sábado, 25 de outubro de 2008

Amanhã vai ser tranquilo

Amanhã é domingo. Desde sexta feira que Goiânia acorda tarde. Com o feriado do seu aniversário, a cidade está praticamente parada. Só alguns que tentam mexer as cadeiras e comprar algumas coisas do que ainda sobra do salário.
Iris Rezende venceu as eleições no primeiro turno. Por conta disso, amanhã não precisaremos ir até a urna outra vez digitar dois números e apertar o “confirma”. Bota o retrato do velho!
Amanhã vai ser tranqüilo. Quero até dar umas voltas pelas ruas na parte da manhã (claro, depois de atualizar aqui). Quem sabe não tiro algumas fotos e posto aqui? Não prometo nada. Quem promete é político. Aqui já ouvimos promessas demais. Amanhã os moradores das 23 cidades onde ocorrerá o segundo turno se juntarão a nós. De acordo com o TSE a partir das 21 horas.

Tempos modernos?

Cheguei agora do Goiânia Shopping. Fui procurar o terceiro filme da série Rocky. Assisti uma parte quando o Telecine mostrou todos os filmes. Mesmo vendo 90% do filme (da parte de Apollo Creed se oferece para treinar Rocky até o final) percebi que é o melhor da série. Não achei. Só vendiam o box inteiro, com todos os filmes. Já tenho os dois primeiros. Queria o terceiro e depois o Rocky Balboa. O quarto e o quinto filmes da série são decepcionantes. O quinto é lamentável.
Mas, chegando do shopping, com mais dois livros nas mãos (comprei uma biografia de Rubem Braga e uma antologia dos textos do Pasquim), encontro meu pai e minha mãe assistindo ao programa Super Nanny. Fiz pedagogia. Tem horas que eu m pergunto: para que pedagogo se existe a Super Nanny? Os pais chamam a senhorita para dar uns conselhos aos filhos mal educados. E tudo isso filmado e transmitido para todo Brasil. Eu não me exporia a isso. Eu não exporia meus filhos para que milhares ou milhões (não sei como anda o índice de audiência do SBT) de pessoas. Não exporia meus problemas pessoais.
Vendo um trecho do programa vi uns filhos chorando, pais descontrolados. Lembrei da minha infância. Naquela época não existia Super Nanny ou se existisse passava só nos Estados Unidos. Apanhei dos meus pais diversas vezes. Ou pelas notas baixas, ou por alguma travessura. Mas sempre encontrava nos dois o abrigo, o calor humano, a companhia querida. Apanhava, chorava, mas não ficava com raiva dos dois. Ficava com vergonha pelo que eu fiz de errado.
Hoje, não me canso de agradecer aos meus pais pelos tapas que me deram, pelos conselhos que me passaram e, acima de tudo, pelo abrigo que nunca se fechou, mesmo com minhas notas baixas e minhas travessuras. Será que os tempos modernos apresentam Super Nanny como conselheira? Eu prefiro os tempos passados quando a punição pelas coisas mal feitas eram aplicadas, mas um abraço, um beijo e um passeio nos faziam ver que aqueles dois não nos batiam por maldade e sim por amar demais. Pelo visto, amar demais é coisa do passado. Por isso, para muitos sou considerado conservador, ultrapassado, velho, um tiozão mesmo. Mas eu não sinto vergonha não. Sinto até um bem danado.

Os mensaleiros estão soltos

Reportagem da Folha de São Paulo hoje fala da expressiva quantidade de votos obtida pelos partidos que receberam dinheiro sujo do valerioduto. Vejam que os mensaleiros estão soltos. Aqui em Goiânia Delúbio Soares é tratado com se fosse uma celebridade. Será que aqui alguém já se perguntou o que o ex-tesoureiro fez na campanha de Iris Rezende? Dinheiro não contabilizado?
Duda Mendonça ajuda a campanha de Márcio Lacerda em Belo Horizonte. É uma ajuda “paralela” como disse o deputado petista Vírgilio Guimarães no Estado de São Paulo nesta semana. Como será que Duda vai receber? Ele já abriu (ou reabriu) alguma conta no exterior para receber a bufunfa?
Marcos Valério é preso acusado de montar uma farsa contra dois funcionários da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Ele não foi preso por ser o homem que repassava o dinheiro sujo aos mensaleiros. Ele foi preso por montar uma mentira contra dois auditores.
Você viu Delúbio Soares por aí? E Duda Mendonça? E Marcos Valério? Os mensaleiros estão soltos. Segurem suas carteiras. Afastem de mim este saco para arrecadar dinheiro para campanha!

Deixa com os outros três

Vocês pensaram que eu tinha me esquecido dos outros três candidatos derrotados nas eleições aqui em Goiânia? Claro que não. Gostaria de saber o que Sandy Júnior, Martiniano Cavalcante e Gilvani Felipe têm a nos dizer sobre o relatório da ONU. Precisamos de uma cidade criativa e bela, o poder em nossas mãos ou Goiânia pra frente?

Deixa com o Iris

Goiânia está importante, hein? A ONU divulgou um relatório mostrando que ela é a capital onde as desigualdades entre ricos e pobres é mais gritante na América Latina. É claro que o prefeito reeleito Iris Rezende rebateu o relatório. Goiânia tem seus problemas? Tem! Mas qual cidade não tem, não é mesmo, prefeito? Iris disse que aqui em Goiânia não tem favelas.
Consultei o meu antigo, mas útil dicionário Silveira Bueno para saber o significado da palavra “Favela”. Ei-lo: Conjunto de barracos ou cortiços. Será que aqui em Goiânia tem barracos? Será que aqui em Goiânia tem cortiços? Talvez Iris Rezende conteste o que diz o dicionário.
Ele convidou os integrantes da pesquisa da ONU para visitarem Goiânia. Ah, mas se a comissão vier é claro que Iris vai tratar de dar um trato na cidade. Ele é o prefeito que nunca dorme. Passará as madrugadas maquiando a cidade. Se a comissão vier, vai ver e depois vai embora. E a maquiagem vai embora à primeira chuva. As mansões continuarão de pé, quanto aos barracos... Bem, deixa com o Iris. O seu Banco de Lotes é a solução. Nossos problemas se acabaram. Se o banco não funcionar culpemos os ricos. É assim que a gente resolve o problema de desigualdade.

Eu pensei que a arrancada fosse agora

O jornal O Popular de hoje traz na sua capa uma foto da rodovia GO-164. Toda esburacada. Hoje, aqui em Goiânia, está um dia ensolarado, mas, a qualquer momento, nuvens podem se formar e a chuva desaguar sobre este chão batido e sobre aquela estrada esburacada.
Dias desses, o governador de Goiás Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, inaugurou um bocado de obras. Uma delas foi a restauração de várias rodovias. Pelo que vejo na reportagem, Cidinho terá que inaugurar muitas restaurações até o fim do seu mandato. Mas aí ele pode dizer: “Problemas? Nós temos! Mas vamos resolver”. É que eu pensei, pelo discurso de Cidinho, que agora fosse a arrancada do seu governo. Que os mistérios da transição do governo Marconi Perillo para o de Alcides Rodrigues ficaram no passado. Que a reforma administrativa colocasse dinheiro no caixa para fazer tudo que é necessário. Pelo visto, tem muita coisa a ser feita. Pode até ser uma arrancada, mas resta saber até onde vai este arranque. Terá gasolina, ou melhor, terá dinheiro?

O alvo

José Serra que se cuide. O governador de São Paulo será o alvo dos petistas. Como ele é o grande candidato do PSDB para suceder Lula em 2010 e como os petistas não têm ninguém de peso para combatê-lo o jeito será partir para o jogo sujo. Basta lembrar do dossiê dos aloprados contra Serra nas eleições de 2006 e que nenhum envolvido foi preso. Basta ver a reportagem publicada na edição recente da revista Veja que mostra a armação do ex-careca Marcos Valério contra o governador paulista.
A imprensa petista já bate em Serra há muito tempo. Temos dois exemplos: Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. Para os dois o Brasil só ficará melhor se Lula se perpetuar no poder e José Serra nunca mais for eleito. Vocês vão ver o que vai acontecer daqui para frente. Veremos o homem que alisa o queixo de Lula e o rapaz da botinha cor de rosa armando não esquemas, mas “denunciando” tramas contra Lula e o PT. José Serra que se cuide. Ele é o alvo.

"Planeta dos macacos" por Diogo Mainardi

A gente sempre acaba caindo obtusamente no mesmo engano. A gente sempre repete o ciclo da borracha. Primeiro: ganhamos uma montanha de dinheiro vendendo algo como uma seiva gosmenta. Segundo: somos inundados de moeda estrangeira. Terceiro: erguemos um Teatro de Ópera bem no meio do mato, onde podemos usar nossas cartolas. Quarto: lá fora, o valor da seiva gosmenta despenca. Quinto: a moeda estrangeira some de uma hora para a outra, e o que resta da belle époque matuta, no melhor dos casos, é uma epidemia de malária.
A quebra da economia global tem sido tratada como um fato incomum, anormal, imprevisto. Mas o que ocorreu foi o contrário: incomum, anormal e imprevisto é o período que está terminando agora. Nos últimos anos, todas as regras do mercado foram achincalhadas. E ninguém pagou por isso. Como ocorreu com Dorothy na Terra de Oz, homens de lata e macacos alados passaram a ocupar nosso cotidiano empresarial e financeiro. A quebra da economia global é apenas um retorno de Dorothy à sua fazenda no Kansas. É um retorno à realidade, trilhando a estrada de tijolos amarelos.
A Argentina é um macaco alado. Depois de aplicar um calote em seus credores internacionais, conseguiu crescer ininterruptamente por todos estes anos. Na Terra de Oz da economia globalizada, a Argentina, ao invés de ser punida, foi recompensada. Isso é incomum, isso é anormal, isso é imprevisto. Alguns dias atrás, sem crédito, sem saber como pagar as contas, a Dorothy de La Plata, Cristina Kirchner, simplesmente decidiu confiscar o capital dos fundos de aposentadoria privados. Acabou a Argentina imaginária do milagre peronista. A Argentina real é a do confisco, do abuso, do golpe.
O sistema hipotecário americano? Um macaco alado. O mercado imobiliário espanhol? Um macaco alado. A tese do descolamento dos emergentes? Um macaco alado. O real sobrevalorizado? Um macaco alado. O petróleo? Um macaco alado. Quando o barril de petróleo chegou aos 100 dólares, todos os analistas declararam que a economia mundial desabaria. O barril de petróleo continuou a subir, e ninguém deu a menor pelota. Agora se sabe qual é a realidade do petróleo – o produto está sobrando. Vladimir Putin? Hugo Chávez? Pré-sal de Lula? Macacos alados.
Em dezembro, a China vai comemorar os trinta anos de abertura da sua economia. Algum tempo terá de passar antes que a gente possa avaliar direitinho o que mudou no período. Foi um acontecimento único, que só pode ser comparado ao fim do escravismo ou ao emprego da máquina a vapor. A China foi o redemoinho que nos arrastou até a Terra de Oz do comércio internacional. De volta à realidade mais tacanha, da fazenda do Kansas, temos de tirar a cartola e nos preparar para a epidemia de malária.

