sábado, 23 de maio de 2009

A culpa é do governo anterior, não é mesmo?

Por Letícia Sander
na Folha

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) incluiu um novo ingrediente à estratégia do governo de tachar o PSDB de inimigo da Petrobras ao sugerir, ontem, que a estatal "pode ter sido uma caixa-preta" entre 1997 e 2000 -durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, portanto-, ao contrário do que ocorre hoje. Ao retomar os trabalhos na Casa Civil após quase dois dias internada em São Paulo, Dilma classificou de "espantoso" o comportamento dos que levantam suspeição em torno da estatal, numa referência à oposição, que insistiu na criação de CPI para investigar a empresa. "Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta... pode ter sido uma caixa-preta em 97, 98, 99, 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta", afirmou ela. Para levantar a tese de que, na gestão Lula, a Petrobras seria mais transparente, a ministra citou o fato de a estatal estar submetida à lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 para garantir mecanismos de auditoria confiáveis nas empresas, sobretudo as grandes, que tem operações financeiras no exterior. Leia mais aqui.

Melhor uma governadora nas mãos

Por Igor Paulin
na Veja

A governadora gaúcha, Yeda Crusius, do PSDB, está conseguindo evitar que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instale uma CPI para apurar indícios, revelados por VEJA, de que sua campanha ao governo foi abastecida com recursos de caixa dois. Até sexta-feira da semana passada, só dezesseis deputados haviam assinado o requerimento da CPI – três a menos do que o necessário. É provável que a comissão jamais seja instalada. Não pelo apoio que a governadora angariou, mas porque é mais conveniente para muitos políticos do estado. Os partidos que a sustentam – e mesmo parte da oposição – preferem que Yeda se mantenha fragilizada no cargo. Assim, ela seria obrigada a apoiar um aliado à sua sucessão, em 2010. Tudo indica que esse candidato será o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, do PMDB. O cenário agrada ao PSDB nacional, que está mais preocupado em garantir o apoio do PMDB a seu candidato a presidente, o governador paulista José Serra.
Esses cálculos quase foram por terra na quinta-feira passada, depois que aliados mais afoitos de Yeda na Assembleia pediram o impeachment do vice-governador Paulo Feijó, do DEM. Feijó rompeu com a governadora ainda durante a campanha eleitoral de 2006 e é acusado de usar o cargo para celebrar um contrato entre uma de suas empresas e uma universidade local. O vice alega que a universidade é privada e, por esse motivo, não cometeu nenhuma irregularidade. O pedido de impeachment levou dois deputados ligados a Feijó a engrossar o coro a favor da CPI, e a comissão quase foi viabilizada. Para impedir a sua instalação, os assessores de Yeda pressionaram até prefeitos.
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Ela e os golpistas

Por Otávio Cabral e Alexandre Oltramari
na Veja

Desde a eleição do presidente Lula, em 2002, o PT trabalha com a meta explícita de se manter no poder por vinte anos. É uma aspiração justa e natural de um grupo que construiu uma história e se legitimou politicamente no Brasil. Antes de cair em desgraça no escândalo do mensalão, o candidato natural à sucessão de Lula era o ex-ministro José Dirceu. A segunda opção lógica recaiu sobre o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, também abatido na investigação sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Desde o ano passado, a opção vem sendo Dilma Rousseff, a gestora eficiente, gerente do governo e coordenadora das principais obras federais. Há um mês, porém, a ministra descobriu ser portadora de um câncer linfático. Como, ainda mais do que a natureza, a política abomina o vácuo, a quase certeza médica da cura total da ministra tem sido pouco para neutralizar os movimentos de busca de um novo candidato. Na semana passada, Dilma foi internada às pressas em São Paulo para tratar dos efeitos colaterais do tratamento quimioterápico a que se submete (veja o quadro). O apelo da ministra para que não misturassem sua saúde a questões políticas caiu no vazio. A notícia atiçou os aliados do governo, que, mais uma vez, se encarregaram de fundir as duas coisas, só que agora acoplando alternativas golpistas – como a de um terceiro mandato para Lula ou a simples prorrogação do atual mandato do presidente.
O deputado Jackson Barreto, do PMDB de Sergipe, que se diz amigo de Lula desde os tempos do sindicalismo, anunciou que vai apresentar na Câmara um projeto de emenda constitucional que prevê a realização de um plebiscito para que a população decida se Lula poderá concorrer a um terceiro mandato. O deputado Sandro Mabel, líder do PR, outro partido aliado do governo, apareceu com uma novidade de arrepiar: ele quer aprovar um projeto de sua autoria prevendo a prorrogação por mais dois anos dos mandatos do presidente, dos governadores, senadores, deputados federais e estaduais. A justificativa oficial é permitir a coincidência do calendário eleitoral em 2012. Até o fim da reeleição com a adoção de mandatos de cinco anos, o que daria mais um ano de Presidência para Lula, voltou a ser discutida como alternativa em reuniões de congressistas aliados do governo.
Em viagem oficial ao exterior, Lula tornou a afirmar que rejeita a proposta de um terceiro mandato: "Não discuto essa hipótese. Primeiro, porque não tem terceiro mandato. Segundo, porque Dilma está bem". É uma negativa protocolar, já que o assunto está sendo discutido inclusive por ministros e assessores próximos ao presidente. Na terça-feira, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, participou de um jantar com líderes do governo na Câmara no qual foi discutido abertamente o terceiro mandato. Na manhã seguinte, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, promoveu um café da manhã com ministros, deputados e senadores que teve o tema como um dos pontos do cardápio. Na noite de quarta-feira, em um jantar na casa do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, o partido decidiu abraçar a tese do terceiro mandato e acelerar a tramitação do projeto de Jackson Barreto, aquele amigo do presidente. "Lula diz que não quer, não vai se mexer publicamente, mas não desautoriza ninguém a defender o terceiro mandato. Se cair no colo dele, não vai reclamar", afirma um líder da base.
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"Quem quer demolir barracos?" por Diogo Mainardi

