que concorda que cabe ao Maracanã o direito de encerramento -, enquanto o governador mineiro alimenta a mesma pretensão em relação ao Mineirão. Forçoso é reconhecer (sem bairrismos) que em São Paulo está a melhor infra-estrutura de transportes, a melhor rede hoteleira, a melhor rede hospitalar, o melhor e mais diversificado padrão gastronômico, a maior movimentação econômica e tudo o mais que possa garantir pleno êxito a um evento dessa magnitude - considerando-se, ademais, o fato de sediar a mais bem-sucedida agremiação futebolística do País, única a conquistar o pentacampeonato brasileiro. Nem por isso o interesse regional dos dois governadores, o paulista e o mineiro, deveria levá-los a perpetrar suas disputas (político-esportivas, digamos) em território estrangeiro, fazendo passar para a comunidade internacional uma imagem assaz provinciana (sempre para dizer o menos). Também há que se reconhecer, por outro lado, que um grande esforço deve ser feito, nesses sete anos que nos separam da Copa que sediaremos - esforço esse, do poder público, que sem dúvida resultará em benefício permanente para a população brasileira -, especialmente nos campos da infra-estrutura (como transportes e saneamento) e da segurança pública. Bem é de ver que investigações que se façam em torno dos eventuais desmandos da cartolagem futebolística cabocla - o que já leva a propostas de instalação de CPI, com essa finalidade -, ao contrário de “espantar” investidores esportivos, poderão ter efeito positivo. A limpeza que se faça, nestes próximos 7 anos, de tudo o que exista de carcomido em nosso meio esportivo, e, particularmente, no meio futebolístico, só haverá de melhorar a imagem do pentacampeão mundial de futebol.