sábado, 15 de março de 2008

Salve simpatia!

Cheguei agora do Shopping Flamboyant. Fui lá pegar um autógrafo do Nelson Motta. Comprei o Noites Tropicais e Vale Tudo e ele autografou os dois. Salve simpatia!

Se vira

O governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse ontem que ninguém fabrica dinheiro. Era uma resposta às críticas feitas pelo secretário de Saúde Cairo de Freitas. A resposta de Cidinho demonstra toda a sua irritação quando o assunto é a falta de recursos no seu governo. Engraçado é que na campanha eleitoral de 2006 Cidinho não falou para seus eleitores que o estado estava quebrado. Colado à imagem de Marcondes Perillo, Cidinho dizia que continuaria as maravilhas nunca vistas na história destêstado. Ao tomar posse pela segunda vez em 2007, Cidinho mostrou como estava Goiás depois dos dois governos de Marcondes. Aliás, Cidinho era vice de Marcondes. Vai ver ele não sabia de nada do que estava acontecendo, não é mesmo?
Se Cidinho não tem a fábrica de dinheiro, ele que se vire. Ele que vá buscar dinheiro para a saúde, a educação, a segurança pública. Foi ele que prometeu na campanha eleitoral que continuaria as maravilhas do Tempo Novo e que, até agora, só mostrou que eram enganosas aquelas propagandas difundias por Marcondes Perillo. Se Cidinho não tem dinheiro, ele que arrume um jeito de arranjar dinheiro. Ele que se vire. Se não consegue cumprir suas promessas de campanha, ele que se vire.

"Barack Gabeira" por Roberto Pompeu de Toledo

"Yes, we can" (Sim, nós podemos) é o slogan de maior sucesso da temporada, nos Estados Unidos. Está escrito nos cartazes do candidato Barack Obama e é entoado em coro por seus partidários. Podemos o quê? Isso é o de menos. A força do slogan está em não ser específico. Invoca a eficácia da vontade ("podemos") e as virtudes da união ("nós") e dá oportunidade para que cada um preencha a seu gosto o espaço reservado ao que pode ser obtido com tal conjunção de forças. A mensagem central é que um novo horizonte é possível. Guardadas todas as proporções entre um país e outro e entre uma eleição e outra, a chancela de esperança representada pelo yes, we can vai, nas eleições municipais programadas para este ano no Brasil, para o deputado Fernando Gabeira, que na semana passada anunciou sua candidatura a prefeito do Rio de Janeiro.
Gabeira, que já era das figuras mais interessantes, virou uma das figuras mais respeitadas da política brasileira. Memorável foi sua interpelação, no plenário da Câmara, contra a "maneira indigna" com que se comportava o então presidente da casa, Severino Cavalcanti. Filiado ao Partido Verde, teve sua candidatura a prefeito apresentada por uma coligação que inclui o PSDB e o PPS. Ele tem a singularidade de guardar distância do PT, ao qual já foi filiado, sem aderir aos ultras do lado contrário. No ato de lançamento da candidatura, até convidou o PT a aderir à coligação. Por suas posições e sua personalidade, representa um traço de união, um hífen, entre o PT e o PSDB, os dois partidos que encabeçam as disputas de poder, nacionalmente. Vem daí o primeiro sinal de yes, we can que sua candidatura emite: sim, nós podemos romper a muralha de intransigência que separa PT e PSDB. Podemos desmanchar uma dicotomia que tem beneficiado principalmente a rataria espalhada pelos partidos-satélites, contemplada com a sorte grande de vender cada vez mais caro o apoio necessário para que um ou outro lado componha a maioria.
Não se espera uma aliança em nível federal, pelo menos até onde a vista alcança, entre PT e PSDB. Também são escassas as possibilidades de isso acontecer nos estados, e certamente não vai se repetir em outras capitais o que se esboça em Belo Horizonte, onde o governador Aécio Neves, do PSDB, e o prefeito Fernando Pimentel, do PT, articulam lançar um candidato comum. O que dá para esperar, com a articulação mineira, se der certo, e mais ainda se a ela se somar a subida de Gabeira ao primeiro plano do cenário nacional, é um impulso em direção ao degelo que possibilite colaboração pontual entre os dois partidos e acordos no Congresso. Com boa vontade e ajuda dos astros, yes, we can. Quem tem mais a perder são os agentes da corrupção e da chantagem.
Outro sinal de "sim, podemos" são as condições impostas por Gabeira aos companheiros de coligação para aceitar a candidatura: (a) não sujar a cidade nem agredir os adversários durante a campanha; (b) se eleito, disponibilizar as contas da prefeitura na internet; (c) não usar o cargo para fazer oposição aos governos federal ou estadual; e (d) não aceitar indicações políticas para a formação do secretariado. Eis um programa de tirar o fôlego, de tão revolucionário, em face dos costumes vigentes. A começar pelo fato de o candidato se dispor a ser cobrado já na campanha: se sujar a cidade ou aplicar golpes baixos contra os adversários, os eleitores estão convidados a não votar nele. Não sujar as ruas bem poderia ser condição preliminar para todos os candidatos, ainda mais quando se trata de eleição em que o que está em jogo é a administração do município. Ainda não chegamos a tanto. Um candidato que venha a fazê-lo, no Brasil, por vontade própria merecerá figurar nos anais como autor de um feito histórico. (Em São Paulo, é de esperar que a cidade fique limpa, mas não será pela vontade dos candidatos: é porque existe uma lei que proíbe as faixas e os cartazes.)
Mas a mais revolucionária entre as revolucionárias condições impostas por Gabeira é a de não aceitar indicações políticas para o secretariado. Enfim, eis um governante que se dispõe a governar. O titular de um cargo executivo, no Brasil, é um oprimido. Está condenado à sina de aceitar colaboradores que não conhece e cujo preparo para as funções nem a própria senhora consorte do indicado seria capaz de atestar. Não é absurdo imaginar o presidente Lula a cruzar na rua com um dos titulares de seu caudaloso ministério sem ligar o nome à pessoa. Gabeira acena com nada menos do que um chamamento à libertação. "Presidentes, governadores e prefeitos, não tendes nada a perder senão vossos grilhões." Yes, we can. Podemos formar equipes só com base na competência.
Se Gabeira conseguir tal proeza, terá mudado o eixo em torno do qual gira a política brasileira. Mas o "nós podemos" com que acena sua candidatura não será vão mesmo com resultado mais modesto: fazer política de modo decente já é uma grande coisa.

"O esquerdismo clinicamente morto" por Diogo Mainardi

"Como deixei de ser um esquerdista clinicamente morto." É mais ou menos esse o título de um artigo de David Mamet no Village Voice. Para quem está boiando, David Mamet é um dos maiores dramaturgos dos Estados Unidos. Village Voice é um jornal de Nova York. E "esquerdista clinicamente morto" é todo mundo menos a patota de VEJA, considerando-se o que se diz por aí a nosso respeito.
David Mamet foi um esquerdista clinicamente morto até o dia em que se pegou imprecando contra a rádio pública americana. Ele se deu conta de que suas antigas idéias políticas já não refletiam a realidade: do preconceito contra as grandes empresas – cujos produtos ele consumia – ao ódio pelos militares – que arriscavam a vida para protegê-lo de um mundo hostil. Ele passou a questionar o papel do governo, rejeitando o intervencionismo estatal, um dos mitos inabdicáveis dos esquerdistas clinicamente mortos: "Mas, se o governo não intervém, como é que nós, meros seres humanos, vamos fazer? Eu li e refleti, e me ocorreu que eu conhecia a resposta, que é a seguinte: parece que nós simplesmente sabemos". Para demonstrar isso, David Mamet fez um paralelo com o teatro: "Tire o diretor de uma peça teatral e o que acontece? Em geral, menos conflitos, um período mais curto de ensaios e um resultado melhor".
O teorema de David Mamet pode ser aplicado a todas as esferas da política. Dilma Rousseff está tentando cacifar sua candidatura presidencial graças ao PAC. Tire Dilma Rousseff do PAC e o que acontece? Menos conflitos, um período mais curto de obras e um resultado melhor.
Estou torcendo para que Dilma Rousseff seja a candidata do PT em 2010. Estou torcendo muito. Sem a Dilma, o PT chega em terceiro lugar. Com a Dilma, ele chega em quinto. Quinto é bem melhor do que terceiro. Com a Dilma é bem melhor do que sem a Dilma. Os esquerdistas clinicamente mortos parecem entusiasmados com Dilma Rousseff. Eu também. No que se refere à sua candidatura, pode-se dizer que sou esquerdista clinicamente morto.
Li que Dilma Rousseff perdeu 12 quilos para se eleger à Presidência. Pelo que entendi, trata-se do principal ponto de sua plataforma eleitoral. Quem também emagreceu um bocado no último período foi Caio Blinder. O suficiente para se eleger vereador. Caio Blinder é a Dilma Rousseff do Manhattan Connection. Passei a semana com ele, para a festa dos quinze anos do programa. Falamos sobre o passado e sobre o futuro. O passado remete a 1993, quando o Manhattan Connection foi ao ar pela primeira vez. Em 1993, eu era um romancista sem leitores. É bom ser um romancista sem leitores. A gente só pensa na posteridade. Agora minha vida piorou tremendamente. Eu só penso no futuro, e o futuro é muito mais aborrecido do que a posteridade. Meu futuro é tentar sobreviver aos esquerdistas clinicamente mortos.

Duvido

Eu duvido da neutralidade de Lula. Ele vai dar seus palpites na escolha dos candidatos petistas para as eleições de outubro. Vocês acreditam que o Falastrão de Honra do PT vai ficar calado enquanto seus companheiros escolhem os candidatos? Duvido.