Advogada reforça tese de que Valério armou esquema

Por Fausto Macedo e Roberto Almeida
no Estado de São Paulo

Investigada pela Operação Avalanche, a advogada Eloá Leonor da Cunha Velloso tornou-se peça-chave na investigação federal sobre suposto esquema de espionagem e abertura de inquérito forjado contra fiscais da Fazenda estadual. Eles autuaram em R$ 104,54 milhões a Cervejaria Petrópolis - cujo presidente, Walter Faria, é amigo do empresário Marcos Valério, caixa 2 do mensalão e alvo principal da Avalanche.Interrogada pela PF, que a prendeu em Belo Horizonte no dia 10, Eloá reforçou suspeitas dos investigadores sobre Valério ao dizer que ele sabia da existência de um inquérito - considerado forjado pelos federais - para apurar suposta cobrança de propina por fiscais da Receita. Segundo ela, "Marcos Valério e Rogério Tolentino (sócio de Valério) tinham conhecimento da instauração do inquérito policial".Eloá disse acreditar "que houve pagamento de propina aos policiais federais que deram ensejo à instauração do inquérito policial na delegacia da PF em Santos, pois no seu entendimento ninguém faria nada de graça". "O dinheiro da propina, se houve, pode ter saído da Cervejaria Petrópolis". Eloá foi indiciada pela PF por formação de quadrilha. Ela ressaltou no depoimento que o objetivo de Valério e Tolentino, com a abertura do inquérito, "era coibir que os fiscais estaduais (Antônio Carlos Moura e Eduardo Fridman) continuassem extorquindo empresários em São Paulo, notadamente a Cervejaria Petrópolis".Segundo a PF, porém, o verdadeiro motivo de Valério era livrar Faria do cerco dos fiscais provocando inquérito policial contra eles. A investigação indica que dois delegados da própria PF em Santos receberiam R$ 3 milhões de propina para "desmoralizar e desqualificar" os auditores. Os delegados - Antônio Vieira Hadano e Silvio Salazar - estão presos. Eles negam envolvimento no caso.Eloá esclareceu à PF que a "obrigação a ser cumprida" fazia referência à promessa de um agente federal aposentado e de um ex-investigador da Polícia Civil "no sentido de provar que os fiscais estavam coagindo as empresas". A investigada trabalha no escritório do advogado Ildeu da Cunha Pereira, em Belo Horizonte, também é investigado pela Avalanche. Ele teria sido o elo entre a Petrópolis e os delegados federais. A PF apurou que Cunha foi apresentado por Valério ao dono da cervejaria. Segundo o depoimento, Eloá "acredita que Walter Faria tinha conhecimento da instauração do inquérito pois este era o maior interessado". Interrogado, Valério admitiu que havia pelo menos nove meses trabalhava como consultor empresarial da Petrópolis. Ele afirmou ainda estar ciente do valor apreendido com Cunha, mas que não tinha conhecimento de que ele serviria para suposto pagamento de propina. Seus contatos com o advogado, segundo ele, eram sobre negócios de importação.A Cervejaria Petrópolis informa que "não participou, por ação ou omissão, de qualquer ingerência de pessoas na administração pública, na Polícia Judiciária e/ou no Poder Judiciário,Estadual ou Federal, para obter vantagem indevida".O defensor de Marcos Valério, Leonardo Marcelo, avalia que o depoimento de Eloá não é comprometedor para seu cliente, mas sim para Cunha. O criminalista destacou que o empresário, ao ser ouvido pela PF, informou ter tomado conhecimento da existência do inquérito.

Candidatos elevam tom no debate final

Por Marina Dutra
no Diário da Manhã

A candidata peemedebista Onaide Santillo concentrou todos seus esforços no debate de ontem à noite, promovido pela TV Tocantins, para atacar o adversário petista Antônio Gomide. Não faltou troca de farpas entre os dois prefeitáveis. Ao questionar o adversário sobre o suposto evento ocorrido no dia 12 de outubro, onde integrantes do PT teriam beneficiado com prêmios mais de três mil crianças, Onaide alertou a população anapolina. "O povo deve ficar desconfiado. Será que o partido irá cumprir realmente o compromisso se for eleito?" O petista não deixou em branco, rebateu as críticas e mais uma vez atacou a antiga gestão do ex-prefeito Adhemar Santillo, esposo de Onaide.Num clima mais quente do que nos dois debates anteriores, a peemedebista aproveitou o bloco em que houve perguntas com temas livres para lembrar sobre a participação do PT no evento no Dia das Crianças. Afirmou que o partido cometeu um crime eleitoral, e que os eleitores não poderiam compactuar com esta atitude. "No mínimo os eleitores devem ficar atentos. Se o PT não cumpriu nem mesmo o que a legislação eleitoral prevê", alfinetou.No direito de tréplica, Gomide revidou. Disse que não adiantava Onaide mencionar sobre o vídeo, já que o fato havia sido fabricado pela peemedebista. Citou também que em toda campanha não quis baixar o nível da candidatura. “Não realizo atos ilícitos. Segui minha campanha com apresentação de propostas e não vou baixar o nível porque Anápolis não merece.”O petista também atacou o governo de Adhemar em sua resposta. Afirmou que os eleitores não se esqueceram até hoje da má gestão do marido de Onaide. "O que se percebe é que vozes do passado retornaram à campanha, as picuinhas políticas e o falatório”, criticou.A candidata do PMDB continuou a usar o espaço das perguntas para criticar o PT. Perguntou se Gomide utilizaria critérios técnicos ou político partidários para nomear futuros secretários municipais, caso for eleito. “O PT sempre teve a trajetória de nomear políticos vinculados ao partido para administrar a cidade. O senhor pretende fazer isso também?”, questionou a peemedebista.Gomide não ignorou a pergunta, mas preferiu dar outra tônica à resposta. Afirmou que não queria repetir os mesmos erros de administrações passadas, em que recursos foram desviados e secretários não ajudaram a cidade crescer. “Vou nomear pessoas que tenham o perfil técnico. Posso garantir que não serão escolhas partidárias.”Lembrou também que os ataques de Onaide nas últimas semanas para o resultado do segundo turno não afetaram sua campanha. O petista aproveitava o direito de réplica para cutucar a candidata e afirmar que não se renderia ao “desespero” do PMDB. “Os próprios eleitores viram que quando Onaide me atacava em seus programas eleitorais, eu não revidava. Não quis cair no nível.”No primeiro bloco, Onaide demonstrou nervosismo em responder às perguntas de Gomide. Ao contrário do petista, que soube aproveitar o momento para enfatizar parcerias do município com os governos federal e estadual.Onaide também provocou o adversário sobre as propostas que o petista tem para a cidade juntamente com o governo federal. "Todos sabem que Lula ficará no governo somente mais 1 ano e 3 meses", criticou. Gomide avaliou novamente que Anápolis não poderia ficar presa somente aos recursos municipais, ao "feijão com arroz", como mencionou. Enfatizou que sua administração não ficaria de costas para o governo.A peemedebista questionou o adversário sobre os motivos que o levaram a não assinar um Termo de Ajustamento de Conduta formulado pelo Ministério Público que atestava o comprometimento do candidato com ações para o meio ambiente. No entanto, o petista se esquivou da pergunta e preferiu falar das propostas que ele teria para o meio ambiente na cidade.No segundo bloco, Gomide criticou mais uma vez a gestão de Adhemar. Disse que o abastecimento de água na cidade era precário porque o ex-prefeito não havia se comprometido totalmente com o contrato que Anápolis teria feito com a Saneago em 1999. "Adhemar e Onaide erraram no contrato. Não houve investimentos para a cidade. Por isso enfrentamos um caos no saneamento". Se sentindo ofendida com a afirmação do candidato, Onaide pediu à produção do programa o direito de resposta, que foi negado.Temas como investimento na educação, qualificação profissional, comércio informal foram abordados no debate. No último bloco, os dois prefeitáveis aproveitaram o espaço para agradecer a receptividade do povo anapolino e mais uma vez pediram um voto de confiança aos eleitores amanhã.

Paes e Gabeira deixam o tom ameno de lado

Por Eloísa Leandro e Idelina Jardim
no Jornal do Brasil

Faltando pouco mais de 24 horas para os cariocas irem às urnas, Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV) decidiram deixar o tom ameno de lado, mas por poucas vezes, no último debate entre os dois na noite de ontem, na Rede Globo. A maior parte das ofensas ficou no campo das insinuações. Os problemas da Zona Oeste, da segurança pública, a dengue e os preconceitos foram os temas centrais do debate.
Por sorteio, Gabeira foi o primeiro a fazer perguntas e repetiu uma das realizadas no debate no Jornal do Brasil. A idéia do verde era desconstruir a tese da união com os governos estadual e federal explorada por Paes durante toda a campanha. O peemedebista lembrou que o atual prefeito do Rio, Cesar Maia, apóia Gabeira e é o "campeão desses conflitos, dessa incapacidade de se relacionar com os demais níveis de poder. Então não é uma coisa tão óbvia assim".
O verde tentou se desvencilhar do apoio de Maia e quis saber o motivo de uma propaganda de seu adversário dizer que, caso Gabeira seja eleito, o prefeito Cesar Maia sai pela porta da frente e volta pela dos fundos. Paes explicou que a propaganda foi devido ao apoio de Maia à candidatura do verde.
– O prefeito já declarou o apoio à candidatura Gabeira. Todos os partidos que me apóiam foram apresentados à imprensa e à população. A candidatura Gabeira não tem feito a mesma coisa. E foi assim com Cesar Maia. O senhor, Fernando Gabeira, sempre teve um andar na prefeitura. O senhor tem uma parceria e, inclusive, no atual governo. Eu comecei a carreira política com Cesar Maia e sempre admiti isso. E o senhor deveria fazer o mesmo.
Gabeira retrucou:
– Eu só encontrei o prefeito Cesar Maia cinco vezes na minha vida. Ele me apóia como milhares de pessoas me apóiam no segundo turno. Não tem sentido uma propaganda mentirosa como essa.
No segundo bloco, o primeiro tema foi ordem urbana. Paes perguntou que medidas Gabeira tomará contra a desordem urbana.
– A ordem urbana em Bogotá foi reestabelecida a partir de uma liderança. Mas temos que punir quando necessário. Queremos utilizar a Guarda Municipal em rede, e tentamos, com esse processo, deter a desordem urbana.
O segundo tema a ser sorteado foi segurança. Gabeira perguntou a Paes por que no Rio de Janeiro não há policiamento a pé por parte da Polícia Militar e se o candidato aceitaria que a Guarda Municipal fizesse também policiamento. O peemedebista disse não saber porque a Guarda Municipal não faz policiamento a pé e que, se eleito, o prefeito deixará de ser comentarista de segurança. Ele frisou que será um parceiro do Estado na segurança pública e lembrou que a prefeitura deixou de captar dinheiro federal por não ter projeto de segurança pública. Durante sua réplica, em tom irônico, o candidato verde criticou seu adversário por não saber detalhes da Segurança Pública do Estado. Na tréplica, Paes disse que não esconde o orgulho de ter o apoio do governador Cabral.
– A minha prefeitura vai ser parceira dos governos do Estado e de Brasília e vai utilizar recursos federais – disse Paes.

Epidemia de dengue

Ciente de que a cidade pode sofrer com uma nova epidemia de dengue, Gabeira quis saber o que Paes pensa em fazer sobre o tema.
– Vamos qualificar o pessoal da prefeitura. Vamos fazer em todas as unidades de saúde coleta e exame de sangue com resultados imediatos para saber se as pessoas estão com dengue. E também fazer hidratação em todos os postos. É fundamental que os postos abram mais cedo e fechem mais tarde – respondeu.
Gabeira retrucou:
– Faslando desta forma, o senhor dá a entender que o resultado do exame de sangue sai na mesma hora – disse.
Paes confirmou sua fala.
Paes quis saber como Gabeira pretende utilizar o Sistema Nacional de Habitação e o verde disse esperar uma definição do governo federal sobre a questão para reestruturar seu plano de governo e que um de seus objetivos é a construção de casas populares no Centro.

