sábado, 6 de dezembro de 2008

Brincalhão da Semana

José Nelton é o brincalhão da semana. Ontem, o Diário da Manhã mostrou a polêmica viagem dele e de mais outros dois deputados estaduais pelo leste europeu e Inglaterra. Na Assembléia Legislativa se discute os custos e os benefícios da viagem. José Nelton disse que a viagem era importante porque as maravilhas que ele os outros dois deputados viram no leste europeu e na Inglaterra poderão ser copiadas aqui em Goiás e tornar a vida dos goianos uma maravilha. Vai ver José Nelton vai propor a construção de máquinas de fazer neve em todas as cidades do estado para imitar o clima do leste europeu.

Hoje, ainda no Diário da Manhã, vimos que José Nelton foi o autor da solenidade que homenageou Iris Rezende pelos seus 50 anos de vida pública. Ele disse que todos os deputados concordaram com a homenagem. É mesmo? Quero ver quem concordou. Vai ver o plenário tinha duas ou três pessoas e mais José Nelton, a proposta da homenagem aprovada e por unanimidade.

E O Popular de hoje mostra mais uma do deputado peemedebista. Ele é o mais novo articulador do PMDB com o governo Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. José Nelton disse que Cidinho deu uma piscadinha e ele respondeu ao flerte. José Nelton é fácil demais. É só piscar que ele já abre as pernas, quero dizer, as portas para o diálogo com seus opositores. O som deste romance só pode ser Bruno e Marrone: Do jeito que você me olha, vai dar namoro.

Nesta semana José Nelton passou do leste da Europa para o flerte com Cidinho no Palácio das Esmeraldas. Ele é o novo bandeirante, ou melhor dizendo, o bandeirante do século XXI. Se Cabral não tivesse se aventurado o Brasil nunca seria descoberto. Se José Nelton não tivesse viajado para as terras geladas do leste europeu ou respondido rapidamente à piscada de olho do governador ele não estaria aqui nesta semana. É um fanfarrão! É um brincalhão. Por estas e outras que José Nelton é o Brincalhão da Semana.

"Graciliano, o grande" por Reinaldo Azevedo

Graciliano Ramos (1892-1953) nunca foi vítima do preconceito organizado que existe contra o Monteiro Lobato para adultos, por exemplo. Sempre foi considerado entre os grandes escritores brasileiros. Mas há muito a crítica e a academia – esta em especial – negam-lhe o devido lugar no panteão da prosa modernista: o topo, onde segue embalsamado por certa mistificação o sem dúvida inventivo Guimarães Rosa. As razões que levam à superestimação de um concorrem para subestimar o outro.
Por que Graciliano agora? A Editora Record relança a sua obra, sob a supervisão de Wander Melo Miranda. Trata-se de um trabalho bem-cuidado, com a recuperação de textos originais, correções feitas pelo próprio escritor, cronologia e bibliografia de e sobre o autor de Vidas Secas – ou "Cyx Knbot" em búlgaro, uma das dezesseis línguas em que ele pode ser lido. O romance, que completa setenta anos, merece especial atenção: além da edição regular, há uma outra, limitada a 10.000 exemplares, no formato de um álbum, com capa dura e papel cuchê (208 páginas, 99 reais): cuidado à altura das belas fotos de Evandro Teixeira, que acompanham o texto. Sete décadas depois da publicação do livro, o fotógrafo refez o roteiro de Fabiano, sinhá Vitória, Baleia e os meninos.
Vidas Secas? É bastante conhecida uma das mais devastadoras passagens da literatura brasileira: as páginas em que Graciliano narra a agonia e morte da cadela Baleia. Fabiano, que vaga com a família pelo sertão, tangido pela seca, decide matá-la com um tiro para aliviar-lhe o sofrimento. Segue um trecho:
"A carga alcançou os quartos traseiros e inutilizou uma perna de Baleia (...) E, perdendo muito sangue, andou como gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo (...). Uma sede horrível queimava-lhe a garganta. Procurou ver as pernas e não as distinguiu: um nevoeiro impedia-lhe a visão. Pôs-se a latir e desejou morder Fabiano (...). Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora, cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas (...). A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia (...). A pedra estava fria. Certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo. Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás (...) gordos, enormes".
Algumas das qualidades que fazem de Graciliano mestre da língua portuguesa e do texto literário estão acima condensadas. Vidas Secas, saído da pena de um escritor das Alagoas, de esquerda, poderia ser um romance de denúncia social, eivado de proselitismo e anseios libertários. Mas não. O autor repudiava o chamado "engajamento" na arte. Referia-se a Jdanov (1896-1948), o comissário da Cultura da URSS que fundara as bases do chamado realismo socialista, como o que era: "uma besta". Baleia é mais comoventemente miserável quando se arrasta sobre dois pés, quando "anda como gente". Ele não deprecia o homem, comparando-o ao cão; antes, hominiza o cão porque vê com compaixão a nossa condição – e essa compaixão inclemente pelo humano é marca da sua obra. Há dias, em passagem pelo Brasil, José Saramago declarou padecer de "marxismo hormonal". Segundo o escritor português, não merecemos a vida. Ele nos negaria um pedaço de osso. "Preás gordos, enormes", então, nem pensar.
O mundo da Baleia agonizante é primitivo, feito só de sentidos e sensações. Mas ele nos chega numa linguagem culta, fluente, rigorosa, sem charadas vocabulares para "desconstrução" em colóquios acadêmicos. Tanto em Vidas Secas como na obra de temática urbana, proto-existencialista – Graciliano traduziu A Peste, de Albert Camus, em 1950 –, os adjetivos e as imagens nascem das coisas. Como escrevi num ensaio que integra o livro Contra o Consenso, não há ali "uma única e miserável metáfora que não seja quente de sol (...), pulsante de sangue, aguda de espinhos, dura de pedra. Tudo nasce da matéria precária da vida". A face regionalista de sua literatura não folcloriza a realidade sertaneja, tentando atribuir-lhe alguma metafísica ou lógica interna superiores, que demandassem sintaxe e vocábulos de exceção. O estoque da língua e as regras do jogo lhe bastam. Como ele mesmo escreveu, "começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer".
Atribuo-lhe características de meu gosto pessoal? Não! Era uma escolha consciente. Em 1949, envia uma carta a Marili Ramos, sua irmã. Ela acabara de publicar um conto chamado Mariana. A apreciação do leitor-irmão não tinha como ser mais severa. A tal carta resume um credo literário: "Julgo que você entrou num mau caminho. Expôs uma criatura simples, que lava roupa e faz renda, com as complicações interiores da menina habituada aos romances e ao colégio. As caboclas de nossa terra são meio selvagens (...). Como pode você adivinhar o que se passa na alma delas? Você não bate bilros nem lava roupa. (...) Você não é Mariana, não é da classe dela. Fique na sua classe. Apresente-se como é, nua, sem ocultar nada".
Em Graciliano, a literatura é um jogo da inteligência analítica, como neste trecho de Insônia: "Um silêncio grande envolve o mundo. Contudo, a voz que me aflige continua a mergulhar-me nos ouvidos, a apertar-me o pescoço. (...) explico a mim mesmo que o que me aperta o pescoço não é uma voz, é uma gravata". A conspiração das vozes do silêncio que perseguem o insone perdem imediatamente o encanto de uma maldição metafísica: basta afrouxar a gravata. Sabemos a origem das nossas aflições, o que não quer dizer que tenhamos respostas para elas. Com freqüência, não. E isso nos torna demasiadamente humanos. Não para o comunista Saramago, claro...
Essa lembrança me remete ao mais explicitamente político dos muitos Gracilianos, incluindo aquele que chegou até a ser prefeito da cidade de Palmeira dos Índios (1928-1930). Refiro-me ao livro Memórias do Cárcere, reeditado pela Record em um único volume. O escritor ficou preso entre março de 1936 e janeiro de 1937, acusado de ligações com a conspiração que resultara no levante comunista de 1935. Era mentira. Filiou-se ao PCB só em 1945. Nesse livro, publicado postumamente no ano de sua morte, ele se agiganta. Em muitos sentidos, a cadeia é a caatinga de um Graciliano-Fabiano que, à diferença do personagem de Vidas Secas, consegue se expressar com clareza. Em vez do herói da resistência, o anti-herói dos escrúpulos que comunistas chamariam pequeno-burgueses. Definitivamente, ele não era o "novo homem socialista". Era o velho homem apegado a suas dores privadas, a seus anseios, a suas mesquinharias. Leiam trecho do diálogo que ele trava com um militante comunista russo de nome Sérgio, que acabara de ser torturado. Graciliano pergunta se ele sente ódio:
"– Ódio? A quem?
– Aos indivíduos que o supliciaram, já se vê.
– Mas são instrumentos, sussurrou a criatura singular.
(...)
– Admitamos que o fascismo fosse pelos ares, rebentasse aí uma revolução dos diabos e nos convidassem para julgar sujeitos que nos tivessem flagelado ou mandado flagelar. Você estaria nesse júri? Teria serenidade para decidir?
– Por que não? Que tem a justiça com os meus casos particulares?
– Eu me daria por suspeito. Não esqueceria os açoites e a deformação dos pés. Se de nenhum modo pudesse esquivar-me, nem estudaria o processo: votaria talvez pela absolvição, com receio de não ser imparcial. (...) Fizemos boa camaradagem. Mas suponho que você não hesitaria em mandar-me para a forca se considerasse isto indispensável.
– Efectivamente, respondeu Sérgio carregando com força no c. Boa noite. Vou dormir. Estendeu-se na cama agreste, enfileirada com a minha junto ao muro, cruzou as mãos no peito. Ao cabo de um minuto ressonava leve, a boca descerrada a exibir os longos dentes irregulares. Nunca vi ninguém adormecer daquele jeito. Conversava abundante, sem cochilos nem bocejos; decidia repousar e entrava no sono imediatamente."
Como se vê, também os monstros morais podem ser torturados. Notem como Sérgio dorme tranqüilo, mesmo depois de supliciado, e com rapidez, o que espanta o observador. Está certo de seu senso de justiça como o crente em uma religião qualquer. Esquerdistas convictos nunca têm dúvidas. Já os personagens do autor de Insônia – a começar do próprio Graciliano em Memórias do Cárcere – não descansam nunca. Quando o brutal Paulo Honório, em São Bernardo, vê consumada a sua obra, restam-lhe a solidão e a insônia. O tema aparece em Angústia ("visões que me perseguiam naquelas noites compridas"), no autobiográfico Infância ("À noite o sono fugiu, não houve meio de agarrá-lo") e até nas suas cartas de amor. O homem de Graciliano vive em vigília, num ambiente sempre hostil, seja a caatinga, a cadeia ou as paisagens íntimas.
Falei de sua compaixão pelas dores humanas. Também nesse caso, seu horizonte não é finalista: não tem uma resposta para a nossa condição nem a vê com moralismo. Paulo Honório, por exemplo, acaba, na prática, matando quem tentara proteger: Madalena, a sua mulher. Tem ciúme da piedade que ela sente do mundo e ódio da sua própria incapacidade de se comover. Narrado em primeira pessoa, o romance não o caracteriza como um monstro. É só um ser desesperado tentando, como todos nós, sobreviver, salvar-se. Honório não é diferente da estabanada menina Luciana, do conto Minsk, nome do seu periquito. Um dia, numa de suas trapalhadas, ela pisa num objeto mole e ouve um grito.
"Os movimentos de Minsk eram quase imperceptíveis; as penas amarelas, verdes, vermelhas, esmoreciam por detrás de um nevoeiro branco.
– Minsk!
A mancha pequena agitava-se de leve, tentava exprimir-se num beijo:
– Eh! eh!"
"Todo homem mata aquilo que ama", escreveu na cadeia o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900). Por isso nos arrastamos, como Baleia, vida afora, em busca de perdão. Somos uns cães. Mas, ainda assim, dignos de amor. E cerraremos os olhos contando acordar felizes, num mundo "cheio de preás gordos, enormes".

