quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Oposição pede demissão de Tarso e Felix por descontrole no uso de grampos

Por Lísia Gusmão
na Folha online

A oposição pediu nesta quarta-feira a demissão dos ministros Tarso Genro (Justiça) e Jorge Felix (Gabinete de Segurança Institucional) pelo suposto envolvimento de agentes da PF (Polícia Federal) e funcionários da Abin (Agência Nacional de Inteligência) nas escutas clandestinas de autoridades dos três Poderes, segundo reportagem da revista "Veja".
"O presidente já deveria ter demitido o general e toda a estrutura da Abin, e inclusive o ministro da Justiça, responsável por essa política de grampo e constrangimento às instituições", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Após reunião com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, parlamentares da oposição criticaram os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do general Jorge Felix sobre o grampo que flagrou um diálogo de Mendes com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
"O presidente tem que limpar a área, botar para fora esse pessoal todo, inclusive esse general [Jorge Felix]", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), criticando Lula por não tratar o assunto com seriedade.
Na solenidade que marcou o início da exploração de petróleo na camada pré-sal, em Vitória, na última terça-feira, o presidente, indagado sobre o caso das escutas telefônicas, retrucou: "Se algum de vocês souber, porque a fonte conversou com o jornalista, não foi comigo, e quiser me facilitar a investigação, a gente pode resolver logo o problema".
Já o general Jorge Felix, em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, fez uma sugestão de método eficaz para evitar grampos: "não abrir a boca".
O presidente do PPS, Roberto Freire, e os líderes do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), e no Senado, Arthur Virgílio (AM), também participaram do encontro com Gilmar Mendes.

Frouxa

Os presidentes dos partidos de oposição também assinaram uma nota, na qual taxam de "frouxa" a reação do presidente Lula . E também cobraram uma reação do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN).
"Cai a zero nossa confiança na capacidade do Poder Executivo de se auto-investigar. O que nos leva a apelar com toda força ao Judiciário, ao Ministério Público, e ao Congresso Nacional, para que saia da letargia, contribua para sua própria defesa diante da gravidade das circunstâncias", diz a nota divulgada pela oposição.

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