sábado, 29 de janeiro de 2011

Ele continua reclamando

Lula ganhou o título de doutor honoris causa na Universidade Federal de Viçosa, na Zona da Mata mineira. O seu discurso teve desde uma homenagem ao ex-vice presidente José Alencar até críticas aos antecessores que fizeram nada pela educação. Mesmo fora do Palácio do Planalto, mesmo não sendo presidente, Lula continua com o discurso do ódio. Para que isso? 

Pena que não teve nenhum estudante na cerimônia que transformou Lula em "dotô" para lembrá-lo que dois ex-presidentes destêpaiz apoiaram seu governo e apóiam o governo de Dilma Rostock e muitos aliados do governo Fernando Henrique Cardoso (alvo das críticas dos petralhas mais enraivecidos) apoiaram Lula e hoje lambem os tamancos que Dilma. 

Governo Lula bateu recorde de gastos

Por Adriana Fernandes e Célia Froufe
no Estadão



O governo Lula prometeu conter o avanço dos gastos como instrumento auxiliar de combate à inflação, mas terminou seu último ano com despesas em nível recorde: 19,14% do Produto Interno Bruto (PIB). Em oito anos, os gastos do chamado Governo Central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, engordaram 4 pontos porcentuais do PIB.

Boa parte dessa gordura ocorreu nos dois últimos anos, quando a equipe econômica resolveu expandir as despesas para estimular a economia e também acelerar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine de Lula nas eleições de 2010.
O ano eleitoral foi decisivo para a expansão dos gastos no ano passado, mas os dados das despesas desde 2003 mostram um peso cada vez maior nas contas do governo. No primeiro ano do governo Lula, as despesas representavam 15,14% do PIB, nível semelhante aos dos quatro anos do segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso. De 2009 para 2010, subiram R$ 128 bilhões e atingiram R$ 700,12 bilhões, com alta de 22,4%.
Com o uso de várias manobras contábeis, que abalaram a credibilidade da política fiscal brasileira, as receitas subiram 24,4%. Não foram suficientes, no entanto, para garantir o cumprimento da chamada meta cheia de 3,1% do PIB de superávit primário das contas do setor público, que inclui também o resultado dos Estados e municípios. Como antecipou o Estado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que será necessário abater despesas do PAC para cumprir a meta.
Receitas. Embora as contas do Governo Central tenham fechado o ano dentro da meta de 2,15% do PIB, com superávit de R$ 78,96 bilhões em 2010, os Estados e municípios não conseguiram cumprir a meta de 0,95% do PIB, segundo Mantega. "Então, vai faltar alguma coisa para completar os 3,1% do PIB, e isso se dará por uma parte do PAC", disse Mantega, que passou o ano validando a aposta de que a meta cheia seria cumprida.
Apesar das promessas recorrentes de controle dos gastos, o governo sustentou a política fiscal muito mais com base no aumento das receitas, em movimento puxado pelo crescimento maior da economia. Além disso, desde 2008 passou a adotar uma política mais agressiva de arrecadação, que incluiu uma intrincada engenharia financeira e garantiu o ingresso de R$ 31,9 bilhões aos cofres do Tesouro com a capitalização da Petrobrás.
No fim do ano, o governo pôs o pé no freio nas despesas, principalmente de investimentos, para conseguir um resultado melhor nas contas do Governo Central em dezembro, que fecharam o mês em R$ 14, 44 bilhões - o maior superávit da série para o mês de dezembro. 

Waldomiro Diniz vira réu por suspeita de corrupção e extorsão

Na Folha



Pivô de um dos maiores escândalos do governo Lula, o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz virou réu ao lado de sete pessoas em uma ação em que é acusado de extorsão e corrupção.
Waldomiro, que assessorou o ex-ministro José Dirceu, é apontado como um dos intermediários que negociaram, mediante propina, a renovação em 2003 de contrato da Caixa Econômica Federal com a multinacional GTech para a gestão do sistema de loterias.
Em 2009, na esfera cível, Waldomiro foi condenado pela mesma denúncia, mas por improbidade administrativa.
O juiz rejeitou denúncia contra o ex-diretor da CEF Paulo Paixão Bretas. O Ministério Público vai recorrer.
Os envolvidos não foram localizados pela Folha.

Protestos ameaçam ditadura no Egito

Na Folha

O ditador Hosni Mubarak, 82, que governa o Egito desde 1981, anunciou a dissolução de seu gabinete de ministros, na tentativa de conter os maiores protestos contra o seu regime em três décadas. 
Mubarak não deu, porém, nenhuma indicação de que pretenda sair do governo, principal reivindicação das manifestações que tomaram o Egito. Em discurso na TV, ele disse que era seu papel manter a segurança no país e que havia uma tênue linha entre a liberdade e o caos. 
Antes do pronunciamento, feito por volta da meia-noite de ontem (20h, no horário de Brasília), o ditador havia decretado toque de recolher e, em uma medida inédita, mandado o Exército para conter as manifestações nas ruas das principais cidades. 
Dezenas de milhares participaram de protestos na capital, Cairo, e em grandes centros como Alexandria e Suez. As informações sobre mortes são desencontradas, mas fontes médicas estimam que, no país todo, 18 pessoas tenham morrido. No Cairo, o total de feridos supera 1.030, segundo a agência Reuters. 
Inicialmente válido para Cairo, Alexandria e Suez, o toque de recolher, que vai até as 7h de hoje (3h de Brasília), foi estendido ao país todo. 
Apesar disso, na noite de ontem, ainda era grande a circulação de pessoas pelas ruas das principais cidades. 