"Cof, cof, cof..." por Diogo Mainardi

Benjamin Steinbruch, dono da CSN, publicou na Folha de S.Paulo um artigo intitulado "Expectadores da recessão". Assim mesmo: "expectadores" com "xis". Tenho expectorado continuamente desde setembro, quando meu menorzinho me passou uma tosse. Posso não entender nada de recessão, mas me considero um especialista em matéria de expectoração. Por isso, o artigo de Benjamin Steinbruch me fez refletir profundamente. Dá para expectorar uma recessão? Interpretei da seguinte maneira: cada pneumococo é um keynesiano em potencial, com seus estratagemas para contaminar os organismos do estado e sufocar as vias respiratórias da economia. É isso?
Se entendi direito, Benjamin Steinbruch pertence ao partido dos pneumococos keynesianos. Cito um trecho de seu artigo: "Até a semana passada, pacotes para estimular investimentos e consumo num total de 3 trilhões de dólares já haviam sido anunciados por diferentes governos. No Brasil, o caminho é o mesmo. Uma vez que não temos por aqui nenhum problema de solidez no sistema financeiro, a tarefa é direcionar recursos a empreendedores públicos ou privados que efetivamente tenham coragem e competência para gastá-los de forma produtiva". Cof, cof, cof. Considerando todos os recursos que, nos últimos anos, o BNDES direcionou à CSN, como os 900 milhões de reais para a Nova Transnordestina ou os 300 milhões de reais para o Porto de Sepetiba, Benjamin Steinbruch só pode ser um desses corajosos e competentes empreendedores privados que, segundo ele próprio, teriam de ser contemplados com ainda mais dinheiro público. Pergunte ao senador petista Aloizio Mercadante o que ele pensa sobre o assunto. Aposto que ele concorda.
Achei que os keynesianos fossem mais obsoletos do que as escarradeiras dos tuberculosos, para continuar com a analogia pulmonar. Mas me enganei. Eles voltaram. E em sua forma mais agressiva: a dos keynesianos em causa própria, como o presidente da GM, nos Estados Unidos, ou o presidente da CSN, no Brasil. Benjamin Steinbruch, o Hans Castorp da siderurgia nacional, internado em seu sanatório de verbas do BNDES – sim, Thomas Mann, A Montanha Mágica –, conclui seu artigo recomendando que os recursos públicos "sejam realmente gastos e não fiquem debaixo dos colchões de apavorados expectadores da recessão". Como eu sou apenas um espectador comum – um espectador com "esse" –, aconselho o governo a fazer o contrário: é melhor ficar sentado na platéia, de mãos dadas com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e assistir aos desdobramentos do espetáculo, deixando o dinheiro prudentemente debaixo do colchão. E se um keynesiano em causa própria expectorar em sua orelha, na poltrona de trás, afaste-o imediatamente: ele é contagioso.

Inaudível

Franklin Martins é o responsável pela comunicação do governo. Vejam o que saiu na Folha de São Paulo de hoje:

A expressão "Meu, sifu" usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro, quinta-feira, ficou pelo menos 13 horas de fora da transcrição de seu discurso publicada no site da Presidência da República.
Na quinta-feira à noite, quando foi disponibilizada a íntegra do discurso no site www.info.planalto.com.br, lia-se: "Meu, (inaudível)". Lula havia dito horas antes, como forma de ilustrar sua campanha pelo consumo com a história de um paciente, a seguinte frase: "Imagine se um de vocês fosse médico e atendesse um paciente doente. O que você falaria para ele? "Você tem um problema, mas a medicina já avançou demais. Vamos dar tal remédio e você vai se recuperar". Ou você diria: "Meu, sifu'?" A fala motivou críticas de políticos da oposição sobre a informalidade de Lula.
Uma equipe do governo é responsável pela transcrição dos discursos presidenciais. No caso da expressão "Meu, sifu", o responsável omitiu o termo. Mas ontem pela manhã, depois que a transcrição já estava no ar há pelo menos 13 horas, o Planalto incluiu o "sifu" usado por Lula.
A assessoria do Palácio do Planalto não se manifestou sobre o assunto. Lula usou a expressão ao falar da crise no lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, no Palácio Gustavo Capanema.

O presidente da República de Banana fala e o responsável pela comunicação do governo omite. É o jornalismo franklinstein em favor do petralhismo, da informalidade do presidente, do reforço de que Lula é do povo. Eu escrevi que Lula é do povo? Ilegível.

Tudo continuará a mesma coisa

A múmia Fidel Castro mandou seu recado lá da tumba. Disse que aceita dialogar com Barack Obama em qualquer lugar. Obama disse, enquanto fazia campanha, que estava disposto a conversar com Fidel e Raúl, que preside a ilha desde que Fidel foi repousar na tumba onde agora repousa (e aguarda as espetadas do capeta).

Cuba quer que os Estados Unidos acabe com o embargo econômico, não é mesmo? E o que os esquerdopatas cubanos farão em troca? Vai ter democracia em cuba? Reparem que nenhum dos irmãos Castro falam em fazer algo em troca. Só os Estados Unidos acabariam com o embargo que todo mundo sairia feliz.

Da tumba Fidel escreveu para o único jornal que circula em Cuba, o Granma. Deve ter sido difícil retirar o braço das faixas que o envolve para escrever. Com Obama se pode conversar onde ele deseje já que não somos pregadores da violência e da guerra. É isso! Fidel inclui o presidente eleito dos Estados Unidos no grupo dos que não pregam a violência e a guerra. Pois é, a esquerdopatia, esteja ela mumificada ou não, continua recusando a reconhecer o sangue que eles derramaram em favor da revolução que, só para eles, seria boa, muito boa.

Se os Estados Unidos acabarem com o embargo econômico Cuba vai ser uma democracia? A única resposta que tenho é que Fidel Castro não prega a violência e a guerra. Quer dizer: tudo continuará a mesma coisa.

O Brasil sifu

Lula fala para o povão consumir. É isso aí, vamos botar pra quebrar. Quando a crise realmente chegar ao bolso do brasileiro Lula estará longe. Coitado do próximo presidente da República de Banana. Vai pegar uma herança maligna. Será que o próximo presidente vai jogar a culpa em Lula? Não sei. Só sei que o Brasil vai sifu depois que Lula descer a rampa do Palácio do Planalto. Aliás, o Brasil sempre está sifu.

Não consigo imaginar

Ainda sobre a solenidade de ontem (ver post abaixo), Iris Rezende disse que é hora de unir todas as forças políticas de Goiás para construir um estado cada vez mais forte. Outra vez eu digo: me inclua fora dessa. Esse negócio de unir forças, de “todo mundo junto” não cola. É a tentativa de formar um partido único. Sabem como é: ou você está com eles, ou é um inimigo do povo goiano. Aécio Neves tentou fazer a mesma coisa lá em Minas Gerais e quase que seu candidato a prefeito de Belo Horizonte perdeu as eleições. Esse negócio de unir forças políticas me cheira oportunismo.
Eu não consigo imaginar (e olha que minha imaginação é fértil) Iris Rezende, Marconi Perillo e Ronaldo Caidado no mesmo palanque, de mãos dadas e com aquele pedaço de pizza debaixo dos braços. Vamos ser inocentes. Vamos acreditar que Iris disse isso por conta da emoção.

No, Iris, no cry

Iris Rezende recebeu homenagem ontem na Assembléia Legislativa pelos seus 50 anos de vida pública. Teve os bicões de sempre, os puxa-saco de sempre. E Iris discursou. Deve ter sido um discurso muito longo, com muitas gesticulações. Leio no Diário da Manhã de hoje que Iris chorou durante o discurso. Teve que ser forte. Lembrei de uma música do Ira!: Não dá pra segurar, não dá pra segurar, desculpe meu amigo, mas não dá pra segurar. Vocês não sabem o quanto as lágrimas de um político comovem o meu coração. Tenho que ser forte.

Iris disse: Só quem é alvo de uma homenagem desse porte, sabe o que se passa no coração. Confesso que fiquei com inveja do prefeito. Queria receber uma homenagem assim para saber o que se passa no coração. Mas não é preciso. Quando eu quero saber o que se passa no coração procuro um cardiologista.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ajuda de Lula?

