segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Retrospectiva 2007 - Parte 1

Vamos lá. Vamos fazer uma retrospectiva deste ano. Logo no primeiro dia de 2007 tivemos a segunda posse de Lula. Os petistas comemoravam tal fato. Eles nem se importaram para a quantidade de gente presente na Praça dos Três Poderes em comparação a primeira posse em 2003. Para Lula e seus puxa saco aquela posse mostrava que o mensalão havia sido esquecido ou perdoado pelos brasileiros que votaram no “homi”. No dia da segunda posse Lula nem tirou a tradicional foto com seus ministros porque não havia fechado a equipe que o acompanharia até 2010.
Aqui no blog já comentei o discurso de Lula. Dias antes da posse, no Rio de Janeiro, uma onda de atentados praticados por bandidos abalou o final do ano do carioca. Vários ônibus foram incendiados. Um inclusive tinha passageiros abordo. Os bandidos não quiseram nem saber e atearam fogo matando várias pessoas carbonizadas. No discurso, Lula disse que aquilo que havia acontecido não era um crime comum e sim terrorismo. Falou até da mão forte do estado no combate ao crime. Terminando o ano vemos os bandidos, ou terroristas, continuando os seus ataques. Aliás, Lula mudou seu discurso tempos depois da posse. Não foi ele que disse que o que tinha acontecido no Rio no final de 2006 não era crime comum e sim terrorismo? Pois é. Semanas atrás ele esteve no mesmo Rio de Janeiro, alvo dos ataques terroristas. Lula disse que a cidade maravilhosa não é tão violenta assim e que crime existe em todo lugar. O presidente que combateria o terrorismo com a mão forte do estado, de repente, muda totalmente de discurso e acha normal a criminalidade ocorrer em todos os lugares. Lula é assim: chama os bandidos de terroristas e, depois que o tempo passa, acha normal um ato criminoso ou terrorista acontecer aqui e acolá. Não podemos esquecer do assassinato brutal do menino João Hélio, das vítimas de bala perdida e dos crimes cometidos pelos terroristas que Lula teima em esquecer. Aliás, Lula já tem até uma resposta pronta para os questionamentos sobre a negação dos seus discursos do passado. O Apedeutakoba se considera uma “metamorfose ambulante”.
Este ano será marcado também pelas denúncias contra Renan Canalheiros. Descobrimos que ele pulou a cerca, fez sexo sem camisinha, engravidou a amante, quem pagou a pensão da filha foi um lobista, usou “laranjas” para comprar rádios em Alagoas, espionou senadores que eram favoráveis a sua cassação... Ufa! Mesmo com esta quantidade de denúncias o Senado não cassou seu mandato. Pior! Nem sequer investigou com seriedade cada denúncia. Renan passou vários meses sentado na cadeira de presidente do Senado porque não tinha capacidade para se defender sozinho. Teve que usar todos os instrumentos da presidência para se defender. Mas, como em todo escândalo político no Brasil, tudo terminou em pizza. Hoje quem preside o Senado é o sonolento Garibaldi Alves que, assim como Renan, é dono de uma televisão lá no Rio Grande do Norte. Ou seja, entra político, sai político os vagabundos são os mesmos.
E a CPMF? A oposição não aceitou os acordos oferecidos pelo governo. Votou contra. Mas eles não estavam sozinhos. Tinha governista não querendo prorrogar a CPMF. Agora, Lula terá que se virar para cobrir o dinheiro que faltará no ano que vem. No pronunciamento de final de ano, Lula agradeceu a oposição. Na verdade, o recado é o inverso: em 2008 Lula e o PT voltarão a carga contra os oposicionistas. Quero só ver se o PSDB e o DEMO terão forças para peitar o governo ou se vão ficar vangloriando aquela madrugada de dezembro em que a CPMF foi rejeitada.
Neste ano morreu Antônio Carlos Magalhães, o antigo coronel da Bahia. Desde 2001, quando teve que renunciar ao mandato de senador por conta da violação do painel do Senado, que ACM estava enfraquecido. Sua saúde estava se deteriorando e seus descendentes não têm a força que seu falecido filho Luiz Eduardo Magalhães tinha. O petista Jaques Wagner governa a Bahia. ACM ainda estava vivo e provou mais esta derrota. Porém, depois que partiu desta para melhor, seus aliados de todas as horas deixaram o DEMO e rumarão para algum partido da base do governo. Só esperaram o velho bater as botas para lamber as botas de Lula.
O caos aéreo ainda continua. Atrasos e cancelamentos de vôos tornaram rotina nos aeroportos. E quanto isso acontece é muito ruim porque impede a indignação, o protesto, a ira contra a incompetência do governo. No Ministério da Defesa saiu o incompetente Waldir Pires e entrou o oportululista Nelson Jobim. O caos aéreo continua. E o acidente com o Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas? Sugiro que vocês leiam a coluna do Diogo Mainardi que saiu na revista Veja, a última edição do ano e que está postado aí embaixo na íntegra.
O Supremo Tribunal Federal acolheu as denúncias contras os mensalões petistas e tucanos. Será que a compra de deputados e o caixa 2 vão acabar de vez? Duvido.
Talvez eu possa ter me esquecido de algum fato marcante neste ano de 2007. Mas acredito que a vaia que Lula tomou no Maracanã durante a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro seja o fato do ano. O fato a ser lembrado por muitos e muitos anos. Para ser muito mais lembrado do que as metáforas e os discursos “metamorfose ambulante” que vimos neste ano e que veremos até 2010, isto é, se Lula não der um golpe e disputar o terceiro mandato.

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