sábado, 29 de dezembro de 2007

E Goiânia foi à praia



A foto aí acima mostra uma praia do Guarujá, litoral paulista. Olha o tanto de gente. Diz o site do jornal O Globo que um milhão de pessoas está nestas areias. É a mesma coisa de dizer que Goiânia inteirinha foi à praia.

Minha declaração de voto

Antes de 2007 terminar já vou declarando o meu voto nas eleições municipais de 2008. Vou votar nulo. Tem gente que não gosta de votar. Viaja para qualquer canto e justifica a sua ausência. Tem gente que não gosta de votar. Prefere pagar uma multa e não comparecer na cabine de votação. Eu também não gosto de votar, mas não quero nem justificar minha ausência e muito menos pagar multa. Dizem que o dinheiro da multa é irrisório. Mas, com esta grana, posso comprar minha Coca Light ou Coca Zero.
Vou votar nulo. O único problema de votar nulo é na hora de digitar o número do candidato. Vai que eu digito dois números, aperto “confirma” e depois percebo que votei no candidato da base aliada de Cidinho? Ou no número de Íris Rezende? Para evitar qualquer percalço nesta minha caminhada anulatória lá vou eu digitar 00. Nenhum candidato é 00. Anulando o voto estarei cumprindo meu dever de cidadão. Sairei da cabine feliz da vida. Tem gente que acha que votar nulo é errado. E por um acaso votar em Lula, Fernando Collor de Melo, Paulo Maluf é a coisa certa? E eu vou votar em Barbosa Neto que, até bem pouco tempo atrás, apoiava Íris Rezende? Este mesmo Barbosa Neto atacava o governo de Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Como perdeu o primeiro turno das eleições estaduais de 2006, apoiou Cidinho no segundo turno. As críticas que Barbosa fez à Cidinho foram esquecidas. Menos por mim. Eu não me esqueço de discurso de candidato a político ou de político eleito. Sempre recorro aos arquivos dos sites dos jornais e das revistas que disponibilizam seus arquivos quando minha memória não colabora. É vigarice dizer que mudou de idéia porque é uma “metamorfose ambulante”. Vocês sabem de quem estou falando. Íris Rezende outra vez? Deus me livre. Ele prometeu acabar com todos os problemas do transporte coletivo de Goiânia nos seis primeiros meses da sua administração. Até hoje os problemas continuam. Íris acha que, quanto mais ônibus nas ruas melhor. Até hoje não vi os “corredores exclusivos de ônibus”. Aqui perto de casa, na Avenida Assis Chateaubriant, a prefeitura recapeou uma parte da avenida. Diziam que era o trecho exclusivo para os ônibus. Que nada! Era só máquina pesada e barulhenta passando por cima do asfalto.
Quem defendia o voto nulo nas eleições passadas era o PSOL, depois que sua candidata à presidente Heloísa Helena perdeu no primeiro turno. Não, eu não do PSOL. Já fui chamado de tucano, mas de “psolista” nunca. E nem quero. Me inclua fora dessa! E nem tucano eu sou. Tucano é o Luciano Huck.
Já declarei meu voto. Vou votar nulo. Se você acha ruim este tipo de atitude é só digitar o número dos candidatos apoiados por Lula, Fernando Collor de Melo, Paulo Maluf ou Cidinho, Marconi, Íris. O voto é livre.

A máscara caiu

Muita gente acredita que 2007 é o primeiro ano do governo Alcides Rodrigues, o popular Cidinho. Não é. Ele tomou posse no dia 1º de abril de 2006, assim que Marconi Perillo saiu do Palácio das Esmeraldas para tentar uma vaga no Senado nas eleições daquele ano. Pelo que nós vimos das últimas eleições, Cidinho tomou posse e prometendo que, se reeleito, manteria todos os benefícios do Tempo Novo. Era tudo jogada de marketing. Aliás, o marqueteiro de Cidinho na época é o atual secretário da Fazenda Jorcelino Braga.
Ao tomar a segunda posse no começo deste ano Cidinho foi mostrando que a máscara pintada na sua campanha estava caindo. O estado não era tudo aquilo que o Tempo Novo cantou. No governo desde 1º de abril de 2006 (é dia da mentira, mas é a pura verdade) Cidinho escondeu a crise financeira. Escondeu porque seria candidato à reeleição. Cidinho pode ser caladão, na dele, mas bobo ele não é. Vimos também que aqueles abraços e elogios que Cidinho e Marconi trocavam durante a campanha eram tudo fachada. Hoje os dois nem conversam direito.
E a oposição? O PMDB tem medo de cobrar uma atitude mais enérgica do governo sobre a crise financeira porque, quando era governo, também colaborou para a quebradeira que aí está. O Tempo Velho foi substituído pelo Tempo Novo, mas o Tempo Novo acabou virando Tempo Velho. O PT goiano é inexistente. Fala que não se alia com o “PMDB de Íris Rezende”, mas não pensou duas vezes ao se aliar à Maguito Vilela, que é do “PMDB de Íris Rezende”, no segundo turno das eleições passadas.
Pois é. O ano de 2007 está acabando. O sonho do Tempo Novo acabou. Não há plástica que modifique as rugas que apareceram neste ano. A máscara caiu. Era tudo jogada de marketing. Agora nem Nerso da Capetinga é capaz de salvar. Vai ver esta reforma administrativa do Jorcelino seja mais uma jogada de marketing. A mesma jogada que reelegeu Cidinho e carimbou mais uma derrota no currículo político do PMDB. Do que adiantou tudo isso? Só a certeza de que o Tempo Velho é o Tempo Novo e, nos dois tempos da partida, Goiás saiu perdendo.

Governo perde CPMF, mas obriga banco a repassar dados de clientes

Por Adriana Fernandes e Renata Veríssimo
no Estado de São Paulo

Com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governo criou ontem um instrumento de fiscalização das operações financeiras, ainda mais poderoso que o imposto do cheque, para farejar indícios de sonegação e evasão fiscal. A decisão serviu de munição para os críticos da CPMF, que já vinham apontavam contradição no discurso do governo de que a prorrogação do tributo era fundamental para caçar os sonegadores.Para criar o instrumento, o governo não precisou nem de uma nova lei. Bastou uma instrução normativa da Receita Federal, publicada ontem no Diário Oficial da União, regulamentando artigo da Lei Complementar 105 que trata do acesso a informações bancárias. Polêmica, a lei de 2001 é questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente violar o sigilo bancário garantido na Constituição, ao permitir o acesso a dados dos contribuintes sem autorização judicial.A partir de 1º de janeiro, as instituições financeiras terão de repassar semestralmente à Receita informações sobre as operações financeiras que ultrapassem, no período de seis meses, R$ 5 mil para clientes pessoa física e R$ 10 mil para empresas. A regra vale para cada modalidade de operação financeira, não apenas aquelas anteriormente alcançadas pela CPMF: lançamentos de débito, como saques e pagamentos.O poder de fiscalização da Receita vai aumentar e englobar, entre outras, informações de aquisições de venda de títulos e ações em bolsas de valores, no mercado futuro, no mercado de opções, compra de moeda estrangeira, ouro e remessa de moeda estrangeira ao exterior.
LIMITES
Se o limite for ultrapassado por uma única operação, o banco está obrigado a prestar informações sobre as demais transações, mesmo que os valores fiquem abaixo do limite estabelecido. Os bancos terão de identificar os titulares das operações pelo número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Apesar da obrigação de envio dos dados ser semestral, as movimentações terão de ser detalhadas mês a mês.O coordenador-geral de Fiscalização da Receita, Marcelo Fisch, reconheceu ontem que o novo mecanismo é tão eficiente quanto a CPMF no combate à sonegação. Assegurou que, do ponto de vista da fiscalização, o fim da CPMF não trará prejuízos, já que a Lei 105 permitia ao órgão ter acesso a informações da movimentação bancária.Segundo Fisch, a Receita não utilizou antes o instrumento porque um decreto de 2002 impedia a regulamentação, devido à existência da CPMF. Em 2003, a Receita, com base na Lei 105, instituiu a Declaração de Operações com Cartão de Crédito (Decred). Hoje, ela é enviada à Receita pelas empresas administradoras de cartão de crédito, quando os gastos superam R$ 5 mil mensais. Com a regulamentação baixada ontem, as informações de cartão de crédito terão de ser repassadas quando superarem R$ 5 mil por semestre, alcançando um número maior de pessoas.Fisch e informou que, em janeiro, a Receita editará normas definindo o modelo da declaração das informações das operações que já eram alcançadas pela CPMF. As demais, como aquisições de ações, serão regulamentadas depois.Para o ex-secretário da Receita Everardo Maciel, o governo não corria o risco de perder o instrumento de fiscalização: “É um mito a argumentação de que sem a CPMF não há como fiscalizar.” Everardo já havia dito que a CPMF não era “ insubstituível”.
SOB CONTROLE COMO ERA COM A CPMF
As instituições financeiras eram obrigadas a encaminhar periodicamente à Receita Federal uma declaração contendo informações globais sobre a movimentação financeira de seus clientes, com base nos valores registrados com a cobrança da CPMFO sistema de fiscalização abrangia especificamente os lançamentos a débito, como saques e pagamentosNão havia um limite mínimo de movimentação para que a instituição fosse obrigada a realizar o envio das informações Os bancos tinham obrigação de encaminhar a declaração à Receita Federal trimestralmenteCom base nos dados coletados, a Receita realizava um cruzamento dos gastos referentes à CPMF com outras bases de dados, como a do Imposto de Renda da Pessoa Física. A partir do resultado, o órgão verificava a existência de eventuais indícios de sonegaçãoCaso o cruzamento apontasse algum tipo de discrepância ou uma movimentação suspeita, a Receita Federal podia providenciar a abertura de um processo de fiscalização Com base na fiscalização realizada por meio da CPMF, a Receita podia requisitar extrato bancário dos contribuintes ou proceder ao exame de documentos, livros e registros
COMO SERÁ SEM A CPMF
As instituições financeiras terão que enviar à Receita informações sobre cada modalidade de operação financeiraHá limites: quando a movimentação de cada operação ultrapassar em seis meses R$ 5 mil para pessoa física e R$ 10 mil para pessoa jurídica. Se o limite ultrapassar para uma única operação, o banco é obrigado a prestar informações sobre todas as demais modalidades de operações As informações terão de ser enviadas semestralmente. O novo instrumento abrange não só lançamentos a débito (saques e pagamentos), mas também lançamentos a crédito (depósitos)A Receita terá que regulamentar o envio das informações para cada operação. Inicialmente, vai regulamentar as operações que já alcançadas pela CPMF. As demais, como aquisições de ações de bolsas de valores, serão regulamentadas depoisA partir das informações prestadas, se forem constatados indícios de irregularidades, a Receita estará autorizada a requisitar as informações e documentos que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.

Presidente é criticado por negligenciar onda de seqüestros na Venezuela

Por Fabiano Maisonnave
na Folha de São Paulo

Os intensos esforços feitos por Chávez nos últimos meses para conseguir a libertação dos reféns mantidos pelas Farc na Colômbia têm provocado críticas dentro do país sobre a ineficiência do governo venezuelano diante da crescente indústria do seqüestro no país.Segundo a ONG Por uma Venezuela Livre de Seqüestros, foram registrados crimes desse tipo em 20 dos 24 Estados do país. Um dos mais afetados é o de Táchira, na fronteira com a Colômbia. Em geral, os raptos acontecem na zona rural e são atribuídos pelo governo venezuelano a grupos armados ilegais do país vizinho, inclusive guerrilheiros das Farc.Um dos casos mais conhecidos é o do fazendeiro Juan Pabón. Em 2003, sua mãe e seu irmão teriam sido levados e até hoje não foram liberados. "Nós nos sentimos tristes porque gostaríamos que a mesma prioridade que há para esses seqüestros colombianos ocorresse com nossos familiares. Nós nos sentimos praticamente abandonados", disse Pabón ontem a emissoras de TV locais.Segundo a ONG, apenas em Táchira havia 25 seqüestrados no início deste mês, dos quais 11 foram raptados em 2003.Questionado sobre os seqüestros em território venezuelano, Chávez disse ontem que se trata de uma prioridade do seu governo: "Diferentemente de algumas vozes, que não se cansam de pregar mentiras, estamos ativos, trabalhando todos os dias para solucionar os casos de seqüestro"."Há pouco, em Barinas [Estado natal de Chávez], chegou um menino dizendo que seu pai estava seqüestrado. Prometi libertá-lo. Por sorte, algumas semanas mais tarde foi solto. Mas é constante o nosso esforço, sabemos como nos afeta a delinqüência organizada, o paramilitarismo, movimentos armados, sobretudo nessa fronteira", disse Chávez, durante o lançamento da missão para resgatar os colombianos seqüestrados pelas Farc, em Táchira.Segundo várias pesquisas, a delinqüência é a principal preocupação dos venezuelanos desde o ano passado.