Estou ouvindo a reportagem do Jornal Nacional que fala da passagem de Ingrid Betancourt em São Paulo. Já comentei a respeito hoje. Ela pediu a Lula que ajudasse na libertação daqueles que ainda são mantidos reféns pelas Farc. Lula ajudar a libertar reféns das Farc? Poxa, Lula é amigão das Farc desde 1990, ano da criação do Foro de São Paulo. Será que ninguém falou à ex-candidatada a presidência da Colômbia sobre tal foro e a ligação de Lula com os narcoterroristas das Farc? Ingrid perdeu seu tempo aqui no Brasil. Lula vai prejudicar um cupanhero seu de Foro de São Paulo? Tá fácil...

A popularidade de Lula e as palavras de Aécio

O governador de Minas Gerais Aécio Neves reconheceu alguns acertos do governo Lula ao comentar a pesquisa DataFolha divulgada hoje que mostra o Apedeuta com 70% de aprovação.

Aécio reconhecendo os acertos de Lula? E olha que o partido dele é de oposição. Eu não me lembro dos petralhas reconhecerem nenhum acerto nos governos que se opôs. Era só paulada. Será que Fernando Henrique Cardoso sairia um pouco mais popular se não tivesse uma oposição petralha enchendo seu saco toda hora e fazendo protestos todos os dias? Me diga, petralhas, quem faz oposição a Lula? Só aqui na internet mesmo.

Aécio reconhece a herança bendita que Lula recebeu na área econômica. Ele reconhece esta herança agora, mas na campanha presidencial de 2006 ninguém do partido dele reconheceu isso. É, deixa pra lá! Aquela eleição já passou e muita gente pensa em 2010.

O mundo anda complicado mesmo

Ingrid Betancourt esteve em São Paulo e se encontrou com Lula. Chamou-o de “irmão” e agradeceu a colaboração do Brasil no resgate dos reféns ocorrida em julho. A ex-candidata a presidente da Colômbia era mantida em cativeiro pelos guerrilheiros das Farc há seis anos.

O Brasil ajudou em que, minha senhora? Marco Aurélio Garcia, o assessor top top top de Lula não fez nada. Só passeou com aquele chapéu ridículo. Sem contar que Lula e Marco Aurélio são aliados das Farc no Foro de São Paulo. Quer dizer, a Sra. Betancourt chama de “irmão” um aliado dos seus seqüestradores.

O mundo anda complicado mesmo. Até refém de narcoguerrilheiros chama de “irmão” um aliado dos seus algozes.

Me incluam fora dessa

Saindo da Praça Cívica em direção ao Bosque dos Buritis vêem-se várias faixas exaltando os 50 anos de vida pública de Iris Rezende. Pelo visto, esta comemoração vai ser igual a comemoração dos quarenta anos de 1968 celebradas neste ano: não tem hora para terminar.

Várias faixas falam que Iris Rezende é um exemplo de administrador e outras babações. Mas uma faixa me chamou atenção. Falava que Iris fez muito pelo povo goiano e “queremos mais”. Queremos? Quem, cara pálida? Eu não! Me inclua fora dessa.

Iris fala que pode sim ser candidato ao governo do Estado em 2010 se o povo quiser. Será que ele vai realizar um plebiscito? Ou será que as faixas espalhadas perto da Assembléia Legislativa seriam manifestações do povo para que Iris tente mais uma vez voltar ao Palácio das Esmeraldas? Sei lá... Me incluam foram dessa!

A cultura goiana depende do Estado

Quer ver algum artista goiano na televisão? Se não passar no Frutos da Terra pode ter certeza que algum artista vai estrelar alguma campanha de algum candidato, de preferência è reeleição. A cultura goiana depende da mesada que o Palácio das Esmeraldas emite. É por isso que nós vemos tantos floreios de escritores, poetas, ensaístas e bom vivans elogiando o atual governo, criticando aqueles que criticam o governo, condenando o “denuncismo”, exaltando a história de vida do político tal.
O Centro Cultural Oscar Niemeyer não passa de um elefante branco depois do viaduto da BR 153 perto do Carrefour. Será que algum intelekituwaiwai vai defender uma investigação sobre tal centro cultural? Capaz que não. Os artistas e intelekituwaiwais goianos estarão gravando o próximo Frutos da Terra. Programa este apresentado por Hamilton Carneiro, marqueteiro de Iris Rezende. Estão bem acompanhados, não é mesmo?

Por falar em Cidinho

Dos blogs Chapa Branca e Faxina Geral:

Falha na lei livra Alcides da cassação

Na última terça-feira, dia 02 de Dezembro, o Tribuanl Regional Eleitoral de Goiás julgou as contas de campanha, de 2006, do Governador Alcides Rodrigues (PP).
O ex-aliado (não declara, mas demonstra) de Marconi Perillo só escapou de ser cassado por um detalhe: o seu partido não poderia pedir que as empresas doadoras mostrassem os balanços de 2005. Só por esse detalhe o Governador escapou da Lei 9504/97 que pune com cassação políticos que tenham praticado atos ilícitos em campanha.
Foram 16 volumes de acusação preparado pelo então Procurador Regional Eleitoral Hélio Telho. Neles tinham de tudo, escuta telefônica, notas falsas, etc. O preço da campanha, segundo Telho, foi de mais de R$ 15 milhões. Isso, declarado!
No STF ainda há resquícios, parece, a serem julgados, do Governador Alcides Rodrigues (PP) e do Senador Marconi Perillo (PSDB) a respeito da campanha. No Pleno foi ignorado a ação do STF porque corre em segredo de justiça e os juízes não sabiam o conteúdo.
Nas contas, além do que foi dito acima, apareceram 19 empresas doando para o PP no dia 28/11/2006 R$ 3.583.000,00 que foram repassados para o Comitê de campanha do Governador. Dessas 19 empresas, 12 não tiveram faturamento no ano anterior e, as restantes, todas doaram acima dos 2% do faturamento bruto do ano anterior. A lei diz que empresas só podem doar até aquela porcentagem. Ainda houve R$ 330 mil que a prestação de contas não soube explicar. Segundo Telho, houve maquiagem e Caixa 2.
Havia potencial para cassação do Governador, mas segundo o Juiz Federal Euler de Almeida, e foi bem frizado, os 27,12 % das contas que poderiam ser contestados recaiam nos repasses do partido. Quer dizer : a Campanha não era culpada! Escapou o Governador à unanimidade!

Mudando a imagem

De um cara calado, sempre pensativo, refletindo muito antes de agir, o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, passou a ser o homem da ação, que visita obras, que coloca aquele capacete de pedreiro na cabeça e posa para fotos conversando com alguém como se tivesse planejando alguma coisa. Nada como o tempo para se esquecer o que passou. Ninguém mais questiona a origem da dívida que Cidinho herdou e nem como aconteceu a reforma administrativa. Aqui em Goiás, a imagem da política vai mudando rapidamente. De uma tartaruga um governador pode ser considerado um papa-léguas numa virada de página dos jornais que circulam por aqui.

Mais aventureiros e menos políticos

José Nelton, Mara Naves e Romilton Moraes. Estes são os deputados estaduais do PMDB que viajaram para Rússia, Polônia, República Tcheca, Hungria e Inglaterra. Os três fizeram uma mágica viagem misteriosa pelo frio do leste europeu terminando o tour pela terra dos Beatles. Imagino a quantidade de informações que o trio trouxe na bagagem. Imagino o quanto Goiás vai crescer imitando o que o leste europeu tem de bom.

A viagem já gera polêmica na Assembléia Legislativa. Os adversários dos peemedebistas querem a prestação de contas. Sabem como é aquela velha discussão: “o dinheiro da viagem poderia ser investido em saúde, educação, transporte...”. Mas José Nelton fala que a viagem foi justamente para isso. Não foi um “oba-oba” (talvez um “Obla-di, Obla-da” já que o trio de deputados parou na Inglaterra). Quero só ver como é que José Nelton, Mara Naves e Romilton Moraes vão arrumar dinheiro do orçamento para implantar aqui tudo aquilo que eles viram de bom lá na Europa. Ah, isso é com eles.

Fecho este post com uma frase mágica e misteriosa de José Nelton sobre o tour pela Europa: Valeu a pena, nunca houve viagem como essa na história do parlamento goiano. Pessoas acham que viagem de político é para ‘oba-oba’, mas estamos abrindo portas, somos bandeirantes. Se Cabral não tivesse se aventurado, o Brasil não teria sido descoberto. Conhecemos vantagens dos outros países para trazermos para cá.
Pois é, os deputados precisam ser mais aventureiros e menos políticos.

Eu não contesto números

Lula bate mais um recorde de aprovação, não é mesmo? Já recebi um comentário falando a respeito. Acham que essa aprovação vai calar a boca dos “reacionários de merda”. Ah, como são inocentes esses meninos. Eles acham que, quanto mais Lula é aprovado pela população, mais eu vou ficar miudinho, caladinho. Que nada! É aí que eu ataco mais.

Engraçado é que vendo a enorme aprovação de Lula na pesquisa DataFolha não entendi o porquê dos principais candidatos abençoados por ele não terem sido eleitos. Vejam lá em São Paulo. Dona Supla colou sua imagem à Lula, mas não deu certo. Gilberto Kassab ganhou de lavada da peruona progressista que, na busca desesperada por votos, tentou se fazer de conservadora. Pois é... Lula com 70% de aprovação, mas não consegue transferir todo este prestígio que tem para seus candidatos.

Os petralhas podem sossegar. Eu não vou contestar os números da pesquisa. Não sou nenhum Brizola que brigava com números sempre que perdia uma eleição. E vejam que coisa interessante: o DataFolha é um instituto de pesquisa ligado à Folha de São Paulo, ou seja, um dos jornais que integram a tal “mídia golpista”. Por que os petralhas estão tão felizes com um resultado vindo de um instituto ligado à “mídia golpista”? Os petralhas seguem aquela infeliz frase do ex-ministro Rubens Ricupero: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”. O que a imprensa golpista mostra e que vai beneficiar Lula é divulgada em todos os lugares pelas antas botocudas. O que é ruim é classificado como “mídia golpista contra um presidente metalúrgico”.

