sábado, 20 de junho de 2009

Volto segunda

Na paróquia que participo começou ontem o Cerco de Jericó. São sete dias e sete noite com o Santíssimo Sacramento exposto e vigílias de oração. Vou participar! Volto segunda e desejo a todos um ótimo fim de semana.
PS: É, MURICY! É, MURICY! É, MURICY!

"Gafanhoto e barbárie" por Diogo Mainardi

Quando penso em Lula, penso em Kung Fu. O ator protagonista da série de TV Kung Fu morreu num hotel em Bangcoc. Ele foi encontrado dentro do armário, nu, com um cadarço de sapato enrolado no pescoço. Um de seus advogados declarou que ele pode ter sido assassinado por membros de uma seita secreta de artes marciais. Mas o legista que examinou o corpo, Khunying Pornthip Rojanasunand, concluiu que sua morte foi causada por uma "asfixia autoerótica". Para tentar prolongar o prazer, o ator de Kung Fu teria se estrangulado acidentalmente.
Eu já chego em Mahmoud Ahmadinejad. E nos protestos dos iranianos na última semana. E nos manifestantes metralhados pelos paramilitares do regime dos aiatolás. Antes disso, tenho de esclarecer o paralelo estrambótico entre o ator de Kung Fu e Lula. O Mestre Kan, com sua imensa sabedoria shaolin, ensina: "Cada um deve encontrar sua trilha verdadeira e segui-la". Eu, Gafanhoto, sigo minha trilha. O prazer de Lula é o poder. Para tentar prolongá-lo por mais quatro anos, ou por mais oito anos, ou por mais doze anos, ele decidiu antecipar a campanha presidencial. A manobra é arriscada. A candidatura de Dilma Rousseff, como um cadarço de sapato enrolado no pescoço de Lula, pode conduzi-lo ao êxtase em 2010. Mas pode também asfixiá-lo, privando-o de oxigênio nesse último período de seu mandato.
Lula apoiou Mahmoud Ahmadinejad, negando a possibilidade de que ele tenha recorrido a meios fraudulentos para se eleger. Nesse ponto, foi mais rápido e categórico do que o próprio aiatolá Ali Khamenei, que encenou a pantomima de uma recontagem parcial dos votos. Mas Lula fez algo muito pior do que isso: ele acusou as centenas de milhares de manifestantes iranianos que protestaram pacificamente nas ruas de desrespeitar o resultado das urnas. Ele as acusou de golpismo. No mesmo dia, sete pessoas foram mortas, repórteres estrangeiros foram proibidos de comparecer às passeatas e opositores do regime foram presos.
O peso internacional de Lula é nulo. Esse seu apoio à criminosa ditadura iraniana pode ser vergonhoso para os brasileiros – e é vergonhoso –, mas afortunadamente ninguém escuta o que ele diz. Só aqui dentro faz algum sentido reproduzir e analisar a barbárie de seus argumentos. Porque eles representam o cadarço de sapato enrolado em nosso pescoço, que lentamente asfixiará nossa ideia de democracia, se aceitarmos o jogo autocentrado – autoerótico? – de Lula. Mestre Kan a Gafanhoto: "O galho de salgueiro se verga diante da tempestade, porém resiste".

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ainda sobre a CPI da Petrobras

E os governistas continuam na sua luta contra a CPI da Petrobras. Quem diria ver o PT e sua tropa de choque (seja nas ruas, seja nos jornais) criticando a criação de uma CPI.
Num passado não muito distante, quando o PT era oposição, qualquer denúncia que saía na imprensa era motivo para o PT armar o maior barraco e... pedir uma CPI.
É interessante ver a reação do pessoal amigo de Franklinstein Martins. Fazem tudo que o chefe manda. Vai ver é por isso que nenhum vermelhinho aliado com o PT queira saber dos rolos do irmão de Franklinstein Martins na Petrobras. Aliás, muitos projetos dessa gente é bancada pela estatal. Que gente fácil. É só colocar moedinhas nos seus cofrinhos que eles fazem tudo que mandam.

Novo discurso petista?

Epa! Quer dizer agora que o petismo mudou o discurso? Agora eles falam que nunca pediram um terceiro mandato para Lula. Ainda mais agora que José Genoino mandou arquivar o projeto golpista. O que dizer daqueles gritinhos em cada hora que Lula aparecia em público: "Lula outra vez" ou coisa assim?
Será que os petralhas vão cobrar o posicionamento de Genoíno? Acho que não. Se eles nem cobraram explicações sobre as trapalhadas delubianas ocorridas na gestão Genoino a frente do PT o que dirá pedir explicações sobre o arquivamento da proposta golpista do terceiro mandato.

Voltemos ao puxa-saquismo

Será que acabou a briga entre o PSDB e o PP aqui em Goiás? Ninguém vai falar mais nada? Os jornais daqui voltam a mostrar o governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, anunciando obras. Estamos de volta ao puxa-saquismo. E ficaremos assim até que alguém queira, finalmente, tirar os esqueletos do armário. Enquanto eles puxam o saco eu vou enchenco o saco.

Outra vez

E outra vez o São Paulo cai na Libertadores e outra vez para um time brasileiro. Fazer o que? Faz parte do jogo. Tem dia que a gente perde e tem dia que a gente ganha. É preciso saber perder, mas, acima de tudo, levantar a cabeça e seguir em frente. O Brasileirão ainda está no começo. Alguém duvida que o São Paulo chega lá? "Isso aqui é trabalho, meu filho" diria Muricy Ramalho.

Luto marca megaprotesto no Irã

No Estadão

Milhares de partidários de Mir Hossein Mousavi, candidato reformista derrotado nas eleições iranianas, foram às ruas de Teerã ontem vestindo preto e levando velas durante o "dia de luto" convocado pela oposição em homenagem aos mortos nas manifestações desta semana. Foi o sexto dia seguido de protestos, os maiores desde a Revolução Islâmica de 1979.A cobertura dos protestos pela imprensa continua restrita e é difícil determinar o número exato de mortos e comprovar a dimensão das manifestações, embora o jornal britânico The Guardian afirme que 1 milhão de pessoas teriam participado do ato de ontem, que contou com a participação de Mousavi, que discursou para a multidão.O protesto foi outro claro desafio à autoridade do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Mousavi e seus partidários exigem a realização de novas eleições, alegando que houve fraude na votação realizada na semana passada, que terminou com a vitória folgada do presidente do Irã, o conservador Mahmoud Ahmadinejad. Segundo o Guardian, a manifestação de ontem foi maior do que a realizada na segunda-feira, quando oito pessoas morreram em confrontos com partidários do governo. Lojas no trajeto da marcha teriam sido fechadas em apoio ao protesto.Em um tímido sinal de concessão aos manifestantes, o Conselho dos Guardiães, instituição constitucional composta por 12 membros, anunciou que realizará amanhã uma reunião extraordinária com os candidatos derrotados para ouvir as queixas de fraude. O órgão prometeu emitir um parecer sobre a recontagem até domingo.O anúncio do encontro, porém, não foi capaz de reduzir a tensão nas ruas. O conselho é diretamente submetido ao aiatolá Khamenei, um dos acusados de manipulação do processo eleitoral. Segundo as leis iranianas, o órgão tem poder de vetar as votações populares. Leia mais aqui.