Jobim "venderá" conselho de defesa nos EUA

Por Sérgio DAvila
na Folha de São Paulo

O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, chega a Washington na terça para uma visita de quatro dias. Um dos objetivos é reforçar junto ao governo Bush a necessidade da criação de um conselho de segurança da América do Sul e obter apoio à iniciativa. O brasileiro será recebido por seu colega norte-americano, o secretário da Defesa Robert Gates, e pela secretária de Estado, Condoleezza Rice.Em 14 de abril, Jobim deve visitar Caracas, onde fará o mesmo com o venezuelano Hugo Chávez. Ambas as viagens acontecem como parte do plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criação do Conselho Regional de Defesa, proposto por ele no dia 4 de março último, após a crise gerada pela operação militar colombiana no Equador.Agora, Jobim testará as águas no Pentágono -os EUA não fariam parte do conselho, mas o fato de não oferecerem oposição a ele ajudaria o Brasil a ganhar a simpatia de aliados do país, como a Colômbia. Para tanto, o ministro da Defesa falará não só com Gates e Rice, mas também fará palestras à comunidade de defesa local.Então, fará o mesmo com Hugo Chávez. Com o apoio dos dois principais antagonistas do continente, o Itamaraty crê que a aceitação da idéia pelos demais países será mais fácil.Jobim afirmou ontem, no Rio de Janeiro, já ter conversado preliminarmente com os ministros da Argentina e do Chile sobre o conselho. Rejeitou o rótulo de "Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do Sul": "Queremos a formação de um grande plano de defesa coincidente, para o continente".Sobre as declarações de Rice de que os países devem cuidar de suas fronteiras de modo a evitar que escondam terroristas, Jobim disse que o Brasil "não tem problemas de fronteira". "Nossa grande fronteira é a Amazônia, que está toda monitorada", afirmou.Sondagem com RiceLula tocou no tema em reunião com Rice na quinta-feira, em Brasília. Para ele, o Brasil poderia ser o representante de tal mecanismo junto ao Conselho de Segurança da ONU.Se a criação da nova entidade contou com a simpatia da chefe da diplomacia americana, a representação na ONU não teve a mesma receptividade. À imprensa ela diria que não vê problemas na criação do conselho e que estava contando com a liderança brasileira.Mas defendeu a Organização dos Estados Americanos (OEA) como um fórum natural para esse tipo de discussões. "Obviamente, a OEA é um meio hemisférico de coordenação", disse, referindo-se ao organismo regional com forte influência dos EUA. O país banca cerca de 60% do orçamento da entidade, com sede em Washington.O Brasil joga com o temor nos EUA do que o país chama de corrida armamentista venezuelana na América do Sul. A preocupação foi o assunto principal do depoimento do comandante-em-chefe do Comando Sul (Southcom, na sigla em inglês) ao comitê das Forças Armadas da Câmara dos Representantes, na quinta-feira.Depois de afirmar que a resolução pacífica do conflito entre Colômbia e Equador foi "encorajadora", o responsável do Pentágono pela região diria ter "dificuldade em entender" por que o atual nível de armamento é necessário para a Venezuela. "Porque, como vimos, essa é uma região não-inclinada a ir à guerra, mas com capacidade de resolver pacificamente seus problemas", disse o almirante James Stavridis.

Sob Lupi, PDT amplia sua fatia em convênios

Por Julianna Sofia e Lucas Ferraz
na Folha de São Paulo

Com 327 prefeituras no país, o PDT passou a exibir a partir de 2007 números vultosos nos convênios firmados entre cidades comandadas pelo partido e o Ministério do Trabalho. Com a chegada do pedetista Carlos Lupi à pasta, 13 prefeituras da sigla assinaram parcerias com o ministério e garantiram o repasse de R$ 9,4 milhões.Os recursos reforçarão os cofres dos prefeitos neste ano, em plena disputa eleitoral. Das 13 prefeituras pedetistas agraciadas por Lupi, 12 nunca tinham tido acesso a verbas do Ministério do Trabalho anteriormente. Em geral, são convênios relativos a programas de qualificação e inserção de jovens no mercado de trabalho -Juventude Cidadã e ProJovem. Os recursos desses projetos saem diretamente do Tesouro Nacional.Levantamento feito pela Folha mostra que o DEM, partido que administra 792 prefeituras, das quais apenas cinco são conveniadas com o Trabalho, apresenta o maior valor de repasses. São R$ 12,3 milhões, que refletem principalmente o peso de contratos com as duas maiores capitais: Rio e São Paulo. Cada uma assinou com o ministério convênios de R$ 5,8 milhões.Em quantidade de novos convênios, os números do PDT só são inferiores aos do PT (16 prefeituras). O PMDB, com uma legião de 1.308 prefeitos, tem igual número de prefeituras conveniadas que o PDT: 13. As prefeituras do PT são 383. Essas duas siglas, porém, receberão valores abaixo dos repassados ao PDT do ministro Lupi: o PT ficou com R$ 8,9 milhões e o PMDB, com R$ 4,9 milhões. O PSDB aparece com oito prefeituras (são 905 no país) atendidas com R$ 4 milhões.Os convênios com prefeituras contratados sob a batuta de Lupi somam R$ 45,4 milhões. Atendem a 71 cidades e ainda abrangem outros partidos (PSB, PR, PTB, PRB e PC do B).Há menos de um mês, ao se defender das acusações de favorecimento ao PDT, Lupi apresentou dados genéricos nos quais seu partido aparecia como um dos menos beneficiados na partilha de verbas.Ficava em sétimo lugar, atrás de prefeituras e Estados sob o comando do PSDB (R$102 milhões), PT (R$ 96 milhões) e PMDB (R$ 83 milhões), do DEM (R$ 54 milhões), PSB (R$ 52 milhões) e PP (R$ 16 milhões). O PDT registrava apenas R$ 14,4 milhões. Diante dos números, Lula chegou a dizer que Lupi tinha "o comportamento mais republicano".Na ocasião, o ministro não mencionou que a maior parte dos recursos garantidos aos prefeitos e governadores fora autorizado por seu antecessor, Luiz Marinho, atual ministro da Previdência. Em entrevista no final de fevereiro, Lupi limitou-se a dizer que "alguns" convênios eram de 2005 e 2006.Lista com as datas de todos os convênios revela que, dos atuais R$ 487 milhões conveniados, 83% referem-se à gestão de Marinho. O ex-ministro foi responsável por 111 do total de 202 convênios firmados com Estados e municípios.Os 91 restantes -que equivalem a R$ 82 milhões- ficaram a cargo de Carlos Lupi. Todos os contratos foram assinados no segundo semestre, sendo que a maioria foi firmada entre novembro e dezembro. Lupi assumiu o ministério em 3 de abril.

PT-SP revê tática eleitoral e admite dar a vice ao PMDB

Por José Alberto Bombig
na Folha de São Paulo

Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dado aval à candidatura Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, a direção do partido na capital paulista sinalizou ontem que deverá mudar suas diretrizes em relação ao que foi feito em 2004 e pretende abrir as portas da sua chapa para ter o PMDB na vaga de vice.Na eleição anterior, quando a então prefeita Marta Suplicy foi derrotada por José Serra (PSDB), o PMDB ficou fora de sua chapa por ter exigido o posto de vice, que acabou ocupado pelo hoje deputado estadual Rui Falcão (PT). A "chapa puro-sangue" petista estremeceu as relações com o ex-governador Orestes Quércia, principal líder peemedebista no Estado.Na ocasião, Marta disse que não confiava no PMDB a ponto de entregar a vice, já que, a exemplo do que poderá ocorrer em 2010, ambicionava disputar o governo de São Paulo.O presidente do Diretório Municipal do partido na capital paulista, José Américo Dias, afirmou que a vaga de vice será ocupada por um nome vindo de PMDB, PR, PC do B ou PSB.Dias deverá ser um dos coordenadores da campanha e, na condição de responsável pelo GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) do PT, vem tratando das coligações com outros partidos."Estamos procurando partidos que estão na coalização em torno do governo Lula. No que depende de mim, isso deve evoluir para a questão da vaga de vice, inclusive com o PMDB. Mas qualquer decisão será referendada pelo PT", disse.O grupo da ministra em São Paulo avalia, porém, que um acordo com Quércia passará pelo Palácio do Planalto. Uma das cartas postas à mesa inclui a transferência do controle da Ceagesp, principal central de abastecimento do Estado, ao ex-governador do PMDB.Outro ponto a negociar são as chapas em cidades paulistas importantes. Peemedebistas querem que o PT retire candidaturas com poucas chances em favor do PMDB.Esse ponto está sendo tratado com Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara, terra de Marcelo Barbieri, o principal afilhado político de Quércia.O ex-governador, por enquanto, tem batido na tecla de que o melhor para o PMDB seria uma candidatura própria. Em 2004, Michel Temer foi vice de Luiza Erundina (PSB).Quércia também mantém diálogos com o tucano Geraldo Alckmin, outro pré-candidato. As conversas, segundo alckmistas, estariam em estágio avançado. Na eleição de 2006, Alckmin, então candidato ao Planalto, foi criticado por ter aceitado o apoio do peemedebista Anthony Garotinho (RJ).
Planalto
O presidente Lula disse ontem que se manterá neutro durante o processo de escolha de candidatos do PT às eleições deste ano. "Se houver dois ou três nomes, a prudência indica que eu não devo participar."A afirmação foi feita em Araraquara (SP), administrada pelo petista Edinho Silva, onde Lula inaugurou uma escola e assinou ordem de serviço para iniciar duas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Se um ministro quiser sair para disputar alguma coisa, é uma decisão unilateral. O PT tem tempo para decidir isso ainda, mas certamente o que todo mundo sabe é que Marta é uma boa candidata."

sexta-feira, 14 de março de 2008

Buscando solução?

O governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, disse que está buscando uma solução para o caos na saúde. Buscando? Desde abril de 2006 que ele está no cargo de governador e ainda continua buscando solução? É, minha gente, o Tempo Novo acabou! Cidinho é a prova disso. Ele será sempre a sombra de Marcondes Perillo. E Marcondes o rei da propaganda enganosa.

Duda e a Petrobrás

Duda Mendonça entrou na Justiça contra a Petrobrás. Ele quer que a estatal pague R$ 700 mil por conta de contratos firmados com sua agência de publicidade. Putz, eu pensei que depois do mensalão os contratos de Duda Mendonça com o governo tivessem sido cancelados. Pelo visto não foi o que aconteceu. É, minha gente, o mensalão está aí. Muitos dos envolvidos estão com as consciências leves. Tão leves que se acham no direito de cobrar.

Lamentável

Uma associação de correspondentes estrangeiros em Nova York se posicionou contra os processos movidos por “fiéis” da Igreja Universal do Reino de Deus contra a Folha de São Paulo. Muito bom saber que lá nos Estados Unidos tem gente que se interessa pelo Brasil. Os processos movidos pelos “fiéis” da Universal só têm um objetivo: censurar a liberdade de imprensa. Lamentável a atitude dos “fiéis” e mais lamentável ainda Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, tentar seguir os mesmos passos dos fanáticos do descarrego. Até quando a gente vai ter que agüentar a pressão de fanáticos do descarrego e lulistas bolivarianos tentando censurar a imprensa? Ainda bem que tem gente boa lá em Nova York. Ao contrário daqui do Brasil cujo presidente achou normal a ação movida pelos fanáticos do descarrego.

Associação em NY faz protesto contra ações

Na Folha de São Paulo

O Overseas Press Club of America (OPC), associação de correspondentes estrangeiros em Nova York, se posicionou contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) por processos de conteúdos semelhantes movidos por fiéis contra jornalistas e jornais no Brasil.As declarações estão em carta enviada pelo OPC ao presente Luiz Inácio Lula da Silva e a órgãos de imprensa brasileiros. No texto, a entidade diz que as ações são tentativa de "intimidar e censurar a liberdade de expressão da mídia nacional".Larry Martz, um dos líderes da entidade, disse que os processos "não são legítimos". "A igreja claramente não está motivando processos para fazer valer seu direito. O que ela quer é tornar o réu tão desgastado com a dificuldade de responder aos processos que isso já se torna uma punição", afirmou.A carta cita os processos -abertos por diferentes cidadãos, mas com texto parecido- contra Elvira Lobato e a Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha. A reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial" listou empresas de membros da Iurd.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ainda sobre a perseguição

No dia 04 deste mês escrevi o seguinte sobre a perseguição petista a Marco Aurélio Melo:

Os petistas estão preparando duas representações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Tudo por conta das críticas do ministro ao programa eleitoreiro “Territórios da Cidadania”. Os petistas estão emparedando quem critica Lula. Isto é uma ameaça. Eles querem que Lula passem por cima da lei. Ah, mas eles não vão conseguir isso não. A Justiça é muito maior do que estes criminosos.

