sábado, 4 de abril de 2009

Cerco a empreiteira partiu de rastreamento a doleiros

Por Fausto Macedo e Roberto Almeida
no Estadão

No rastro de "diversos núcleos independentes de doleiros", a Polícia Federal montou Castelo de Areia - investigação integrada com a Procuradoria da República que levou à prisão quatro executivos da construtora Camargo Corrêa citados em suposto esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e doações eleitorais por fora.Relatório da PF anexado aos autos da Castelo de Areia mostra que a origem do cerco à empreiteira foi a Operação Downtown, que mirava exclusivamente operadores do mercado paralelo. Interceptação telefônica autorizada pela 2ª Vara Criminal Federal no inquérito Downtown permitiu aos federais chegarem a um suspeito, conhecido por Tristão, que seria integrante de um grupo de doleiros que tinha como cliente principal a Camargo Corrêa.O chefe do grupo, informa a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF, "é o doleiro identificado por Tigrão, que operava para clientes brasileiros diretamente da cidade de Montevidéu, no Uruguai".A PF seguiu Tristão e outros quatro investigados no dia 28 de julho de 2008 até a sede da Camargo Corrêa. Segundo o relatório, eles "tentaram fazer uma entrega de valores direcionada a Dárcio e a Fernando". A investigação indica que os doleiros iam entregar US$ 150 mil. Dárcio Brunato e Fernando Dias Gomes são dois executivos da construtora a quem a PF atribui participação na Castelo de Areia. Os dois foram presos dia 25 de março por ordem do juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal - 72 horas depois, a desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal, mandou soltar todos os alvos da operação e criticou o juiz. Leia mais aqui.

Estados pedem medida provisória para renegociar acordos da dívida

Por Tânia Monteiro
no Estadão

Primeiro os prefeitos, agora os governadores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará uma nova batalha pela busca de mais recursos do Tesouro. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em reunião realizada em Teresina (PI), na quinta-feira, aprovou, por unanimidade, os termos da minuta de uma medida provisória, a ser apresentada nos próximos dias ao Planalto e ao Congresso, com 11 pontos que tratam da reestruturação da dívida pública dos Estados e municípios. O Confaz reúne os secretários de Fazenda dos Estados.As duas principais reivindicações dos Estados são a substituição do indexador - de IGP-DI para IPCA - nos contratos de refinanciamento das dívidas com a União e a redução do limite de comprometimento da receita líquida com esses pagamentos. "Isso vai permitir que os Estados e municípios brasileiros recuperem um pouco a sua capacidade de investimento", declarou o secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Moraes, um dos articuladores da proposta. A pressão para a renegociação das dívidas dos Estados, a partir da projeção de forte queda da taxa básica de juros da economia (Selic), foi antecipada pelo Estado em março.Moraes advertiu que, se o Planalto se mostrar insensível à proposta, como indicou o Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que esteve presente ao fim da reunião e se posicionou contra a sugestão de medida provisória, os Estados se juntarão aos municípios e promoverão manifestações em todo o País. A mobilização para uma campanha intitulada Menos Juros e mais Empregos já estaria sendo feita e teria ajuda das centrais sindicais e dos estudantes, que voltariam às ruas. Leia mais aqui.

Morre Marcio Moreira Alves, pivô do AI-5

Na Folha

O jornalista, escritor e deputado Marcio Moreira Alves, 72 -responsável por discurso em 1968 usado pelo presidente Costa e Silva como pretexto para editar o Ato Institucional nº 5, a mais drástica medida de exceção da ditadura militar- morreu às 18h25 de ontem no hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, em razão de falência múltipla dos órgãos.Moreira Alves estava internado havia quase seis meses, desde 18 de outubro do ano passado, após ter sofrido um acidente vascular cerebral.O velório foi programado para o salão nobre do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio. Hoje, às 14h, o corpo sairá em direção ao cemitério do Caju, onde será cremado às 15h. Ele estava casado pela segunda vez e deixa três filhos e uma enteada.Adversário do governo João Goulart (1961-1964), o carioca Marcio Emmanuel Moreira Alves, nascido em 14 de julho de 1936, inicialmente apoiou o golpe de 31 de março de 1964. Foi para a oposição quando os militares divulgaram o primeiro ato de exceção dias depois.Como repórter e articulista político do extinto "Correio da Manhã", foi voz ativa na denúncia da tortura e das prisões arbitrárias e crítico à política econômica do então ministro do Planejamento Roberto Campos (1964-1967).No dia 30 de agosto de 1968, a Universidade Federal de Minas Gerais foi fechada, e a Universidade de Brasília (UnB) foi invadida pela Polícia Militar, que espancou diversos estudantes.Em 2 de setembro, em protesto contra a invasão da UnB, Moreira Alves, deputado pelo MDB, pronunciou discurso, propondo um "boicote ao militarismo" e pedindo que a população não participasse dos festejos do Sete de Setembro."Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse de que a presença dos seus filhos nesse desfile é o auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um boicote esse desfile", discursou."Esse boicote pode passar também, sempre falando de mulheres, às moças. Aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje, no Brasil, que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada à porta de sua casa àqueles que vilipendiam-nas. Recusassem aceitar aqueles que silenciam e, portanto, se acumpliciam", discursou.O discurso de Moreira Alves foi considerado pelos ministros militares como ofensivo "aos brios e à dignidade das Forças Armadas". O governo entrou no Supremo Tribunal Federal com pedido de cassação do mandato do deputado. Foi recusado pelo plenário da Câmara, por diferença de 75 votos (216 votos contra e 141 a favor).No dia 13 de dezembro, o presidente Costa e Silva editou o AI-5, que autorizou o presidente da República, sem qualquer apreciação judicial, a decretar, entre outras medidas, o recesso do Congresso e de outros órgãos legislativos, a intervir nos Estados e municípios, a cassar mandatos eletivos e suspender, por dez anos, os direitos políticos de qualquer cidadão.Cossignatário do Ato Institucional nº 5, o ex-ministro Jarbas Passarinho afirmou ontem que foi um erro o governo pressionar a Câmara para que ele fosse processado em 1968. Coronel reformado do Exército, Passarinho lembrou que a Constituição determinava que "deputados e senadores fossem invioláveis por opinião e voto".Ele criticou o então ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva (1913-1979), por ter tomado a iniciativa de, pelos meios formais da época, pedir ao STF o processo contra Moreira Alves. "Gama e Silva se deixou pressionar", afirmou Passarinho, "sobretudo por militares da Aeronáutica". Para o ex-ministro, seu colega da Justiça poderia dizer que a reivindicação "não tinha cabimento". "Ele era professor [de direito]."A intervenção de Moreira Alves passou quase despercebida na Câmara, recordou Passarinho. Ele contou que o discurso foi mimeografado e distribuído nas principais unidades das Forças Armadas no Rio e em Brasília, gerando o movimento para afastar o deputado.Passarinho sugere que se investiguem os verdadeiros termos do discurso. Diz que as palavras mudaram de acordo com o tempo, e o original se perdeu. "Onde está o discurso?"

Corregedoria da PF em Minas investiga Protógenes por participação em ato político

Na Folha

A Corregedoria da Polícia Federal de Minas Gerais instaurou processo disciplinar administrativo contra o delegado Protógenes Queiroz, por suposto uso do cargo para obter proveito político partidário.Em setembro, o delegado, que comandou a Operação Satiagraha, participou de um comício de apoio ao candidato do PT à Prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu Silva D'Arcádia. O processo foi aberto por determinação do superintendente da PF em Minas, Marcos David Salem. A corregedoria irá investigar se Protógenes usou o nome da instituição indevidamente no evento. Leia mais aqui.

Senadores usam gráfica da Casa para autopromoção

Por Andreza Matais
na Folha

"Hoje estou completando 57 anos. Recebi muitas cartas, e-mails de felicitações. Vários senadores me homenagearam no plenário, destacando o meu trabalho pelas causas sociais. Fiquei agradecido. Creio que o homem que ainda não descobriu uma causa pela qual possa morrer é porque ainda não entendeu o sentido da vida.""Quando a agenda permitia, não se furtava em aceitar [convites para programas de TV], "passando" a imagem de competência/eficiência, aliada a um toque de discreto charme."Os trechos fazem parte, respectivamente, de uma obra chamada "O Canto dos Pássaros nas Manhãs do Brasil", de Paulo Paim (PT-RS), e de um livro cujo título, mais simples e direto, é "Delcídio na TV". Em comum, as publicações foram impressas num dos maiores centros gráficos do país, que consome cerca de R$ 30 milhões anuais. Esse valor é gasto também na impressão de leis, discursos, requerimentos, entre outras publicações.Essa quantia equivale à compra de 5 milhões de livros didáticos, pelo preço pago em 2008 pelo Ministério da Educação.A Folha precisou de uma autorização para visitar as instalações da Secretaria Especial de Editoração e Publicações, a "gráfica do Senado", um dos símbolos do empreguismo no serviço público. Classificada como área de segurança, de acesso restrito aos próprios servidores do Senado, a estrutura não era fotografada pela imprensa havia dez anos.Instalada numa área construída de 21 mil m2, equivalente a dois campos de futebol, a gráfica existe desde os anos 60 para viabilizar publicações "relativas às atividades parlamentares desenvolvidas no âmbito dos plenários e das comissões, tais como separatas de projetos de lei, leis, discursos, requerimentos e síntese de atividade parlamentar", segundo ato da cúpula da Casa. Leia mais aqui.

