sábado, 16 de maio de 2009

Muda o discurso, Dona Yeda

A governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crussius está repetindo o discurso petista: tudo é golpe, tudo é manipulação. Ao invés de esclarecer as contas da sua campanha de 2006 ela prefere dizer que é vítima de um golpe. E quem estaria participando do golpe contra Yeda? A revista Veja. Vejam vocês a que ponto nós chegamos. Veja é tratada pela governadora como petista. Mas ela não era tucana como diziam Mino Carta e Paulo Henrique Amorim?

Caixa um no caixa dois?

Por Igor Paulin
na Veja

A tucana Yeda Crusius governa o Rio Grande do Sul há 125 semanas, mas nenhuma delas foi tão dura para ela quanto a passada, depois que VEJA revelou a existência de gravações que apontam que sua campanha eleitoral foi abastecida com recursos provenientes de caixa dois. O PT e os demais partidos de oposição redobraram seus esforços para tentar instalar na Assembleia Legislativa uma CPI. Os procuradores eleitorais reabriram as prestações de contas de Yeda e avisaram que requererão uma investigação da Polícia Federal sobre as denúncias de financiamento ilegal. Querem ainda que seu superior, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, analise se Yeda tinha dinheiro suficiente para comprar uma casa em um bairro nobre da capital gaúcha em 2006, num caso que já havia sido arquivado. Para completar, na última quinta-feira, manifestantes fizeram uma passeata em Porto Alegre, para pedir o seu impeachment. Em meio às turbulências, a governadora voou para Brasília para pedir ajuda à cúpula de seu partido. Voltou de mãos abanando. Leia mais aqui.

Obama retoma juízo militar em Guantánamo

Por Andrea Murta
na Folha

O presidente dos EUA, Barack Obama, que classificara na corrida eleitoral as comissões militares de exceção da era Bush como "grande fracasso", anunciou ontem que manterá o sistema, mudando algumas regras para ampliar os direitos de suspeitos de terrorismo.Grupos de direitos humanos aliados a ele criticaram a decisão, vista como "retrocesso".Obama suspendera as comissões militares por quatro meses no primeiro dia de governo, para determinar como os julgamentos em curso deveriam prosseguir (o Pentágono vai pedir novo prazo). Na mesma ocasião, ele determinara o fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, em 12 meses.Ontem, porém, ele afirmou em comunicado que as "comissões militares têm uma longa tradição nos EUA" e "são apropriadas para julgar inimigos que violam leis de guerra, desde que sejam bem estruturadas e administradas".As alterações que Obama quer implementar incluem a inadmissão de informações obtidas em interrogatórios "cruéis, desumanos ou degradantes" e transferem à acusação o ônus de provar que rumores ou discussões de terceiros são críveis o suficiente para serem trazidas ao julgamento.Além disso, permitem maior flexibilidade para os réus escolherem seus defensores; expandem garantias para os que se negam a testemunhar; e definem que as comissões estabelecerão suas próprias jurisdições. Leia mais aqui.

STF nega pedido de Moraes para reaver cargo de relator

Na Folha

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia negou ontem o pedido do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) para tentar reaver o cargo de relator do processo contra seu colega Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara.Moraes foi destituído do posto após dizer que estava "se lixando" para a opinião pública e de dar indicativos de que pretendia absolver Edmar. Em sessão na última quarta-feira, o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), substituiu Moraes pelo deputado petista Nazareno Fonteles (PI).O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), disse que deve entrar na próxima semana com um recurso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa contra a substituição.Segundo a ministra Cármen Lúcia, não cabe ao Supremo julgar o caso, que, diz ela, se resume a um ato interno da Câmara, "imune ao controle jurisdicional". "A espécie em pauta não se enquadra entre as hipóteses de atos parlamentares sujeitos ao controle jurisdicional", disse, em sua decisão.Para a ministra, o próprio deputado afirma em seu pedido que se refere a uma "afronta a normas regimentais", o que deve se restringir ao "espaço exclusivamente político e autonômico da Câmara dos Deputados".Cármen Lúcia também afirmou que o deputado não demonstrou ao Supremo nenhum "fundamento constitucional" que lhe garanta a permanência na relatoria.Edmar, conhecido por ser dono de um castelo, é investigado por uso irregular da verba indenizatória.

Oposição irresponsável?

Por Denise Menchen
na Folha

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), defendeu ontem que o sucesso dos tucanos na eleição presidencial de 2010 passará pelo reconhecimento das conquistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pregou uma campanha "sem radicalismos"."O governo Lula trouxe avanços importantes. Grande parte deles em razão do governo anterior, da estabilidade da economia, dos avanços advindos do governo Fernando Henrique. Reconheço esses avanços, gostaria inclusive que o governo Lula também reconhecesse de forma mais clara os avanços que vieram do governo FHC."Para Aécio, apesar de suas virtudes, Lula não enfrentou "contenciosos". "Você não nega a realidade. Na verdade o presidente Lula tem muitas virtudes, mas ele não tem a característica de enfrentar contenciosos. A reforma política era o grande tema da reeleição do presidente Lula. Logo que ele foi reeleito e ela começou a contrariar alguns partidos da base, foi colocada de lado", afirmou Aécio, que, junto com o governador de São Paulo, José Serra, é um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência."É isso que diferencia o meu discurso do de alguns companheiros meus", disse ele.Para o tucano, cientistas políticos no futuro avaliarão "como um só período de continuidade da vida nacional" o espaço de tempo que vai do início do governo de Itamar Franco (1992-1995) ao fim do de Lula. Leia mais aqui.
Comentário
Lula disse ontem que o PSDB era irresponsável ao criar a CPI da Petrobras. Lula estava griladaço com os tucanos. Pra quê tanto grilo? Ao mesmo tempo que tucano quer atazanar a vida de Lula, outros tucanos decidem dar uma mãozinha, uma força. Aécio Neves é um destes tucanos que sempre aparece fazendo elogios ao lulismo.
Mas Aécio demonstra uma certa ingenuidade ao pedir que os petralhas reconheçam a herança bendita de Fernando Henrique Cardoso. Se os caras não reconheceram nestes quase sete anos de governo será que eles vão reconhecer no último ano de mandato?

Para evitar se desgastar, Sarney deu aval a tucanos

Por Christiane Samarco e Eugênia Lopes
no Estadão

O desfecho da sessão de ontem, no Senado, quando foi criada a CPI da Petrobrás, teve o aval explícito do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP). Mas se Sarney é o "pai" do fato consumado, a "mãe" é briga política entre PSDB e DEM, destravada com a decisão dos democratas de apoiar o ex-presidente para o comando do Senado, em fevereiro. A rusga na oposição cresceu com o debate interno sobre a criação da CPI da Petrobrás: o DEM, liderado pelo senador Agripino Maia (RN), é majoritariamente contra a instalação imediata da comissão, enquanto a maioria dos tucanos tem pressa de abrir a investigação. "A maioria da minha bancada tem posição mais cautelosa de ouvir o presidente da Petrobrás primeiro", explica Agripino.Não foi por acaso que Sarney deu sinal verde a seu primeiro-vice, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), para que assumisse a presidência da sessão e fizesse a leitura do requerimento da CPI. Como presidente, Sarney seria o único que poderia tirar o vice da cadeira e impedir a leitura. Consultado por telefone, ele não só garantiu a Perillo que não iria ao Senado, como acrescentou que o tucano tinha legitimidade para proceder a leitura. Mais que isso: contou que avisara ao Planalto, na véspera, que não se desgastaria em um duelo com a oposição para evitar a CPI.Acossada pela avalanche de denúncias de irregularidades e desmandos no Senado, a cúpula do PMDB culpa o PT e setores do Planalto pelos prejuízos à imagem do Congresso e do partido. Os peemedebistas entendem que só quem ganha com a crise é o "presidente Lula", que passa incólume pelos escândalos, e o poder econômico que, segundo eles, desfruta de milhões em isenção de impostos, diante do silêncio de um Legislativo fragilizado pela crise.Além disso, restam as sequelas da sucessão no Senado, tanto entre os governistas, como na oposição. O PMDB acusa os petistas de fazerem uma "campanha difamatória", aliando-se ao PSDB na tentativa de eleger Tião Viana (PT-AC). Os peemedebistas não gostam da boa relação de petistas com tucanos.A cúpula do PMDB diz que, em se tratando de uma empresa do porte da Petrobrás, o governo deveria ter assumido o comando da ofensiva para evitar o inquérito, em vez de deixar tudo nas mãos de Mercadante, que preferiu se articular com a oposição. Nos bastidores, peemedebistas não escondiam a satisfação de assistir, ontem, à derrota do petista. Leia mais aqui.

