Todo phoder à Constituição

Compro o jornal O Globo apenas no final de semana. No sábado para ler o suplemento literário “Prosa e Verso” e no domingo as análises futebolísiticas de Fernando Calazans e, principalmente, para ler a coluna do Agamenon. Recomendo! É lá na última página do “Segundo Caderno”.
Quando o mundo vivia a nostalgia de 1968, Agamenon não poderia deixar de meter a colher. Ele disse que esteve na passeata dos Cem Mil. Colocou uma foto e uma das faixas era: “Todo phoder ao povo”. Palavras sábias são palavras de duplo sentido.
Lembrei de Agamenon quando li que Lula reconheceu que errou ao não assinar o texto final da Constituição de 1988. Isso mesmo! A Constituição que rege na Ilha Brasilis não tem a aprovação nem de Lula e nem do PT (como se a gente pudesse separar as duas coisas).
Lula reconhecendo que errou? Que milagre! Talvez dê para contar nos dedos (menos nos dedos de Lula) as vezes que ele fez mea-culpa. Sempre a culpa é dos outros.
Assim como Agamenon, Lula desejou todo phoder. Na Veja desta semana tem uma crítica do livro do jornalista Larry Rother do New York Times. O jornalista ficou famoso por duas polêmicas. A primeira por chamar Lula de cachaceiro e a segunda por dizer que as brasileiras eram gordas ao se basear numa foto com duas estrangeiras na Praia de Ipanema (Ah, se o Pasquim existisse ainda Rother não seria perdoado).
Agamenon queria Todo phoder ao povo. No caso do jornalista, Lula queria todo phoder à Constituição. Quando disseram à ele que o americano não poderia ser expulso do país por ter se casado com uma brasileira Lula disse: “Que se phoda a Constituição”. Lula tem toda propriedade para mandar a Constituição para aquele lugar. Ele e seu partido não assinaram o texto final da Carta.
Euler de França Belém, um dos poucos jornalistas bons aqui de Goiás, diz: “A geração de 68 queria mesmo era um grande 69”. Agamenon queria phoder ao povo. Lula queria phoder desde 1989 quando se candidatou pela primeira vez a presidência. Como presidente Lula obteve o phoder. E ele phode tudo. Até a Constituição.