sábado, 9 de fevereiro de 2008

Eu vou ficar no camarote

Já estou arrumando o meu espaço. Quero ficar no camarote. Quero ver as eleições de outubro pegar fogo. Quero ver Raquel Teixeira, Sandes Júnior e Barbosa Neto brigando no catupiri. Quero ver Íris Rezende tentando voltar a ser o Íris Rezende dos velhos tempos. Se o velho voltou ao poder, o poder também pode voltar aos velhos tempos. Quero ver Íris boicotando qualquer peemedebista que deseja fazer uma aliança com o PT. Quero ver Íris tentar voltar a ser o Íris de antigamente, aquele cara infalível, que acredita na “vontade do povo”. Como o governo de Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, não tem dinheiro no caixa vai ser difícil trazer o Nerso da Capetinga. Sem o Nerso Íris é favorito. Com o Nerso Íris pensa duas vezes.
Daqui até outubro quero ver o circo pegar fogo. Claro que não vou perder a oportunidade de jogar uns tomates no velhinho e uma ovada na cabeça do candidato (ou candidatos) do Palácio das Esmeraldas. Dizem que o pessoal que fica no camarote é importante. Muito importante. Eu não me considero tão importante assim, mas valorizo a importância do lugar. Por isso já arrumo a minha cadeira aqui do camarote. Pode ficar tranqüilo que do meu lado não tem patrocinador. Eu não sou Marcos Valério e nem tenho R$ 8 milhões para trazer a Ivete Sangalo pro meu lado. Fico aqui sozinho mesmo, só olhando a briga. Lá embaixo ouço os xingamentos. São os três candidatos a candidatos da base aliada de Cidinho. Os três querem a benção do governador, mas o governador não quer colocar a mão direita na cabeça de ninguém. Eu, daqui de cima, do camarote, antes de jogar os tomates e os ovos que encomendei com o meu dinheiro e que logo chegarão aqui em cima, jogo duas ou três madeiras lá embaixo. São madeiras que algum carnavalesco bêbado tirou da estrutura montada para o Carnaval. O Carnaval passou e o camarote ficou. Só eu estou aqui, bem escondido. Ninguém vai desconfiar que as três madeiras que aumentam o fogo da sucessão foram atiradas por mim. O camarote permite aprontar com quem está lá embaixo sem ser identificado. O Carnaval acabou e ninguém desconfia que alguém esteja no camarote. E tem.
Eu vou ficar aqui no camarote só observando, só provocando a briga, só atirando mais madeiras que o Carnaval deixou para trás e que vou utilizar para esquentar a fogueira das vaidades dos candidatos. Vocês esperem que o camarote não vai pegar fogo. O que vai esquentar mesmo é o caldeirão lá embaixo. É o ringue que vai animar a galera. Eu vou ficar no camarote, um lugar especial e divertido. Cheguei aqui primeiro, portanto, não vou pagar nada até as eleições de outubro. Opa, vou paga sim. Os ovos e os tomates não são de graça. Só a madeira do Carnaval passado que é. Ainda bem que existem os bêbados de Carnaval que sempre esquecem alguma coisa.

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