Governo perde, e oposição cria CPI sobre a Petrobras

Na Folha

O governo não conseguiu evitar a criação da CPI da Petrobras. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trabalharam nos gabinetes até a meia-noite de ontem, falharam ao tentar convencer senadores a retirarem assinaturas de dois requerimentos. Lula acusou o PSDB de agir de modo "irresponsável" e "pouco patriota" ao insistir na CPI.Dois requerimentos criando comissões para investigar a Petrobras foram lidos ontem pela manhã no plenário do Senado. Um dos pedidos é do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e outro, de Romeu Tuma (PTB-SP).Das 32 assinaturas recolhidas pelo tucano (são necessárias 27), 7 eram de governistas. O governo corria ontem contra o tempo para que, até a meia-noite, seis senadores retirassem os nomes de cada pedido.Dias pede investigação nas obras da refinaria Abreu e Lima (PE), na manobra contábil feita pela empresa para pagar menos impostos e nos patrocínios da estatal em prefeituras nas festas juninas. O requerimento de Tuma propunha apurar fraudes em licitações, alvo de investigação da Polícia Federal na Operação Águas Profundas.A ordem de Lula foi não deixar nenhuma CPI funcionar para evitar prejuízos nos investimentos da Petrobras, considerados essenciais para a recuperação da economia.Com a desistência dos senadores Augusto Botelho (PT-RR), Cesar Borges (PR-BA), Almeida Lima (PMDB-SE), Adelmir Santana (DEM-DF), Cristovam Buarque (PDT-DF), Expedito Junior (PR-RO), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Maria do Carmo (DEM-SE) , o governo conseguiu só barrar a investigação proposta por Tuma.Como Cristovam e Santana tinham colocado o nome nos dois pedidos, o requerimento dos tucanos ficou com 30 assinaturas, e os líderes terão que indicar senadores para a CPI.O primeiro sinal da disposição de Lula para enterrar a CPI veio no final da manhã de ontem, antes de embarcar para Arábia Saudita e China. Ele decidiu dar entrevista na base aérea, algo pouco comum, e atacou os tucanos. Leia mais aqui.

"O Goebbels egípcio" por Diogo Mainardi

"Eu queimaria pessoalmente qualquer livro israelense que se encontrasse nas bibliotecas do Egito."
A frase é de Farouk Hosny, o ministro da Cultura egípcio. Ele a pronunciou num congresso de seu partido, em 10 de maio de 2008. O diretor do Centro Simon Wiesenthal acusou-o de se inspirar em outro ministro da Cultura incendiário: Joseph Goebbels. Acusou-o também de ter disponibilizado a TV estatal do Egito a um notório negador do holocausto, Roger Garaudy, o antigo filósofo comunista que se converteu ao islamismo – o Cat Stevens de Auschwitz.
Farouk Hosny é candidato ao cargo de diretor-geral da Unesco. Isso mesmo, da Unesco: o organismo internacional que se ocupa prioritariamente de livros e bibliotecas. Quem o apoia? O Brasil. O Itamaraty. Lula. Celso Amorim. Apoiamos um antissemita. Apoiamos um queimador de livros. É o nosso "Fahrenheit 451" diplomático.
Mas o antissemitismo é só um dos aspectos escandalosos da candidatura de Farouk Hosny. Há outro. Uma das metas da Unesco, segundo seus estatutos, é promover os princípios democráticos. Há até um departamento de Democracia na Unesco, que zela pela liberdade de opinião e pela liberdade de imprensa. Farouk Hosny é ministro da Cultura do regime militar de Hosni Mubarak. O mesmo Mubarak que persegue seus opositores. O mesmo Mubarak que pretende transferir o poder para seu filho, Gamal. O mesmo Mubarak que tem a prerrogativa, entre muitas outras, de nomear os diretores dos principais jornais do país, todos pertencentes ao estado. E tem mais: Farouk Hosny é o ministro da Cultura do Egito desde 1987. Isso significa que nosso candidato para a Unesco, aquele que terá de tutelar os valores da democracia, da liberdade de opinião, da liberdade de imprensa, está enraizado no poder, em sua suserania ministerial, há exatamente 22 anos, protegido por um ditador.
Para apoiar Farouk Hosny, o Itamaraty abandonou a candidatura de um diplomata brasileiro, Márcio Barbosa. Especulou-se que isso poderia ser usado numa barganha com os países árabes para eleger Celso Amorim à chefia de outro organismo da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica. Celso Amorim negou esse propósito, declarando que o Brasil apoiaria a candidatura do sul-africano Abdul Minty para a AIEA. Faz sentido. Abdul Minty, assim como Celso Amorim e Lula, defende o programa nuclear iraniano, opondo-se a qualquer medida retaliatória contra o regime de Mahmoud Ahmadinejad, o negador do holocausto, o Roger Garaudy radioativo, o Cat Stevens de Natanz. Ahmadinejad esnobou o convite de Lula para visitar o Brasil. Quem sabe Roger Garaudy aceite.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Foi um carnaval?

Ronaldo foi sabatinado hoje pela Folha de São Paulo. Disse que a preparação da seleção brasileira para a Copa de 2006 foi um "verdadeiro carnaval". Engraçado que na época o pessoal da CBF não dizia isso. Foi preciso Zidane dar um baile na seleção para mostrar que alguma coisa de errado estava acontecendo com aquela seleção muito mais do que os quilos de Ronaldo.
A preparação da seleção para a Copa da Alemanha foi um carnaval. E ninguém questinou nada com Ricaço Teixeira? Nem o Zagallo que tanto se orgulha e defende a camisa da seleção? O Brasil preparou o carnaval e quem desfilou foi Zidane. Aquele chapéu no Ronaldo foi estupendo.

O terceiro mandato ainda é um perigo

A frase de abertura do Blog do Noblat é do deputado Fernando Marroni (PT-RS): Não posso me conformar que as leis impeçam que tenha continuidade a liderança desse homem. São poucos os líderes no mundo. De vez em quando surge um gênio. Esse é um gênio brasileiro.
Não é de hoje que escrevo aqui que Lula pode dar o golpe ano que vem e disputar um terceiro mandato. Não é de hoje que petralhas falam: "Para que mudar se tudo está bom?". Não é de hoje que Lula nada fala e nada faz quando um dos seus aliados defendem esta proposta golpista. Vejam que as leis nestêpaiz estão sendo questionadas. A Constituição, como muitos esquerdopatas disseram, não vale nada e sim as "vozes das ruas". Pois é, pessoal! Se a gente não ficar atento esse gente asquerosa vai dar o golpe.