"A Operação Royalties" por Diogo Mainardi

Victor Martins está sendo investigado pela Polícia Federal. Num relatório interno, sigiloso, ele é tratado como suspeito de comandar um esquema de desvio de 1,3 bilhão de reais da Petrobras.
Quem é Victor Martins? Já tratei dele alguns anos atrás. Talvez alguém ainda se lembre. Ele é diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É também irmão do ministro da Propaganda de Lula, Franklin Martins.
Vamos lá. Ponto por ponto. Em meados de 2007, a PF prendeu treze pessoas na Operação Águas Profundas. Elas eram acusadas de fraudar e superfaturar contratos com a Petrobras. Durante as investigações, os agentes da polícia fazendária do Rio de Janeiro descobriram outro esquema fraudulento, envolvendo empresas de consultoria, prefeituras e a ANP. Segundo a denúncia, tratava-se de um esquema de desvio de dinheiro de royalties do petróleo. A PF abriu uma nova investigação, batizada de Operação Royalties.
Nos primeiros meses de 2008, o delegado responsável pela Operação Royalties preparou um relatório sobre o resultado de suas investigações. O que tenho na minha frente, no computador, é justamente isto: a cópia integral desse relatório.
De acordo com os dados recolhidos pelos agentes da PF, Victor Martins, apesar de ser diretor da ANP, continuaria a se ocupar dos interesses da Análise Consultoria e Desenvolvimento, empresa da qual ele seria sócio com sua mulher, Josenia Bourguignon Seabra. Victor Martins se valeria de seu cargo para direcionar os pareceres da ANP sobre a concessão de royalties do petróleo, favorecendo as prefeituras que aceitassem contratar os préstimos de sua empresa de consultoria. Num episódio descrito pela PF – e reproduzo o trecho mais escandaloso do relatório –, Victor Martins "estaria ajeitando uma cobrança de royalties da Petrobras, no valor de R$ 1 300 000 000,00 (um bilhão e trezentos milhões de reais), através da Análise Consultoria, e teria uma comissão de R$ 260 000 000,00 (duzentos e sessenta milhões de reais), a título de honorários".
O relatório da PF, com todos os detalhes sobre o esquema e o nome dos supostos cúmplices de Victor Martins na ANP, foi apresentado a Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF. O que aconteceu depois disso? Primeiro: a Operação Royalties, que estava a um passo de ser deflagrada, com as primeiras prisões, foi posta de molho. Segundo: o delegado que dirigia as investigações foi transferido. Terceiro: o chefe da polícia fazendária do Rio de Janeiro foi trocado. Quarto: o superintendente da PF carioca, Valdinho Jacinto Caetano, foi promovido ao cargo de corregedor-geral, em Brasília.
É bom lembrar: Victor Martins só está sendo investigado pela PF. Ninguém o acusou judicialmente. Ninguém o condenou. Mas os parlamentares do PSDB e do DEM passaram a semana fazendo de conta que instituiriam uma CPI da Petrobras. O motivo: segundo eles, a PF abafaria as denúncias contra petistas e membros do governo, como na Operação Castelo de Areia. Se é assim, a Operação Royalties parece confirmar essa tese. CPI da Petrobras. Já.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Dona Zélite se prepare

Lula deve retornar ao Brasil com o ego inflado. Depois de ouvir dos lábios de Barack H. Obama que é o cara, o mais popular da Terra, o homi vai soltar os cachorros nos seus discursos. Dona Zélite que se prepare porque o se o homi se achava antes da viagem para a Europa, imagine agora depois de ouvir de Obama que ele é o cara. Lula é o cara. O cara de pau.

Alguma coisa está fora da ordem

Alguma coisa de estranho aconteceu na política goiana que os jornais daqui não mostram. A relação do senador e ex-governador Marconi Perillo com seus aliados não é mais a mesma. Depois que tomou posse como governador em 2007, Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, começou a mudar o discurso (Cidinho era vice de Marconi e disputou o governo em 2006). Ao invés de dizer que daria continuidade ao Tempo Novo instalado por Marconi, o governador disse que era preciso fazer uma reforma administrativa, que o Estado estava quebrado. Em nada se parecia com o discurso deste mesmo Cidinho na campanha eleitoral anterior. Tudo condizia com as maravilhas que Marconi dizia ter feito no Palácio das Esmeraldas.

Está errado! Alguma coisa aconteceu que não querem contar para gente. Marconi e Cidinho não são mais os mesmos assim como não são mais as mesmas as contas do Estado. Quebramos? Quando? Como? Quem? Querem esconder o jogo sujo.
Escrevo este post depois que li a notícia que o presidente do Banco Central Henrique Meirelles foi convidado pelo PP para ser candidato nas eleições do ano que vem. Por que Meirelles não procurou voltar para o PSDB, seu antigo partido? Os tucanos não vão correr atrás do seu antigo correligionário?

Digo e repito: Alguma coisa está fora da ordem aqui em Goiás. Detonaram o Estado e não contaram para gente. Quem apoiava Marconi diz hoje que vai tirar os esqueletos do armário. Este silêncio, esta omissão, esta troca de cadeiras está errada. Alguma coisa está fora da ordem.

Mais um calo



Abaixo postei uma notícia que saiu hoje no Diário da Manhã sobre a candidatura de Henrique Meirelles ao governo de Goiás nas eleições do ano que vem. O PP disse que está de portas abertas para o presidente do Banco Central. O PSDB não disse nada (e olha que Meirelles antes de entrar para o BC em 2002 foi eleito deputado federal pelo partido).
Lá vou eu revirar os arquivos digitais dos jornais e das revistas. Achei algumas denúncias contra Meirelles. Já postei aqui sobre isso. Mas relembro com maior prazer:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está numa situação pouco confortável. Há um mês, Meirelles só era chamado a dar explicações sobre a alta taxa de juros. Há três semanas, teve de se explicar sobre a milionária diferença entre seu patrimônio declarado à Receita Federal e o declarado à Justiça Eleitoral. Há duas semanas, precisou apresentar explicações para o fato de seu procurador ter sido flagrado pela Polícia Federal carregando 32.000 reais em dinheiro vivo, resultado da venda de um terreno. Na semana passada, Henrique de Campos Meirelles, 58 anos, em vez de presidente do Banco Central, poderia ter um cargo fictício de "explicador-geral da República". Teve de explicar por que fez um depósito de 50 000 dólares na conta de uma trinca de doleiros investigados por lavagem de dinheiro. Teve de explicar por que registrou em cartório um imenso terreno, de 34 000 metros quadrados, por 1 centavo de real. Teve de explicar por que omitiu da Receita Federal a informação de que é dono da Catenária, empresa que administra seu próprio patrimônio. "Vai ser uma denúncia por dia até as eleições", lamentou-se o presidente do Banco Central ao jornal O Estado de S. Paulo. Será mesmo? Leia mais aqui.

Este é um trecho da reportagem da revista Veja do dia 11 de agosto de 2004. Alguém sabe o destino destas denúncias? Por enquanto estão nos arquivos digitais dos jornais e das revistas. Não é só o PT que deve atrapalhar o caminho de Henrique Meirelles aqui em Goiás. As denúncias de 2004 também podem ser um calo nos seus pés.

Clamor... do PSOL, né?

O delegado maluquinho Protógenes Queiroz disse que há um clamor para que ele se candidate nas eleições do ano que vem. É mesmo? Que clamor, cara pálida? Só se for o clamor de Heloísa Helena e os vermelhinhos do PSOL.

Meirelles se diz candidato

No Diário da Manhã

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, finalmente topou ser candidato ao governo de Goiás em 2010, independente de outras candidaturas. A definição ocorreu em jantar no último sábado à noite, no apartamento do secretário de Infraestrutura, Sérgio Caiado, no qual participou o governador Alcides Rodrigues (PP). Assim, fica o governo estadual definitivamente afastado da candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB) e comprometido com a chamada terceira via, a ser encabeçada por Meirelles.A cúpula do PP tentou manter o encontro sob sigilo, mas o Diário da Manhã noticiou o jantar na edição da última segunda-feira. O presidente do PP, Sérgio Caiado, chegou a desmentir a recepção a Meirelles, mas o próprio governador confirmou a reunião, em entrevista à imprensa, na última terça-feira. O principal convidado não gostou do vazamento do encontro. Na última quarta-feira, o governador chamou o tesoureiro do PP, Sérgio Lucas, ao Palácio e deu puxão de orelhas no auxiliar – hoje quem mais faz barulho sobre a candidatura Meirelles.Meirelles vai filiar-se ao PP em setembro, quando vence o prazo para inscrições partidárias. Até lá, combinou-se que os pepistas vão trabalhar em silêncio pela candidatura do presidente do BC. Ambas as partes vão negar até a morte qualquer acordo. O governador Alcides Rodrigues continuará defendendo o congelamento do debate sucessório em 2009. Leia mais aqui.

Construtora diz ter doado R$ 24 mi em 2008

Por Ana Flor e Fernando Barros de Mello
na Folha

O grupo Camargo Corrêa, que foi alvo de operação da Polícia Federal, diz ter doado R$ 23,9 milhões a partidos e políticos no ano passado. Até o momento, só é possível conhecer os repasses feitos para candidatos e comitês financeiros. Apenas em maio será divulgado quanto os partidos receberam. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), considerando só doações para campanhas, foram R$ 6,01 milhões para candidatos e comitês pela Construção e Comércio Camargo Corrêa e R$ 425 mil pela Cavo Serviços e Meio Ambiente. Ontem, a assessoria de imprensa não forneceu a lista das empresas da Camargo Corrêa que fizeram doações. O grupo tem participação, por exemplo, na Itausa e na Alcoa Inc., e controla a Alpargatas (que doou R$ 150 mil), além de fazer parte do bloco de controle da Usiminas (que doou R$ 1,65 milhão). A diferença entre o valor divulgado pelo grupo o disponível como doação eleitoral pode ser explicada pela existência de doações ocultas. O grupo, assim como outras empresas, costuma se utilizar dessa brecha na Lei Eleitoral. A doação é feita aos partidos, que distribuem os recursos aos candidatos. Assim, perde-se o vínculo direto entre doador e beneficiário. Em 2006, foram R$ 6,35 milhões a PT, PSDB e DEM. As prestações de conta das doações partidárias têm prazo para serem entregues até o dia 30 de abril e só a partir daí será possível saber quanto foi doado às siglas no ano passado. "Em absoluta concordância com a legislação eleitoral, suas empresas controladas doaram R$ 23,9 milhões a partidos políticos e candidatos que concorreram nas eleições de 2008", diz a nota da empresa. Leia mais aqui.

Diminuição dos repasses põe em risco obras do PAC

Por Denise Madueño
no Estadão

Com menos dinheiro em caixa por causa da queda do repasse do FPM, prefeitos agora apontam dificuldades no cumprimento do calendário das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).O prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), disse ontem que os projetos do PAC no município já sofrem com a redução de 18% do FPM. Ele explicou que diversos governos municipais têm dificuldade de cumprir a contrapartida prevista nos projetos, que varia de 5% a 20% do valor da obra.Por causa das isenções do IPI concedidas pelo governo, o FPM teve queda de R$ 2,1 bilhões. Capitais como Boa Vista, como revelou o Estado, estudam até dar calote em fornecedores.Lindberg disse que os primeiros contratos estão completando um ano, quando é previsto reajuste pela inflação. Ele ressaltou, porém, que não há verba. "O ritmo já diminuiu e algumas empreiteiras ameaçam parar a obra."Apesar de o FPM representar uma parcela mínima das receitas de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) também foi recrutado para engrossar o discurso pela compensação dos municípios. "Ele está muito preocupado, assim como todos os prefeitos estão preocupados", disse o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), que se reuniu com Kassab ontem à noite. Para o parlamentar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de corrigir o problema. "Ele fez cortes no IPI, o que é bom para a indústria automobilística. Mas ele não pode simplesmente fazer a simpatia com o chapéu dos outros", completou.