REVOLTA NA REDE 
Os conflitos de ontem, dia de orações para os muçulmanos, foram os mais violentos desde terça, data dos protestos iniciais contra a ditadura. 
Carros e prédios como o escritório do partido governista no Cairo foram incendiados, e soldados do Exército tiveram de conter uma tentativa de ocupar a TV estatal. 
Em Suez, uma delegacia foi invadida, e os presos, soltos. A polícia reprimiu os protestos com gás lacrimogêneo, cassetetes, canhões d'água e balas de borracha. 
Segundo forças de segurança egípcias, o ex-diretor da agência nuclear das Nações Unidas e Nobel da Paz Mohamed ElBaradei foi colocado em prisão domiciliar. 
ElBaradei estava entre os manifestantes atacados com gás lacrimogêneo e canhões d'água na saída de uma mesquita na capital. 
Outro líder oposicionista, Aymad Nour, foi hospitalizado após levar uma pedrada na nuca, segundo seu filho. 
Em entrevista à Folha, um ativista egípcio que mora no Brasil afirmou que os protestos vêm sendo planejados pela internet há um ano. No Cairo desde quarta para participar das manifestações, ele pediu para não ser identificado por questões de segurança. Ontem, o governo egípcio bloqueou o acesso à rede. 
Entre as principais causas da revolta no Egito estão fatores semelhantes aos que derrubaram Ben Ali, ditador da Tunísia, duas semanas atrás: crise econômica, com 40% da população do país vivendo abaixo da linha da pobreza, e corrupção endêmica. 
Mubarak nunca indicou substituto, e há rumores de que prepara seu filho Gamal para a sucessão, ideia que é vista com maus olhos pela elite militar do Egito. 
Raro caso de país árabe que mantém boas relações com Israel, o Egito é um dos principais aliados dos EUA na região e recebe dos americanos grande montante de ajuda militar e auxílio financeiro. 
O Departamento de Estado recomendou a cidadãos americanos que, por enquanto, evitem viajar ao Egito. Ontem, a companhia aérea Egypt Air suspendeu voos que partiam do Cairo. 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vingança

Olha o governardo Marconi Perillo se vingando do seu antecessor e ex-aliado Alcides Rodrigues. Primeiro foi a revista Veja que mostrou o quanto que o Palácio das Esmeraldas gastou com bebidas alcoolicas. Hoje o Estãdão amplia. Em pensar que Marconi e Alcides foram tão amigos... Alcides passou seu mandado inteiro culpado Marconi pelas dívidas que o governo teria herdado. Marconistas de plantão defendiam seu chefe. Agora que a mira mudou de lado quero ver se vai ter alcidista defendendo o governo anterior. 

Eduardo Cunha ameaça petistas e relembra caso dos aloprados

No Globo


Pressionado diante das denúncias de tráfico de influência em Furnas , que atribui a integrantes do aliado PT, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começou a ameaçar petistas e até o antigo aliado e companheiro de partido Anthony Garotinho, ex-governador e deputado federal eleito. Em mensagens no Twitter, referindo-se à série de reportagens publicadas no GLOBO desde segunda-feira, Cunha fez ameaças até a Valter Cardeal, diretor de Engenharia e Planejamento da Eletrobras e homem de confiança da presidente Dilma Rousseff. Leia mais aqui.

Furnas compra ação após veto do BNDES

Por Hudson Correa e Rodrigo Rotzsch
na Folha



O BNDES vetou financiamento de R$ 587,8 milhões à hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás, após a empresa Companhia Energética Serra da Carioca 2, ligada ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrar no negócio no começo de 2008.
O empreendimento era tocado por Furnas, estatal do setor de energia.
Em julho de 2008, pouco mais de um mês após o veto do BNDES, Furnas resolveu comprar a parte da Serra da Carioca no negócio.
A compra está sob suspeita porque a estatal pagou R$ 73 milhões a mais pelas ações em relação ao valor pelo qual a empresa as havia adquirido oito meses antes de outra companhia, chamada Oliveira Trust.
A transação foi divulgada ontem pelo jornal "O Globo". Em nota, a estatal negou prejuízos ou irregularidade.
Ao comprar ações por R$ 6,89 milhões em janeiro de 2008, a Serra da Carioca passou a ser sócia de Furnas na construção da hidrelétrica. O financiamento do BNDES para esse projeto do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estava aprovado desde outubro de 2007.
A Folha apurou que o BNDES justificou sua decisão de suspender a ajuda financeira, em 2008, com o fato de que sócios e investidores na Serra da Carioca haviam sido investigados pela CPI dos Correios, que em 2005 apurou o mensalão e suposta corrupção em estatais.
O banco argumentou ainda que "constatou-se que a declaração de renda" de João Alberto Nogueira, dono da empresa, "era incompatível com as alegadas atividades exercidas e sua participação nas empresas não aparecia na declaração de bens".
Conforme documentos da Junta Comercial de São Paulo, um dos diretores da Gallway, controladora da Serra da Carioca, à época era o ex-presidente da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio) Lutero de Castro Cardoso.
Ele foi indicado para a estatal carioca por Eduardo Cunha, o mesmo padrinho político do atual presidente de Furnas, Carlos Nadalutti.
O grupo ainda teria o doleiro Lúcio Bolonha Funaro como um dos representantes. Cunha morou num flat de Funaro em 2005, mas afirma que pagava as despesas.

