sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sobre as fitas

Vamos falar sobre as fitas. Os Beatles começaram a usar as fitas de suas gravações e tocá-las de trás para frente. Saía uma voz meio esquisita, a guitarra tinha um som estranho. Esquisito? Estranho? Que nada! Tudo aquilo era inovador. E eles usaram aquelas fitas de trás para frente e encaixaram em várias músicas.

Alguns beatlemaníacos chamam esta fase de “psicodélica”. É a fase que vai do álbum Revolver até o Magical Mystery Tour passando por Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Foi uma fase de muitos experimentos com as fitas utilizadas pelos Beatles nos estúdios. Para a época, ouvir guitarras tocadas de trás para frente, vozes estranhas surgindo no final da música era algo louco, ou melhor, mágico, quero dizer, psicodélico.

Os Beatles estavam evoluindo musicalmente. John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Sttar estavam cansados das gritarias das meninas nos seus shows. Não somente as fitas tocadas de trás para frente animaram o grupo, mas o toque doce da cítara encantou George Harrison que logo usou o instrumento indiano numa das poucas músicas suas que Lennon e McCartney permitiam espaço. Até Ringo Sttar melhorou sua bateria. Ouçam Tomorrow Never Knows do álbum Revolver de 1966 que saberão o que eu estou dizendo. Uma leve cítara na introdução, uma bateria impecável, um baixo magnífico, a voz na segunda estrofe da música como se estivesse saindo de uma caverna e o final com mais algumas fitas tocadas de trás para frente.

Tenho que ir agora, mas quando voltar, falarei mais sobre as fitas.

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