Partido de Benazir culpa o governo pelo assassinato

Na Folha de São Paulo

Enquanto simpatizantes de Benazir Bhutto protestam contra o ditador Pervez Musharraf e culpam o regime por sua morte, a polícia paquistanesa se esforça para provar a relação de organizações terroristas com o atentado. Analistas concordam que Al Qaeda e o Taleban, que haviam ameaçado Benazir, são os suspeitos mais óbvios, mas têm dúvidas sobre a possibilidade de que sejam descobertas as circunstâncias do episódio e se houve ou não cooperação de agentes da inteligência.A cabeça carbonizada do suposto terrorista suicida foi recolhida pela polícia, que tenta identificá-lo por meio de um teste de DNA. Se descoberta, a seqüência genética não provará, a rigor, nada. Até o momento, a única "prova" relatada pelo governo são ligações telefônicas interceptadas pelos serviços de espionagem.Segundo o porta-voz do ministério do interior, Javed Chima, em uma das ligações o líder da Al Qaeda Baitullah Mehsud parabeniza seus companheiros pelo ataque. O PPP (Partido do Povo Paquistanês) rejeita a hipótese "apressada".Faruq Naik, um dos dirigentes do partido de Benazir, disse ainda que o governo mente quando aponta como causa da morte um ferimento na cabeça causado por uma batida após a explosão. Ele insiste que a ex-premiê foi atingida por duas balas, numa "grave falha da segurança", que estariam tentando encobrir com especulações.A família não autorizou a autópsia, que impediria o velório no prazo preconizado pelo islã. O imbróglio político-policial permanece, acirrando sentimentos anti-Musharraf.
Benazir acusou governo
A rede americana CNN publicou ontem um e-mail enviado por Benazir ao seu porta-voz americano, Mark Siegel, dias após ter escapado ilesa ao atentado que matou 140 simpatizantes do PPP que comemoravam seu retorno ao país, em outubro. Na mensagem, Benazir critica a segurança oferecida pelo governo e diz que, se algo lhe acontecesse, Musharraf seria co-responsável.Uma lista das autoridades "suspeitas" fora entregue pela ex-premiê ao ditador no dia seguinte ao atentado. Na época, em meio a negociações jamais concluídas com o governo, ela poupou Musharraf e atribuiu as explosões a "dignitários do ex-ditador Mohammed Zia" (1977-88) infiltrados na ISI, a agência central de inteligência paquistanesa.Segundo informações da imprensa do Paquistão, entre os agentes que Benazir acusou de tramar sua morte estão um oficial do ISI e um alto funcionário da Agência Nacional de Fiscalização que investigava escândalos de corrupção envolvendo Benazir.O envolvimento da ISI não implicaria necessariamente participação do governo. O poderoso serviço secreto monitora quase tudo no país e desenvolveu uma cultura política própria, islamista, durante a ditadura de Mohammed Zia-ul-Haq, que derrubou o governo do pai de Benazir. O apoio logístico dado pelo ISI ao Taleban foi fundamental para a derrota soviética no Afeganistão.O Taleban tem também ligações com os partidos islâmicos reunidos na Muttahida Majlis-e-Amal (MMA). Opositor ferrenho das políticas antiterrorismo, a MMA tem uma relação ambígua com o governo, mas combate a oposição laica.Mais que organizações, são ideologias que movem radicais paquistaneses. Para desespero do governo, a responsabilidade também será julgada por critérios político-ideológicos.

Dossiê lista brasileiros sumidos na era Condor

Por Rubens Valente
na Folha de São Paulo

A nova edição do "Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964", organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, lista pelo menos seis brasileiros que desapareceram na Argentina como possíveis alvos da Operação Condor, acordo entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 70 para combater opositores. Em contrapartida, pelo menos sete argentinos desapareceram no Brasil entre 1975 e 1980, segundo o levantamento da comissão, que deverá ser lançado em 2008.Os brasileiros desaparecidos na Argentina pós-75, quando a Condor foi oficiosamente criada, são Francisco Tenório Cerqueira Júnior (1976), Roberto Rascardo Rodrigues (1977), Luiz Renato do Lago Faria (1980), Maria Regina Marcondes Pinto de Espinosa (1976), Sidney Fix Marques dos Santos (1976) e Walter Kenneth Nelson Fleury (1976).Os argentinos sumidos no Brasil são Norberto Armando Habegger (1978), Lorenzo Ismael Viñas (1980), Horacio Domingo Campiglia (1980), Mónica Susana Pinus de Binstock (1980), Jose Oscar Adur (1980), Liliana Inês Goldemberg (1980) e Eduardo Gonzalo Escabosa (1980). Os casos de Viñas e Campiglia passaram a ser investigados pela Justiça italiana no final dos anos 90 porque eles tinham dupla cidadania.O primeiro desapareceu ao cruzar a fronteira da Argentina com o Brasil, de ônibus, perto de Uruguaiana (RS), e o segundo foi seqüestrado no aeroporto do Galeão, no Rio, junto com a guerrilheira Mónica Binstock. O processo na Itália resultou, no dia 24, em ordens de captura internacional emitidas pela Justiça italiana contra pelo menos 11 militares e policiais brasileiros. Os outros casos de argentinos desaparecidos no contexto da Operação Condor são investigados pela Justiça argentina. No Brasil, não há registro de processo criminal sobre o assunto.
"Pré-Condor"
A primeira edição do dossiê formulado pela comissão dos mortos e desaparecidos, de 1995, serviu de base para a lei 9.140/95, que regulou o reconhecimento da responsabilidade estatal por mortes e desaparecimentos por motivação política ocorridos entre 1961 e agosto de 1979. A nova edição listará, ao todo, cerca de 402 mortos e desaparecidos.Segundo a historiadora Janaína Teles, membro da comissão e doutoranda em história pela USP, o levantamento se baseia em documentos oficiais e em relatos de testemunhas. Janaína é sobrinha de Criméia Almeida, que foi guerrilheira no Araguaia (1972-1974) e também integra a entidade.No trecho sobre a Condor, a comissão destaca o pouco acesso a documentos militares brasileiros relativos à operação."A participação brasileira na operação foi mais restrita, embora não seja conhecida devido ao sigilo dos documentos militares no Brasil. Isto ocorreu em decorrência da dinâmica da chamada "distensão política", promovida pelo governo do general Ernesto Geisel, e pelo desprezo que os militares brasileiros nutriam pelos serviços de inteligências dos demais países. Sabe-se, porém, que ainda era grande a preocupação dos brasileiros com a Junta de Coordenação Revolucionária, idealizada em 1972 pelos grupos MIR (Movimiento de Izquierda Revolucionaria, do Chile), Tupamaros (Uruguai) e ERP (Ejército Revolucionário Del Pueblo, da Argentina), e que contava com a participação do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), do Brasil", aponta o dossiê.O levantamento sugere que outras atividades conjuntas de países sob ditadura já haviam eliminado brasileiros no exterior. Documentos liberados recentemente citam, por exemplo, uma "Operação Mercúrio", que estaria por trás do desaparecimento, em janeiro de 1974, dos guerrilheiros brasileiros João Batista Rita Pereda e Joaquim Pires Cerveira. Nessa fase pré-Condor, outros seis brasileiros desapareceram no Chile entre 1973 e 1974: Antenor Machado dos Santos (1973), Jane Vanini (1974), Luis Carlos de Almeida (1973), Nelson Souza Kohl (1973), Túlio Roberto Cardoso Quintiliano (1973) e Wânio José de Matos (1973). Outro brasileiro, Luiz Renato Pires de Almeida, desapareceu na Bolívia em outubro de 1970.

Força militar da Venezuela domina fronteira com Brasil

Por Hudson Corrêa e Alan Marques
na Folha de São Paulo

Na região das fronteiras entre Brasil e Guiana, a presença militar e governamental da Venezuela é ostensiva, em contraste com o vazio que se vê do lado brasileiro e do guianense.Entre 11 e 20 de dezembro, a Folha percorreu a região das três fronteiras. Entrou nas selvas da Venezuela e da Guiana e localizou garimpeiros brasileiros atuando de forma irregular.A reportagem chegou também ao local em que o Exército da Venezuela destruiu, em novembro, duas dragas da Guiana usadas na mineração de ouro, o que gerou um conflito diplomático entre os dois países.Ao percorrer cerca de 500 km no interior da Venezuela, a partir da fronteira em Roraima, a Folha passou por nove barreiras do Exército venezuelano, sendo oito na rodovia (de asfalto impecável) que dá acesso a Caracas, capital da Venezuela, a 1.350 km da fronteira.Nessas barreiras (as alcabalas), que incluem escritório e alojamento, ao menos cinco militares ficam na pista. Armados de fuzis, revistam carros e conferem documentação, principalmente passaporte.Do lado brasileiro, após sair da Venezuela, é preciso percorrer 200 km, na rodovia BR-174, sem qualquer barreira de fiscalização, para encontrar um posto de gasolina. A situação criou dependência do combustível venezuelano fornecido na fronteira pela estatal PDVSA.
Preocupação
O ímpeto armamentista do presidente Hugo Chávez já preocupa as Forças Armadas brasileiras, que consideram o avanço militar chavista uma ameaça à estabilidade regional.Em setembro, o Comando Militar da Amazônia chegou a investigar se aconteceram pousos de aviões militares da Venezuela no Brasil. A investigação descartou a invasão. Hoje não há, segundo os militares, temor de uma investida venezuelana.Em Santa Elena de Uairén, primeira cidade da Venezuela após a fronteira, a Folha foi ao quartel do exército venezuelano. O comandante, capitão Johnnie Arevalo, se negou a dar entrevista e avisou a reportagem para não ir a áreas de garimpo sem autorização do comando em Porto Ordaz (a 700 km): "Se pegarem vocês, eles [militares] te prendem". O capitão tinha acabado de apreender um Kadet brasileiro sem os bancos traseiros, que levava centenas de latinhas de cerveja. O militar reclamou, aos dois policiais federais brasileiros que acompanhavam a Folha, da invasão de brasileiros para fazer contrabando: "Eles [brasileiros] abandonam os carros e correm para o mato, atravessam a fronteira", reclamou.O Exército brasileiro não considera iminente um conflito entre Guiana e Venezuela, que reivindica dois terços do território guianense. O litígio ocorre numa área dominada pelo garimpo que reúne brasileiros, venezuelanos e guianenses num frenético movimento de dragas e barcos no rio Cuyuni, na mata amazônica.
Dragas
A Folha esteve no local onde, em 15 de novembro, um general venezuelano e 36 soldados destruíram, com helicóptero e explosivos, duas dragas que garimpavam no rio, segundo a Guiana. Numa margem fica a Venezuela, na outra, a Guiana.O líder da comunidade indígena de San Martin de Turumbang, Reinaldo Rodrigues, 42, afirmou que as dragas operadas por pelo menos seis garimpeiros da Guiana trabalhavam no rio no lado da Venezuela.A Folha verificou que uma das dragas, cuja carcaça ainda estava parcialmente fora da água, estava naufragada do lado da Guiana. A Venezuela alega que os garimpeiros invadiram seu território. O governo da Guiana afirma que foi o Exército venezuelano que entrou em território guianense.No local, está situada a área indígena de San Martin de Turumbang, de 5.000 hectares, em território da Venezuela, que reúne 860 índios envolvidos na mineração do ouro.Do lado da Guiana, há acampamentos de garimpeiros brasileiros e guianenses às margens do rio. A reportagem não localizou os guianenses que estavam nas dragas afundadas -que, segundo Rodrigues, extraíam até 2 kg de ouro por dia, sem recompensar os índios e causando dano ambiental. Segundo ele, o Exército da Venezuela avisou que faria o ataque, e os garimpeiros fugiram antes.O Exército da Venezuela controla a ilha de Anacoco, próxima ao local do ataque. Do lado da Guiana, não há fiscalização ou estradas. Os garimpeiros, incluindo brasileiros, chegam lá por meio da floresta.As dragas possuem máquinas que sugam a areia do leito. A água que vem junto é liberada do outro lado da embarcação e a areia, retida em um depósito, pois pode conter ouro.
Humilhação
De volta ao marco zero da fronteira com a Venezuela, brasileiros relatam que sofrem humilhação. Às 10h de uma manhã de sábado, a fila de carros e caminhões brasileiros chega a 200 m. O posto de gasolina, da PDVSA venezuelana, situado logo após a linha de fronteira, deveria ter aberto às 8h.O gerente do posto explica que os militares venezuelanos ainda não chegaram, e só eles podem autorizar a entrada de carros no posto. Lá a gasolina é vendida a R$ 0,70 o litro. A 250 km, dentro da Venezuela, o valor despenca para até R$ 0,04.Não é pelo preço que o caminhoneiro Adão Francisco de Jesus, 55, está há um dia parado em frente ao posto com seu caminhão à espera de abastecer na fronteira. Jesus precisa entrar no país vizinho com uma carga de madeira, mas está com o tanque vazio. Assim como outros caminhoneiros e turistas, ele não pode abastecer no Brasil, no município de Pacaraima (RR), porque essa cidade, a última antes da Venezuela, não tem nenhum posto. Abastecer do lado brasileiro, só a 220 km de distância, em Boa Vista.Para fugir à fila do posto da PDVSA, a única possibilidade era procurar um local de venda clandestina, como em uma borracharia em Pacaraima, onde a mesma gasolina venezuelana é vendida a R$ 1,70 o litro."Isso é uma humilhação", diz Jesus. Segundo ele, os militares do Exército cobram propina para permitir o abastecimento na fronteira e a passagem do caminhão pela rodovia venezuelana. A reportagem não constatou pagamento nem cobrança de propina -nas barreiras, os militares só pediam chocolates.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Os petistas e as tragédias