Novos governadores levantam fichas de antecessores por autopreservação

Por João Domingos
no Estadão



A troca de poder em oito Estados desencadeou a busca por sinais de má gestão e excesso de gastos dos derrotados para municiar ou imunizar politicamente os novos governadores.
Na Paraíba, ao constatar que herdou um Estado com R$ 1,3 bilhão em dívidas e comprometimento de 57% da receita do Executivo com as despesas de pessoal, o governador Ricardo Coutinho (PSB) fez chegar à presidente Dilma Rousseff um pedido de compreensão com quem assumiu o governo há menos de um mês - quase um pedido de clemência com o aliado.
Ele não quer ser o primeiro governador da nova safra a sofrer uma intervenção do governo federal por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Sabe que hoje Dilma Rousseff poderá reter o repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e de verbas de convênios do governo federal com a Paraíba.
Coutinho acha que em seis meses a situação mudará, porque fez um corte de custeio de 30% e impediu aumentos salariais para si, o vice e os secretários. Espera, pelo menos, chegar ao máximo de comprometimento de 46,55% da receita com a folha de pagamentos, o que é o limite prudencial estabelecido pela LRF.
Outros sete governadores que estavam na oposição venceram o pleito e assumiram o governo de seus Estados em situação um pouco melhor, porque não foram ultrapassados os limite da irresponsabilidade fiscal como a Paraíba, mas ainda assim periclitante. Quase todos tomaram uma mesma atitude: fazer auditorias nas contas deixadas por seus antecessores.
Alguns, como o tucano Marconi Perillo, de Goiás, encomendaram radiografias que buscam comprometer seus adversários com gastos estranhos. No levantamento feito por Perillo, consta que o ex-governador Alcides Rodrigues (PP) comprou R$ 1,38 milhão em bebidas alcoólicas durante seu mandato. E que, durante os últimos quatro anos e nove meses de governo, ele teria contratado 684 voos para locais onde tem fazendas (leia matéria abaixo).
As auditorias revelam suspeitas de irregularidades e má gestão ou completo desconhecimento da realidade do Estado.
No Amapá, o governador Camilo Capiberibe (PSB) encontrou uma dívida de R$ 1,7 bilhão e o comprometimento de R$ 205 milhões com gastos somente em janeiro. Mas a arrecadação total prevista do Estado no mês é de R$ 167 milhões.
Significa que somente no primeiro mês de governo Capiberibe terá de administrar um acréscimo de R$ 38 milhões na dívida do Estado. A melhor saída que ele encontrou foi suspender temporariamente os pagamentos referentes ao exercício de 2010 e fazer auditorias na esperança de forçar a baixa no valor dos contratos.
Caos
Em Brasília, onde a crise política e administrativa imperou nos últimos 14 meses, levando à prisão do governador José Roberto Arruda (DEM) e cassação de seu mandato, o governador Agnelo Queiroz (PT) encontrou o caos, com R$ 600 milhões de créditos a serem pagos em janeiro.
Havia ainda falta de prestação de contas em convênios e inscrição de órgãos do governo na dívida ativa da União, no Cadastro Único de Convênio do Tesouro Nacional e com pendências na Receita e no INSS.
Agnelo contingenciou R$ 1,5 bilhão do orçamento e demitiu 10 mil dos 20 mil conveniados, o que poderá resultar numa economia anual de R$ 40 milhões. Isso, no entanto, não resolverá nada. Terá de apertar a máquina de fiscalização e dar incentivos à economia local, para que ela possa crescer, fazendo a arrecadação subir, disse a secretária de Imprensa do governo, Samantha Sallum.
No Pará, o governador tucano Simão Jatene encontrou à sua espera uma dívida de R$ 700 milhões e a máquina pública inchada com a nomeação de cargos de confiança em excesso. Havia ainda uma armadilha deixada pela antecessora Ana Júlia Carepa (PT). Ela enviara à Assembleia Legislativa projeto de lei concedendo aumento para o funcionalismo e gratificação para as polícias militar e civil. Jatene mandou retirar os projetos e determinou a auditoria nas contas do governo anterior.
No Tocantins, onde o ex-governador Carlos Gaguim (PMDB) nem chegou a passar a faixa para o sucessor, Siqueira Campos (PSDB) - ele a entregou para um cinegrafista e foi embora -, a situação encontrada também é muito grave, de acordo com o atual governo.
Além de R$ 220 milhões em dívidas, havia um excedente de 15,6 mil funcionários comissionados no governo. Todos foram demitidos. E, como já é comum nestes casos, Siqueira Campos abriu auditoria nas contas do ex-governador.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Prédio novo vira caça-votos de deputados