Eu não contesto números. Eu continuo com a minoria que ataca o petralhismo. Esta é a única minoria que os movimentos sociais não querem defender. Por que será?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

As revoluções lulistas

O Pronasci será uma revolução. Alguém sabe o que é o Pronasci? É o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. É a milésima vez só no segundo mandato que Lula fala que tal programa lançado será um fenômeno, algo nunca visto e feito na história destêpaiz. O Pronasci é uma revolução? Lula disse que o programa de segurança vai começar pelo Rio de Janeiro.

Então está certo. Assim como nós aguardamos a revolução que vai começar a partir do dia 20 de janeiro do ano que vem com a posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos nós assistiremos à revolução saindo do Rio de Janeiro e explodindo Pronasci pelo país a fora.

A nuvem passageira

Aqui em Goiás, a aliança PT – PMDB é chamada de “Terceira Via”. Dizem por aqui que tal aliança vai dar o que falar em 2010. Esperemos.
Só sei o que sai no blog do José Dirceu porque a Folha online noticia. Será que José Dirceu pagar para a Folha online escrever o que ele posta? Sei lá. Deixo para as antas botocudas esse negócio de que fulano de tal financiou tal jornalista para defender os interesses dele. Sabe, aquela paranóia “protógeneana”. Sigamos.

A cada dia que passa vemos os petralhas mais amigos do PMDB. Depois das eleições deste ano o partido passou a ser disputado a tapas não somente pelo PT, mas também pelo PSDB e os outros que só se satisfazem comendo a beirada. Zé defende a aliança do PT com o PMDB no seu blog. Hummm, imagino o ex-guerrilheiro, ex-ministro e ex-deputado dividindo palanque em 2010 com figuras ilustres do PMDB e que tanto abrilhantam a nossa política como José Sarney, Renan Canalheiros, Jader Barbalho... Imagine José Dirceu segurando nas mãos de Jader Barbalho. Ora, tudo é possível nestêpaiz. Em 2006 Lula beijou a mão do ladrão da Sudam durante a campanha presidencial. Li um excelente artigo de João Ubaldo Ribeiro a respeito. Não vi petralha sentindo nojo do seu mestre beijando as mãos que desviaram milhões da Sudam.

É o PT tentando se juntar com o PMDB. Vamos ver no que vai dar. Vai ser interessante ver os petralhas dividindo palanque com políticos do naipe de José Sarney, Renan Canalheiros e Jader Barbalho. Assim como é interessante ver o PT goiano comandado por Rubens Otoni não sentindo nenhum pingo de constrangimento em defender a união com o PMDB de Iris Rezende Machado. Detalhe: aqui em Goiás, o PT e o PMDB sempre foram adversários. Nada como uma nuvem passageira que leva a tempestade e traz o sol para iluminar todo mundo. Até os indescentes.

Desemprego aumentará em 2009, admite governo

Por Juliana Sofia
na Folha de São Paulo

O discurso otimista do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deu lugar à preocupação. Apesar dos números recordes de geração de empregos formais registrados neste ano, o ministro prevê aumento do desemprego no primeiro trimestre de 2009 e avalia que somente a redução das taxas de juros, agora, pode atenuar o cenário."O primeiro trimestre será brabo. Já estamos fazendo o que pode ser feito, usando recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]. Mas só a redução dos juros pode mudar o quadro, mais por um efeito psicológico", disse à Folha Lupi -conhecido por assustar assessores com previsões mais favoráveis do que os estudos técnicos autorizam.A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,5% em outubro, o menor patamar do ano.Nos três primeiros meses deste ano, o emprego formal alcançou a marca histórica de 554.440 postos criados -aumento de 39% em relação a igual período de 2007.Para 2009, o governo já anunciou R$ 3 bilhões do FGTS para socorrer construtoras e mais de R$ 4 bilhões do FAT para micro e pequenas empresas. Lupi ainda estuda ampliar parcela do seguro-desemprego a setores que enfrentarem demissões em massa.Em outubro, dados do emprego formal mostraram os primeiros sinais de desaceleração, aumentando a preocupação do governo. Para novembro, Lupi espera resultado ainda pior porque muitas demissões que ocorrem sazonalmente em dezembro foram antecipadas.Para Fábio Romão, da consultoria LCA, o primeiro trimestre de 2009 aponta quadro "nada animador". "O mercado de trabalho estará respondendo com mais clareza aos efeitos da crise financeira. Hoje os sinais ainda são díspares", disse.Para Romão, a taxa de expansão dos ocupados de 2009 ficará bem abaixo da estimada para este ano -3,4%, em 2008, contra 2,1%, em 2009, o que reduz as vagas abertas aos ingressantes no mercado de trabalho.Lupi diz que os primeiros setores a demonstrar estrangulamento são automotivo e construção civil. O setor de autopeças calcula que fechará mais de 8.000 vagas até o final deste mês.Entre as montadoras, cerca de 50 mil trabalhadores deverão cumprir férias coletivas. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os dados que serão divulgados hoje com os resultados de novembro ainda não vão apontar demissões, porque, tecnicamente, os desligados estão sob aviso prévio.O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady, disse que, no mês passado o setor registrou demissões concentradas principalmente nas grandes empresas. Os dados ainda estão sendo tabulados."Foi encerrado um ciclo de grandes obras, e houve um movimento maior de demissão. A crise queimará uma gordura que foi criada no setor e, com certeza, continuará mostrando efeitos em 2009. Não sabemos com qual intensidade", disse ele. "Esperamos que o governo não só mantenha os investimentos como aumente a intensidade para manter os empregos", disse Safady.No setor bancário, os sindicatos calculam que 900 trabalhadores já tenham sido demitidos nos pequenos bancos. Ontem, foi a vez de a Vale anunciar a demissão de 1.300 funcionários. Outros 5.500 trabalhadores da mineradora foram postos em férias coletiva.

Acordo adia para março de 2009 votação da reforma

Por Denise Madueño
no Estado de São Paulo

Os apelos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a votação da reforma tributária ocorresse neste ano não surtiram efeito. Diante de dificuldades na própria base, os aliados de Lula aceitaram as condições dos partidos de oposição e adiaram a votação do projeto para março do próximo ano. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que à tarde ainda ouviu pessoalmente o pedido de Lula para que a Casa votasse a reforma neste mês, reuniu líderes da oposição e governistas para fechar o acordo.Em troca do adiamento, a oposição prometeu não obstruir as votações. "A oposição também quer votar a reforma tributária, mas não essa. Agora teremos tempo para melhorar o texto", afirmou o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). "Em março não haverá obstruções. O adiamento foi bom para todo mundo."Os governistas evitaram falar em derrota do governo, que tem uma folgada base na Câmara. "É um bom acordo, porque garante a votação no início de março", afirmou o líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS). Coube a ele falar com Lula sobre a inviabilidade da votação neste ano. "O presidente insistiu até o fim. Mas delegou a mim essa decisão", contou.Nos cálculos do líder governista, com a estratégia da oposição de obstruir as votações, seriam necessárias de três a quatro semanas para concluir a reforma tributária. Os parlamentares entram em recesso no dia 23 de dezembro. Chinaglia, que está mais preocupado em concluir a votação da proposta de emenda constitucional que muda a tramitação de medidas provisórias, comemorou o acordo: "Com a obstrução suspensa, retomaremos os trabalhos na normalidade'', disse.
CRÍTICAS
Em São Paulo, o governador José Serra (PSDB), voltou a insistir nas críticas ao projeto de reforma tributária em tramitação na Câmara. Ele disse ontem que a atual proposta precisa ser corrigida e melhorada.Serra esteve em Campinas para a entrega do trevo da Rodovia Anhangüera (SP-330) com a Rodovia D. Pedro I (SP-065), obra iniciada em 2006.

EUA vêm ao país para analisar US$ 400 mi em fundo de Dantas

Por Mário César Carvalho
na Folha de São Paulo

A investigação em torno do banqueiro Daniel Dantas começa a ganhar contornos internacionais. Autoridades dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Suíça estão no Brasil, em uma missão sigilosa, para analisar os documentos apreendidos na Operação Satiagraha. O objetivo é verificar se os papéis apontam para algum ato ilícito realizado naqueles países e, em caso positivo, iniciar a apuração do eventual crime.Os Estados Unidos são o país que têm em seu território o maior volume conhecido dos recursos de Dantas. Os cerca de US$ 400 milhões que compõem o Opportunity Fund estão depositados no banco Brown Brothers Harriman, cuja sede fica em Nova York.O fundo funciona nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal no Caribe, mas não há nenhum centavo por lá. O dinheiro fica guardado nos Estados Unidos.Procuradores dos Estados Unidos que combatem a lavagem de dinheiro querem saber se há recursos no fundo que tenham origem em algum crime. Se isso ficar comprovado, o plano dos americanos é pedir o bloqueio dos US$ 400 milhões que estão em Nova York.O Reino Unido determinou em setembro último o congelamento de US$ 46 milhões que estavam em uma conta do próprio Dantas e em outra de um familiar dele. O serviço de inteligência financeira britânico notou movimentações atípicas dos recursos de Dantas e avisou o Ministério da Justiça brasileiro. Os valores foram bloqueados a pedido do procurador Rodrigo de Grandis.Também em setembro o juiz federal Fausto Martin De Sanctis determinou o bloqueio de um fundo brasileiro do banco Opportunity que tinha R$ 535,8 milhões por causa dos indícios de que ele recebeu recursos ilícitos.Os representantes da Suíça participam de reuniões com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal porque encontraram indícios de que Dantas tem contas naquele país.É a primeira vez que autoridades internacionais buscam documentos em um inquérito de crime financeiro no Brasil. Elas vieram ao Brasil por causa da atuação do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), órgão do Ministério da Justiça que atua no combate à lavagem de dinheiro.
Missão difícil
Congelar os cerca de US$ 400 milhões que estão em Nova York não é uma tarefa simples, segundo o advogado Jairo Saddi, professor do Ibmec em São Paulo e consultor do Banco Central."Sem a existência de um processo é muito complicado bloquear valores nos Estados Unidos. O mais difícil, por causa da complexidade das movimentações financeiras internacionais, é provar que o dinheiro do fundo é do próprio Dantas e não de cotistas."Há um precedente nesse caso. A Justiça de Nova York abriu uma ação por lavagem de dinheiro contra o ex-prefeito Paulo Maluf, na qual ele é acusado de remeter recursos ilícitos para bancos daquela cidade. Maluf nega que tenha recursos fora do país.Há outra dúvida legal: como o Opportunity Fund está registrado nas Ilhas Cayman, será que a Justiça dos Estados Unidos aceitará a intervenção em um território que está fora de sua jurisdição, em tese?A lei brasileira que trata de lavagem de dinheiro prevê a divisão do recurso seqüestrado caso fique provada a origem ilícita dos recursos.

