quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vai ser um fracasso

Lógico que os jornais ampliam a vitória de Barack Obama. O New York Times ousa dizer que caiu a barreira racial nos Estados Unidos. Quer dizer: só estavam esperando chegar o dia 4 de novembro de 2008 e votar no candidato presidencial negro para que, de uma hora para outra, como se fosse automaticamente, negros, brancos, latinos e tudo quanto é tipo de cor, raça, credo ou sei lá mais o que se unissem e, finalmente, concretizando o sonho de Martin Luther King, seriam felizes para sempre. Compreendo. É só a euforia pós-eleição.
Mas, no meio do papel brilhante que cobre os jornais de hoje, podemos achar um ou outro artigo, uma ou outra reportagem falando sobre os desafios que Barack Obama terá que enfrentar a partir de janeiro do ano que vem. É a economia, são as duas guerras no Oriente Médio, é a maneira como Obama agirá externamente. Eu, um profeta insignificante, declaro: vai ser um fracasso. A economia vai demorar a estabilizar, as tropas americanas ficarão mais um tempinho do outro lado do mundo e não vai ser fácil Obama convencer o Congresso a trabalhar junto com ele numa política externa paz e amor. Sem contar a corrupção. Ou vocês acham que os doadores da campanha de Obama doaram milhões de dólares só porque acreditam no discurso de “change”. É claro que não. Eles querem algo em troca. Resta saber se Obama vai saber dizer sim quando é para dizer sim e não quando é para dizer não. Por enquanto ele só disse “nós podemos”. Em época de eleição pode-se dizer tudo. Mas lá na Casa Branca, Obama sozinho numa daquelas salas, tendo que tomar um decisão, quero ver como vai ser. Vai ser um fracasso.
Só vi um trecho do primeiro debate entre Obama e John McCain no final de setembro, quando eu estava no Rio de Janeiro. Pelo que eu li na imprensa, não somente o primeiro como todos os outros debates foram chochos, sem nenhuma proposta concreta e real que pudesse resolver algum dos milhares de problemas que o presidente eleito terá que resolver.
Como disse no post abaixo deste: é a democracia. A maioria dos americanos livremente foi às urnas e não quiseram saber de experiência e sim de mudança. Mudar para onde?
O sentimento dos americanos está muito a flor da pele. Se Barack Obama, a partir de janeiro, não der um jeito na coisa, ou como dizem por aqui, “mudar tudo que está aí” esperaremos até quando vai durar a paciência da população. Mas eu, na qualidade de um profeta insignificante, declaro: O governo Barack Obama será um fracasso. E muita gente chorará iludida. Fazer o que? Foram lá e votaram.

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