Por Maria Clara Cabral
na Folha



Na corrida para presidir a Câmara, Sandro Mabel (PR-GO) e Marco Maia (PT-RS) apresentaram propostas que podem pesar no bolso do contribuinte, como a construção de novos anexos na Casa, com previsões de gastos de cerca de R$ 74 milhões apenas neste ano.
Segundo Mabel, se eleito no próximo dia 1º de fevereiro, as obras terão início no mesmo dia. "Vocês já viram um gabinete de um senador? Cabem ao menos cinco deputados. Vocês acham que é justo?", disse.
Marco Maia usou a mesma proposta para convencer o PTB a apoiá-lo. Prometeu ainda que, caso eleito, Nelson Marquezelli (PTB-SP) comandará as negociações sobre as construções.
A promessa de aumentar a estrutura da Casa é antiga, foi apresentada por Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 2007. Na previsão orçamentária deste ano constam a ampliação do anexo 4, para gabinetes, por R$ 47,9 milhões, e a construção do 5º anexo, por R$ 26,1 milhões, para biblioteca e museu.
Não ficou claro nas promessas dos candidatos quais dos anexos eles defendem.
O argumento deles é que o projeto inicial do Congresso foi pensado para 432 gabinetes, não comportando os atuais 513 deputados. O dinheiro, segundo a assessoria, sairia da venda da folha de pagamento da Casa, feita em 2007, que já contabiliza R$ 270 milhões.
Outra promessa feita por Mabel é garantir critérios permanentes para a remuneração dos congressistas, vinculando-a à dos ministros do Supremo. O candidato não conta com apoio nem de seu próprio partido.
Marco Maia, candidato oficial de Dilma Rousseff, já conta com 21 das 22 legendas -faltando apenas o PSOL.

Peemedebistas atacam PT e chamam de "ridícula" pasta de correligionário

Por Leonardo Souza
na Folha



Durante almoço ontem, em Brasília, um grupo de dez deputados do PMDB lançou fortes críticas contra o PT e integrantes da própria sigla.
Sem saber que um repórter da Folha estava na mesa ao lado, disseram que o PT tenta marcar o PMDB como o partido do "fisiologismo" e que o governo repassou à sigla só ministérios irrelevantes.
A reunião ocorreu no restaurante Fritz, o mesmo em que a "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff se reuniu para traçar estratégia de espionagem contra o PSDB em 2010.
Estavam no encontro Ibsen Pinheiro (RS), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Edinho Bez (SC), Gastão Vieira (MA), Raul Henry (PE), Geraldo Resende (MS), Mauro Mariani (SC), Manoel Júnior (PB) e o deputado eleito Alceu Moreira (RS).
Eles batizaram o grupo de "Afirmação Democrática".
Osmar Terra era um dos mais exaltados. Classificou o ministério de seu correligionário Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) como "ridículo" e disse que a pasta de Garibaldi Alves (Previdência) é "presente de grego".
Um dos participantes, não identificado quando falou, disse que a Agricultura é "a única pasta que serve".
Terra disse também que, "como todos já esperavam, esse [a gestão da presidente Dilma] vai ser o governo do PT", ainda mais do que foi o do ex-presidente Lula.
Ibsen Pinheiro ressaltou que o PMDB tem uma imagem "horrível" perante à opinião pública e que o PT ajuda a difundir a ideia de fisiologismo do partido.
Todos concordaram, porém, que colegas, como o deputado Eduardo Cunha (RJ), reforçam essa imagem.
Procurado pela Folha, Terra disse que o grupo começou a se reunir no fim de 2010 e pretende levar propostas ao governo. "Nem todos no PMDB defendem o fisiologismo", afirmou.
Disse que as classificações que deu às pastas do PMDB foram para ilustrar a pouca influência do partido. "A área de serviços, educação, saúde, está toda na mão do PT. O PT está com 70% dos cargos no governo. E o PMDB que é fisiológico? Isso ninguém fala sobre o PT."


Deu a louca no ninho tucano

A cada dia que passa tenho a plena certeza que oposição pra valer ao lulo-dilmo-petismo só mesmo aqui na internet. Se a gente depender dos partidos oposicionistas estamos fritos. Reportagem de hoje da Folha de São Paulo só comprova que deu a louca no ninho tucano. Ao invés de pregarem união, juntar as forças visando a construção de uma oposição firme contra o governo, puxa-sacos de Geraldo Alckmin e Aécio Neves fazem de tudo para deixar José Serra de lado. Acho isso um absurdo. Tudo bem que a campanha de Serra ano passado não foi lá essas coisas, mas os mais de 34 milhões de votos recebidos não podem ser desprezados. O ninho tucano insiste em desprezar a voz destes milhões de brasileiros que não estão contentes com o lulo-petismo. 
É hora de unir forças e não de rupturas. É hora de oposição ao governo e não adesismo. Enquanto alckmistas e aecistas fazem de tudo para excluir os serristas da direção do partido, o PSDB já tem alguma posição formada sobre as denúncias de corrupção envolvendo a Funasa? 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Presidente do TCU dá aula paga a órgãos que fiscaliza

