domingo, 30 de dezembro de 2007

A falência do ensino superior

Tanto a Folha de São Paulo como Globo destacam nas suas manchetes a falência do ensino superior no Brasil. A Folha mostra a queda no número de formandos nas universidades públicas. Já O Globo denuncia que catorze cursos reprovados nove vezes no Provão e no Enade continuam funcionando. A maioria destes cursos é particular.
Estas duas reportagens são publicadas dois dias depois do pronunciamento-balanço feito por Lula. Disse ele a respeito do ensino superior: E estamos abrindo dez novas universidades públicas, 48 extensões universitárias no interior e 214 escolas técnicas em todo o país. Também estamos ampliando o Prouni, que já ofereceu 400 mil bolsas de estudos em faculdades particulares, e lançando o Reuni, que, em quatro anos, vai criar cerca de 400 mil novas vagas nas universidades federais. Assim, tornaremos mais democrático o acesso ao ensino superior. Do que adianta abrir novas universidades, ampliar o número de alunos nas faculdades particulares se o ensino é péssimo? Lula está de olho na quantidade e não na qualidade. Vocês já sabem por que ele faz isso. Quantidade, números geram planilhas e mais planilhas, reforçam estes discursos lulistas de final de ano. Quanto mais números melhor para Lula. O duro é ele ter que decorar tanto dado. Ainda bem que existe o telepronter, aquele espelho que fica na lente da câmera fazendo o texto subir, facilitando para quem estiver lendo e dificultando para quem estiver assistindo.
A reportagem do Globo ouviu a presidente da UNE. Ela criticou a falta de qualidade dos cursos. Nenhuma palavra sobre o Prouni. Também, a UNE é um braço do governo. Muitas destas faculdades particulares que não se preocupam com a qualidade do ensino devem receber alguma ajuda do governo através do Prouni.
E nas universidades públicas o número de formandos cai. Por que se o ensino é de qualidade? Por que a evasão? Será que o ensino das universidades públicas é mesmo de qualidade? Vixe, já começou o jogo de empurra-empurra entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. Quer saber de uma coisa: a melhor maneira mesmo é estudar em casa e não passar quatro anos assistindo a falência do ensino superior no Brasil.

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