sábado, 22 de novembro de 2008

Vereadores desistem de indicar administradores

Por Larissa Bittar
no Diário da Manhã

A falta de autonomia financeira para as futuras administrações regionais fez com que os vereadores perdessem interesse de indicar os administradores. “Depois que foi apresentada a reforma e percebeu-se que o administrador regional seria apenas um gestor, caiu o interesse. Sem autonomia e verba própria, administrar uma regional trará mais desgaste do que favorecimento”, afirma um vereador que não quis se identificar. “Depois que chegou a notícia de que em Curitiba, dentre os administradores regionais que lançaram candidatura, apenas um se elegeu vereador, o desânimo foi total. Constatou-se que as administrações não proporcionam vitrine política”, completa.Com isso, as indicações devem mesmo ser feitas pelo prefeito Iris Rezende (PMDB). O modelo de Curitiba foi escolhido pela Prefeitura de Goiânia como referência. Apesar de mencionar no projeto apresentado à Câmara que a intenção é descentralizar e desconcentrar a administração pública, Iris optou por não conferir independência às regionais, que serão subordinadas à Secretaria de Governo (Segov). Caso a escolha do prefeito tivesse sido outra, as administrações regionais certamente seriam alvo de desejo. “Existia imensa preocupação entre os vereadores em ocupar as regionais, mas depois da informação de que não haverá a estrutura e autonomia que imaginávamos, houve descontentamento”, relata outro vereador. Ocupar a regional Centro com autonomia financeira, por exemplo, significaria ter nas mãos o controle de área de 37,46 km, com 282.559 habitantes, eleitores em potencial. Diante da realidade menos atrativa apresentada, não deve haver obstáculos às indicações do prefeito. “Esta indicação de cargo é da prefeitura, vereador que quiser isso é por mesquinharia, são os mais ambiciosos. Não temos que meter a colher, temos que fiscalizar”, avalia Robson Alves (PSDB).O também tucano Geovani Antônio declarou que as indicações do prefeito devem passar por critérios técnicos e não políticos, de modo a não impulsionar candidaturas. Disse ainda que vai apresentar emenda quanto às atribuições das administrações. “Vou contestar. O projeto apresenta a criação das regionais, mas diz que as atribuições de cada uma serão regulamentadas por decreto. A emenda vai estipular que passem por votação da Câmara, dentro da lei.”
Emendas
Segundo o vereador Josué Gouveia (PTC), muitas emendas deverão ser apresentadas à reforma, mas nenhuma que altere o projeto significativamente. Este é o discurso dos vereadores da base. “Falei com Elias Vaz (PSol) para evitar emendar, senão vira colcha de retalhos, atrasa e muda a eficiência”, declara Santana Gomes (PMDB). Juarez Lopes (PTN) disse que vai apresentar emenda contra a extinção da Câmara Técnica de Regularização Fundiária, pertencente à Secretaria de Planejamento (Seplan). Também pretende apresentar cláusula pedindo a manutenção do Cidadão 2000. “Mas evitar a extinção não dá. Se o Iris quiser exterminar, basta não renovar o convênio”. Virmondes Cruvinel (PSDC) apresentará emenda estipulando que cada regional ofereça curso de capacitação profissional e convênio com Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) para ofertas de estágio. A extinção da Compav deve ser contestada por Elias. A emenda deve reivindicar a manutenção das gratificações salariais dos funcionários da Companhia. Mas Bruno Peixoto (PMDB) anunciou que toda emenda apresentada pela Comissão de Constituição e Justiça será retirada pela Comissão de Trabalho, composta por Bruno, Djalma Araújo (PMDB), Izídio Alves (PMDB) e Amarildo Pereira (PRP) da situação e Geovani Antônio, Juarez Lopes (PTN) e Robson Alves, oposição . “Somos maioria na Comissão de Trabalho. Sete contra quatro. Qualquer emenda feita pela CCJ não será acatada.”Robson, presidente da Comissão de Trabalho, alerta Bruno a não alimentar a segurança. “Em votação na Câmara já vi de tudo acontecer. O que mais tem é gente da situação votando contra o prefeito. Pode dar empate e o voto de minerva é meu”. Quanto à disposição a barrar ou acatar emendas, garante: “Até hoje não tive acesso ao projeto. Não sei nem quantas regionais serão. Elias não me passou nem a cópia. Membros da CCJ estão temerosos com perda de cargos. Depois que chegar em minhas mãos, vou trabalhar com responsabilidade, não trabalho sobre pressão.”

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