O barraco de Rubina Ali, na última semana, foi demolido por um trator. Isso aconteceu em Mumbai, Índia. Rubina Ali é uma das protagonistas de Quem Quer Ser um Milionário?. Tem 9 anos. A BBC mostrou imagens dela no meio dos escombros. Ela perguntou:
– Onde posso dormir hoje à noite?
Na semana anterior, o barraco de outro protagonista de Quem Quer Ser um Milionário?, Azharuddin Mohammed Ismail, de 10 anos, já fora demolido por um trator. A BBC mostrou imagens dele no meio dos escombros. Ele disse ter sentido medo e perguntou:
– Onde está minha galinha?
A imprensa internacional, nesses dois episódios, recriminou a prefeitura de Mumbai, os administradores da estrada de ferro, os policiais encarregados de desocupar os terrenos e os realizadores de Quem Quer Ser um Milionário?. Ninguém apoiou seus argumentos. Ninguém defendeu a medida de demolir os barracos. Se é assim, eu apoio seus argumentos. Eu defendo a medida de demolir barracos. Sou o Émile Zola dos tratores. Este é o meu "J’Accuse" em prol da Caterpillar. No embate de ideias, cada um tem o Dreyfus que merece.
A prefeitura de Mumbai planeja erguer um jardim público na área tomada pelo barraco de Azharuddin Mohammed Ismail, que é constantemente inundada por esgoto, em particular a partir de junho, durante a temporada de tempestades. Os administradores da estrada de ferro decidiram desobstruir o terreno adjacente aos trilhos, demolindo barracos como o de Rubina Ali, construídos perigosamente à sua margem. Os policiais encarregados de desocupar o barraco de Rubina Ali deram uma surra em seu pai, que recentemente foi acusado de tentar capitalizar o grande sucesso cinematográfico da filha vendendo-a a um estrangeiro, por 200 000 libras ester-linas. Os pais de Azharuddin Mohammed Ismail e Rubina Ali declararam que Quem Quer Ser um Milionário? rendeu-lhes, respectivamente, 1 700 e 500 libras, mas os realizadores do filme anunciaram que a cifra é bem maior, e que só poderá ser sacada quando seus intérpretes completarem 18 anos.
Sobre o jardim prometido pela prefeitura de Mumbai: creio que ele nunca sairá do papel. Sobre a estrada de ferro: ela logo será retomada pelos barracos. Sobre os policiais: eles batem também em inocentes. Sobre os realizadores de Quem Quer Ser um Milionário?: o dinheiro é deles, e eles podem gastá-lo como bem entenderem. Mesmo assim, entre uma sociedade que aceita demolir barracos, como a indiana, e uma sociedade que se recusa a demolir barracos, como a brasileira, a que aceita demolir barracos necessariamente acabará predominando. Cedo ou tarde, Rubina Ali terá onde dormir. Cedo ou tarde, Azharuddin Mohammed Ismail terá outra galinha.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Como sempre recuaram

Michel Temer já está aliviando a barra para seus coleguinhas. Sim, eles podem usar do nosso dinheiro para viagens internacionais. Quero saber qual deputado vai atravessar a fronteira e qual o motivo. Segundo a Mesa da Câmara que autorizou as viagens, o deputado terá que pedir permissão e justificar que tal viagem é de "interesse do mandato parlamentar". Vejamos quais cursos interessantes estarão acontecendo pelo mundo afora. Será que algum destes cursos poderia ensinar aos nossos parlamentares que dinheiro público não pode ser usado irregularmente?

Câmara recua sobre passagens

Por Denise Madueño
no Estadão

A Mesa da Câmara recuou e decidiu liberar as viagens internacionais dos deputados pagas pela Casa. A permissão foi incluída no ato da Mesa que criou a "supercota", a verba que unifica todos os benefícios para o exercício da atividade parlamentar, assinado ontem e que deverá ser publicado no Diário da Câmara de hoje. Em reação aos escândalos do uso de passagens aéreas para parentes, a Mesa baixou um ato em abril permitindo o uso dos recursos apenas no território nacional.O texto do novo ato estabelece que o deputado poderá usar a "supercota" para pagar passagem, hospedagem, alimentação, aluguel de carro e demais despesas com a viagem ao exterior, desde que autorizado previamente pelo terceiro secretário da Mesa, no caso de passagens, e pelo presidente da Casa. Para isso, terá de justificar a viagem como de "interesse do mandato parlamentar". Essa classificação não inclui as missões oficiais. Quando o deputado viaja representando a Casa, as despesas são por conta da Câmara e não da cota parlamentar. A "supercota" foi criada com a unificação das cotas de passagem aérea, postal e telefônica e a verba indenizatória, sem cortes no valor anterior. Por causa da inclusão da verba das passagens aéreas, a nova "supercota" varia conforme a distância do Estado de origem do parlamentar a Brasília. A maior será de R$ 34.258,50, para os deputados de Roraima, e a menor, de R$ 23.033,13, para a bancada do Distrito Federal. Leia mais aqui.

Empresa alvo de CPI teve mais 19 contratos com a Petrobras

Por Fábio Zanini, Lucas Ferraz e Rubens Valente
na Folha

Alvo da CPI dos Correios após a revelação de que havia presenteado o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, com um carro Land Rover, a empresa GDK, de Salvador (BA), foi contratada 19 vezes pela Petrobras após o término daquelas investigações, num total de R$ 584 milhões.Os contratos foram fechados entre 2007 e 2009. Para o mais alto, de R$ 199 milhões em novembro de 2007, a Petrobras dispensou a licitação. A estatal é agora alvo de uma CPI específica, criada pela oposição na semana passada no Senado.O carro de Silvio Pereira, avaliado em R$ 73,5 mil, foi doado em 2004 pelo dono da GDK, mas o fato só foi tornado público em 2005, no auge do escândalo do mensalão.Na época do presente, a GDK mantinha R$ 512 milhões em contratos com a Petrobras. O maior era a reforma da plataforma de exploração de petróleo P-34, no Espírito Santo.Em seu relatório final, a comissão do Congresso considerou a doação um "caso exemplar de tráfico de influência".O relatório da CPI descreveu as investigações realizadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre obras tocadas pela GDK para a Petrobras.Técnicos do tribunal detectaram irregularidades em contrato firmado entre a Petrobras Netherlands, subsidiária da estatal na Holanda, e a GDK, para a adaptação de uma planta da plataforma P-34, no campo de Jubarte (ES).O contrato, assinado em 2004 por US$ 88 milhões (hoje, R$ 176 milhões), poderia, segundo auditores do tribunal, ter sido firmado por um valor 35% mais baixo, ou US$ 64,8 milhões (R$ 129,6 milhões).Há indícios, segundo relatório do TCU, de irregularidades de US$ 23 milhões (cerca de R$ 46 milhões). O processo ainda não foi concluído. Leia mais aqui.

PT ocupa diretorias e gerências estratégicas na Petrobrás

Por João Domingos
no Estadão

Das 80 diretorias, gerências e assessorias graduadas da Petrobrás e suas subsidiárias, 17 foram entregues ao PT e a sindicalistas ligados ao partido, duas ao PMDB e duas ao PP. O restante é ocupado por funcionários de carreira. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, e a diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Silva Foster, foram nomeados pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo.No dia 6, o PT emplacou mais um militante na presidência da Petrobrás Biocombustível, a caçula das coligadas. Miguel Rossetto, ex-ministro de Desenvolvimento Agrário, substituiu Alan Kardec Pinto, que se aposentou.A Petrobrás Biocombustível deverá assumir gradativamente as operações de logística de etanol e biodiesel e quer administrar os futuros dutos e terminais portuários que serão construídos pela Petrobrás. A empresa planeja também entrar na área de distribuição, o que lhe permitiria negociar os contratos com os grandes consumidores no mercado doméstico e as tradings internacionais.O PT controla ainda a secretaria-geral da Petrobrás e as gerências de novos negócios, recursos humanos, comunicação institucional, exploração e produção corporativa. Tem a presidência da Petroquisa e a presidência da BR-Distribuidora. Leia mais aqui.