Fim de férias vendo Elvis

Bem, minhas férias do serviço acabam semana que vem. Ontem, Minha Amada e eu fomos à locadora de vídeos. Ela queria saber se lá havia algum datashow para usar num trabalho da faculdade. Ela está no último ano do curso de Direito. Enquanto ela via se algum datashow estava disponível, eu procurava algum DVD para locar. Achei um totalmente excelente. É a nova versão do filme "Elvis - That's the way it is". Era o ano de 1970 e Elvis voltava para os palcos. Já havia assistido uma versão mais antiga deste filme, mas esta nova versão é belíssima. Tem muitas cenas que não foram lançadas anteriormente e que mostram Elvis no auge. Estava magro, animado e animando a platéia. Cantou desde "That's all right mama" até "Suspicious Mind", ou seja, desde os seus primeiros sucessos até 1970. Ainda teríamos mais sete anos de Elvis Presley cantando, remexendo o corpo e conversando fiado com a platéia.
No filme, vemos a Máfia de Memphis ali presente. O sempre presente Joe Esposito e Red Willians (que em 1977 escreveria o tão polêmico "Elvis, what happened?" que mostrava um Elvis depressivo e dependente de remédios). Mas não vamos lembrar do Elvis de 1977. Ainda faltavam sete anos. Vamos continuar em 1970.
Foi o ano do fim dos Beatles. Elvis e Beatles são as bases do rock. É uma pena que o encontro destes ícones, em 1965, não tenha sido registrado. Imaginem Elvis e Beatles fazendo uma ou duas apresentações no Hotel Internacional em Las Vegas? Coronel Parcker, empresário de Elvis, ficaria satisfeito porque seu bolso ficaria mais cheio de dólar. Mas, tal encontro não foi possível. Elvis canta "Get Back", música que os Beatles lançaram em 1969 como single e depois no álbum "Let it be" que foi lançado justamente no ano de 1970.
Enquanto resta algumas areias no vidro, vou viajando pelo tempo, pelo ano de 1970 e quando Elvis Presley mostrava para o mundo que seus filmes bizarros não apagaram a chama do rock que incendiava suas veias.
DEUS SALVE O REI!

Joaquim Valério?

Quer dizer que o ministro-das-vozes-das-ruas Joaquim Barbosa aceitou pedido de Marcos Valério para desmembrar o inquérito sobre o valerioduto? Hummm... Será que Barbosa recebeu algum afago de Marcos Valério? Talvez poderíamos chama-lo de Joaquim Valério, não é mesmo? O presidente do STF Gilmar Mendes foi chamado de “Gilmar Dantas” porque estaria a serviço de Daniel Dantas. Então tá bom. Joaquim Barbosa está a serviço de Marcos Valério e, por isso, podemos chamá-lo de Joaquim Valério.

TRF processa 134 juízes por apoio a De Sanctis e abre crise na Justiça

Por Fausto Macedo
no Estadão

O corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3), desembargador André Nabarrete, abriu procedimento administrativo contra 134 magistrados que subscreveram o histórico manifesto pela independência da toga. O documento de apoio ao juiz Fausto Martin De Sanctis foi divulgado em julho de 2008, em meio à crise institucional sem precedentes que envolveu a categoria e o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), por causa da Operação Satiagraha.A ordem de Nabarrete instalou um clima de indignação entre os magistrados, que o acusam de abuso. Eles reagiram imediatamente e, por meio de sua entidade de classe, recorreram à Corregedoria-Geral da Justiça Federal. No início da noite de ontem, o ministro Hamilton Carvalhido, corregedor-geral, acolheu requerimento da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e ordenou a suspensão do expediente e dos efeitos das intimações, até que a presidência do TRF 3 aprecie o caso."O ato do corregedor vem gravado com aparente atipicidade da conduta imputada aos magistrados, restando evidente que os signatários da manifestação apontada não teriam emitido opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, pressuposto essencial para o início de qualquer apuração administrativo disciplinar", decidiu Carvalhido.A Justiça Federal em São Paulo entrou em turbulência às 18 horas de quarta-feira, quando um fato inédito quebrou a rotina dos gabinetes dos juízes: Nabarrete disparou e-mails a todos que declararam solidariedade a De Sanctis, notificando-os para que prestassem esclarecimentos. Logo, a onda de protestos tomou conta do fórum criminal federal e espalhou-se pelo fórum cível - nas duas repartições está concentrado o maior contingente de notificados, que representam quase 50% do quadro de juízes federais em São Paulo e Mato Grosso do Sul, Estados sob jurisdição do TRF 3.Perplexos, os magistrados estão em pé de guerra com seu corregedor. Ele deu cinco dias para que os juízes respondam. Nos autos do processo 2009.01.0040, que corre sob sigilo, o corregedor revela o motivo de sua ofensiva: "Crítica pública à decisão do presidente do STF, a pretexto de defesa da independência jurisdicional." Leia mais aqui.

Supremo desmembra inquérito do valerioduto

Na Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa decidiu desmembrar o inquérito do valerioduto -esquema do mensalão em Minas-, aceitando pedido apresentado por Marcos Valério e seus sócios, Eduardo Guedes e Cláudio Mourão. Agora, o Supremo analisará apenas a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).Os demais acusados serão processados na primeira instância. O procurador-geral, Antonio Fernando Souza, denunciou Azeredo e outras 14 pessoas por peculato e lavagem de dinheiro em suposto esquema que teria utilizado recursos públicos e privados, não declarados à Justiça Eleitoral, na campanha do hoje senador, quando ele tentou se reeleger governador de Minas Gerais, em 1998. Leia mais aqui.

Indicada política era mal avaliada na Infraero

Por Alan Grip
na Folha

Uma funcionária desinteressada, com baixa produtividade e faltosa -por isso, sem ambiente de trabalho. Esse é o resumo do histórico funcional de Mônica Infante de Azambuja, assessora especial da presidência da Infraero, nomeada por indicação política, com salário de R$ 9.795,72 mensais.Mônica é ex-mulher do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Sua demissão, anunciada mas ainda não consumada, está entre aquelas que despertaram a ira de caciques do partido, que se queixaram pessoalmente ao presidente Lula e declararam guerra ao ministro Nelson Jobim (Defesa), também do PMDB.A Folha teve acesso a dados da ficha de Mônica na Infraero e entrevistou colegas de trabalho dela na superintendência do aeroporto de Brasília, que pediram anonimato. Ontem, a reportagem deixou dois recados em sua secretária eletrônica, mas até o fechamento desta edição ela não ligou de volta.Mônica foi nomeada em outubro de 2003, durante a gestão do ex-deputado Carlos Wilson, morto em abril do ano passado. Em tese, ela tinha a função de auxiliar o superintendente da Infraero no Centro-Oeste (cargo já extinto) em atividades administrativas, comerciais e na "relação com a comunidade aeroportuária".Porém, segundo seu histórico, Mônica se dedicou a quatro atividades básicas: confecção de etiquetas de pastas, digitação de correspondências, elaboração de índice de pasta de correspondência e fiscalização do contrato de limpeza.Em avaliação recente, os resultados alcançados por ela foram considerados aquém do aceitável, e atribuídos por seus avaliadores a despreparo profissional e desinteresse. Leia mais aqui.

