sábado, 6 de setembro de 2008

Para promessa de metrô, Marta precisa de 2 PACs

Por Sérgio Gobetti
no Estado de São Paulo

A ex-ministra e atual candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, precisaria de quase dois PACs dedicados exclusivamente a ela para poder concretizar a promessa de construir 60 quilômetros de metrô na capital até 2014, ano da Copa do Mundo. O PAC é a sigla utilizada pelo governo federal para se referir ao Programa de Aceleração do Crescimento, que destina verbas federais para os projetos prioritários do País.Em 2008, o governo chegou a reservar R$ 17,9 bilhões de seu Orçamento para os investimentos do PAC, mas ainda não utilizou nem metade disso.A construção de 60 quilômetros de metrô pode custar cerca de R$ 30 bilhões, se considerado o gasto médio na construção do trecho Alto do Ipiranga-Vila Prudente, que está sendo feita pelo governo do Estado.A construção dos 4,3 quilômetros desse trecho é orçada, segundo números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a obra, em R$ 2,1 bilhões. Ou seja, são aproximadamente R$ 489 milhões para cada quilômetro. Do valor total dessa obra, o BNDES deve contribuir com R$ 1,57 bilhão, mas só foram liberados até agora R$ 64,1 milhões.A Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), estatal dependente da União, também está participando do esforço de construção desse trecho do metrô paulistano.Neste ano, a empresa já liberou R$ 229,5 milhões a fundo perdido e deve liberar mais R$ 40,5 milhões até o final do ano, segundo a diretoria financeira. Ou seja, faltariam R$ 256 milhões a serem bancados diretamente dos cofres estaduais.De acordo com a CBTU, esta é a primeira vez que o metrô de São Paulo recebe recursos do Orçamento da União via estatal. Na verdade, os valores foram previstos em 2007 e só começaram a ser pagos efetivamente neste ano.No Orçamento de 2008 não há nenhuma previsão de mais dinheiro para o metrô de São Paulo. E o Orçamento de 2009, embora enviado ao Congresso, ainda não foi dividido entre os vários metrôs.Atualmente, a CBTU administra os metrôs de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Maceió (AL) e faz investimentos esporádicos nos de Fortaleza (CE), Salvador (BA) e São Paulo.O BNDES, por sua vez, já aprovou três diferentes financiamentos para o metrô paulistano desde 2002, num total de R$ 2,1 bilhões, dos quais R$ 661 milhões liberados até agora.Ou seja, em seis anos, o governo federal - por meio do BNDES ou da CBTU - transferiram menos de R$ 1 bilhão para as obras de metrô na capital paulista, o que representa 30 vezes menos do que Marta precisa para atingir sua meta até 2014.

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