PMDB quer discutir com Lula ''plano B'' para a eleição de 2010

Por Christiane Samarco e Vera Rosa
no Estadão

O PMDB não aceita ficar totalmente "pendurado" no projeto da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff e quer que o governo articule um "plano B" para enfrentar as incertezas políticas provocadas pelo tratamento do câncer linfático a que se submete a chefe da Casa Civil. A cúpula do partido aguarda apenas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorne da viagem internacional, neste fim de semana, para cobrar uma alternativa a Dilma e regras que pacifiquem as disputas entre petistas e peemedebistas nos Estados. Leia mais aqui.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nome aos bois

Jackson Barreto (PMDB-SE) é mais um deputado que apóia Lula disputar um terceiro mandato nas eleições do ano que vem. A Folha online de hoje nos fala que ele disse que oposicionistas estariam apoiando a ideia. Mas só que ele parou aí. Barreto não falou os nomes dos oposicionistas que estariam dando corda para os petralhas e aliados abelhudos. Jackson Barreto falou que tem oposição pedindo Lula outra vez (mais uma vez). Bem que ele poderia dar o nome aos bois.

Peleguinhos em ação

Na Folha online

Participantes da manifestação realizada hoje no Rio contra a CPI da Petrobras criticaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). A passeata, que reuniu cerca de 3.000 pessoas, saiu da Candelária e terminou com um "abraço" dos manifestantes à sede da Petrobras, na avenida Chile (centro da cidade). Do alto de um caminhão de som, sindicalistas gritavam: "Sai seu tucano, sai ladrão. Larga a Petrobras, que é patrimônio da nação." Eles também gritavam: "sai José Serra".
Procurada pela reportagem, a assessoria de Serra informou que não se manifestaria sobre o protesto. A reportagem procura as lideranças do PSDB no Congresso para comentar as declarações dos manifestantes da passeata.
O diretor do Sindipetro-RJ (sindicato dos petroleiros do Rio) estava no caminhão de som, mas negou ser o autor da rima. Ele atribuiu a frase a um metalúrgico, a quem não quis identificar. "A letra [da rima] foi composta para esse ato. Incluímos ela [no protesto] porque o Serra é a continuação de Fernando Henrique Cardoso."
O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), também atacou os tucanos. "Sabemos o que foram os oito anos do governo FHC. É preciso que se diga que essa crise [financeira] é fruto da política neoliberal deles. E agora querem atingir a empresa símbolo de orgulho do país. Não vamos tolerar que ninguém jogue lama na Petrobras. Vamos ocupar as ruas do Brasil para protestar."
O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) usou as mesmas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à oposição, mais especificamente ao PSDB. "Essa CPI é irresponsável e antipatriota. Quer atingir a maior empresa do país, que precisa de credibilidade internacional. Se há fato concreto, vamos investigar através do Ministério Público e do Tribunal de Contas."
Soriano defendeu a mesma tese. "Não precisa de CPI porque temos a Polícia Federal e a Procuradoria, que podem fazer a investigação. Sugiro que investiguem então todas as multinacionais de petróleo."
Estudantes x petróleo
A presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Lúcia Stumpf, estava na passeata e criticou a CPI. "Repudio a CPI porque tem cunho político, vai contra os interesses do povo."
Ela disse que os estudantes "se mobilizam na defesa do Brasil e de um projeto de desenvolvimento nacional de sustentação para a educação que passa pela defesa do petróleo".
Comentário
Vamos começar pelo fim. A UNE contra uma CPI? Uau... Chegaram a me dizer que eu tinha algum problema com a UNE na faculdade porque sempre ataco-a aqui. Vejam o lulismo dela. Reparem no efeito de passar seis anos e meio mamando nas tetas do estado. Lula dá a bufunfa e a turminha da Lúcia Stumpf faz a defesa do governo nas ruas. Seria esta a voz das ruas tão falada pelos petralhas e defendida por Joaquim Barbosa? Quem diria a UNE contra uma CPI. O que a Senhorita Stumpf tem a nos dizer sobre Victor Martins? Será que ela sabe que ele é irmão de Franklin Martins?
Esta manifestação só confirma a tese que escrevo aqui desde a criação deste blog em outubro de 2007: estes "movimentos sociais" são controlados por Lula e o PT. É só o Apedeuta bater as mãozinhas que veremos a galera da CUT, da UNE, do MST, enfim, os "movimentos sociais" fazendo de tudo para tirar o governo da reta.
Para que relembrar o governo Fernando Henrique Cardoso? Ele privatizou várias estatais, não é mesmo? Os peleguinhos protestam porque não tem mais a Vale do Rio Doce para conseguir um emprego. Aliás, seria interessante voltar no tempo e ver quais parlamentares governistas da era FHC apoiaram as privatizações realizadas. Veremos que muita gente que apoiou o governo FHC apóia Lula.
Criticam José Serra? Por que? Só por que ele é o tucano que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições do ano que vem? Por que não Aécio Neves? Ah, já sei! Poupam o Aécio, né? Afinal, apoiar o PT nas eleições para a prefeitura de Belo Horizonte no ano passado deve estar rendendo algum dividendo para o mineiro.
Não vi essa galera reclamando do mensalão. Não vi essa galera reclamando de Renan Canalheiros. José Sarney chega à presidência do Senado sem a UNE fazer nenhum barulho. A UNE não foi contra a ditadura militar? Pois é, José Sarney é uma das últimas carcaças do regime autoritário.
Começam tentando abafar uma CPI. Não vai demorar muito e a Senhorita Stumpf vai pedir um terceiro mandato para Lula. É a voz das ruas? Não! É a voz pelega defendendo Lula e atacando seus adversários.

Ele nega, mas não proíbe

Lula disse que não vai disputar um terceiro mandato no ano que vem? É o que ele responde todas as vezes que perguntam a respeito. Por que será que Lula não proíbe seus aliados de lançarem esta proposta absurda de terceiro mandato? Ele vai deixando a coisa correr para ver como fica. Lula nega, mas não proíbe que seus aliados defendam o terceiro mandato. Antes era o PT que batia nesta tecla. Hoje é o PT e o PMDB. Amanhã serão PT, PMDB e mais quem?

Evo assina decreto que permite confiscar bens de opositores

Por Ruth Costas
no Estadão

O presidente boliviano, Evo Morales, aprovou ontem um decreto autorizando promotores e juízes a confiscar bens de acusados de "terrorismo, separatismo e crimes contra a segurança do Estado". A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, Juan Ramón Quintana, em La Paz. Pouco depois, Evo acrescentou que a medida pode ser aplicada a proprietários de meios de comunicação.O decreto foi aprovado num momento em que o governo acusa autoridades do departamento (Estado) opositor de Santa Cruz de envolvimento num complô para matar o presidente. A oposição denunciou a medida como uma tentativa de retaliar empresários, políticos e veículos da comunicação que criticam Evo ou defendem as autonomias departamentais - uma reivindicação antiga de Santa Cruz, recentemente adotada por Beni, Pando e Tarija. "A necessidade de proteger o governo contra complôs é só um pretexto para instaurar no país um regime autoritário e tirar da jogada importantes figuras da oposição antes das eleições (gerais de 6 de dezembro)", disse ao Estado o vice-presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Nicolás Rivera. "O Executivo não pode fixar penas nem condenar ninguém que seja apenas suspeito de um crime", criticou o opositor Oscar Ortiz, presidente do Senado boliviano, referindo-se ao fato de o decreto permitir que mesmo quem não foi condenado tenha seus bens congelados ou confiscados. Leia mais aqui.