Aumento de dívida pode cobrir queda de repasse a prefeitos

Por Lu Aiko Otta
no Estadão

As prefeituras que enfrentam dificuldades de caixa por conta da queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) poderão ser beneficiadas com autorização para aumentar o endividamento, mas só para investir. "É algo razoável", disse ao Estado o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ressalvando que ainda não é uma decisão de governo - é uma das propostas em discussão.Ampliar os investimentos, porém, não resolve o problema de todas as prefeituras, admitiu o ministro. Ele observou que vários municípios vivem dificuldades para pagar despesas de custeio - como folha salarial - e para esse tipo de despesa o governo não cogita permitir a contratação de dívidas. "Seria nocivo."Como medida de socorro, o governo estuda alguma "forma de auxílio financeiro" que seria oferecido a todos os municípios, com ênfase nos pequenos. O modelo ainda não está definido. Opções deverão ser apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira. Lula também receberá um estudo detalhado mostrando a queda de transferências do FPM conforme o porte das cidades e o Estado em que se localizam.Bernardo afirmou que, por outro lado, os Estados e municípios terão de fazer ajustes para adaptar-se à arrecadação mais magra. Qualquer que seja a solução adotada pelo governo, não resolverá totalmente a dificuldade de caixa das prefeituras, avaliou. "Vamos oferecer uma saída que resolva parte do problema", adiantou. "Afinal, o governo federal também enfrenta queda na arrecadação." Leia mais aqui.

Justiça deu à PF acesso geral a dados de clientes de 8 teles

Por Hudson Corrêa e Leonardo Souza
na Folha

A Polícia Federal pediu, e a Justiça autorizou, o acesso geral ao extrato de chamadas e ao cadastro dos clientes de oito empresas de telefonia (Telefônica, Embratel, Vésper, Vivo, TIM, Claro, OI e Nextel) no início da Operação Castelo de Areia, em janeiro de 2008.O procedimento durou até agosto de 2008, quando a Justiça excluiu a possibilidade de acesso ilimitado ao histórico das ligações feitas pelos usuários. A restrição passou a ser adotada na Castelo de Areia após a Folha ter revelado que o mesmo tipo de autorização foi dada na Operação Satiagraha contra o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.Nas duas ações da PF, as ordens para fornecimento de senha foram dos juízes Fausto De Sanctis e Márcio Millani, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A Castelo de Areia, deflagrada no mês passado, apura suspeita de remessa ilegal de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e doações ilegais a políticos pela empreiteira Camargo Corrêa.Por meio das senhas, a PF acessava os dados no sistema da rede de computadores das empresas telefônicas. Na Castelo de Areia, a Justiça autorizou dois delegados e três agentes a fazerem consultas.A autorização não inclui escutas telefônicas. Mas, como as senhas não têm restrição de uso, em tese os policiais poderiam mapear as ligações de qualquer cidadão.A Vivo afirma, em ofício de março de 2008 dentro do inquérito, que o "amplo e irrestrito acesso a toda e qualquer informação referente às ligações efetuadas e recebidas por usuários de telefonia pode colocar em risco a intimidade" dos usuários de telefonia. Leia mais aqui.

G-20 anuncia plano de US$ 1,1 tri e maior controle financeiro

Por Lourival Santana
no Estadão

As 20 maiores economias do mundo - representadas por 19 países desenvolvidos e emergentes e pela União Europeia - confirmaram ontem um pacote de US$ 1,1 trilhão para irrigar a economia mundial. Os líderes do G-20 prometeram triplicar o capital do Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 250 bilhões para US$ 750 bilhões, com o aporte imediato de US$ 250 bilhões pelos países-membros e mais US$ 250 bilhões em Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), equivalente à emissão de uma moeda, para reforçar as reservas dos países necessitados. Para chegar a US$ 1,1 trilhão, o FMI vai captar mais US$ 500 bilhões em Novos Arranjos para Empréstimos (NAB, na sigla em inglês) de países-membros e instituições. Outros US$ 100 bilhões deverão vir de captações no mercado, que ficarão disponíveis para os bancos multilaterais de desenvolvimento. Além disso, o FMI também poderá vender parte de seu ouro para emprestar US$ 6 bilhões a países pobres. No comunicado final do encontro realizado em Londres, os líderes do G-20 comprometeram-se a tentar superar a crise global até o fim de 2010. Até lá, a soma de programas de estímulo, isenções fiscais, emissão de moedas e de títulos já anunciados e ainda previstos vai chegar a US$ 5 trilhões. Os chefes de Estado e de governo também concordaram em aprimorar a regulamentação do sistema financeiro, inclusive para fundos de hedge; obrigar os paraísos fiscais a dar informações; reformar as instituições multilaterais, dando poder de voto a países emergentes; evitar medidas protecionistas e retomar a Rodada Doha; e aumentar a ajuda aos países pobres. Leia mais aqui.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Podcast do Diogo Mainardi: "Ipi, ipi, urra!"

Acontece todos os dias. Saio da cama, ponho o chinelo, abro lentamente a porta de casa para pegar o jornal, olho para um lado, olho para o outro, e me pergunto estarrecido: onde está a fila de desesperados mendigando uma migalha de minha sabedoria? Onde está a turba de idólatras arrebatados homenageando-me com cantos e gestos de louvor?
É o mínimo que eu poderia esperar. No último ano, tudo girou em torno de um único fato: o tombo da economia. Um comentarista como eu tinha duas possibilidades: acertar ou errar. O que eu fiz? Acertei. Acertei em cheio. Ipi, ipi, urra. Diogo é um bom camarada. Em 12 de setembro de 2008, no Manhattan Connection, Lucas Mendes leu a carta de uma espectadora, pedindo um conselho sobre a melhor maneira de aplicar seu dinheiro. Tapei os olhos e respondi irrefletidamente: esconda debaixo do colchão. Resultado? Dois dias depois, o Lehman Brothers afundou e eu me consagrei como o George Soros da rua Itapiru, sede do canal GNT. Ipi, ipi, urra para mim. Mais uma vez.
Acompanhe os números e aplauda entusiasmadamente minha prodigiosa sagacidade. No domingo em que apareci na TV mandando a espectadora esconder seu dinheiro debaixo do colchão, o Ibovespa estava em 52.392 pontos. No dia seguinte, ele despencou 7,59%. E continuou despencando até o dia 27 de outubro, quando bateu em 29.435 pontos. Depois de patinar por algumas semanas, o Ibovespa, em 21 de novembro, ainda estava com 31.250 pontos. O que eu fiz? Numa coluna iluminada, premonitória, dei ordem para comprar, como num filme de Frank Capra: Compra! Compra! Compra! De lá para cá, o mercado acionário se recuperou razoavelmente. Agora está beirando os 44.000 pontos.
No dia em que eu, sozinho, salvei as economias da espectadora do Manhattan Connection (qual era o nome dela?), a Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Jim O'Neill, do banco de investimentos Goldman Sachs. Jim O'Neill se tornou conhecido por ter criado o termo Bric, para designar as economias de Brasil, Rússia, Índia e China. Na entrevista, ele reafirmava que haveria um "genuíno descolamento nos grandes mercados emergentes", e que a crise financeira teria um impacto absolutamente irrelevante na taxa de crescimento do Brasil.
Naquele mesmo dia, a Votorantim Celulose anunciou a compra de uma parte da Aracruz por 2,7 bilhões de reais. Sabemos o que aconteceu depois disso. As duas empresas, penduradas, tiveram de negociar uma ajuda do governo. Uma ajuda nebulosa, em que os valores simplesmente não fechavam.
Está na hora de vender suas ações da Petrobras? Acho que sim. Que sei lá eu. Não entendo nada de dinheiro. Ipi, ipi, urra.

Toma de presente

Barack H. Obama disse que Lula "é o cara" e que adora ele. Poxa, Obama, faz um favor para o Brasil. Já que você considera o Apedeuta, "o cara" fica com ele. Dá de comer, faz carinho e deixa-o passeando pelos jardins da Casa Branca. Toma de presente!

Plunc-Tasso-Zumm

Não podemos mais acreditar em ninguém no meio político. Quem você pensa que pode ser a exceção no meio de tanta sujeira acaba te decepcionando. Quem é o autor da PEC que aumenta o número de deputados e senadores? Cristovam Buarque. Justamente ele que foi tão defendido aqui no blog por causa da sua defesa pela educação. Estamos perdidos. Eu disse “estamos”?

O que será que o senador Tasso Jereissati tem a nos dizer sobre a denúncia que a Folha de São Paulo traz hoje? Sim, eu exijo explicações. Sim, ele tem que explicar tudinho.
Lendo a reportagem sobre o vôo de Tasso eu lembrei de uma música do Raul Seixas que se chama “Carimbador maluco”:

Cinco, quatro, três, dois...
Parem, esperem aí. (texto)
Onde é que vocês pensam que vão?
han han

Pluct, Plact, Zummm
Não vai a lugar nenhum
Pluct, Plact, Zummm
Não vai a lugar nenhum

Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado e rotulado se quiser voar!!
Se quiser voar
Pra lua, a taxa é alta
Pro sol, identidade,
Vai já pro seu foguete viajar pelo universo
é preciso o meu carimbo dando, sim sim sim sim

O seu...
Pluct, Plact, Zummm
Não vai a lugar nenhum
Pluct, Plact, Zummm
Não vai a lugar nenhum

Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado e rotulado se quiser voar!!
Se quiser voar
Pra lua, a taxa é alta
Pro sol, identidade,
Vai já pro seu foguete viajar pelo universo
é preciso o meu carimbo dando, sim sim sim sim


Precisamos de um carimbador maluco registrando, carimbando, avaliando e rotulando quando um senador quiser voar. Plunc-Tasso-Zum, não vai a lugar nenhum.

Mais farra

Querem aumentar o número de deputados e senadores? Para representar os brasileiros que vivem no exterior? Pelo visto a festa está muito boa lá em Brasília. Quem está de fora quer entrar e quem está dentro não quer sair. Se nem os políticos que deveriam representar os brasileiros aqui dentro fazem alguma coisa imaginem este adicional que iria representar os tupiniquins que vivem lá fora.

Brasil diz que G20 dará US$ 1 tri contra crise

Por Pedro Dias Leite
na Folha

O encontro dos países do Grupo dos 20 deve fechar um acordo para injetar US$ 1 trilhão em instituições multilaterais como o FMI e o Banco Mundial a fim de combater os efeitos da crise global, disseram ontem os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Exteriores, Celso Amorim.Esse valor, não confirmado por outras fontes, equivale a dois terços de tudo o que a economia brasileira produziu em 2008 (PIB de cerca de US$ 1,5 trilhão) e é quatro vezes o que o FMI tem disponível atualmente para ajudar economias em problemas (US$ 250 bilhões). O valor é muito maior do que o que vinha sendo discutido -na versão do documento final que vazou no início da semana, os valores estavam com um x.Os ministros faziam parte da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que almoçou em Paris com o colega francês, Nicolas Sarkozy, antes de pegar um trem de alta velocidade para Londres, uma viagem de duas horas e 20 minutos.Lula amenizou sua posição em relação à reforma do FMI e admitiu pela primeira vez que o país pode injetar dinheiro no Fundo agora, para discutir mudanças que lhe garantam mais poder só depois. Leia mais aqui.

