sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Algumas lembranças

O que a oposição fazia quando o Brasil enfrentava a crise econômica de 1999:

No Jornal do Brasil do dia 18 de janeiro de 1999:

Com os destinos do país ainda incertos, por causa do agravamento da crise econômica ocorrido na semana passada, os sete governadores de oposição reúnem-se hoje na capital mineira para tentar traçar novos rumos para a política econômica brasileira. "Não será uma reunião como estava programada, porque o momento é outro, a situação do país é outra", anunciou o organizador do encontro, o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, na última sexta-feira. A reunião, que a princípio se restringiria a buscar soluções para a renegociação das dívidas estaduais e a determinar propostas para a reforma tributária, ganhou contornos mais amplos com o agravamento da crise. "A mudança do câmbio não foi mudança da política econômica, foi uma desvalorização selvagem. Nossa responsabilidade é de dizer qual é o rumo que queremos para o Brasil. Precisamos retomar o projeto de desenvolvimento nacional, resgatar a poupança e o mercado interno, criar empregos, discutir o novo papel do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e estabelecer novo pacto federativo", disparou Dirceu, depois do encontro que teve no final da semana com o governador mineiro, Itamar Franco (PMDB), que será o anfitrião do encontro. "O Plano Real acabou. Está aberta a temporada de idéias econômicas", garante o líder da oposição na Câmara, deputado Marcelo Deda (PT), definindo bem a grande oferta de propostas que serão postas na mesa de discussão. Cada governador defenderá sua posição sobre o relacionamento com a União e as soluções para a crise, e receberá ainda as propostas dos representantes dos prefeitos de todo o país, dos partidos políticos e dos sindicatos. Os prefeitos querem incluir nos debates a questão das dívidas municipais, colocando seus débitos com o governo federal na proposta de renegociação das dívidas. Os partidos de esquerda querem garantir uma renegociação que não comprometa mais dos que 6% das receitas estaduais no pagamento das dívidas e um novo tipo de relação com a União que não condicione os recursos à adesão dos governadores às políticas federais, como a privatização. O PPS e o PV já prepararam um documento com soluções temporárias - como uma sobretaxa de viagens ao exterior e restrições às importações - para serem adotadas nesse período de crise. Durante toda a programação oficial, sindicalistas estarão realizando manifestações na região central de Belo Horizonte e nas proximidades do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro. A CUT pretende reunir 2 mil pessoas no centro da cidade, de onde os manifestantes sairão às 17h para uma caminhada até o Palácio. Lá, será entregue aos governadores um documento com as propostas dos sindicatos e as manifestações de apoio à reunião. Já confirmaram presença na reunião de hoje os governadores do Rio, Anthony Garotinho, do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, do Acre, Jorge Ney Vianna, de Alagoas, Ronaldo Lessa, do Amapá, João Alberto Rodrigues, e do Mato Grosso do Sul, Orcírio Miranda. Também estarão na capital mineira os presidentes nacionais do PT, José Dirceu, e do PDT, Leonel Brizola, os senadores Eduardo Suplicy (PT), José Alencar (PMDB), Emília Fernandes (PTB) e Arlindo Porto (PTB). Os governadores começam a chegar no Aeroporto da Pampulha ao meio-dia. No Palácio da Liberdade, eles farão duas reuniões: a primeira, marcada para as 14h, com os presidentes de partidos, senadores e deputados presentes; a segunda, agendada para as 15h, que contará com a presença também dos secretários estaduais e dos prefeitos de seis capitais e de seis cidades-pólo de Minas. No final da tarde, está prevista uma coletiva de todos os governadores com a imprensa. Mais de 150 profissionais estão credenciados para cobrir o evento.

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