Irã testa com sucesso novo míssil capaz de atingir Israel



Na Folha

Numa demonstração de força às vésperas da eleição presidencial de 12 de junho, o governo iraniano realizou ontem um bem-sucedido teste com um novo míssil capaz de atingir alvos a mais de 2.000 km.Os EUA confirmaram o lançamento e o alcance do foguete, mas disseram não saber onde aconteceu o disparo.Segundo a mídia oficial, o teste foi feito no deserto de Semnan (norte) momentos antes da visita à região do presidente e candidato à reeleição Mahmoud Ahmadinejad.A TV mostrou imagens de um foguete subindo no céu, deixando um rastro de fumaça.Em discurso a simpatizantes na Província de Semnan, Ahmadinejad disse que o míssil lançado é uma versão mais moderna e precisa do Sejil 1 (em persa, barro incandescente). Sem dar detalhes, o presidente afirmou que o foguete "alcançou seu alvo com precisão".Teerã explicou que o míssil foi batizado numa referência a um trecho do Corão, no qual pássaros enviados por Deus repelem um Exército invasor com pedras e argila quente.O Sejil 2 é movido a combustível sólido, o que permite que seja estocado durante anos sem ser detectado por radares.O alcance do míssil terra-terra Sejil 2 é quase igual ao de outros foguetes iranianos, como o Shahab 3, o que o torna capaz de atingir alvos em Israel e bases dos EUA no Oriente Médio.Ahmadinejad questiona o Holocausto e defende que Israel seja varrido do mapa, mas nunca disse que tomaria a iniciativa de atacar o país.Ontem, no entanto, ele ironizou as ameaças de bombardeio de Israel, dizendo que "não passam de jogo de cena".Os israelenses, que atualmente são a única potência nuclear do Oriente Médio, temem que Teerã queira equipar seus mísseis com bombas atômicas fabricadas nas suas centrais de enriquecimento de urânio.O Irã diz que sua força militar é defensiva e que seu programa nuclear visa produzir energia, não ogivas atômicas.A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, advertiu ontem sobre a possibilidade de uma corrida armamentista "se o mundo permitir que o Irã tenha arma nuclear".O teste com míssil complica a equação geopolítica em que Ahmadinejad está inserido.Alguns analistas afirmam que a manobra está voltada para o consumo doméstico, como parte da campanha eleitoral. Mas a medida pode desagradar aos iranianos que defendem uma posição mais conciliadora.Outros especialistas sustentam que a medida é um aviso ao presidente Barack Obama, que busca apaziguar as relações com o Irã, com quem os EUA estão rompidos desde 1980.Teerã, que vinha respondendo aos acenos com sinais positivos, não gostou do que o americano disse na segunda ao receber o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.Numa tentativa de apaziguar Netanyahu, Obama afirmou que "não vai conversar para sempre" com Teerã sobre o programa nuclear iraniano e disse esperar que sua política de aproximação diplomática dê frutos até o fim deste ano. Netanyahu agradeceu Obama por "manter todas as opções sobre a mesa" -o que incluiria um ataque ao Irã.O analista Alex Vatanka, da revista militar "Jane's", minimizou o lançamento. "O Irã já tinha capacidade de atingir Israel havia mais de dez anos."

Lula descarta tese do 3º mandato, mas aliados se movimentam no Congresso

Por Cláudia Trevisan e João Domingos
no Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou enfaticamente ontem em Pequim a possibilidade de disputar um terceiro mandato, diante da eventual inviabilidade da candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por conta de seu estado de saúde. "Eu não discuto essa hipótese. Primeiro, porque não tem terceiro mandato e, segundo, porque a Dilma está bem", afirmou Lula pela manhã, pouco antes de deixar a China rumo à Turquia.Lula disse que conversou ontem à noite com o médico da ministra, Roberto Kalil, e foi informado de que as dores haviam passado. "Foi uma reação à quimioterapia e os médicos disseram que não tem nenhum problema", observou. "A Dilma vai fazer a quimioterapia dela, mas ela está totalmente curada. Não tem problema."A ministra foi internada na madrugada de terça-feira no Hospital Sírio Libanês em São Paulo com fortes dores na perna, efeito colateral da quimioterapia a que ela se submete. Dilma teve alta ontem, mas deve reduzir seu ritmo de trabalho. Mesmo com as declarações enfáticas de Lula em Pequim, em Brasília, a parte da base aliada ao Planalto que defende mais uma reeleição para o presidente não se desarmou no Congresso. O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) continuou ontem a coletar assinaturas para sua proposta de emenda constitucional, que se aprovada possibilitará a Lula a sexta candidatura consecutiva desde o fim da ditadura militar."Já tenho 178 assinaturas de apoio ao projeto e um monte de gente querendo aderir", disse Barreto, que pretende apresentar a proposta no fim do mês. Já o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) informou que não mais apresentará seu projeto de convocação de plebiscito para a população decidir se quer ou não um terceiro mandato para Lula. "Ele me desautorizou a continuar. Então, não existe mais nenhum projeto Devanir Ribeiro." Leia mais aqui.

Petrobras é caixa-preta até para o governo

Por Valdo Cruz e Fábio Zanini
na Folha

Apesar de ser contra a CPI da Petrobras, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva faz nos bastidores a mesma crítica que a oposição dispara em público: a estatal é uma caixa-preta e segura informações consideradas confidenciais e estratégicas.A diferença é que, para a oposição, a caixa-preta da Petrobras é muito maior que para o governo. Enquanto no Planalto as queixas se voltam contra o acesso a dados sobre pesquisas e alguns negócios, na oposição a reclamação é bem mais ampla, por não conseguir saber nem para quem é destinada a verba de patrocínio cultural.Mesmo nomeando o presidente da estatal e seus diretores, a cúpula do Planalto se queixa de não ter livre acesso a determinados dados da empresa. Auxiliares de Lula costumam classificar técnicos da estatal de arrogantes, corporativos e de pensarem apenas na empresa, não no país.Esse foi um dos motivos que levaram o governo a decidir não entregar para a Petrobras a exploração de toda a reserva do pré-sal, como defende a estatal. Oficialmente, contudo, a ordem é evitar críticas à empresa e tentar evitar a CPI no Senado.Os tucanos têm insistido que a Petrobras precisa ser investigada porque tem sido utilizada politicamente no governo Lula, que dividiu suas diretorias com os partidos aliados. Além do PT, que comanda a presidência e três diretorias, PP, PTB e PMDB também apadrinharam a indicação de diretores.A Petrobras é muito criticada pela oposição e pelo TCU (Tribunal de Contas da União) por não responder a boa parte dos requerimentos encaminhados à empresa, o que só fez crescer sua fama de caixa-preta. Leia mais aqui.