Investigação da PF liga Camargo Corrêa a fraude em nota fiscal

Por Fernando Barros de Mello e Lilian Christofoletti
na Folha

Durante a Operação Castelo de Areia, a Polícia Federal relacionou a Construtora Camargo Corrêa a uma suposta tentativa de fraudar notas fiscais. A empresa é investigada por eventuais crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e doações ilegais a partidos políticos.O principal indício apresentado pela Polícia Federal é um conjunto de diálogos sequenciais interceptados no dia 31 de outubro do ano passado. Nas gravações, fala-se em "montagem" de notas fiscais, que deveriam ser entregues na sede da Camargo Corrêa, em São Paulo. Leia mais aqui.

PEC que aumenta número de congressistas é aprovada

Na Folha

O Senado aprovou ontem, por unanimidade, uma PEC (proposta de emenda constitucional) que deverá aumentar o número de deputados e senadores no Congresso. De acordo com o texto, esses novos congressistas serão eleitos por brasileiros que vivem no exterior para representá-los. Atualmente, eles só podem votar para presidente da República.A medida poderá resultar em mais gastos para a União -hoje os orçamentos da Câmara e do Senado somam R$ 5,9 bilhões para manter a estrutura que atende a 594 congressistas (513 deputados e 81 senadores). A proposta ainda tem de ser votada mais uma vez no Senado e outras duas pela Câmara.A PEC é de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Segundo ele, a mudança poderá resultar na criação de, pelo menos, quatro novas vagas de deputados federais. Para o relator do texto, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), esse número pode chegar a até sete congressistas. Uma lei específica terá de ser aprovada para definir o total de vagas que podem ser criadas.

Tasso paga avião fretado com dinheiro do Senado

Por Fernando Rodrigues e Fábio Zanini
na Folha

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem o hábito de usar parte de sua verba oficial de passagens aéreas para fretar jatinhos que são pagos com recursos do Senado. O ato da direção da Casa que regula o benefício não permite esse tipo de procedimento, mas o tucano diz ter obtido autorização especial para fazer as suas viagens.Entre 2005 e 2007, Tasso gastou R$ 335 mil. Depois, as despesas foram publicadas sem registro de seu nome. De lá para cá, foram mais R$ 134 mil, totalizando R$ 469 mil, segundo o Siafi (sistema de acompanhamento do Orçamento).O senador confirmou à Folha que foi usuário de jatinhos fretados e bancados com o dinheiro do Senado nos últimos quatro anos, mas enviou documentos em que assume gastos menores: R$ 358 mil. Tasso tem o seu próprio avião, um jato Citation. Ele afirma que recorre a fretamentos quando o seu está indisponível. Leia mais aqui.

Líder exige que Paço indique intelocutor

Por Mirele Irene
no Hoje

O líder do prefeito Iris Rezende (PMDB) na Câmara Municipal, vereador Bruno Peixoto (PMDB), disse ontem que, se o Paço não nomear logo um interlocutor para administrar a relação entre Legislativo e Executivo Municipal a base de apoio de Iris será comprometida. “Ele tem que nomear alguém urgentemente. As demandas dos vereadores não são tantas, mas precisamos ter este amparo do Executivo”, avaliou, admitindo que o prefeito não tem tido disponibilidade para atender a todos os vereadores – da base ou não – que o procuram, por causa dos compromissos com os ajustes administrativos do segundo mandato. “Uma questão que é bastante salutar para o vereador é o atendimento dos pedidos de suas bases. E nós precisamos de alguém que possa nos atender”, assinalou Bruno. “O prefeito compreende que há, sim, matérias que geram um certo desgaste, que é compensado através do apoio do Executivo, com disposições, por exemplo”, acrescentou a liderança. Leia mais aqui.

O abacaxi da Celg está em novas mãos

No Diário da Manhã

Disposto a solucionar a crise financeira da Celg, o novo presidente da estatal, deputado estadual Carlos Silva (PP), afirmou que vai se empenhar para buscar o restabelecimento do equilíbrio econômico e financeiro da empresa. O governador Alcides Rodrigues (PP) deu fim às especulações sobre o nome do presidente da Celg na manhã de ontem, durante solenidade na Praça Cívica, ao anunciar o pepista para comandar a estatal após pedido de demissão do presidente Enio Branco, feito no início desta semana. O anúncio do governador foi feito durante entrega de 283 veículos para as unidades regionais de saúde. Embora houvesse correntes no governo favoráveis à escolha de um técnico, Alcides preferiu anunciar um nome com perfil que considera misto, pois o pepista é engenheiro civil com experiência em planejamento e administração.Antes do discurso, o governador já havia declarado que anunciaria o nome de Carlos Silva para presidir a estatal. “Vou anunciar o deputado Carlos Silva, que possui um perfil técnico, embora exerça o cargo de deputado na Assembleia Legislativa. Mas Carlos possui uma qualificação excepcional e não tenho dúvidas que conduzirá a empresa muito bem”, afirmou o governador.Um pouco arredio ao assédio da imprensa, o deputado afirmou que não esperava ser nomeado por Alcides e que o anúncio feito na manhã de ontem o surpreendeu. “Eu aceitei o convite, que me trouxe muita satisfação. Será um novo desafio, com certeza.” No entanto, aliados do governo afirmam que as articulações em torno do nome do pepista se iniciaram duas semanas antes de Enio confirmar o pedido de demissão. A escolha de Carlos Silva para presidir a segunda comissão mais importante da Assembleia, a de Finanças, e do deputado Helio de Sousa (DEM) como vice-presidente também teria sido articulada pelo governo, para o caso de o pepista assumir, posteriormente, uma secretaria do Executivo. Tanto Carlos como Helio são homens de confiança do governador e possuem prestígio com secretários do governo. Leia mais aqui.

PF anuncia envio à Justiça de dados das doações a partidos

Por Marcelo Godoy, Roberto Almeida e Fausto Macedo
no Estadão

A Polícia Federal anunciou ontem que vai encaminhar à Justiça e ao Ministério Público Federal documento específico com todas as informações relativas a doações a partidos políticos identificadas durante a Operação Castelo de Areia - investigação que, na semana passada, levou à prisão quatro executivos e duas secretárias da cúpula da empreiteira Camargo Corrêa e quatro doleiros.Analistas da PF estão separando áudios, e-mails e fax onde são citados repasses supostamente ilegais. A meta da PF é submeter esse material ao crivo da Justiça Eleitoral, a quem compete autorizar investigação sobre infrações de natureza política.A PF destacou que o inquérito Castelo de Areia foi aberto há um ano e dois meses para investigar crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Mas, no curso da apuração, surgiram indícios de crimes eleitorais.Diálogos interceptados pela Inteligência da PF citam nomes de políticos beneficiados, entre eles os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Ambos admitiram ter recebido doações da empreiteira (R$ 300 mil para Agripino e R$ 200 mil para Flexa Ribeiro), mas afirmam que as transações foram declaradas à Justiça Eleitoral.Os autos do inquérito citam 10 partidos: PSDB, PMDB, PT, PSB, PPS, PTB, PDT, PV, DEM e PP.Grampos indicam irregularidades. Fernando Dias Gomes e Pietro Francesco Giavina Bianchi, executivos da empreiteira, foram flagrados falando sobre "a pasta das eleições" e "todos os caras que foram pagos".Bianchi e uma pessoa identificada apenas como Marcelo falaram sobre doações. Bianchi indaga Marcelo sobre "doações por dentro?". Marcelo responde: "Não..." Leia mais aqui.

Marolula - Para compensar perdas, capitais cogitam até calote

Por Guilherme Scarance
no Estadão

Congelar despesas, enxugar o custeio da máquina e, em última instância, até dar calote em fornecedores são algumas soluções que as capitais, sobretudo as menores, adotaram ou avaliam por causa do corte do Fundo de Participação dos Municípios. O secretário de Finanças de Boa Vista, Getúlio Cruz, explica que 50% da receita local vem do FPM, que teve queda de 11% em fevereiro e 19% em março, em relação a 2008. "É um golpe", resume. Ele afirma que, se os repasses continuarem a minguar, a prefeitura terá de se endividar e até deixar de pagar fornecedores."Já contingenciamos R$ 78 milhões, 8,5% das despesas correntes. Estamos em negociação salarial e sem ter o que oferecer", relata o titular de Finanças de Aracaju, Jéferson Passos. Goiânia e Macapá foram atrás dos devedores. São Paulo, apesar da perda menor, ajudará a reforçar a cobrança à União.

Marolula - Lula tenta evitar rebelião de prefeitos

Por Luciana Nunes Leal e Tânia Monteiro
no Estadão

Reunido em Londres com os líderes do G-20 para discutir a crise mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi obrigado ontem a intervir para tentar compensar as perdas financeiras dos municípios mais prejudicados com a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), provocada pela queda de receitas da União. Ontem, em Brasília, a Câmara já foi palco de um encontro de prefeitos da oposição (PSDB e PPS) e para terça-feira está agendada uma marcha de prefeitos de todos os partidos, também na capital.Pela manhã, ainda em Paris, Lula recomendou ao presidente em exercício, José Alencar, que não esperasse sua volta ao Brasil para definir a ajuda aos municípios. Ele quer evitar uma rebelião dos prefeitos, já que se comprometeu politicamente com eles durante encontro em fevereiro, quando montou palanque em Brasília para embalar a pré-candidatura ao Planalto da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Com a crise e as desonerações promovidas pelo governo para atenuar os efeitos da desaceleração econômica, o repasse de dinheiro via FPM caiu cerca de 15% em março, quando comparado com o mesmo período de 2008, segundo a Confederação Nacional de Municípios.A decisão final sobre como será o socorro da União e que municípios serão beneficiados vai ser tomada na próxima semana, quando o presidente Lula voltar ao Brasil. Mas a tendência, pelo quadro apresentado ontem ao vice José Alencar, é que ganhem ajuda do Planalto cerca de 3.300 municípios com população abaixo de 24 mil habitantes e que, segundo o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), concentram as maiores perdas com a queda nas transferências do FPM."A última estimativa é que a perda real dos municípios será em torno de 4% a 5% no ano. O problema é que isso tem uma grande dimensão para os municípios que dependem em 70% a 80% dos recursos do FPM. Se nós queremos resolver o problema, teremos de olhar primeiro, com mais atenção, para estes casos (municípios com menos de 24 mil habitantes)", disse Paulo Bernardo. Leia mais aqui.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Por que não fizeram isso em 2006?