Espectadores reclamam de enxurrada de números

Por Roldão Arruda
no Estado de São Paulo

Três casais de eleitores do condomínio Alphaville reuniram-se ontem para assistir ao último debate entre os candidatos Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), na TV Globo. Embora o condomínio fique situado em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, todos votam na capital. Queriam conhecer melhor as propostas dos candidatos e ver seu desempenho.Na opinião deles, Marta bateu pesado, provocou o oponente - como deveria fazer, por estar em segundo lugar nas pesquisas. Mas Kassab não aceitou a provocação, não jogou no campo dela. "Do ponto de vista da tática política, ele agiu certo. O Brasil quando aceita as provocações dos argentinos e entra no jogo deles sempre perde", comparou o engenheiro Norival Norberto. Os dois estavam nervosos, observou a psicóloga Renata Zanin Malek. "Mas o Kassab conseguiu passar mais tranqüilidade e chegou a dominar o debate em alguns minutos." Ela citou como exemplo o momento em que a ex-prefeita disse que o prefeito vive dizendo que está fazendo, que vai melhorar, mas que não faz nada. A resposta - "Obrigado por reconhecer que estou fazendo, que sou prefeito" - foi elogiada pela psicóloga.Outro sinal do maior nervosismo de Marta foi o fato de atravessar ou se confundir mais vezes que o oponente em relação ao tempo e à ordem das perguntas.Cyro Malek, também engenheiro, considerou o debate, de maneira geral, chato: "Parecia que cada um tinha um roteiro para dizer e faziam isso, ignorando em parte o que o outro dizia. E nem todo debate precisa ser chato. Já tivemos debates presidenciais que foram decisivos, como o do Lula com o Collor, e do Lula com o Serra."Os espectadores também reclamaram das citações infindáveis de números, de obras feitas ou que serão construídas. "A gente fica confusa diante de tantas citações e não tem como verificar. Seria ótimo se pudéssemos de alguma forma verificar se o que estão dizendo corresponde à realidade ou é ficção", afirmou a professora Miquelina Cursio Norberto. "Falam na movimentação de milhões e milhões de reais e ninguém consegue saber ao certo do que estão falando. Precisaria haver algum mecanismo para verificar o que dizem", emendou o comerciante Vivaldo Xavier de Lucia.Vivaldo e sua mulher, Marilaine, já foram eleitores do PT. Mas desde o escândalo do mensalão deixaram de votar nos candidatos do partido. Hoje, ele, assim como os amigos que se reuniram diante da TV, não votam mais em partidos. "Eu escolho o candidato", disse Vivaldo.Um dos temas que mais provocaram a atenção deles foi o pedágio urbano. Citaram experiências de outros países que já visitaram e concluíram que será quase inevitável implantá-lo em São Paulo. Mas fizeram ressalvas. "O preço do pedágio não pode ser muito alto como tem acontecido no Brasil", disse Malek. "Também é preciso melhorar muito o sistema de transporte público, para que as pessoas se convençam a deixar o automóvel em casa."Para Marilaine, uma das coisas preocupantes nos debates como o de ontem é o fato de os candidatos não valorizarem as obras um do outro. "Seria bom se mostrassem preocupação em dar continuidade às boas obras já iniciadas."Norival disse que o excesso de números faz com que os telespectadores acabem prestando mais atenção nas reações dos candidatos, no comportamento, do que no conteúdo: "Sai ganhando aquele que demonstra mais firmeza, mais segurança. Uma pisada de bola pode derrubar um candidato."

Rivais repetem bordões e ataques no debate final

Por Catia Seabra, Conrado Corsaletti e Ranier Bragon
na Folha de São Paulo

Os dois candidatos à Prefeitura de São Paulo recorreram ontem no último debate antes do segundo turno a bordões amplamente explorados por suas campanhas nesses quase quatro meses de disputa. Embora "engessados" pelas regras e pelo curto tempo, Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) não pouparam críticas e acusações mútuas na cerca de uma hora e 30 minutos que durou o debate da TV Globo.Aparentando maior nervosismo e lapsos de memória em alguns momentos, Kassab explorou a ligação do PT com o mensalão, as taxas criadas e as finanças da gestão da adversária (2001-2004).Mais à vontade, Marta citou por diversas vezes a ligação de Kassab com o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000), os projetos de aliados do prefeito para criação do pedágio urbano e supostas falhas da administração na área de habitação.Assim como nos cinco debates televisivos realizados nestas eleições -três no primeiro turno e três no segundo-, Kassab e Marta se acusaram de mentir, desrespeitar e desprezar o eleitor, embora o clima tenha sido menos tenso.De acordo com pesquisa Datafolha finalizada na quarta, o democrata tem 18 pontos percentuais de vantagem sobre a petista -54% das intenções de voto contra 36%.No final, aliados de Kassab na platéia se abraçaram. Luiz Gonzales, marqueteiro, chorou. Kassab seguiu para comemoração em sua produtora. Os aliados de Marta disseram que a petista se saiu melhor, mas estavam mais contidos.DespejoSorteado para iniciar as perguntas, Kassab explorou as finanças deixadas por Marta em 2004. "O seu vice Hélio Bicudo [na gestão 2001-2004] disse em seu livro que você deixou a cidade falida, quebrada."Assim como disse durante toda a campanha, Marta lembrou que suas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Município e disse que recebe a cidade quebrada do antecessor. "A cidade que eu recebi foi de você. Você e o Pitta." Kassab foi secretário de Planejamento de Pitta.Marta também partiu para o ataque já na primeira pergunta. Leu ao prefeito um aviso de despejo que seria enviado pela prefeitura a famílias em situação irregular. Entre as recomendações, estaria a de "não deixar crianças no caminho".O prefeito disse que desconhecia a existência do documento e afirmou que Marta tentava fazer uma "pegadinha". "Kassab, respeitar as pessoas não é com você mesmo, o que eu acabei de ler é um documento de despejo que você manda para as pessoas na véspera. No dia seguinte vai cachorro, gás lacrimogêneo, trator e polícia. Não é pegadinha, estamos falando de gente, de seres humanos", atacou Marta.Na rodada seguinte de perguntas, Marta e Kassab trocaram acusações sobre a responsabilidade pelas chamadas "escolas de lata".Um dos momentos mais tensos ocorreu quando Marta lembrou episódio que resultou em julho na prisão de Georges Marcelo Eivazian, militante do DEM, partido do prefeito, sob acusação de chefiar quadrilha que achacaria ambulantes ilegais do Brás, Mooca e Tatuapé."É auxiliar seu, foi candidato a deputado pelo PFL/DEM. (...) Esse cidadão tá preso há três meses. É a máfia dos fiscais voltando em São Paulo?", perguntou Marta.Kassab respondeu afirmando que apoiou a investigação que resultou na prisão e novamente questionou a petista sobre o caso do mensalão."O que o procurador-geral da República chamou de "quadrilha", eu nunca vi você criticar esses seus companheiros que fazem campanha com você e dizer que se afastou deles. (...) Eu queria ouvir o que você pensa desse time que o procurador-geral chamou de quadrilha", disse Kassab. Pelas regras, Marta não poderia responder naquele momento.Marta voltou a questionar Kassab sobre a possibilidade de ele instituir o pedágio urbano na cidade, já que aliados seus apresentaram projetos nesse sentido na Câmara Municipal. "Enquanto eu for prefeito de São Paulo não haverá pedágio urbano na cidade", disse Kassab, afirmando que não é "ditador" para proibir os vereadores aliados de se manifestar. O prefeito devolveu lembrando as taxas criadas na administração da ex-prefeita. "Pra que tanta taxa? Bastava não jogar dinheiro fora com túnel".

Eles tocam a campainha e saem correndo

Nós, oposicionistas do Lula, somos os culpados pela crise. Se ela chegou até aqui foi porque os nossos pensamentos maldosos atraíram as coisas ruins que estavam saindo de Wall Street. É a força do pensamento. Eu, que não acredito nestas coisas de auto-ajuda, estou começando a mudar de idéia. O pensamento age sim. Se a fé move montanhas, o pensamento oposicionista trouxe a crise para cá.
Um leitor me mandou um comentário questionando se eu e meus ídolos (Reinaldo, Mainardi e cia) queríamos a crise aqui no Brasil só para abalar a popularidade de Lula. Repare que ele (ou ela, não sei, o comentário veio anônimo) está mais preocupado com os efeitos da crise na popularidade do Apedeuta e não no futuro do país. Isso me lembra uma carta escrita por Marilena Chauí dias depois do acidente com o Airbus da TAM no ano passado. Ela não estava interessada nas vítimas e nos seus familiares. Queria mais saber o que estava acontecendo no Palácio do Planalto, se algum golpe seria dado contra Lula.
O anônimo que me manda um comentário faz parte da tropa de choque lulista. A tática é culpa a oposição por tudo de ruim que acontece por aqui. Não se pode mais criticar o desdém da equipe econômica quando a crise estava lá nos Estados Unidos. Agora. que ela não somente atravessou o Atlântico como o Caribe e chego até aqui, a culpa é nossa.
Ontem postei aqui algumas matérias falando sobre a atuação oposicionista petista quando estourou a crise econômica no começo de 1999. Um tal de José Dirceu propôs até processar a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Por aí os meus cinco leitores vão vendo quem realmente apostava no “quanto pior melhor”. Lula está bem servido de defensores. Desde uma filósofa farofeira até um anônimo que deixa seu recado na caixa postal. Eles tocam a campainha e saem correndo.

Paes e Gabeira fazem último debate antes do segundo turno

Do G1

A TV Globo promoveu nesta sexta-feira (24) debate entre os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV). O debate começou às 22h21 e terminou às 23h55. O jornalista Márcio Gomes foi o mediador do debate.

No primeiro bloco, os temas foram livres e eles falaram sobre relação de Paes com o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula, cuidados com os bairros, relação dos dois candidatos com o prefeito Cesar Maia, prostituição e ordem urbana.

No segundo bloco, os temas foram sorteados e eles falaram sobre ordem urbana, segurança, saneamento e desenvolvimento econômico.

No terceiro bloco, foram debatidos os temas livres sobre crise financeira, pólo de desenvolvimento de Inhoaíba, dengue e déficit habitacional. No quarto bloco, os temas sorteados foram impostos, transportes, saúde e favelas.

No quinto e último bloco os candidatos fizeram as considerações finais.


Depois do debate

O candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Eduardo Paes, afirmou que é neste tipo de encontro que os eleitores podem ver as diferenças entre as duas candidaturas. “O debate tem uma vantagem sobre a propaganda, que é plastificada. Aqui, os eleitores podem avaliar melhor os candidatos, quais são suas propostas, quem apóia quem.”

Paes também fez questão de afirmar que o debate foi “excepcional” e uma “oportunidade para expor o que propõe para o Rio”. “Domingo é dia importante, é o dia que a gente escolhe quem vai cuidar de nossa cidade.” O candidato do PV, Fernando Gabeira, disse que o debate serviu para trazer novas questões, mostrando ainda o programa, a trajetória e, sobretudo, “o caráter dos candidatos”. Para ele, a população poderá escolher com tranqüilidade, e elogiou o nível da discussão, que transformou a eleição do Rio numa das melhores do Brasil. O candidato do PV considera que não é possível afirmar que o debate foi decisivo para definir as eleições, mas, diante do alto número de indecisos, que estimou em 15%, muitos vão procurar o seu voto. Gabeira acha que conseguiu atrair os votos dos indecisos. “Este debate foi muito importante, mais importante dos oito debates que participamos. Tenho certeza que os eleitores agora podem decidir quem é o melhor.”

Kassab e Marta fazem último debate antes do segundo turno

Do G1

A TV Globo promoveu nesta sexta-feira (24) debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT). O debate começou às 22h20 e terminou à 0h. O debate foi mediado pelo jornalista Chico Pinheiro.

No primeiro bloco, os temas foram livres, e os candidatos falaram sobre contas da prefeitura, educação, transporte. No segundo, os temas sorteados foram camelôs, habitação, creche, segurança.

No terceiro bloco, os temas foram livres, e os candidatos debateram sobre aplicação de recursos em saúde, transportes, urbanização de favelas, pedágio urbano e mensalão.

No quarto bloco, os temas sorteados foram saúde, educação, dívida pública e geração de empregos. No quinto e último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.

Depois do debate

“[Estou] Bastante satisfeito. Uma bela oportunidade de mostrar a importância de investir no metro. A importância das nossas ações principalmente nas áreas de saúde, educação e [combate à ] poluição. Mostrar que são Paulo está melhor e que nós vamos continuar melhorando”, disse o candidato Gilberto Kassab.

"[O debate] permitiu ao telespectador conhecer bem as propostas e o jeito de governar. As pessoas puderam observar o respeito que tenho por elas e as propostas, para o transporte, que está um caos, e também para a saúde, o problema de médicos, e também na educação", disse Marta Suplicy, após o debate.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

McCain não foi torturado?

O jornal The Times traz uma reportagem interessante. Um ex-diretor do presídio onde John McCain ficou preso no Vietnã foi entrevistado. Ele disse que, durante o tempo que o candidato republicano esteve na prisão, não houve tortura e que esta versão é apenas uma maneira de angariar votos. Será? Bem, eu não li a biografia de John McCain. Pelo menos um fato que ele escreveu está confirmado: sua amante brasileira.

