no Jornal do Brasil
Na última sexta-feira, os controles da Polícia Federal apontavam um total de 14,5 toneladas de cocaína apreendidas e a projeção de que este ano o volume confiscado pode ultrapassar a barreira das 18 toneladas. Será um recorde histórico num país onde o tráfico e o consumo estão em alta, segundo estatísticas do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC).
O que mais preocupa as autoridades é a constatação de que esses dados reforçam o papel do Brasil como rota internacional da cocaína e a presença cada vez mais constante das Forças Armadas Colombianas (Farc) na cadeia da droga e o uso do país para lavagem de dinheiro e tráfico de armas à guerrilha.
– As Farc fazem troca de cocaína por armas no Suriname e em parte do território do Amapá – afirma o chefe do escritório da UNODC no Brasil, Giovanni Quaglia.
O que mais preocupa as autoridades é a constatação de que esses dados reforçam o papel do Brasil como rota internacional da cocaína e a presença cada vez mais constante das Forças Armadas Colombianas (Farc) na cadeia da droga e o uso do país para lavagem de dinheiro e tráfico de armas à guerrilha.
– As Farc fazem troca de cocaína por armas no Suriname e em parte do território do Amapá – afirma o chefe do escritório da UNODC no Brasil, Giovanni Quaglia.
Repressão
Pelo país passariam cerca de 20% da cocaína colombiana cultivada, processada e transportada pelos traficantes, sob a proteção cada vez mais intensa das Farc. Apertada pela repressão imposta pelo governo colombiano, a guerrilha de 44 anos perde força política e seus quadros mergulham abertamente nas atividades criminosas.
As duas alternativas mais próximas de escoamento para Estados Unidos e Europa pela chamada Rota Sul, segundo Quaglia, são o Brasil e a Venezuela. O último relatório do escritório da ONU, divulgado em junho deste ano, aponta que 60% da cocaína apreendida na Guiné Bissau e que se destinava à Europa pela rota africana, passaram pelo Brasil, enquanto os 40% restantes tinham como origem a Colômbia, que responde por 65% do consumo mundial. Peru, e Bolívia – que se firmou como principal fornecedora da cocaína consumida no Brasil – são responsáveis, respectivamente, por 25% e 10% do mercado internacional.
Pureza
Os dados da ONU apontam que a intensificação do papel das Farc no esquema de proteção dos traficantes tem produzido duas mudanças no perfil desse mercado: a cocaína cultivada na Colômbia está melhorando significativamente seu teor de pureza tornando-se, portanto, mais cara e mais procurada, e o comércio deixou de ser monopólio dos antigos cartéis – Medelin e Cáli eram as referências – para ser distribuído em grupos de menor porte, mas com capacidade comercializar volumes cada vez maiores de cocaína em termos estatísticos. Os estudos apontam para negócios que giram, em média, sobre meia tonelada da droga.
– Não há mais grandes carregamentos. O que se observa é uma tendência a diminuir o volume comercializado – diz Quaglia.
Segundo ele, o objetivo das quadrilhas é tentar driblar os controles para ganhar no atacado. Em troca da proteção, as Farc usam as mesmas rotas e o apoio das quadrilhas para receber armas contrabandeadas dos Estados Unidos, Isarael e Europa.
Com um mercado em expansão, a cocaína movimenta fabulosas somas de recursos. Os dados da ONU apontam que o mundo gasta anualmente com a droga algo em torno de R$ 80 bilhões e, destes, pelo menos R$ 4 bilhões ou cerca de 5% equivalem ao que é movimentado no Brasil. É quase a metade do que o governo gastou em 2007 com o Bolsa Família para melhorar a vida de 11,1 milhões de famílias pobres.
A Polícia Federal não gosta de falar em cifras, é avessa ao verniz político com que os partidos de esquerda pintam as Farc e trata os colombianos apanhados em território nacional – sejam guerrilheiros ou "mulas" – como criminosos comuns. Mas as autoridades sabem a guerrilha vem assumindo um papel cada vez mais forte no cultivo, transformação e tráfico porque a cocaína é um grande negócio.
– Os traficantes que perdem três a quatro toneladas e conseguem passar uma ainda estão no lucro – diz o delegado Paulo de Tarso Gomes, chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes da PF.
Os dados da polícia apontam que o volume de cocaína apreendida representa entre 30% a 40% da droga que efetivamente passa pelo Brasil rumo ao mercado internacional. Isso equivale a dizer que todos os anos 80 toneladas da cocaína passam pelo país, uma verdadeira montanha de ouro branco: comprada na Colômbia, a tonelada custa US$ 25 milhões, mas se multiplica para R$ 60 milhões quando chega ao mercado europeu.
– Não há mais grandes carregamentos. O que se observa é uma tendência a diminuir o volume comercializado – diz Quaglia.
Segundo ele, o objetivo das quadrilhas é tentar driblar os controles para ganhar no atacado. Em troca da proteção, as Farc usam as mesmas rotas e o apoio das quadrilhas para receber armas contrabandeadas dos Estados Unidos, Isarael e Europa.
Com um mercado em expansão, a cocaína movimenta fabulosas somas de recursos. Os dados da ONU apontam que o mundo gasta anualmente com a droga algo em torno de R$ 80 bilhões e, destes, pelo menos R$ 4 bilhões ou cerca de 5% equivalem ao que é movimentado no Brasil. É quase a metade do que o governo gastou em 2007 com o Bolsa Família para melhorar a vida de 11,1 milhões de famílias pobres.
A Polícia Federal não gosta de falar em cifras, é avessa ao verniz político com que os partidos de esquerda pintam as Farc e trata os colombianos apanhados em território nacional – sejam guerrilheiros ou "mulas" – como criminosos comuns. Mas as autoridades sabem a guerrilha vem assumindo um papel cada vez mais forte no cultivo, transformação e tráfico porque a cocaína é um grande negócio.
– Os traficantes que perdem três a quatro toneladas e conseguem passar uma ainda estão no lucro – diz o delegado Paulo de Tarso Gomes, chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes da PF.
Os dados da polícia apontam que o volume de cocaína apreendida representa entre 30% a 40% da droga que efetivamente passa pelo Brasil rumo ao mercado internacional. Isso equivale a dizer que todos os anos 80 toneladas da cocaína passam pelo país, uma verdadeira montanha de ouro branco: comprada na Colômbia, a tonelada custa US$ 25 milhões, mas se multiplica para R$ 60 milhões quando chega ao mercado europeu.
Lei do abate
Apesar dos altos volumes confiscados, o delegado Paulo Tarso Gomes diz que a lei de abate de aeronaves que servem às quadrilhas tem inibido o tradicional tráfico aéreo pela Região Norte do país. O aumento das apreensões, segundo ele, deve-se à uma arrojada política de cooperação implementada pela Polícia Federal com os países alvos do tráfico internacional.
– O Brasil é visto como uma economia sólida no continente e pode tornar-se alvo das quadrilhas mexicanas e colombianas na lavagem do dinheiro do tráfico – afirma o chefe do escritório da ONU no Brasil.. – O que nos preocupa é que a cocaína, sempre ao lado do tráfico de armas e da corrupção, debilita o sistema social como um todo.
O relatório da UNODC divulgado este ano aponta que o consumo de cocaína no Brasil saltou de 0.4% da população em 2001 para 0.7% em 2005.
– O último levantamento aponta que cerca de 870 mil brasileiros são usuários de cocaína – acrescenta Giovanni Quaglia.
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