Os deputados do PSDB resolveram instalar o “mentirômetro” na Câmara para medir as mentiras ditas por Lula desde 2003. É que hoje é primeiro de abril, né? Segue um trecho que saiu na Folha online a respeito:

Neste 1º de abril --conhecido como dia da mentira--, o PSDB lançou um "mentirômetro" para medir inverdades que, na visão dos tucanos, são ditas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde que assumiu o primeiro mandato, em 2003. O painel com o "mentirômetro" foi instalado na liderança do PSDB na Câmara e traz uma espécie de termômetro, sustentado pela figura do Pinóquio, com diferentes "graus" de mentiras ditas pelo presidente.

O "mentirômetro" varia entre a mentira do século, mentira do ano, mentira deslavada, mentira graduada, mentira de bar, mentira piedosa, marolinha e a mentirinha. Cada frase dita pelo presidente desde 2003, considerada pelos deputados tucanos como mentirosa, foi colocada ao lado de um dos "graus" do "mentirômetro".
(grifo meu).

Eu não me empolgo com estas atitudes dos tucanos. Não sei por que, mas não sinto nenhuma vontade de apoiar. Muito pelo contrário. Eu questiono: será que o PSDB só trabalha contra o governo justamente no Dia da Mentira?
Reparem que o PSDB quer detectar as mentiras ditar por Lula desde 2003. Será que só agora eles repararam nas mentiras lulistas? Por que o PSDB não instalou este “mentirômetro” na campanha presidencial de Geraldo Alckmin em 2006? Por que, em 2006, os tucanos não denunciaram na campanha as mentiras ditas por Lula até então? Por que fizeram uma campanha ridícula que só beneficiou o Apedeuta?
Eu não me empolgo com as atitudes dos tucanos mesmo. Sempre que eles tentam fazer alguma coisa anti-Lula eu lembro da campanha ridícula de Geraldo Alckmin. Não lembro do Alckmin medir as inverdades lulistas. Será que eu que estou mentindo?

PS: Como se não bastasse os erros de 2006, Alckmin fez mais estragos nas eleições municipais do ano passado. Ou os tucanos acham que eu me esqueci de uma propaganda alckmista que dizia que o problema não era Lula e sim o PT? Será que eu estou mentindo?

Mas o STF não foi comprado por Daniel Dantas?

Quando o Supremo Tribunal Federal concedeu habeas corpus para o banqueiro Daniel Dantas li um monte de gente dizendo que o tribunal fora comprado pelo “banqueiro bandido”. Hoje, leio na Folha online o seguinte:

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Alberto Menezes Direito concedeu liminar ao delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. O delegado ingressou com um habeas corpus no STF pedindo o direito de ficar calado em depoimento à CPI dos Grampos sem o risco de ser preso.

Na liminar, Protógenes pedia para não ser obrigado a assinar termo de compromisso como testemunha no depoimento à CPI. Ele pediu ainda para ter assistência de advogado durante o depoimento.

A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara adiou para o dia 8 de abril o depoimento de Protógenes, marcado inicialmente para hoje.


Como pode o STF, comprado por Daniel Dantas, conceder liminar para o delegado maluquinho Protógenes Queiroz? É, está passando da hora do banqueiro parar para pensar e fazer uma reflexão sobre as suas compras.

"É bem feito" por Marcos Fayad

Somos um povo que recebe exatamente o que merece, nem mais nem menos. Temos os governantes demagogos, desonestos e incompetentes que elegemos e os merecemos. A massacrante maioria dos nossos políticos são descarados, ladrões, sem-vergonha e mentirosos e nós mesmos os elegemos.
Nosso sistema judiciário é insensível e preguiçoso, desonesto e corporativista — nós os merecemos igualmente. Nossa polícia é despreparada e corrupta e nós fazemos jus a ela. Homens e mulheres desse País: ninguém faz nada?
Há anos não se nota a presença do Estado a não ser na cobrança de impostos e nas cascatas de explicações sobre a falta de segurança, de trabalho, de incentivos. Todas as autoridades parecem ter sido treinadas numa mesma escola sobre como justificar a inoperância.
E todos parecem permanentemente ocupados em preservar seus carguinhos, seus ganhos, seus postos embalados pelo poder, mordomias, garantias e blindagens. E fazendo aquilo que chamam política que é o que vai lhes garantir a permanência no poder nos próximos anos.
Assim como a grande maioria dos eleitores que votaram, você também leitor, deve ter votado pensando que o atual presidente do Brasil nos livraria das piores pessoas que ele mesmo dizia combater e que o Brasil não suporta mais.
O que se vê é que todos os pequenos homens que sugam os cofres brasileiros e debocham do povo: José Sarney, Delúbio Soares, Severino Cavalcanti, Marta Suplicy, Marcos Valério, Marco Aurélio Garcia, Fernando Collor, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Roberto Jefferson, todos eles e muitos mais é que foram e são as companhias perfeitas para o presidente da República.
Morro de medo de ser preconceituoso involuntário, mas o que mais se poderia esperar de gente tão ignorante e pouco aculturada no comando da nação?
O que esperar de um chefe de nação que se diz orgulhoso da sua falta de cultura e que nem falar direito sabe? Que afirma com todas as letras que ler um livro é chato? Que acha que ler jornais lhe causa azia? Que só sabe se expressar através de metáforas sobre galinhas, ovos, futebol e grogotós, além das piadas sem graça e das comparações indigentes.
Que divide o mundo em brancos de olhos azuis, os maus e os outros. Reinaldo Azevedo, colunista da “Veja” os chama de “petralhas” mistura perfeita de petistas com os irmãos metralhas. São eles que se proclamaram donos do País.
E será preciso falar dos seus aliados oportunistas e parasitários de outros partidos?
Esqueçamos a tal esperança de que o País um dia vai melhorar isso é utopia cega, não vai melhorar nada enquanto incompetentes estiverem nos governando. Nada vai melhorar enquanto forem eleitos pela grande maioria também alienada e analfabeta que se contenta com cestas básicas e acredita (ainda) que um ex-operário no poder é capaz de mudar as coisas, um ex-operário travado pela imobilidade e a vaidade de se considerar o messiânico pai da pátria.
O que define os destinos de um país é a classe média com alguma informação e cultura, gente que trabalha de fato e não necessita de esmolas governamentais para decidir seu voto. São os intelectuais sem empregos públicos, eternas minorias, mas capazes de pensar estratégias contra a mediocridade...ou deveriam ser.
Enquanto a maioria der a esse governo a sensação de que o aprova como tem acontecido através das pesquisas continuaremos a viver num País governado pela corrupção, a falta de ética, de segurança, de saúde, de educação e de caráter. Operário deslumbrado pelo poder só pode gerar culto ao ego, há muitos exemplos na história do século XX.
As dezenas de ministérios, secretarias e os cargos mais importantes não são distribuídos conforme a competência de cada um, mas oferecidos aos companheiros aliados. O que essa gente corporativista entende de segurança, de turismo, de malha aérea, de agricultura, de cultura? Por que algum deles se aventuraria a alguma mudança de fato na ordem das coisas correndo o risco de perderem seus empregos?
E nós apenas nos indignamos e não fazemos nada, desconsideramos nossa capacidade de mobilização contra o que nos aflige, sentamos diante da TV pra assistir de camarote as humilhações a que nos submetem e arrotamos depois da pamonha mal digerida.
E acordamos cedo pra trabalhar e pagar os impostos que vão alimentar essa máquina de fazer doidos — as vítimas trabalhando pra felicidade dos algozes.
Melhor repetir: merecemos tudo. Fazemos jus a tudo isso porque, apesar de tudo isso, as ruas estão vazias da nossa presença, só nos manifestamos na intimidade dos nossos lares, acuados, sem coragem de encarar as praças que não deveriam ter a única função de reunir pessoas pro lazer, mas também ajuntamentos e participação.
Utopia que faz relembrar a frase do Bertolt Brecht: “Se os bois pudessem se comunicar entre si, com a força que têm, jamais iriam pro matadouro”. Seguimos cabisbaixos pro curral final.
E pensar que já tivemos coragem de enfrentar as armas e as prisões da ditadura militar nos juntando nas ruas e praças pra exigir democracia e liberdade. Conseguimos e não sabemos o que fazer delas.
Uma porção de ração e uns empreguinhos mequetrefes conseguem mais que silenciar as massas: fazê-las aplaudir e aprovar a mediocridade e a incompetência. E os que pensam permanecem calados.
Bem que merecemos, bem que merecemos.

Foi lá em 2005

Foi doação legal ou ilegal? A Operação Castelo de Areia traz a tona a questão do caixa 2. Será que a Camargo Corrêa doou corretamente para os partidos ou fez o tradicional “por fora”? Resta aos responsáveis pela investigação descobrirem. Que descubram!

Aí eu me lembro do ano de 2005. Alguém ainda se lembra do mensalão? Pois é, naquela altura do campeonato nós estávamos descobrindo que toda campanha de Lula em 2002 foi financiada com dinheiro não contabilizado. Caía a máscara do PT. Eles não eram mais os grandes defensores da ética na política. Pior. Eles passaram a defender o “sempre foi assim mesmo e nada vai mudar”. Ao invés de reconhecer que dinheiro não contabilizado é crime o PT resolveu dizer que isso é normal. Até Lula numa entrevista ao Fantástico disse que o que seu partido fez sempre foi feito sistematicamente nestêpaiz.

No meio das trapalhadas delubianas, descobrimos também o envolvimento do senador tucano Eduardo Azeredo no esquema do valerioduto. Marcos Valério fez caixa 2 na campanha dele em 1998. Os tucanos pegaram carona no discurso petralha e afirmaram também que caixa 2 era normal e que todo mundo fazia. O ano de 2005 acabava com o caixa 2 sendo feito sistematicamente nestêpaiz. Ninguém foi punido. Todo mundo se abraçou e continuaram com seus esquemas obscuros.

Agora nós estamos de volta com o caso Camargo Corrêa. Já não mais assusta ver doações ilegais se misturando com doações legais. Vemos que os políticos estão nem aí para os registros de suas doações. O importante, para eles, é o dinheiro que chega. Se é ou não é contabilizado quem se importa? Em 2005 nós tivemos uma grande chance de dar um basta ao caixa 2. Deixamos a coisa correr. Preferimos jogar tudo para debaixo do tapete. Preferimos nos abraçar e dizer que tudo continuará sendo feito sistematicamente nestêpaiz.

Alguém se lembra do mensalão? Foi doação legal ou ilegal?

Dono de castelo será processado

Por Luciana Nunes Leal
no Estadão

O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) responderá a processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Por unanimidade, a Mesa Diretora da Câmara decidiu ontem encaminhar ao colegiado parecer da comissão de sindicância que aponta indícios de uso irregular da verba indenizatória para pagar serviços de segurança. Moreira gastou, em 2007 e 2008, R$ 230,6 mil da verba indenizatória com serviços de segurança prestados por duas empresas de sua propriedade, Itatiaia Ltda. e Ronda Ltda., mas não apresentou recibos e contratos que comprovassem a prestação do serviço. Apenas notas fiscais eletrônicas das empresas foram encaminhadas pelo deputado à sindicância. O prazo limite para Moreira renunciar sem correr o risco de ser cassado e ficar inelegível é até a abertura do processo no conselho, previsto para hoje à tarde. Caberá ao Conselho de Ética investigar as suspeitas de que o recurso público foi usado em benefício do parlamentar e concluir se Moreira feriu ou não o decoro parlamentar. A punição mais rigorosa é a cassação do mandato. O relator do processo, no entanto, poderá recomendar penas mais brandas, como a suspensão por trinta dias ou apenas advertência. Leia mais aqui.