Eles só querem o aplauso

Por que Paulo Henrique Amorim e Mino Carta são aplaudidos pelo petismo? Porque eles escrevem o que o lulismo deseja. Quem condena, quem critica, quem aponta o dedo para Lula recebe uma chuva de pedras dos lulistas bolivarianos.
O presidente do TSE Marco Aurélio Melo comentou hoje a decisão do PT de protocolar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma reclamação contra ele por ter “extrapolado” suas atribuições de magistrado ao dar sua opinião sobre o “Territórios da Cidadania”. Disse o presidente do TSE: Essa tentativa de emudecer o presidente do TSE é até mesmo preocupante. Se eu tivesse por acaso elogiado o programa no ano das eleições, o que haveria? O aplauso generalizado e até mesmo um busto na Praça dos Três Poderes. Realmente. Se Marco Aurélio Melo tivesse elogiado o plano eleitoreiro de Lula receberia aplausos e elogios dos lulistas bolivarianos. Como criticou é alvo de pedras vindas do PT. Os petistas só aplaudem quem aplaude o partido e Lula. Caso contrário farão de tudo para calar a boca dos críticos e opositores. É por isso que os lulistas bolivarianos consideram Paulo Henrique Amorim e Mino Carta como exemplos para o jornalismo. Quem aplaude o petismo ganha um busto na Praça dos Três Poderes. Quem critica tem que se defender da ira dos aloprados.

A oposição é uma piada

Como é que é? A oposição ao governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, apóia o governo? José Nelton defende os números das contas do estado apresentada pela Secretaria da Fazenda? Ah, isso só pode ser piada. O PSDB está assumindo o papel da oposição e criticando a secretaria. Pelo visto, o Tempo Novo acabou. PSDB e PP não se entendem mais. Aliás, o PP está quase oficializando o namoro com o PMDB. O PMDB do Íris Rezende, do Maguito Vilela, do José Nelton. Quem realmente faz oposição ao governo Cidinho? O PSDB que, na teoria, faz parte da base aliada ou o PMDB que está quase casando com o PP que governa estêstado? A oposição em Goiás é uma piada. Assim como é uma piada a oposição no Congresso Nacional fechando acordo com governo na CPI dos Cartões Corporativos. A oposição é uma piada, por isso ninguém a leva a sério.

A UNE é uma piada

A UNE é uma piada. Como mamam nas tetas do estado, os estudantes revolucionários preferiram se calar quando o mensalão estava no auge. Nem pareciam aqueles estudantes revolucionários que faziam manifestações em Brasília a cada escândalo político nos governos Collor e FHC. Como Lula dá o din-din eles se calam quando os aloprados petistas assaltam os cofres públicos. A secretária de Estado dos Estados Unidos Condoleezza Rice está no Brasil e, é claro, virou alvo da UNE. Há um ano atrás era George W. Bush que pisava aqui e, mais uma vez, era alvo dos protestos dos estudantes revolucionários. Os peleguinhos estão revoltados com os americanos. É mesmo? Os americanos estão muito preocupados com as manifestações da UNE.

quarta-feira, 12 de março de 2008

O São Paulo é o time da paciência

O São Paulo estava ganhando de 1 x 0 do Grêmio Barueri. Aos dois minutos do segundo tempo o Barueri empatou. Meu Deus, por que será que a zaga do São Paulo está levando tantos gols? Mas, o São Paulo tem Borges. Tem? Aos 43 minutos da etapa final ele marcou o gol que levou o São Paulo a vitória. Porém, Borges levou o terceiro cartão amarelo e não vai participar do clássico contra o Palmeiras. Dagoberto é outro que levou o terceiro cartão amarelo. Miranda também. Pelo visto o São Paulo vai desfalcado para o jogo contra o Porco. Para a Rádio Eldorado – ESPN Rogério Ceni disse que o Palmeiras é favorito no Domingo. É, vai ser um jogo e tanto.
O São Paulo é o time da paciência. Quando a gente imagina que tudo está perdido eis que uma luz no fim do túnel surge. Foi assim em 2006 quando o São Paulo perdeu a final da Libertadores para o Internacional. Porém o time mergulhou de cabeça no Brasileirão e conquistou o tetra. Em 2007, o São Paulo ia bem no Paulistão. Dividia a liderança com o Santos rodada a rodada. Chegou a hora da semifinal, a hora do vamos ver, o tricolor perdeu para o São Caetano pelo placar de 4 x 1. Muitos pensaram que Muricy Ramalho não conseguiria encaixar o time para o Brasileirão. Muitos pensaram que o São Paulo não seria mais o mesmo sem Josué. Sem Mineiro, Josué, Danilo... Mas, na metade do campeonato nacional, o tricolor paulista disparou na liderança e conquistou o pentacamponato. Quando todo mundo duvida do São Paulo, o time vai lá e mostra a que veio. Neste momento o tricolor paulista é questionado. Sem Miranda, Borges e Dagoberto...Será que o São Paulo ganha do Palmeiras? Se perder, paciência. O São Paulo é o time da paciência. Só espero que as reações do São Paulo ocorridas em 2006 e 2007 se repitam agora em 2008. Tomara que o São Paulo reaja e ganhe a Libertadores. Se não ganhar, se perder a Libertadores e ficar no meio do caminho do Brasileirão? Ora, paciência! Ano que vem começamos tudo outra vez.

Mais um jogo

Hoje o São Paulo joga contra o Grêmio Barueri. Vou ouvir a partida pela internet na Rádio Eldorado-ESPN. Vou torcer para que meu tricolor ganhe e dispare nesta temporada. Rumo ao topo, sempre, sempre, sempre!!!

Só Lula pode dar palpite

Lula ironizou os analistas que previram um crescimento do PIB inferior aos 5,4% de 2007. Disse o Falastrão de Honra do PT: Se eu fosse aceitar o palpite de todo analista econômico, o Brasil ia acabar. Lula disse em 1994 que o Plano Real era um “estelionato eleitoral”. Pois é, imagine o que seria de Lula hoje se não acontecesse o tal do “estelionato eleitoral” em 1994. Lula passou muito tempo da sua vida pública dando palpites. Sempre que uma crise explodia lá aparecia Lula criticando, sempre afirmando que, com ele no Palácio do Planalto, tudo seria diferente. Foi diferente? Lula teve que deixar de lado seu discurso de oposição e continuar o que estava sendo feito. Daqui a pouco Lula vai baixar uma lei só permitindo que opiniões favoráveis ao seu governo sejam publicadas. Sabemos da tentação autoritária de Lula e dos lulistas bolivarianos. É preciso incomodar essa gente. É preciso encher o saco da companheirada.
O PIB crescu? Ah, se Lula não deixasse de lado seu discurso de oposicionista barbudo.

A mão de Deus

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias disse hoje: A mão de Deus se manifestou de forma muito visível para salvar o Bolsa Família. Esse negócio de falar “a mão de Deus fez isso”, “a mão de Deus fez aquilo” não dá certo. Lembrei da Copa do Mundo de 1986 quando Maradona fez um gol de mão contra a Inglaterra e classificou a Argentina para a semifinal. O gol de Maradona ficou conhecido como “Mão de Deus”. Em janeiro deste ano ele pediu desculpas pelo gol irregular.
Muita gente acredita que o Bolsa Família foi uma criação de Lula. Não foi. Lula só juntou os programas sociais existentes. A oposição, que era governo até 2002, não fala nada. Azar o dela.
A mão de Deus salvou o Bolsa Família? Como assim? Que oração Ananias fez para obter a ajuda divina? No domingo o Estado de São Paulo trouxe uma reportagem que mostrava que os filhos dos beneficiados do Bolsa Família não ficavam muito tempo na escola. Será que a mão de Deus está presente aí? Sei lá.
Esse negócio de dizer que “a mão de Deus fez isso” não cola. Maradona, depois de muito tempo, pediu perdão pelo gol irregular. Será que Ananias vai pedir desculpas pelas irregularidades e falhas do Bolsa Família?

Devoção e marmitas

Leonardo Barreto escreveu um artigo ontem no jornal O Popular comentando a alta popularidade de Lula. Para ele, os altos índices de aprovação do fundador do Foro de São Paulo não se devem apenas ao bom momento que o Brasil passa pela economia, mas sim pela devoção que o povão tem por Lula. Barreto compara Lula a Padre Cícero, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck.
Ontem, vimos Lula no Tocantins falando suas baboseiras de sempre. Mas, nos jornais de hoje, vemos algo além da fúria do fundador do Foro de São Paulo contra a oposição. Vimos que o governo do Tocantins deu marmitas e cedeu ônibus para aqueles que comparecessem ao evento onde Lula estaria. A marmita e o ônibus falaram mais alto que a devoção. O que seria de Lula se não fosse o Bolsa-Família? O que seria de Lula se não tivesse rasgado as propostas malucas do petismo para a economia? Não, Leonardo Barreto. O povão aprova Lula não por devoção, mas pela marmita e o ônibus que lhe é oferecido. Fora isso Lula poderia ser expelido do Planalto a qualquer momento.

Mãe Dilma era terrorista

Mãe Dilma chorou ontem na Câmara dos Deputados na sessão que homenageou as mulheres pelo dia 8. Ela chorou ao lembrar do seu passado na luta contra a ditadura militar. Mãe Dilma fazia parte dos terroristas esquerdistas que desejavam acabar com a ditadura dos milicos e implantar outra ditadura, a comunista.
Lula quer que Mãe Dilma seja sua candidata em 2010. Nada melhor para o bolivarianismo que destrói a América Latina ter o fundador do Foro de São Paulo sendo substituído por uma antiga terrorista que queria tocar o terror vermelho no Brasil na década de 1970.