Agente diz em CPI que Abin usou verba secreta na Satiagraha

Por Alan Grip
na Folha de São Paulo

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) utilizou R$ 42,4 mil de sua verba secreta para financiar a participação de agentes na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, revelou ontem à CPI dos Grampos José Ribamar Reis Guimarães, coordenador dos servidores da agência cedidos à equipe do delegado Protógenes Queiroz.De acordo com ele, 75 agentes trabalharam na Satiagraha, sendo 56 em tempo integral. A declaração contradiz afirmações de Protógenes, que atribuiu o número elevado de homens da Abin ao revezamento entre as equipes que colaboravam com a operação.Atendendo a um pedido da Abin, a CPI ouviu Guimarães em uma sala fechada nas dependências da agência. A alegação foi de que o agente atuou infiltrado em organizações criminosas e, por isso, sua exposição o colocaria em risco.Em pouco mais de três horas de depoimento, segundo relato dos deputados presentes, Guimarães reforçou os argumentos de que a participação da Abin na Satiagraha ocorreu fora dos padrões da agência.Segundo relatos de deputados presentes, o agente deixou claro que o uso da verba secreta foi ilegal. Os recursos pagaram alimentação de agentes e aluguel de carros. Outros R$ 337 mil foram gastos pela agência em diárias e passagens aéreas, totalizando R$ 380 mil, valor que se aproxima do gasto da própria PF (R$ 466 mil).Por meio de sua assessoria de imprensa, a Abin afirmou que a participação da agência aconteceu dentro dos padrões normais de colaboração entre as instituições e que a verba secreta pode ser usada com o objetivo de resguardar o sigilo da investigação.O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, afirmou ontem que a sindicância para apurar suposto envolvimento de agentes da Abin em escutas telefônicas deverá ser concluída em 15 dias.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

E as ligações com Lulinha?

Pô, será que não vão investigar as ligações de Daniel Dantas com Lulinha? Ora essa, a fusão da Brasil Telecom com a OI deixou Dantas com bilhões de reais na conta. E com carimbo de Lula autorizando. Lula autoriza uma operação que vai beneficiar o “banqueiro bandido” e o delegado maluquinho Protógenes Queiroz não faz nada. Já estou começando a imaginar quem amargou a Operação Satiagraha.

Eu revelo quem é o Cirilo

Este é Cirilo, o homem de Daniel Dantas no Supremo Tribunal Federal

Ele tem a Força

Eu tenho a força
Sou invencível
Vamos amigos
Unidos venceremos a semente do mau
La la la la la la la la la la laLa la la la la la la la la la He-man

Tô falando que Daniel Dantas é burro

De manhã escrevi aqui sobre o quão burro é Daniel Dantas. A cada notícia que sai sobre ele eu confirmo a minha tese. O que os petralhas diziam? Que Daniel Dantas era o rei do Brasil, que ele podia tudo, que ele comprava todos, não é mesmo? Segundo a tese petralha, baseada em blogs e revistas do jornalulismo, Daniel Dantas fez acordos com o próprio Lula e a Editora Abril para acabar com a Operação Satiagraha, o “banqueiro bandido”, nas palavras do delegado maluquinho Prótogenes Queiroz, teria comprado jornalistas. Bem, a lista de paranóias petralhas é extensa. Não vou enumerar aqui.

O presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes quer investigar uma possível ligação de Daniel Dantas com Sérgio de Souza Cirillo, ex-servidor do tribunal. Como assim? Gilmar Mendes não era da turma do “orelhudo”? Não foi ele que emitiu habeas corpus liberando Dantas da prisão? Como assim investigar a ligação de Daniel Dantas no STF? Pois é, pessoal. Como esse Daniel Dantas é burro. Vai dar dinheiro ao presidente do STF e recebe em troca uma investigação sobre suas ligações no tribunal. Que ingratidão, Sr. Gilmar Mendes!

Vejam vocês o que é a natureza. Daniel Dantas pagou jornalistas que teriam que defendê-lo, mas denunciavam suas falcatruas. Daniel Dantas pagou para Gilmar Mendes o soltar da prisão e é alvo de investigação sobre uma ligação que teria no tribunal. Só Lula que seguiu a risca o que Daniel Dantas queria: assinou decreto autorizando a fusão da Brasil Telecom e a OI. Esta fusão colocou bilhões de reais no bolso do banqueiro. Os petralhas questionam isso? Nem mesmo as falcatruas na privatização das teles, na época do governo Fernando Henrique Cardoso eles falam. Só querem falar sobre as ligações de Dantas com jornalistas e os poderes da Ilha Brasilis. Sobre privatizações, escutas ilegais e o mensalão os petralhas preferem deixar de lado. Vai que num momento de distração o burro do Daniel Dantas conta alguma coisa que não devia.

Qual vai ser a próxima?

E o Conselho de Ética da Câmara absolveu Paulinho da Força. O camarada ainda tem a cara de pau de dizer que isso não é uma pizza e sim o reconhecimento de que era vítima de uma armação política. É mesmo? Quem estava armando? Cadê as provas? Será que o Paulinho da Força vai ter coragem de contar quem está perseguindo?

Mais uma pizza. Qual vai ser a próxima?

Tenho que ser mais esperto

Os petralhas não querem saber o que Daniel Dantas tem a dizer. Sabe como é, né? Eles vão borrar as calças se o “orelhudo”, como amigavelmente Mino Carta o chama, contar tudo o que sabe. Eles preferem sempre desviar o foco das acusações contra o banqueiro. Para onde eles apontam? Ora, eles apontam para os possíveis jornalistas que estariam a serviço de Dantas. O mais engraçado nesta paranóia petralha é que os jornalistas ditos “dantistas” foram os que esculacharam a união da Brasil Telecom com a OI. Realmente Daniel Dantas é muito burro ao dar dinheiro para jornalistas que condenam publicamente um negócio que colocou bilhões no seu bolso.

Interessante que os petralhas nem cobram o que Dantas sabe sobre as falcatruas na privatização das teles, sobre as escutas ilegais, sobre o mensalão. Eles só querem a cabeça dos jornalistas que, nas suas mentes brilhantes, estão a serviço de Daniel Dantas.

Daniel Dantas foi muito burro. Ele deu dinheiro para jornalista que desceu a lenha num negócio que lhe rendeu bilhões (e com o carimbo de Lula). Eu tenho que ser mais esperto. Quero que meu blog fique famoso, mas não tenho dinheiro para investir. Já sei! Já que o BNDES está com as torneiras abertas, vou lá passar com o meu balde. Ou quem sabe na Lojinha do PT. Meu blog ficaria muito chique se algum leitor acessasse e ouvisse uma música: Vem pra Caixa você também... Vem!. Já imaginou José Dirceu elogiando meu blog? Que prestígio! Já imaginou Paulo Henrique Amorim republicando no blog dele o que eu escrevi aqui? Que matéria! Mas só aceito Paulo Henrique Amorim republicando post meu se ele cantar o canto de guerra do Bofe de Elite.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Para que tudo isso, meu Deus do céu!!!

Eu estava até querendo ir até o Gama ver o meu São Paulo ser hexacampeão, mas pensei duas vezes. Aliás, segui o meu pai. Se nem aqui em Goiânia ele topava ver o tricolor paulista imagine no Distrito Federal? É melhor pagar R$ 60 pelo jogo avulso no pay-per-view a viajar duzentos quilômetros e pagar R$ 200.

O que? Um jogo do Goiás fora do Serra Dourada está valendo R$ 200? É, meus caros, vocês já devem saber da pendenga. Na verdade, R$ 200 é a meia entrada. Basta levar um quilo de alimento não perecível que você só paga meia. Em outras palavras: um ingresso inteiro vale R$ 400. Para que tudo isso, meu Deus do céu!!! O que o Goiás vai fazer com o dinheiro que vai para o seu bolso? Vai pagar suas dívidas? Construir um estádio? O que vão fazer com o dinheiro? Tudo por culpa daquele infeliz que invadiu o campo do Serra Dourada no jogo Goiás x Vasco. O que o infeliz vai fazer na hora do último jogo do Campeonato Brasileiro?

Sem contar que a Federação Goiana de Futebol concorda com o Goiás. Ela acha que o time da Serrinha tem o direito de cobrar o preço que quiser. Ora, se não pode jogar no Serra Dourada, aquele que quiser assistir ao jogo no estádio que pague tudo.

É, pessoal! Por aí vocês vão vendo as razões da minha descrença com a candidatura de Goiânia para sediar um jogo da Copa do Mundo de 2014. Vamos vendo apenas uma pontinha do submundo do futebol. E a mala branca, hein? Bem, deixa isso pra lá, não é mesmo? Eu só quero que o São Paulo seja campeão domingo que vem. Meu pai e eu assistiremos pela televisão. Ou pagaremos R$ 60 pelo jogo do pay-per-view, ou esperaremos a TV Anhanguera transmitir. Mas é bem capaz de ficarmos com a primeira opção.

Tem horas que Goiás como um todo (não só o time, mas o Estado em si) me dá uma vergonha!

Mais tarde

Ah, sim, sim, eu vou comentar os preços exorbitantes dos ingressos para o jogo Goiás x São Paulo que será realizado na cidade satélite de Gama, no Distrito Federal. Tem horas que Goiás (não somente o time como o Estado) me dá uma vergonha. Mas falo disso depois. Volto mais tarde.