Ministro do TCU autorizou verba adicional à Camargo Corrêa

Por Hudson Corrêa e Marta Salomon
na Folha

Em decisões sucessivas, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes mudou duas vezes de opinião e permitiu à Camargo Corrêa obter um pagamento extra maior no contrato para a construção da eclusa da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, obra incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).O limite do pagamento adicional passou de R$ 62 milhões para R$ 155 milhões com as decisões do ministro, segundo o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A mudança foi possível porque, nas decisões de Nardes, passou de R$ 248 milhões para R$ 620 milhões o valor do contrato inicial da obra. É sobre esse valor que deve ser calculado o limite máximo de 25% para acertos adicionais ao contrato. Esse percentual é fixado pela Lei de Licitações. Leia mais aqui.

Confusão entre doações legais e ilegais provoca polêmica

Por Marcelo Godoy e Roberto Almeida
no Estadão

Além de prisões e buscas, a Operação Castelo de Areia gerou dúvidas e suspeitas e pôs mais uma vez responsáveis por uma investigação na defensiva. A busca de documentos no escritório do departamento jurídico da Camargo Corrêa, a falta de distinção entre doações legais a partidos e políticos daquelas ilícitas e até mesmo o fato de a decisão do juiz Fausto Martins De Sanctis não citar o PT e outras duas siglas (PTB e PV) estão entre as maiores polêmicas despertadas pela operação.Os delegados envolvidos na investigação se defendem afirmando que relataram os indícios de possíveis crimes eleitorais à 6ª Vara Criminal Federal por dever de ofício, fazendo eco à nota oficial divulgada ontem pelo órgão em São Paulo. Caberia ao juiz do caso extrair cópias do material sobre as doações a partidos e a políticos e enviá-las à Justiça Eleitoral. Para que um inquérito sobre um crime eleitoral seja aberto, afirmam os federais, é necessário uma decisão da Justiça, pois a PF não pode, por lei, iniciar de ofício um inquérito sobre o tema.Delegados afirmam que o objetivo da Operação Castelo de Areia era verificar a existência de crime financeiro e reclamam que esse aspecto da operação não teve atenção da mídia. Sobre esses delitos, dizem, o inquérito "reuniu provas importantes contra os doleiros e os diretores da construtora".Eles ainda afirmam que os indícios de supostos crimes eleitorais que surgiram durante essa investigação foram todos relatados em relatórios parciais sobre as interceptações telefônicas. Ou seja, alegam que a PF não sonegou nenhuma informação sobre legenda ou político citado nos grampos. Leia mais aqui.

Mendes acusa Ministério Público de ser parceiro da PF em abusos

Por Mariângela Gallucci
no Estadão

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gilmar Mendes, acirrou ontem suas já tradicionais críticas à Polícia Federal e ao Ministério Público. Ele defendeu a tese de que o controle externo das atividades da polícia deve ser feito por um juiz e não pelo Ministério Público - que é legalmente encarregado da tarefa, mas, segundo Mendes, não a executa bem. "Esse tal controle externo do Ministério Público (sobre a PF) é algo lítero-poético-recreativo. Não tem funcionado a contento", afirmou Mendes, durante entrevista na qual foi questionado sobre a atuação da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. A ofensiva do presidente do STF contra a atuação do Ministério Público continuou em São Paulo, onde proferiu palestra à tarde na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Em seu entender, alguns integrantes do Ministério Público Federal não apenas não fiscalizam a PF, como acabam tendo parte nos abusos cometidos. "Muitas vezes, o próprio Ministério Público Federal é parte naquilo que nós chamamos de ação abusiva da polícia", afirmou Mendes, ao chegar para o evento. "Quando o Ministério Público atua em conjunto com a polícia, quem vai ser o controlador dessa operação?" Leia mais aqui.

PF diz que doleiro formava "organização" com executivos

Por Fernando Barros de Melo, Lilian Christofoletti e José Alberto Bombig
na Folha

Relatórios da Polícia Federal sobre a Operação Castelo de Areia revelam que dirigentes da construtora Camargo Corrêa mantinham um contato próximo com o doleiro Kurt Paul Pickel, apontado como o principal articulador do suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro instalado na alta diretoria da empresa."Kurt é o principal articulador do suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro da organização criminosa instalada na alta diretoria do grupo Camargo Corrêa", diz trecho da investigação.Dezenas de conversas telefônicas entre os diretores e o doleiro e até encontros em hotéis e em estacionamentos, em São Paulo, foram monitorados pela polícia, que detalhou, por meio de um organograma, o papel de cada um no suposto esquema. Leia mais aqui.

terça-feira, 31 de março de 2009

O protesto dos fãs da outra ditadura

Hoje faz 45 anos do golpe militar que derrubou João Goulart. Dez esquerdopatas, de acordo com a Folha online, protestaram contra a comemoração do golpe que acontecia no Clube Militar no Rio de Janeiro. Hummm... Os esquerdopatas griladinhos? Não vi nenhum grilo quando o assassino vagabundo Raúl Castro veio fazer uma visita ao Brasil. Não vi nenhum defensor dos direitos humanos jogar sapatos na cabeça de um dos líderes da ditadura cubana que ainda manda adversários para o paredão. Esses esquerdistas protestam contra a ditadura militar aqui no Brasil e se calam (ou muitas vezes aplaudem) a ditadura lá em Cuba.

Vamos ressuscitar a CPI da Corrupção?

Em 2001, o PT, então na oposição, queria a CPI da Corrupção. Os petralhas, até então senhores da ética na política, queriam investigar as falcatruas do governo Fernando Henrique Cardoso. O governo conseguiu abafar a CPI. Lula e seus cupanheros saíram indignados rumo à Praça dos Três Poderes protestarem contra a operação abafa.

O PT é governo hoje. Muitos aliados que seriam investigados pela CPI proposta em 2001 estão apoiando Lula. Como vivemos num momento em que as falcatruas políticas estão aparecendo a todo momento que tal ressuscitarmos a CPI da Corrupção? Isso mesmo! Tudo quanto é tipo de denúncia seria investigada por esta CPI. O que acham? Relembraríamos tanta coisa. Tantos safados de ontem conseguiram alguma boquinha na festa petralha. Poderíamos investigar tudo e todos. Será que alguém topa? Quem vai assinar a lista?

Eu vi o poeta (de óculos)


O Jornal do Brasil mostra hoje como a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade é vítima da ação dos vândalos. De acordo com a reportagem, seis vezes os óculos do poeta foram roubados.
Ano passado estive no Rio de Janeiro. Caminhando pelo calçadão de Copacabana, admirando aquela beleza natural, vi Drummond sentado naquele banco. Preferi tirar apenas a foto da estátua. Pensei até em tirar uma foto ao lado dela, mas acabei deixando de lado. Estava sozinho, assim como o poeta. A foto acima foi a que tirei observando as belezas de Copacabana e o solitário Drummond sendo alvo da ação dos vândalos.

O MST botando pra quebrar

O MST pedindo a saída do presidente do STF Gilmar Mendes? O que Gilmar Mendes disse é a respeito do MST é mentira? É ilegítimo repassar dinheiro público para entidade que provoca baderna e destrói patrimônio público. Quem será que paga a destruição provocada pelos baderneiros? Não preciso responder, não é mesmo?

PM prende 12 do MST por assaltos em rodovia do Pará

Por Carlos Mendes e Mariangela Gallucci
no Estadão

A polícia de Marabá começou a interrogar ontem 12 agricultores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) presos no sábado, sob a acusação de assalto e porte ilegal de armas. De acordo com informações da polícia, eles estavam roubando motoristas na rodovia PA-150, no município de Eldorado dos Carajás, no sudeste paraense.A área fica nas proximidades da Fazenda Maria Bonita - invadida recentemente pelo MST. Ela pertence à Agropecuária Santa Bárbara, empresa do grupo do banqueiro Daniel Dantas. Em poder dos acusados, que confirmaram pertencer ao MST, policiais rodoviários apreenderam nove espingardas do tipo cartucheira, munição, um binóculo e um revólver calibre 38. De acordo com a polícia, os sem-terra paravam motoristas na estrada e, apontando suas armas, exigiam dinheiro e objetos de valor. Até o começo da noite de ontem, os dirigentes do MST não haviam se manifestado sobre as prisões.Não foram só militantes do MST que invadiram a fazenda do banqueiro. Lá também se encontram grupos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf). Esses dois grupos afirmam que chegaram antes e não gostam da presença dos militantes do MST. Há um permanente clima de tensão entre os três grupos. Leia mais aqui.

Polícia prende 12 do MST por porte ilegal de armas

Na Folha:

Doze trabalhadores ligados ao MST foram presos no final de semana em Eldorado do Carajás (PA), depois de terem sido flagrados carregando armas sem documentação, segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra).José Batista, integrante da CPT e advogado do MST, disse que os homens estavam acampados em fazenda da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, e estavam armados como precaução, caso houvesse confronto. A Secretaria da Segurança Pública disse que os homens, que continuam presos, são suspeitos de praticarem assaltos.

E-mail indica que empreiteira também ajudou PT

Por Fausto Macedo, Marcelo Godoy e Roberto Almeida
no Estadão

Um e-mail interceptado na Operação Castelo de Areia mostra uma doação de R$ 25 mil para o Diretório Regional do PT de São Paulo, feita pela construtora Camargo Corrêa, que despertou a suspeita da Polícia Federal. Somas iguais teriam sido doadas aos comitês financeiros do PTB e do PV paulistas. No dia 4 de novembro de 2008, o executivo Fernando Dias Gomes, da Camargo Corrêa, enviou uma lista de "recibos pendentes" a Luiz Henrique Bezerra, representante da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em Brasília e suposto intermediário das doações da empreiteira para os partidos. Leia mais aqui.