Genoino pede arquivamento do terceiro mandato

Por Denise Madueño
no Estadão

Apoiada por setores do PT, a proposta de emenda constitucional que permite um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem - de um petista histórico - um golpe importante. Em seu parecer, o deputado José Genoino (PT-SP), relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pediu o arquivamento do projeto. A CCJ era a primeira etapa da tramitação. A tendência da comissão, agora, é de aprovar a recomendação de Genoino. Os maiores partidos da base e os de oposição se manifestaram contra um eventual terceiro mandato para Lula, assim como governadores e prefeitos.O relator argumentou que a mudança na regra - atualmente só é permitida uma reeleição - beneficiaria os atuais ocupantes dos cargos de presidente, governador e prefeito. Além disso, justificou, o princípio republicano estabelece a alternância do poder. "A democracia é a certeza das regras e a incerteza dos resultados", afirmou. "A aprovação de possibilidade de mais um mandato acabaria sem limites. Daqui a pouco podem propor mais um, outro e mais mandatos, quebrando o princípio republicano", argumentou. Para Genoino, a regra não pode ser mudada porque pertence à categoria das "cláusulas pétreas implícitas", que não podem ser alteradas.O parlamentar, que já ocupou a presidência do PT, passou um período submerso depois do escândalo do mensalão. Foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, acusado de participar do esquema de compra de votos no Congresso. O caso está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF). Leia mais aqui.

Senado empregou cunhada de Sarney

No Estadão

Surgiu mais um nome na lista de integrantes do clã Sarney com emprego no Senado. Trata-se de Shirley Duarte Pinto de Araújo, de 33 anos, cunhada do presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP). Shirley integrou a folha de pagamento do Senado durante seis anos. Ela estava lotada no gabinete da ex-senadora Roseana Sarney (PMDB), hoje governadora do Maranhão. Saiu no último dia 8 de abril, nove dias antes de Roseana renunciar à vaga no Senado para assumir o governo de seu Estado. Shirley é mulher de Ernane Cesar Sarney Costa, de 61 anos, irmão de José Sarney e secretário particular de Roseana há anos.A cunhada de Sarney recebia do Senado, mas não costumava aparecer para trabalhar em Brasília, segundo revelou ontem o Correio Braziliense. Morava em São Luís. Segundo a assessoria de Roseana, ela prestava serviços à então senadora na capital maranhense.Shirley foi nomeada em fevereiro de 2003, como assistente parlamentar. Ganhava R$ 2,4 mil. Quatro anos depois, foi promovida a secretária parlamentar, um dos cargos de maior salário entre os funcionários da Casa. Passou a receber mensalmente R$ 7,6 mil.Shirley é personagem de outra história rumorosa. Seu nome apareceu nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Navalha, que investigou os pagamentos que a construtora Gautama, do empresário baiano Zuleido Veras, distribuía a políticos de diferentes partidos. A empresa estaria envolvida com fraudes de obras públicas.Ela aparece como destinatária de depósitos cujos comprovantes foram recolhidos pela polícia em endereços da Gautama. Ernane, o marido dela, também foi flagrado na operação. Leia mais aqui.

Atos secretos eram ordem de diretores, afirma funcionário

Por Andreza Matais e Adriano Ceolin
na Folha

As ordens para manter atos administrativos secretos no Senado eram do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. A afirmação foi feita à Folha pelo chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim.O testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos secretos se trata de "erro técnico". A descoberta dos atos secretos foi o estopim da mais recente crise na Casa.Landim contou que recebia pelo telefone as ordens de Agaciel. Zoghbi, que despachava no mesmo andar, pedia pessoalmente. "Ele mesmo pedia ou mandava o chefe de gabinete."Ele contou que guardava os atos secretos numa pasta e só os publicava quando recebia nova orientação dos diretores."Ele [Agaciel] mandava guardar. Dizia: "Esse você não vai [publicar]. Você aguarda". Com esse aguarda, às vezes mandava publicar, às vezes não. Podia ser amanhã, podia ser depois." Em alguns casos, disse, os atos ficaram guardados por "anos".Com medo de ser o único responsabilizado pelo caso, Landim disse à Folha que não irá esconder a verdade porque apenas cumpriu ordens. "Tenho certeza de que não vou pagar por isso. Eu vou dizer a verdade. Eu não temo nada." Leia mais aqui.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sarney é cobra criada

José Sarney é, como diria um professor de Física, "cobra criada". Ele disse hoje que vai analisar as medidas oferecidas por 20 senadores para acabar com a crise que assola o Senado. Sarney vai analisar... Hummm... Sei... Deve colocar as medidas numa gaveta e deixar que a poeira do tempo as abafem. Quem sabe estas medidas não serão as mesmas que apresentarão na próxima crise do Senado?
Investigar as suspeitas nem pensar. Sarney vai esperar tudo passar para continuar na mesma. Ele é "expert" nisso. Ainda mais que tem o apoio de Lula.

Iris estava errado

Durante a campanha do ano passado o prefeito Iris Rezende mostrou uma Goiânia maravilhosa (por causa dele, é claro) e que precisava de mais quatro anos para continuar as maravilhas. Tudo era perfeito na sua propaganda. Desde a saúde até a educação passando pelo trânsito. Vejam a reportagem assinada por Pablo Santos e publicada no Hoje:

Goiânia é a 11ª cidade com mais dificuldade de deslocamento entre as capitais brasileiras. Quando a lista é aumentada para 164 cidades em todo o mundo, Goiânia aparece em 34º. Os dados fazem parte do estudo realizado pelo arquiteto Valério Medeiros, como tese de doutorado pela Universidade de Brasília (UNB). Para Valério, as cidades brasileiras, incluindo Goiânia, são verdadeiros labirintos.

De acordo com o estudo, a capital planejada por Attilio Corrêa Lima perde para cidades como Cuiabá, Brasília, Recife e até mesmo sua antecessora, a Cidade de Goiás. Ainda dentro do Estado, a locomoção em Pirenópolis e Anápolis também está à frente de Goiânia quando se trata de acessibilidade.

Valério diz que o estudo foi feito ao se utilizar mapas das cidades, onde foram traçados todos os trajetos possíveis de se fazer. Tais informações foram inseridas em um programa de computador que fez os cálculos de matrizes matemáticas, gerando o índice. “A intenção foi ver o grau de facilidade de deslocamento dentro dessas cidades. Ver como os desenhos das ruas da cidade ajudam em seu deslocamento”.
Leia mais aqui.