Num post aí abaixo coloquei na íntegra a coluna do Diogo Mainardi que está na última edição da revista Veja deste ano. Transcrevo os dois primeiros parágrafos da coluna: Luiz Moyses perdeu a mulher na tragédia da TAM. Na tragédia do Aeroporto de Congonhas. Na tragédia do Airbus. Na tragédia da Anac. Na tragédia da Infraero. Na tragédia de Lula. Chame do jeito que quiser. Luiz Moyses era de Porto Alegre. Depois do acidente, a TAM o acomodou no Hotel Blue Tree, em Moema, perto de Congonhas. Em 31 de agosto de 2007, à noite, ele estava no bar do hotel, acompanhado por dois outros familiares de vítimas do Airbus. No mesmo dia, ocorrera a abertura do III Congresso Nacional do PT. Mais de 150 delegados do partido também estavam hospedados no Hotel Blue Tree. O PT sempre se deu bem com o Hotel Blue Tree. Um dos delegados petistas foi confraternizar com Luiz Moyses, imaginando que ele fosse um correligionário. Luiz Moyses repeliu-o dizendo que Lula era o culpado pela morte de sua mulher. O delegado petista tentou agredi-lo. Insultou-o. Disse que os parentes dos mortos da TAM estavam chorando demais. O agressor só foi contido pelo deputado baiano Joseph Bandeira e pelos guarda-costas do partido.
Pois é. Estes caras estão lá no Palácio do Planalto, no Alvorada, no Itamaraty, nos ministérios, no Congresso. Pessoas, como este delegado petista, estão espalhadas pelo estado brasileiro. Aquele gesto de Marco Aurélio Garcia dentro do Palácio do Planalto ao saber da notícia de que havia um problema na turbina do avião da TAM é apenas uma demonstração do quanto esta gente imunda está preocupada com as tragédias brasileiras. A primeira coisa que os petistas fizeram logo após o acidente foi poupar Lula. Aliás, Lula nem deu as caras no dia do acidente. Só uma semana depois ele fez um pronunciamento em cadeia de rádio e TV para tratar do assunto. Enquanto Lula tratava do tersol no olho, seu assessor fazia gestos obscenos mostrando que não se importa com os mortos e muito menos com a dor dos familiares. Era tragédia anunciada. No final de setembro do ano passado aconteceu um outro acidente aéreo. Um Boing da Gol se chocou no ar com um jato Legacy e caiu na Serra do Cachimbo no Mato Grosso. Nesta tragédia 164 pessoas morreram. Foi preciso este acidente para o Brasil ver que o governo do “nunca antes na história destêpaiz” não fez nada na área de aviação civil. A agência que deveria fiscalizar as empresas aéreas não fez nada. Os controladores de vôo estavam despreparados. Estava exposto o fracasso petista. Mas, os puxa saco do governo saíram em defesa de Lula. Nunca vou esquecer daquela matéria mentirosa da revista Carta Capital falando que a Rede Globo teria dado preferência nas fotos do dinheiro apreendido com os petistas que compraram o dossiê anti-tucano e não noticiaram o acidente com o avião da Gol. Eu lia Carta Capital toda semana. Desde o começo do escândalo do mensalão parei de comprá-la. Ela defendia Lula com unhas e dentes. Passado o tempo percebo que fui vendo as vilanias petistas. Em 2003 vi o PT lotar os cargos da Prefeitura de Goiânia com cabos eleitorais. Em 2005 vi a imprensa petista em ação, tentando acobertar Lula e seus ladrões.
Nas duas tragédias aéreas, ocorridas num espaço de tempo de 10 meses, os petistas mostraram que não têm caráter, que zombam do sofrimento alheio ou, como disse o delegado do PT citado na coluna do Diogo os parentes das vítimas “choram demais”. Marilena Chauí foi outra que saiu em defesa de Lula. Quando viu pela televisão que um avião havia se chocado com um prédio próximo ao Aeroporto de Congonhas, a filósofa pensou primeiro em Lula. Ela temeu um golpe contra o seu ídolo. Marco Aurélio Garcia, Mino Carta, Paulo Henrique Amorim, Marilena Chauí, enfim, os petistas em geral zombam da tragédia brasileira. Usam os mesmos argumentos só para defender Lula: sempre foi assim ou o governo anterior não fez nada na área afetada. Se Mino Carta acha que o Jornal Nacional boicotou o acidente com o avião da Gol eu tenho certeza que Lula boicotou, no seu pronunciamento de final de ano transmitido ontem, o acidente no Aeroporto de Congonhas. Essa gente não está nem aí para as tragédias brasileiras. Os petistas fazem top top top e um cordão de isolamento em Lula.

Papa Bento 16 transmite mensagem de pesar por morte de Bhutto

Da Folha online

O papa Bento 16 transmitiu nesta sexta-feira suas condolências à família e ao povo do Paquistão pela morte da ex-premiê e líder opositora Benazir Bhutto, assassinada ontem em um atentado terrorista.
O pontífice manifestou seu pesar pela morte de Bhutto em telegrama assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, e dirigido ao presidente da Conferência dos Bispos Católicos do Paquistão, Lawrence John Saldanha.
"Após o brutal ato terrorista no qual Benazir Bhutto, ex-premiê e chefe do Partido Popular do Paquistão, foi morta, o Santo Padre expressa seus sentimentos de profundo pesar e proximidade espiritual aos membros da família e a toda nação paquistanesa", diz o telegrama.
O papa "pede que novos atos violentos sejam evitados e que se faça todo o esforço para a construção do clima de respeito e confiança necessário para a manutenção da ordem na sociedade e o funcionamento efetivo das instituições políticas do país", conclui o comunicado.

"Ficamos mais bestiais" por Diogo Mainardi

Luiz Moyses perdeu a mulher na tragédia da TAM. Na tragédia do Aeroporto de Congonhas. Na tragédia do Airbus. Na tragédia da Anac. Na tragédia da Infraero. Na tragédia de Lula. Chame do jeito que quiser.
Luiz Moyses era de Porto Alegre. Depois do acidente, a TAM o acomodou no Hotel Blue Tree, em Moema, perto de Congonhas. Em 31 de agosto de 2007, à noite, ele estava no bar do hotel, acompanhado por dois outros familiares de vítimas do Airbus. No mesmo dia, ocorrera a abertura do III Congresso Nacional do PT. Mais de 150 delegados do partido também estavam hospedados no Hotel Blue Tree. O PT sempre se deu bem com o Hotel Blue Tree. Um dos delegados petistas foi confraternizar com Luiz Moyses, imaginando que ele fosse um correligionário. Luiz Moyses repeliu-o dizendo que Lula era o culpado pela morte de sua mulher. O delegado petista tentou agredi-lo. Insultou-o. Disse que os parentes dos mortos da TAM estavam chorando demais. O agressor só foi contido pelo deputado baiano Joseph Bandeira e pelos guarda-costas do partido.
O próprio Luiz Moyses relatou-me o episódio alguns meses atrás. Nesta semana, à procura de uma imagem que sintetizasse o ano, lembrei-me dele. Mais do que pelo acidente de Congonhas, 2007 ficará marcado pela bestialidade que deflagrou. Da alegria indecente de Lula na posse de Nelson Jobim ao top, top, top de Marco Aurélio Garcia quando o Jornal Nacional falou sobre o reversor pifado, o Brasil desceu mais uns degrauzinhos na escala de civilidade.
Em 2005 e 2006, o conflito foi entre lulistas e antilulistas, entre achacadores e achacados, entre quadrilheiros de um bando e de outro. 2007 foi pior: o conflito passou a ser mais essencial, mais primário, entre a selvageria e a humanidade. Os fatos do Hotel Blue Tree resumem idealmente o que aconteceu no país nos últimos tempos. Num artigo pomposo como este, em que se analisa o passado em busca de ensinamentos para o futuro, cai bem citar um autor ilustre.
É kitsch, mas cai bem. Pensando em Lula, em Marco Aurélio Garcia e no agressor de Luiz Moyses, cito o autor mais manjado de todos, Samuel Johnson: "A piedade não é natural ao homem. Crianças são sempre cruéis. Selvagens são sempre cruéis. A piedade é adquirida e aperfeiçoada pelo cultivo da razão".
A mulher de Luiz Moyses chamava-se Nádia. Foi sua primeira namorada. Eram casados havia sete anos. Quando Nádia morreu, Luiz Moyses vendeu sua empresa e mudou-se de Porto Alegre. Atualmente, ele tenta reconstruir sua vida em outro lugar, ao mesmo tempo que coordena as atividades do grupo de parentes dos 199 mortos de Congonhas. Chegou a ser recebido por Lula no Palácio do Planalto. Perguntou o motivo do descaso do governo com a segurança nos aeroportos. Lula respondeu, segundo ele, que "o povo brasileiro nunca pediu segurança, pediu que modernizássemos os terminais". Lula teria acrescentado que o Brasil "possui os melhores terminais do mundo, com shopping center e tudo o mais".
O ano acabou. A tragédia da TAM ficou para trás. Menos para Luiz Moyses e todas as pessoas que perderam parentes ou amigos. Eles continuam a buscar respostas para os acontecimentos daquele fim de tarde de julho. Reúnem-se, confortam-se, trocam mensagens. A última suspeita que circula entre eles é que o piloto do Airbus teria pedido autorização para aterrissar no Aeroporto de Guarulhos, mas tivera seu pedido negado pelos controladores. Em 2007, o Brasil pediu para aterrissar numa pista longa e segura, mas acabou numa pista incerta e escorregadia, "com shopping center e tudo o mais".

