sábado, 18 de outubro de 2008

Paulinho usou ''cortina de fumaça'' para se livrar, diz Serra

No Estado de São Paulo

O governador José Serra (PSDB) afirmou ontem que o envolvimento do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, nas manifestações da polícia é uma forma de criar "uma cortina de fumaça" para desviar o foco dos problemas que o envolvem."O evento de ontem foi programado por um desses líderes que é o Paulinho, da Força Sindical, que tem um processo de cassação em andamento. Provavelmente ele quer pôr uma cortina de fumaça em cima disso. Basta ver o discurso do pronunciamento no Masp feito no final da semana passada. Tudo que aconteceu ontem (anteontem) já estava previsto e assinalado", disse Serra.O governador, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e quase toda a cúpula do PSDB paulista - menos o candidato derrotado Geraldo Alckmin - estiveram ontem reunidos com o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), para uma homenagem à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que morreu em junho. Ela deu o nome ao Centro Cultural da Juventude, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte."A greve continua porque decidiram que as propostas não são satisfatórias. E pedem coisas que são inexeqüíveis. De um lado, o presidente da associação já pediu a demissão de secretários e do delegado-geral da polícia, dando uma conotação política a esse assunto. Do outros são reivindicações que custam R$ 4 bilhões. Não existe esse dinheiro", garantiu Serra.Paulinho rebateu as críticas e disse que é o governador quem tenta criar cortina de fumaça. "Cada dia fica mais claro que armação contra mim pode ter vindo do Serra e da turma dele. E faz cortina de fumaça, porque a responsabilidade é dele. São 14 anos sem dar aumento. A polícia tenta negociar desde janeiro e, quando tem conflito, em vez de assumir como responsável ele fica criando factóide para não verem que ele é incompetente", acusou. As afirmações de Serra também provocaram protestos até daqueles acostumados a ficar de fora dos embates mais acalorados. Ontem, o candidato a vice na chapa da petista Marta Suplicy, Aldo Rebelo (PC do B), disse ainda considerar o governador "um democrata", mas destacou que o discurso neste episódio se assemelhou ao feito pela ditadura militar. "O governador Serra perdeu o rumo. Ele fez o mesmo discurso de que foi vítima quando era líder estudantil", disse Aldo, acrescentando que foi ele quem demonstrou ter "interesses eleitoreiros". Serra rebateu: "Ele perdeu uma ótima oportunidade de não dizer uma besteira."

Nenhum comentário: