sábado, 25 de outubro de 2008

Tempos modernos?

Cheguei agora do Goiânia Shopping. Fui procurar o terceiro filme da série Rocky. Assisti uma parte quando o Telecine mostrou todos os filmes. Mesmo vendo 90% do filme (da parte de Apollo Creed se oferece para treinar Rocky até o final) percebi que é o melhor da série. Não achei. Só vendiam o box inteiro, com todos os filmes. Já tenho os dois primeiros. Queria o terceiro e depois o Rocky Balboa. O quarto e o quinto filmes da série são decepcionantes. O quinto é lamentável.
Mas, chegando do shopping, com mais dois livros nas mãos (comprei uma biografia de Rubem Braga e uma antologia dos textos do Pasquim), encontro meu pai e minha mãe assistindo ao programa Super Nanny. Fiz pedagogia. Tem horas que eu m pergunto: para que pedagogo se existe a Super Nanny? Os pais chamam a senhorita para dar uns conselhos aos filhos mal educados. E tudo isso filmado e transmitido para todo Brasil. Eu não me exporia a isso. Eu não exporia meus filhos para que milhares ou milhões (não sei como anda o índice de audiência do SBT) de pessoas. Não exporia meus problemas pessoais.
Vendo um trecho do programa vi uns filhos chorando, pais descontrolados. Lembrei da minha infância. Naquela época não existia Super Nanny ou se existisse passava só nos Estados Unidos. Apanhei dos meus pais diversas vezes. Ou pelas notas baixas, ou por alguma travessura. Mas sempre encontrava nos dois o abrigo, o calor humano, a companhia querida. Apanhava, chorava, mas não ficava com raiva dos dois. Ficava com vergonha pelo que eu fiz de errado.
Hoje, não me canso de agradecer aos meus pais pelos tapas que me deram, pelos conselhos que me passaram e, acima de tudo, pelo abrigo que nunca se fechou, mesmo com minhas notas baixas e minhas travessuras. Será que os tempos modernos apresentam Super Nanny como conselheira? Eu prefiro os tempos passados quando a punição pelas coisas mal feitas eram aplicadas, mas um abraço, um beijo e um passeio nos faziam ver que aqueles dois não nos batiam por maldade e sim por amar demais. Pelo visto, amar demais é coisa do passado. Por isso, para muitos sou considerado conservador, ultrapassado, velho, um tiozão mesmo. Mas eu não sinto vergonha não. Sinto até um bem danado.

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