Alerta Geral: As Farc são terroristas

Alerta Geral: As Farc são terroristas! Lula manda seu assessor top top top para ajudar o ditadorzinho venezuelano a fechar o acordo com os terroristas das Farc, a facção criminosa escondida na mata colombiana e que manda droga para o Brasil. O acordo prevê a libertação de três reféns que estão em poder dos terroristas há seis anos. Cadê a nossa imprensa relembrando isso? As Farc são terroristas! As Farc são terroristas! As Farc são terroristas! Alerta geral: As Farc são terroristas! Alguém pode me dizer se os outros reféns vão ser libertados? O Lula que condena a ação terrorista que matou a líder oposicionista paquistanesa Benazir Bhutto é o mesmo que manda seu assessor top top top negociar com terroristas colombianos que, assim como os terroristas paquistaneses, seqüestram e matam. Cadê a oposição destêpaiz? Este governo está sentado na mesa de negociações com terroristas, com aqueles que abastecem o depósito de Fernandinho Beira Mar e companhia. Cadê a Justiça que não intima Lula? Este governo está tratando terrorista como se fosse amigo. Vamos falar do Foro de São Paulo! Alerta Geral: As Farc são terroristas! Até agora nenhum governo que aceitou negociar com os terroristas anunciou punições às Farc. Quer dizer que depois da reunião na Venezuela as Farc continuarão livres na mata colombiana planejando seqüestros e mandando drogas para o Brasil. Alerta Geral: Lula negocia com traficantes de drogas! Alerta Geral: Precisamos derrubar Lula!

Ainda sobre a oposição

Cobro do PSDB uma posição a respeito da situação do senador Eduardo Azeredo. Quando o mensalão mineiro veio à tona (no auge do mensalão petista) os tucanos baixaram a cabeça e trataram logo de fazer um acordo com os petistas para que cada um dos que pegaram dinheiro de Marcos Valério não fossem processados pelas CPI’s que tomavam conta do caso. O acordo deu certo só dentro da comissão do Congresso. O procurador Antônio Fernandes de Souza mandou os mensaleiros petistas e tucanos para o Supremo Tribunal Federal.
Em 2005, quando vieram à tona as tramóias feitas na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, os tucanos deveriam expulsá-lo do partido. Assim, não cairiam na conversa mole do petismo (que se confirmou na campanha de 2006) de que todo mundo era igual. Geraldo Alckmin não conseguiu explicar o seu “banho de ética” se tinha companheiro de partido que recebeu dinheiro do valerioduto. Sim, o PSDB aceitou as regras impostas pelo petismo. Além de concordar que é normal fazer caixa 2 nas eleições, entregou de mão beijada para Lula todos os feitos do governo Fernando Henrique Cardoso. O discurso de Lula, transmitido ontem, mostra que tudo que tem sido feito neste governo é obra das mentes geniais dos petistas. Mentira! É obra da esperteza lulista (Lula, de bobo, só tem o andado) que se apropria do que não é seu e da incapacidade da oposição em denunciar isso. Por um acaso vocês viram algum tucano dizendo, em alto e bom som, que o Bolsa – Família é uma junção dos programa sociais do governo anterior? Isso é fato! Está escrito! Na campanha presidencial de 2006 Alckmin quase não falou disso. Só o vi dizendo a respeito no primeiro debate eleitoral do segundo turno na TV Bandeirantes.
No discurso de ontem, Lula estava empolgado. Não se contentou em falar que apenas ele fez tudo para os pobres nestêpaiz. O Apedeutakoba falou até sobre o meio ambiente. Tudo bem que ele não falou das pendengas entre o Ministério do Meio Ambiente e as obras do PAC. O ministério de Marina Silva não queria liberar licenças ambientais para que as obras começassem. Deu o maior bafafá. Lula estava empolgado mesmo. Ele até agradeceu a oposição. Isso mesmo! E aí? Será que a oposição está feliz com o discurso de Lula? Será que o agradecimento amoleceu o coração do Tasso Jereissati e do Demóstenes Torres? Como disse num post passado: o PT faz o inverso daquilo que está escrito no papel e lido por eles com bastante ênfase. Pode ter certeza que, em 2008, Lula e seus puxa-saco voltarão a carga contra a oposição por causa do fim da CPMF. Será que a oposição vai ter peito de mostrar que os feitos da economia na era lulista acontecem por causa da continuação da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso ou os caras do PSDB e do DEMO (eu sempre chamei o DEM de DEMO desde a sua criação) deixarão Lula tomar para si os feitos do governo que os dois partidos ajudaram a montar entre 1995 e 2002? Será que a oposição vai continuar mostrando que estes mesmos petistas, tão defensores da CPMF, quando eram oposição, criticavam duramente o imposto do cheque? O PSDB precisa de uma vez por todas resolver o caso Eduardo Azeredo. Ou o expulsa de uma vez, ou agüenta as provocações petistas. Ou a oposição começa a tomar jeito, ou Lula continuará surfando não somente na popularidade, mas nas obras e nos resultados que não lhe pertencem.

A oposição aqui em Goiás

E a oposição aqui em Goiás? É triste ver políticos que atacaram o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, chegarem ao final do ano participando de festa no Palácio das Esmeraldas. Mas não tem problema não. Este blog vai mirar cada um deles, desde o Palácio das Esmeraldas até o Palácio do Planalto passando pela Assembléia Legislativa, Câmara Municipal e Congresso Nacional. Oposição de fato só mesmo na internet.

Como é que é?

Eu já pensava que a reforma administrativa do governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, estivesse funcionando, cortando gastos e enxugando a máquina. Vejo no Diário da Manhã de hoje que a reforma está praticamente pronta esperando o aval de Cidinho e do seu secretário da Fazenda Jorcelino Braga. Como é que é? A reforma ainda não está pronta? O que este governo está esperando para agir? Cadê a oposição cobrando a lista dos marajás que recebem muito mais do que o próprio governador? Ano que vem teremos eleições municipais. Uma coisa é certa: nem todo mundo que sair candidato da base aliada vai ganhar a prefeitura ou uma vaga na Câmara Municipal de todos os municípios goianos. Resta saber até que ponto este enxugamento da máquina, este corte de gastos vai agüentar. Será que depois das eleições Cidinho não vai criar agências ou inventar secretarias para abrigar os derrotados das eleições? A cada dia que passa a minha descrença nesta reforma administrativa só vai aumentando.

Será que os tucanos não vão fazer nada?

Outra vez o nome do senador tucano Eduardo Azeredo aparece na imprensa relacionado com o mensalão mineiro. Será que outra vez os tucanos vão ficar calados e não vão dar um chute da bunda do senador incômodo? É por essas e outras que os petistas não sentem vergonha pelas malandragens que fizeram. É que tem gente no ninho tucano tão malandro como José Dirceu, Delúbio Soares. E no ninho tem tucano que não sabe de nada assim como Lula não sabia de nada sobre o mensalão petista.

Venezuela diz que resgate pode ocorrer até o domingo

Por Fabiano Maisonnave
na Folha de São Paulo

Um dia após ter recebido o aval da Colômbia, o governo venezuelano intensificou ontem a organização do resgate de três reféns em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Embora a expectativa em Caracas seja a de que a missão deslanche ainda hoje, o governo Hugo Chávez advertiu que a operação pode atrasar até domingo.O vice-chanceler venezuelano para a América do Sul, Rodolfo Sanz, disse ontem à emissora estatal VTV que a operação ocorrerá "entre sexta [hoje] e domingo. "A idéia é que [os seqüestrados] recebam o Ano Novo com as suas famílias." Segundo ele, a hora do início do resgate "é competência e potestade exclusiva do comandante presidente Hugo Chávez".Ao longo do dia de ontem, os observadores internacionais começaram a chegar a Caracas para participar do resgate. O enviado brasileiro, o assessor internacional do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, aterrissou na capital venezuelana no final da tarde.Já o ex-presidente argentino Néstor Kirchner tinha a chegada prevista para o início da noite, no que será a sua primeira incumbência oficial desde que transferiu o poder à sua mulher, Cristina Fernández. Observadores dos governos de Equador, Cuba, França e Bolívia também deverão participar da missão de resgate.A missão, batizada de "operação transparência" por Chávez, será ainda acompanhada por um batalhão de repórteres escolhido pelo Ministério das Comunicações, reforçando o forte tom midiático dado pelo presidente venezuelano ao longo de sua participação nas negociações com as Farc.Todos devem ser levados de Caracas a um aeroporto próximo da fronteira colombiana. Dali, a missão partirá em helicópteros e aviões identificados com o símbolo da Cruz Vermelha Internacional -única exigência feita pelo governo colombiano- até a cidade de Villavicencio (100 km de Bogotá).Em seguida, haverá outra missão aérea para buscar os seqüestrados, que finalmente deverão ser levados ao território venezuelano.A decisão das Farc de libertar três reféns foi tornada pública no último dia 18, em gesto de "desagravo" ao presidente Chávez, cuja mediação nas negociações entre a guerrilha e Bogotá foi interrompida no mês passado pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe. O fim abrupto provocou a mais grave crise diplomática entre os dois países dos últimos 20 anos.Os três reféns a ser liberados são Clara Rojas, assessora da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, ambas seqüestradas em 2002, a ex-deputada Consuelo Gonzalez, levada um ano antes, e Emmanuel, de apenas 3 anos, nascido em cativeiro e filho de Rojas e de um membro das Farc.

Relator prevê R$ 8 bi a mais em receitas

Na Folha de São Paulo

O relator da proposta de Orçamento para 2008, deputado José Pimentel (PT-CE), afirmou ontem ter revisto a expectativa de receita para o ano que vem em R$ 8 bilhões a mais. Segundo ele, isso será usado para reduzir o impacto do fim da CPMF, que tinha arrecadação prevista de R$ 38 bilhões para 2008.Pimentel disse que a nova expectativa de arrecadação leva em consideração o aumento da expectativa oficial de crescimento do PIB deste ano, que passou de 4,9% para 5,2%. "Eu diria que a sangria diminui um pouco. Com mais esses R$ 8 bilhões, há um alívio maior. Agora temos de encontrar os outros R$ 30 bilhões", disse.O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o governo pode ser obrigado a recorrer a algum "ajuste tributário pontual" para compensar o rombo de R$ 38 bilhões, mas que o foco continua sendo o corte de despesas."Fazer alguma compensação tributária é uma possibilidade. (...) Não podemos fazer discurso enganoso", afirmou.