O portal G1 vai transmitir

O portal de notícias da Globo, G1, vai transmitir o debate entre Dona Supla e Gilberto Kassab. Sim, sim, acompanharei aqui.

Dona Supla deveria perguntar ao povo

Leio nos sites de notícias que Dona Supla vai continuar batendo na tecla sobre as ligações de Gilberto Kassab com Celso Pitta e Paulo Maluf. Bem, vamos analisar os casos. Pitta e Maluf são corruptos, isso é fato. Mas quem elegeu Celso Pitta como prefeito de São Paulo e Paulo Maluf deputado federal? Que Dona Supla pergunte aos eleitores de São Paulo que fizeram tal escolha.

Não terá debate

O Brasil não é uma ilha, mas Goiânia é. Não sei por que não transmitem os debates entre os candidatos de São Paulo. Também não sei se a Rádio Globo vai transmitir o debate da TV Globo.

Crise? Que crise? (Parte 2)

O feriado é só aqui em Goiânia. E a crise econômica cruzou o Caribe e chegou na Banânica. Oh, bendita seja a nossa gloriosa equipe econômica que desdenhou da crise desde o seu início! Louvada seja as mentes brilhantes de Henrique Meireles, Guido Mantega e, é claro, do nosso iluminado Lula que consideraram o Brasil uma ilha! Quero ver até quando estes caras vão ter grana para injetar o mercado. Crise? Que crise?

Eu quero anotar

O bom das eleições acabarem no primeiro turno é que não teremos mais que sair de casa para digitar apenas dois números na urna eletrônica. Pela primeira vez, Goiânia não terá segundo turno. Mas, como disse no post anterior, vou acompanhar as eleições de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em São Paulo quero fazer uma anotação. Os petistas dizem que Dona Supla sofre preconceito. Pois é, eu quero ver a quantidade de votos que Gilberto Kassab irá receber. Aí anotarei os números dos preconceituosos.

Em qual Goiânia acreditar?

Como as eleições aqui em Goiânia já acabaram estou acompanhando as eleições paulistanas e cariocas. Acompanhei o debate entre Dona Supla e Gilberto Kassab pela Rádio Bandeirantes aqui na internt (já que a repetidora da Band em Goiânia não passou o debate). Não me sai mais da cabeça a voz irritante de Dona Supla falando: Em qual Kassab acreditar: o da propaganda que diz uma coisa ou o prefeito que faz outra coisa?”.
Hoje é aniversário de Goiânia. A cidade completa 75 anos. O bom disso é o feriado.
Bem, lembrei da voz irritante de Dona Supla quando vejo os dois principais jornais que circulam por aqui. O Popular noticia: “ONU considera Goiânia a cidade mais desigual”. O Diário da Manhã fala “A capital das oportunidades”. Aí eu repito, não com a voz irritante de Dona Supla, mas com as batidas do laptop. Em qual Goiânia acreditar: a do O Popular que fala que é a cidade mais desigual ou a do Diário da Manhã que fala que é a cidade das oportunidades?

Lula ouve os gritos da oposição

Mais abaixo postei algumas reportagens que mostravam a agressividade de oposição petista. Em nada se compara com a oposição de hoje que prega a paz e o amor. Mesmo assim Lula não perde a oportunidade de alfinetar seus adversários. Como se fosse ilegal fazer oposição ao seu governo.
Lula falou sobre a “gritaria da oposição”. Pois é, alguns parlamentares oposicionistas já estão criticando as medidas provisórias de Lula para combater a crise. Crise? Que crise?
Na década de 1990 o petismo não queria saber. Gritava mesmo. Criticava severamente as medidas do governo Fernando Henrique Cardoso para conter a crise que chegou aqui em 1999. É só você procurar nos arquivos dos jornais e das revistas e comparar quem gritava mais. Lula se incomoda com os gritos de quem é contra ele e seu governo. É um bom sinal. Quer dizer que, mesmo em minoria, estamos sendo ouvidos pelo Apedeuta. E se ele está nervosinho com os gritos oposicionistas é porque estamos no caminho certo.

Que ganhe dentro da Lei

Sou favorável às candidaturas de Gilberto Kassab e Fernando Gabeira. Mas quero que os dois ganhem dentro da lei. Sem essa de “ganhar a qualquer custo”. Não quero que os dois ganhem usando e abusando de panfletos apócrifos. Quero que os dois ganhem dentro da Lei, de maneira correta.

MP enquadra vereadores por falsidade ideológica

Por Larissa Bittar
no Diário da Manhã

O promotor Roberto Corrêa denunciou ontem, por falsidade ideológica, os vereadores Antônio Uchôa (PR), Bruno Peixoto (PMDB), Djalma Araújo (PT) e Abdiel Rocha (PMDB). Segundo Corrêa, os quatro denunciados fizeram uso de falsificação na assinatura de uma ata pública, com finalidade de conseguir a presidência e a relatoria da Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmara no dia 10 de abril deste ano, para investigar escolas que funcionavam sem alvará da prefeitura. Compuseram a comissão os vereadores citados, mais Elias Vaz (PSol) e Maurício Beraldo (PSDB), propositores da CEI.A ação criminal proposta pelo MP será enviada hoje ou, em função do feriado, na próxima segunda-feira (27) à 7ª Vara Criminal, para apreciação do juiz Oscar de Oliveira. Desde o dia 13 de maio o caso estava sob inquérito policial, finalizado nesta semana. A ação proposta pelo promotor relata que no dia 11 de abril de 2008, por volta das 9 horas, os quatro denunciados e os vereadores Elias e Beraldo reuniram-se na Câmara para definir o relator e o presidente da comissão. Como não houve consenso, ficou acordada nova reunião para a segunda-feira seguinte (14 de abril).Na tarde de sexta-feira, porém, Antônio Uchôa e Djalma Araújo teriam marcado nova reunião, sem consultar os demais membros da CEI. Trechos da ação criminal descrevem o fato da seguinte forma: “A composição inicial da comissão favorecia a situação, que era maioria, mas como é costumeiro naquela Casa que os vereadores que propuseram criação da comissão sejam eleitos presidente e relator, a oposição resolveu forjar uma ata de reunião jamais realizada, na qual assinaturas falsas determinavam que Antônio Uchôa e Djalma Araújo seriam, respectivamente, presidente e relator da CEI.” A perícia comprovou fraude. De acordo com o artigo 299 do Código Penal, os denunciados podem perder direitos políticos e sofrer pena de 1 a 4 anos de prisão com acréscimo de 6ª parte por serem funcionários públicos. "Houve crime, está provado. Acredito que o Poder Judiciário irá condená-los em no máximo um ano", avaliou Roberto Corrêa.Os vereadores Abdiel Rocha e Antônio Uchôa negam falsificação, mas entram em contradição. “Eu sou vítima, falsificaram minha assinatura. Como uma vítima pode ser denunciada? Eu não estava na reunião naquela tarde, cumpria compromissos políticos e não assinei nada”, garante Abdiel. Já a versão de Uchôa é outra. "Abdiel esteve na reunião, mas foi embora sem assinar. Na segunda-feira seguinte mandei meu motorista levar o documento na casa dele para que assinasse. As assinaturas são todas verdadeiras, pode entrar com mil ações que nenhuma surtirá efeito". Bruno e Djalma não foram localizados.

Aprovação a Lula tem pouca influência na decisão de voto

Por Fernando Barros de Melo
na Folha de São Paulo

O apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições municipais não é decisivo na escolha do eleitorado. É o que mostra a mais recente pesquisa Datafolha. Segundo o instituto, mesmo em capitais onde o presidente subiu no palanque de seus aliados, o voto dos que acham o governo federal ótimo ou bom se divide entre o candidato de Lula e seu adversário.É o caso de São Paulo. Entre aqueles que consideram o governo Lula ótimo ou bom, 50% votam na petista Marta Suplicy, enquanto 43% votam em Gilberto Kassab (DEM) -partido que faz oposição a Lula.Dos que consideram o governo regular, 64% dizem votar em Kassab, contra 24% em Marta. Entre os que dizem que o governo é ruim, o resultado é de 76% a 11% para Kassab.Lula subiu no palanque de Marta, apareceu em seu programa eleitoral e disse que a petista irá ganhar a eleição."Os dados mostram que o eleitor está prestando mais atenção na perspectiva de resolução dos problemas locais, mais próximos, do que nos apoios recebidos pelos candidatos", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.No Rio de Janeiro, o candidato Eduardo Paes (PMDB) tem usado a estratégia de colar sua campanha à imagem de Lula. Entre os que aprovam o governo Lula, 49% ficam com Paes, contra 38% com Gabeira. Mas essa diferença já foi menor: na pesquisa de 16 e 17 de outubro, era de 45% a 41% para Paes.Em Porto Alegre, Lula apóia a petista Maria do Rosário. Mas entre os que avaliam seu governo como ótimo ou bom, 40% dizem votar no adversário dela, José Fogaça (PMDB), contra 52% da deputada petista.Em Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que é apoiado pelo PT, abocanha 49% dos votos dos que aprovam Lula, contra 39% de Leonardo Quintão.O presidente ficou distante da disputa em algumas capitais em que o segundo turno é disputado entre dois candidatos da base aliada. Nesses casos, a divisão é ainda maior. Em Salvador, onde a disputa ocorre entre João Henrique Carneiro (PMDB) e Walter Pinheiro (PT), dos que aprovam Lula, 49% dizem votar em Carneiro, contra 46% em Pinheiro.
Governador e prefeito
Em alguns casos, a aprovação dos governadores transfere mais votos para aliados. Em São Paulo, entre os que aprovam José Serra (PSDB), 73% dizem votar em Kassab, contra 22% que preferem Marta.Em Belo Horizonte, entre os que acham o governo Aécio Neves (PSDB) ótimo ou bom, 50% declaram voto em Lacerda, apoiado pelo governador, contra 38% em Quintão. No caso dos que aprovam o prefeito Pimentel (PT), 52% ficam com Lacerda e 35% com Quintão.No Rio, entre os que aprovam o governo Sérgio Cabral (PMDB), 67% ficam com Paes e 24%, com Gabeira. O prefeito Cesar Maia (DEM) apoiou Gabeira, mas 52% dos que aprovam seu governo ficam com Paes contra 35% com Gabeira.Em Salvador, os que aprovam a gestão Jaques Wagner (PT) votam mais em Walter Pinheiro (55%) do que em João Henrique (41%). Em Porto Alegre, dos que aprovam a gestão da tucana Yeda Crusius,72% escolhem Fogaça contra 22% preferem Maria do Rosário.

Aécio vai a Lula a 3 dias da eleição

Por Leonencio Nossa
no Estado de São Paulo

Satisfeito com a arrancada de seu candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, o governador de Minas, Aécio Neves, executou ontem um movimento para atrair votos de eleitores petistas ainda indecisos para Márcio Lacerda (PSB), apoiado pela cúpula estadual do PSDB e do PT. Aécio foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Planalto, num encontro não previsto inicialmente na agenda presidencial, mas que teve ampla cobertura da mídia mineira. Setores do PT em Minas resistem a apoiar Lacerda."É uma eleição que ainda está sendo disputada. Não é uma eleição vencida. Estamos nos dedicando, nesta reta final, a mostrar as diferenças entre as propostas", afirmou. Depois de perder a liderança para o peemedebista Leonardo Quintão, Lacerda voltou a superá-lo nas intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope encomendada pelo Estado e pela Rede Globo.Aécio voltou a negar que tenha exercido influência na convenção do PMDB para que lançasse a candidatura de Quintão, ampliando o número de concorrentes e diluindo os votos dos adversários de Lacerda. "Ao contrário, quem conhece um pouco a política mineira sabe que o grupo que está próximo dele (Quintão) é o mesmo que eu derrotei duas vezes em Minas", disse.O governador defendeu a parceria política com o prefeito Fernando Pimentel (PT), que dividiu os petistas mineiros. "Tanto eu quanto o prefeito fizemos um gesto de generosidade em apoiar um candidato que não é do nosso partido", disse. E voltou a defender uma relação mais amistosa entre petistas e tucanos em nível nacional. "Em Belo Horizonte, nossa tentativa é exatamente a proposta de que o PSDB e o PT não precisam ser inimigos pelo resto da vida", disse. "Eu temo muito que estejamos em 2010 reeditando o cenário de radicalização política que vivemos em 1994, 1998, 2002 e 2006."
IBOPE
Em Belo Horizonte, enquanto Márcio Lacerda comemorou a nova reviravolta no Ibope, Quintão procurou desqualificar o resultado em que perdeu 18 pontos porcentuais em uma semana. O quadro já era esperado pelas duas campanhas, que fazem levantamentos próprios diários. "Estamos muito otimistas porque os resultados dos números de ontem (anteontem) estão mostrando um crescimento contínuo de nossa vantagem sobre ele", disse o Lacerda. "Se continuarmos nessa taxa de 2 pontos porcentuais por dia, que vem acontecendo desde o início do segundo turno, a vitória certamente será nossa."O candidato do PMDB, por sua vez, procurou minimizar o resultado. "Não é pesquisa que vota. Quem vota é gente", afirmou. "Estou bastante tranqüilo. A pesquisa que eu tenho é bem diferente dessa. Nós vamos para a eleição, porque a eleição não está decidida."