Pois é. O trânsito de Goiânia não é uma maravilha. É um pesadelo, um terror. É difícil se deslocar por aqui. As ruas são estreitas demais e não conseguem suportar a quantidade crescente de carros. Falta planejamento global sim, mas falta o prefeito parar de achar que tudo aqui é maravilhoso e começar a agir. Será que Iris Rezende vai agir? É bem capaz da sua candidatura ao governo ter mais prioridade do que acabar com o labirinto que virou o trânsito de Goiânia.

Base de Iris dividida ao meio

Por Larissa Bittar
no Diário da Manhã

O bloco de vereadores que dá sustentação ao prefeito Iris Rezende (PMDB) na Câmara Municipal está dividido. Veio à tona uma articulação coordenada por vereadores filiados a partidos menores – e geralmente alijados das principais decisões da base governista –, em um grupo paralelo ao comandado pelo líder do prefeito na Câmara, Bruno Peixoto (PMDB). Ontem à tarde, oito vereadores visitaram o gabinete do prefeito e comunicaram oficialmente a decisão de se unir. Ao contrário do G14 – um grupo informal de vereadores formado no início da legislatura e dedicado a criar problemas à administração de Iris –, o bloco intermediário será formado de acordo com as regras do regimento interno da Casa. A correlação de forças na Câmara muda totalmente se os oito levarem a ideia adiante. Eles passam a ser vistos como uma bancada só, e não como bancadas individuais de vários pequenos partidos – que na hora da partilha de vagas em uma Comissão de Inquérito, por exemplo, acabam preteridas em função do critério de proporcionalidade.Levando em conta o tamanho das atuais bancadas, o PMDB, com 11 vereadores, tem direito a três cadeiras em uma comissão de sete membros. Siglas menores, como PR, PDT, PRB e PRTB têm direito, juntas, a apenas uma vaga. Esses quatro partidos possuem representantes no bloco que está em gestação. Estão à frente dele Simeyzon Silveira (PSC), Fábio Caixeta (PMN), Tatiana Lemos (PDT), Tiãozinho do Cais (PR), Charles Bento (PRTB), Richard Nixon (PRTB), Fábio Tokarski (PCdoB) e Paulinho Graus (PDT). Simpatizariam com a proposta do bloco Joãozinho Guimarães (PRB), Santana Gomes (PMDB) e Virmondes Cruvinel (PSDC).Os oito acharam melhor proibir a participação de vereadores do PMDB e dos partidos de oposição no bloco. Tudo para evitar qualquer identificação com o G14, que impôs derrotas a Iris e causou dores de cabeça ao prefeito. Do G14 participava a oposição e a dissidência do PMDB. Leia mais aqui.

Irã fecha cerco a opositores nas ruas e na web

Na Folha

No quinto dia de manifestações contra o governo iraniano, acusado de fraude no pleito de domingo que reelegeu o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, Teerã aumentou ontem a repressão contra movimentos oposicionistas.Diante do maior levante em 30 anos no país, o governo iraniano multiplicou as prisões de militantes reformistas, fechou o cerco contra jornalistas e restringiu o acesso à internet.Adversários de Ahmadinejad dizem que continuarão enfrentando as autoridades e prometem realizar hoje uma megaprotesto na capital. Eles também pretendem parar o país em sinal de luto pelos sete manifestantes mortos em confrontos com a polícia.Segundo testemunhas, a polícia está promovendo uma caça aos intelectuais ligados a Mir Hossein Mousavi, segundo colocado na votação de sexta -de acordo com resultados oficiais- e líder dos protestos.A maioria dos presos acabaram libertados, mas alguns permanecem sob custódia das autoridades. O governo admite que ao menos 26 "organizadores de distúrbios" continuam encarcerados. Líderes oposicionistas falam em centenas de detenções arbitrárias. Leia mais aqui.

STF derruba diploma para jornalista

Por Mariângela Gallucci
no Estadão

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem, por 8 votos a 1, a exigência de diploma de jornalista para exercer a profissão. Essa obrigatoriedade tinha sido imposta por um decreto-lei de 1969, época em que o País era governado pela ditadura militar.Relator do caso no STF, o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, disse que o jornalismo é uma profissão diferenciada, que tem vinculação com o exercício amplo das liberdades de expressão e de informação. Segundo ele, exigir o diploma de quem exerce jornalismo é contra a Constituição, que garante essas liberdades. A exigência do diploma já estava suspensa desde 2006, por uma liminar concedida pelo STF."O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada. Os jornalistas são aquelas pessoas que se dedicam profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão. O jornalismo e a liberdade de expressão, portanto, são atividades imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensadas e tratadas de forma separada", afirmou Mendes.Apesar de ter votado contra a exigência do diploma, o presidente do STF reconheceu que é inegável que frequentar um curso superior com disciplinas técnicas sobre redação e edição, ética e teoria da comunicação pode dar ao profissional uma formação sólida para o exercício cotidiano do jornalismo. "E essa é uma razão importante para afastar qualquer suposição no sentido de que os cursos de graduação em jornalismo serão desnecessários", afirmou."Um excelente chefe de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área", observou Mendes. "Certamente o poder público não pode restringir dessa forma a liberdade profissional no âmbito da culinária, e disso ninguém tem dúvida, o que não afasta, porém, a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos à saúde e à vida dos consumidores."Único ministro a votar a favor da obrigatoriedade do diploma, Marco Aurélio Mello afirmou que o jornalista tem de ter técnica para entrevistar, reportar e pesquisar.

Relator pede a cassação de deputado dono de castelo

Por Maria Clara Cabral
na Folha

O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) recomendou ontem a perda de mandato do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara. O petista é o relator do caso.O pedido de perda de mandato aconteceu pois Fonteles entendeu que Edmar Moreira fez mau uso da verba indenizatória, valor mensal a que os deputados têm direito para despesas do mandato no Estado. Moreira, dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões no interior de Minas, usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar os gatos de R$ 230,6 mil, entre 2007 e 2008, com a verba. Ele não quis comentar o relatório."A quebra do decoro não implica, necessariamente, a existência de conduto delituosa do ponto de vista penal. (...) O Juízo sobre o decoro é de natureza eminentemente ético-política, sendo moldado pelo sentimento social do que se deva considerar como ético, moral, correto num determinado momento histórico", avaliou Fonteles.Segundo Fonteles, na saída da reunião, Leonardo, que é deputado estadual em Minas e filho de Edmar Moreira, o ofendeu. "Fui agredido pelo filho do deputado Edmar. Ele me chamou de "veado". Eu não tenho nada contra os homossexuais, mas a intenção foi me atingir."O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que levará o assunto para a próxima reunião do colegiado. Para ele, o suposto insulto é caso de quebra de decoro parlamentar e a Assembleia mineira deve tomar conhecimento. Leia mais aqui.