Ex-premiê Benazir morre em atentado

Na Folha de São Paulo

A ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto foi morta ontem em um atentado na cidade de Rawalpindi, próxima à capital do país, Islamabad. O ataque acontece num ano marcado pelo derramamento de sangue causado pela instabilidade política no Paquistão, país que detém a bomba atômica e posição crucial na geopolítica asiática.Benazir, 54, havia encerrado um comício da campanha para as eleições parlamentares, marcadas em princípio para o próximo dia 8 de janeiro. Testemunhas relatam que ela deixava o parque Liaquat Bagh em um carro cercado por simpatizantes quando alguém se aproximou e disparou contra ela.A rede de TV CNN conta que Benazir acenava às pessoas através do teto solar do carro no momento dos disparos . Em seguida um homem-bomba se explodiu, matando não só Benazir mas ao menos 22 outras pessoas. Segundo o Ministério do Interior do Paquistão, a causa da morte foi um tiro no pescoço, dado pela mesma pessoa que se explodiu em seguida.Benazir foi levada ao Hospital Geral de Rawalpindi, onde médicos tentaram reanimá-la por mais de meia hora, segundo o "New York Times". Mas ela foi declarada morta às 18h16 locais (11h16 em Brasília)."Coloquei minha vida em risco e vim até aqui porque sinto que este país está em perigo. As pessoas estão preocupadas. Vamos tirar o país desta crise", dissera ela no comício.No final do dia, seu corpo estava sendo transportado para sua cidade natal, Larkana.
Acordo
Adversária política do ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, Benazir Bhutto tentava costurar com ele um acordo para que, após as eleições, ocupasse o cargo de premiê sob sua Presidência.A perspectiva desse acordo, que havia desandado recentemente, fez com que o governo Musharraf a anistiasse e possibilitou sua volta ao Paquistão em outubro último -condenada por corrupção, ela estava exilada no Reino Unido.Logo no dia de sua volta, 18, ela foi alvo de um grande atentado, em Karachi, que matou 140 pessoas.Em pronunciamento na TV, Pervez Musharraf pediu ontem calma à população e lamentou o atentado, "uma crueldade que é trabalho dos terroristas com os quais estamos lutando", decretando três dias de luto.Tendo abandonado o posto de general do Exército no último dia 28 de novembro, após ter seu mandato como presidente renovado pelo Parlamento, Musharraf, que deu o golpe em 1999, tenta acomodar pressões internas de facções islâmicas radicais e de forças pró-democracia. Além disso, é pressionado a prestar conta aos EUA do combate a milícias islâmicas radicais que se abrigam no território do país.Apesar do apelo de Musharraf e de as forças de segurança terem sido postas em estado de alerta, a morte de Benazir despertou a fúria de simpatizantes, principalmente contra o governo, manifestada em distúrbios que mataram mais 14 pessoas.
Futuro incerto
A primeira grande dúvida que surge com a morte da ex-premiê é acerca da realização das eleições de janeiro. De cara, o PPP perde a figura em torno da qual se unia.Além disso, o também ex-premiê Nawaz Sharif, que, embora tivesse diferenças com Benazir, é feroz adversário de Musharraf, já pedia ontem a renúncia do ditador e anunciava que seu partido, o PLM-N, boicotará a eleição. Sharif ainda atribuiu a Musharraf "a origem de todos os problemas do país".Tanto a morte de Benazir quanto a reação de Sharif podem prover um cenário favorável para que Musharraf volte a decretar estado de emergência -que vigorou por seis semanas, até o último dia 15- e suspenda o pleito.
Radicais islâmicos
Apesar de ninguém haver ainda reivindicado a autoria do atentado, as suspeitas recaem principalmente sobre grupos extremistas islâmicos. O jornal britânico "The Guardian" lembra que as posições pró-Ocidente de Benazir faziam dela um alvo para os grupos radicais que atuam no Paquistão.Depois do atentado frustrado de Karachi, em outubro, o marido de Benazir, Asif Ali Zardari, acusou membros do ISI, o serviço de segurança do Paquistão, por sua autoria. A agência abriga adeptos do islamismo radical, pró-Taleban, e ganhou força no Paquistão sob o governo do general Zia ul Haq, que derrubou o pai de Benazir, Zulfikar Ali Bhutto, do poder em 1977.

Alta da inflação é risco maior do que crise internacional, alerta BC

Por Sérgio Gobetti
no Estado de São Paulo

O Banco Central alertou ontem que o superaquecimento da economia, impulsionada pelo crédito mais barato e comemorado pelos brasileiros neste Natal, está aumentando as incertezas sobre a evolução da inflação e constitui fator “tão ou mais importante” que as ameaças do cenário externo. As projeções para 2008, anunciadas ontem pelo diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, apontam para uma inflação de 4,3% no próximo ano, um décimo de ponto porcentual acima da previsão divulgada em setembro, mas dentro da meta de 4,5%.As mudanças nas expectativas do mercado ainda são suaves, mas o Relatório de Inflação divulgado ontem sugere que as pressões inflacionárias decorrentes de fatores internos são maiores e menos localizadas do que se pensava anteriormente.No setor de alimentos, por exemplo, os dados indicam uma “progressiva exaustão” dos efeitos da recente elevação dos preços sobre o restante da economia, mas, em contrapartida, estariam surgindo outros potenciais focos de preocupação, como o aumento dos preços dos serviços e outros impulsionados pelo aumento do consumo.“A nossa avaliação é de que o balanço dos riscos de inflação se deteriorou”, afirma Mesquita. “O processo inflacionário nunca começa de forma uniforme, e nossa função é evitar que processos localizados se tornem generalizados.” A estimativa do BC é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche este ano em 4,3% e o Produto Interno Bruto (PIB), com expansão real de 5,2%. Para o próximo ano, as projeções do BC indicam crescimento econômico de 4,5%, menor do que o esperado pela equipe do Ministério da Fazenda.No relatório, entretanto, os economistas do BC voltam a apontar um velho problema que sempre aparece nas discussões sobre as pretensas limitações que o Brasil enfrenta para crescer mais aceleradamente com estabilidade inflacionária: a falta de oferta suficiente de produção para atender à demanda dos consumidores e das próprias empresas por insumos. “A robustez da demanda doméstica tem exercido pressão sobre a capacidade de oferta de todos os setores da economia, especialmente os não expostos à concorrência externa”, diz o texto.Aparentemente, essa tendência de a oferta crescer mais do que a demanda parece contraditória com outras constatações do documento, como a surpreendente evolução dos investimentos em 2007, estimada em 12,2%, bem acima do consumo das famílias, cuja previsão de crescimento é de 5,9%. O relatório também registra a expectativa de 53% dos empresários de elevar investimentos em 2008, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em tese, esses investimentos contribuem para ampliar a oferta e “mitigar pressões inflacionárias”, como assinalado no texto, mas Mesquita avalia que seu efeito imediato continua sendo sobre a demanda.Ou seja, é como se, no curto prazo, os investimentos ainda estivessem simplesmente aumentando a demanda por bens de capital e serviços, levando algum tempo para também elevar a capacidade produtiva.De acordo com o BC, a demanda agregada deve continuar crescendo em 2008, até porque parcela significativa dos efeitos dos cortes na taxa de juros (interrompidos em setembro) ainda não se refletiu sobre a atividade econômica. “Ainda há substancial estímulo monetário para atuar sobre a economia brasileira”, disse Mesquita.Entre as várias fontes de estímulo à demanda agregada que devem se manter em 2008, o BC destaca os impulsos fiscais, decorrentes de aumento de investimentos ou de redução da receita, como no caso da CPMF. “Ainda é cedo para se avaliar possíveis conseqüências da não-prorrogação da CPMF sobre a demanda agregada, pois estas dependem de desdobramentos futuros da política fiscal”, diz o texto, referindo-se às dúvidas de como o governo vai se ajustar ao novo cenário - reduzindo gastos, reduzindo o superávit, aumentando os tributos ou um mix disso tudo.O relatório também registra as incertezas sobre o cenário internacional, como o risco de aumento dos preços de petróleo e de algumas matérias-primas e de desaceleração mais acentuada da economia americana. Em pelo menos um aspecto, entretanto, a retração da economia mundial poderia ajudar a reduzir as pressões de demanda, via redução das exportações. Isso, porém, prejudicaria a balança comercial. “Ainda não sabemos a profundidade do mergulho da economia americana, se será suave ou abrupto”, afirmou Mesquita.

Ex-advogado de Valério julgou Azeredo no TRE

Por Eduardo Kattah
no Estado de São Paulo

O advogado Rogério Tolentino, atuando como juiz eleitoral entre agosto e outubro de 1998, participou de pelo menos 21 julgamentos envolvendo o então candidato à reeleição ao governo de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), e sua coligação. Junto com a denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o chamado mensalão tucano, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, solicitou que o Ministério Público Federal em Minas apure o “pagamento de vantagem indevida” por parte do publicitário Marcos Valério e seus ex-sócios a Tolentino, “em troca de decisões favoráveis aos interesses eleitorais” de Azeredo.No inquérito que investigou o esquema montado durante a campanha tucana, a Polícia Federal registrou que Tolentino recebeu R$ 302,3 mil no período de agosto a outubro daquele ano, por meio de depósitos em sua conta e de sua mulher, Vera Maria Tolentino. Os recursos, segundo a PF, teriam saído de empresas estatais mineiras “desviados para o caixa de coordenação financeira da campanha”.O próprio advogado solicitou no fim de novembro ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cópia dos acórdãos dos julgamentos no período para sua defesa perante o Ministério Público Federal. Os documentos, aos quais o Estado teve acesso, revelam que o então juiz eleitoral votou favoravelmente a Azeredo ou à coligação Construindo o Futuro de Minas em pelo menos dez julgamentos e foi voto vencido em quatro oportunidades.
RELATOR
Ele atuou como relator em quatro votações. Em dois julgamentos, deu razão aos recursos do candidato tucano e em outros dois foi acompanhado pelo colegiado, negando provimento a medidas cautelares propostas por Azeredo e sua coligação. Nas votações restantes, Tolentino acompanhou a decisão do colegiado em relação aos recursos apresentados pelo então governador, candidato à reeleição.A defesa de Tolentino nega favorecimento a Azeredo em sua atuação como juiz eleitoral. O advogado afirma que o montante recebido entre agosto e outubro de 1998 se refere a pagamento - de honorários atrasados por quatro anos - feitos pela agência SMPB, de Marcos Valério.Um dos personagens mais próximos do publicitário - com quem divide escritório na zona sul de Belo Horizonte e para quem já atuou como advogado -, Tolentino é réu no processo do mensalão petista e responde pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
‘ESTRATÉGICA FUNÇÃO’
No pedido de investigação, o procurador-geral cita o elo entre Tolentino, Valério e seus ex-sócios na agência SMPB e diz que, “ocupando a estratégica função de juiz eleitoral”, ele “provavelmente pode ter recebido valores para beneficiar os candidatos que participaram da campanha em referência”. O relatório da PF, assinado pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, afirma que o advogado possivelmente justificaria os pagamentos como “supostos serviços de consultoria jurídica”. O documento destaca que Tolentino “não faz parte do quadro societário das empresas diretamente evolvidas nas fraudes”.Observa, porém, que as análises financeiras indicaram que ele “foi sistematicamente beneficiado com recursos públicos desviados, recebendo pagamentos em valores idênticos aos demais envolvidos em diversas operações ilícitas realizadas, a demonstrar sua participação direta nos fatos”.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Ao Tribunal Regional Eleitoral, o advogado solicitou também os nomes dos sete membros da corte no biênio 1998-2000, para reiterar a defesa de que não atuou como relator da prestação de contas de Azeredo.Tolentino foi juiz-relator das contas do candidato vitorioso na disputa: o ex-presidente Itamar Franco. As prestações de contas de Azeredo e Itamar foram aprovadas. Tolentino foi nomeado para compor o tribunal pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em julho de 1998.