Sobre "opiniões divergentes"

Um petralha me escreve:

UMA DAS MINHAS CONCLUSÕES SOBRE MEU ESTUDO DOS FUNDAMENTALISTAS CATÓLICOS REACIONÁRIOS É QUE ELES TEM DIFICULDADE COM LIDAR COM OPINIÕES DIVERGENTES ! VC MOSTRA QUE MINHA TEORIA ESTÁ CERTA

É interessante ler petralha falando que seu oponente não aceita “opiniões divergentes”. Se escrevo aqui defendendo Israel ele vem correndo pra cá me criticar. Se defendo o Papa Bento XVI faz a mesma coisa. Eu apago 99,9% das besteiras que ele escreve. Respondo 0,1% e olha lá. Eles sempre se defendem dizendo que são mal compreendidos, que suas “opiniões divergentes” não são ouvidas. Bem, se ele quisesse realmente debater alguma coisa não chamaria seu oponente de “fundamentalista católico”. Prometo que esta será a última vez que escrevo sobre o infeliz petralha que perde seu tempo entrando em blogs que detesta. Tenho coisas mais importantes para fazer. Será que cumpro a promessa?

PS: Espero que ele banque seus estudos e não faça como certas pessoas que pegam dinheiro público e não devolvem. Quer estudar? Pague com seu dinheiro!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estou me lixando

Para o petralhinha que entra aqui eu digo como Sérgio Moares: "Estou me lixando!"

Uma igualdade longe do consenso

Por Norma Moura
no Jornal do Brasil

Há 121 anos em busca do reconhecimento à igualdade com o restante dos brasileiros prevista em 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou a Abolição da Escravatura no país, a população negra terá que aguardar mais uma semana pela votação do Estatuto da Igualdade Racial, adiada ontem para a próxima quarta-feira por falta de consenso, em meio a uma sessão tensa na qual houve até bate-boca. Entre outras medidas, o texto reconhece a capoeira como esporte nacional, proíbe a exigência de fotos em currículos, criminaliza o preconceito racial na internet e fixa cotas para negros em programas de televisão e comerciais, além de garantir à população remanescente de quilombos o direito à terra historicamente ocupada.
Os dois últimos pontos são considerados os mais polêmicos, e elevaram a temperatura ontem na Comissão Especial criada na Câmara para analisar o assunto, provocando um acirrado bate-boca entre os deputados Carlos Santana (PT-RJ) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Leia mais aqui.

Yeda busca apoio em Brasília e faz de ex-ministro seu advogado

Por Marcelo de Moraes
no Estadão

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), desembarcou ontem em Brasília em busca de um advogado e de apoio partidário, a fim de tentar desembaraçar o nó político em que se transformou a acusação de corrupção na sua administração e salvar sua candidatura à reeleição em 2010.Logo de manhã, cumpriu o primeiro objetivo, ao contratar o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Alckmin, para defendê-la. Yeda e Alckmin reuniram-se por duas horas. Ela lhe entregou uma pasta com documentos que considera suficientes para comprovar a lisura de seu governo.Seu segundo objetivo incluiu a confirmação pública de sua disposição de se candidatar à reeleição e um forte ataque contra os adversários. O mais forte desde o início da crise, provocada pela acusação de supostamente ter recebido R$ 400 mil num esquema de caixa dois para a compra de uma casa.Yeda acusou-os de serem "golpistas" e de tentarem manobrar para que fosse retirada do poder, sem provas para isso. "Certamente esse movimento contra mim é político e é golpista. Não vem de agora. É um movimento que vem desde a minha eleição", afirmou."É que passou do limite. Já está provada a idoneidade da compra da casa da governadora. Provada pelo Ministério Público estadual, pelo Tribunal de Contas do Estado", alegou.Para Yeda, os ataques voltaram com mais intensidade após uma tentativa de equilibrar as contas do governo. "O ajuste de agora, com investimento, torna o Rio Grande do Sul outra vez um grande ator no cenário nacional. Então, é um movimento político nacional, que encontra uma repercussão específica lá no Rio Grande do Sul", disse. Apesar disso, até aliados políticos da governadora admitem que o problema provocou enorme desgaste político em sua imagem. E, consequentemente, nos seus planos de disputar um novo mandato.Por isso, já existem articulações nacionais para uma aliança entre tucanos e o PMDB. A seção gaúcha abriria mão de uma nova eleição de Yeda em favor do apoio à candidatura do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB). Leia mais aqui.

Conselho de Ética substitui relator do processo de Edmar

Por Maria Clara Cabral
na Folha

Depois de três horas de debate, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), destituiu ontem o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) do cargo de relator do processo contra Edmar Moreira (sem partido-MG).Na semana passada, Mendes disse estar "se lixando para a opinião pública" e deu sinais de que pretendia absolver o colega mineiro. Ele foi trocado por Nazareno Fonteles (PT-PI).Ao final da discussão no conselho, Araújo chegou a apelar para que o petebista deixasse o cargo, mas ele não só não aceitou, como disse que entrará com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o afastamento."A decisão [de Araújo] foi no mínimo estranha. Primeiro ele colocou [a decisão] para ser votada, depois não permitiu que os integrantes votassem mais e no final eu fui destituído de forma arbitrária. Eu fui arrancado da relatoria", disse Moraes.O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), também informou que vai apelar da decisão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.O presidente do conselho disse que a atitude foi tomada depois de ouvir os colegas e que a destituição só não foi a voto devido ao início da sessão no plenário da Câmara (o que impede qualquer outro tipo de votação na Casa).Na prática, no entanto, Araújo corria o risco de ver os requerimentos do DEM e do PSOL -que pediam o afastamento de Moraes- derrotados. Durante a sessão, inúmeros congressistas, principalmente do PTB, defenderam o colega e aproveitaram para atacar a imprensa. Leia mais aqui.

"Aí eu não aguento"

Assim termina um comentário petralha que já joguei fora. Ora, se não aguenta isso aqui por que visita este humilde blog todos os dias? É, pessoal, o Luis Nassif e o Paulo Henrique Amorim devem estar aborrecendo os petralhas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pautando a visita do Papa

O que era para ser uma visita de paz já está virando polêmica. A visita do Papa Bento XVI à Terra Santa já causa polêmica. Muitos dizem que o papa deveria ter dito assim e outros dizem que deveria ter dito assado. Querem pautar até o discurso do sucessor de Pedro. Espero que esta viagem atinja seus objetivos e que os cristãos da região se sintam entusiasmados a continuar caminhando na estrada da fé.

CPI para investigar Yeda tem 10 assinaturas

Por Elder Ogliari
no Estadão

No primeiro dia de coleta de assinaturas, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul conseguiu ontem apenas 10 das 19 necessárias para abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar denúncias de corrupção no governo de Yeda Crusius (PSDB). O placar não é definitivo, mas dá fôlego ao Executivo, que pediu que sua base, formada por ampla maioria, rejeitasse a proposta liderada pelo PT. Enquanto isso, os dois deputados do PSB prometem se juntar aos nove do PT e um do PC do B que assinaram o requerimento. E a maioria dos seis integrantes da bancada do PDT está propensa a assinar, mas optou por fazer consultas ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, para saber como andam as investigações das operações Solidária e Rodin antes de tomar a posição, que deverá ser conjunta, até a semana que vem. Se o PDT aderir em bloco, faltará apenas mais uma adesão, que os autores da proposta acreditam poder garimpar entre os parlamentares do DEM e do PTB.O requerimento propõe a investigação de irregularidades como certames direcionados em obras viárias e de saneamento que a Operação Solidária da PF apura em segredo. Há possíveis conexões dessa investigação com o desvio de R$ 44 milhões do Detran descoberto pela Operação Rodin, além da denúncia feita pelo PSOL gaúcho de que Yeda teria usado sobra de campanha para pagar parte de um imóvel que adquiriu em 2006. A oposição, que já falava em CPI, ampliou sua mobilização no final de semana, quando uma matéria da revista Veja revelou que o suposto dinheiro de caixa dois da campanha tucana poderia ter sido usado para quitar parte da casa de Yeda, reforçando a denúncia do PSOL. Leia mais aqui.