Governo anuncia hoje primeiras medidas para conter queda do dólar

Por Adriana Fernandes e Isabel Sobral
no Estado de São Paulo

Um dia depois do anúncio do terceiro déficit semanal consecutivo da balança comercial, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo prepara um conjunto de medidas para conter a queda do dólar e o seu impacto nas contas externas do País. As primeiras medidas serão anunciadas ainda hoje.O Conselho Monetário Nacional (CMN) fará uma reunião extraordinária para aprovar as mudanças, entre elas a redução da cobertura cambial, que é a obrigação de os exportadores internalizarem no País os dólares recebidos. O governo também deve adotar medidas para conter o ingresso no País do capital de curto prazo, aumentando a taxação sobre investimentos estrangeiros em renda fixa e empréstimos de curta duração. Antes de serem aprovadas pelo CMN, as decisões serão submetidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A expectativa é que as medidas ajudem a frear o intenso fluxo de dólares para a economia brasileira, que tem derrubado a cotação da moeda americana e valorizado o real. A queda do dólar é apontada como um dos principais motivos da forte aceleração das importações e provoca queixa dos exportadores, que alegam perder rentabilidade nas vendas ao exterior.“É possível acabar com cobertura cambial”, adiantou ontem o ministro, numa tumultuada entrevista na Câmara dos Deputados, após uma reunião sobre a reforma tributária com a bancada do PMDB. Em 2006, o governo já havia flexibilizado as regras da cobertura cambial, permitindo que 30% das receitas com exportações ficassem no exterior. Na época, a intenção inicial era acabar com a cobertura cambial, mas prevaleceu a estratégia de mudança gradual. O ministro destacou que a flexibilização da cobertura cambial facilitou a vida dos exportadores e reduziu custos para as empresas. “Poderemos tomar outras medidas nessa direção.” Segundo ele, a Lei das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportações), em tramitação final no Congresso, já prevê o fim da cobertura cambial para os setores beneficiados. “Na Lei das ZPEs existe esse dispositivo. Se vocês não perceberam, estou mencionando aqui.”Mantega procurou deixar claro que não se trata de um “pacote cambial”, sinalizando que as medidas sairão “a conta-gotas”. Mas,no debate com o PMDB, alertou que o dólar está “derretendo” e este é um problema que “deve ser encarado” pelo governo. Ele contou que já fez vários alertas ao presidente Lula. Segundo Mantega, o dólar está em queda por causa do agravamento da crise e dos riscos de recessão nos Estados Unidos. “Isso nos preocupa porque encarece os produtos brasileiros que são exportados, principalmente os manufaturados.” No debate com o PMDB, Mantega defendeu apolítica de acumulação de reservas internacionais. O nível alto das reservas é um dos fatores que têm permitido ao Brasil enfrentar com tranqüilidade a crise. “Fomos muito criticados porque essa acumulação traz custos, mas valeu a pena e vamos continuar nessa política”, disse Mantega, acrescentando que a crise é muito séria e deve se agravar. O ministro previu que as reservas devem chegar a US$ 200 bilhões (até segunda-feira, eram de US$ 194,204 bilhões), o que confirma, na sua avaliação, o sucesso dessa estratégia.

'Mãe do PAC' revive passado, e chora

Por Gerusa Marques
no Estado de São Paulo

Um dos nomes testados pelo presidente Lula para 2010, apelidada por ele de “mãe do PAC”, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que já levou o título de dama de ferro do governo, chorou ontem ao participar no Congresso de uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O momento de maior emoção foi quando ela cumprimentou Terezinha Zerbini, companheira de oposição ao regime militar (1964-1985).Dilma disse que conheceu Terezinha na década de 70, no Presídio Tiradentes, onde as duas estiveram presas, no governo militar. “Ela mostrou imensa solidariedade em alguns momentos, quando recebíamos algumas visitas não muito agradáveis”, disse a ministra.Fora do presídio, lembrou a ministra, Terezinha atuou no movimento feminino contra a ditadura e participou da luta pela anistia política. “Lembro do compromisso de Terezinha com o Brasil e da imensa dedicação ao nosso país”, disse. “Me sinto muito honrada em participar desta homenagem”, completou a titular da Casa Civil, sem conseguir conter o choro.
APELIDO
A emoção pública da ministra veio cinco dias depois de ter sido batizada pelo presidente, durante visita a favelas do Rio, como a “mãe” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma adotou ontem o novo título, dizendo que ele simboliza seu papel de coordenadora do projeto.“Tanto nos momentos difíceis, quando diziam que o PAC era uma pirotecnia, quanto nos momentos bons do PAC, quando as obras saem, a responsabilidade é da coordenação”, salientou a ministra, depois de participar da cerimônia. Nesse sentido, explicou Dilma, “o presidente foi muito feliz”. “Para o melhor ou para o pior, eu sou a mãe do PAC.”A titular da Casa Civil negou mais uma vez, porém, que seja pré-candidata à Presidência. “Já falei muitas vezes que não sou candidata e vou reiterar isso.”

Codefat ajudou entidade filiada à Força

Por Fernando Canzian
na Folha de São Paulo

O presidente do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), Luiz Fernando Emediato, ajudou a CNTM, entidade filiada à Força Sindical, a montar proposta "inflada" para captar R$ 13,5 milhões para treinamento e recolocação de mão-de-obra em São Paulo.Emediato, que há mais de uma década é ligado a Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal pelo PDT-SP, fez pessoalmente "acertos" e "ajustes" na proposta.O Codefat é um órgão ligado ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), comandado pelo pedetista Carlos Lupi, que também presidia o partido até a semana passada.Se aprovado o convênio, parte do trabalho da CNTM será feito no mesmo endereço da Força Sindical em São Paulo.Emediato nega qualquer irregularidade e afirma que é "normal" o trabalho conjunto com entidades (leia abaixo).Juan Sanchez, coordenador de Políticas de Emprego e Renda no Estado de São Paulo afirma, porém, que, nos convênios que já firmou com o MTE, nunca o Codefat ou Emediato tiveram nenhuma influência.Segundo e-mail obtido pela Folha, os últimos detalhes da proposta da CNTM seriam acertados em encontro na casa do próprio Emediato na serra da Cantareira, em São Paulo.O encontro ocorreria no dia 17 de fevereiro, um domingo, antes de a proposta da CNTM ser formalmente apresentada a comissões da área de emprego e trabalho do Estado e da Prefeitura de São Paulo.
Piscina e churrasco
Em e-mail a Gildo Bezerra Rocha, funcionário da CNTM, presidida por Eleno Bezerra, Emediato escreve:"Caso tenhamos que trabalhar no domingo, ofereço as instalações de minha casa da Cantareira. Tem computador, internet e impressora. Se der sol, tem piscina, chope e churrasco, que ninguém é de ferro".Todos os principais números relativos ao convênio, como total de inscritos, vagas e trabalhadores colocados, constam em e-mail e tabela enviado por Gleide Costa, coordenador do Sistema Nacional de Empregos do MTE, a Gildo Bezerra.A proposta "acertada" por Emediato e MTE implicaria custo 97% maior ao que o governo do Estado de São Paulo gasta para fazer o trabalho de colocação de mão-de-obra.A discrepância foi revelada pela Folha no mês passado e levou a um corte de 31% nos custos. Com a redução, a economia passa de R$ 2 milhões só na colocação de pessoal.Mesmo assim, as comissões estadual e da Prefeitura de São Paulo já se posicionaram contra o convênio. A decisão final cabe agora ao Codefat/MTE.Convênios como esse da CNTM estavam suspensos desde 2003 após acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União). Havia suspeitas de irregularidades envolvendo a própria Força Sindical.Eles só foram retomados após a assinatura da Resolução 560, de 28 de novembro de 2007, do Codefat. Emediato foi quem assinou a resolução logo após assumir.Pouco mais de um mês após assinar a 560, Emediato enviou e-mail a Angelita Leme e Gildo Bezerra, da CNTM, pedindo para que cuidassem do projeto "sem mais perda de tempo".Antes da reunião na Cantareira, Emediato, que fazia os ajustes, escreve a Gildo (CNTM) para que a proposta final seja impressa "em mãos, pela própria CNTM". E frisa: "Não errem nisso".
Outros convênios
Outras reportagens da Folha revelaram em fevereiro que o MTE aprovou convênios de R$ 50 milhões com ao menos 12 entidades ligadas a parentes, amigos e doadores de campanha de políticos do PDT. Os convênios só foram possíveis a partir da Resolução 560.Pelo menos três das entidades beneficiadas foram avalizadas pela Força Sindical, sendo que duas funcionam no endereço da central. Várias das entidades concorrentes também se recomendaram umas às outras.Reveladas as relações entre Força, PDT e os convênios com o MTE de Lupi, Paulinho agora ameaça processar a Folha.

Lula ataca "obsessão eleitoral" cercado por pré-candidatos

Por Letícia Sander
na Folha de São Paulo

Em um discurso cheio de "recados" à oposição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem durante evento em Dianópolis (TO) que, até a sua chegada ao poder, os pobres no Brasil foram utilizados como "moeda eleitoral", tratados como "top model" apenas em dia de eleição e depois esquecidos.Lula também disse que não privilegia aliados, enquanto alguns de seus adversários "só pensam naquilo" - numa referência à sucessão presidencial. Disse que seus adversários agiram para derrotar a CPMF para que ele, com menos dinheiro em caixa, ficasse enfraquecido e não fizesse sucessor em 2010."É assim que funciona a cabeça de algumas pessoas no Brasil. Só pensam naquilo, só pensam naquilo, só pensam naquilo. Quanto ao Marcelo [Miranda, governador de Tocantins] e eu, nós temos de pensar não é em 2010, é no agora".O presidente falou em tom de desafio ao negar qualquer tipo de discriminação aos governadores de partidos adversários: "Perguntem ao José Serra, do PSDB, perguntem ao Aécio Neves, do PSDB, perguntem à governadora do estado do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, do PSDB (...)", afirmou, citando mais nomes de oposicionistas. E acrescentou que "não tem importância que eles [a oposição] derrubaram a CPMF".O presidente viajou para o interior de Tocantins para inauguração de uma barragem sobre o rio Manuel Alves e de parte de projeto de irrigação, obras previstas no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).Cercado de prefeitos e políticos da região, ele discorreu sobre programas sociais e afirmou que tais investimentos no setor causam "revolta" nos adversários."Quando eu criei o Bolsa Família, os de cima diziam assim: isso é esmola, é assistencialismo." Em seguida, acrescentou: "R$ 90 não vale nada para uma pessoa que ganha R$ 20 mil por mês e dá isso de gorjeta depois que fica bêbado num bar, tomando cerveja. Agora, R$ 90 na mão de uma mulher que tem três ou quatro filhos..."Lula disse que "não tem nada mais barato no mundo do que a gente governar para os pobres", porque eles "querem muito pouco, não pedem o absurdo"."Por que eles não fizeram isso?", questionou, referindo-se à oposição. "Vocês já perceberam que há um único dia em que um bando de políticos trata o pobre igual ao rico? Porque na época da campanha, você não vê político falando mal de pobre. Político xinga banqueiro, político xinga empresário, político xinga todo mundo. Mas pobre é "meu queridinho" daqui e "meu queridinho" de lá. Aí, depois que ganha as eleições... É o único dia em que o pobre vira top model, vira a coisa mais importante, porque o voto dele vale igual ao voto do rico", afirmou."Só que depois das eleições, alguns políticos só convidam os ricos para as suas festas e os pobres ficam esquecidos até as próximas eleições. É isso que mudou, no Brasil".Apesar da ênfase de que sua preocupação é social, e não eleitoral, Lula participou do evento cercado de prefeitos que disputarão a reeleição, entre eles o de Dianópolis, José Salomão Jacobina Aires (PT).O prefeito decretou feriado e mobilizou ônibus da prefeitura para levar os moradores até o evento. Ao fim do ato, foram distribuídas cerca de 5.000 marmitas com arroz, feijão tropeiro, carne seca e mandioca, como o prefeito de Dianópolis disse à Folha anteontem.

terça-feira, 11 de março de 2008

Lula mentiroso

Até quando teremos que agüentar as mentiras do Falastrão de Honra do PT? Em Dianópolis (TO) ele disse que a oposição rejeitou a proposta de prorrogação da CPMF. Lula é mentiroso. Não foi só a oposição que votou contra a prorrogação do imposto do cheque. Governistas também votaram contra. Senadores da bancada que apóia Lula votaram contra a CPMF. Lula odeia a oposição. Enquanto ele não for incomodado como deveria ser incomodado continuaremos ouvindo suas mentiras. Clique aqui e veja os senadores que votaram contra e a favor da prorrogação da CPMF.