Ministro apóia Justiça italiana e prega revogação da Lei de Anistia

Por Expedito Filho e Anelise Sanchez
no Estado de São Paulo

O ministro especial da Secretaria dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu ontem, em Brasília, a anulação da Lei de Anistia e disse que os tribunais brasileiros precisam se adaptar aos tratados de direitos humanos assinados pelo País que condenam crimes políticos e prática de tortura. “Haverá um momento de se resolver uma parada complicadíssima: as leis brasileiras à luz dos tratados internacionais de que o País é parte. Realmente, um país como o Brasil, que está reivindicando assento no Conselho de Segurança da ONU, não pode ter leis que colidem com os tratados. Isso é pressuposto”, afirmou, em entrevista ao Estado.Vannuchi considerou positiva a ação da Justiça italiana. Ele lembrou que o Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário, condena os crimes cometidos por motivação política. E ressaltou que a Convenção da Organização das Nações Unidas também tem posição contundente contra a tortura. “Esses instrumentos são poderosos para anular a Lei de Anistia, e o Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) nunca foi suscitado. A única consulta até hoje sobre a legalidade dessa Lei de Anistia foi feita ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esse não é o tribunal constitucional do Brasil.” E ressaltou que o processo da Justiça italiana trata de episódio ocorrido em março de 1980, que não está coberto pela Lei de Anistia, que é de agosto de 1979. O ministro disse que o País tem de se modernizar do ponto de vista dos direitos, perder o medo de discutir o passado e ir “à raiz das coisas, com moderação e serenidade”. “Ninguém quer criar nenhum problema para as Forças Armadas. Agora, o direito à memória e à verdade é inegociável. Se deve ter punição ou não, isso terá de ser decidido em última instância pelo Supremo.” Vannuchi anunciou que a Justiça italiana pedirá ainda a condenação dos responsáveis por outra morte ocorrida nos anos de chumbo: a do guerrilheiro Libero Giancarlo Castiglia, nascido na Itália e morto durante as operações na guerrilha do Araguaia. O embaixador da Itália em Brasília já manifestou interesse na localização dos restos mortais de Castiglia para repatriação.
PEDIDO FORMAL
Logo após interrogar Nestor Jorge Fernandez Troccoli, ex-membro do serviço secreto da Marinha uruguaia, o procurador da República italiano, Giancarlo Capaldo, informou ontem, em Roma, que o ministro da Justiça, Tarso Genro, receberá nas próximas horas pedido formal de extradição dos brasileiros acusados de participação na Operação Condor.Desde 1999, Cataldo investiga os crimes atribuídos aos regimes militares latino-americanos durante as décadas de 70 e 80. Tudo teve início quando as famílias de 25 vítimas italianas apresentaram denúncias e recorreram à Justiça de seu país.Na segunda-feira, a juíza Luisanna Figliolia pediu a custódia cautelar de 140 pessoas supostamente envolvidas na Operação Condor, entre elas 13 brasileiros, 61 argentinos, 22 chilenos e 32 uruguaios. Inicialmente a lista reunia mais de 200 indiciados, mas com o passar dos anos o número se reduziu porque alguns morreram. É o caso, por exemplo, do general Walter Pires, ministro do Exército durante o governo de João Baptista Figueiredo.Entre os brasileiros estão Carlos Alberto Ponzi, ex-chefe do SNI em Porto Alegre; Agnello de Araújo Brito, ex-superintendente da Polícia Federal do Rio; Antônio Bandeira, ex-comandante do 3° Exército; Henrique Domingues, ex-comandante do Estado-Maior do 3° Exército; Luís Macksen de Castro Rodrigues, ex-superintendente da PF no Rio Grande do Sul; João Oswaldo Leivas Job, ex-secretário de Segurança no Rio Grande do Sul; Átila Rohrsetzer, ex-diretor da Divisão Central de Informações; Marco Aurélio da Silva Reis, ex-diretor do Dops no Rio Grande do Sul; Octávio de Medeiros, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI); Euclydes de Oliveira Figueiredo Filho, ex-comandante do 1º Exército, e Edmundo Murgel, ex-secretário de Segurança no Rio. Os brasileiros são acusados de colaborar com o seqüestro e a morte de Horacio Domingo Campiglia e com a Operação Condor, esquema de repressão que uniu os regimes militares da América do Sul. “O teor da colaboração dos países latino-americanos envolvidos na Operação Condor será um indício do respeito que possuem pelos direitos humanos”, disse Capaldo.Giancarlo Maniga, advogado de algumas das famílias de vítimas italianas, afirmou ao Estado que elas “esperam que seja feita justiça e os responsáveis por páginas obscuras da história sejam punidos, salvando pelo menos a memória de seus parentes”. Por enquanto, apenas um dos acusados, o uruguaio Troccoli, que continua a declarar-se inocente, está preso. Outros expoentes citados na lista de Capaldo são o ex-general argentino Jorge Rafael Videla, o almirante argentino Emilio Eduardo Massera e o uruguaio Jorge Maria Bordaberry.

Retrospectiva histórica equivocada

Segundo reportagem do jornal Hoje o presidente do PT metropolitano Valdi Camárcio disse que o partido tem patrimônio considerável em Goiânia. Ele acredita que o PT tenha 25% dos votos dos goianienses. Mas, na reportagem, uma frase de Valdi me chamou atenção: Nossa retrospectiva histórica não permite aproximações com o PMDB de Íris. Ah, é? Nas eleições estaduais do ano passado, no segundo turno, o PT apoiou o PMDB de Íris Rezende que tinha Maguito Vilela com candidato. O Tribuna do Planalto entrevistou o então candidato ao governo do estado pelo PMDB na sua edição do dia 14 de outubro de 2006:

Os focos de resistência à parceria PT-PMDB podem atrapalhá-lo de alguma forma?
Não. Nunca vi uma campanha tão sintonizada como a que estamos fazendo. Está tudo muito afinado. É lógico que uma ou outra pessoa não está totalmente afinada com a candidatura do presidente Lula, como uma ou outra também não está afinada com a minha candidatura. Às vezes gente até do meu próprio partido. Mas isso é normal, é próprio da democracia. Em política não existe unanimidade. Sempre tem algum desencontro de idéias. Tem prefeito do PMDB que não me apóia - isso não é regra, é exceção.


Como sempre os petistas estão equivocados. A retrospectiva histórica de Valdi Camárcio está equivocada. Mas não tem problema não. Sinto um enorme prazer em lembrar estes equívocos históricos do petismo.

Aqueles livros na estante

Como disse José Múcio: “É clima de natal!” E em clima de natal não se confessa. Confessar é coisa de Semana Santa e ainda está um pouco longe para isso. Mas, aproveito o clima natalino para fazer uma confissão. Sim, eu vi Lula na televisão ontem. Não vi o pronunciamento inteiro, mas vi sua cara. Minha mãe me chamou para ver. Se ela me chama eu vou. Votei em Lula nas eleições de 2002. Minha mãe sabe o quanto me arrependi por isso. Talvez ela tenha me chamado para me provocar. Quinta eu falei que não ia assistir ao pronunciamento de Lula. Pedi a vocês que fizessem o mesmo. Confesso que assisti. Tudo bem que não foi o discurso inteiro, mas vi a cara barbuda do “homi”. Pronto! Já confessei. Não preciso estender a mão à palmatória.
Li o pronunciamento na íntegra pela internet, como prometi no post. Lula fez um balanço do ano de 2007. Agradeceu todo mundo, até a oposição. Até a oposição? Há pouco tempo atrás Lula chamava o DEM de DEMO. Há poucos dias esse mesmo Lula disse que a oposição era a favor do “quanto pior, melhor”. Sei não. A oposição conseguiu uma boa vitória com o fim da CPMF. Lula agradecendo a oposição é certeza de que ele vai voltar a carga contra ela no ano que vem. Afinal, Lula faz o inverso de tudo aquilo que fala. Mas, como eu adoro guardar discursos de políticos, vou arquivar este e mostrar outra vez aqui no blog quando Lula criticar a oposição. No seu discurso de fim de ano Lula focalizou principalmente na inclusão social e na economia. Este Bolsa Família que Lula tanto elogiou ontem nada mais é do que a junção de programas sociais criados pelo governo anterior. A oposição burra não soube colocar isto na última campanha presidencial. A economia é a mesma coisa. Veja um post aí abaixo no qual comento a entrevista que o presidente do Banco Central Henrique Meirelles concedeu ao Diário da Manhã de ontem. Eu quero que alguém me diga que a equipe econômica de Lula segue alguma coisa que o PT defendia para a área quando era oposição. Não! Lula segue o que o governo Fernando Henrique Cardoso fazia e que ele e o PT criticavam bastante. Aliás, outra vez ataco a oposição burra. Nas eleições presidenciais de 2006 não vi Geraldo Alckmin esfregar na cara de Lula de que ele foi contra o Plano Real. Você sabia que Lula achava que o plano que acabou com a inflação era um “estelionato eleitoral”? Será que, se Lula falasse que não pagaria a dívida externa a nossa economia estaria assim, uma beleza? Lula estava empolgado. Falou até do meio ambiente. Só faltou dizer que um dos seus principais gurus nesta área é Fernando Collor de Melo que, por sua vez, dispensa apresentações. Além disso, neste ano, vimos o Ministério do Meio Ambiente não liberar licenças ambientais para obras do PAC. Foi o maior barulho e, até agora, não se sabe como andam estas obras. Por falar em obras, Lula disse que o PAC vai transformar o país num canteiro de obras. Ao ouvir isso, é bem capaz dos lobistas espertalhões já armarem seus esquemas com deputados e senadores para que verba pública seja liberada e mais esqueletos de prédios e viadutos que levam o nada ao lugar nenhum se espalhem por aí. Lula acredita que o Brasil vai avançar mais. A segurança, a saúde e a educação receberão bilhões de reais. Só vou comentar sobre a segurança por conta de um fato recente. Ontem, Marco Aurélio Garcia (aquele do top-top-top) foi até a Venezuela se encontrar com o ditadorzinho Hugo Chávez e ajudar nas negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para que três reféns capturados pelos terroristas sejam libertados. As Farc tem haver com a violência no Brasil. O traficante Fernandinho Beira Mar mantinha relações com os terroristas colombianos. Mais de 70% da droga comercializada por ele vinha das matas da Colômbia. E mesmo assim, mesmo com a promessa de Lula de aumentar as verbas para a segurança, um assessor próximo vai negociar com essa gente. Sim, este governo é amigo dos terroristas assassinos que abastecem o tráfico. Lula sempre termina seu discurso com a mesma frase. Ele é o brasileiro mais satisfeito e o mais insatisfeito. Ele sempre é o mais. Ele sempre é o maior. A importância de Lula é tanta que, nos poucos instantes que o vi hoje, só prestei atenção naquela estante cheia de livros atrás dele. Lula sempre está de costas para os livros. Quando Lula for chutado do poder torço para que os livros permaneçam ali. Afinal, os governantes, mesmo aqueles que se acham mais e maiores, passam, mas os livros ficam. Isso me deixa muito feliz.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Lula e o terrorismo

O mundo inteiro condena o assassinato da líder oposicionista do Paquistão Benazir Bhutto. Ela foi alvo de um ato terrorista ocorrido logo após um comício. Um terrorista atirou contra Bhutto e depois detonou as bombas que estavam presas ao seu corpo. Além da líder oposicionista morreram outras 20 pessoas. Vários líderes de diversos países mandaram mensagens condenado o ato terrorista acontecido hoje no Paquistão. Os Estados Unidos e a Grã Bretanha reforçaram a luta contra o terrorismo.
O Brasil também mandou seu recado. Entrei no site do Ministério das Relações Exteriores e li a mensagem enviada por Lula ao presidente paquistanês Pervez Musharraf. Na nota está escrito: Foi com grande pesar e indignação que tomei conhecimento do ataque terrorista perpetrado em 27 de dezembro, que resultou na morte da ex-Primeira-Ministra Benazir Bhutto e de dezenas de outros cidadãos paquistaneses.
Ao expressar meu firme repúdio ao recurso à violência na vida política, transmito a Vossa Excelência o sentimento de solidariedade do povo e do Governo do Brasil diante desse inaceitável ato terrorista. Peço transmitir aos familiares das vítimas e ao povo paquistanês as profundas condolências do Governo brasileiro.
Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro condena o ato terrorista que matou Benazir Bhutto, um integrante do governo vai até a Venezuela colaborar com o ditadorzinho Hugo Chávez nas negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para que três reféns sejam libertados. Marco Aurélio Garcia estará junto do ditadorzinho venezuelano negociando com os terroristas das Farc. Sim, precisamos dizer isso: as Farc são terroristas. Cada ato das Farc é um ato terrorista. Assim como os terroristas que mataram Benazir Bhutto se escondem atrás do Alcorão, os terroristas das Farc se escondem nas matas colombianas, seqüestrando pessoas e mandando drogas para o Brasil. Não custa nada lembrar que Fernandinho Beira Mar era grande parceiro dos terroristas das Farc. Sim, ao mesmo tempo em que o governo brasileiro condena o ato terrorista que acabou matando Benazir Bhutto, um dos assessores deste governo vai negociar com terroristas a libertação de três reféns. Ninguém sabe até agora se os terroristas das Farc serão punidos pelos seqüestros e pelos atos terroristas cometidos. Enquanto isso o mundo inteiro pressionará o governo paquistanês para que prendam os terroristas assassinos de Bhutto e outras 20 pessoas. O governo brasileiro repudia a violência na política lá no Paquistão, mas se cala quando o ditadorzinho venezuelano elogia os terroristas das Farc que utilizam a violência na vida política. É lamentável o que aconteceu no Paquistão e o que está acontecendo na Venezuela.