PT e PTB defendem relator que declarou "se lixar"

Por Maria Clara Cabral
na Folha

Líderes do PT e do PTB na Câmara saíram ontem em defesa do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que declarou na semana passada estar "se lixando para a opinião pública".O Conselho de Ética da Casa se reuniria ontem para tratar da substituição de Moraes do cargo de relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), mas o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), teve problemas com seu voo e a decisão foi adiada para hoje.O encontro será em sessão reservada, o que desagradou Moraes: "Fui nomeado em sessão aberta e gostaria de decidir esse assunto também em reunião aberta". A iniciativa de fazer o encontro fechado foi de Araújo, que deve colocar em votação o requerimento do DEM e do PSOL que pede a saída de Moraes, deixando a decisão para o próprio conselho.A substituição do relator causa preocupação a Edmar Moreira. Ontem, a Folha presenciou conversa dele com o colega Milton Monti (PR-SP). Monti tentava acalmar o investigado dizendo que o presidente do conselho não teria coragem de trocar o relator do caso.Moreira, dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões, é investigado por mau uso da verba indenizatória. Ele usou notas de suas empresas de segurança para justificar despesas. Suspeita-se que os serviços não foram prestados.As declarações de Moraes, que também deu a entender que não pediria a punição de Moreira, foram debatidas ontem na reunião de líderes com o presidente da Câmara, Michel Temer. Tanto Jovair Arantes, líder do PTB, quanto Cândido Vaccarezza, do PT, disseram que Moraes é livre para expressar sua opinião e deve continuar na relatoria. Leia mais aqui.

Há 14 anos, os mesmos problemas

Por Eugênia Lopes
no Estadão

Esta não é a primeira vez que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pede estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para fazer uma reestruturação administrativa da Casa. Em 1995, Sarney também encomendou estudo para modernizar a estrutura. Na época, a FGV também propôs uma profunda reengenharia da Casa, que não saiu do papel.Agora, o script é repetido: a promessa de uma reforma administrativa para enterrar a assombração política provocada pelo escândalo dos 181 diretores, pagamento de horas extras no recesso parlamentar e outros desmandos.Ontem, como hoje, os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) estavam na liderança política do Senado - Sarney era, tal como hoje, o presidente da Casa.E, 14 anos depois, a FGV constatou no estudo entregue ontem uma estrutura inchada no Senado. São 3.364 funcionários efetivos contra 3.350 terceirizados. "Isso representa a proporcionalidade de um empregado terceirizado para um servidor efetivo, que ingressa no quadro do Senado mediante concurso público", diz o estudo, que recomenda a terceirização de serviços auxiliares e não a contratação de pessoas terceirizadas.A fundação detectou ainda a existência de 2.320 cargos de assistentes parlamentares, ocupados por funcionários que trabalham em gabinetes de senadores. Assim como no passado, a fundação propõe alterações na administração da Casa. A maioria delas diz respeito a fusão de secretarias, subsecretarias e serviços. As mudanças são, no entanto, cosméticas.Em 2005, o estudo da FGV destacou até que o Congresso brasileiro, então com 10 mil servidores e gastos de US$ 1,5 bilhão, tinha "despesa relativamente superior" à do Congresso dos Estados Unidos. O diagnóstico na ocasião dizia que era preciso "extinguir secretarias, seções e serviços". Mas nada disso saiu do papel. Leia mais aqui.

Senado deve cortar diretorias sem reduzir salários, diz FGV

Por Adriano Ceolin
na Folha

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) entregou ontem um relatório preliminar sobre a reforma administrativa no Senado sugerindo a redução das atuais 110 diretorias para 7. O estudo, no entanto, não prevê perda salarial para os outros servidores que hoje ocupam os postos. Além disso, 5 dos 7 diretores terão um aumento de valor ainda não definido, diz a FGV. Outras sugestões têm impacto orçamentário mínimo.As propostas poderão entrar em prática só daqui a 60 dias, quando serão encerrados os prazos para consulta pública (via internet) e apresentação de sugestões dos servidores do Senado. Não há previsão de corte de pessoal nos gabinetes.O relatório, de 124 páginas, custou R$ 250 mil e foi elaborado sem licitação. Segundo a Casa, a FGV tem notório saber e reconhecida especialização.O estudo foi apresentado por dois consultores da FGV, Gilnei Mourão e Bianor Cavalcanti, que disseram que o foco não foi a redução de despesas. "Não houve indicativo técnico nem econômico para corte de salário. A redução não é significativa", disse Mourão. "É uma Casa que não pode se sujeitar a cortes pirotécnicos e comprometer o trabalho do seu corpo administrativo", disse Bianor.Entre outras medidas anunciadas está a extinção de 187 das 630 funções comissionadas. Neste caso, Bianor e Mourão afirmaram que as medidas resultarão num corte de R$ 650 mil mensais. O orçamento do Senado é de R$ 2,7 bilhões para este ano. Portanto, a medida anunciada resultará numa economia de 0,29% por ano. Leia mais aqui.

Serra descumpre 40% das metas de 2008

Por Rogério Pagnan, Ricardo Sangiovanni e Márcio Pinho
na Folha

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), não conseguiu cumprir 40% das metas estabelecidas por ele mesmo para 2008, primeiro ano do planejamento de médio prazo do Estado, o chamado PPA (Plano Plurianual), que vai até 2011.Nesse documento, o governo torna públicas suas diretrizes e diz como executará o Orçamento. Em nenhuma área Serra conseguiu cumprir na íntegra os objetivos estipulados.Segundo o governo, considerando-se cada ação individualmente, 72,5% tiveram cumprimento superior a 80%.A Secretaria da Administração Penitenciária, por exemplo, atingiu só 28,5% das metas.No ano passado, havia 96.540 vagas para 145.096 presos. Das 12.566 vagas com previsão de abertura no ano passado, apenas 2.032 saíram do papel.Dentre as explicações gerais dadas pelo governo, estão mudanças de políticas, dificuldade de liberação de áreas para construções, morosidade em licitações e até a crise econômica.A ampliação da malha metroviária também ficou abaixo do esperado. As duas obras em curso que integram o Plano de Expansão do Metrô não andaram conforme o previsto.Na primeira fase da linha 4-Amarela (seis estações, da Luz à Vila Sônia), a previsão era fazer 47% das obras, mas menos da metade disso foi concluída. Leia mais aqui.

O bebum e o gordo

E ae, Lula? O Ronaldo está ou não está gordo?
E ae, Ronaldo? O Lula bebe ou não bebe pra caramba?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ele sabia sim

Protógenes Queiroz deve ser expulso da Polícia Federal. Querem ver que a culpa cairá em Daniel Dantas? Vai ver foi o “banqueiro bandido” que filmou os depoimentos do delegado maluquinho sem este saber.
A cada dia que passa vemos que a operação que poderia colocar Daniel Dantas na cadeia se transformou num trampolim para o delegado maluquinho se candidatar a alguma coisa no ano que vem. Ele não sabia do que se tratava as gravações? Ah, sabia sim!

Toma que o filho é teu

Não é só o PT que deseja aliança com o PMDB nas eleições do ano que vem. O PSDB também quer. Todo mundo quer o PMDB. Mesmo sabendo das falcatruas e corrupções do partido, ninguém cogita a hipótese ficar sem ele nas eleições do ano que vem. Tudo bem! Podem se aliar com os larápios peemedebistas. Depois, quando começarem a governar e o PMDB exigir cargos, toma que o filho é teu. Depois que começarem a aparecer denuncias envolvendo PMDB e seus puxa-saco, toma que o filho é teu. Se aliem com o PMDB e agüentem as conseqüências.