Para não esquecer

Como é que é? A economia de Goiás está crescendo? Foi necessária uma reforma administrativa para colocar as coisas no lugar? Para não esquecer coloco aqui mais uma vez um trecho da entrevista que o então governador de Goiás Marconi Perillo concedeu ao Jornal Opção: Todos os projetos do nosso governo foram implementados a quatro mãos, Marconi e Alcides. Ele não só vai dar continuidade a todos esses projetos, como também irá ampliá-los e melhorá-los na medida do possível. Assim que assumir o governo, Alcides anunciará muitas medidas importantes para a população. É o caso da redução do imposto de toda a cadeia do álcool, o que permitirá uma redução do preço do produto na bomba. Também vai aumentar o valor da Renda Cidadã e concluir obras rodoviárias importantes. Alcides vai receber uma boa herança. Vamos deixar o governo arrumado, completamente diferente daquele que recebi em 1999.
É melhor não esquecer o que Marcondes Perillo disse no passado.

Sempre poupando Lula

Ontem teve manifestação do MST aqui em Goiânia. Eu estava no centro da cidade quando os baderneiros passaram pelos anéis da Praça Cívica provocando um transtorno no já complicado trânsito goianiense. Era uma mulher que gritava palavras de ordem no microfone. Ela falava contra os Estados Unidos, contra as multinacionais, contras os transgênicos e outros contras que devem ter sido ditos ao longo da manifestação. Contra Lula não ouvi nenhuma palavra. Antigamente o MST fazia volume nas manifestações comandadas pelo PT contra “tudo que está aí”. Hoje, o MST grita que é contra os Estados Unidos, os latifundiários, os transgênicos e nenhuma palavra contra Lula. Assim como a UNE, a CUT e outros “movimentos sociais”, o MST blinda o Falastrão de Honra do PT. Depois de 2010 (se Lula não der um golpe) ainda veremos ele e seu bando de aloprados comandando manifestações contra “tudo que está aí”. E, não se assustem, eles vão continuar com a mesma cara de pau.

Lula e a propaganda da Bavária

Lula acredita que tirou o Brasil do século XVIII para o século XXI. É mesmo? Ele voltou no tempo, mudou o passado e voltou para o futuro. Isso me lembra muito aquela propaganda da cerveja Bavária que mostra um boteco do começo do século XIX e outro do século XXI. No final da propaganda os dois tempos se unem e bebem alegremente (claro, com moderação) a Bavária. Por causa desta mudança de tempo que Lula acredita que seus adversários não querem facilitar as coisas para o seu governo. Lula critica a oposição como se ele fosse um opositor doce no passado, que não colocava pedras no caminho dos ex-presidentes.
Os assessores do Falastrão de Honra do PT não fazem nada quando seu chefe fala que tirou o Brasil do século XVIII para o século XXI. Fico aqui imaginando a cara alegre do Franklin Martins sempre concordando com as coisas que o Falastrão de Honra do PT diz. O pior é que eles sabem das lorotas que Lula fala. Mas, eles preferem se calar. Vai ver eles voltaram no tempo junto com Lula, pegaram um copo de Bavária e fizeram um brinde comemorando (claro, sem moderação) os saques aos cofres públicos. Lula vai alterando a história. Sem nenhuma moderação e debaixo de aplausos.

Mãe Dilma

Disse Mãe Dilma hoje: Acho que é um título simbólico, que simboliza minha coordenação. Para o mal ou para o bem, neste sentido eu sou a mãe do PAC. Tanto nos momentos ruins, quando diziam que era pirotecnia, quanto nos bons, quando as obras saem, a responsabilidade é da coordenação

Tadinho dele

Carlos Lupi faz aquela cara de coitado. Tadinho dele.O ministro do Trabalho acha que a imprensa odeia ele. Ontem Lupi disse que os jornalistas não gostavam dele. O lulismo detesta críticas. Os lulistas bolivarianos não sabem lidar com idéias contrárias e nem responder as acusações que pesam nas suas costas. Se alguém critica ou denuncia o governo é sempre acusado de odiar o governo ou o peleguinho, ops, o operário que toca essa geringonça. Tadinho do Lupi. Tadinho do Lula. Estou comovido. Assim como estou comovido com Paulinho da Força.

Para Itamar, FHC fez uso eleitoral do Real

Por Carlos Marchi
no Estado de São Paulo

O ex-presidente Itamar Franco (PMDB) afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), seu sucessor, assinou as cédulas do real quando ainda era ministro da Fazenda, em 1994, mesmo sabendo que quando as cédulas circulassem ele já não seria ministro. Em entrevista à Gazeta Mercantil, reiterada ontem ao Estado, Itamar disse que FHC fez uso eleitoral da assinatura: “Ele cometeu uma imprudência, a qual não me cabia denunciar, ao autografar cédulas do real nos comícios.”Em nota, o ex-presidente Fernando Henrique disse que assinou os moldes da nova moeda quando ainda era ministro e debitou a acusação a um “esquecimento” de Itamar: “O presidente Itamar Franco provavelmente se esqueceu de que todo o material correspondente à nova moeda - não só as cédulas, mas também as moedas - foi cunhado nos moldes com muita antecedência. Por isso assinei os moldes.” O tucano lembrou que a substituição de todo o meio circulante foi trabalhosa, daí a antecedência nos preparativos. Segundo FHC, foi ele, como ministro da Fazenda, que apresentou os moldes a Itamar, que os aprovou sem restrição.O ex-governador de Minas acusa FHC de dizer “uma inverdade” - que o Plano Real estava pronto quando ele deixou o ministério. E salienta que o ministro seguinte, Rubens Ricupero, lhe contou que o plano não estava pronto: “Eles tinham dúvida no câmbio, tinham dúvida se deviam lançar o projeto antes das eleições. Havia grandes dúvidas na equipe do dr. Fernando”, relatou ontem Itamar. O mineiro afirmou que “Fernando Henrique sabia, desde o começo, que sem sua assinatura na cédula do real não ganharia a eleição”. Ele não quis explicar as razões que o incompatibilizaram com FHC, que foi seu amigo e ministro, mas deu uma pista: segundo ele, Fernando Henrique tinha um compromisso de não tentar a reeleição e não o cumpriu. Um amigo de FHC confirmou a versão e sugeriu que Itamar pretendia voltar à Presidência em 1998, expectativa frustrada pela recandidatura do tucano. Ontem, Itamar disse que FHC, na Presidência, negligenciou a complementação do Plano Real: “Ele sabia que o plano precisava ter mais dois pilares, a reforma tributária e a reforma fiscal. Isso seria feito no início do governo, em 1995. Em vez de fazer as reformas, ele jogou tudo na reeleição.”Itamar defendeu que o presidente a ser eleito em 2010 seja um não-paulista. Ressalvou: que não é contra São Paulo e, em seguida, atirou: “Está na hora de os paulistas sossegarem um pouco. Vamos somar: oito anos de Fernando Henrique, oito anos de Lula. Mais oito anos de um outro presidente? Aí fica complicado, não fica não?”Ele desafia os dois “paulistas” que governaram depois dele a atingir os índices de crescimento econômico conseguidos em seu governo. E se põe em campo para defender a candidatura de Aécio Neves em 2010: “Tem um rosto novo, um pensamento moderno, é um avanço no ponto de vista estratégico. E à frente dele tem o Estado de Minas Gerais.”

Governadores do PMDB resistem à reforma e preocupam Mantega

Por Christiane Sarmaco e Ribamar Oliveira
no Estado de São Paulo

Ao mesmo tempo em que disputam entre si novos investimentos para seus Estados, inclusive com a farta concessão de incentivos fiscais, os governadores do PMDB ensaiam uma reação conjunta contra a reforma tributária proposta pelo governo. Além de boa parte deles estar empenhada em manter a liberdade para conceder incentivos fiscais, há também a preocupação com a perda de receita, já que o PMDB governa Estados exportadores. É este o cenário que aguarda o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que começa hoje pela bancada do PMDB na Câmara sua peregrinação em defesa da reforma, cujo foco é o fim da guerra fiscal.O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), que desembarca hoje pela manhã em Brasília, telefonou na semana passada ao presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), para alertar a direção partidária de que o texto proposto pelo governo não pode ser aprovado sem modificações. “Do jeito que está, o Espírito Santo perde 25% de sua receita”, queixou-se o governador. Por enquanto, Hartung foi o mais enfático nas reclamações a Temer. “Mas isso pode ser o início de uma reação em cadeia”, prevê o presidente do PMDB.O partido governa sete Estados, localizados nas Regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste. A avaliação preliminar da bancada peemedebista hoje é de que só o Nordeste terá ganhos com a reforma nos moldes propostos pelo governo. A contabilidade mais precisa será feita no dia 25, quando Temer pretende reunir em Brasília o Conselho Político do partido. O colegiado, de cerca de 50 integrantes, inclui os sete governadores (Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amazonas), os 27 presidentes de Diretórios Estaduais, líderes, ex-presidentes e o atual presidente da legenda. O jogo de pressão sobre o governo já começou. A etapa preliminar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisa a “admissibilidade” da proposta, está nas mãos de um relator peemedebista: o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que já apresentou um pleito do Rio de Janeiro a Mantega, na semana passada. Ele quer que seja expressamente permitido no texto da emenda constitucional que o governo fluminense fique com 2% do ICMS incidente sobre o petróleo.
COMISSÃO ESPECIAL
Em outra ponta, o PMDB se articula com outros partidos da base para comandar a comissão especial que vai analisar a proposta de reforma tributária. A cúpula do partido quer o deputado Edinho Bez (PMDB-SC) na presidência da comissão, em parceria com o PR do deputado Sandro Mabel (GO), que seria indicado relator.A principal guerra fiscal hoje se dá em torno das grandes montadoras, pois a indústria automobilística brasileira nunca cresceu tanto, e as empresas projetam novos investimentos. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, briga com seu correligionário do Paraná, Roberto Requião, pela nova fábrica da General Motors. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que desembarca nas próximas horas no Japão, quer levar a segunda fábrica da Toyota no Brasil para o município fluminense de Resende.A disputa por novas fábricas é feita na base do adiamento, em até 10 anos, do recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pela empresa. Em alguns casos, os municípios também adiam a cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Os parlamentares peemedebistas desses Estados não estão sensíveis à tese do governo federal de que chegou a hora de acabar com a guerra fiscal.

