segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Procurador diz que é absurdo anular provas contra Dantas

Por Lilia Christofolette
na Folha de São Paulo

O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso Satiagraha, afirmou que é absurdo falar em nulidade de provas no inquérito que apura supostos crimes financeiros praticados pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity."Toda a investigação teve autorização da Justiça Federal. Nenhuma prova foi colhida de forma irregular", disse De Grandis, para quem o foco da discussão deveria ser o conteúdo da investigação, não os investigadores.O delegado que chefiava o caso, Protógenes Queiroz, foi afastado pela cúpula da PF. E o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estuda uma representação contra o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, que autorizou as escutas telefônicas e decretou duas prisões de Dantas -ambas anuladas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.Na última quarta-feira, um diretor da Abin (Agência Brasileira de Informação) disse, na CPI dos Grampos que 52 agentes participaram da Satiagraha, comandada pela PF. Para advogados ouvidos pela Folha na sexta-feira, tal participação provocaria a nulidade das provas obtidas por eles."Não tem nenhum sentido falar em nulidade das provas, é um absurdo. Todo o trabalho de investigação da PF foi feito com autorização da Justiça. É claro que isso é estratégia de defesa", disse De Grandis.Na investigação, a PF reuniu escutas telefônicas, interceptações de e-mails e documentos. Dantas é investigado por evasão de divisas e crime financeiro.Na semana passada, após alerta da Coaf, órgão de inteligência ligado ao Ministério da Fazenda, a Justiça Federal bloqueou um fundo de investimento em ações de R$ 535 milhões de Dantas. A Procuradoria quer saber a origem do dinheiro e se houve lavagem de dinheiro.

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