Os quebradores de Goiás

No Diário da Manhã

O PMDB fez festa para recepcionar o governador Alcides Rodrigues (PP), ontem à noite, na inauguração do Terminal do Cruzeiro, no 87° aniversário de Aparecida de Goiânia. O partido movimentou suas principais lideranças em Goiás para o evento, como os prefeitos Iris Rezende (Goiânia) e Maguito Vilela (Aparecida), os deputados federais Leandro Vilela e Iris de Araújo, além de deputados estaduais e vereadores da Capital. Dos peemedebistas, Alcides recebeu até foguetório na hora do breve discurso.Mas Alcides, cuja aparição em eventos do PMDB se tornou corriqueira nas últimas semanas, “esfriou” a discussão sobre possível parceria política com o PMDB para 2010, devido à boa relação que ele tem tido com a maior referência do partido, Iris Rezende. Ao ser questionado se as parcerias administrativas com Iris, a exemplo do Vapt-Vupt, que começará a funcionar nos Mutirões da Prefeitura nos Bairros a partir deste final de semana, pode ter conotação política, o pepista esquivou-se: “O dever de um homem público é prestar um serviço à altura do cidadão. O projeto é importante, pois leva cidadania às pessoas. Não vejo o porquê de não levar o Vapt-Vupt não só para a Capital, mas para outras cidades do interior.”Em poucas palavras, o governador se desviou da pergunta central para evitar maiores discussões sobre o debate político nas eleições de 2010. Também disse que a hora de “administrar é a hora de administrar” e que a hora de “fazer política” será no tempo certo. “Não quero falar sobre isso neste momento. É uma hora alegre e bonita da inauguração de um terminal. Isso representa que as ações dos gestores têm tido resultado com a população”, afirmou. Em discurso improvisado, Alcides evitou também tecer comentários a respeito das atuações de Iris ou do prefeito Maguito Vilela. Leia mais aqui.

Polícia Federal investiga dirigentes do Senado

Por Vasconcelos Quadros
no Jornal do Brasil

Polícia Federal vai abrir inquérito para apurar as denúncias de desvio de recursos públicos em contratos terceirizados envolvendo os ex-diretores do Senado Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi e, ainda a mulher deste, Denise Zoghbi, ex-diretora do Instituto Legislativo Brasileiro, órgão que também é ligado ao Congresso, informou o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa. A investigação ficará a cargo da Superintendência da PF em Brasília, que aguarda apenas a chegada do requerimento do procurador da República Gustavo Peçanha Veloso para designar um delegado para atuar no caso. O ponto de partida são as suspeitas de que Maia ocultou bens ao colocar no nome do irmão, o deputado João Maia (PR-RN), uma mansão de R$ 5 milhões comprada na margem do Lago Paranoá, na Asa Sul, em Brasília, e a denúncia de que os Zoghbi teriam registrado em nome de uma babá empresas da família que intermediaram empréstimos consignados entre instituições bancárias e funcionário do Senado.
Embora o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), preferisse que as investigações ficassem por conta da Polícia Legislativa do Senado, a Polícia Federal abriria investigação porque as supostas irregularidades estão ligadas também às detectadas em 2006, durante a Operação Mão-de-obra. Na ocasião a PF descobriu um suposto esquema de licitações viciadas em vários órgãos da Esplanada dos Ministérios operado por empresas que executavam serviços terceirizados pelo Executivo e Legislativo. No caso do Senado, as denúncias envolveram duas empresas, a Conservo e a Ipanema que, juntas, seriam responsáveis por desvios da ordem de R$ 35 milhões por ano.
– Agora as denúncias sobem um degrau acima – disse ontem uma fonte da Polícia Federal ao se referir às suspeitas envolvendo os nomes dos ex-diretores do Senado. Há três anos a PF chegou apenas às empresas responsáveis pelas licitações fraudadas pelas empresas à base de pagamento de propina a servidores públicos de cada setor. Depois das denúncias publicadas há duas semanas pela revista Época, apareceram os nomes de Agaciel Maia, João Carlos e Denise Zoghbi.
Leia mais aqui.

PSDB quer acordos no varejo com PMDB

Por Julia Duailibi
no Estadão

Em resposta às investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao PMDB com vista à eleição presidencial de 2010, o PSDB resolveu apostar nos palanques regionais com peemedebistas como forma de blindar a força de uma eventual união nacional entre PT e PMDB.Enquanto os petistas têm buscado o apoio do PMDB nacionalmente, os tucanos passam a adotar a estratégia do varejo. "Nós trabalhamos nos Estados. Não nacionalmente", afirmou ontem o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que participou de um seminário sobre políticas sociais organizado pelo partido em João Pessoa, na Paraíba.O governador de Minas, Aécio Neves, um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência, fez coro com Guerra e também se disse a favor do fortalecimento das alianças regionais. "As alianças têm de ser encaminhadas regionalmente. A Executiva pode encaminhá-las visando a questão nacional." Na semana passada, o presidente Lula defendeu publicamente a necessidade do apoio do PMDB à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lula tem se empenhado pessoalmente, junto a lideranças daquele partido, para que a coligação saia da retórica política e dê força à candidatura petista. Para Guerra, as conversas nos Estados já estão bastante adiantadas. "Nós temos vários pontos de ligação do PMDB que já vêm de antes e estão amadurecendo agora. Há um esforço geral do presidente Lula para evitar isso, mas as circunstâncias locais são muito importantes e elas serão seguramente referências nessa questão do caminho com o PMDB", afirmou o presidente do partido. Leia mais aqui.

Tucanos cogitam rifar Yeda e apoiar PMDB

Por Fabio Guibu
na Folha

O PSDB já prepara um "plano B" eleitoral para o caso de o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS) naufragar em meio às denúncias do seu envolvimento e de assessores importantes com a suposta utilização de caixa dois na campanha.A Folha apurou que, se as denúncias inviabilizarem eleitoralmente uma eventual tentativa de reeleição de Crusius, os tucanos poderão apoiar o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).Fogaça faz parte do grupo dos chamados "autênticos" do PMDB. Ele chegou a integrar o PPS, mas retornou à legenda em 2007 para disputar a eleição municipal. Sua ficha foi abonada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), outro peemedebista "histórico".O eventual apoio ao prefeito teria o apoio do grupo ligado ao governador de São Paulo, José Serra, e atenderia ainda a outro objetivo do PSDB, que é o de formar alianças regionais com o PMDB para fortalecer seu candidato à Presidência nos Estados e diminuir o palanque governista, mesmo na hipótese de uma aliança formal nacional entre PT e PMDB.Reunidos ontem em João Pessoa para discutir as políticas sociais do atual governo, lideranças do PSDB e do DEM mantiveram o discurso de apoio a Yeda."O PSDB vai exigir, vai acompanhar o processo e as investigações. Vamos tomar uma posição a partir disso. Não vamos prejulgar nada", disse o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Acho que ela está fazendo um governo muito corajoso."Guerra disse que soube da existência das novas denúncias contra Crusius na sexta-feira, por meio de um telefonema da própria governadora. Leia mais aqui.