Em sigilo, Senado demitiu irmão do seu presidente

Por Leandro Cólon e Rosa Costa
no Estadão

Um irmão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi exonerado, por meio de ato secreto, de um cargo de confiança da Casa. A demissão do escritor e advogado Ivan Sarney (PMDB) saiu só agora no sistema interno do Senado, mas com data de 30 de abril de 2007. Ele se soma a outros seis parentes de Sarney que estão ou passaram discretamente pela folha de pagamento do Senado nos últimos anos, além de dois afilhados políticos.Vereador de São Luís entre 1992 e 2004, Ivan, de 64 anos, foi acomodado no dia 5 de maio de 2005 na Segunda Secretaria do Senado, então ocupada pelo senador João Alberto (PMDB-MA), hoje vice-governador do Maranhão.Na época da nomeação, Ivan era suplente de vereador na capital maranhense. Sua nomeação no Senado foi pública, misturada a outros 26 atos, em um mesmo boletim.No dia 1º de fevereiro de 2007, ele foi transferido para o gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).A exoneração secreta está em um boletim, revelado apenas agora, com dois atos: um anulando a mudança para o gabinete de Cafeteira e o outro informando a saída do irmão do presidente do Senado do quadro de funcionários.Cada ato é assinado pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia. O boletim contém ainda o nome de João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos - citado em outro escândalo recente, de crédito consignado para funcionários do Senado.No Congresso, Ivan exerceu o cargo de assistente parlamentar, com salário de R$ 4,8 mil. Deixou o Senado para assumir uma vaga de vereador em São Luís. No ano passado, ele tentou, em vão, se reeleger. Leia mais aqui.

Lula defende Sarney e, como sempre, ataca a imprensa

Por Marcelo Ninio
na Folha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rechaçou o que chamou de "denuncismo" em torno dos escândalos no Senado e saiu em defesa do presidente da Casa, José Sarney, que na véspera havia afirmado que não era responsável pela crise.Lula questionou a veracidade das revelações de irregularidades no Senado, mas pediu uma "investigação séria". O presidente também fez um alerta à imprensa, afirmando que, ao questionar as práticas do Congresso, sua própria credibilidade poderá ser abalada.As declarações foram feitas pouco antes de Lula embarcar de volta ao Brasil de Astana, capital do Cazaquistão, onde encerrou uma viagem que incluiu passagens por Suíça e Rússia."Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim, e depois não acontece nada", disse Lula.Em seguida, defendeu um tratamento diferenciado para o presidente do Senado: "Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", argumentou, sem explicar o tipo de tratamento diferenciado a que se referia. Na terça, Sarney usou a tribuna para se defender das acusações de conivência com atos secretos e de empregar parentes na Casa.Lula pôs em dúvida a série de irregularidades: "É importante investigar para ver o que houve. Mas o que ganharia o Senado em ter uma contratação secreta se tem mais de 5.000 funcionários transitando por aqueles corredores? Por que haveria de ter alguém secreto?", indagou, indicando que há interesses por trás das denúncias"."Eu acho que essa história precisa ser melhor explicada. Eu não sei a quem interessa enfraquecer o Poder Legislativo no Brasil, mas eu penso o seguinte: a democracia, quando teve o Congresso Nacional desmoralizado e fechado, foi muito pior para o Brasil", disse. Leia mais aqui.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Obama e a mosca

Vi no Jornal Nacional Barack H. Obama matando uma mosca enquanto dava uma entrevista. Ele elogiou o seu feito. Deixem os terroristas de lado e vamos matar moscas. Mas matar moscas é tão chato. Raul Seixas explica:
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar
E não adianta vir me detetizar
Pois nem o DDT pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão

Outra vez reforma?

O senador tucano Tasso Jereissati apresentou algumas sugestões para enfrentar a crise que o Senado atravessa. Dentre elas estão a demissão da diretoria da Casa e uma reestruturação administrativa. Hummm... Será que nenhum senador vai ter coragem de peitar José Sarney e pedir sua cabeça? E os atos secretos serão anulados?
Falar em reforma administrativa no Senado é piada. Se não me engano, o Estadão publicou um reportagem falando que em 1995 o então presidente José Sarney havia pedido um estudo para realizar uma reforma. Quase quinze anos depois a reforma ainda é tema de estudo e José Sarney continua pisando no tapete azul do Congresso.

E Lula apóia Sarney

Lula defendeu José Sarney hoje. Não posso perder a oportunidade. Tenho que escrever isso bem grande: LULA DEFENDEU JOSÉ SARNEY HOJE. Não, ainda não está bom. Deixem eu negritar esta frase: LULA DEFENDEU JOSÉ SARNEY HOJE. Disse o Apedeuta: Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum. Quer dizer que, para Lula, Sarney é uma pessoa especial porque ele tem "história no Brasil". História de apoio à ditadura militar. História de nepotismo, de perseguição.
Lula é amigo de Jader Barbalho, Renan Canalheiros e Paulo Maluf. Não me impressiona Lula defender José Sarney. O que me impressiona é que isso não causa nenhuma repulsa naqueles que sempre repudiaram estes excrementos da política brasileira.
PS: Não peçam para Marilena Chauí e Antônio Cândido comentarem sobre o caso. Eles estão em processo de saída do "Silêncio dos Intelectuais" e preferem defender os baderneiros da USP.

Assessor de Renan disputou eleição sem ter deixado cargo

Por Hudson Correa, Adriano Ceolin e Andreza Matais
na Folha

Um ato secreto do Senado aponta que funcionário do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi mantido no cargo enquanto era candidato a deputado estadual pelo PMDB no Estado de Alagoas.A Justiça Eleitoral determina que ocupantes de cargos de confiança se afastem do posto a partir da data em que registrem suas candidaturas -ou seja, cerca de três meses antes do dia da votação, em outubro.Alexandre Murta de Araújo Rocha não se elegeu deputado, teve 3.106 votos e gastou R$ 13 mil na campanha. Ele ainda é funcionário do Senado no cargo de assistente parlamentar, com um salário de R$ 2.794,18, mas não fica em Brasília.No gabinete de Renan, a secretária informa que Rocha trabalha no escritório do senador em Maceió, onde também funciona a sede do PMDB alagoano, do qual Renan é presidente.A reportagem procurou Rocha ontem por telefone no diretório do PMDB e deixou recado, mas funcionários disseram que ele não estava e que não poderiam informar o celular.Em ato público de 29 de junho de 2006, quando Renan presidia o Senado, aparece que Rocha foi exonerado do gabinete do senador. Porém, um ato com a mesma data, mas só publicado na intranet do Senado em 11 de maio deste ano, trouxe "incorreções na publicação" da exoneração do funcionário.O ato estabelece que a demissão valeria somente a partir de 1º de abril de 2007. Com isso, Rocha ficou oficialmente no cargo durante as eleições, contrariando determinação da Justiça Eleitoral. Leia mais aqui.