Lupi acusa imprensa de acumular "ódio"

Na Folha de São Paulo

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, atacou ontem a imprensa e disse que denúncias a ações de sua pasta são fruto de "ódio acumulado" contra ele. Em discurso na abertura da feira de alimentos 20ª Super Rio Expofood, no Rio, Lupi fez uma comparação do atual crescimento econômico do país com o dos anos de regime militar e afirmou, em tom contrariado, que "a liberdade de imprensa está aí para falar verdade e algumas inverdades".O ministro disse que as reportagens sobre supostas irregularidades de convênios da pasta do Trabalho com ONGs e fundações -muitas ligadas ao seu partido, o PDT- têm origem em "opiniões políticas"."A gente gera [ódio], infelizmente, por pessoas que não pensam como nós, que não gostam da gente. Geramos alguns ódios e a esses que odeiam vou responder com mais trabalho, criação de empregos, combate ao trabalho escravo. Com a consciência tranqüila de quem trabalha para o bem, com honestidade e transparência", disse, em entrevista.Questionado sobre de onde vinha esse ódio, respondeu: "Vocês é que devem saber mais do que eu, porque são vocês que fazem. Trabalho pela paz e só vejo [ódio] de alguns setores [da imprensa]."Ao ser abordado por jornalistas em um intervalo do evento, Lupi pediu gentilmente aos repórteres que aguardassem o término da cerimônia. Porém, ironizou: "Depois vocês vão falar mal de mim, mesmo... Vocês não gostam de mim".Lupi afirmou que não teme acusações. "Tenho 30 anos de vida pública honesta, não tenho nenhum tipo de denúncia. Afirmo que dentro do Ministério do Trabalho, sob o meu comando, não há possibilidade de ato de corrupção."Ele também alegou ter se afastado da presidência do PDT -medida recomendada pelo Conselho de Ética da Presidência da República, fato que originou a crise- para tentar diminuir resistências contra si."Pedi licença. Tenho mandato até 2009 [no PDT], mas tendo em vista a incompreensão, tanto ódio acumulado, [pensei]: "Deixa eu me licenciar para ver se esse ódio amaina"."

Ministério investiga Força e CUT com critérios distintos

Por Ranier Bragon e Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

Secretaria do Ministério do Trabalho concluiu em dezembro investigação em que se vale de dois argumentos distintos para isentar a Força Sindical e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) do pagamento de R$ 17,8 milhões relativos a pendências de antigos convênios.Força (R$ 15,5 milhões) e CUT (R$ 2,4 milhões) constam nos registros do governo federal como "inadimplentes" sob a suspeita de que não efetuaram contrapartidas ao dinheiro público que receberam para qualificar trabalhadores entre os anos de 2000 e 2003.Na investigação que realizou para, em tese, recuperar o dinheiro para os cofres públicos, a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério concluiu em 5 de dezembro que as duas centrais realizaram as contrapartidas, decisão que tem que passar ainda pelo crivo da CGU (Controladoria Geral da União) e do TCU (Tribunal de Contas da União).A conclusão da secretaria, entretanto, usa argumentos distintos para isentar cada uma das centrais. Enquanto o "perdão" para os R$ 2,4 milhões da CUT é baseado na análise de 13 pastas repletas de notas fiscais que comprovariam a quitação do débito, o "perdão" relativo aos R$ 15,5 milhões da Força tem como base estimativa de gastos que a central teria tido para execução dos convênios.Isso se deu, de acordo com o relatório, por meio de "visitas por amostragem" a oito sindicatos filiados à Força, em São Paulo, entre os dias 11 e 15 de dezembro de 2006.A antigo convênio de R$ 15,5 milhões coloca a Força como a segunda entidade mais inadimplente com o governo federal, em uma lista de mais de 500."Após a visita (por amostragem) realizada por essa comissão a alguns sindicatos filiados à Força Sindical (...), foi possível constatar que realmente a entidade pode contar com os espaços físicos para a realização dos cursos de qualificação. Concluiu-se que a Força Sindical (...) cumpriu com a execução da contrapartida pactuada", diz o relatório.A decisão foi tomada quando a secretaria era ocupada pelo ex-prefeito de Serra (ES) Sérgio Vidigal, filiado ao PDT, partido presidido pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e composto, entre outros, pelo presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva.Todos os pedetistas ouvidos pela reportagem negam que tenha havido ingerência política na decisão técnica do órgão.O fato é que ela diverge de decisão anterior do próprio ministério. Uma comissão instituída para reexaminar as contas das centrais começou a análise em julho de 2003, quando o ministro era o hoje governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). O trabalho abrangeu o restante do mandato de Wagner, toda a gestão de Ricardo Berzoini (hoje presidente do PT) e se encerrou em agosto de 2005, um mês após Luiz Marinho (PT) assumir a função. A conclusão foi pela necessidade de as centrais ressarcirem os cofres públicos.A investigação do ministério ratificou acórdão do TCU segundo o qual o ministério "aceitou prestações de contas das centrais sindicais sem elementos que permitissem verificar o emprego dos recursos públicos por parte das executoras". O tribunal diz ainda haver fortes indícios de que o objeto dos convênios não tenha sido cumprido em sua totalidade.No voto do ministro-relator, Lincoln Magalhães da Rocha, está escrito, por exemplo, que a auditoria do ministério constatou que "palestras de 3 a 4 horas para 73 mil pessoas foram computadas como curso profissionalizante" e que "5.269 treinandos participaram de mais de um curso em períodos simultâneos".

segunda-feira, 10 de março de 2008

ELE TEM A FORÇA!


Paulinho Pereira é o He-Man brazuca. Ele tem a Força. Ele vai usar os poderes de Greyskull para lutar contra a imprensa golpista burguesa que quer acabar com seus esquemas no Ministério do Trabalho. Portanto, não se assunte se ouvir por aí um grito: “Pelos poderes de Greyskull! Eu tenho a Força”.

Contra a liberdade de imprensa

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, vai analisar minuciosamente as reportagens que saíram na imprensa recentemente sobre o repasse de verbas do Ministério do Trabalho para entidades ligadas à central do Paulinho. Isto é uma forma de intimidar a imprensa. É uma maneira de tentar acabar com a liberdade de imprensa.
Veja o que ele disse e que está no site da Folha on-line: Todo mundo sabe o quanto é difícil, para uma personalidade pública, entrar com ações judiciais contra órgãos de imprensa. Ficam marcadas para o resto da vida. Apesar disso, estou, sim, buscando reparações judiciais para evitar o linchamento público de minha pessoa e da entidade que presido, assim como dos mais de mil sindicatos filiados. Como estou comovido com esta coragem do Paulinho da Força. Pode ficar tranqüilo, companheiro, que você já está marcado não só por perseguir a imprensa como pelo recebimento de verbas do Ministério do Trabalho. A culpa não é do Paulinho. A culpa é da imprensa. Como sempre neste desgoverno tudo é culpa da imprensa. Os governistas são todos inocentes e valentes ao peitar a imprensa. Todo governista é vítima da fúria dos jornalistas. Nunca antes na história destêpaiz um governo foi tão perseguido. Ô, coitado! Vai lá, Paulinho. Para sempre você será lembrado como o cara que não souber responder acusações e foi contra a liberdade de imprensa.

Alô Justiça!

Alô Justiça! Lula está antecipando a campanha eleitoral. Ele vai viajar pelo país inteiro lançando programas e inaugurando obras. Tudo isso em ano eleitoral. Por que não fez isso no ano passado? Vai ver ele estava com medo de levar outra vaia igual aquela do Maracanã. Alô Justiça! Fique de olho no Lula. Ele está antecipando a campanha eleitoral.

Prefeitos mudam de partido para reforçar caixa

Por Sônia Filgueiras e Marcelo de Moraes
no Estado de São Paulo

Aderir à base de apoio do governo federal ou mesmo mudar de partido dentro da base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se compensador politicamente para muitos prefeitos. No ano passado, pouco depois de trocarem de legenda, prefeitos conseguiram assinar convênios com órgãos federais para repasses de verbas ou liberaram recursos pendentes de contratos assinados anteriormente.Liberar convênios para prefeitos não é ilegal, mas o governo usa esse instrumento para turbinar administrações aliadas e elevar suas chances de reeleição ou continuidade no poder municipal. Esse processo tem favorecido prefeitos dos partidos da base em cidades de todos os tamanhos.O prefeito de Paranavaí, no Paraná, Maurício Yamakawa, trocou o PDT pelo PP e conseguiu assinar, a partir de outubro, convênios de cerca de R$ 4,1 milhões. Isso é quase o mesmo valor que obteve durante todo o seu mandato. Em Juara, Mato Grosso, o prefeito Oscar Bezerra deixou um partido da base (PSB) por outro (PMDB), mas o movimento foi compensador. Só em dezembro conseguiu a assinatura de 14 novos convênios firmados a partir de junho de 2007. Bezerra obteve R$ 8,365 milhões. Quase o dobro do valor contratado pelo município quando o prefeito ainda estava no antigo partido. De janeiro de 2005 até a troca de legendas, a Prefeitura de Juara firmou contratos de R$ 4,087 milhões. O prefeito de Campo Magro, no Paraná, Rilton Boza, trocou o PTB pelo PMDB em setembro. No mês seguinte, obteve a liberação de R$ 590 mil do Ministério do Turismo de um convênio assinado em dezembro de 2006. A cidade nunca viu tanto dinheiro proveniente de convênio liberado de uma vez só.Mais: depois de mudar de partido, o prefeito conseguiu assinar outros acordos superiores a esse, no total de R$ 2,113 milhões. O prefeito diz que todos os convênios assinados já estavam em negociação antes da troca de legendas. Na cidade de Itumbiara, em Goiás, o prefeito José Gomes da Rocha trocou o PMDB pelo PP em outubro. Depois dessa data, a prefeitura conseguiu assinar nove convênios com vários ministérios no valor de R$ 4,561 milhões. Alguns, de valor expressivo, foram firmados com o Ministério das Cidades, cujo titular é o ministro Márcio Fortes, também filiado ao PP.
INFRA-ESTRUTURA
Segundo dados do Portal da Transparência, foram assinados com o Ministério das Cidades convênios no valor de R$ 975 mil para construção de habitações populares, e de R$ 2,4 milhões para ações de infra-estrutura. Os recursos ainda não foram liberados. Brochier, cidade gaúcha em que o prefeito, Valmor Griebeler, migrou do PDT para o PT, fechou R$ 1,6 milhão em convênios em dezembro de 2007, ainda não liberados. De janeiro de 2005 até a troca, a cidade havia conseguido R$ 659,5 mil em repasses. No caso do prefeito de Jacobina (BA), Rui Macedo, que deixou o PSDB e ingressou no PMDB em setembro de 2007, os convênios firmados no final do ano passado somam R$ 5,7 milhões. A maior parte dos recursos foi contratada junto ao Ministério da Integração Nacional, comandado pelo ministro Geddel Vieira Lima, também do PMDB. Macedo diz que o município está em estado de emergência e a verba tinha sido acertada antes da troca. Para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), não é surpresa prefeitos que trocaram de partido serem mais bem atendidos nos seus pleitos junto ao governo federal: “Isso acontece sempre. Muitas liberações de recursos são feitas de forma política.” Maia avalia que as trocas só não foram mais intensas porque resolução da Justiça Eleitoral ameaçou tirar o mandato de quem trocasse de legenda depois de 27 de março de 2007, o prazo permitido por lei. “Na Bahia e em Pernambuco, por exemplo, o DEM perdeu muitos prefeitos e parlamentares que preferiram se alinhar com o governo federal ou os novos governos locais em troca de uma situação mais favorável para atendimento de pleitos”, afirma o presidente do DEM. “Enquanto não houver uma reforma política séria, acho que essas coisas ainda se repetirão.”