Empresa acusada de fraude tem contratos com Petrobras

Por Fábio Zanini, Lucas Ferras e Sérgio Torres
na Folha

Acusada de integrar esquema de fraudes em licitações da Petrobras pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, a Iesa Óleo e Gás mantém pelo menos um contrato milionário com a estatal, firmado após o surgimento das denúncias. A Iesa também ganhou a concorrência para a construção da plataforma petrolífera P-63.Especializada em construção e reparo de plataformas, a empresa assinou em julho de 2008 um contrato de cinco anos no valor de R$ 190 milhões com a Petrobras, mesmo tendo dois diretores respondendo a processo criminal em conexão com a operação da PF.Já a licitação foi vencida em dezembro do ano passado pelo consórcio Quip S/A, do qual a Iesa faz parte, com a proposta de US$ 1,65 bilhão para a construção da plataforma.A Operação Águas Profundas, de 2007, é um dos fatos usados como argumento para a criação na semana passada da CPI da Petrobras, no Senado.Na época, a Iesa foi acusada de comprar dados privilegiados de outra empresa, a Angraporto, para ter mais chances de vencer concorrências. A Angraporto, por sua vez, teria pago propina a funcionários da estatal, segundo a acusação.A PF e o Ministério Público apontaram que isso ocorreu ao menos em um caso: a licitação, em 2006, para reforma da plataforma P-14. A Iesa reconheceu ter pago R$ 3,5 milhões à Angraporto para ter informações sobre a concorrência, mas nega que funcionários da estatal tenham sido corrompidos. Leia mais aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Muita coisa debaixo do tapete

Talvez seja a primeira vez que o governo Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, tenha obtido alto índice de aprovação numa pesquisa. O Diário da Manhã de hoje publica uma matéria a respeito. O governo goiano tem 69% de aprovação.
Quem diria, hein? Cidinho tendo alto índice de aprovação. Claro, depois que toda a sujeira foi jogada para debaixo do tapete. Depois que a nossa gloriosa imprensa parou de cobrar a origem do endividamento que fez o governador decretar uma reforma administrativa. Querem ver que, a partir de agora, Cidinho será o grande articulador para as eleições estaduais do ano que vem? Nada como uma boa maquiada para melhorar os índices de aprovação de um governo. Cidinho deve ter aprendido isso com seu antecessor Marconi Perillo.

Polícia Legislativa do Senado indicia ex-diretor Zoghbi

Na Folha

A Polícia Legislativa do Senado indiciou ontem o ex-diretor de Recursos Humanos da Casa João Carlos Zoghbi por crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção passiva. Ou seja, segundo a polícia, foram encontrados indícios de seu envolvimento com irregularidades -sobre a concessão de empréstimo consignado a servidores- praticadas em sua gestão.Zoghbi disse à revista "Época" que usou o nome da ex-babá Maria Izabel Gomes para ocultar os filhos como proprietários da Contact, empresa que operava no Senado.Segundo seu advogado, "ele não tem relação com essa empresa".

Mesa unifica despesas, mas não reduz valor

Na Folha

A Câmara anunciou a unificação das verbas de passagens, correio, telefone, além da verba indenizatória (para manutenção de escritórios nos Estados). O "cotão", que deve entrar em vigor em julho, não representará nenhum corte no valor dos benefícios dos congressistas.Conforme a Folha revelou na semana passada, a cota única vai variar de acordo com o Estado de origem do deputado, em razão do valor da tarifa de avião. Aqueles de Brasília receberão por mês, além do salário, R$ 23 mil; os de Roraima, R$ 34,2 mil. O ato deve ser assinado hoje pela Mesa Diretora, sem passar pelo plenário.Os valores são a soma das cotas postal e telefônica (R$ 4.200), da verba indenizatória (R$ 15 mil) e da cota aérea. Líderes têm direito a um valor maior, devido às cotas extras postal e telefônica.O "cotão" será cumulativo durante os meses, perdendo a validade de um ano para o outro. A prestação de contas terá de ser feita de três em três meses e a ideia é divulgar os gastos na internet.A Casa anunciou que vai reduzir gastos em cerca de R$ 291 milhões neste ano -R$ 200 milhões previstos para investimentos, R$ 61,5 milhões com despesas correntes e R$ 28,7 milhões com pessoal.Pelas novas regras, um deputado pode, por exemplo, usar toda a cota com aluguel de jatinhos. Só as restrições que já existem hoje, como o gasto mensal máximo de R$ 4.500 com gasolina e segurança e a proibição de viagem para parentes, estão mantidas. A redução já anunciada de 20% no valor da cota aérea também permanece.

PMDB usará CPI da Petrobrás no Senado para pressionar governo

Por Christiane Samarco e Eugênia Lopes
no Estadão

Com a CPI da Petrobrás instalada, o PMDB deu ontem sinais de independência em relação ao Palácio do Planalto. Com 3 senadores entre os 11 titulares, o partido será fiel da balança na comissão. Diante da vontade do PT em tratorar a oposição e domar as investigações, o PMDB quer que a comissão funcione como instrumento de barganha com o governo. Ontem, um racha na base governista impediu os partidos aliados de indicar seus representantes na comissão aberta para investigar supostas irregularidades na estatal e na Agência Nacional de Petróleo (ANP).Além de uma briga entre o PMDB do líder Renan Calheiros (AL) e o PT comandado pelo senador Aloizio Mercadante (SP), a base aliada também não consegue se entender em torno de uma estratégia para conduzir a comissão. Setores expressivos do PT e do governo apontam para a tática do rolo compressor, enquanto peemedebistas dizem rejeitar a ideia de uma CPI chapa-branca, com governistas na presidência e na relatoria.Com tantos problemas, a definição deve se arrastar até a próxima semana. Se prevalecer a tese do PMDB, o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) tem boas chances de ser eleito presidente da comissão. "O nome dele é palatável. Precisamos de tempo para conversar e baixar a temperatura", confirmou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). A boa vontade do PMDB em dividir o comando da CPI com a oposição tem um limite. Os tucanos, que radicalizaram para forçar a abertura do inquérito, terão de ficar fora da presidência. Da relatoria, o governo não abre mão. Leia mais aqui.

Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos

Por Rubens Valente
na Folha

Amparada por um decreto presidencial de 1998 e por decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a Petrobras fechou contratos sem licitação de cerca de R$ 47 bilhões desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo levantamento feito pela Folha em dados tornados públicos pela petroleira.O valor refere-se à área de serviços prestados à companhia, que compreende amplo leque de atividades, como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros.Os valores contratados sem licitação corresponderam a 36,4% do total de R$ 129 bilhões gastos pela petroleira em serviços entre janeiro de 2003 e abril de 2009.A prática antecede a atual administração. Somente entre 2001 e 2002, no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), a Petrobras contratou cerca de R$ 25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.Os números de 2001 e 2002, como apontou, em 2007, assessoria da atual gestão da companhia, não são comparáveis com a média dos anos Lula porque aquele período é marcado pelo "apagão" sofrido no país, o que obrigou a companhia a fazer gastos ainda maiores à margem da Lei de Licitações, como a compra de termelétricas.A principal medida adotada pela Petrobras para não aplicar a Lei de Licitações (a 8.666/93) é considerar inexegível o processo licitatório. Dessa forma foram fechados contratos de aproximadamente R$ 22 bilhões desde janeiro de 2003.Em outros contratos que somaram R$ 16 bilhões no mesmo período, a Petrobras dispensou a licitação com base no decreto lei 2.745/98, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Leia mais aqui.