Serra é o alvo

Pouco depois do segundo turno, no dia 25 de outubro, escrevi aqui:

José Serra que se cuide. O governador de São Paulo será o alvo dos petistas. Como ele é o grande candidato do PSDB para suceder Lula em 2010 e como os petistas não têm ninguém de peso para combatê-lo o jeito será partir para o jogo sujo. Basta lembrar do dossiê dos aloprados contra Serra nas eleições de 2006 e que nenhum envolvido foi preso. Basta ver a reportagem publicada na edição recente da revista Veja que mostra a armação do ex-careca Marcos Valério contra o governador paulista.
A imprensa petista já bate em Serra há muito tempo. Temos dois exemplos: Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. Para os dois o Brasil só ficará melhor se Lula se perpetuar no poder e José Serra nunca mais for eleito. Vocês vão ver o que vai acontecer daqui para frente. Veremos o homem que alisa o queixo de Lula e o rapaz da botinha cor de rosa armando não esquemas, mas “denunciando” tramas contra Lula e o PT. José Serra que se cuide. Ele é o alvo.


Pois é. Vejam as reportagens que falam da tentativa do governo em aprovar a reforma tributária no Congresso Nacional. Quem impede que tal reforma siga adiante? José Serra. Ele é o alvo dos petistas. Reparem que quando Aécio Neves comenta alguma coisa sobre a reforma tributária pouco barulho é feito. Mas quando José Serra fala aí sim o barulho é estrondoso. Se a reforma não passar no Congresso neste ano vocês podem saber em quem os petistas colocarão a culpa.

Não é bom agradar todo mundo

Abro a edição eletrônica da Folha de São Paulo de hoje. Leio o título da coluna de Clóvis Rossi: “Obama muda. Para o passado”. Pensei: “Vamos ver se Obama será esculachado”. Bem, Rossi começou seu texto falando que a mudança proposta por Barack Obama durante a campanha eleitoral era, na verdade, uma volta ao passado. Um passado que deixou saudades para os democratas: a Era Clinton. Clóvis Rossi não esqueceu da pitata conservadora obamística ao manter Robert Gates no cargo de secretário de Defesa.

Pensei que Obama seria esculachado, né? Que nada! Ele continua mais blindado que tudo. A turma do “Oba-obama” ainda acredita nele apesar as escolhas dos nomes que comporão seu governo. Tem gente que acredita que o mundo vai mudar em 20 de janeiro de 2009. Clóvis Rossi alerta para isso:

Obama, como é óbvio, tem que agradar acima de tudo os norte-americanos, não os latino-americanos (ou europeus ou quem seja). Esperar portanto que "mudança" fosse sinônimo de "revolução", só na cabeça dos que vivemos em países que não são uma história tão longa de sucesso tão amplo.

Mas não era este o discurso de Obama: mudança igual a revolução? Não me esqueço do discurso que ele fez quando ganhou a primeira prévia ainda em janeiro deste ano. “Os cínicos diziam que este dia nunca chegaria...”. A turma do “Oba-obama” pintou e bordou a “change” de Obama. O que dizer da sua vitória no dia 4 de novembro? Disseram que as barreiras do racismo caíram nos Estados Unidos a partir daquele dia. Isto é o que, cara pálida? Não seria uma revolução?

Barack Obama continua tranqüilo no seu QG em Chicago. A imprensa está a seu favor. Os intelekituwaiwais estão a seu favor. Até os terroristas lá do Oriente Médio não escondem a simpatia pelo cara que quebrou as barreiras até então impossíveis de serem destruídas. Mas Obama vai frustrar muita gente. Ao tentar agradar todo mundo vai acabar não agradando ninguém e afundando ainda mais os Estados Unidos na recessão que começou em dezembro de 2007.

É, John Lennon, você estava coberto de razão quando disse em 1970 que o sonho tinha acabado. Porém, trinta e oito anos depois ainda tem gente dizendo que o sonho não acabou, que a mudança chegará e que o futuro começará no dia 20 de janeiro de 2009. Entre Obama e Lennon fico com o ex-beatle sem sombra de dúvida. Se os Beatles quisessem agradar a todos com certeza eles ficariam muito tempo cantando “yeah, yeah, yeah” para uma platéia que só sabia gritar. Se os Beatles quisessem agradar todo mundo não teríamos Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Ainda bem que eles não agradaram todo mundo. Ainda bem que Sgt Pepper’s saiu um ano depois de uma dezena de loucos queimarem os discos dos quatro fabulosos de Liverpool em praça pública. Ainda bem que os Beatles não quiseram agradar todo mundo e ficaram trancados no estúdio Abbey Road fazendo seus experimentos, suas revoluções que dariam início ao mais fantástico álbum de todos os tempos. Isso sim é revolução. Isso sim é mudança. E com certeza os loucos que queimaram os discos compraram Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band. Devem ter amado.

Planalto tenta isolar Serra para votar reforma

Por Sérgio Goberti
no Estado de São Paulo

O Planalto articula com os governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste um acordo político em torno da aprovação da reforma tributária para tentar isolar as resistências de São Paulo às mudanças constitucionais. Entre as concessões às regiões menos desenvolvidas do País, acena-se com o aumento do valor reservado aos Estados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), que passaria de R$ 4,7 bilhões para até R$ 8 bilhões.O FNDR é o fundo que o governo criou para compensar os Estados pelo fim da guerra fiscal. A idéia era substituir o atual sistema de incentivo à indústria, via isenção de ICMS direcionada a determinadas empresas, por outro mais amplo, com investimentos em infra-estrutura. Para financiar esses investimentos, o governo concordou inicialmente em contribuir com R$ 4,7 bilhões, além dos recursos que já mobiliza hoje para empréstimos ao setor privado das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.Os governadores dessas regiões sempre reclamaram que a "conta" para abandonar a guerra fiscal era mais alta e decidiram cobrá-la agora que o governo está precisando de apoio político para tentar salvar a reforma tributária. A contraproposta do Ministério da Fazenda só deve ser apresentada na semana que vem, às vésperas da votação do relatório no plenário da Câmara, se de fato ocorrer, e, segundo assessores da equipe econômica, será "uma só, sem possibilidade de alteração no Senado". Ou seja, o governo quer evitar nova negociação de varejo durante a tramitação no Senado.A idéia dos governistas é criar tal arco de apoio às mudanças que constranja o governador José Serra (PSDB) e interrompa o bombardeio do texto da reforma. Nessa ofensiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne hoje, no Recife, com os nove governadores dos Estados do Nordeste para discutir os impactos da reforma tributária e o desenvolvimento da região.O contra-ataque do governo já surtiu alguns efeitos. Além da manifestação de apoio de governadores do Norte e Nordeste, o mineiro Aécio Neves declarou ontem que, "com ajustes", ainda é possível votar a reforma este ano. O próprio Serra tem buscado amenizar o tom das divergências para não ficar marcado nos bastidores como culpado pela eventual não-aprovação.Em São Paulo, por exemplo, a pressão dos empresários em favor da reforma tributária é muito grande. Isso porque o relator, deputado Sandro Mabel (PL-GO), tratou de incluir em seu substitutivo uma série de garantias de desoneração automática do setor produtivo. "Fui seis vezes a São Paulo, fui para todo o Brasil e conversei com todo mundo. O meu relatório está muito bem amarrado, faz uma desoneração tributária robusta", diz Mabel.Na prática, o Palácio do Planalto reconhece a dificuldade que será aprovar a reforma tributária sem apoio de São Paulo, mas quer tentar pelo menos encerrar a votação na Câmara ainda este ano. O relator garante que, ao contrário das críticas, o atual texto do substitutivo está cercado de garantias jurídicas, inclusive sobre o risco de contestação da bitributação entre ICMS e o novo IVA federal.Uma das medidas que o governo deverá adotar sobre isso, segundo Mabel, é a apresentação de uma ação direta de constitucionalidade antes da implementação da fusão do PIS com a Cofins e o Salário-Educação para firmar jurisprudência favorável (ou não) ao novo imposto. "Temos um superparecer da Procuradoria-Geral da Fazenda que garante a constitucionalidade, mas só vamos implementar o novo IVA depois que o STF se manifestar sobre sua constitucionalidade", afirma.

Partidarização de servidores públicos é nociva, diz Mendes

Por Flávio Ferreira e Thiago Faria
na Folha de São Paulo

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, criticou ontem a "partidarização" de servidores públicos, ao ser indagado sobre as ligações entre policiais e partidos políticos. Mendes também declarou ontem que o Poder Judiciário está sendo afetado por um "independentismo" de juízes de primeira instância, que não estariam seguindo as decisões do tribunais superiores do país.O tema do relacionamento entre policiais e partidos veio à tona na semana passada, quando o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ao comentar a conduta do delegado Protógenes Queiroz nas investigações da Operação Satiagraha, disse que "a área de inteligência é muito sensível para quem está com uma atuação ostensiva e já próxima da questão partidária".Após ser afastado da Satiagraha, Protógenes participou de eventos de campanha do PSOL nas eleições deste ano. A PF abriu um procedimento disciplinar para apurar essa conduta do delegado.Ontem Mendes participou de dois eventos em São Paulo. Na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o presidente do STF não se referiu especificamente a Protógenes, mas disse que "o servidor público deve ser apartidário". "Já me pronunciei contra aparelhamentos em relação a determinados setores do funcionalismo. A partidarização, em qualquer segmento do serviço público, em geral, é extremamente perigosa", afirmou.Protógenes recebeu ontem apoio de membros do PSOL em um ato na Assembléia Legislativa de São Paulo. Eventos semelhantes já aconteceram em Porto Alegre e Brasília.
Juízes
Mendes voltou a atacar os juízes de primeira instância. Segundo o ministro, muitos magistrados de primeiro grau estariam decidindo em desacordo com a jurisprudência do STF e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e, com isso, estariam sobrecarregando as instâncias superiores."É um independentismo que leva a sentenças precárias, que, sabem, mais tarde serão cassadas", disse o presidente do STF.Mendes disse também que é preciso discutir a aplicação das prisões preventivas no país, pois há um grande volume de presos que já deveriam ter sido julgados e até soltos. "Estamos discutindo no Conselho [Nacional de Justiça] uma resolução para fazer um acompanhamento de modo a ter uma retificação eventual do fundamento da prisão preventiva", afirmou o magistrado.Mendes criticou ainda a situação das penitenciárias do país."Temos situações de uma certa esquizofrenia institucional. No Maranhão, temos um presídio em estado caótico. Há recursos para construção de um novo presídio. Porém, em razão de desinteligências internas, a construção está suspensa", afirmou o ministro.À tarde, Mendes participou da abertura da Semana Nacional da Conciliação, no complexo esportivo do Pacaembu. O evento é promovido pelas justiças federal, estadual e do trabalho em todo o país, com o objetivo de estimular a realização de acordos judiciais. Em 2007, foram realizadas no evento cerca de 227 mil audiências de conciliação, que resultaram em pouco mais de 96 mil acordos.