Cresce a agressividade entre os adeptos de Paes e Gabeira

Por Sérgio Torres, Italo Nogueira e Raphael Gomide
na Folha de São Paulo

A mudança de estratégia na última semana de campanha do candidato a prefeito Eduardo Paes (PMDB), com nova coordenação liderada pelo deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), o apoio de tropa de choque de parlamentares e discursos mais agressivos contra o adversário Fernando Gabeira (PV) acirraram a disputa e elevaram o tom dos militantes.A virada de Paes na pesquisa do Datafolha, em que oscilou dois pontos percentuais (de 42% para 44%) enquanto o rival perdia três (de 44% para 41%) -empate técnico na margem de erro-, animou os apoiadores do peemedebista. Ontem, houve desentendimentos entre militantes dos dois.À tarde, durante uma caminhada por Bonsucesso (zona norte), o candidato do PV foi perseguido e provocado por militantes do PMDB que o seguiram com bandeiras, cantando em voz alta a música de campanha de Paes.Durante passeata pela avenida Rio Branco, entre a Candelária e a Cinelândia, um militante do PV provocou a multidão, gritando o nome de Gabeira. Houve empurra-empurra e a PM interveio. "Sai fora, senão você vai ser linchado! Se não ficar quietinho vai arrumar problema", avisou um policial.Membros da UJS (União da Juventude Socialista) usavam adesivos com a foto de Gabeira ao lado de Cesar Maia, Fernando Henrique e Serra, o que fiscais do TRE classificaram de propaganda negativa e reprimiram. "TRE de Gabeira!", protestaram os militantes.Gabeira prometeu reagir à ofensiva com mais militantes nas ruas. "Nossos 9.000 voluntários não se equivalem ao número deles, mas o fato de serem voluntários, estarem dispostos a trabalhar, é mais importante do que militantes pagos."Os valores que estão sendo pagos nesta reta final pela candidato do PMDB aumentaram, como a Folha apurou com pessoas que estavam ontem com bandeiras de Paes na zona oeste. Até a semana passada, recebiam R$ 30 diários. Agora, são R$ 50. Os que têm a incumbência de distribuir os panfletos proibidos recebem até mais. Seriam R$ 100 por dia.Paes afirmou que também sofre agressões da militância adversária, com simpatizantes do rival balançando bandeiras perto de seu rosto: "Mas não me faço de vítima, não reclamo ao TRE nem fico chorando".Anteontem, pela manhã, um buzinaço organizado por apoiadores de Paes, com ao menos 50 carros, passou em frente à casa em que Gabeira, dormira no bairro Jabour (zona oeste). Dois carros de som de aliados chegaram ao local 15 minutos após a saída de Gabeira. Para os moradores do bairro, a ação da militância de Paes tinha o objetivo de intimidar os que apóiam o candidato do PV. Vereadores, eleitos ou não, foram instados a emprestar carros de som à campanha.

Na Globo, Marta atacará caráter de Kassab, que vai reagir com mensalão

Por João Domingos, Clarissa Oliveira e Ricardo Brandt
no Estado de São Paulo

Os candidatos a prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), têm estratégias diferentes para o debate de hoje à noite, na TV Globo, na última oportunidade de usar a televisão para conquistar votos do eleitor para o segundo turno da eleição, no domingo. Kassab promete "confiança e alto-astral"; Marta, ataques, mas com o cuidado de não passar para o eleitor uma imagem arrogante. A idéia, de acordo com aliados da ex-ministra, é investir novamente na tese de que Kassab diz uma coisa na propaganda eleitoral gratuita e faz outra na administração municipal. A base desse plano continuará sendo a associação entre Kassab, o ex-prefeito Celso Pitta e o hoje deputado Paulo Maluf (PP).Kassab promete reagir. É Marta falar de Pitta e ouvir como resposta a palavra "mensalão", referência ao maior escândalo do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, informaram assessores do prefeito. De acordo com a CPI dos Correios, de 2005, o PT pagava mensalidade a parlamentares de partidos aliados para que votassem projetos de interesse do Palácio do Planalto. O episódio ficou conhecido por mensalão.Nos dois últimos debates, Kassab associou Marta a petistas que estiveram envolvidos no escândalo, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira. O prefeito afirmou ainda que foi em São Paulo que ocorreu o episódio dos "dólares na cueca", quando um assessor do hoje deputado José Guimarães (CE) foi preso com moeda americana escondida na cueca. Guimarães é irmão de José Genoino (SP), então presidente do PT.Como está muito à frente na preferência dos eleitores - 18 pontos, segundo o Datafolha, e 17, segundo o Ibope, ambos divulgados no dia 22 - o prefeito acredita que sua estratégia de atacar menos do que Marta tem dado certo. Por isso, ele só fará contra-ataques mais fortes se for agredido. Os dois, no entanto, não deixarão de lado as cobranças. Kassab vai explorar novamente um dos pontos considerados por sua campanha como o mais vulnerável de sua adversária, a instituição de taxas de lixo e iluminação pública na administração petista. De acordo com pesquisas internas feitas pelo DEM, a criação de tributos é o tema mais verbalizado pelos entrevistados quando o assunto é a rejeição à ex-prefeita.
PROVOCAÇÕES
Já Marta tentará fazer provocações a Kassab, sem alterar o tom de voz e sem os conhecidos "chiliques", em que costuma passar pitos no adversário. Pretende pedir ao eleitor que compare sua ética e sua moral com a de Kassab. Dirá que o prefeito não fala por si, porque é a voz que resta ao PFL, "que o Brasil varreu do mapa e insiste em tentar uma sobrevida em São Paulo".As duas coordenações de campanha afirmaram que o formato do debate da TV Globo pode favorecer um clima menos hostil entre os contendores. O debate será dividido em cinco partes. Em duas delas, o tema será definido por sorteio, para que cada um fale sobre educação, saúde, segurança, meio ambiente, habitação, trânsito, saneamento básico, relação com o governo federal, corrupção, creches e escassez de recursos para administrar. Um candidato pergunta, o outro responde, com direito a réplica e tréplica.Em outros dois blocos o tema será livre. Haverá pergunta, resposta, réplica e tréplica, do mesmo jeito. Nestes, o debate pode desandar, porque é aí que os candidatos costumam partir para o ataque. Marta, por exemplo, pretende insistir em dizer que Kassab não tem ética nem moral. O prefeito, por sua vez, quer apontar as deficiências da gestão Marta como forma de apresentar suas realizações de governo.Se o debate desandar para os ataques, os dois lados reservaram artilharia pesada. Kassab, por exemplo, afirmará que Marta deixou a prefeitura quebrada, que aplicou menos da metade do que ele gastou em saúde, que havia fraude nas catracas dos ônibus do sistema de bilhete único e que a ex-prefeita sempre tentou partidarizar a eleição, esquecendo-se da cidade. A seu favor, dirá que é aliado do governo do Estado.Marta guarda como arma o argumento de que o prefeito nunca fez uma licitação para obras, que prometeu 25 CEUs e só fez 14, que "privatizará" o transporte coletivo e cobrará pedágio nas ruas. Dirá que é aliada de Lula, o que favorecerá as obras na cidade. O debate da TV Globo terá início às 22 horas e será encerrado à meia-noite, com as considerações finais de cada candidato. O programa será ancorado pelo apresentador Chico Pinheiro.

Artilharia pesada contra a crise

Por Simone Cavalcanti e Viviane Monteiro
no Jornal do Brasil

Após ter ofertado mais de US$ 13 bilhões ao mercado apenas em swaps cambiais desde o recrudescimento da crise global, em meados de setembro, o Banco Central mostrou ontem que tem artilharia para tentar aplacar os ânimos no mercado. E está disposto a usá-la. Poderá realizar operações do gênero no volume de até US$ 50 bilhões. O swap cambial consiste na venda no mercado futuro de dólar em troca de juros pós-fixados. O anúncio surgiu no dia seguinte à divulgação, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Merirelles, de que o governo editou Medida Provisória autorizando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem ações de outros bancos. ­ Houve uma parada súbita dos fluxos privados ­ afirma o economista-chefe da corretora Quest, Paulo Miguel, para quem a situação levou a um aumento rápido de demanda pela moeda norte-americana. Essa procura, diz, não é propriamente no mercado físico (espécie), mas no futuro, e vem de empresas que têm compromissos em dólar a vencer nos próximos meses. De acordo com o economista, o acentuado fluxo de repatriação de capitais e as perspectivas mais concretas de recessão, principal mente nos países desenvolvidos, gerou essa interrupção dos fluxos privados não apenas ao Brasil, mas também a seus pares. ­ Está havendo uma metástase desse cenário ruim para os países emergentes ­ afirmou. Paulo Miguel diz acreditar que a estratégia do Banco Central ao estabelecer um programa de swap cambial dessa magnitude é reduzir a demanda, que julga estar muito elevada. E, para o governo, que até agora vinha tratando o Brasil como uma ilha, a situação se agravou. ­ Estamos num momento de estresse muito forte e, obviamente, em momentos como esses o governo tem que tomar posição, não pode ficar parado ­ disse o secretário extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. ­ Porém, o mundo passa por um momento excepcional e nós fazemos parte do mundo ­ disse Appy para quem as intervenções do BC no mercado mostra que a autoridade monetária tem munição para ser usada quando houver necessidade.
Ganhar ou perder ­
Essa operação muda a posição geral em câmbio do governo, mas não muda a posição de reservas do país no curto prazo ­ disse. Segundo Appy, o impacto fiscal dessas operações vai depender da evolução futura da taxa de câmbio doméstica. ­ Não é possível dizer se o governo vai ganhar ou vai perder; isso vai depender da evolução da taxa de câmbio no futuro ­ disse. ­ Quando fizemos o swap reverso, estávamos assumindo uma posição credora maior em moeda estrangeira. Com a valorização do dólar isso deu ganho para o governo. Ou seja, tivemos ganho fiscal. E mesmo com essa operação, Appy avalia que o governo continuará credor em moeda estrangeira, pois tem cerca de US$ 200 bilhões em reservas internacionais. O fato de ter anunciado um programa de venda de swaps não significa o abandono dos outros tipos de intervenção no mercado de câmbio. Pelo contrário, em comunicado divulgado ontem, o BC reafirmou que as operações com reservas e os empréstimos em moeda estrangeira com garantias constituem mecanismos eficientes de atuação e continuarão a ser usados na medida em que o BC julgue necessário.
Na batalha
Apesar das avaliações positivas, o anúncio dos US$ 50 bilhões por si não bastou para combater a escalada do dólar e o Banco Central teve de intervir no mercado por cinco vezes. Foram três de venda direta a taxas de R$ 2,312, R$ 2,282 e R$ 2,26, respectivamente, com dinheiro das reservas internacionais e mais dois de swap cambial no montante de R$ 2,2 bilhões. Os contratos de swap vencem em 1º de dezembro deste ano e 2 de janeiro de 2009. Durante o dia todo a volatilidade reinou e a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,255 e a máxima de R$ 2,524 até fechar em baixa de 3,27%, vendida a R$ 2,305, quebrando uma seqüência de três altas consecutivas. Apesar da baixa de ontem, a divisa acumula valorização de 5,92% na semana, 20,92% no mês e 30,68% no ano. ­ O fato de o BC admitir que vai dispor uma parcela das reservas internacionais para que o investidor estrangeiro possa sair já diminui muito a pressão no dólar. Não tem como a cotação não cair ­ avalia o economista-chefe da corretora Gradual, Pedro Paulo Silveira.