Morte de Bhutto gera protestos; forças de segurança entram em alerta

Da Folha online

O assassinato da ex-premiê e líder opositora do Paquistão, Benazir Bhutto, ocorrido nesta quinta-feira, em Rawalpindi, deu início a uma série de protestos violentos por todo o país, por parte de seus simpatizantes. As forças de segurança estão em alerta.
O ditador Pervez Musharraf, principal adversário de Bhutto nas eleições parlamentares marcadas para janeiro próximo, atribuiu o ataque a terroristas. Em pronunciamento pela televisão, ele pediu calma à população.
Relatos ainda preliminares indicam que um terrorista se aproximou de Bhutto, atirou contra a nuca dela e, em seguida, explodiu as bombas que carregava consigo. Ao menos outras 20 pessoas morreram no atentado. Bhutto foi socorrida, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Os simpatizantes de Bhutto que esperavam notícias do lado de fora do hospital reagiram quebrando a porta de vidro da entrada principal do pronto-socorro e apedrejando carros, quando souberam da morte dela. Parte dos manifestantes gritava "Musharraf assassino".
O policiamento foi reforçado em todas as localidades, principalmente na província de Sindh, considerada reduto de Bhutto. Diversas rodovias da região foram bloqueadas por barricadas de pneus em chamas e são patrulhadas pela polícia, que tenta evitar a ida dos manifestantes à província vizinha de Punjab.
Manifestações com milhares de pessoas ocorrem também em Karachi. Lá, de acordo com testemunhas, ao menos três bancos, um escritório do governo e uma agência dos correios foram incendiados, e o comércio foi fechado. Na cidade de Hyderabad, centro de Sindh, ao menos 20 carros foram incendiados. Houve protestos também em Rawalpindi, onde lojas e postos de combustíveis foram fechados, por medo de ataques.
Em Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, manifestantes também bloquearam rodovias e gritaram palavras de ordem contra Musharraf.
Houve perturbações ainda na cidade de Multan e de Lahore, onde integrantes do PPP (Partido do Povo do Paquistão), de Bhutto, queimaram três ônibus.
Em Jacobabad, reduto do primeiro-ministro interino do Paquistão, Mohammedmian Soomro, que fica ao sul do país, um tribunal e outro prédio oficial foram incendiados. Lojas, algumas pertencentes a Soomro, também foram queimadas.

Eles voltam

Segue trecho da matéria que saiu no jornal Hoje que mostra mais um político otimista: o presidente da Câmara Municipal de Goiânia Deivison Costa. Para ele, o ano foi uma maravilha. Sim, Deivison comentou a demissão dos comissionados: Sobre a demissão de mais de 500 comissionados, o presidente explicou que a medida foi necessária para a Câmara se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal. “Mas deixamos para demiti-los no fim do mês para que recebessem os dias trabalhados em dezembro e o 13º”, salientou. Deivison disse que fez questão de assinar portaria para que os comissionados demitidos possam retornar em janeiro. “Os funcionários eram demitidos em novembro, e poderiam voltar só após três meses. Com a portaria, foi possível garantir mais estabilidade para aos comissionados”. Espera aí. Deixa-me ver se entendi. Deivison Costa demite os comissionados agora em dezembro para adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal. Certo. Depois, em janeiro, estes mesmos comissionados voltam. Será que é isso se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal? Isso é uma manobra! É uma maneira porca de burlar a Lei. Por falar em comissionados, o prefeito de Goiânia Íris Rezende demitiu ontem os parentes dos vereadores que ocupavam cargos na Câmara Técnica de Planejamento do novo Plano Diretor. Os políticos sempre têm o mesmo discurso quando o assunto é nepotismo: contratam seus parentes por conta das suas habilidades. Bem, se estes parentes são realmente hábeis, possuem capacidade extraordinária, por que não prestam concurso público? Se capacidade não falta, com certeza eles sairão bem nas provas, não é mesmo? A mãe de Deivison Costa fazia parte da Câmara Técnica. Agora que ela está fora do páreo é bem capaz do presidente da Câmara Municipal de Goiânia arranjar algum emprego para ela em outro órgão. Pode até ser um órgão estadual, já que, segundo a matéria do Hoje, Deivison Costa tem um ótimo relacionamento com o governo do estado. O que precisa mesmo é fiscalizar os órgãos públicos. Os políticos são vagabundos e muito espertos. Se seus parentes são demitidos, pode ter certeza que eles voltam. Ah, se voltam...

E se o PT seguisse sua cartilha econômica?

O presidente do Banco Central Henrique Meirelles concedeu uma entrevista para o Diário da Manhã publicada hoje. A entrevista foi um misto de perguntas dos jornalistas do próprio jornal e personalidades goianas. Todo mundo fez sua pergunta para o presidente do BC. Desde as conseqüências do fim da CPMF até a sua possível candidatura ao governo do estado em 2010. Henrique Meirelles, assim como Lula, segue otimista. O ano que vem vai ser “o ano”. Nem mesmo o fim da CPMF tira o otimismo de Henrique Meirelles. Sobre a candidatura ao Palácio das Esmeraldas, Henrique Meirelles afirma que está mais preocupado com o andamento da economia brasileira.
Já que não sou uma personalidade goiana e não pude mandar minha pergunta para o presidente do Banco Central, faço-a aqui: E se o PT seguisse a sua cartilha econômica quando chegou ao poder em 2003 nós estaríamos economicamente bem agora ou o país já teria afundado? Quando Lula escolheu Henrique Meirelles para o posto de presidente do Banco Central houve muita chiadeira. Muita gente ficou assustada ao ver um esquerdista colocando um banqueiro para comandar a economia brasileira. Os esquerdistas brasileiros detestam banqueiros. Numa entrevista à Caros Amigos no ano 2000 Lula disse que os banqueiros tinham que ter medo do PT. Vimos que, em dois anos, o discurso lulista mudou radicalmente. Os banqueiros viraram “companheiros”. Nunca antes na história destêpaiz os banqueiros lucraram tanto desde a chegada dos esquerdistas ao poder em 2003. Henrique Meirelles foi bastante criticado pela ala radical do PT. Aquela ala que não concordava com a Carta ao Povo Brasileiro, mensagem que o então candidato Lula afirmava manter os contratos do governo Fernando Henrique Cardoso. As críticas contra a política econômica adotada por Lula provocaram a expulsão de Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá. Os três expulsos resolveram montar um outro partido. Mais um.
Fica nítido que esquecemos do discurso petista do passado. Esquecemos a cartilha deles para a economia. Esquecemos as suas promessas de que, uma vez eleitos, haveria moratória e muito radicalismo. Esquecemos que Lula segue a política econômica do governo anterior, aquela que ele sempre criticava. Pois é. Eu reconheço que não sou uma personalidade goiana, portanto, não tenho créditos para mandar uma pergunta para o presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Mas fica aqui: e se o PT seguisse a sua cartilha econômica quando chegou ao poder em 2003 nós estaríamos economicamente bem agora ou o país teria afundado?

Só mais um lembrete

Hugo Chávez disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) têm um “projeto político”. Será que vai ter gente caindo na conversa mole do ditadorzinho de araque? Num post passado eu já falei a respeito deste assunto. Só faço mais um lembrete: esses amiguinhos do Chávez e do Lula, que estão embrenhados na mata colombiana, são narcoterroristas. Aliás, as Farc eram ligadas ao traficante Fernandinho Beira Mar. Daí você imagina o “projeto político” dessa gente.

A gente sempre espera a tragédia acontecer

Matéria da Folha de São Paulo de hoje mostra que, desde 2005 já se sabia que havia problemas na rede elétrica do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na noite de Natal a subestação de energia do subsolo pegou fogo obrigando pacientes e funcionários a saírem às pressas do prédio. A reforma não foi feita por ser muito cara. No Brasil é sempre assim. A gente sempre espera a tragédia acontecer. Avisos, alertas, alarmes são dados. Ninguém dá bola. Quando a bomba explode vem à tona todos os avisos, alertas e alarmes disparados há muito tempo. Pois é. Daí eu pergunto: onde estava o dinheiro da CPMF para ajudar na reforma da rede elétrica do Hospital das Clínicas de São Paulo? Com ou sem CPMF os hospitais brasileiros continuarão péssimos, com pacientes espalhados pelos corredores e rede elétrica sem nenhum reparo.

Natal tem maior nº de mortes em 2 décadas

Por Vannildo Mendes
no Estado de São Paulo

Da zero hora de sábado a zero hora de ontem, foram registrados 2.561 acidentes nos 61 mil quilômetros de rodovias federais do País, com 1.870 feridos e 196 mortos - 51% acima do ano passado. Nas estradas, foi o Natal mais sangrento da história do País, desde que os indicadores começaram a ser medidos, há 20 anos. Em decorrência da crise aérea e do crescimento da frota, o movimento nas estradas federais foi 22% maior que o de 2006, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O caso mais grave aconteceu no domingo, quando um ônibus que fazia transporte irregular de passageiros bateu de frente com uma carreta na BR-020, em São Desidério (BA), deixando 11 mortos e 23 feridos.Em mais de 70% dos acidentes, houve erro humano. Em 40% desses casos, foi constatada presença de álcool. “A grande vilã continua sendo a imprudência dos motoristas, combinada com excesso de velocidade e bebida”, disse o coordenador da Operação Natal, inspetor Alvarez Simões. Ele estima, com base em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que no feriado prolongado o Brasil sofreu um prejuízo de R$ 111milhões apenas com mortos e feridosA PRF considera que o transporte da safra recorde de soja na mesma rota dos turistas, em direção ao mar, onde estão os portos, também pode ter contribuído para os números, além de chuvas, sobretudo nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e da presença de um número expressivo de motoristas novatos. “Os condutores estão chegando às estradas muito mal preparados.” “O aumento no número de mortes é previsível, uma tragédia anunciada”, diz o consultor em engenharia de tráfego e transporte Horácio Augusto Figueiredo. “O brasileiro aceita as infrações de trânsito, acha normal ter mais carros e mais acidentes. É uma lógica suicida. É preciso mudar o quadro de fiscalização. A impunidade é total.”Simões destaca que, desta vez não dá para colocar a culpa na qualidade das rodovias, uma vez que a condição de trafegabilidade nos principais corredores melhorou significativamente, na comparação dos últimos 20 anos. Nas pistas ruins, houve menos acidentes e com menor gravidade. “A brutalidade dos casos revela que o motorista se preocupam mais com danos ao carro do que com a segurança dos familiares que vão dentro. E enfiam o pé quando a pista é boa.”

Bogotá autoriza resgate venezuelano

Por Mariana Della Barba
no Estado de São Paulo

A Venezuela começou a pôr ontem em andamento seu plano para recolher na selva colombiana três reféns que o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prometeu libertar. Numa entrevista coletiva de mais de duas horas iniciada pouco antes do meio-dia em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu detalhes do plano e afirmou que estava apenas esperando o sinal verde do presidente colombiano, Álvaro Uribe, para colocá-lo em prática. Menos de duas horas depois, Uribe autorizou a entrada de enviados do venezuelano na selva da Colômbia para receber dos guerrilheiros a ex-deputada Consuelo González de Perdomo, Clara Rojas (assessora da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt) e seu filho Emmanuel, que nasceu no cativeiro há três anos.Chávez afirmou que a “caravana” partiria logo após o aval de Bogotá, possivelmente ainda na noite de ontem. Chávez disse que detalhou sua estratégia e pediu o aval colombiano porque queria “uma operação humanitária transparente, com acompanhamento do mundo todo”. Ele assinalou que, se o aval não viesse, seria obrigado a “ativar fórmulas clandestinas também já planejadas”.Para corroborar sua “Operação Transparência”, como qualificou o processo, convidou representantes de seis países, além da Colômbia, para integrar a ação: França, Argentina, Brasil, Bolívia, Cuba e Equador. “Alguns enviados já estão em Caracas, e outros, a caminho.” O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviará seu assessor Marco Aurélio Garcia (ler na pág. 12). “Ele (Garcia) está aqui perto, de férias na Amazônia”, disse Chávez. O presidente venezuelano agradeceu ao menos dez vezes a prontidão dos líderes “dos países irmãos” e da França por atenderem a seu pedido em plena época natalina: “Todos responderam rápido e disseram estar dispostos a ajudar.” Segundo ele, isso mostra como a Venezuela tem boas relações com quase todos os países, menos com os EUA. “Esse é o nosso probleminha. Fora isso, até a China teria nos apoiado se tivéssemos solicitado.”Chávez assinalou que a única exigência feita pelas Farc foi que os reféns fossem entregues ao governo venezuelano. Ele afirmou que convidou os parentes dos cativos para acompanhar o processo na Venezuela e disse que eles podem ser levados para a Colômbia em seguida. “Estou muito ansioso. Ansioso para abraçar e beijar Emmanuel, o menino Jesus. Até sonhei com ele esta noite. Ele era gordinho e alegre como meu filho Hugo quando era pequeno”, afirmou Chávez. Ele terminou fazendo um elogio às Farc - “elas têm, sim, um projeto político” - e dando um recado a Uribe, que o expulsou formalmente em novembro do processo de libertação por interferir em assuntos internos de Bogotá. “Se o governo colombiano convidar, volto às negociações, para trazer de volta todos os reféns, incluindo Ingrid (seqüestrada em 2002) e os dois gringos, e acabar de vez com essa guerra.”

