domingo, 6 de janeiro de 2008

Nós já vimos este filme

Com meu inglês macarrônico eu vou acompanhando as prévias presidenciais dos Estados Unidos. Pelo que eu tenho visto até agora, os democratas estão mais em evidência do que os republicanos na imprensa americana. A poderosa Hillary Clinton está sendo ofuscada por Barack Obama. Aliás, Obama se tornou a sensação. Alguns se atrevem a dizer que os Estados Unidos estão vivendo uma “Obamamania”. Calma, gente! Nós, brasileiros, já vimos esse filme em 2002. Obama se assemelha muito com Lula. Em 2002, Lula prometia mudança. Em 2008, Obama promete “change” para os americanos. O pessoal daqui dizia que aquelas eleições de 2002 seriam históricas porque, pela primeira vez na história do Brasil, um metalúrgico chegaria à presidência. Lá nos Estados Unidos o pessoal está escrevendo a importância do primeiro afro-americano chegar à Casa Branca. Menos, gringos, menos. Se vocês quiserem, nós, brasileiros, podemos apresentar o filme de 2002. E aí, vocês verão que esse negócio de “change” ou “esperança venceu o medo” não funciona. Se o cara que sentar na cadeira principal da Casa Branca ou do Palácio do Planalto não tiver um plano de governo sério, que possa colocar o país nos trilhos, a retórica eleitoral vai por água baixo. Nós, brasileiros, já sabemos disso desde 2002. Se os americanos quiserem acreditar na ilusão da “Obamamania” que vai mudar os Estados Unidos caso ele chegue à Casa Branca é decisão deles. Afinal, são os Estados Unidos o templo da liberdade. Se eles optarem por Obama terão que agüentar as conseqüências depois. Nós, brasileiros, já vimos esse filme e não gostamos do final.

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