Doação oculta é a preferida dos maiores financiadores

Por Fernanda Odilla e Alan Gripp
na Folha

Principais financiadores das eleições municipais de 2008, empreiteiras, bancos e empresas de coleta de lixo utilizaram em larga escala o artifício das doações ocultas no ano passado. Deram aos partidos, camuflando os verdadeiros destinatários dos recursos, R$ 85,9 milhões, 55% a mais do que o repassado diretamente a candidatos e comitês de campanha.Ao contribuir com as legendas, as empresas evitam vincular o seu nome a candidatos. O dinheiro entra no caixa do partido, que, por sua vez, repassa os recursos às campanhas. A sigla é que aparece como doadora. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estuda barrar a estratégia, permitida pela lei.Representantes dos três setores lideram as doações feitas aos partidos em 2008. Essas mesmas empresas foram mais comedidas nas contribuições diretas a candidatos e a comitês financeiros -R$ 55,5 milhões. Nesse caso, os repasses são publicados na internet 30 dias após as eleições. Na doação ao partido, a prestação de contas só é feita no ano seguinte.Maiores financiadores de 2008, as empreiteiras distribuíram R$ 60,1 milhões aos partidos e R$ 46,2 milhões a políticos e comitês. No caso de bancos e empresas de lixo, a proporção de doações ocultas cresce -os repasses foram, em média, três vezes maior. Quase todas as grandes empresas desses setores, líderes tradicionais em doações, optaram pelos dois meios de financiamento. Leia mais aqui.

Protógenes deve ser expulso da Polícia Federal

Por Rui Nogueira
no Estadão

O delegado Protógenes Queiroz deve mesmo ser expulso dos quadros da Polícia Federal. A comissão do processo disciplinar contra o delegado, aberto no dia 3 de abril, já tem convicção formada sobre a participação de Protógenes em campanhas eleitorais - o problema está na gravação feita para o candidato do PT à Prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu Silva D?Arcádia.Protógenes vinha alegando que, tanto na campanha de D?Arcádia como na gravação usada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS) na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, suas participações foram "acidentais", que eram entrevistas colhidas espontaneamente e sem que soubesse a utilidade futura. O Estado apurou que, para a comissão disciplinar da PF, o vídeo de Poços de Caldas não deixa dúvida de que o delegado posou para dar um depoimento, sabia o que estava gravando e seu uso eleitoral.O depoimento de 29 segundos foi ao ar no dia 29 de setembro de 2008. A frase gravada e exibida pelo candidato D?Arcádia é considerada propaganda eleitoral - com a agravante de Protógenes se identificar como funcionário público e falar na condição de delegado da PF, o que é terminantemente proibido pelo estatuto do órgão. O vídeo, com a identificação do delegado ao lado da estrela do PT e o número 13, começa assim: "Sou o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, (vim) para trazer o meu apoio e a minha solidariedade à candidatura do prefeito Paulo Tadeu." Em seguida, ele endossa explicitamente a ideia do candidato de levar para Poços de Caldas uma delegacia da PF.Por causa dessa participação, a Polícia Federal abriu a sindicância no dia 3 de abril e afastou o delegado do trabalho uma semana depois. A comissão tem 60 dias para terminar a investigação (na primeira semana de junho), mas pode pedir prorrogação por outros dois meses (fim de julho). Enquanto durar a sindicância, Protógenes ficará afastado da polícia. Leia mais aqui.

Em Israel, Bento XVI pede ''solução justa'' e ''terra'' para palestinos

Por Daniela Kresch
no Estadão

No primeiro de cinco dias de sua histórica visita a Israel e territórios palestinos, e apesar de medir cuidadosamente as palavras para não ferir suscetibilidades, o papa Bento XVI não deixou a política de lado. Assim que chegou a Tel-Aviv, o pontífice defendeu a continuação das negociações de paz entre israelenses e palestinos e o direito aos dois povos de ter sua terra - ou, em outras palavras, a criação de um Estado palestino convivendo pacificamente com Israel, ainda que não tivesse mencionado a palavra "Estado". "Apelo a todos para que explorem todas as possibilidade na busca de uma solução justa, apesar das consideráveis dificuldades, para que ambos os povos possam viver em paz em sua própria terra com segurança e fronteiras internacionalmente reconhecidas", disse Bento XVI em breve discurso diante da cúpula do governo israelense. "A esperança de inúmeros homens, mulheres e crianças de um futuro seguro e estável depende do resultado de negociações de paz entre israelenses e palestinos."Entre os ouvintes estava o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que já se declarou contrário à criação imediata de um Estado palestino. Netanyahu apenas ouviu. Em negociações com o Vaticano, ficara decidido que apenas o presidente Shimon Peres falaria na chegada do papa. Peres, por sua vez, decidiu evitar abertamente falar de política. "Vejo sua visita à Terra Santa como uma importante missão espiritual", afirmou o presidente. "Uma missão com o objetivo de plantar sementes de tolerância e extirpar as ervas daninhas do fanatismo."A transformação da peregrinação do papa numa viagem política era o temor de Israel. Os organizadores têm tentado evitar que sua passagem pela região se transforme numa bandeira palestina contra a ocupação da Cisjordânia e o bloqueio econômico à Faixa de Gaza. Mas a política permeia a viagem. Leia mais aqui.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Papa pede respeito às raízes cristãs

Por Leda Balbino
no Estadão

No último dia de sua viagem à Jordânia, o papa Bento XVI dirigiu-se ontem à minoritária comunidade cristã do Oriente Médio para encorajá-la a perseverar e preservar suas tradições e fé na região onde nasceu o cristianismo, há mais de 2 mil anos. "As famílias cristãs daqui são um legado de gerações passadas. Que elas sejam fiéis a essa herança impressionante", declarou o pontífice perante cerca de 20 mil pessoas durante uma missa no Estádio Internacional de Amã. Ao pedir fidelidade às raízes cristãs, o papa convidou os cristãos a dialogar e trabalhar com pessoas de outros credos e a "construir novas pontes para possibilitar um encontro frutífero de diferentes religiões e culturas". "Que vocês mantenham diariamente os esforços de prestar testemunho à fé cristã e de manter a presença da Igreja no tecido social em transformação da região", declarou.O pronunciamento do papa expôs a preocupação do Vaticano com o acelerado êxodo de cristãos do Oriente Médio, motivado pelos conflitos regionais e por dificuldades econômicas. Nos últimos 20 anos, 2 milhões de cristãos deixaram a região.Feliz em poder acompanhar pessoalmente a missa do papa, a monja argentina Mariam Fatme concordou com as palavras do pontífice. "Sua visita à Jordânia é um consolo para os poucos cristãos de uma região tão afetada por conflitos", afirmou, empunhando uma bandeira de seu país natal.No Egito desde fevereiro para estudar árabe, Mariam deve se mudar para a Jordânia em 2010, para viver em um monastério em Betânia, na margem esquerda do Rio Jordão, onde os cristãos acreditam que Cristo foi batizado. O monastério fará parte de um santuário em formato de cruz que será construído na área e em cujo centro se localizará uma igreja católica. Após a missa, Bento XVI visitou Betânia e abençoou a pedra inaugural da igreja. Leia mais aqui.

