quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O mistério

Quando era candidato a prefeito em 2004 Iris Rezende prometeu dar um jeito no transporte coletivo de Goiânia nos seis primeiros meses da sua administração. Todo mundo achou um absurdo. Todo mundo achou que era mais uma proposta populista do velhinho. E não é que o povão acreditou e votou no velhinho? E bota o retrato do velho... Nos seis primeiros meses de administração, Íris deu uma tapiada no povo. Colocou mais 300 ônibus pra andar pelas ruas de Goiânia e pintou as grades dos terminais. Ele achava que o problema era a quantidade de ônibus e a tinta desgastada das grades dos terminais de Goiânia. Nenhum vereador da oposição colocou a boca no trombone. Ninguém fez um balanço depois dos seis meses que Íris tomou posse. Ninguém verificou se o problema estava realmente resolvido. Os vereadores oposicionistas criticam o transporte coletivo, mas esquecem da promessa dos seis meses. É por isso que Íris está tão bem nas pesquisas. A oposição dá trégua.
O editorial do Jornal O Sucesso é interessante. Questiona a licitação do transporte coletivo de Goiânia. Por que 50 empresas saíram da disputa? Será que o transporte coletivo daqui não geraria nenhum lucro? E por que só as empresas que já exploram o transporte coletivo da capital estão na disputa? O editorial é certeiro: Mas uma coisa é certa: no Brasil - e em Goiás não é diferente - uma das principais fontes de financiamento de campanhas eleitorais é das empresas concessionárias do transporte coletivo. E diante da sucessão de fatos misteriosos que vem acontecendo em torno de todo o processo de licitação das linhas em Goiânia, não há como o assunto não suscitar sentimentos de desconfiança por parte da população. Temos eleições municipais este ano. Os vereadores precisam de verbas para as suas campanhas e os donos de empresas podem muito bem contribuir com algum trocado para algum vereador tentar a reeleição ou algum aspirante tentar uma vaga na Câmara Municipal de Goiânia. O transporte coletivo da capital goiana é um mistério. Ninguém sabe por que 50 empresas desistiram da licitação. Ninguém sabe se teve ou não melhorias na área nos seis primeiros meses da administração Íris Rezende. Vai ver a resposta estará na prestação de contas que cada político dará ao Tribunal Regional Eleitoral. É o dinheiro contabilizado e não-contabilizado que podem começar a esclarecer este mistério.

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