Parente de genro de Sarney na Espanha recebe do Senado

Por Rodrigo Rangel e Rosa Costa
no Estadão

A árvore genealógica dos parentes e agregados do clã Sarney com emprego no Senado não para de ganhar novos ramos. No pente-fino feito nos atos de nomeação, sejam eles secretos ou não, apareceram dois novos nomes. Depois do neto e de duas sobrinhas de José Sarney (PMDB-AP), presidente da Casa, pendurados em gabinetes de senadores amigos, surgiram uma prima e uma sobrinha de Jorge Murad, marido da ex-senadora e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).O mais novo nome da lista é o de Virgínia Murad de Araújo. Em 29 de maio de 2007, ela foi nomeada assistente parlamentar do gabinete da liderança do governo no Congresso, à época ocupada por Roseana. Seu salário, na ocasião, era de R$ 1.247. Onze meses após ter sido nomeada, ela passou a ganhar exatamente o dobro - R$ 2.494. Virgínia é filha do ex-deputado Emílio Biló Murad, primo de Jorge Murad, genro de Sarney. Ela está até hoje na folha do Senado. O Estado telefonou ontem para o gabinete da liderança. Lá, uma funcionária afirmou não conhecer Virgínia. A assessoria de José Sarney, por sua vez, assegurou que ela trabalhava, sim, para Roseana. De acordo com a mesma assessora, Virgínia está hoje no gabinete de Mauro Fecury, que assumiu a vaga de Roseana.A outra parente do genro de Sarney lotada no Senado é Isabella Murad Cabral Alves dos Santos, arquiteta, de 25 anos, que vinha ganhando salário do Senado, apesar de morar em Barcelona, na Espanha. Isabella estava lotada na liderança do PTB. Foi nomeada em fevereiro de 2007. Na época, o líder do PTB era o senador Epitácio Cafeteira (MA), aliado de Sarney. O secretário de Comunicação do governo do Maranhão, Sérgio Macedo, afirmou ontem ao Estado que Isabella devolverá aos cofres públicos o dinheiro ganho do Senado desde que saiu do País, no início do ano. "Antes de sair ela deixou pronto o pedido de demissão, mas por alguma falha técnica isso não foi processado", afirmou Macedo. Leia mais aqui.

Guerra entre funcionários agravou a crise

Por Fernando Rodrigues
na Folha

A atual onda de escândalos no Congresso não é novidade no Legislativo. Desde o retorno do país à democracia representativa formal, em 1985, senadores e deputados já passaram por duas crises semelhantes.Em 1993, o escândalo dos anões do Orçamento deixou um saldo de oito cassados e quatro renúncias para escapar da punição. Em 2005, no mensalão, só três deputados perderam o mandato -José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE)- e quatro renunciaram.Os desvios atuais no Congresso guardam semelhança com os episódios dos anões do Orçamento e do mensalão: muitos deputados e senadores estão envolvidos. A rigor, pela letra fria da Constituição e dos regimentos das duas Casas, um grande número de congressistas teria de perder o mandato.Mas não há exemplo na história de cassação generalizada, pois os próprios congressistas são os responsáveis pelas votações nas quais alguém perde o mandato. No lote recente de escândalos, os políticos estão demarcando território e tentando encontrar saídas para salvar o máximo possível de cabeças.O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta semana suspeitar de sabotagem dentro do Congresso para que tantos casos apareçam. É uma referência a um elemento não existente em crises passadas: a influência dos funcionários de alto escalão, hoje em guerra pelo domínio da burocracia interna do Legislativo.Os orçamentos da Câmara e do Senado somados são de R$ 6,3 bilhões -valor maior que a receita de oito Estados brasileiros. Os diretores das duas Casas ordenam mais pagamentos que vários governadores estaduais.Como no Senado houve troca de diretor-geral, com a saída de Agaciel Maia, grupos interessados em manter seu poder de influência passaram a agir: funcionários de alto escalão foram fontes para dezenas de reportagens dos últimos quatro meses. O fato de a mudança na alta burocracia ter ocorrido só no Senado explica a menor temperatura dos escândalos na Câmara. Leia mais aqui.

"Crise não é minha, é do Senado", afirma Sarney

Por Andreza Matais e Valdo Cruz
na Folha

Pressionado pela revelação de atos secretos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou a tribuna para dividir responsabilidades com todos os senadores, frustrou expectativas ao não anunciar nenhuma medida nova, mas foi obrigado a assumir compromissos com a oposição ao ser cobrado por mudanças.Em discurso de 33 minutos, Sarney sintetizou sua estratégia de defesa com a frase: "A crise do Senado não é minha; a crise é do Senado. É esta instituição que devemos preservar, tanto quanto qualquer um aqui. Ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente".Durante sua fala, procurou ainda se defender das acusações de nomeações de parentes seus por meio de atos secretos, usou sua biografia para considerar injustas as críticas e chegou a se emocionar ao mencionar a doença de sua filha Roseana Sarney, que foi operada de um aneurisma cerebral."Atravessei um problema, que todos aqui como pais sabem, nesses meses todos e agora, que graças a Deus libertei-me dele, Deus também está me exigindo a penitência dessas coisas que eu tenho que falar."O discurso foi avaliado por senadores como "tímido".Havia uma expectativa, por exemplo, de que anunciasse a saída do diretor-geral Alexandre Gazineo e a abertura de processo administrativo contra Agaciel Maia, que ficou 14 anos no cargo, indicado no passado e mantido na atual gestão por ele. Os dois assinaram vários dos atos secretos que estão sendo publicados com data retroativa. Leia mais aqui.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A carcaça de Sarney tenta sobreviver

O Senado não tem solução. Os caras que pisam naquele tapete azul mostram que não aprenderam nada com a crise causada por Renan Canalheiros. Decidiram escolher José Sarney como presidente e ainda aceitar o mala do Renan na bagagem da carcaça da ditadura que ainda assombra a política brasileira.
Sarney tentou se defender das acusações. Disse a carcaça ditatorial: A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado. É essa instituição que nós devemos preservar. Tanto quanto qualquer um aqui, ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente da Casa. Quer dizer então que temos uma crise no Senado? Quem é o presidente do Senado? Pelo visto, Sarney não tem a mínima condição para resolver a crise.
Interessante a carcaça usar sua biografia para se defender. Ele disse que foi o único governador a se opor ao AI-5 (Uau, por que o Costa e Silva não desceu o cacete no Sarney? Por que ele não foi para a oposição?) e o relator da matéria que acabou com o AI-5. E o que Sarney fazia enquanto o maldito ato institucional circulava? Lambia as botas dos militares.
Sarney é um oportunista. Quer preservar a sua carcaça. Passou pela ditadura, pulou para o barco de Tancredo Neves em 1985, foi presidente destêpaiz e apoiou os governos FHC e Lula. Passou por cima de tudo e de todos. Será que deixaremos ele passar outra vez com atos secretos e nomeações indevidas?