Por Rubens Valente
na Folha



Órgãos públicos e entidades submetidos a fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) pagaram ao menos R$ 228 mil ao presidente do tribunal, ministro Benjamin Zymler, por palestras e cursos de um ou dois dias entre 2008 e 2010.
Após as palestras, Zymler seguiu como relator de seis procedimentos e participou de ao menos cinco julgamentos de processos de interesse dos contratantes. Em nenhuma das vezes entendeu que havia motivo para se declarar impedido.
As palestras, os custos e as agendas de Zymler não são divulgados pelo site do TCU.
No final de 2008, ele ministrou a servidores da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil), por R$ 21,5 mil, curso de dois dias intitulado "Licitações e Contratos sob a Ótica do TCU".
Zymler é ou foi relator de 41 processos que têm relação direta com a Eletronorte. São provenientes de denúncias de irregularidades, auditorias e acompanhamento.
Meses depois da palestra, Zymler relatou um processo de monitoramente de obras da Eletronorte na usina de Tucuruí (PA). Ele concordou com a área técnica do tribunal e mandou reclassificar os indícios de "irregularidades graves com retenção de pagamento" para "irregularidades graves com recomendação de continuidade".
No ano passado, Zymler recebeu R$ 59 mil por um curso de dois dias, segundo pesquisa realizada a pedido da Folha no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos do governo) pelo site Contas Abertas. O pagamento foi feito pela UFABC (Fundação Universidade Federal do ABC), de Santo André (SP), vinculada ao Ministério da Educação.
Zymler abriu uma empresa, a EMZ Cursos e Treinamento, que passou a ser contratada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para uma série de sete palestras em várias capitais. Cada uma custou R$ 13 mil.
Por R$ 20.232,16, o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) contratou Zymler para um curso de oito horas de duração, realizado num único dia, no Rio.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), vinculada ao Ministério da Agricultura, pagou R$ 14,6 mil por um curso de 16 horas proferido a 66 servidores.
Na AGU (Advocacia-Geral da União), o evento custou R$ 9,6 mil, e foi acompanhado por "cerca de 500 servidores", segundo o órgão, num total de oito horas.
O ministro foi contratado após a dispensa de licitações, sob o argumento de que havia notória especialização, quando se considera a competição inviável ou inexigível. Dispensas de licitação na gestão federal são focos frequentes de críticas do TCU.
O ministro afirmou à Folha, em nota, que os eventos dos quais participou eram "atividades docentes" e também recorreu a uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de 2007.
Contudo, o TCU não é ligado administrativamente ao Judiciário, pois atua como braço do Legislativo na atividade do controle externo, e o CNJ não tem poder de fiscalizar ministros do TCU.
Consultado pela Folha, o CNJ informou que não tem sobre as palestras "resolução ou norma sobre o assunto em questão".

Lula defenderá a volta de Delúbio, diz dirigente do PT

Por Bernardo Mello Franco
na Folha



O secretário de Comunicação do PT, André Vargas, disse ontem à Folha que o ex-presidente Lula defenderá a volta ao partido do ex-tesoureiro Delúbio Soares, acusado de operar o mensalão.
Ele afirmou que o ex-companheiro "foi injustiçado" e que a direção da sigla deve votar seu pedido de refiliação em março ou abril.
"Se for questionado, Lula vai dizer que é favorável", disse Vargas, que é deputado federal pelo Paraná e integra o Diretório Nacional do PT.
O ex-presidente evitava falar do escândalo, mas mudou o tom no fim do mandato, quando chamou o mensalão de "tentativa de golpe" e prometeu reavaliá-lo depois de deixar o Planalto.
Ontem, Vargas disse que os petistas não têm condições morais para barrar a refiliação de Delúbio, que foi expulso da legenda em 2005 e é um dos réus no processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Como é que nós vamos dizer que ele não pode se filiar? Nenhum de nós tem condição moral ou política de dizer que ele não pode militar no PT", declarou o dirigente.
"Se qualquer evidência de caixa dois servir para excluir alguém do PT, tem que dar uma excluída boa, geral", afirmou. "Do PT ou do PTB, do PMDB", acrescentou.

