terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Em Cuba, Lula deve anunciar investimentos de até US$ 1 bi

Por Letícia Sander
na Folha de São Paulo

Os investimentos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar hoje nas áreas de infra-estrutura, energia, turismo e saúde em Cuba podem chegar a cerca de US$ 1 bilhão, segundo integrantes da comitiva do presidente.Lula chegou ontem a Cuba, às 21h10 (horário local). Pela agenda, o presidente ainda participaria de um jantar oferecido por Raúl Castro, que está no poder desde o afastamento de seu irmão, Fidel Castro.Com a visita, o Brasil quer dar um tom mais pragmático às relações econômicas com a ilha, hoje tímidas. Em entrevista ontem, o chanceler Celso Amorim disse que "tudo isso nos ajuda a sedimentar uma relação que politicamente sempre foi excelente, mas que talvez tivesse menos substância econômica do que poderia ter".Amorim respondeu a duas perguntas, uma sobre Cuba e outra sobre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Ao ser questionado sobre direitos humanos em Cuba, Amorim encerrou a entrevista.Lula visitou Cuba como presidente em 2003. No ano retrasado, a ilha respondeu por 0,25% do total exportado pelo Brasil, segundo a CNI.De todos os investimentos, o mais volumoso é em infra-estrutura -o valor chega a US$ 600 milhões. Há forte interesse da Odebrecht na reconstrução de estradas no país.A montagem da programação da visita presidencial a Cuba foi cercada de mistério. A agenda só foi divulgada aos jornalistas que acompanham a viagem no final da tarde de ontem. O encontro de Lula com Fidel Castro, doente e afastado do poder desde julho de 2006, não consta da agenda oficial. Há só uma menção dizendo que a agenda pode ser alterada. Segundo o site do Granma, a visita "contribuirá para aprofundar as relações de amizade e cooperação entre os dois países".A caminho de Cuba, Lula fez ontem uma rápida escala na Cidade da Guatemala para assistir à posse do novo presidente, o social-democrata Álvaro Colom. Lula voltou a enfatizar a importância da América Central como mercado e trampolim para o ingresso de produtos brasileiros nos EUA com menores tarifas.

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