na Folha de São Paulo
O FMI (Fundo Monetário Internacional) vê o sistema financeiro global "à beira do derretimento" e afirma que os mercados podem desabar mais 20% nos próximos dias.Já o governo dos Estados Unidos está cogitando propor ao Congresso -que está em recesso- um novo pacote bilionário para estimular o consumo no país.O colapso no sistema financeiro de crédito nos EUA está derrubando rapidamente as vendas no comércio, aumentando o risco de forte recessão."A preocupação com a solvência de um grande número de instituições nos EUA e na Europa empurrou o sistema financeiro global para a beira de um derretimento sistêmico", afirmou ontem Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, na reunião anual do órgão, em Washington.Pela manhã, o presidente norte-americano, George W. Bush, reuniu-se com os ministros das Finanças do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá e Itália) na Casa Branca e pediu urgência na aplicação das cinco medidas aprovadas pelos países na sexta-feira para combater a crise financeira."Precisamos trabalhar de maneira rápida, coordenada e em colaboração. Nenhum país vai ganhar nada ao prejudicar a sorte de outro. Estamos nisso juntos e vamos sair disso juntos", disse Bush em rápido pronunciamento na Casa Branca.Entre as ações acordadas pelo G7, a principal é a compra pelo Estado de pedaços de bancos em dificuldades e de títulos dessas instituições, visando sua capitalização e a reativação do mercado de crédito a empresas e consumidores.Na semana passada, os mercados acionários mundiais perderam, em média, 20% (mais de US$ 6 trilhões). Isso fez aumentar rapidamente o risco e o temor de uma forte recessão em nível global.O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, estimou em 50% as chances de o mundo entrar em recessão."No pior cenário, os governos ainda vão precisar de algumas semanas para corrigir as medidas que estão sendo tomadas, e os mercados podem cair outros 20% antes de se recuperarem", disse Blanchard.O governo Bush também cogita pedir o fim do atual recesso aos congressistas para aprovar um pacote superior a US$ 150 bilhões para estimular diretamente o consumo, especialmente em pequenas cidades, onde a situação fiscal dos governos municipais está se deteriorando rapidamente.
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