INJUSTIÇADO
Para Vargas, o ex-tesoureiro merece voltar ao partido porque estava em "função política" quando, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, teria intermediado pagamentos para garantir apoio de parlamentares ao governo.
"Delúbio foi injustiçado. Ele estava numa função política. Se ele fez algo individualmente, foi tentar, talvez erradamente do ponto de vista legal e eleitoral, dar suporte político às campanhas", afirmou o deputado.
"Ele tem o direito de militar no PT. Outros companheiros que estão envolvidos naquele processo estão militando no partido, participando da direção. Ele quer se filiar ao partido, é só isso."
O secretário de Comunicação do PT reafirmou a tese de que os operadores do mensalão não teriam usado dinheiro público no esquema. O Ministério Público Federal sustenta que houve desvio de recursos do Banco do Brasil.
"Foi uma crise política, não uma crise moral", disse Vargas. "O julgamento será feito, mas nossa avaliação é que foi uma crise política. Havia a vontade de desestabilizar o governo."
Nos bastidores, Delúbio faz campanha desde o fim de 2010 para ser readmitido no partido. No entanto, ele evita qualquer declaração pública sobre o assunto.
O ex-tesoureiro já havia tentado voltar em 2009, mas o movimento foi abortado pelo atual ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), então chefe de gabinete de Lula.
Os aliados de Delúbio defendem que seu caso pode voltar à pauta agora, após a saída do ex-presidente e a posse de Dilma Rousseff.
Questionado, Vargas disse não saber a posição da presidente sobre o tema. O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), já defendeu o retorno do ex-companheiro ao partido.
O pedido de refiliação de Delúbio deve ser discutido informalmente na semana do 31º aniversário do PT, no dia 10 de fevereiro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Imprensa boa é só aquela que denuncia o PSDB

Os jornais questionam a doação que o senador Álvaro Dias (PSDB) fez a uma instituição de caridade. Os jornais questionam as atitudes suspeitas do cunhado do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Os jornais questionam a nomeação de um tucano envolvido no mensalão de Minas Gerais. Troque o nome dos políticos por alguma figura petista e a sigla PSDB por PT. Imagine agora o barulho que seria feito contra os jornais. Imagine o tanto de gente que estaria questionando o papel da imprensa. Como os políticos acima assinalados são do PSDB ninguém questiona o papel da imprensa. A imprensa só tem seu trabalho questionado quando algum petista é flagrado com a mão na massa.

Sucessão interrompe programas nos Estados

No Estadão



Em Estados onde os governadores não foram reeleitos, a falta de continuidade administrativa vem provocando corte de programas e suspensão de projetos. A interrupção mais brusca ocorreu em Tocantins, Estado que está parcialmente paralisado após a demissão de 15,6 mil dos 24 mil funcionários comissionados.
O tucano José Wilson Siqueira Campos, no quarto mandato como governador de Tocantins, suspendeu praticamente todos os programas do antecessor, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), e o acusou de cometer "irresponsabilidades e crimes".
Em carta aberta, Siqueira responsabilizou o ex-governador por dívidas que ultrapassariam R$ 60 milhões na Saúde, R$ 35 milhões na Educação, R$ 25 milhões em contrapartida estadual nas obras de construção da ponte que liga Lajeado a Miracema e de 12 mil casas populares, R$ 30 milhões para o Banco Mundial e R$ 70 milhões referentes a empréstimos consignados não repassados aos bancos e contribuições sociais dos servidores, entre outras pendências.
Gaguim afirma que deixou R$ 400 milhões em recursos vinculados e que o Tocantins recebeu, dia 10, a primeira parcela de R$ 135 milhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dia 20, a segunda. Para ele, as denúncias não passam de "desculpa de quem não consegue cumprir as promessas".
No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) decidiu acabar com o programa chamado Cheque Reforma, implantado na administração de Wilma de Faria (PSB) e continuado no governo Iberê Ferreira (PSB). "É um programa de grande assistencialismo que não se enquadra na nossa diretriz", comentou o secretário-chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes.
O Cheque Reforma distribuía recursos para famílias carentes realizarem reformas em residências. Fernandes afirmou que a continuidade ou não de programas depende de "análise criteriosa". "Vamos dar seguimento ao Restaurante Popular (refeições subsidiadas) e ao Programa do Leite (que distribui leite para famílias carentes)."
"A falta de continuidade administrativa é um problema e quase estrutural", disse Roberto Piscitelli, economista da Universidade de Brasília. "O fenômeno ocorre mesmo quando a sucessão se dá entre o mesmo grupo político."
"No Brasil praticamente não há estudos para se avaliar a eficácia dos programas governamentais. Assim, fica difícil saber se eles devem ser mantidos", avaliou Armando Cunha, professor de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas.
No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro (PT) pode suspender dezenas de convênios assinados pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) com prefeituras do interior do Estado no final da gestão anterior, de Yeda Crusius (PSDB), por falta de previsão orçamentária para obras como asfaltamento de avenidas e construção de canteiros.
A ideia inicial dos novos gestores é continuar as obras já iniciadas e reavaliar as demais. O secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque (PSB), vai procurar os administradores municipais para apresentar a má notícia e pedir compreensão.
Becílio Silva, chefe da Casa Civil no governo anterior. reconhece que o fluxo de assinatura de convênios foi interrompido durante o processo eleitoral e que houve diferenças por "atrasos burocráticos" na entrega de propostas pelos municípios, mas sustenta que havia previsão de recursos.
No Pará, o governador Simão Jatene (PSDB) decidiu retirar da Assembleia Legislativa todos os projetos do governo anterior. Ao todo, doze propostas saíram de pauta e devem ser reexaminadas pelos assessores de Jatene. Um dos projetos era um pedido da ex-governadora Ana Júlia Carepa (PT) de empréstimo de R$ 1 bilhão.
Para o líder do PSDB na Assembleia, deputado José Megale, o governador agiu com "extrema responsabilidade" ao mandar retirar os projetos de tramitação, pois é precio reavaliar seu impacto financeiro. Carepa chamou a decisão de Jatene de "autoritária e absurda".

