quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Morte de Bhutto gera protestos; forças de segurança entram em alerta

Da Folha online

O assassinato da ex-premiê e líder opositora do Paquistão, Benazir Bhutto, ocorrido nesta quinta-feira, em Rawalpindi, deu início a uma série de protestos violentos por todo o país, por parte de seus simpatizantes. As forças de segurança estão em alerta.
O ditador Pervez Musharraf, principal adversário de Bhutto nas eleições parlamentares marcadas para janeiro próximo, atribuiu o ataque a terroristas. Em pronunciamento pela televisão, ele pediu calma à população.
Relatos ainda preliminares indicam que um terrorista se aproximou de Bhutto, atirou contra a nuca dela e, em seguida, explodiu as bombas que carregava consigo. Ao menos outras 20 pessoas morreram no atentado. Bhutto foi socorrida, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Os simpatizantes de Bhutto que esperavam notícias do lado de fora do hospital reagiram quebrando a porta de vidro da entrada principal do pronto-socorro e apedrejando carros, quando souberam da morte dela. Parte dos manifestantes gritava "Musharraf assassino".
O policiamento foi reforçado em todas as localidades, principalmente na província de Sindh, considerada reduto de Bhutto. Diversas rodovias da região foram bloqueadas por barricadas de pneus em chamas e são patrulhadas pela polícia, que tenta evitar a ida dos manifestantes à província vizinha de Punjab.
Manifestações com milhares de pessoas ocorrem também em Karachi. Lá, de acordo com testemunhas, ao menos três bancos, um escritório do governo e uma agência dos correios foram incendiados, e o comércio foi fechado. Na cidade de Hyderabad, centro de Sindh, ao menos 20 carros foram incendiados. Houve protestos também em Rawalpindi, onde lojas e postos de combustíveis foram fechados, por medo de ataques.
Em Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, manifestantes também bloquearam rodovias e gritaram palavras de ordem contra Musharraf.
Houve perturbações ainda na cidade de Multan e de Lahore, onde integrantes do PPP (Partido do Povo do Paquistão), de Bhutto, queimaram três ônibus.
Em Jacobabad, reduto do primeiro-ministro interino do Paquistão, Mohammedmian Soomro, que fica ao sul do país, um tribunal e outro prédio oficial foram incendiados. Lojas, algumas pertencentes a Soomro, também foram queimadas.

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