no Estado de São Paulo
Técnicos da Unicamp contratados pela CPI dos Grampos vão fazer perícia nos equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para verificar se os aparelhos podem ou não fazer interceptações telefônicas. A informação é do presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que vai determinar a perícia com base nos dados que serão apresentados hoje pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.Jobim - que ontem participou de debate sobre a criação do Conselho de Defesa da União das Nações Sul-Americanas, em Montevidéu - vai depor na CPI e deverá pedir que pelo menos uma parte da sessão seja fechada para mostrar aos parlamentares documentos secretos que comprovariam que as maletas da Abin podem fazer escutas telefônicas."Acho a denúncia feita pelo ministro Jobim muito grave e espero que ele traga documentos para a CPI. Com base nesses documentos, quero mandar fazer uma perícia nos equipamentos da Abin", afirmou ontem Itagiba. Mas a perspectiva de o ministro pedir para que a audiência da CPI seja reservada enfrenta resistências junto aos integrantes da comissão. Os deputados só aceitam a sessão secreta caso Jobim apresente documentos e fatos reveladores."Esperamos que o ministro traga os documentos que falam das compras em comum de equipamentos do Exército e da Abin. Também queremos o laudo da perícia feita pelo Exército nos equipamentos da Abin", argumentou o relator da CPI dos Grampos, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). "A sessão só precisa ser secreta se ele apresentar algum documento de Estado", disse o deputado Wanderlei Macris (PSDB-SP)."Se ele solicitar a sessão reservada não vejo inconveniente", disse Itagiba. Até o início da noite de ontem o deputado não havia recebido pedido oficial para que a sessão seja secreta. Convocado há duas semanas para depor na CPI dos Grampos, Jobim vai hoje à comissão de inquérito depois da denúncia de que os serviços secretos das Forças Armadas ajudaram a Polícia Federal na investigação que resultou na Operação Satiagraha. Jobim foi convocado para depor após afirmar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Abin dispõe de equipamento capaz de fazer interceptação telefônica. A agência é proibida de fazer grampos.
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