A oposição petista não queria a reforma tributária

Voltamos mais no tempo. Vamos para 1998. A Tribuna da Imprensa registrava a cara feia que a oposição petista fazia à proposta de reforma tributária:

Se depender da oposição, não haverá a mobilização extraordinária do Congresso para votar as reformas tributária e fiscal este ano. Mesmo os oposicionistas mais moderados, como o deputado José Genoíno (PT-SP), rejeitam a proposta levantada pelos presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Votar uma reforma tributária em final de legislatura é uma temeridade", afirma Genoíno, lembrando que parte do Congresso será renovada no ano que vem. O deputado descarta também a possibilidade de se fazer uma reforma por etapas, começando pela desoneração da cadeia produtiva que, segundo o presidente da comissão especial da Câmara que discute a proposta de reforma tributária, Paulo Lustosa (PMDB-CE), seria consensual. "Não dá para fazer uma reforma tributária e fiscal a picadinho", sustenta Genoíno, argumentando que a desoneração da produção reduziria parte das receitas, abrindo um buraco nas contas de estados e municípios, que precisaria ser compensado para não haver perdas. "A reforma tributária é como as peças de um xadrez, não dá para mexer no consensual e deixar o que é mais complicado para depois, porque acaba em guerra", compara o deputado do PT. Em sua opinião, qualquer que seja o resultado da eleição, o presidente eleito deveria abrir um diálogo político com o Congresso, para viabilizar as reformas tributária, fiscal, política e partidária. "As duas reformas devem ser discutidas ao mesmo tempo, mas só depois de iniciada a próxima legislatura", propõe Genoíno. Para o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), vice-líder do bloco de oposição no Senado, o Congresso deveria se reunir, mas não para discutir a votação das reformas. "Deveríamos fazer um esforço especial concentrado, para discutir a grave crise econômica que o País está enfrentando", afirma Dutra. Na opinião do senador, os principais integrantes da equipe econômica deveriam ser convocados para explicar ao Congresso a situação do País e que medidas pretendem tomar. "Não adianta falar em conversa com o governo, enquanto a atual política econômica não for modificada", justifica Dutra. "E eu não acredito em mudança de política sem alterar os integrantes da equipe econômica", afirma. "Falar de votação de reformas, nesse momento, não tem qualquer sentido". Irônico, Dutra diz que está disposto a iniciar a conversa com os governistas, com uma condição. "Basta que o presidente Fernando Henrique Cardoso desista de sua candidatura e se dedique a cuidar da economia do País", propõe. "Ele poderia lançar quem quisesse para seu lugar: Marco Maciel ou até mesmo o senador Antônio Carlos Magalhães", disse.

É desmoralizante mesmo!

Lula concedeu uma entrevista ao jornal carioca O Dia no dia 11 de julho de 1999:

Fernando Henrique se envolveu em denúncias graves. Como ele pôde dizer que não sabia que o presidente do Banco Central (na época, Chico Lopes) havia concedido empréstimo de 1,5 bilhão de dólares ao Banco Marka? Depois, disse também que não sabia que seus ministros viajavam em aviões da FAB. Ainda por cima, nomeou para a Polícia Federal o delegado João Batista Campelo, acusado de participar de sessões de tortura no período militar. Sem esquecer, que negou ter conversado dom pessoas durante a privatização da Telebrás. Pouco depois, surgiram as fitas com a voz dele e as publicações nos jornais. É desmoralizante.

Vejam que Lula critica Fernando Henrique Cardoso que não sabia de nada. Hoje virou rotina Lula dizer que não sabe de nada e ainda tem sua tropa de choque que o protege e ameaça quem duvida da ignorância dele. É desmoralizante!

Os sindicalistas vira casacas

Precisamos reabrir o baú. Precisamos sim abrir os arquivos não somente sobre o período ditatorial, como dos jornais e das revistas. Veremos muitas coisas feitas ou ditas ontem que nos deixariam vermelhos hoje. Claro que os vagabundos não ficariam com vergonha, afinal, sem vergonha não adquire vergonha de uma hora para outra. Vejam esta matéria publicada no Estado de São Paulo do dia 11 de julho de 1999:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está apoiando o PFL. Isso parece estranho? Pois tem coisa mais estranha ainda no atual cenário político: a Força Sindical, que sempre teve fama de governista, está apoiando o PT. E quem puder - e quiser - que entenda o que está acontecendo. A CUT aliou-se ao senador Antonio Carlos Magalhães, do PFL, no caso da polêmica instalação da fábrica da Ford na Bahia, com pesados subsídios públicos. Mas teve troco: a Força Sindical decidiu elogiar um governador do PT que tem fama de radical: o do Rio Grande do Sul. "O Olívio Dutra está certo", afirmou ao Estado o presidente nacional da entidade, Paulo Pereira da Silva, lembrando que o governador petista acertadamente suspendeu os incentivos para a montadora e, com isso, perdeu a fábrica, projetada inicialmente para a cidade de Guaíba. Para Paulinho, a atitude foi digna de aplausos: um golpe certeiro de Dutra na guerra fiscal que assola o País. Segundo Paulinho, as montadoras trazem para o Brasil não a tecnologia de ponta, mas a sucata industrial, que funciona quase do mesmo modo desde o início do século. "Para cá, as montadoras trazem a montagem, a parte de apertar parafuso, o que há de mais atrasado", disse. "Além disso, governo não precisa financiar indústria rica, que se instalaria de qualquer forma no Brasil, porque precisa do nosso mercado consumidor." Salada - Posições assim inesperadas sugerem que alguma coisa parece estar fora da ordem na política sindical. Mas é necessário lembrar que isso não começou na conturbada semana que passou. Uma olhada no noticiário político e econômico do pós-Real mostra que os tempos globais estão trazendo muitas novidades. No ano passado, por exemplo, os principais dirigentes da CUT ajudaram a eleger o governador Mário Covas, do mesmo PSDB de Fernando Henrique Cardoso, no segundo turno da eleição paulista do ano passado. Ninguém na central - que teoricamente faz oposição aos tucanos - pareceu incomodar-se. Os representantes da Associação dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), que criticam a política educacional do governador, calaram-se diante do apoio pessoal a Covas dado pelo próprio presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva. Mais estranho ainda é recordar que também não houve rumores entre os dirigentes do sindicato cutista de funcionários das estatais paulistas (da Sabesp e da Cetesb, por exemplo), ameaçados pelo fantasma das privatizações defendidas por Covas. Ao apoiar o atual governador - e Vicentinho não foi o único - a CUT, indiretamente, pediu votos para o programa de privatizações, que era conhecido de todos. Na teoria, contudo, a central continua contra a venda de estatais. O movimento sindical parece encarar muito tranqüilamente essas guinadas de 180 graus nas suas posições históricas. Por isso, é possível interpretar essa salada política dos últimos anos como reflexo de um processo natural de mudança ideológica nas centrais. Troca de bases - Assim, não é de se estranhar que Paulinho, antes avesso ao funcionalismo público, esteja capitaneando a luta pela preservação da Justiça do Trabalho - e levando consigo as bases dos sindicatos de servidores do poder Judiciário, que pertencem à CUT, dividida em relação ao assunto. Se há troca de bandeiras, por que não troca de bases? "Como nós defendemos primeiro a Justiça do Trabalho, essa aproximação foi natural", diz o presidente da Força Sindical. Também fica mais fácil entender o orgulho com que o mesmo Paulinho, antes ferrenho antipetista, declara que foi buscar no programa da candidata derrotada Marta Suplicy (PT-SP) o seu projeto de frentes de trabalho, que acabou encampado pelo prefeito Celso Pitta (sem partido) e está sendo vendido ao ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, do PPB de Paulo Maluf. "Projeto bom a gente apóia", afirmou. "Não tenho nenhum preconceito." Para o futuro, o sindicalista imagina relações cada vez mais estreitas com a CUT, por conta da atuação conjunta das centrais nas comissões tripartites criadas pelo governo, como a do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que libera recursos para que as centrais qualifiquem os trabalhadores. Quanto às inversões de papéis, ele considera normais e conjunturais. "Quem sabe um dia possamos criar uma única central sindical no Brasil, como as que existem no resto do mundo", diz. Diante de quem se espanta ante essa afirmação, ele coloca uma questão simples: "Por que não?"

Existe algum governador oposicionista?

Dando uma olhada no que saía nos jornais de 1999 sete governadores eram da oposição. Naquela época não havia medo em ser oposicionista. Quase dez anos depois todo mundo é lulista, todo mundo é governo. Tanto governadores como prefeitos prometem para seus eleitores obras e mais obras que virão das inúmeras variantes do PAC. Hoje, ser oposicionista dá certa vergonha em boa parte do Brasil. Ainda bem que existe uma pequena parte que não aceita os mandos e desmandos petralhas.

Algumas lembranças (Parte 2)

O petismo oposicionista apostava no “quanto pior, melhor”. A matéria abaixo saiu no Estado de São Paulo no dia 01 de fevereiro de 1999:

PT ameaça processar autoridades econômicas

O presidente nacional do PT, José Dirceu, avisou ao comando da frente das esquerdas - formada pelo PT, PDT, PSB, PCB e PC do B - que seu partido se prepara para processar autoridades do governo, entre elas provavelmente o ministro da Fazenda, Pedro Malan, por crime de responsabilidade. O motivo é a cláusula do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que põe as reservas internacionais do Brasil sob monitoramento dos Estados Unidos, caso fiquem abaixo de US$ 20 bilhões. O discurso duro contra a equipe econômica foi visto, na reunião de sábado, como tentativa do PT de romper seu isolamento na frente, já que os outros partidos defenderam o confronto direto com o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso. Mais moderado, Dirceu disse que não apoiará propostas, como a de Tarso Genro, de antecipar as eleições presidenciais, por temer golpe da direita. Leonel Brizola (PDT), porém, avisou que continuará a defender a renúncia do presidente. Sem consenso, os líderes da esquerda resolveram lançar uma "Campanha de Salvação Nacional", com o Dia Nacional de Luta, que será marcado em reunião de entidades sindicais e populares no dia 8. Antes da reunião, Brizola encontrou-se, em seu apartamento, em Copacabana, com Miguel Arraes (PSB), para acertar uma estratégia que levasse o PT a uma posição mais radical contra Fernando Henrique. Agenda - Ontem líderes oposicionistas avaliavam que, mesmo sem tocar no assunto, teriam tornado inviável um novo encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente. A nova reunião ficara combinada quando Lula e Fernando Henrique se encontraram em dezembro, mas estava condicionada à apresentação, por Fernando Henrique, de uma agenda de assuntos a serem tratados. Na sexta-feira, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em encontro com o presidente na inauguração das novas instalações da Rede Globo em São Paulo, insistiu na realização da reunião. Fernando Henrique disse que "providenciaria" a agenda. "Se essa reunião se realizar, teremos de repensar a aliança", disse um dirigente nacional do PDT. A atitude de Suplicy irritou Dirceu e outros líderes oposicionistas, que, para aceitar o diálogo, passaram a exigir que o presidente também se mostre disposto a mudar a economia. "Não vamos a encontro para tirar fotografia e apoiar a atual política econômica", afirmou o presidente do PT no sábado, quando destacou o "ridículo" da situação, já que a agenda fora prometida há mais de um mês. Lula não quis conversa com repórteres, mas ouviu de Brizola e Arraes "indiretas" sobre a impossibilidade de diálogo com o presidente e deu mostras de decepção com o último encontro. "O que mais me impressionou foi que Fernando Henrique acredita piamente em tudo que está fazendo", relatou Lula aos demais participantes da reunião de sábado. Ele contou que, na conversa no fim do ano passado, disse ao presidente que o acordo com o FMI "entregava" o monitoramento das reservas internacionais do Brasil aos Estados Unidos, caso caíssem demais. O presidente, de acordo com Lula, afirmou que isso nunca aconteceria e disse: "O capital internacional está prontinho para voltar." Lula falou pouco na reunião e deu sinais de estar entediado. Ele demonstrou pessimismo quanto à possibilidade de mudar politicamente a situação, por causa da desorganização da população e do desemprego crescente. Segundo ele, as mobilizações dos trabalhadores da Ford constituíram um fato novo, já que há muito não havia movimentação sindical de peso no ABC paulista. Interlocutor habitual do governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), Dirceu mostrou-se preocupado com o grau a que chegou a disposição do ex-presidente de enfrentar o governo federal e derrotar Fernando Henrique. O petista demonstrou preocupação com a possibilidade de Itamar se isolar, já que o governador de Minas parece ter ficado muito irritado com os demais governadores de oposição, que não o imitaram na iniciativa de decretar a moratória. "São seis governadores de oposição liderados pelo sétimo", brincou, durante a reunião, o deputado petista Arlindo Chinaglia (SP). Diferenças - Os líderes das esquerdas combinaram uma articulação com os demais governadores de oposição para não deixar Itamar isolado, já que ele tem mostrado que poderá tomar atitudes sozinho, sem esperar apoios. Ficou acertado que os dirigentes nacionais dos cinco partidos trabalharão próximos dos chefes do Executivo dos Estados que governam. Dirceu advertiu que é preciso respeitar as diferenças entre os governos e lembrou: "O Acre (de Jorge Viana, do PT) depende muito do governo federal."