Companheiros em ação

No Estadão

Para carimbar a oposição como "privatista", o PT vai se engajar em uma série de atos públicos em defesa da estatal e contra "desvios" na condução da CPI aberta no Senado para investigar a empresa. A primeira manifestação acontecerá amanhã no Rio, com passeata e um "abraço" no edifício-sede da empresa. Segundo o deputado petista Luiz Sérgio (PT-RJ), a expectativa é reunir cerca de 2 mil manifestantes. A organização está a cargo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de sindicatos de petroleiros e do MST.O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), confirmou a presença de alguns parlamentares petistas na manifestação de amanhã, mas negou que o partido seja organizador do protesto. "Não é uma ação do PT, é uma ação da sociedade", afirmou. Ontem, em Pequim, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, voltou a demonstrar preocupação com o impacto das investigações sobre a imagem da companhia. "A reputação de uma empresa como a Petrobrás é algo que preocupa os empregados, os acionistas, os fornecedores", afirmou Gabrielli, após evento em que anunciou a captação de financiamento de US$ 10 bilhões junto ao Banco de Desenvolvimento da China. Ele reforçou que a empresa estará disponível para prestar esclarecimentos à CPI. Em evento no Rio, a diretora da área de Gás e Energia da Petrobrás, Maria das Graças Foster, afirmou que não houve alterações na rotina da estatal em virtude da CPI. "É fundamental que a gente não deixe atrasar nada ou altere nossa rotina. Temos compromissos comerciais muito grandes e compromissos também com a sociedade."

terça-feira, 19 de maio de 2009

O petralhismo vai voltar no tempo

Por Márcio Falcão
na Folha

A cúpula do governo reuniu os líderes aliados nesta terça-feira para afinar o discurso em torno da CPI da Petrobras. No encontro, que durou mais de três horas, os governistas decidiram tirar proveito da comissão de inquérito. A ideia é desgastar a oposição. Para isso, os líderes governistas reforçaram os sinais de que o governo e seus aliados vão ficar com a presidência e relatoria da CPI.
"Nós queremos aprofundar [na CPI] o papel da Petrobras e colocar em discussão o papel do novo marco regulatório do petróleo", disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) reforçou as declarações do petista. "Essa CPI vai ser importante até para a sociedade conhecer melhor a Petrobras", afirmou.
Ficou definido que os partidos governistas vão fechar na quinta-feira a lista dos integrantes da CPI. Segundo o do líder do PT, o governo Lula, ao contrário do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sempre buscou entendimento com a oposição sobre os cargos de comando de CPIs, mas este não seria o momento para acordo.
"No passado, não existia entendimento em torno da presidência e da relatoria. Nós, no governo Lula, fizemos acordos sobre a presidência e relatoria, mas há momento do sim e há momento do não [ceder espaço]. Mas isso também só vai ser decidido após a indicação dos integrantes", afirmou.
Apesar de voltar a criticar a oposição -- argumentando que o PSDB quebrou o acordo fechado pelo colégio de líderes do Senado que tinha suspendido a instalação da CPI até que o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, prestasse esclarecimentos no plenário do Senado--, Mercadante disse que há espaço para diálogo. "Eles quebraram um acordo com o colégio de líderes, um acordo de procedimento, mas sempre podemos conversar", disse.
Comentário
Querem ver que os petralhas vão voltar no tempo e falar sobre a Petrobras na época de Fernando Henrique Cardoso? Vamos analisar a Petrobras desde Getúlio Vargas? Que tal?

Corre, Franklin, corre

O petismo está com medo da CPI da Petrobras. Quem deve estar com medo é Franklin Martins, ministro da Verdade de Lula. O irmão dele está enrolado. Segue abaixo a coluna do Diogo Mainardi que saiu na Veja do dia 08 de abril:

A Operação Royalties

Victor Martins está sendo investigado pela Polícia Federal. Num relatório interno, sigiloso, ele é tratado como suspeito de comandar um esquema de desvio de 1,3 bilhão de reais da Petrobras.

Quem é Victor Martins? Já tratei dele alguns anos atrás. Talvez alguém ainda se lembre. Ele é diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É também irmão do ministro da Propaganda de Lula, Franklin Martins.

Vamos lá. Ponto por ponto. Em meados de 2007, a PF prendeu treze pessoas na Operação Águas Profundas. Elas eram acusadas de fraudar e superfaturar contratos com a Petrobras. Durante as investigações, os agentes da polícia fazendária do Rio de Janeiro descobriram outro esquema fraudulento, envolvendo empresas de consultoria, prefeituras e a ANP. Segundo a denúncia, tratava-se de um esquema de desvio de dinheiro de royalties do petróleo. A PF abriu uma nova investigação, batizada de Operação Royalties.

Nos primeiros meses de 2008, o delegado responsável pela Operação Royalties preparou um relatório sobre o resultado de suas investigações. O que tenho na minha frente, no computador, é justamente isto: a cópia integral desse relatório.

De acordo com os dados recolhidos pelos agentes da PF, Victor Martins, apesar de ser diretor da ANP, continuaria a se ocupar dos interesses da Análise Consultoria e Desenvolvimento, empresa da qual ele seria sócio com sua mulher, Josenia Bourguignon Seabra. Victor Martins se valeria de seu cargo para direcionar os pareceres da ANP sobre a concessão de royalties do petróleo, favorecendo as prefeituras que aceitassem contratar os préstimos de sua empresa de consultoria. Num episódio descrito pela PF – e reproduzo o trecho mais escandaloso do relatório –, Victor Martins "estaria ajeitando uma cobrança de royalties da Petrobras, no valor de R$ 1 300 000 000,00 (um bilhão e trezentos milhões de reais), através da Análise Consultoria, e teria uma comissão de R$ 260 000 000,00 (duzentos e sessenta milhões de reais), a título de honorários".

O relatório da PF, com todos os detalhes sobre o esquema e o nome dos supostos cúmplices de Victor Martins na ANP, foi apresentado a Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF. O que aconteceu depois disso? Primeiro: a Operação Royalties, que estava a um passo de ser deflagrada, com as primeiras prisões, foi posta de molho. Segundo: o delegado que dirigia as investigações foi transferido. Terceiro: o chefe da polícia fazendária do Rio de Janeiro foi trocado. Quarto: o superintendente da PF carioca, Valdinho Jacinto Caetano, foi promovido ao cargo de corregedor-geral, em Brasília.

É bom lembrar: Victor Martins só está sendo investigado pela PF. Ninguém o acusou judicialmente. Ninguém o condenou. Mas os parlamentares do PSDB e do DEM passaram a semana fazendo de conta que instituiriam uma CPI da Petrobras. O motivo: segundo eles, a PF abafaria as denúncias contra petistas e membros do governo, como na Operação Castelo de Areia. Se é assim, a Operação Royalties parece confirmar essa tese. CPI da Petrobras. Já.


Corre, Franklin Martins, corre! Corre para socorrer seu irmão que está enrolado. E Franklin já está correndo. Ataca com terror, com a sempre pelega CUT e os petralhas de plantão.