PSDB escala publicitário envolvido em escândalo em MG

Por Catia Seabra
na Folha


Publicitário escalado para a produção do programa nacional do PSDB, Eduardo Pereira Guedes Neto é um dos 11 réus do esquema batizado de mensalão mineiro. 
Secretário-adjunto do governo tucano de Eduardo Azeredo (1995-1998), Guedes é acusado de viabilizar, em 1998, transferência de recursos da Comig (Companhia Mineradora de MG) e da Copasa (Companhia de Saneamento de MG) para a SMPB -agência do publicitário Marcos Valério- para patrocínio de evento sem licitação. 
Réu desde fevereiro de 2010, Guedes foi convocado às pressas pela sigla. Afastado após a eleição do ano passado, o jornalista Luiz Gonzalez não foi chamado para a produção do programa. 
Apesar do problema na Justiça, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), elogia o trabalho de Guedes. "Volta e meia, alguém lembra [o envolvimento no caso]. Mas Guedes é muito correto, profissional", reagiu. 

SERRA x AÉCIO
Esse está longe de ser o único problema que o PSDB enfrenta no programa. Está previsto que a veiculação seja em 3 de fevereiro. 
Além da pressa -não conseguiu adiar a exibição para junho-, Guerra tenta conciliar serristas e aecistas. 
Para evitar crise, nenhum deles deverá falar durante os dez minutos de programa. 
Serra será citado pelo volume de votos obtido na corrida presidencial. Ele voltará à cena no momento de exaltação das administrações do PSDB no Sudeste. 
Aécio Neves será citado por sua gestão em Minas. 
Mas apenas Guerra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deverão falar no programa. 

Aliado de Sarney, Silas Rondeau vira alvo central da PF

Por Leonardo Souza
na Folha



O ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) virou um dos alvos centrais do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Faktor (ex-Boi Barrica).
Investigadores encarregados do caso ouvidos pela Folha afirmam já ter elementos para indiciá-lo sob a suspeita de tráfico de influência em estatais na área de energia, incluindo a Petrobras.
Apadrinhado do senador José Sarney (PMDB-AP), Rondeau ocupa desde 2006 uma cadeira no Conselho de Administração da companhia petrolífera na cota do governo -a presidente Dilma o manteve no cargo.
O ex-ministro recebe R$ 6.670 mensais para participar de uma reunião por mês na estatal. A Folha deixou recados na casa e no escritório de Rondeau, mas ele não ligou de volta.
O nome do ex-ministro já havia aparecido numa primeira fase da operação, mas não como um dos focos principais da investigação.
A PF reuniu uma série de documentos e gravou, com autorização da Justiça, conversas de terceiros que citam a participação do ex-ministro em episódios que caracterizariam o tráfico de influência na Petrobras.
Com base no material apreendido, a PF e o Ministério Público iniciaram uma nova etapa da Faktor no final do ano passado e aprofundaram a investigação sobre o papel de Rondeau nos negócios que envolvem o grupo do empresário Fernando Sarney, filho do senador e principal alvo da operação.
De acordo com a investigação, o ex-ministro tem prestado consultoria na área de energia eólica, ramo em que a Petrobras planeja ampliar seus investimentos.
No inquérito, os policiais afirmam que Rondeau "figura como sócio oculto" de escritórios de consultoria para "mascarar" o recebimento de recursos por serviços prestados a empresas privadas.
"Vou estar com o Silas na terça. Vocês vão ver só uma coisa. Ah, p., ele é do conselho da Petrobras. Vocês vão ver", diz Flávio Lima, empresário ligado a Fernando Sarney e também investigado na Faktor, numa das conversas gravadas pela PF.
No diálogo, Lima cobrava R$ 160 mil de uma empresa.
A Faktor é a terceira operação da PF em que Rondeau figura entre os suspeitos de corrupção e desvio de recursos públicos.
Ele foi obrigado a abandonar a pasta de Minas e Energia em 2007, acusado de receber R$ 100 mil em propina para favorecer empresas privadas em obras federais.
Em 2008, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o ex-ministro por corrupção e formação de quadrilha.
O nome de Rondeau surgiu também na operação Castelo de Areia.
A PF apreendeu um manuscrito que registra o pagamento de R$ 300 mil ao lado da inscrição "Ex. Min. Sil". Segundo a PF, "ao que tudo indica", trata-se de Rondeau.
Num primeiro momento da Faktor, a PF concentrou a investigação em transações do grupo de Fernando Sarney com o setor público.
Ele foi indiciado sob a acusação de formação de quadrilha e falsidade ideológica, entre outros crimes. Na segunda etapa, indiciado sob acusação de evasão de divisas. Ele nega as acusações.