Morgan Stanley prevê recessão técnica no Brasil

No Jornal do Brasil

A economia brasileira pode se contrair durante dois trimestres consecutivos no fim deste ano e no início do ano que vem, entrando em uma "recessão técnica", advertiu ontem o Morgan Stanley. O banco de investimento, um dos primeiros a mencionar a possibilidade de recessão no país, espera atualmente que o Brasil cresça cerca de 2% no próximo ano. O banco adiantou, também, que uma perspectiva externa mais pessimista impõe riscos negativos a sua previsão de 2009.
"Um número próximo de zero não pode ser descartado" concedeu o economista Marcelo Carvalho, do Morgan Stanley, em nota, acrescentando que o Brasil "pode cair em uma recessão técnica nos próximos trimestres". "Nós suspeitamos que o debate local nos próximos três a seis meses envolverá a questão sobre se o Brasil já está em recessão, e como fará para sair dela", concluiu.
Carvalho argumenta que o recente crescimento brasileiro foi fortemente apoiado em corte de juros facilitados pelo fortalecimento do real, que ajudou a desacelerar a inflação.
Mas o real se enfraqueceu mais de 20% frente ao dólar desde o começo do ano, com investidores vendendo seus ativos em países emergentes para cobrir perdas em outros mercados.

Bovespa recua

Depois de uma semana surfando em notícias de pacotes para salvar bancos e estimular a economia, uma bateria de dados econômicos desanimadores levou os investidores da Bolsa de Valores de São Paulo de volta à ponta vendedora.
Em linha com os principais mercados internacionais, o Ibovespa desabou 5,07%, aos 34.740 pontos. O movimento se deu noutra sessão de baixo giro financeiro: R$ 2,74 bilhões, um dos menores do ano.
Queda de um índice de atividade manufatureira dos Estados Unidos ao menor patamar desde 1982, pior desempenho do setor industrial europeu em mais de uma década, fabricantes de celulares cortando metas de vendas de 2009 – esse foi o pano de fundo que produziu perdas acentuadas nos mercados de ações e no de commodities.
Por aqui, o noticiário não foi melhor. De acordo com a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos no Brasil recuaram 25,7% em novembro sobre outubro.
– Está patente que o mundo está entrando em recessão – observou Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos. – Isso esvaziou o otimismo da semana passada, com os anúncios de pacotes para estimular a economia.
Na bolsa paulista, ações de empresas ligadas a matérias-primas foram as mais machucadas. Gerdau desabou 9,1%, para R$ 18,55. Petrobras encolheu 8,3%, a R$ 18,40, numa variação semelhante à registrada pelo barril do petróleo. Vale caiu 6,6%, a R$ 22,89. A queda do índice não foi ainda maior porque a própria desvalorização do petróleo deu fôlego às ações de empresas que têm na commodity um de seus principais custos. Foi o caso das aéreas.
Até o pregão do dia 26, a Bovespa acumula um saldo negativo de R$ 1,36 bilhão em investimentos estrangeiros (vendas de ações superiores às compras), o que representa o sexto mês consecutivo de perdas. Os investidores não residentes representam mais de um terço dos negócios feitos mensalmente na Bolsa brasileira. Analistas lembram que, sem dinheiro de fora, a Bolsa tem poucas chances de recuperação consistente.

Petróleo fecha no menor preço em mais de 3 anos

No Estado de São Paulo

O petróleo nos Estados Unidos fechou ontem no menor valor em mais de três anos, após a decisão da Opep, no fim de semana, de adiar qualquer corte na produção em meados de dezembro. A queda também ocorreu após um relatório ter mostrado que a atividade industrial em novembro caiu para o menor nível desde 1982, em razão das preocupações com a temporada de compras de fim de ano."A reunião da Opep mostra que não existe muito o que o grupo possa fazer para evitar a queda livre dos preços do petróleo", disse Phil Flynn, analista da Alaron Trading. "Além disso, os últimos dados da manufatura dos Estados Unidos estão brincando com a psicologia dos mercados. A fraqueza do setor industrial prenuncia um mau cenário para a demanda de petróleo."Na Nymex, os contratos de petróleo para janeiro recuaram US$ 5,15 (9,46%), para US$ 49,28 por barril, o menor nível desde 23 de maio de 2005, após ser negociado por entre US$ 49,05 e US$ 54,62. Em Londres, o petróleo Brent fechou em queda de US$ 5,52 (10,3%), para US$ 47,97por barril, menor preço desde 23 de fevereiro de 2006, sendo negociado por entre US$ 47,77 e US$ 53.O petróleo levou junto praticamente todas as commodities, especialmente as agrícolas. Além de ser o principal componente da maioria dos fundos indexados às commodities, o combustível afeta diretamente os custos de produção de alimentos e biocombustíveis, que ficam menos competitivos que os derivados fósseis. Na Bolsa de Chicago, os contratos de milho, principal matéria-prima do etanol nos EUA, fecharam em queda de 4,65%. A soja recuou 4,12%. Esses mercados devolveram ganhos acumulados na semana passada. A queda das commodities esteve ligada a ajustes dos fundos de investimentos.

EUA vivem recessão desde dezembro de 2007

Por Sérgio Dávila
na Folha de São Paulo

A expansão da economia americana que se iniciou em novembro de 2001 chegou ao fim em dezembro do ano passado. Desde então, a atividade econômica está oficialmente em recessão. O que diversos índices e o dia-a-dia sugeriam nos últimos meses foi confirmado ontem pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês).É a primeira recessão desde o ataque terrorista de 2001 e já uma das mais longas desde a Crise de 1929. Ocorre no final do segundo mandato de George W. Bush, mais uma das heranças negativas que o republicano entrega a Barack Obama."Sinto muito que [a crise econômica] esteja acontecendo, é claro", disse Bush em entrevista à emissora ABC que iria ao ar na noite de ontem -a conversa foi gravada na quarta, antes do anúncio oficial. "Obviamente, não gosto da idéia de as pessoas perderem empregos."Assinado por sete economistas ligados à academia, entre eles Robert Hall (Stanford) e Martin Feldstein (Harvard), o relatório aponta o desemprego atual como fator determinante para que o início fosse determinado em dezembro de 2007. Nos primeiros dez meses de 2008, os EUA perderam 1,2 milhão de postos de trabalho -o desemprego está em 6,5%."Recessão é um declínio significativo na atividade econômica espalhado pela economia, que dura mais que alguns meses, é normalmente visível na produção, no emprego, na renda pessoal e em outros indicadores", diz a declaração escrita na sexta e divulgada ontem.Espécie de instituto de meteorologia econômica ao contrário, pois prevê o passado, o NBER é uma organização não-governamental que determina quando o país entrou em recessão e, depois de encerrada, dizer qual foi a duração. Faz isso sempre com meses de atraso.Pois, segundo o instituto, o período mais recente de expansão da economia americana durou 73 meses, ante 120 meses do anterior, nos anos 1990. Uma das definições mais comuns de recessão são dois trimestres consecutivos de queda no PIB. Para o NBER, esse é só um dos fatores a levar em conta, junto de desemprego, produção industrial, receita e vendas em indústria e comércio.O anúncio da recessão oficial ajudou as ações a desabarem em Nova York -7,7% no índice Dow Jones, em queda de 680 pontos, com efeito negativo nos mercados do mundo inteiro.Chega após o fraco fim-de-semana da "Sexta-Feira Negra", como é chamado o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças nos EUA, uma das datas mais importantes do comércio dos EUA. Nesse período, as vendas cresceram cerca de 3%, ante 8,3% no mesmo período de 2007 em relação a 2006.Também ontem, o Instituto de Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) divulgou que em novembro a atividade no setor industrial dos EUA caiu ao menor nível desde maio de 1982, para 36,2 pontos, ante 38,9 em outubro. É o 12º mês consecutivo de redução nas encomendas e pior que os 38 pontos previstos pelos economistas -marcas menores que 50 pontos indicam contração da economia.A completar o dia de notícias negativas, o Departamento do Comércio afirmou que os gastos em construção tiveram queda de 1,2% em outubro e baixa de 4,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.Ainda ontem, o presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Ben Bernanke disse que a economia seguirá enfraquecida e acenou com a possibilidade de haver novo corte de juros nos dias 15 e 16. A taxa básica da economia hoje é de 1% (negativa quando se compara à inflação), mas um novo corte "é certamente factível", disse ele.O economista alertou, no entanto, de que o tradicional instrumento pode não ser suficiente para reavivar a economia do país. Mas ressaltou que o Fed dispõe de outras ferramentas e está disposto a continuar a fazer uso delas. Entre elas, citou a compra de "treasuries", títulos da dívida pública."Embora a política convencional de juros básicos seja restrita pelo fato de a taxa básica nominal não poder cair abaixo de zero, a segunda flecha no coldre do Fed, a injeção de liquidez, permanece efetiva", disse Bernanke, para então enumerar as diversas maneiras que o banco tem de colocar mais dinheiro na economia.Além disso, no final do dia, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que o governo estava trabalhando em novos programas para fortalecer o crédito. "Quando esses programas estiverem prontos para implantação, vamos discutir os detalhes com o Congresso e a próxima administração."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Suspeitei desde o princípio



O Chapolin bolivariano, o Bufão de Caracas não pára de mostrar seu autoritarismo. Ele já pediu que seu partido (seu mesmo, criado por ele) prepare uma emenda constitucional que permita a reeleição ilimitada do presidente venezuelano. Justificativa: ameaça fascista depois das eleições locais da semana passada. Com sua marretinha biônica, Chapolin vai tentar mais uma vez ser reeleito presidente da Venezuela indefinidamente.
Não podemos nos esquecer que tem gente no Palácio do Planalto que deseja que Lula imite o exemplo do Bufão de Caracas. Querem um exemplo? Marco Aurélio Garcia, o assessor obsceno.