Os Aspones de Lula

Por Tânia Monteiro e Leonencio Nossa
no Estadão

À semelhança do Congresso, o Palácio do Planalto é uma Casa com organograma inchado. Os salários podem não chegar às cifras do Legislativo, mas a Presidência criou no governo Luiz Inácio Lula da Silva uma série de funções para encaixar a militância. Na teia administrativa, há 67 diretores e uma centena de chefes. Só a Casa Civil, pasta comandada pela ministra Dilma Rousseff, conta com sete diretores, mesmo número da multinacional Vale do Rio Doce.O setor que mais ganhou diretores foi o da Comunicação Social, do ministro Franklin Martins. Desde 2003, passou de 2 para 12 diretores, o dobro da Petrobrás. Há diretores de Patrocínios, Normas, Controle, Internet e Eventos, Comunicação da Área de Desenvolvimento, Mídia, Imprensa Internacional, Imprensa Nacional, Imprensa Regional, Produção e Divulgação de Imagens, Apoio Operacional e Administrativo e Comunicação da Área Social. Foram criadas, ainda, mais oito Diretorias de Programa para as pastas de Relações Institucionais e Assuntos Estratégicos. Um diretor geralmente ocupa cargo comissionado com salário de R$ 8.988, o DAS-5, mas há variações, caso seja servidor ou não (ver quadro ao lado).Ao todo, entre cargos de chefia ou postos subalternos, cerca de 1.750 pessoas trabalham na estrutura da Presidência. Os "chefes" estão em todos os departamentos, secretarias e escalões de poder.O gabinete de Lula tem 13 deles, com salários de R$ 6.843,76 a R$ 11.179,36. Trabalham ali também chefes adjuntos de Agenda, Informações em Apoio à Decisão, Gestão e Atendimento, sem contar os tradicionais chefes de Cerimonial e Ajudância de Ordens. O mais poderoso de todos, porém, é Gilberto Carvalho, chefe do gabinete.Já o organograma da Vice-Presidência, mais enxuto, lembra o de uma empresa. O vice José Alencar trabalha com sete chefes, que comandam as assessorias de Comunicação, Administração, Parlamentar, Técnica, Diplomática, Militar, além do Gabinete. Não há correligionários mineiros ou amigos. Leia mais aqui.

Maior corte no Orçamento atinge áreas prioritárias

Por Gustavo Patu e Lucas Ferraz
na Folha

Detalhado ontem, dez dias após seu anúncio pelo governo, o bloqueio de gastos em razão da crise econômica global atingiu áreas apresentadas como prioritárias no Orçamento deste ano, caso de educação, segurança pública e defesa, e provocou o protesto do ministro da Justiça, Tarso Genro.Ao todo, os cortes -ou contingenciamento, no jargão da tecnocracia- atingem de imediato R$ 25,4 bilhões em despesas do Executivo, na quase totalidade, do Legislativo e do Judiciário, mais do que os R$ 21,6 bilhões divulgados de início. A diferença entre os dois valores, segundo o Planejamento, será liberada mais à frente, para setores ainda não escolhidos.Trata-se do maior corte já promovido pelo governo Lula, que desde 2004 não enfrentava a ameaça palpável de frustração das receitas esperadas. Embora pareça pouco diante de um Orçamento com despesas totais na casa dos R$ 600 bilhões, a medida afeta justamente as áreas mais sensíveis politicamente, como obras e programas recém-criados. Leia mais aqui.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Pipoca na panela começa arrebentar...

Como é que é? Indignação seletiva? Epa! Vamos lá! Mais uma reportagem que saiu na Folha online no longínquo ano de 2002:

O candidato ao Senado Orestes Quércia (PMDB) disse hoje durante o debate com os principais candidatos ao cargo considerar superado o episódio de troca de ofensas entre ele o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Quércia havia dito que Lula não tinha "experiência nem para dirigir um carrinho de pipoca. O petista rebate com a frase "pelo menos nunca roubei um carrinho de pipoca".

"Respeito o Lula hoje reúne condições excepcionais para ser presidente da República", afirmou. "A despeito das divergências do passado, dos ataques pessoais, acredito que Lula é o melhor para o país. Considero [o episódio] superado."

As declarações foram feitas durante o ciclo de sabatina da Folha com os candidatos ao Senado por São Paulo.

Nas últimas duas semanas foram sabatinados os candidatos ao governo do Estado e os presidenciáveis.


Quércia é aliado de José Serra?
Quércia é aliado de Lula?
E daí? Tudo é indignação seletiva. Só vale a indignação petralha. Enquanto elles abraçam Renan Canalheiros, José Sarney e Fernando Collor de Melo eu prefiro cantar:

Pipoca na panela começa arrebentar
Pipoca com sal que sede que dá...

Disso eu tenho vergonha

Eis Lula com Jader Barbalho. Antes, uma reportagem da Folha online do dia 08.07.2001:

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem que considera um "equívoco" a extinção da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), transformada, recentemente, em agência pelo governo.

Lula disse que, para resolver os problemas de corrupção no órgão, o correto seria "acabar" com o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).

"Acabar com a Sudam por causa do Jader Barbalho é um equívoco. Acabar com o Jader Barbalho é o correto", afirmou.

Eu sinto nojo de ver Lula ao lado de Jader Barbalho. Será que os petralhas sentiram quando o Apedeuta se aliou com o ladrão da Sudam?

Que isso...

Eu defensor da ética? Que isso... Eu só ataco político vagabundo hehehe.

O perigo do terceiro mandato

Por que será que a pesquisa CNT/Sensus colocou o nome de Lula? Ele não pode disputar o terceiro mandato. Na pesquisa, o Apedeuta é o único que consegue vencer José Serra. Peralá! Em 2011 quero que Lula vá curtir seu exílio em São Bernardo do Campo (vocês acham que ele vai ficar caladinho na sua cobertura olhando a banda passar cantando coisa de amor?). É a tentação do terceiro mandato rondando estêpaiz. Olha o perigo!

Só trabalhem honestamente

O presidente da Câmara Michel Temer (PMDB) saiu hoje em defesa do Congresso Nacional. Ele disse que, no meio de tantas denúncias contra o Poder Legislativo, podem causar retrocessos na democracia.
Que isso, Temer! Aqui eu não defendo o fechamento do Congresso Nacional. Só quero que vossa excelência e seus colegas trabalhem honestamente, que mostrem seus gastos e que punam quem mete a mão no dinheiro público. Só isso! Sem extremismos.

O protesto dos peleguinhos

No Estadão online:

CURITIBA - Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) uniram-se ao protesto organizado pelas entidades sindicais nesta segunda-feira, 30, em Curitiba, para marcar o Dia Internacional de Luta em Defesa dos Empregos. "A luta tem que ser ampliada, pois temos que nos defender contra o inimigo maior que é a burguesia", pediu o líder regional do MST Roberto Baggio. "Este é um ato de unidade." Além do MST, participaram representantes da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), vários sindicatos e estudantes.
No caminho entre a Praça Santos Andrade e a Assembleia Legislativa, onde fizeram protesto contra deputados que rejeitaram uma proposta de emenda constitucional que vinculava incentivos fiscais e financeiros à manutenção de empregos e onde pediram a aprovação do salário mínimo regional de R$ 629, eles pararam em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e do Banco Central. Neste, a parede foi pichada com a inscrição: "Chega de demissões, a crise é do patrão".
Para Baggio, o Banco Central "aplica o dinheiro para preservar interesses dos capitalistas falidos". "Os recursos recolhidos devem ser investidos em benefício do conjunto da população com políticas públicas de saúde, educação, reforma agrária e salários", acentuou. De acordo com o diretor da Força Sindical no Paraná, Nelson de Souza, o objetivo foi chamar a atenção da sociedade sobre a gravidade da crise. Ele acentuou que os efeitos já são sentidos no País, principalmente em demissões. "Nós sabemos que não é uma crise por falta de produção, mas por falta de crédito", destacou. Ele foi um dos que discursaram pedindo a redução imediata dos juros.

Olha os peleguinhos de Lula em ação. Ninguém criticou a declaração do Apedeuta de que não era tempo de pedir reajuste salarial. Se fosse em outros tempos, ou outros governos, a cabeça do presidente já teria sido pedida há muito tempo. Ninguém critica a maneira jocosa como o governo tratou a crise. Ninguém critica a ilusão que Lula passou para o povo. Será que, se Fernando Henrique Cardoso abrisse os cofres para os “movimentos sociais” ele conseguiria algum apoio nas crises econômica que o país enfrentou no seus dois governos? Aqui vai uma dica para o próximo presidente: comprem os “movimentos sociais”. Eles vão fazer tudinho que o chefe mandar.

O efeito da marolinha continua

Sim, sim, sim, a popularidade de Lula continua alta, mas as pesquisas CNI/Ibope e CNT/ Sensus mostram queda nos números. Lula e os petralhas sempre desdenharam a crise econômica e divulgaram para a população a idéia de que o Brasil era uma ilha e que o tsunami americano, quando chegasse ao litoral brasileiro, seria uma marolinha. Olha a marolinha lulista aí! O povo já está sentindo no bolso os efeitos da crise. A festa acabou, o dinheiro está sumindo... Até quando Lula e os petralhas continuarão enganando o povo? Será que Lula vai dizer que a crise não é uma marolinha? É mesmo, Lula nunca reconhece um erro seu. A culpa é do governo anterior.

Delúbio não constrange mais ninguém

Delúbio Soares constrange alguém? Pelo visto ninguém se sente constrangido quando o petralha que armou o mensalão está do seu lado. Vejam a reportagem logo abaixo. José Dirceu não se sente constrangido com o pedido de Delúbio para voltar ao PT.
Aqui em Goiânia, Delúbio Soares anda com desenvoltura. Ele foi um dos que atuaram nos bastidores na campanha de Iris Rezende no ano passado. Ele foi um dos principais articuladores para a união PT-PMDB, união esta que jamais seria imaginada há uns anos atrás em Goiás.
Dirceu diz que Delúbio já foi punido. Foi mesmo? Desde o mensalão que o cara do dinheiro não contabilizado circula pelo meio político tranquilamente, recebendo e dando tapinha nas costas aqui e acolá sem causar nenhum constrangimento.