Será que Obama vai querer conversar?

Pois é, o Irã do doidinho Mahmoud Ahmadinejad é um caos total. Será que, mesmo depois do que está acontecendo, Barack H. Obama vai querer conversar com ele?

Repressão a protesto deixa um morto no Irã

Por Raul Juste Lores
na Folha

Paramilitares iranianos mataram ontem uma pessoa e deixaram vários feridos graves ao final da maior manifestação até aqui da oposição contra o resultado da eleição presidencial de sexta-feira.O candidato oposicionista Mir Hossein Mousavi pediu durante o protesto que seja feita uma nova eleição, em vez da recontagem simples dos votos. A oposição diz que a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, com 62,7% dos votos, foi fraudulenta.A violência aconteceu ao final de uma marcha até então calma e silenciosa que lotou os cinco quilômetros que ligam as praças da Revolução e da Liberdade, em Teerã -no que foi considerada a maior manifestação contra o governo em 30 anos do regime dos aiatolás, reunindo centenas de milhares de pessoas.Horas antes, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo político e religioso do país, voltou atrás e ordenou uma investigação para apurar as denúncias de fraude. No sábado, Khamenei disse que a eleição foi limpa e pediu que todos apoiassem o presidente reeleito. Leia mais aqui.

Oposição tenta nova manobra para salvar CPI da Petrobras

No Jornal do Brasil

Sem conseguir evitar o esvaziamento promovido pelos governistas, a oposição vai usar o regimento do Senado para tentar garantir a instalação da CPI da Petrobras. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do pedido da CPI, anunciou que protocolaria ainda ontem um requerimento na Mesa Diretora do Senado pedindo a substituição dos senadores governistas indicados para compor a comissão que vai investigar as denúncias de irregularidades contra a estatal.
De acordo com os artigos 48 e 85 das normas internas do Senado, o presidente do Senado tem a prerrogativa de trocar integrantes da CPI que impeçam o direito da minoria de instalar uma comissão de inquérito. Com a medida, a oposição quer do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), uma definição sobre os inícios do trabalho da CPI. Não há um prazo para que Sarney se manifeste sobre o requerimento.
– Esperamos que com essa medida a CPI seja instalada nessa semana. Não acredito que o presidente Sarney demore a se manifestar – disse. Segundo Dias, a substituição pode provocar ainda uma mudança na relação de forças da CPI porque se os líderes governistas não efetuarem a troca dos nomes, o presidente da Casa poderá convocar outros partidos para participarem das investigações. A atual composição garantiu aos governistas sete das 11 vagas entre os titulares da CPI.
O tucano afirmou ainda que se não houver uma resposta rápida de Sarney, a oposição vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que a comissão seja instalada. Serão chamados a dar explicações ao STF o presidente do Senado e os líderes governistas.
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MPF mira ex-diretores da Funasa

Por Luiz Orlando Carneiro
no Jornal do Brasil

O Ministério Público Federal no Distrito Federal ajuizou ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Paulo Lustosa, e mais 11 pessoas suspeitas de desvio de verbas públicas, na 3ª Vara Federal de Brasília. O grupo é acusado de favorecer a empresa Digilab, contratada, em 2006, para instalar e administrar a TV Funasa por um valor anual de R$ 14 milhões.
De acordo com a ação promovida pelos procuradores da República Raquel Branquinho e José Alfredo Silva, os acusados "valeram-se dos cargos ocupados na Funasa para efetivar uma contratação extremamente desfavorável ao interesse público; desnecessária para o órgão contratante, com um custo extremamente elevado e com sobrepreço em relação aos parâmetros de mercado". A transação teria causado ao erário prejuízo de R$ 6,5 milhões – quantia paga pela Funasa à Digilab, antes da suspensão cautelar do contrato pelo Tribunal de Contas da União, em abril de 2007.
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Publicidade é norma, diz Mendes

Por Fausto Macedo
no Estadão


"O princípio básico é o princípio da publicidade", declarou ontem o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ao comentar a denúncia sobre existência de atos secretos no Senado.Mendes disse que "ainda está tentando compreender o que de fato se passou, antes de ter um juízo seguro".Em São Paulo, onde fez parte de uma banca examinadora de tese de doutorado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o ministro observou: "Não tenho ideia exata do que se cuida, vamos aguardar. O Senado está dando explicações sobre o retardo na publicação, vamos ver como isso se desdobra."Indagado se o Congresso deve trabalhar com atos secretos, o presidente do STF reiterou: "Na verdade, até agora não consegui apreender do que se cuida, se de fato houve retardo na publicação no boletim.""Eu tenho a impressão que o Senado em breve vai esclarecer o que ocorreu nesse campo e certamente não haverá nenhuma necessidade de intervenção de investigação de polícia ou do Ministério Público. O tema vai ser esclarecido."

Sarney empresta imóvel funcional a ex-senador aliado

Por Adriano Ceolin, Andreza Matais, Fernando Rodrigues e Valdo Cruz
na Folha

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), emprestou apartamento funcional que estava em seu nome para o ex-senador Bello Parga (ex-PFL-MA, atual DEM-MA). Sarney tem casa em Brasília e a Mesa Diretora só permite que senadores em exercício do mandato usem imóveis funcionais.O mandato de Bello Parga, que foi senador pelo Maranhão, acabou em fevereiro de 2003. Mesmo assim, ele continuou morando num imóvel da Casa graças a um favor de Sarney. O presidente do Senado manteve o empréstimo do imóvel até maio de 2007 para ajudar o colega que estava doente. Parga morreu em maio de 2008.Quando um senador se torna presidente, ele pode acumular o uso de apartamento com a residência oficial. Em 2003, Sarney foi eleito presidente da Casa pela segunda vez e o mandato foi até fevereiro de 2005.Em entrevista à Folha, Sarney contou que usou por algum tempo o imóvel para guardar livros. "Depois, o senador Bello Parga tinha perdido o mandato e estava muito doente, e eu permiti que ele ficasse durante algum tempo no apartamento." Leia mais aqui.