O que o PT falava sobre CPI em 2001

A Folha de São Paulo do dia 02 de maio de 2001 trazia a seguinte reportagem:

As principais lideranças petistas afirmaram ontem, durante as comemorações de 1º de Maio, que o presidente Fernando Henrique Cardoso não tem como deter a instalação da CPI da corrupção.

Até então, a oposição vinha mostrando-se receosa quanto ao uso de uma operação abafa por parte do Palácio do Planalto.

"Acredito que o bom senso indica que o presidente não deva tentar controlar ou evitar a instalação da CPI", disse Luiz Inácio Lula da Silva. Para o presidente do PT, deputado federal José Dirceu, a prova de que o governo não tem mais como deter a CPI é a adesão cada vez maior de deputados.

A oposição diz já ter 181 assinaturas. São necessárias 171. "A margem de manobra está pequena. A crise cresceu, e eles perderam o controle", disse o deputado federal José Genoino.

Hoje, os petralhas falam que CPI é desespero da oposição. Será que Lula, José Dirceu e José Genoino estavam desesperados no dia 01 de maio de 2001?

"Quem deve não teme", não é mesmo?

O petismo já começou a tocar o terror para evitar a criação da CPI da Petrobras. Quem diria petistas tentando barrar CPI. Quando eram oposicionistas sempre queriam criar CPI's para incomodar o governo.
Vai ver, quando o PT era oposição, não tinham nenhum amor pela pátria.
Vai ver, quando o PT era da oposição, as CPI's que eles pediam eram um gesto de desespero.

Aécio vice? Como assim?

Não comentei a possível aliança de José Serra com Aécio Neves para as eleições do ano que vem. Comento agora. Achei muito estranha esta história. Aécio era o que mais queria prévias, o que mais queria ser o candidato do PSDB para a presidência e, de uma hora para outra, decide abrir mão da vaga e ser vice na chapa de Serra. Aécio estava serelepe demais.

Usando o terror outra vez

Lá vem os petistas com a história de que o PSDB quer privatizar a Petrobras. Em 2006 eles usaram esta mesma história. Usam do terror para atacar seus adversários. Na campanha presidencial passada os tucanos não deram conta de responder aos ataques infames dos petralhas. E agora? Será que aprenderam a lição? Os petralhas mostram que assustar é bom, desde que favoreça o seu lado.
Mas vocês acham que os petralhas defendem a Petrobras assim por causa do amor por estêpaiz? Que nada! Eles querem manter os cargos que seus paus-mandado ocupam e os beneficiam.

Sob suspeita, obra da nova sede do TRF em Brasília é cancelada

Por Alan Gripp
na Folha

Um acordo costurado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) cancelou a mais polêmica obra do Poder Judiciário em andamento: a construção da nova sede, em Brasília, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) diz que o empreendimento tem sobrepreço (valor não pago) de R$ 33 milhões e superfaturamento (já pago) de R$ 2,4 milhões.O edifício estava orçado em R$ 477,8 milhões (R$ 100 milhões a mais que o custo do estádio do Engenhão, no Rio).As primeiras suspeitas foram reveladas pela Folha em 2007. Projetada pelo escritório de Oscar Niemeyer, a obra, em fase inicial, teve licitação e contrato anulados por um termo assinado, na semana passada, pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes; pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza; e pelo presidente do TRF, Jirair Aram Megueriam.No termo, o tribunal se compromete a fazer, em 60 dias, novos estudos técnicos e licitação mais econômicos. Caso contrário, o Ministério Público Federal fica "autorizado a executá-lo [o TRF] judicialmente".A obra era tocada pelas construtoras Via Engenharia, OAS e Camargo Corrêa. Em nota, o consórcio informou que foi notificado e que "está analisando as implicações jurídicas". O TRF não se pronunciou. Leia mais aqui.

Serra responsabiliza PT por debate eleitoral antecipado

Por Silvia Amorim
no Estadão

Na liderança das pesquisas para a disputa à Presidência da República em 2010, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou ontem o governo federal e o PT pela antecipação do debate eleitoral. O tucano tem criticado frequentemente a discussão do tema, faltando mais de um ano para a eleição. Serra defendeu o PSDB. "O PSDB não está (antecipando a campanha eleitoral). Eu posso garantir", disse. "Se alguém antecipou o processo eleitoral do ano que vem é do lado do governo e do PT. Isso não tem a menor dúvida."O paulista é hoje o principal nome para a corrida presidencial no ano que vem. No PSDB ele disputa com o governador de Minas, Aécio Neves, a vaga de candidato. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff é a mais cotada para disputar a sucessão.Desde o início do ano Serra tem manifestado um descontentamento com o debate antecipado sobre 2010. Em fevereiro, num encontro com lideranças do PSDB no Paraná, ele já havia responsabilizado o PT e o governo federal pela movimentação pré-eleitoral. Um mês depois, quando o Brasil começou a sofrer mais duramente os efeitos da crise econômica, ele voltou a criticar. Classificou de "prematura" a discussão e disse que ela trazia prejuízos ao País. Leia mais aqui.

Deputado deve propor emenda do 3º mandato até o fim do mês

Por Fábio Zanini
na Folha

O deputado federal Jackson Barreto (PMDB-SE) quer apresentar até o fim do mês a proposta de emenda constitucional para que o presidente Lula concorra a nova reeleição.A emenda prevê a realização de um referendo em setembro, para valer já para a eleição de 2010, como revelou anteontem a Folha. Barreto já tem o mínimo de 171 assinaturas de deputados (16 delas dos oposicionistas do PSDB, DEM e PPS) para protocolar a proposta, que prevê duas reeleições para presidente, governador e prefeito."Pretendo entrar com a emenda até o final do mês", disse Barreto. Ele corre contra o tempo: a emenda teria menos de seis meses para ser aprovada na Câmara e Senado, o que faz com que a ideia seja vista com ceticismo no Congresso."Estou expressando o que eu sinto no Nordeste. O Nordeste se sente prestigiado, a população se sente cidadã em razão das políticas públicas do governo Lula", afirmou o deputado.A emenda será a primeira tratando especificamente de um terceiro mandato para 2010. No ano passado, o petista Devanir Ribeiro (SP) ameaçou fazer o mesmo, mas foi dissuadido pelo Palácio do Planalto. Leia mais aqui.