Ministros do PT-SC irrigam entidades ligadas ao PT-SC

Por Leila Suwwan
na Folha de São Paulo

A exemplo dos casos já revelados envolvendo os ministérios do Trabalho e do Esporte e entidades ligadas ao PDT e ao PC do B, a Secretaria Especial da Aqüicultura e da Pesca (Seap) também repassou recursos, por meio de convênios, para entidades cujos dirigentes são filiados ao PT em Santa Catarina, reduto do ministro Altemir Gregolin e do ex-ministro José Fritsch, ambos do partido.As verbas abasteceram duas associações presididas por um candidato petista no período pré-eleitoral de 2004. Outra entidade, dirigida por petistas, já teve como seu endereço oficial o escritório do ex-deputado Mauro Passos (PT-SC), autor de emendas orçamentárias que financiaram os convênios.A partir de dados da Controladoria Geral da União, a Folha analisou os R$ 17 milhões repassados em convênios desde 2003 para o Estado. A Seap, pasta com status ministerial criada por Luiz Inácio Lula da Silva, abriga petistas catarinenses da Articulação de Esquerda, corrente que surge nas ligações verificadas nos convênios.O caso mais emblemático ocorreu em Laguna (SC). O candidato vitorioso à prefeitura em 2004 foi Célio Antônio (PT), que era subsecretário na Seap. Entre junho e julho de 2004, a secretaria assinou dois convênios com o município.O primeiro, de R$ 101,3 mil, foi para a Colônia de Pescadores Z-14, presidida por Obadias Barreiros, candidato a vereador pelo PT. O convênio tinha duração de três anos e meio, mas o dinheiro foi praticamente todo repassado em julho, três meses antes das eleições.O segundo, de R$ 100 mil, foi para a Casa Familiar do Mar, escola para cerca de 30 filhos de pescadores, também presidida por Barreiros. O convênio valia por cerca de um ano, mas a verba foi liberada em menos de um mês, antes da eleição.Barreiros perdeu as eleições, mas hoje é o secretário municipal de Agricultura e Pesca de Célio Antônio, que assinou na virada do ano passado mais um convênio. Para a construção de 21 trapiches para pescadores, foram repassados R$ 233,8 mil em uma só parcela em fevereiro. Célio Antônio disse estar analisando lançar sua candidatura neste ano. Barreiros nega que sua ligação partidária teve influência sobre os convênios.
Dinheiro de sobra
Durante sua campanha, a direção da Casa Familiar do Mar foi passada ao pedreiro Zulamar Gomes da Silva. Contatado, ele contou que "quando o dinheiro chegou, sobrava" e que foi instado a assinar dez folhas de cheque em branco."Me usaram", disse à Folha. Após as eleições, disse que Barreiros reassumiu e não sabe da finalidade dos recursos.Em Florianópolis, governada pela oposição, a Seap tem seus principais convênios com o governo do Estado, fundações de pesquisa e pequenas entidades. Entre elas, a Famasc (Federação das Associações de Maricultores de Santa Catarina), que assinou convênios de R$ 1,2 milhão desde 2003.Tanto o atual presidente da Famasc, Uri Mafra, como a ex, Maria das Graças Silva, são filiados ao PT e chegaram a disputar eleições regionais em 1998 e 2000, respectivamente.Composta apenas por uma diretoria de 12 pessoas, paga a contrapartida dos convênios em horas trabalhadas e atua no setor de criação de moluscos. A Famasc assinou seu primeiro convênio em 2003 -R$ 30 mil.Em 2004, o endereço da sede foi transferido para o escritório do então deputado Mauro Passos na rua Lacerda Coutinho. Ele é autor da emenda que financiou o segundo convênio, de R$ 385,4 mil. Hoje, funciona no local um jardim de infância.A assessoria do deputado e a Famasc afirmam que não há problema na colaboração. Segundo a assessora de Passos, o gabinete foi colocado à disposição para reuniões, planejamento e para uso de computador e correspondência. Segundo Maria das Graças, a situação foi "temporária" e o endereço era apenas para correspondência.A Cooperilha, do setor de maricultura, recebeu R$ 135 mil em 2005. Seu dirigente é Emílio Kleber Gottschalk, que firmou, em nome da cooperativa, promessa de apoio e militância à candidatura vitoriosa de Luci Choinaki para a presidência do diretório estadual.A Associação de Pescadores da Barra do Camacho em Jaguaruna (SC) também recebeu R$ 59,5 mil. Teve o apoio do deputado estadual Paulo Serafim, da mesma corrente do PT.

domingo, 9 de março de 2008

Fala logo!

Será que ninguém vai se pronunciar contra as declarações do Falastrão de Honra do PT? Ele disse ontem que tem corrupção em todo lugar. O presidente do Brasil fala isso com tanta naturalidade. Imagine se Fernando Collor de Melo dissesse em 1992 que sempre existiu corrupção no Brasil. Imagine se Paulo Maluf falasse que desde a época de Pedro Álvares Cabral a corrupção rolava solta aqui nestêpaiz. Quando Lula fala que a corrupção é coisa normal ninguém vaia, ninguém manda o Lula se calar. Ninguém fala para Lula dizer quem são os corruptos da polícia, da política e do judiciário. Fala logo!

O Bufão de Caracas e o Coma Andante

Quer dizer que o Bufão de Caracas foi até Cuba visitar o Coma Andante? Quer dizer que o Coma Andante está feliz e cheio de idéias? É mesmo? Ah, quer dizer que os Estados Unidos estão por trás da incursão da Colômbia no Equador na caça aos narcoterroristas das Farc? Só faltava os dois prestarem uma homenagem a Raul Reys, o líder dos narcoterroristas morto pelo exército colombiano. Sabe como é o Foro de São Paulo. Essa gente criminosa não tem vergonha de exaltar seus assassinos.

Tá de brincadeira

Segundo o deputado Marcelo Melo se dependesse do presidente do PMDB em Goiás Adib Elias o partido seria adversário dos tucanos nos 246 municípios goianos. Como se o PMDB fizesse uma oposição séria aqui em Goiás. Como se o PMDB cobrasse as promessas não cumpridas de Marconi Perillo e Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. PMDB adversário do PSDB? Ta de brincadeira.

O lulismo estragando o Brasil

O Bolsa Família não está cumprindo seu papel: fazer com que as crianças completem, pelo menos, o ensino fundamental. A evasão escolar cresce. É o lulismo estragando o Brasil.

Lula tem culpa sim

Lula está na Presidência da República há mais de seis anos. Ele tem culpa no aumento da violência sim. Quando diz que a culpa é da televisão, ele apenas tira o dele da reta. Como nós sabemos Lula não gosta de críticas. Ele quer ser exaltado, aplaudido. Lembram da vaia que ele tomou no Maracanã na abertura dos Jogos Pan-Americanos do ano passado? Ele ficou tonto, sem rumo, passou dias sem aparecer em locais públicos.
É preciso que alguém esfregue na cara dele a incompetência do seu governo. É preciso sempre lembrar que as Farc manda drogas para cá e que os narcoterroristas colombianos são amigos de Lula no Foro de São Paulo. Lula se omite. Como diz a minha mãe “a omissão é o pior dos pecados”. Até quando aplaudirão Lula, sua omissão como governante e sua relação com as Farc no Foro de São Paulo.

Abandono escolar cresce entre dependentes do Bolsa-Família

Por Lisandra Paraguaçu
no Estado de São Paulo

O mais importante programa social do governo Lula, o Bolsa-Família, atende hoje quase um quarto da população do País (45,8 milhões), mas não está conseguindo cumprir um de seus principais objetivos: fazer com que as crianças completem ao menos os oito anos do ensino fundamental. Cruzamento de informações feito pelo Estado, com dados dos Ministérios do Desenvolvimento Social e da Educação, revela que nos 200 municípios onde há mais famílias dependentes do Bolsa-Família a evasão escolar, contando os abandonos da 1ª a 8ª séries, cresceu entre 2002 e 2005. Em alguns casos, o número de crianças que deixam a escola mais do que dobrou. Em todas as cidades mais da metade é atendida pelo programa. O abandono escolar cresceu em 45,5% dos municípios (91) com mais atendimentos do Bolsa-Família. Em outros 18,5% (37 cidades) não houve piora ou melhora significativas - a variação foi de menos de 1 ponto porcentual para mais ou para menos. Juntos, a piora do abandono e a manutenção da péssima realidade escolar somam 64%. O ano de 2002 foi o último antes do início do Bolsa-Família, e 2005, o último com dados oficiais disponíveis. Os 200 municípios expõem também um fenômeno político: uma melhora sensível no desempenho do candidato Luiz Inácio Lula da Silva entre os segundos turnos de 2002 e de 2006. Da eleição para a reeleição, o presidente aumentou os votos em todas as cidades com mais população atendida pelo Bolsa-Família, registrando, em alguns casos, votações fenomenais: os 3.408 votos de Araioses (MA), em 2002, por exemplo, viraram 12.958 votos na campanha da reeleição; os 2.996 votos de Girau do Ponciano (AL) subiram para 12.550 votos. Acauã, uma das cidades-símbolo do programa Fome Zero, visitada por ministros no primeiro ano do governo Lula, tem 71,6% de suas famílias no Bolsa-Família. O abandono escolar subiu de 4,4% para 12%. Em 13 cidades, o índice passou de 20% de estudantes largando a escola, um número considerado assustador pelo próprio Ministério da Educação. Em Lagoa dos Gatos (PE), uma das cidades visitadas pela reportagem do Estado, o abandono passou de 8% para 17,6% em apenas três anos.
EXPLICAÇÕES
O que aconteceu nessas cidades? Nem mesmo o governo consegue dizer exatamente. Mas uma das razões é clara: as famílias obrigam as crianças a ficar no programa até os 15 anos, quando ainda são beneficiadas. A partir dessa idade, muitas vezes é mais interessante ter o filho trabalhando. O Bolsa-Família paga R$ 58 e mais R$ 18 por filho entre 0 e 15 anos para famílias com renda per capita de até R$ 60, desde que eles estejam na escola e haja acompanhamento de saúde para os menores de 6 anos. Depois que o filho completa 15 anos, automaticamente a família deixa de receber a parcela referente àquela criança e a renda diminui. “Quantas vezes não ouvimos de professores ‘aquela criança só está aqui por conta do Bolsa-Família’”, diz a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Almeida e Silva. “E é para isso que o programa serve. Ele estar dentro da escola já é uma grande garantia. O problema da evasão não se resolve somente com a escola. É preciso uma malha de ações sociais.” As causas da evasão, lembra, são várias e mais fortes entre os meninos mais velhos: ter de trabalhar, tomar conta de irmãos ou avós, repetência contínua, falta de transporte, entre outras.Manter as crianças na escola até garantir pelo menos que concluam a 8ª série do ensino fundamental é uma das metas do Bolsa-Família. Seria uma forma de fazer a população mais pobre ter escolaridade melhor e um futuro menos incerto. Ao estabelecer 15 anos como limite para o pagamento, o programa deixa para trás boa parte dos meninos e meninas mais atrasados - na média, os estudantes pobres estão três anos abaixo da série em que deveriam estar.No dia-a-dia das escolas, é essa a realidade que professores encontram. “Os meninos pequenos ficam na escola. Nos períodos da manhã e da tarde a evasão é baixíssima. Mas a partir dos 15 anos eles mudam para o turno da noite e acabam não voltando mais. Não têm estímulo para estudar”, conta Juliana do Nascimento, diretora da Escola Municipal Cordeiro Filho, em Lagoa dos Gatos. Maria Luciene de Oliveira, diretora da Escola Estadual Ezequiel Bertino de Almeida, na cidade vizinha de Cupira (PE), tem a mesma experiência. “Não são as crianças pequenas, mas a partir da 5ª série. No período noturno, no ano passado, havia uma turma com 35 alunos, mas que, às vezes, tinha dois ou três alunos em sala de aula”, lembra. A escola ainda enfrenta outra dificuldade: a insistência dos pais em matricular filhos a partir dos 14 anos no noturno, apesar de a lei só permitir a partir dos 15 anos. “Alguns chegam a ameaçar tirar o filho da escola porque eles têm de trabalhar”, diz Maria Luciene.Os dados nacionais confirmam a experiência das professoras. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apenas 5% das crianças de 7 a 14 anos abandonam a escola. Entre 15 e 17 anos, essa evasão sobe para quase 20%. São quase 2 milhões de jovens que ficam sem escola, sem trabalho e sem futuro.