Força do tráfico faz Sendero renascer

Por Ruth Costas
no Estadão

O ressurgimento do grupo que espalhou o terror pelo Peru nos anos 80 e 90 ameaça desatar um novo conflito em algumas regiões do país. Fortalecidos pela associação com o narcotráfico, remanescentes da guerrilha Sendero Luminoso voltaram a agir principalmente no Vale dos Rios Apurimac e Ene - conhecido como VRAE . Seu objetivo não é mais substituir as "instituições burguesas" por um regime comunista camponês, como no passado. Nos últimos meses, porém, seus líderes estão tentando revalorizar o componente ideológico do grupo para dar ares de "guerra popular" ao que hoje não passa de uma luta pelas rotas da droga. O nome da operação que o governo peruano pôs em prática para combater o novo Sendero no VRAE é "Excelência 777". Trata-se da maior operação militar da última década no Peru. Ela começou em agosto, mas nos últimos meses ficou clara a necessidade de mais investimentos. Desde janeiro, 32 militares já morreram em 11 emboscadas na região. Na sexta-feira, no mais recente ataque, dois militares foram mortos por senderistas nas selvas do Peru. O chefe do Exército, Otto Guibovich, admitiu que o número de integrantes do Sendero pode chegar a 600 - o dobro do que as autoridades reconheciam até então. "O Sendero Luminoso conseguiu mudar sua relação com a população e está avançando tanto que lembra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)", disse Guibovich em abril. "Não descarto que haja uma relação com esse grupo, as técnicas empregadas são muito parecidas."De inspiração maoista, na esteira da proliferações de guerrilhas na região durante a Guerra Fria, o Sendero ganhou fama como a mais feroz e sanguinária organização revolucionária da América Latina (mais informações nesta página). Chegou a ter 10 mil integrantes e foi responsável por mais de 35 mil mortes entre 1980 e 1999 - uma média de 5 assassinatos por dia. Leia mais aqui.

Oposição retoma coleta de assinaturas para abrir CPI sobre o governo Yeda

Por Carlos Rollsing
no Estadão

Os deputados estaduais opositores da governadora Yeda Crusius (PSDB) iniciaram ontem novas articulações para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O objetivo é investigar supostas práticas de caixa dois e desvio de recursos na campanha tucana ao Palácio Piratini, em 2006, que foram relatadas em reportagem publicada na revista Veja desta semana.Em plena tarde de domingo de Dia das Mães, os dez integrantes da bancada petista se reuniram numa sala reservada do Legislativo para estudar meios de coletar as 19 assinaturas necessárias. O deputado Raul Pont (PT) já fala até em processo de impeachment. "O diretor de uma das empresas fumageiras admitiu ter doado R$ 200 mil para a campanha de Yeda e apresentou até recibo. Como isso não está registrado no Tribunal Regional Eleitoral, configura crime eleitoral. O governador do Maranhão perdeu o mandato por muito menos", disse Pont, ao comparar o caso de Yeda Crusius com o do recém-cassado Jackson Lago (PDT).O PT já tentava emplacar a CPI antes mesmo do alvoroço causado pela reportagem, que detalhou o conteúdo de supostas gravações feitas pelo lobista Lair Ferst, réu por fraude no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), durante conversas com Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo Yeda em Brasília, encontrado morto em 17 de fevereiro no Lago Paranoá, na capital federal. Os dois arrecadaram recursos para a campanha tucana ao Piratini. As gravações, que teriam sido entregues por Ferst ao Ministério Público Federal, trariam afirmações comprometedoras de Cavalcante. Numa delas, ele teria dito, segundo a revista, que repassou a Carlos Crusius, ex-marido da governadora, a quantia de R$ 400 mil. O dinheiro, angariado junto a duas indústrias de fumo, teria sido utilizado para quitar a casa comprada pelo casal em bairro nobre de Porto Alegre.Até semana passada, apenas 14 assinaturas das 19 necessárias para a CPI haviam sido contabilizadas. Agora, a estratégia é buscar adeptos em outras três siglas. "O PC do B e o PSB já tinham assumido compromisso conosco. Esperamos contar também com o PDT", afirmou Pont. A oposição também não descarta a possibilidade de conseguir apoio do DEM, partido de Paulo Feijó, vice-governador do Estado e desafeto de Yeda Crusius. A bancada é composta por três deputados e, conforme a expectativa da oposição, pelo menos um deles poderá se engajar ao movimento.O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-RS), Cláudio Lamachia, vai solicitar a revelação do conteúdo das gravações que estariam em poder do Ministério Público Federal.

Moraes afirma que irá ao STF para ficar na relatoria

Por Hudson Correa
na Folha

O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) afirmou ontem que entrará com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para permanecer relator do processo de cassação de seu colega Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, caso seja afastado da relatoria.Na semana passada, Moraes fez declarações dando a entender que não pretendia levar o caso de Edmar Moreira adiante e que estava se "lixando para a opinião pública"."Dos outros 512 deputados, quem está sendo investigado? Todos nós sabemos que ele [Edmar Moreira] foi boi de piranha. O grande pecado foi a história das passagens", disse Moraes, referindo-se ao escândalo das passagens das cotas aéreas dos deputados cedidas a parentes que fizeram turismo no exterior.Devido às repercussões negativas da declaração, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na última sexta-feira que não havia alternativa a não ser destituir Moraes da relatoria."Eles me substituem. Eu entro no tribunal e vou buscar meus direitos. Lá não é casa de moleque", afirmou o deputado. Ele nega ter afirmado que absolverá Edmar Moreira.Segundo Moraes, o regimento da Câmara não permite a substituição de um relator "só porque [outros deputados] não estão gostando". A reportagem não conseguiu falar ontem com o presidente do conselho.Dono de um castelo de R$ 25 milhões em Minas Gerais, Edmar declarou gastos de R$ 246 mil entre 2007 e 2008 da verba indenizatória com suas próprias empresas de segurança. Por isso a cúpula da Câmara determinou em abril a abertura de processo no conselho. Leia mais aqui.

Renovação no Senado ameaça aliança PT-PMDB em 2010

Por Fernando Barros de Mello e José Alberto Bombig
na Folha

A disputa eleitoral por vagas no Senado é o mais novo entrave para a concretização da aliança PMDB-PT nas eleições do ano que vem em âmbito nacional. Nada menos que 83% das cadeiras dos peemedebistas estarão em jogo (15 de 18), o maior índice na Casa, seguido por 75% dos petistas (9 de 12).A consequência imediata desse cenário se traduz no acirramento das rivalidades regionais, em detrimento da união tão sonhada pelo Planalto em torno da candidatura da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência tendo o PMDB no posto de vice.Conforme a legislação, estarão em jogo duas cadeiras para o Senado por Estado. Em 2006, cada ente federativo elegeu um representante. Os mandatos na Casa são de oito anos."Os dois partidos têm muitas vagas em disputa. Alguém vai topar abrir mão delas?", questiona o cientista político José Luciano de Mattos Dias, do Iuperj, que fez um levantamento recente sobre os cenários para o Senado em 2010.Uma das forças do PMDB está justamente na maior bancada de senadores. Não por acaso, cinco das quinze cadeiras em disputa são ocupadas atualmente por suplentes da sigla, já que os titulares viraram ministros ou se elegeram governadores em 2006."O PMDB tem uma encruzilhada na frente. Ao fazer opção de ocupar os cargos no governo com senadores, ele não aumentou sua base nos Estados, pois os suplentes é que ficaram com as cadeiras. Não está tão fácil para o PMDB entrar nas negociações de palanques e ele precisa ver agora a melhor estratégia para manter essa bancada", diz o cientista político.Mesmo com o fim da verticalização (repetição obrigatória das coligações em todo o país), o PT espera ter o apoio peemedebista na maior parte dos palanques estaduais. Não será fácil, conforme os principais líderes dos dois partidos. Leia mais aqui.

domingo, 10 de maio de 2009

Sofrimento

O São Paulo perdeu para o Fluminense hoje. Perdeu por 1 a 0. Ano passado também perdemos por 1 a 0 para o Grêmio na primeira rodada do Brasileirão. E acabamos hexacampeões. Será que este ano será a mesma coisa? Vai ser sofrido, mas no final levantaremos o caneco outra vez.