quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Justiça veta publicidade do PT sobre a vida pessoal de Kassab

Na Folha de São Paulo

A Justiça Eleitoral acolheu pedido da campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para proibir a candidata Marta Suplicy (PT) de veicular propagandas que tratam da vida pessoal, segundo a sentença, com "questionamentos vagos, fugindo do direito de crítica político-administrativa".Kassab ganhou um minuto de direito de resposta no rádio. A propaganda já estava fora do ar ontem. Já Marta fez representação dizendo que Kassab colocou ofensas pessoais contra ela em seu site. A campanha do DEM diz que os comentários eram de internautas e que foram retirados do ar.Ainda ontem, a Justiça determinou busca e apreensão em comitês eleitorais do PT para recolher panfletos da campanha petista que dizem que "Kassab e seus aliados querem derrubar o presidente da República, espalham ódio contra o seu governo", além de dizer que a atual gestão reduziu o "pré-natal da gestante negra".A tiragem do panfleto é de 500 mil e cerca de 25% já foram distribuídos, segundo a Folha apurou. Em nota, a coordenação de campanha de Marta afirmou que "Kassab não desmente quaisquer dos fatos mencionados, mas se desespera contra um jornal que leva essas verdades ao eleitor".Marta disse ontem que os dados sobre as gestantes são índices. "Não vejo por que processar criminalmente alguém por ter dito índices, índices que estão lá publicados pela própria Secretaria de Saúde."Sobre a afirmação de que Kassab quer "derrubar" Lula, disse: "Deus me livre, não sabia disso, não". Segundo os advogados de Kassab, a propaganda é "mentirosa" e "criminosa", "na medida em que atribui uma política pública racista".Na decisão sobre a propaganda eleitoral gratuita, a Justiça mandou retirar do ar a peça em que o locutor indaga se o candidato Kassab já teve problemas com a Justiça, se melhorou de vida depois da política e se é casado e tem filhos. A campanha do PT diz ter pesquisa mostrando que a propaganda deu resultado na periferia.Segundo a sentença "os questionamentos feitos na propaganda, de modo subliminar, trazem no seu âmago a indagação proposital e depreciativa que, indiscutivelmente, ofende a honra subjetiva do candidato por levantar a suspeita quanto ao seu caráter e sua conduta".

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