Dirceu quer Delúbio no PT, sem pena ''medieval''

Por Alexandre Rodrigues
no Estadão

Em posição oposta à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu defendeu no sábado a volta do ex-tesoureiro Delúbio Soares ao PT. Em entrevista ao Estado, ele afirmou que o veto eterno a Delúbio, um dos principais personagens do escândalo do mensalão, seria uma pena "medieval". Para ele, Delúbio já foi punido e sua volta não provocaria constrangimentos à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Isso é uma questão pela qual ele sofreu uma punição. Foi expulso do PT, ficou três anos expulso e está respondendo na Justiça por isso."Delúbio foi desfiliado em 2005, após ter sido acusado pelo deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de operar um esquema de recursos de campanha não declarados. Ele pede a reintegração ao PT para concorrer a deputado federal por Goiás.Dirceu compareceu ao seminário estadual da corrente petista Construindo Um Novo Brasil (CNB), em um clube do Rio. Em discurso, ele defendeu a escolha do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, para substituir o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) na presidência do PT, em outubro. Destacado pelo presidente para ajudar a compor palanques estaduais para Dilma, conforme revelou o Estado na semana passada, Dirceu previu que o desafio de eleger a ministra será ainda maior que o das eleições de 2002 e 2006.
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Juiz De Sanctis avalizou invasão de sala inviolável, diz advogado

Por Marcelo Godoy e Roberto Almeida
no Estadão

A ação da Polícia Federal na sede da Camargo Corrêa reacendeu polêmica acerca da inviolabilidade da advocacia, expressamente garantida por lei sancionada em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Advogados se revelam indignados porque os federais vasculharam o departamento jurídico da empreiteira na quarta-feira, quando a Operação Castelo de Areia foi deflagrada. A blitz foi autorizada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo."O escritório do advogado é inviolável, caso contrário ele não terá mais garantia do sigilo profissional", reagiu o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende os executivos da Camargo Corrêa, alvos da investigação. "Se não for assim, médicos terão seus prontuários devassados e jornalistas terão de revelar suas fontes, o que é inconstitucional", alerta Mariz . "A exceção que a lei prevê é para os casos em que o próprio advogado é investigado. Não era esse o caso da operação (Castelo de Areia)."Quando a PF chegou ao conjunto de salas do departamento jurídico, os advogados da empresa argumentaram sobre a inviolabilidade de seus domínios, amparada nos artigos 6.º e 7.º da Lei 11.767/08. Ante o impasse, a força-tarefa recorreu a De Sanctis, que expediu mandado de busca incluindo o jurídico, "com a finalidade de apreender quaisquer documentos ou outras provas". Leia mais aqui.

Congressistas podem gastar até R$ 33 mil com passagens

Por Ranier Bragon e Andreza Matais
na Folha de São Paulo

Em meio a muito sigilo, desvio de finalidade e suspeita de irregularidade, o Congresso Nacional destina mensalmente aos 594 deputados federais e senadores uma cota para compra de passagens aéreas que, em alguns casos, permite a aquisição todo mês de mais de 30 bilhetes de ida e volta entre Brasília e o Estado de origem.Criada originalmente para permitir ao congressista quatro deslocamentos mensais ao Estado, a cota aérea é paga conforme o Estado do parlamentar e se ele ocupa ou não posto de destaque nas duas Casas. Na atual legislatura, o valor varia de R$ 4.700 a R$ 33 mil.Em 2008, a Câmara desembolsou R$ 80 milhões sob essa rubrica. O Senado, bombardeado nas últimas semanas por denúncias de mau uso dessa e de outras verbas de apoio ao trabalho parlamentar, se recusou a fornecer o dado à Folha.Ao longo da semana passada, a Folha coletou informações nos gabinetes das duas Casas e apurou que a cota é alvo de desvirtuamento, como a distribuição de passagens a eleitores.Na Câmara, a verba fixa varia de R$ 4.700 a R$ 18,7 mil. No Senado, de R$ 13 mil a R$ 25 mil. As duas Casas remuneram os parlamentares do Distrito Federal -que não precisam voar para suas bases. Leia mais aqui.

O Brasil empatou?

Quando estava indo à missa ontem a noite o Brasil tinha acabado de marcar um gol contra o Equador. Minha mãe perguntou o motivo do meu pai e eu não comemorarmos. Falei que só comemoramos os gols do São Paulo.
Vejo hoje que o Brasil empatou com o Equador. Achei o resultado justo. Os equatorianos estavam mais velozes, deixando os brasileiros recuados. Agora a seleção joga contra o Peru (em tempos de politicamente correto, não vamos fazer piadinhas hehehe) em Porto Alegre. Será que Kaká joga? Será que Alexandre Pato vai marcar com a camisa da seleção em sua terra natal? Da seleção de Dunga podemos esperar tudo: desde a Copa América de 2007 até o empate com o Equador passando pelo Afonso que, até hoje, ninguém sabe quem é.

domingo, 29 de março de 2009

A bola de neve

O Popular de hoje traz uma reportagem sobre a dívida da Celg. A estatal goiana está com a corda no pescoço. O governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, não sabe o que faz.
Há muito tempo venho escrevendo aqui que a solução para este caso é a convocação dos quatro últimos governadores de Goiás. Iris Rezende, Maguito Vilela, Marconi Perilo e Alcides Rodrigues. Os quatro podem muito bem explicar para gente como e quando a Celg perdeu o controle das suas finanças.
Mas ninguém quer fazer uma investigação séria sobre a estatal energética de Goiás. A oposição, diga-se PMDB, ocupou o Palácio das Esmeraldas até 1998. A situação, diga-se PSDB, ocupa o palácio até hoje. Aí o nobre leitor pode me dizer que Cidinho é do PP. Pois é, o que seria do PP se não fosse o PSDB?
Nunca me deslumbrei com o silêncio do governador. Li nos jornais daqui que este silêncio era sinônimo de sabedoria, de calma. A cada dia que passa estamos vendo que o silêncio de Cidinho é para não constranger aliados e nem se comprometer com a bola de neve que continua rolando sem parar em direção à Celg. Quanto mais silêncio, mais a bola de neve rola.

Se vira, Lula!

No Estadão:

"Locomotivas têm mais responsabilidades que os vagões." A metáfora foi usada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no encerramento da Cúpula de Governos Progressistas, no balneário chileno Viña del Mar, para atribuir aos países desenvolvidos a culpa pela crise econômica internacional.

Mirando o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden - a quem chamou de "caro" -, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown - ao qual se dirigiu como "meu amigo" -, Lula declarou: "Lamentavelmente, vocês têm mais responsabilidade do que nós, pois sempre as locomotivas têm mais responsabilidades que os vagões."

Em meio aos chefes de governo e intelectuais de centro-esquerda reunidos no Chile, o presidente também criticou os jovens economistas e suas análises sobre as economias dos países em desenvolvimento. "Jovens yuppies de 30 anos viviam dando palpites sobre nossas economias. Houve um seminário em Londres, onde juntaram esses jovens para debater comigo. Eles davam palpites sobre a Bolívia e nem sequer sabiam onde era a Bolívia", alfinetou.
Leia mais aqui.

Lula continua com suas metáforas bestas. Continua mostrando que a crise financeira não tem nada a ver com o Brasil. Aí, para ficar bonito na foto, para sair de bem com os “progressistas”, Lula acusa os países ricos. Ele critica os jovens economistas que dão palpites sobre a economia mundial. Hummm... Lula não gosta de palpiteiro. O que ele gosta mesmo é de puxa-saco.
Se vira, Lula! Toma cuidado com a crise porque ela já está fazendo cair sua popularidade. Ah, é mesmo! A culpa é do homi brancu de zóiazul. Racismo de Lula? Que nada! Só mais um ponto do Apedeuta com os “progressistas”.

A festa dos baderneiros continua

Na Folha:

Sem placa na porta, uma sala no centro comercial de Brasília abriga, desde 2006, a discreta sede do Itac (Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo). Criado após os principais braços jurídicos do MST tornarem-se alvo de investigações por desvio de recursos, o instituto conquistou, no ano seguinte, a liderança na captação de verbas federais entre entidades que prestam serviços a sem-terra e assentados, ao receber mais de R$ 4 milhões.
Ao lado de outras 42 entidades que receberam dinheiro em parcerias com o governo, o Itac é comandado por pessoas vinculadas ao movimento dos sem-terra. Seus dirigentes -Paulo Ueti e Gustavo Moura- aparecem como representantes oficiais do MST no "Diário Oficial" da União. O rastreamento dos vínculos, feito pela ONG Contas Abertas e pela Folha, mostra que o repasse de verbas a entidades ligadas ao movimento desde 2003 se aproxima dos R$ 152 milhões.
O valor é mais de três vezes maior que os números conhecidos até aqui das transferências feitas a quatro entidades associadas aos sem-terra -e dos quais o TCU (Tribunal de Contas da União) busca reaver R$ 22 milhões supostamente desviados em uma década.
Leia mais aqui.

Vejam que a festa dos baderneiros continua. Festa esta custeada com dinheiro público. E o desgoverno Lula continua apoiando essa gente. Essa gente que invade terra alheia e ainda recebe as bênçãos (e o dinheiro) do Palácio do Planalto.

PF também investigou OAS e monitorou presidente do Bradesco

No Estadão:

No rastro do doleiro Kurt Paul Pickel, apontado como articulador de suposto esquema de fraudes em licitações, obras públicas superfaturadas e evasão de divisas, a Polícia Federal investigou, além da Camargo Corrêa, uma segunda empreiteira, a OAS. A PF monitorou ainda contatos do doleiro com Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de Administração do Bradesco.Durante dois meses, houve escuta telefônica em seis linhas de um funcionário da empreiteira. O setor de inteligência da PF usou até um informante infiltrado na OAS em busca de indícios de lavagem de dinheiro. Além de interceptar telefonemas entre Lázaro Brandão e Pickel, a PF seguiu um motorista do banqueiro até a casa do doleiro, preso por ordem judicial na última quarta-feira.As investigações fizeram parte da Operação Castelo de Areia, desencadeada em 10 de janeiro de 2008, cujo alvo principal era Kurt Pickel. O monitoramento identificou os passos do doleiro. Em 25 de setembro de 2008, ele foi fotografado pelos agentes entrando na sede da Camargo Corrêa, em São Paulo.Na quarta-feira, a empreiteira teve quatro de seus diretores presos sob suspeita de envolvimento em remessas ilegais para paraísos fiscais e lavagem de recursos ilícitos. Após recurso à Justiça, os executivos e o doleiro foram libertados ontem.Relatório de inteligência da PF mostra que, numa etapa da Castelo de Areia, um dos alvos da investigação foi a OAS, que teve faturamento de R$ 1 bilhão em 2008. O alvo dos federais era Joilson Santos Goes, identificado como funcionário da empreiteira. Leia mais aqui.

Desembargadora solta presos pela PF e contesta De Sanctis

Na Folha:

A Justiça Federal decidiu ontem à tarde libertar os dez presos pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia, deflagrada na última quarta-feira, em São Paulo, e que teve a construtura Camargo Corrêa como principal alvo.Foram beneficiados pelos habeas corpus concedidos pela desembargadora Cecilia Mello, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, os diretores da Camargo Corrêa Pietro Francesco Giavina Bianchi, Fernando Dias Gomes, Dárcio Brunato e Raggi Badra Neto, as secretárias da empreiteira Darcy Flores Alvarenga e Marisa Berti Iaquinto, e os supostos doleiros José Diney Matos, Jadair Fernandes de Almeida, Kurt Paul Pickel e Maristela Sum Doherty.A desembargadora concedeu habeas corpus diferentes para as sete pessoas que foram presas temporariamente (com prazo determinado) e preventivamente. Em uma das decisões, ela afirma que as palavras e expressões utilizadas para justificar a "custódia cautelar" revelam "meras conjecturas":"Observo que as palavras mais referidas no despacho impugnado [decisão de De Sanctis] revelam meras conjecturas. A título exemplificativo são elas: "teriam sido; supostas; poderia estar havendo, poderia, suposto, eventual'", escreveu. Leia mais aqui.