Lula elogia polícia e culpa TV por violência

Por Sérgio Torres
na Folha de São Paulo

A programação das emissoras de televisão contribui para que o Brasil seja um país violento, disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em discurso na sede administrativa do governo do Estado do Rio, o Palácio Guanabara. De acordo com o presidente, o "seio da família brasileira" passa por "um processo de degradação da estrutura social". Entre os motivos, citou "programas de televisão que não trazem nada que seja instrutivo para as pessoas". "Se nós analisarmos o que aconteceu no Brasil nos últimos 30 anos, vamos chegar ao diagnóstico correto do por que temos tanta violência no Brasil. Digo sempre que, muito mais grave que a situação econômica, e possivelmente decorrente da situação econômica, é um processo de degradação da estrutura social a partir do seio da família brasileira", afirmou ele. "Se as pessoas moram apinhadas em três metros quadrados onde comem, defecam e dormem; se as pessoas repartem os metros quadrados de sua área individual com baratas, com ratos; se as pessoas não têm rua sequer para passear, não têm área de lazer, não têm escola, não têm nem onde praticar um esporte; eu me pergunto: o que fez o Estado brasileiro nesses últimos 30 anos?" O presidente falava para uma platéia de policiais civis e militares e políticos, como o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e os ministros Tarso Genro (Justiça) e Márcio Fortes (Cidades). Ele disse que hoje a juventude está "desesperançada", responsabilizou os governantes nas três últimas décadas e se eximiu de culpa. "Quando a gente vê imagens das pessoas presas, o que a gente percebe? A grande maioria são jovens entre 17 e 24 anos. A carreira de bandido está mais ou menos como jogador de futebol, ou seja, aos 33 anos já tem que sair porque não tem fôlego para agüentar a marimba. (...) Nunca perguntamos quem são os responsáveis por essa juventude estar tão desesperançada. Quem é que cuidou da economia desse país, quem gerou esses milhões de desesperados morando em situações degradantes? Certamente que não fui eu e não foram vocês." Lula atacou ainda os políticos e exaltou os policiais. "Muitas vezes a miséria é utilizada como cabide para levar gente a ter mandato nesse país. E depois todos nós ficamos cobrando da polícia. Como se o policial fosse um ser mágico, um Homem Aranha, que tivesse um poder superior ao poder dos outros. No Brasil, com raríssimas exceções, os policiais são seres humanos, pobres, moram mal, ganham pouco e não têm a formação correta para exercer um atividade tão precisa." Aos policiais presentes, Lula falou que a corrupção não é uma característica só da categoria. Segundo ele, há corruptos "em todos os segmentos da sociedade". O presidente lançou o programa Bolsa Formação, do Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania), cuja proposta é qualificar profissionais da área de segurança pública por meio de uma remuneração extra-salarial de cursos de especialização. No final da manhã, Lula e o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, receberam medalhas comemorativas dos 170 anos da instituição. Cavaco Silva concedeu a Lula um diploma de gratidão. Em discurso, Lula citou o padre Antonio Vieira (nascido em Lisboa em 1608 e que morreu na Bahia em 1697) "como o mais brasileiro dos portugueses, e o mais português dos brasileiros".

Guerrilha cobra imposto na Venezuela

Por Fábio Maisonnave
na Folha de São Paulo

A fase aguda da crise regional provocada pela invasão do território do Equador, na operação colombiana em que foi morto o número 2 das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, aparentemente foi superada. Mas a causa do problema, o transbordamento militar, humano e político do conflito interno colombiano, velho de quatro décadas, continua latente. Como aponta relatório recente do centro de estudos International Crisis Group, o ponto débil do plano linha-dura de Bogotá contra a narcoguerrilha são as divisas, pois a estratégia colombiana é confrontar diretamente as Farc em lugar de cercá-las com linhas fixas de defesa. "O plano está empurrando a crise humanitária em direção às fronteiras", diz o relatório. É este transbordamento que a Folha mapeia nesta edição, com enviados especiais aos pontos quentes das fronteiras da Colômbia com a Venezuela, o Equador e o Brasil.Depois de alguma insistência, o comerciante Martín (nome fictício) leva o repórter até o escritório no fundo de sua loja, em Guasdualito, cidade da fronteira com a Colômbia distante 860 km de Caracas. Fechada a porta, mostra um pequeno papel com o selo do grupo guerrilheiro Exército de Liberação Nacional (ELN) recebido em janeiro, quando foi obrigado a dar o equivalente a R$ 3.900 em mercadorias. Ali se lê: "Agradecidos por sua colaboração. Em caso de outra sugestão, apresentar este recibo".O recibo traz o nome da loja, a descrição dos produtos entregues, especifica que se trata da Frente de Guerra Oriental do ELN e termina com a assinatura do grupo, segunda maior guerrilha colombiana."Até seis meses atrás, aqui era dominado pelas Farc, mas agora o ELN assumiu", diz o comerciante, que negociou com os colombianos após ter seus dois filhos ameaçados de seqüestro, no ano passado.Importada do país vizinho, a "vacina" -pagamento de imposto de guerra- é amplamente disseminada na região da fronteira venezuelana. A prática é atribuída a vários grupos armados ilegais ou a criminosos que se aproveitam da fama das Farc, do ELN e dos paramilitares para agir em seu nome. Daí a necessidade do recibo, para que o comerciante mostre caso haja nova "sugestão"."Aqui tem Farc, elenos [ELN], paras, boriches [Forças Bolivarianas de Liberação, guerrilha emergente venezuelana]. Todos querem "comer" e, se não pagar, quebram você", diz outra comerciante, sempre na condição de anonimato.Os três comerciantes ouvidos pela reportagem justificaram a lei do silêncio na cidade contando a história de um colega que, cansado de pagar a "vacina", deu entrevista à rádio local contra a prática. Horas depois, foi assassinado a tiros.A "vacina" não é o único crime importado da Colômbia: são comuns registros e relatos de seqüestros, pistolagem e recrutamento de menores na região de Guasdualito, cidade de 50 mil habitantes situada numa imensa e pouco povoada planície que atravessa os dois países e cuja atividade principal é a pecuária.Na última terça-feira, o médico dominicano-venezuelano Andrés del Orbe, 57, foi seqüestrado às 18h15 dentro do seu consultório por quatro homens armados. A sua paciente foi jogada no chão. É o sexto seqüestro em Guasdualito desde o início do ano."Aqui está pior do que nunca", diz Lumay, mulher de Orbe, radicado há 29 anos em Guasdualito. "Saia depois das 19h para você ver um povado desolado de faroeste." Segundo ela, até anteontem os seqüestradores não haviam realizado nenhum contato. O seqüestro de Orbe gerou uma rara onda de indignação em Guasdualito. Nos vidros traseiros de vários carros, lia-se a frase, pintada em tinta branca: "Liberem o médico do povo"."A única coisa que quero é que o presidente Hugo Chávez libere também os seqüestrados da Venezuela", diz Lumay, em alusão aos reféns colombianos recém-liberados pelas Farc após negociação com o mandatário venezuelano.O crime de seqüestro é cada vez mais freqüente nos Estados venezuelanos da fronteira, e muitos deles são atribuídos às Farc. De acordo com a Federação Nacional dos Pecuaristas (Fedenaga), há cerca de 70 venezuelanos em cativeiro atualmente, dos quais a maioria estaria em poder do grupo liderado por Manuel Marulanda, o "Tirofijo".O território venezuelano também estaria sendo usado para esconder seqüestrados colombianos. No mês passado, o engenheiro Jorge Andres Sierra, liberado após 20 meses de cativeiro com o ELN, disse que passou parte do tempo na Venezuela, onde o grupo guerrilheiro tinha "um pacto de não-agressão", como definiu um de seus captores.Chávez admite o crescimento da indústria dos seqüestros e disse recentemente que a Venezuela faz "fronteira com as Farc, e não com a Colômbia", mas negou a existência de provas que vinculem as guerrilhas a esse tipo de crime.
Antes e depois de Chávez
Um dos poucos a falar abertamente sobre guerrilheiros na região, o padre jesuíta Acacio Belandria, 78, afirma que a presença é antiga, mas tem se tornado cada vez mais enraizada."As guerrilhas estão há uns 20 anos nesta região", diz Belandria, em entrevista na casa paroquial de La Nula ("O Nada"), cidade de 35 mil habitantes a 30 km da fronteira. "No começo, vieram a descanso, depois começaram o trabalho político, organizativo, e hoje se converteram numa ameaça interventora e violadora da soberania nacional."Belandria diz que, além das "vacinas", os guerrilheiros também cobram 5% do valor das obras públicas e ainda recrutam jovens e adolescentes para trabalhos como o de vigilância, enquanto alguns são levados à Colômbia para receber treinamento. Para o jesuíta, o governo Chávez mudou a estratégia dos governos anteriores, que buscavam controlar as guerrilhas militarmente. Desde então, diz Belandria, há uma tentativa de reconhecê-las como "atores políticos", mas sem resultados após nove anos.Há oito anos em La Nula, o padre Belandria conta um caso que, diz, ilustra o que significam o Estado e a guerrilha na fronteira: após receber uma ameaça vinda do ELN de que seu filho seria morto caso não pagasse R$ 39 mil, um fazendeiro procurou o chefe local do grupo, que negou a autoria da extorsão e enviou três guerrilheiros para vigiar sua casa.Dias depois, o autor da ameaça voltou a procurar o fazendeiro e foi capturado e desmascarado pelo ELN."Para resolver esses casos, as pessoas não recorrem às autoridades venezuelanas, ineficientes e incapazes. Aqui todo mundo tem alguém conhecido na guerrilha, é necessidade."