HC adiou a reforma em subestação que pegou fogo

Por Evandro Spinelli, Fábio Takahashi e Ricardo Viel
na Folha de São Paulo

A direção do Hospital das Clínicas de São Paulo sabia, desde 2005, que era preciso reformar a rede de energia elétrica e o sistema de combate a incêndio do Prédio dos Ambulatórios. Mas, mesmo com um projeto pronto, a obra foi adiada por problemas burocráticos.Na noite de Natal, a subestação de energia do subsolo do edifício pegou fogo, levando pânico a pacientes e funcionários. Ontem, cerca de 1.500 consultas foram canceladas e o reagendamento era feito para daqui a 15 a 20 dias. A expectativa é que o HC, o maior hospital da América Latina, só volte a funcionar normalmente a partir do dia 2 de janeiro.Waldemir Rezende, ex-diretor do IC (Instituto Central) do HC, disse que o setor de informática apontou problemas com a rede elétrica do prédio em 2005, durante sua gestão.Segundo ele, foi feita uma troca de fiação da parte interna da unidade, mas técnicos recomendaram também uma reforma geral no sistema elétrico ( incluindo áreas externas) e de combate a incêndio -inclusive com a melhoria das portas corta-fogo e sensores de fumaça.Como o custo era muito alto, o IC não tinha autonomia para fazer a obra. Por isso a responsabilidade foi transferida para a superintendência do hospital."A concorrência estava em andamento. Foi revisto o edital", disse ontem, durante entrevista coletiva, o superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira. Em seguida, ele minimizou o assunto. "Não é esse o problema. Nós não sabemos ainda a causa específica do problema [que provocou o incêndio]. É algo relacionado ao cabeamento elétrico."A Folha apurou que a licitação para a contratação da empresa que faria a obra só foi concluída no início deste mês e que as obras estavam previstas para começar em janeiro.Segundo Rezende, que foi diretor do Instituto Central de dezembro de 2002 a fevereiro deste ano, não houve problema de repasse de verba no período.
Morte confirmada
O incêndio, que começou por volta das 22h do dia 24, fez com que os pacientes do Prédio dos Ambulatórios e do Instituto Central fossem removidos às pressas. O fogo foi rapidamente controlado -ficou restrito à subestação de energia no subsolo do prédio-, mas a fumaça e a fuligem se espalharam por todos os andares dos dois edifícios pela tubulação de ar.Um paciente e uma enfermeira ficaram feridos ao pular de uma altura de cerca de dois metros. Ontem, foi confirmada a morte de um paciente.Sem energia e com as salas sujas, os atendimentos de ontem no Prédio dos Ambulatórios foram suspensos. Apenas os pacientes de procedimentos obrigatórios -quimioterapia e hemodiálise, por exemplo- foram atendidos no IC.Cerca de 6.000 pessoas passam por dia pelo Prédio dos Ambulatórios. Segundo o diretor do IC, Massayuki Yamamoto, estavam agendadas para ontem 1.100 consultas e cerca de 450 exames. Pela manhã, houve uma confusão na porta da unidade de pacientes que compareceram para fazer suas consultas ou para tentar remarcar.Desde as 5h30 pacientes se aglomeravam na porta do prédio e recebiam informações desencontradas. O sistema de informática, que permite a marcação das consultas, só foi restabelecido por volta das 10h.

Se Itália pedir, Condor pode ser investigada, diz ministro

Por Leonardo Souza, Simone Iglesias e Rubens Valente
na Folha de São Paulo

O governo federal analisará um pedido de abertura de inquérito sobre os militares e os policiais brasileiros acusados de participar da Operação Condor, que uniu ditaduras do Cone Sul em ações de repressão, caso a Justiça italiana faça a solicitação. A chance de a iniciativa prosperar, contudo, esbarra em diversos pontos legais.O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que, em tese, poderia haver o pedido da Itália, país no qual corre um processo movido por vítimas de cidadania italiana da operação. Na segunda-feira, a Justiça expediu um mandado de prisão contra 140 pessoas -inclusive 11 brasileiros, segundo disse à BBC Brasil o procurador italiano Giancarlo Capaldo. O número diverge dos 13 divulgados dia 24 por agências internacionais.Tarso afirmou que não havia recebido pedido formal da Itália até ontem. Lembrou que a Constituição impede a extradição de brasileiros, mas citou o tratado firmado entre Brasil e Itália que permite a ambos solicitar abertura de inquérito na nação alheia.Se houver o pedido, o ministro da Justiça analisará o caso e encaminhará despacho ao STF (Supremo Tribunal Federal).Tarso lembrou, contudo, que é preciso analisar se os crimes imputados aos brasileiros já não teriam prescrito e se a Lei de Anistia também não os livraria dos crimes atribuídos. O ministro deu a entender que dificilmente haveria algum tipo de punição aos brasileiros."Se o Brasil for demandado [pela Justiça italiana], o tratado nos permite instaurar ou não um inquérito. Mas existe a prescrição em concreto e a Lei de Anistia, que têm de ser consideradas", disse o ministro.Para o ativista Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, os brasileiros deverão responder a processo no Brasil. Ele atua desde 2005 como consultor informal da Justiça italiana no caso. Também foi testemunha das famílias dos ítalo-argentinos Horacio Campiglia e Lorenzo Viñas, que desapareceram no Brasil em 1980, o que motivou a abertura do processo na Itália.Krischke disse acreditar que o procedimento natural é que o STF encaminhe a questão à Procuradoria Geral da República que, então, deverá pedir abertura de processo para julgá-los no Brasil.Para ele, a Lei de Anistia brasileira não se aplica no episódio, pois são crimes internacionais. "No direito internacional não existe anistia. Dos três crimes pelos quais são acusados, homicídio, tortura e desaparecimento, apenas homicídio já prescreveu. Pelos demais, eles têm que ser julgados."Falando em Roma à BBC Brasil, Capaldo afirmou que quer a colaboração do governo brasileiro, mas não disse se já elaborou algum pedido formal."Esse processo nasceu na Itália porque os países unidos em torno da Operação Condor decidiram não abrir investigações sobre o assunto. A Itália está fazendo o possível para evitar a impunidade e para que operações como essa não voltem a acontecer." Ele disse que a lista tem 11 brasileiros, dois a menos do que havia sido divulgado inicialmente.
Desaparecimentos
Os brasileiros contra os quais foram emitidas ordens de captura internacional correspondem à cadeia de comando dos órgãos de segurança do Brasil e dos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul à época do desaparecimento dos ítalo-argentinos Lorenzo Ismael Viñas (26 de junho de 1980) e Horacio Campiglia (12 de março de 1980).Outros estrangeiros desapareceram no Brasil no contexto da Operação Condor, mas o processo da Itália alcança apenas os que detinham também a cidadania italiana.Viñas, 25, que integrava o maior grupo guerrilheiro argentino, os Montoneros, foi detido num ônibus quando cruzava a fronteira da Argentina, em Paso de Los Libres, com o Brasil, em Uruguaiana (RS), e foi visto pela última vez, segundo testemunhas, numa prisão argentina, três meses depois.Também guerrilheiro montonero, Campiglia, 31, sumiu no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, junto com a guerrilheira Monica Pinus de Binstock. Para chegar aos nomes dos brasileiros, a Justiça italiana baseou-se no depoimento dado em 1999 e na descrição feita em 2005 por escrito por Jair Krischke. Alguns dos citados já morreram, como o ex-presidente João Figueiredo (1918-1999).

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Existem muitas coisas por baixo da soltura dos reféns

O ditadorzinho de araque Hugo Chávez disse que espera uma autorização do presidente colombiano Álvaro Uribe para que os três reféns capturados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sejam libertados. Por que Chávez quer um “sinal verde” da Colômbia depois de todo discurso agressivo que o ditadorzinho fez nos últimos dias contra o presidente colombiano? O que o ditadorzinho espera? Aliás, Chávez tem que explicar esta sua aliança com os narcotraficantes colombianos. Será que o ditadorzinho deseja o fim dos rebeldes traficantes embrenhados na mata colombiana? Claro que não. Eles são, como se diz na gíria esquerdista, “camaradas”. As Farc já seqüestraram e mataram inocentes. Esta facção criminosa envia drogas para o mundo inteiro. Quer um exemplo? Veja um trecho de uma reportagem do site O Globo online do dia 05 de março deste ano: A ascensão de Beira-Mar ocorreu entre 1990 e 1995, quando abriu canais próprios de distribuição de drogas e conquistou morros como Borel, Rocinha, Chapéu Mangueira e a Favela do Vidigal. Preso em 1996, não ficou nem um ano no presídio de Belo Horizonte. Agentes penitenciários foram acusados de ter facilitado a fuga dele. Montou gigantesco esquema de lavagem de dinheiro no maior banco federal estatal do país e teria morado no Paraguai, Uruguai, Bolívia e Colômbia, onde se aliou às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Foi recapturado pelo exército colombiano, em atuação conjunta com agentes norte-americanos e repatriado para o Brasil em abril de 2001. Na época, era apontado como responsável por 70% das remessas da cocaína distribuída no país. Viram só com que Hugo Chávez é “camarada”? As mesmas Farc que seqüestram inocentes (e matam outros) tinham ligações com Fernandinho Beira – Mar, um dos maiores traficantes de drogas da América Latina. Resta saber se, após a libertação dos reféns, Chávez estará disposto a combater a facção criminosa. Creio que não. “Camarada” é “Camarada” e o resto é resto. Uribe não quer negociar com criminosos e ainda tem que ouvir as babaquices do ditadorzinho venezuelano. Tudo isso sem contar o Foro de São Paulo que é a maior organização esquerdista do mundo foi fundada por Lula em 1990 e tem os criminosos das Farc como componentes. Pergunta se a Justiça brasileira pediu explicações para o Apedeutaboka? Pergunta se Paulo Henrique Amorim critica a imprensa brasileira por não colocar nas suas páginas a atuação do Foro de São Paulo? Se você quiser saber mais informações sobre o Foro de São Paulo acesse www.olavodecarvalho.org ou www.midiasemmascara.com.br.
Quero saber como será a relação de Hugo Chávez com as Farc depois da soltura dos reféns. Quero saber se Álvaro Uribe tem consciência da existência do Foro de São Paulo e se vai intensificar o combate à facção criminosa que distribui drogas para o Brasil através de Fernandinho Beira Mar. Quero saber se a polícia ainda investiga as ligações de Beira Mar com as Farc. Com a soltura dos reféns, a imprensa vai mostrar o barulho que o ditadorzinho venezuelano vai fazer. Quero saber se a imprensa, principalmente a brasileira, não vai questionar o fato de Chávez estar ligado a uma facção que distribui drogas para o Brasil. Afinal, como mostra a reportagem do Globo online, Fernandinho Beira Mar era responsável por 70% da distribuição de cocaína distribuída no Brasil quando mantinha ligações com as Farc. Existem muitas coisas por baixo da soltura dos reféns.