Terrorismo petralha

Na Folha

Sob a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo partiu ontem para o ataque contra os tucanos, classificando a criação da CPI da Petrobras de tentativa de "desmoralização da empresa para privatizá-la" a até um ato de "extrema violência", que leva insegurança ao mercado.Numa reedição da estratégia utilizada durante a campanha da reeleição, quando Lula derrotou o tucano Geraldo Alckmin, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o PSDB tem interesse em instalar a investigação para "desmoralizar" a Petrobras e, assim, prepará-la para privatização.Já o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), além de dizer que a CPI é uma "coisa de extrema violência", afirmou que poderá haver "grande estrépito" não só no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa, podendo "assustar os investidores". "Acho que haverá prejuízos para a empresa e o país."Nessa mesma linha, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a CPI pode "atrapalhar a empresa e provocar volatilidade no mercado". A criação da CPI não teve efeito aparente ontem nas ações da estatal, que subiram 4,8%, movimento próximo ao do Ibovespa (5,01%).Os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Carlos Lupi (Trabalho) também fizeram críticas à oposição, numa ação coordenada para colar no PSDB uma imagem contrária à Petrobras e, com isso, isolar o partido na tentativa de investigar a estatal.Esse movimento já era esperado pelos tucanos, que discutiram reservadamente uma estratégia para se contrapor à ofensiva. Na avaliação da cúpula do PSDB, o partido terá de mostrar que deseja uma investigação responsável para tornar a empresa mais transparente. Leia mais aqui.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lula já está metendo o focinho no próximo governo

Vejam vocês a tática lulista. O homi já quer estender o PAC para além de 2010. Vejam a reportagem abaixo deste post. Lula mete o focinho onde não é chamado. Seria uma proposta golpista? Que isso, né? É apenas Lula querendo se meter aonde não é chamado.

Lula prepara um novo PAC como herança para sucessor

Por Andrei Netto
no Estadão

Embora enfrente dificuldades para implementar os investimentos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em fase de implantação há dois anos, o governo federal já trabalha na definição de um novo PAC, desta vez prevendo obras para o período entre 2011 a 2015. O elaboração do programa, que será executado - ou não - pelo próximo chefe de Estado, foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, em Riade, no segundo dia de sua visita à Arábia Saudita. Lula havia mencionado a intenção de criar um PAC 2011-2015 há uma semana, durante viagem a Campo Grande (MS). Ontem, voltou a falar sobre o assunto, afirmando que o programa poderá poupar dois anos de trabalho de seu sucessor. "Quando chegamos ao governo, detectamos que não tínhamos projetos na prateleira", justificou.Segundo o presidente, em razão da "fiscalização muito rígida" e de trâmites burocráticos, como a elaboração de projetos básico e executivo, pedidos de licença prévia, licitação e demandas judiciais, um mandato de quatro anos não é suficiente para, por exemplo, construir uma usina hidrelétrica. Segundo Lula, a responsabilidade pelo excesso de entraves "não é culpa de ninguém, é culpa do Congresso Nacional", disse, incluindo-se entre os responsáveis. O futuro PAC terá os mesmos moldes do atual e preverá obras em infraestrutura. Leia mais aqui.

Por vagas em 2010, oposição modera ataques ao governo

Por Vera Magalhães
na Folha

Diante de um cenário de reeleição incerto em 2010, os principais expoentes de PSDB e DEM no Senado passaram a moderar as críticas pessoais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos programas sociais do governo, sobretudo em discursos e entrevistas em suas bases.A cautela é maior entre os políticos do Norte e do Nordeste, onde Lula ultrapassa 70% de aprovação. Dois fatos recentes acenderam a luz amarela: a virulência com que os lulistas se voltaram contra Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) por críticas ao Bolsa Família e o tom exaltado da propaganda do PPS sobre as mexidas na poupança.O PSDB contratou o Instituto Análise para fazer pesquisas mensais com o eleitor sobre o governo. Os resultados mostram que a imagem pessoal positiva do presidente é o grande lastro da aprovação ao governo; e a paternidade dos programas sociais é totalmente atribuída à gestão petista. A ordem, a partir daí, é não centrar a crítica em Lula e tentar "recontar a história" das políticas sociais que desaguaram no Bolsa Família.A diretriz foi pautada pelos elogios do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), um dos que correm risco de não se reeleger, em seminário do partido na semana passada, em João Pessoa."Não venham dizer que somos contra ou não queremos continuar com o Bolsa Família. O programa nasceu no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, se formos governo, e deveremos sê-lo, vamos ampliá-lo." Guerra disse que não é o caso de discutir "quem é o pai dos programas". Leia mais aqui.

PSDB aceita ouvir Gabrielli, mas descarta abortar CPI da Petrobrás

Por Christiane Samarco e Tânia Monteiro
no Estadão

O PSDB não se opõe a ouvir a Petrobrás, mas os seus líderes disseram ontem que o depoimento do presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, não será "moeda de troca" para impedir a instalação da CPI destinada a investigar supostas irregularidades na estatal de petróleo."Não tapo meus ouvidos para ninguém, mas uma coisa não invalida a outra", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), ao lembrar que a existência da CPI não está em jogo, porque a decisão de instalar a comissão já foi tomada. "Ouvi-lo antes ou depois não faz diferença, desde que a CPI seja instalada e caminhe", concorda o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). O depoimento ainda não tem data para acontecer.Nem o Palácio do Planalto contesta mais o fato consumado da CPI, a partir da leitura do requerimento, feito na sexta-feira passada, pedindo a abertura da investigação. O requerimento tem agora 30 assinaturas de senadores - três a mais do que as 27 que o regimento pede.O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, admite até que os tucanos "estão no direito deles", mas pondera: "Se não vai adiantar nada, não tem sentido ele (Gabrielli) ir ao Congresso. Só faz sentido ir se isto puder resolver o problema de instalar a CPI". Múcio insiste que o presidente da estatal está disposto a esclarecer "o que for preciso", justamente para evitar a CPI.A oposição aproveitou o confronto entre a Petrobrás e a Receita Federal por conta de compensações fiscais que renderam R$ 4 bilhões à estatal para aprovar a comissão. Leia mais aqui.

CPI pode servir para desviar foco sobre o Senado, diz Lula

Por Marcelo Ninio
na Folha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que por trás da instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Petrobras podem estar uma tentativa de desviar o foco de denúncias no Senado ou interesses eleitorais "menores".Em entrevista coletiva em Riad, na Arábia Saudita, Lula voltou a criticar os senadores que apoiaram a CPI criada, na sexta, para investigar supostas irregularidades cometidas pela Petrobras e pela ANP (Agência Nacional do Petróleo)."Eu não sei o que está por trás disso. Talvez alguns dos que assinaram [o requerimento] estavam querendo tirar das suas costas todo esse debate que a imprensa está fazendo sobre o Senado. Outros, possivelmente, estejam preocupados com o processo eleitoral de 2010", disse o presidente.O Congresso enfrenta, desde o início do ano, uma sucessão de escândalos, como mau uso de verbas públicas, excesso de gastos, falta de transparência na prestação de contas, uso de funcionários fantasmas ou desvios de função nos gabinetes.Em pelo menos um episódio (deputados que usaram cotas de passagem aérea para beneficiar terceiros), o presidente Lula defendeu publicamente o Congresso, chamando de "hipocrisia" o tratamento dado pela imprensa ao caso.Lula abriu a entrevista de ontem, que encerrou sua visita -a primeira de um chefe de Estado brasileiro à Arábia Saudita-, pedindo aos jornalistas que evitassem assuntos de política nacional. Ainda assim, quando questionado sobre a CPI, disparou contra os membros do Senado que a apoiaram.Das 32 assinaturas recolhidas para abrir a CPI (são necessárias 27), 7 eram de governistas. O Senado tem 81 membros.Lula lamentou que a investigação ocorra quando a indústria do petróleo vive "um momento de ouro", no qual o governo está prestes a iniciar um debate nacional sobre o novo marco regulatório do setor. Leia mais aqui.