O Chapolin bolivariano quer ficar para sempre no poder da Venezuela? Suspeitei desde o princípio.

Até hoje falam em reforma tributária

Viram a foto acima? Foi tirada em abril de 2003. Lula mostrava toda a sua força. Mostrava que era necessário um metalúrgico chegar à presidência do seu país para fazer as reformas que não foram feitas. Ah, vocês sabem o discurso petralha sobre isso.

Lula descia a rampa do Palácio do Planalto. Ia juntamente com os 27 governadores dos estados e um monte de bicões entregar ao Congresso Nacional o esboço das reformas tributária e da previdência. Vejam a reportagem que saiu na época desta “descida histórica” do Apedeuta:

Só os incrédulos genéticos ainda tinham dúvidas sobre a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de governar sob as normas do rigor fiscal. Na semana passada, Lula apresentou a prova definitiva de que pretende consertar os alicerces financeiros do Brasil sem apelar para o aventureirismo das soluções mágicas, que sempre terminam em tragédia para o bolso do povo e a credibilidade do país. E resolveu apresentá-la com um impacto simbólico de arrasa-oposição. Acompanhado de 27 governadores, 22 ministros, dez prefeitos de capitais, 38 dos 82 membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – além, é claro, da primeira-dama Marisa Letícia –, Lula desceu a rampa do Palácio do Planalto em direção ao Congresso. Aos parlamentares, fez a entrega das propostas de reforma tributária e previdenciária e, durante treze minutos, improvisou um discurso entremeado de afagos e cobranças. A cena serviu para confirmar a habilidade do presidente de reunir apoios em torno das ações que defende. Pode ser que a demonstração da semana passada se deva em parte à lua-de-mel que facilita os primeiros meses dos governantes. Mas, até onde a memória registra, nenhum presidente conseguiu unir tantas correntes da sociedade em suporte a suas iniciativas reformistas. Com isso, fica claro que Lula não está a passeio em Brasília. Ele, de fato, comanda um governo.

Adivinhem onde foi publicada esta reportagem? Na Carta Capital? Na Caros Amigos? Na Brasil de Fato. Não! Foi publicada na Veja do dia 7 de maio de 2003. Vejam vocês o que é a natureza. A revista mais odiada pelo governo já disse um dia que Lula não estava a passeio em Brasília, que ele comandava um governo.

Mas, depois de quase seis anos desta descida, as reformas entregues pessoalmente por Lula não passam de intenções, de discussões, de palavrões. Vocês acham que Sandro Mabel, relator da reforma tributária, vai conseguir alguma coisa? Tá fácil!

Pela foto nós vemos o quão marqueteiro foi e continua sendo este desgoverno. Para entregar um esboço das reformas Lula fez um barulhão. Lula sob a orientação de Duda Mendonça. Não, caro leitor, nesta época não sabíamos que Lula e o PT pagavam Duda Mendonça no exterior. Tudo era uma maravilha. Tudo que Lula fazia era uma coisa histórica, um momento para uma foto que poderá ser registrada nos livros didáticos daqui cem anos. Ah, Ilha Brasilis... Ah, povo brasileiro... Ah, reformas que nunca sairão do papel. Leis que nunca serão cumpridas. Safados que justificam suas safadezas.

A rampa do Palácio do Planalto continua a mesma, mas o desgoverno Lula destruiu o Brasil. Quando veremos isso? Quando o próximo presidente subir esta mesma rampa e receber o abacaxi, quero dizer, a faixa presidencial de Lula. Quanta coisa já passou debaixo daquela rampa. Quanta coisa passou por cima.

Meus questionamentos

Eu aqui, de frente ao computador, sempre me pego fazendo perguntas. Não sou daqueles que fala sozinho. Tenho muitos questionamentos e poucas respostas. Bem, não vou dedicar este post à filosofia da pergunta ou coisa parecida.

Um dos meus questionamentos é sobre os crimes cometidos pela esquerda. Por que eles não reconhecem que os terroristas que se refugiaram lá no norte de Tocantins (antigo norte de Goiás) para lutar não pela democracia e sim pela ditadura do proletariado mataram, torturaram, que foram bancados com dinheiro assaltado de bancos? Quando eles são questionados sobre isso sempre atacam seus questionadores chamando-os de nazistas, direitistas de merda e outros adjetivos de baixo calão.

Sou um conservador direitista, mas não defendo as ditaduras de direita. Quero que Pinochet arda no fogo do inferno assim como os presidentes militares destêpaiz que justificaram as torturas para manter a ordem. Por que será que a esquerda cultua tanto Che Guevara, Fidel, Stálin, Mao e outros esquerdopatas que mataram seus adversários em nome da revolução que, na cabeça deles, conduziria a humanidade ao paraíso, digo, ao comunismo? Já imagino os comentários dos meus detratores que sempre me visitam. Vão dizer que defendo Hitler. Eu? Bem, Stálin acreditava no bigodudinho da Alemanha um pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Eu quero que os ditadores ardam no fogo do inferno. Por que os esquerdistas não querem que Che, Fidel, Stálin, Mao e tantos outros que mataram em nome de uma revolução insana queimem no caldeirão do capeta? Vai ver porque eles são que nem José Saramago: acham que o capeta não existe, que foi uma criação da Igreja Católica.

Por Lula eles fazem tudo

Os petralhas fazem de tudo para que Lula seja protegido. Foi assim em todos os escândalos deste desgoverno. Até quando o assunto é a maldita revisão da Lei da Anistia Lula é lembrado. Paulo Vanucchi, ministro dos Direitos Humanos, quer rever a lei para honrar a biografia de Lula. Por quê? O que Lula fez contra os militares no período de 1964 até 1985 que foi maior do que aqueles que lutaram contra esta mesma ditadura sem pegar em armas? Por um acaso a biografia de Lula está manchada por causa disso?

Daí eu pergunto: será que os crimes cometidos pela esquerda no mesmo período mancha a biografia de alguém? Pelo jeito, Vanucchi, Tarso e outros esquerdopatas que defenderam a luta armada não sentem um pingo de arrependimento.

Atualizado

O Blogger voltou a atualizar. Os posts de sábado e de ontem estavam com a data de sexta feira. Mas eu trabalhei no fim de semana sim, viu? Vou resolver algumas coisas agora na parte da manhã e voltarei mais tarde.

Um editorial da "Folha" e um comentário

O GALOPE no preço do petróleo favoreceu a acomodação nas empresas do setor. A preocupação com controle de custos, ganhos de produtividade e a chamada governança corporativa pôde ficar em segundo plano enquanto a disparada na cotação premiava a todos sem distinção.A vertiginosa inversão dessa tendência de preços no segundo semestre deste ano altera radicalmente esse quadro.Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo -e, por conseguinte, a direção da Petrobras-, o barril do petróleo tipo WTI ("West Texas Intermediate") em Nova York custava US$ 22,55. Quatro anos depois, quando a gestão petista iniciava o segundo mandato, a cotação havia sido multiplicada por três. A escalada se acentuou até o início de julho de 2008, quando o barril foi negociado acima de US$ 140, para dar lugar à abrupta derrocada: na sexta, o WTI fechou em US$ 54,43.O choque atinge todas as companhias de petróleo do mundo. Corporações que registraram os maiores lucros da história ao longo deste ano viram-se diante de um estrangulamento repentino. A Petrobras, que lucrou R$ 10,9 bilhões de julho a setembro, teve de recorrer, no trimestre seguinte, a empréstimos inusuais com bancos públicos para satisfazer necessidades de caixa.O tempo de fartura de capital para empresas de petróleo, baseado na escalada sem precedentes nos preços, chegou ao fim. Esse fato levou a Petrobras a rever seus investimentos. Como informou Valdo Cruz, ontem nesta Folha, a estatal pretende diminuir os dispêndios na implantação de duas refinarias, a fim de sustentar os gastos na exploração das novas reservas, situadas em águas ultraprofundas, abaixo da camada de sal.Do ponto de vista empresarial, a opção é razoável. A dificuldade de ampliar as reservas é um dos maiores gargalos estratégicos por que passam os maiores petroleiras do planeta. A Petrobras, por conta das descobertas no pré-sal em áreas já licitadas, detém um trunfo nesse aspecto. Faz sentido preparar tais campos para que produzam a pleno em cinco ou seis anos, quando o regime de preços do petróleo provavelmente será outro.Mesmo assim, continuará o problema de encontrar fontes para as vultosas injeções de capital de que o Brasil necessitará, a fim de desenvolver o pré-sal. Investidores, brasileiros e estrangeiros, serão muito mais seletivos ao escolher as empresas nas quais aplicar recursos. E o empreguismo que voltou a assolar a Petrobras nos últimos anos será um ônus para a estatal brasileira nesse ambiente competitivo.A empresa aumentou 38% seu quadro de funcionários desde a posse de Lula. A disparada dos custos trabalhistas da estatal no terceiro trimestre-principal motivo para o aumento de R$ 2,4 bilhões nas despesas operacionais no período- deu motivo a desvalorizações adicionais de suas ações em Bolsa.Lula tem de escolher: ou submete o corporativismo sindical e o aparelhismo petista na Petrobras, ou as promessas grandiosas do governo sobre o pré-sal estarão sob sério risco.
Comentário
Pô, será que o pessoal da Folha de São Paulo não suspeita qual será a escolha de Lula? É claro que ele vai ficar do lado dos cupanheros. As estatais estão superlotadas de petralhas inchando ainda mais o Estado. Gastos, gastos e mais gastos. Gastos com gente que só está trabalhando numa estatal hoje porque tem na carteira o cartão de militante petista. A Petrobrás quebrando e a Folha ainda pergunta qual será a escolha de Lula: se salva a estatal e demite os petralhas ou deixam as coisas como estão para ver como é que fica. É lógico que Lula é cupanhero. E cupanhero é cupanhero e o resto é resto.