Imagine se a gente ameaçasse a equipe econômica lulista pelo desdém perante a crise econômica. Eles são os bons. Golpistas somos nós.

Algumas lembranças

O que a oposição fazia quando o Brasil enfrentava a crise econômica de 1999:

No Jornal do Brasil do dia 18 de janeiro de 1999:

Com os destinos do país ainda incertos, por causa do agravamento da crise econômica ocorrido na semana passada, os sete governadores de oposição reúnem-se hoje na capital mineira para tentar traçar novos rumos para a política econômica brasileira. "Não será uma reunião como estava programada, porque o momento é outro, a situação do país é outra", anunciou o organizador do encontro, o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, na última sexta-feira. A reunião, que a princípio se restringiria a buscar soluções para a renegociação das dívidas estaduais e a determinar propostas para a reforma tributária, ganhou contornos mais amplos com o agravamento da crise. "A mudança do câmbio não foi mudança da política econômica, foi uma desvalorização selvagem. Nossa responsabilidade é de dizer qual é o rumo que queremos para o Brasil. Precisamos retomar o projeto de desenvolvimento nacional, resgatar a poupança e o mercado interno, criar empregos, discutir o novo papel do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e estabelecer novo pacto federativo", disparou Dirceu, depois do encontro que teve no final da semana com o governador mineiro, Itamar Franco (PMDB), que será o anfitrião do encontro. "O Plano Real acabou. Está aberta a temporada de idéias econômicas", garante o líder da oposição na Câmara, deputado Marcelo Deda (PT), definindo bem a grande oferta de propostas que serão postas na mesa de discussão. Cada governador defenderá sua posição sobre o relacionamento com a União e as soluções para a crise, e receberá ainda as propostas dos representantes dos prefeitos de todo o país, dos partidos políticos e dos sindicatos. Os prefeitos querem incluir nos debates a questão das dívidas municipais, colocando seus débitos com o governo federal na proposta de renegociação das dívidas. Os partidos de esquerda querem garantir uma renegociação que não comprometa mais dos que 6% das receitas estaduais no pagamento das dívidas e um novo tipo de relação com a União que não condicione os recursos à adesão dos governadores às políticas federais, como a privatização. O PPS e o PV já prepararam um documento com soluções temporárias - como uma sobretaxa de viagens ao exterior e restrições às importações - para serem adotadas nesse período de crise. Durante toda a programação oficial, sindicalistas estarão realizando manifestações na região central de Belo Horizonte e nas proximidades do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro. A CUT pretende reunir 2 mil pessoas no centro da cidade, de onde os manifestantes sairão às 17h para uma caminhada até o Palácio. Lá, será entregue aos governadores um documento com as propostas dos sindicatos e as manifestações de apoio à reunião. Já confirmaram presença na reunião de hoje os governadores do Rio, Anthony Garotinho, do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, do Acre, Jorge Ney Vianna, de Alagoas, Ronaldo Lessa, do Amapá, João Alberto Rodrigues, e do Mato Grosso do Sul, Orcírio Miranda. Também estarão na capital mineira os presidentes nacionais do PT, José Dirceu, e do PDT, Leonel Brizola, os senadores Eduardo Suplicy (PT), José Alencar (PMDB), Emília Fernandes (PTB) e Arlindo Porto (PTB). Os governadores começam a chegar no Aeroporto da Pampulha ao meio-dia. No Palácio da Liberdade, eles farão duas reuniões: a primeira, marcada para as 14h, com os presidentes de partidos, senadores e deputados presentes; a segunda, agendada para as 15h, que contará com a presença também dos secretários estaduais e dos prefeitos de seis capitais e de seis cidades-pólo de Minas. No final da tarde, está prevista uma coletiva de todos os governadores com a imprensa. Mais de 150 profissionais estão credenciados para cobrir o evento.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O fanfarrão

Lula é um arrogante. Se acha o maioral. Tanto que quando alguém questiona algum ato seu logo é hostilizado, vítima da ironia lulista que, se já não se espalhou, logo vai afetar os blogs e sites que defendem o petismo.
Lula disse que vai editar quantas medidas provisórias forem necessárias para conter os efeitos da crise financeira. Lula correndo tanto assim? Mas o Brasil não era uma ilha?
Nestes seis anos de lulismo tanto a imprensa como a oposição foram demonizadas pelos petistas. Eles querem ouvir só o que agrada, só afago, igual o carinho que Mino Carta deu no queixo de Lula. Lula é um fanfarrão. Mino Carta e os petistas que defendem o Apedeuta são fanfarrões. O Brasil trata esta crise como se fosse brincadeira.

Homenagem a Pelé

Sei que na internet e na televisão têm vários artigos e depoimentos sobre Pelé que faz aniversário hoje. Eu o homenageio parafraseando Sílvio Santos: Não vi Pelé jogar, mas me disseram que ele foi um baita jogador.

A culpa é duzricu

Ah, Lula... Ele sempre tem que soltar suas pérolas. Primeiro ele culpou os Estados Unidos pela crise econômica. Agora culpa os banqueiros. Os banqueiros que foram tão amigos de Lula colaborando com sua campanha. A culpa é duzricu. Eles que se virem. A crise aqui dentro e o iluminado achando que vivemos numa ilha. É como eu disse ontem: o lulismo terminará de maneira melancólica, isto é, se Lula não der o golpe.

Escondendo a verdade

Ah, Tarso Genro... O ministro da Justiça outra vez tocou no assunto da anistia. Ele quer ver os militares que torturaram durante o período ditatorial punidos. É mesmo? O que dizer do silêncio sobre os crimes cometidos pelos companheiros de Tarso no mesmo período? Ora essa, se é para punir militar torturador, então tem que punir esquerdista seqüestrador, assaltante de banco e assassino. O pior é que os esquerdopatas batem no peito sentindo orgulho do que fizeram no período de 1964 a 1985.

Agora eles falam em tecnologia

Ainda bem que eu passo mais tempo aqui ou lendo livro do que assistindo televisão. Eu não agüentaria ver um monte de “especialistas” dizendo o que a polícia paulista deveria ou não fazer para evitar que a menina Eloá fosse morta, que Lindibergue fosse preso e que Nayara não fosse atingida por nenhuma bala.
Agora os especialistas de plantão falam, de acordo com os sites de notícias, dos vários aparelhos ultra-modernos que poderiam ter sido usados na operação comandada pelo GATE. Só agora eles falam? Foi preciso acontecer uma tragédia como esta para se cobrar isso?
Vejam a greve da Polícia Civil lá em São Paulo. Eles pedem as mesmas coisas de sempre: melhores salários e melhor tratamento por parte do governo. Será que os policiais comandados por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força e do BNDES, estão pedindo equipamentos ultra-modernos para agilizar as investigações? Talvez eles esteja esperando acontecer alguma coisa chocante para pedir isso.

O Sol, a cama e o Resfenol


Afinal, o mundo está ou não está esquentando? Anteontem postei aqui uma foto de uma tarde chuvosa aqui em Goiânia e a complicação no seu já complicado e caótico trânsito. Hoje o Sol está forte. Vejam a foto acima. Tirei daqui de casa mesmo. Ali ao fundo está o Lago das Rosas, a reforma que Iris Rezende disse que ia entregar num dia e este dia ainda não chegou (quem sabe é o dia depois de amanhã?). Vejam o céu azulzinho. Não sei o que diz a previsão do tempo para hoje, mas anteontem choveu muito e eu me molhei na hora de voltar do serviço para casa. Fiquei com medo de estar gripado. Nada que uma boa cama, uma boa coberta e um excelente Resfenol para afastar os perigos da gripe.
Fui caminhar agora de manhã. O calor está demais. O bom é que queimei umas calorias. Agora eu não sei se na hora que eu estiver caminhando de volta para minha casa depois de um dia de serviço estará chovendo. Afinal, o mundo está ou não está esquentando? Para todo caso, nada melhor do que uma cama e um Resfenol para prevenir.

Avisos

Quero avisar aos meus queridos cinco leitores que este blogueiro vai para Brasília dia 28 próximo. Vou lá pegar uma assinatura do Reinaldo Azevedo que vai lançar seu ótimo livro O País dos Petralhas.
Outro aviso é que, mesmo com o feriado amanhã, o blog funcionará normalmente.

Depende de que direita

Uma fala de Márcio Lacerda, candidato de Aécio Neves e Fernando Pimentel, a Prefeitura de Belo Horizonte mostra como a esquerda define a direita. Ele estava todo empolgado num discurso quando começou a falar mal da direita. Ele, socialista que é, já está acostumado a demonizar os direitistas. Talvez alguém tenha cochichado no seu ouvido, ou ele mesmo percebeu a gafe que cometera porque um direitista estava ali do seu lado. Gustavo Valadares, candidato derrotado no primeiro turno, é do Democratas. Aí Lacerda reconsiderou seu discurso e disse: Eu nem diria que é direita, porque a direita civilizada, de gente de bem, que reconhece, que defende determinados valores mais conservadores, mas quer o bem da cidade, do futuro, está abrigada com muita honra no Democratas. O esquerdismo divide a direita. Tem a direita boa, civilizada, que aquela que divide palanque com eles. E tem a já tradicional direita golpista que é adversária dos revolucionários. Quem está com eles está certo. Quem está contra não. Ainda bem que eu prefiro estar errado.

Ah, se o apoio da UNE valesse alguma coisa

A UNE só existe por causa da carteirinha de estudante. Se um dia isso acabar ela acaba também. No governo Fernando Henrique Cardoso a UNE era combativa, estava sempre em Brasília protestando contra os políticos corruptos. Na Era Lula, ela só se limita a protestar contra a visita de George W. Bush no começo do ano passado. A UNE é lulista, mama nas tetas do governo e ainda ganha uns trocados pelas carteirinhas que emite.
Ontem, no Rio de Janeiro, a entidade da carteirinha decidiu apoiar Eduardo Paes. O candidato de Sérgio Cabral e de Lula assinou compromissos com as propostas dos comandantes da UNE. E quem garante que Paes vai cumprir, caso seja eleito? E quem garante que a UNE vai cobrar de Paes o cumprimento do acordo firmado ontem se ela nem sabe mais fazer oposição? O único barulho que se ouvirá na sede da UNE é a confecção das carteirinhas de estudante porque sem elas a entidade acabará ou só será lembrada em algum museu.

Aí não, né?