Furnas vira foco de crise entre PMDB e PT

Por Rodrigo Rotzsch
na Folha



A disputa de poder entre PMDB e PT por cargos no segundo escalão do governo Dilma Rousseff ganhou tons ruidosos ontem com a vinda a público de um documento em que supostos engenheiros de Furnas atacam o domínio da empresa por nomes ligados ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A existência do documento foi revelada pelo jornal "O Globo". A Folha obteve uma cópia do texto, segundo o qual "a interferência do deputado hoje faz parte do cotidiano de Furnas". O texto não tem assinatura.
"Hoje existe uma rede de gerências nas diversas diretorias que respondem ao comando externo da estrutura formal. Tudo passa pelo crivo do deputado: nomeações de gerentes, coordenação de projetos importantes, grupos de trabalho", diz o texto.
Segundo o documento, "as consequências da atual diretoria de Furnas têm sido desastrosas sobre o clima organizacional e os resultados econômicos e financeiros".
Em 2009, a estatal teve um prejuízo líquido de R$ 129,15 milhões.
O texto cita algumas operações duvidosas que teriam trazido prejuízo para Furnas, como a relacionada à usina de Serra do Facão.
Segundo o documento, "a estatal deixou de exercer direito de compra da participação acionária da empresa Oliveira Truste, por R$ 5.000, para posteriormente comprar esse mesmo direito da empresa Serra Carioca por R$ 80 milhões".
Em nota, o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, disse que a administração da estatal "cumpre rigorosamente as leis" e que "carece de fundamento a informação de que os gerentes de Furnas vêm sendo substituídos por indicações políticas". Declara também que não há risco de que a estatal dê prejuízo em 2010.
"As ilações políticas, mentiras e leviandades distorcem os resultados positivos obtidos desde 2008 pela gestão técnica que está à frente da companhia e servem a interesses políticos de grupos que buscam o controle da empresa", conclui a nota.
Pelo Twitter, o deputado Eduardo Cunha negou qualquer ingerência em Furnas.
"Isso são setores do PT buscando tomar cargos dos aliados. Só não falam dos diretores deles e suas incompetências", escreveu.
O texto que ataca Cunha faz questão de isentar das acusações a Diretoria de Operação, a cargo de Cesar Ribeiro Zani, doador da campanha de 2006 à Câmara dos Deputados do petista Jorge Bittar, hoje secretário municipal de Habitação do Rio.
Bittar recebeu o documento sobre Furnas e o encaminhou ao ministro Luiz Sérgio (PT), que negocia o preenchimento de cargos no governo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Gorando Natal

Sim, aqui em Goiás tem gente acreditando que Goiânia será sede de algum jogo da Copa do Mundo de 2014. O prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela (PMDB) é um deles. Ele disse numa entrevista ao Diário da Manhã que o governo Alcides Rodrigues foi amador ao fazer a campanha pela capital junto à Fifa. É mesmo? Não vi nenhuma crítica sobre a atuação da comissão organizadora. Só vi torcida. Só vi bajulação.

Agora Goiânia vai gorar Natal. Dizem que a capital potiguar não vai conseguir cumprir suas metas estabelecidas pela Fifa e pode perder a sede. É lamentável ter que ficar gorando uma cidade para que Goiânia seja sede. 

Movido a álcool

A revista Veja desta semana publicou: o ex-governador Alcides Rodrigues gastou R$ 1,3 milhões com bebidas alcóolicas para festas no Palácio das Esmeraldas. É uma farra boa, não é mesmo? Para homenagear o ex-governador a respeito do seu gosto pela cana posto aqui uma música do grande Raul Seixas chamada Movido a álcool. Abaixo da letra segue o vídeo que tem a música. 

Diga, seu dotô as novidades
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou
Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar
Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai ter que acabar?
Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais estranha ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos temos que sonhar



Do discurso para a prática

A primeira dama de São Paulo Lu Alckmin também defendeu investigação sobre as acusações que pesam contra seu irmão. Ele é acusado de fraudar licitações, suborno e pagamento de propina. Lu segue o mesmo discurso do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Tá legal! Beleza! É isso aí! Mas cá pra nós, está passando da hora do discurso passar para a prática. 

Chutando cachorro morto

A imprensa goiana volta sua mira para o governo Alcides Rodrigues. O Diário da Manhã em especial. Pois é. Só depois que o cara sai pela porta dos fundo do Palácio das Esmeraldas que começam a questionar e criticar os atos do antigo governador. Chutar cachorro morto é fácil. 

Na época em que Alcides disse que o então senador Marconi Perillo (PSDB) havia deixar uma dívida de R$ 100 milhões ninguém encostou o microfone na boca do então governador para perguntar: "Governador Alcides, por que o senhor acusa o senador agora? Em 2006 vocês eram como unha e carne. Neste mesmo ano o senhor foi reeleito afirmando manter tudo que Marconi tinha feito e que as contas estavam em dia."

É muito fácil atacar Alcides agora. Quando era para mostrar o que estava errado e exigir explicações ninguém quis cumprir o papel.