Sarney quer emplacar termo ''erro técnico''

Por Leandro Cólon e Rosa Costa
no Estadão

O termo "ato secreto" não deve predominar no relatório final da comissão instalada para tratar dos boletins administrativos mantidos sob sigilo pela Casa nos últimos anos. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pressiona para que haja uma explicação que diminua o estrago político causado pela revelação de que há decisões sigilosas na Casa. Prefere que o texto final admita que alguns documentos foram feitos sob sigilo, mas outros com "erro técnico de publicação" ou "publicação deficiente". A solução evitaria um mal-estar para o próprio senador, que era presidente do Senado em quatro dos 15 anos investigados pela comissão - 1995 a 1997 e 2003 a 2005. E também acalmaria o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), que presidiu a Casa entre 2005 e 2007. Os dois são os principais responsáveis pelo crescimento do poder de Agaciel Maia na Diretoria-Geral, período em que os atos secretos se multiplicaram. Entre os beneficiados, estão um neto e duas sobrinhas de Sarney e afilhados políticos de Renan em Alagoas.A porta-voz de Sarney na comissão que analisa esses atos é Doris Peixoto, diretora-geral adjunta do Senado e ex-chefe de gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA). O grupo de trabalho, que inclui mais dois servidores, encerraria o trabalho na madrugada de hoje para entregá-lo ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). Ele está em São Paulo, onde se submeteu a cirurgia na sexta-feira.Na quarta-feira, o senador afirmou que os documentos são considerados "atos secretos", discordando do próprio Sarney. Naquele dia, o presidente do Senado adotou o discurso de "boletins suplementares". Agora, quer emplacar o "erro técnico".

CEI paralela vai apurar administrações de Iris

Por Mirelle Irene
no Hoje

A bancada do PSDB na Câmara protocolou no fim da tarde de ontem ofício assinado pelos seus três membros, retirando o nome do vereador Anselmo Pereira da lista de sete membros que comporiam a CEI da Delta, divulgada na última sexta-feira pelo presidente da Casa, Francisco Jr. (PMDB). Anselmo, pelo critério da proporcionalidade partidária, era o único nome da oposição na lista, após acordo entre a base e a oposição ter sido descartado.Segundo o líder da bancada do PSDB, vereador Maurício Beraldo, o partido se recusa a participar de uma investigação com cartas marcadas. “Nós batalhamos muito para criar esta Comissão de Inquérito, e não uma Comissão para fingir que investiga”, disse. “Pode escrever: do jeito que está, esta será uma Comissão para terminar em nada, não irá a lugar nenhum”, afirmou, se referindo à composição da CEI ter maioria de aliados do prefeito Iris Rezende (PMDB). “Pelo respeito ao vereador Anselmo Pereira, pela seriedade que ele tem, decidimos na bancada retirar seu nome para que ele não participe deste tipo de jogo”, explicou.Segundo Beraldo, só com membros da situação, a investigação de irregularidades nos contratos da construtora Delta com a Prefeitura será inócua. “É uma CEI chapa-branca, já pré-determinada a não ir a lugar nenhum, uma Comissão de compadres e comadres”, acusa. Com a saídade Anselmo, o presidente da Casa, Francisco Jr., deve nomear hoje Djalma Araújo (PT).Os tucanos avisam, porém, que, mesmo saindo da composição da CEI, a investigação sobre a Delta continuará. “A população deve ficar informada, por isso faremos uma investigação à parte, juntamente com outros vereadores sérios desta Casa, utilizando de material que nós já temos, inclusive”, explica Beraldo. Leia mais aqui.

Otoni reafirma diálogo com DEM

Por Tainá Borela
no Diário da Manhã

O deputado federal Rubens Otoni (PT) manteve ontem a disposição em abrir diálogo com DEM e outros partidos visando a grande aliança para 2010 em Goiás. Em matéria publicada ontem pelo DM, Otoni e Valdi Camarcio, presidente regional do PT no Estado, divergiram sobre as parcerias. Camarcio descartou conversas com pepistas caso o governador Alcides Rodrigues (PP) mantivesse relação política com Democratas.“De maneira nenhuma vetamos a aliança com o DEM. O que pode ser dificuldade é que nosso projeto não tem nome, apenas ideias e propostas. Evidentemente, só vai apoiar este projeto quem estiver de acordo com ele”, falou Otoni ontem, no almoço oferecido pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Paulo Teles, à bancada goiana no Congresso. Mas o petista lembrou que, pelo discurso de oposição que o DEM e PSDB têm tido em Brasília, não acredita que esses partidos apoiem a aliança. “Se mudarem de ideia e quiserem apoiar o projeto do presidente Lula serão bem-vindos”. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer chapa única em Goiás, a qual reuniria ao menos PT, PP e PMDB, contra a eventual candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB).O deputado federal Pedro Wilson (PT) concorda com Otoni e vê com bons olhos o apoio do DEM. “Pelo posicionamento político, é díficil ter aliança. O DEM é defensor do neoliberalismo, e nós queremos um Brasil com desenvolvimento próprio. O PT quer para 2010 aliança ampla, que pode ter mais de um palanque. Partidos que hoje fazem oposição a Lula podem estar conosco. Se o DEM decidir apoiar um dos três candidatos viáveis – Iris Rezende (PMDB), Otoni ou Henrique Meirelles – será ótimo.” Já o DEM não compartilha da mesma opinião. Questionado sobre a afirmação de Valdi Camarcio, sobre a dificuldade de fazer coligação com o DEM em Goiás, Ronaldo Caiado, presidente regional do Democratas e deputado federal, afirmou que não ia discutir o óbvio. “Existem coisas que temos que entender na vida, uma delas é que existem governo e oposição.” Leia mais aqui.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E Lula acha que é apenas uma briga de torcidas

Os principais líderes mundiais pedem investigações sobre o resultado das eleições no Irã. Lula? Bem, Lula prefere tratar a baderna iraniana como se fosse uma briga de torcidas. Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos. Eis a opinião do Nosso Homem. Lula acha normal o seu amigo Mahmoud Ahmadinejad descer o sarrafo nos seus oposicionistas. É, pessoal, depois reclamam que ninguém leva a sério estêpaiz.

Lula apóia ditaduras

Lula adora puxar a orelha dos países ricos. De quem é a culpa pela crise econômica? Dos ricos. Da elite Lula adora pagar sapo, passar sermão. Mas quando o assunto é ditadura ou direitos humanos aí a coisa pega. Lula fica em cima do muro, não bate e nem assopra, deixa como está para ver como é que fica.
Fidel Castro assassinou milhares em Cuba? Pois lá vai Lula apertar a mão do sanguinário. Lula via à África? Sim, vai visitar países devastados por ditadores que estão anos no poder.
Lula e seus amigos adoram falar em direitos humanos. Mas vai perguntar à eles sobre os direitos humanos em Cuba? Claro, a culpa é sempre dos Estados Unidos.