Tudo bem, faz parte do jogo político procurar alianças na campanha eleitoral. Tudo bem que Fernando Gabeira tenha aceitado o apoio dos evangélicos. Mas a comparação com Moisés aí é demais. Isso é coisa de políticos do passado que se achava predestinado por Deus para assumir o cargo público. Receber apoio sim, mas não precisa exagerar. Resta saber quando ele receberá a mais nova tábua divina.

E que evolução

Eduardo Paes disse que se afastou de César Maia porque evoluiu. E que evolução... Hoje ele apóia Lula, o chefe da quadrilha criminosa do mensalão. Isso sim é que é evoluir.

Novo líder assume com elogios a Alcides


Por Cristiane Lima
no Diário da Manhã
O tucano Evandro Magal foi escolhido pelo governador Alcides Rodrigues (PP) para representá-lo na Assembléia Legislativa. Magal toma o lugar que era do também tucano Helder Valin, eleito presidente da Casa no último dia 15. Na tribuna pela primeira vez como líder, Magal teceu elogios aos companheiros de parlamento e, principalmente, ao governador. A posse aconteceu durante sessão ordinária ontem à tarde. Novamente, desde a eleição consensual de Valin, oposição e situação atuaram do mesmo lado e fizeram discursos de união.No primeiro discurso como líder do governo, Magal prometeu ser um líder dedicado, humilde e trabalhador, empenhado em buscar uma liderança fraterna e de harmonia entre a base aliada e a oposição. Também disse que Valin e o atual presidente da Casa, Jardel Sebba (PSDB), serão “espelhos” para a atuação no novo cargo.O deputado Helder Valin (PSDB) também usou a tribuna, mas para se despedir da função que ocupou nos últimos anos. O presidente eleito da Assembléia Legislativa agradeceu aos colegas e ao governador Alcides Rodrigues (PP). “Doutor Alcides me deu a oportunidade de ocupar a liderança e garantiu as condições para que eu fizesse um bom trabalho. Doutor Alcides é um estadista, um democrata. Nunca houve tanto respeito por parte do Executivo para com a Assembléia quanto agora”, elogiou.O presidente da Assembléia, Jardel Sebba, também cumprimentou o novo líder do governo na Casa. “Tenho profundo respeito e admiração por Evandro Magal, que é um deputado sério, atuante, combativo, com um grande caráter.” Jardel Sebba lembrou-se que ele foi um dos primeiros a sugerir o nome de Magal para a liderança. Durante as eleições da nova Mesa Diretora da Casa, no último dia 15, Jardel comunicava a todos que Magal era o seu favorito e chegou a chamá-lo de “próximo líder do governo” durante a contagem dos votos.Evandro Magal aproveitou para fazer um apelo à oposição pela unidade, visando ao bem comum do Estado. “Mesmo que surjam divergências, que haja sempre fraternidade e respeito nesta Casa”, pediu.
Vida Pública
Enquanto desejavam sucesso para Magal na nova função, deputados comentavam sobre a trajetória do tucano, de apenas uma década. O atual líder do governo foi eleito vereador em Caldas Novas quando tinha 21 anos, em 1997. Com 24, foi prefeito do município e, reeleito, ficou à frente da cidade até 2004. Após os dois mandatos, foi convidado pelo então governador Marconi Perillo (PSDB) para assumir a presidência da Metrobus. Em 2006 foi candidato a deputado estadual e obteve 23.919 votos, ficando na suplência do deputado licenciado e secretário da Segurança Pública do governo de Alcides, Ernesto Roller (PP). Com o convite de Roller para assumir a secretaria, Magal tomou posse na Assembléia. Magal disse que a prioridade na Casa será a aprovação do orçamento do Estado para 2009. Evandro Magal foi candidato à Prefeitura de Caldas Novas nas eleições deste ano, mas foi derrotado por Ney Viturino (PSC). O deputado, que não nasceu Magal, disse que teve infância difícil. Evandro Abadia Corrêa Silva, 32, ganhou o “sobrenome” porque costumava imitar o cantor Sidney Magal com grande desenvoltura. Natural de Palmelo, município com pouco mais de dois mil habitantes, que fica a 200 quilômetros de Goiânia, o novo líder diz que se orgulha do passado.Ele lembra que já vendeu picolés e foi engraxate. Nessa época, além do dinheiro ganho pelo trabalho, ainda tirava uma gorjeta imitando o cantor de características latinas. Garante que – mesmo com cabelos e olhos mais claros que os do cantor – fez sucesso na adolescência.O deputado lembrou da época em que trabalhou no rádio. Disse que aos 12 anos conheceu o repórter esportivo Peninha, com quem começou a puxar fios em coberturas de jogos. Logo foi convidado a ser auxiliar técnico na emissora. Depois foi sonoplasta e locutor de programa na Rádio Morrinhos AM. Depois que se mudou para Caldas Novas, comandou programa na Rádio Pousada e se tornou conhecido.
Comentário
Pois é, o governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, pode ficar tranquilo quanto a desenvoltura do seu novo líder. É a Sandra Rosa Madalena, é com quem ele passará, a partir de agora, a sonhar na Assembléia Legislativa.
Quero vê-la sorrir
Quero vê-la cantar
Quero ver o seu corpo
dançar sem parar

BB e Caixa ganham poder de comprar bancos

Por Ribamar Oliveira
no Estado de São Paulo

Catorze dias depois de o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ter anunciado a decisão do governo inglês de comprar ações de bancos, com o objetivo de capitalizá-los, o governo brasileiro trilhou o mesmo caminho. Por meio da Medida Provisória 443, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou ontem o Banco do Brasil e a Caixa a adquirir ações de bancos, seguradoras, entidades abertas de previdência e demais instituições financeiras.O BB e a Caixa poderão até adquirir o controle acionário das empresas, ou seja, estatizá-las. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Tesouro não vai capitalizar os dois bancos oficiais para fazer essas operações. "Eles farão isso com suas disponibilidades."Além disso, a Caixa foi autorizada a criar um banco de investimento, que comprará ações de empresas da construção civil. Com isso, o governo espera capitalizar essas empresas e manter em andamento os empreendimentos habitacionais. Pela mesma MP, o Banco Central foi autorizado a fazer troca de moedas (operações de swap) com bancos centrais de outros países. O BB e a Caixa poderão ainda comprar, sem licitação, participações acionárias em outras instituições financeiras públicas.Mantega disse que a MP "cria mais uma alternativa" de ajuda às instituições financeiras com problemas de liquidez provocados pela crise internacional. Ele lembrou que até agora só os bancos privados tinham a prerrogativa de adquirir outras instituições ou promover fusões. Por isso, Mantega disse que a MP favorece a concorrência entre os potenciais compradores."Nós sabemos que há problemas de liquidez em algumas instituições. Já adotamos várias medidas para resolver a situação, como a redução do depósito compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no BC), e agora estamos dando um passo a mais nessa direção", afirmou Mantega. "Hoje, é prática usual os bancos privados comprarem outros. Com a MP, ampliamos essa possibilidade, autorizando os bancos públicos também a fazê-lo. Assim, aumentamos as alternativas para quem tem problemas de liquidez e a concorrência, de tal forma que a instituição que quer fazer a alienação poderá obter um preço melhor."Segundo Mantega, depois que o crédito e a liquidez da economia forem restabelecidos, os bancos poderão ser novamente vendidos "a preço de mercado". O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou que a decisão de permitir operações de swap de moedas é resultado de conversas mantidas por ele com outros presidentes de bancos centrais. "Evidentemente não estamos aqui propondo nenhum convênio especificamente. Estamos propondo a faculdade legal do BC de celebrar convênios caso seja necessário."

Pela primeira vez, Dantas responde a juiz

Por Lilian Christofoletti
na Folha de São Paulo

O banqueiro Daniel Dantas, investigado por supostos crimes financeiros, voltou ontem a se sentar no banco dos réus para se defender da acusação de tentativa de suborno de um delegado federal. O Ministério Público Federal sustenta que Dantas ofereceu US$ 1 milhão em troca do arquivamento de uma investigação contra ele.Apesar de o advogado ter dito à imprensa que Dantas ficaria em silêncio, o banqueiro respondeu pela primeira vez às perguntas do juiz federal Fausto Martins De Sanctis e do procurador da República Rodrigo de Grandis. O interrogatório começou às 14h50 e terminou por volta das 20h de ontem."Eu orientei o meu cliente a não falar nada porque entendo que o processo está complemente viciado. O juiz, que é de uma vara especializada em lavagem de dinheiro, nem poderia julgar um caso de crime comum", diz o advogado de Dantas, Nélio Machado.O banqueiro está sendo julgado pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, ao lado do ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, e do professor Hugo Chicaroni, acusados de agir em nome de Dantas para tentar corromper o policial federal.Sobre os supostos crimes financeiros, que incluem eventual lavagem de dinheiro, ainda não foi aberto um processo. A Polícia Federal está analisando documentos apreendidos na Operação Satiagraha.Enquanto Dantas estava na sala de audiência, os dois supostos emissários dele na negociação ilegal aguardavam numa sala à parte. Até o fechamento desta edição, nenhum dos dois havia sido ouvido pelo juiz.A audiência final de interrogatório realizada ontem foi amparada na Lei 11.719, que foi promulgada 12 dias depois de a Operação Satiagraha, que prendeu Dantas, ter sido deflagrada.Pela nova lei, os depoimentos dos réus devem ser colhidos ao final do procedimento, não antes, como ditava a antiga lei. Assim, eles podem se defender depois que todas as testemunhas já foram ouvidas.Por um motivo de cautela, De Sanctis repetiu os depoimentos -todos já haviam sido ouvidos duas vezes cada. Pela nova legislação, após o interrogatório, o juiz deve abrir uma discussão oral entre defesa e acusação.O procurador optou por fazer a sustentação de forma escrita. Com isso, será dado um prazo de cinco dias para que cada um dos acusados apresentem suas defesas. Só após esse prazo o juiz profere a sentença.

Socialista critica tática ''barra pesada'' do adversário

Por Eduardo Kattah
no Estado de São Paulo

Com ataques ao que chamou de "direita barra pesada", o candidato do PSB a prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, recebeu ontem o apoio do deputado estadual Gustavo Valadares, candidato do DEM no primeiro turno. Lacerda, que conta com o apoio do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT), avaliou que seu adversário, Leonardo Quintão (PMDB), caiu "na baixaria" e está "perdendo de uma maneira estúpida o capital político" do primeiro turno. A declaração reflete a confiança que tomou conta de sua campanha. Lacerda voltou a reagir com indignação diante da estratégia de Quintão, que tenta associá-lo ao mensalão e chegou a afirmar que o socialista atuou no escândalo como "avião" do tráfico. "Apoiado na boa votação que teve no primeiro turno, nas intenções de voto que tem, se ele não caísse na baixaria, atendendo aos conselhos de gente barra pesada que o acompanha, poderia, perdendo a eleição, passar para o futuro com uma boa imagem, com uma carreira", disse o candidato do PSB. Anteontem, a Justiça Eleitoral acatou parcialmente liminar requerida pela coligação de Lacerda contra o PMDB e determinou a busca e apreensão de panfletos que associam o candidato do PSB ao mensalão numa praça e numa gráfica da capital. Lacerda admitiu que foi surpreendido pela postura do adversário, mas voltou a classificar a tática como "desespero" da campanha do PMDB. "Se vivesse no tempo da ditadura, ele teria uma vocação muito forte para ser agente da repressão, pela postura que demonstrou."
GAFE
Quando comparava o adversário com o que classificou de "direita golpista", Lacerda, ao lado do deputado do DEM, percebeu que cometia uma gafe. "Eu nem diria que é direita, porque a direita civilizada, de gente de bem, que reconhece, que defende determinados valores mais conservadores, mas quer o bem da cidade, do futuro, está abrigada com muita honra no Democratas." Valadares salientou que o apoio era pessoal. "Achei que seria incoerente se eu trouxesse comigo formalmente a legenda", observou o deputado, que é presidente municipal do DEM. No primeiro turno, ele obteve apenas 1,51% dos votos.Quintão não comentou as declarações de Lacerda. Antes, durante um café da manhã com entidades sociais, voltou a dizer que o adversário ainda poderá ser julgado pelo escândalo do mensalão. "O candidato do PSB passou por um julgamento político na CPI, mas é a Justiça que julga."