Lula chega a Genebra sob protesto de ONGs

Por Jamil Chade
no Estadão

Sob duros protestos de ativistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá hoje, na ONU, uma postura de não entrar em choque com regimes que violam os direitos humanos, sugerindo que soluções para crises sejam "negociadas e dialogadas". Lula fala pela primeira vez no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, enquanto organizações não-governamentais de todo o mundo acusam o País de abandonar as vítimas de violações.Na semana passada, o Estado revelou a mobilização de 35 ONGs antes da chegada de Lula a Genebra. Cartas foram enviadas à ONU e ao próprio governo cobrando uma mudança na postura do Brasil. O motivo é o padrão adotado pelo País em votações de resoluções na ONU, saindo em apoio ao governo do Sri Lanka, bloqueando investigações internacionais, evitando condenar a Coreia do Norte e não tomando posições mais duras contra Congo. Um comportamento considerado como ambíguo ainda foi tomado em resoluções sobre a situação no Sudão, onde já morreram 300 mil pessoas.O ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, rejeita a crítica das ONGs e garante que o Brasil não apoia nenhum país do mundo onde haja violações de direitos humanos. "Não é verdade que não condenamos as violações no Sudão", afirmou. Mas o governo também se recusa a partir para um enfrentamento. "Não vamos distribuir certificados de mau comportamento para países", disse o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A avaliação do governo é de que um isolamento de países onde existem problemas acabaria agravando ainda mais a situação.Já os ativistas alegam que o Brasil abandonou os princípios de direitos humanos e está usando o fórum da ONU para atender a interesses políticos. "O Brasil optou por fazer do conselho uma ponte de negociações políticas. O Conselho de Direitos Humanos não é o Conselho de Segurança da ONU. O Brasil está politizando o fórum e negligenciando as vítimas de violações de direitos humanos", disse o diretor jurídico da Conectas, Oscar Vilhena. A Anistia Internacional também defende essa tese e pede uma mudança por parte do Brasil. Leia mais aqui.

Mais uma sobrinha de Sarney tem vaga criada por ato secreto

Por Adriano Ceolin
na Folha

Prima da governadora Roseana Sarney (MA), Maria do Carmo de Castro Macieira foi nomeada no Senado por meio de ato secreto. O documento determina o ingresso dela num cargo no gabinete ocupado pela própria Roseana, então senadora pelo PMDB do Maranhão.O gabinete era chefiado pela servidora Doris Marize Romariz Peixoto, a atual presidente da comissão de sindicância que investiga o uso de atos secretos no Senado desde 1995. Os outros integrantes são o diretor de Recursos Humanos, Ralph Campos, e o consultor-geral de Orçamento, Fábio Gondim.O ato de nomeação da prima de Roseana foi assinado pelo então diretor-geral da Casa, Agaciel da Silva Maia, que deixou o cargo em março por ter ocultado da Justiça casa avaliada em R$ 5 milhões.Maria do Carmo Macieira é prima de Roseana por parte da mãe, Marly, mulher do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O ato de sua nomeação consta do Boletim Administrativo do Pessoal Suplementar número 3264-S.O boletim foi editado em 29 de junho de 2005. Porém, só foi publicado na intranet da Casa por um arquivo de 14 de maio deste ano. Do boletim consta a nomeação de José Raimundo Ferreira Verde Filho também para o gabinete de Roseana.O ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi era o responsável pela edição dos boletins administrativos de pessoal. Ele também deixou o cargo em março deste ano, após a denúncia de que emprestou um apartamento funcional do Senado para os filhos. Leia mais aqui.

Ato secreto garante emprego no Senado a filha de aliado de Sarney

Por Leandro Colon, Rosa Costa e Rodrigo Rangel
no Estadão

Aspirante a modelo, a jovem Nathalie Rondeau foi nomeada em 26 de agosto de 2005, por meio de um ato secreto, para trabalhar no Conselho Editorial do Senado. Nathalie, 23 anos, é filha de Silas Rondeau, ex-ministro de Minas Energia, afilhado político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Com 13 livros publicados, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Sarney preside o Conselho Editorial desde 2002. Nesse período, como revelam cópias de atos secretos obtidos pelo Estado, Sarney conseguiu empregar pessoas de sua ligação, aumentar salários e multiplicar o número de cargos existentes no órgão.Quando Nathalie ganhou o emprego - com salário de R$ 2,5 mil -, o senador já comandava o órgão. A jovem entrou no Senado um mês e meio depois de Silas Rondeau ser indicado pelo próprio Sarney para assumir o Ministério de Minas e Energia. A assessoria de Sarney afirmou que a publicação referente à nomeação da jovem não foi publicada de forma transparente em 2005 "por erro técnico".Rondeau, no entanto, deixou o cargo em maio de 2007 após a acusação, sempre negada, de que recebera R$ 100 mil de propina da construtora Gautama, alvo da Operação Navalha da Polícia Federal. Nathalie, porém, permanece na folha de pagamento do Senado, segundo a assessoria de Sarney. A assessoria garantiu que ela cumpre expediente.Nos últimos anos, a jovem, cujo perfil no Orkut registra a participação em 352 comunidades de interesse, das quais nenhuma é dedicada à literatura, tem se destacado em desfiles de moda em Brasília, como o Capital Fashion Week. A nomeação sigilosa da filha de Rondeau no Conselho Editorial soma-se a outras designações, também secretas, que beneficiaram parentes, aliados ou conhecidos do presidente do Senado. Conforme o Estado revelou na semana passada, um boletim sigiloso serviu para nomear uma sobrinha de Sarney para um cargo em Campo Grande (MS), a 1.079 quilômetros de Brasília. Outro ato, desta vez público, serviu para dar emprego no gabinete do aliado Epitácio Cafeteira (PTB-MA) à ex-miss Brasília Rosângela Michels Gonçalves, mãe do neto do presidente do Senado. Leia mais aqui.

Meta do Luz para Todos em 2010 não deve ser atingida

Por Eduardo Scolese
na Folha

Um dos programas federais com maior apelo social e eleitoral, o Luz para Todos será concluído em 2010 sem universalizar o acesso à luz elétrica no país, como prometeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O programa tirou da exclusão elétrica 1,8 milhão de famílias entre 2004 e 2008 e, para o biênio 2009/2010, prevê o atendimento de 1,1 milhão de novos domicílios. Fora dessa meta, porém, restaram ao menos 168 mil famílias sem luz.Elas estão espalhadas por Amazonas, Bahia e Minas Gerais e somente poderão ser atendidas a partir de 2011, o que, na prática, tira do governo o discurso da "universalização". A sobra, segundo as distribuidoras e os comitês gestores do programa, está assim dividida: 37 mil famílias em Minas Gerais, 41 mil no Amazonas e 90 mil na Bahia.Lançado em 2003 pela então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, hoje na Casa Civil e o principal nome petista para a sucessão do presidente Lula, o programa tinha como meta inicial atender 2 milhões de famílias até 2008. Esse número, devido ao aumento da demanda, foi ampliado, em 2007, para quase 3 milhões de ligações.Incorporado como um dos selos sociais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Luz para Todos nasceu com data para terminar.Em dezembro de 2010, o programa será extinto e junto com ele acabam os subsídios para levar fios, tomadas, postes e lâmpadas aos pontos mais distantes e isolados, o que tornará mais complicada a situação das famílias fora da meta.Hoje a maior parte (aproximadamente 70%) do programa é financiada pelos próprios consumidores de energia elétrica, por meio de percentuais cobrados nas tarifas. O restante dos recursos vem dos governos estaduais e das distribuidoras de energia. Leia mais aqui.