segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Hillary, no desespero, parte para o ataque

No Estado de São Paulo

Com sua candidatura presidencial seriamente ameaçada, a senadora Hillary Clinton partiu para o ataque contra seu maior rival no Partido Democrata, o senador Barack Obama, às vésperas das primárias de New Hampshire. Num tenso debate televisionado de 90 minutos entre os democratas - marcado por gritos e dedos em riste -, Hillary, senadora por Nova York, atacou Obama agressivamente, acusando-o de mudar de posição sobre questões cruciais, como o sistema de saúde e o financiamento da guerra no Iraque. “Você (Obama) disse que votaria contra a guerra no Iraque, mas foi ao Senado e votou pelo financiamento”, disse a ex-primeira-dama durante o debate, na noite de sábado. “Você poderia ter um ótimo debate consigo mesmo.” Obama manteve-se firme e negou a acusação. O senador por Illinois disse que Hillary estava tentando distorcer os fatos por causa da proximidade da votação em New Hampshire, que ocorrerá amanhã. Pesquisas nesse Estado mostram um crescimento de Obama, que agora está tecnicamente empatado com Hillary (ler na pág. 8). No debate, Obama recebeu o auxílio de outro rival, John Edwards - que disse que ambos são “agentes da mudança” e descreveu Hillary como uma defensora do status quo. “Eu não vi esse tipo de ataque da senadora Clinton quando ela estava à frente (nas pesquisas). Agora que não está mais, escutamos isso”, disse Edwards. Obama obteve na quinta-feira em Iowa uma vitória considerada surpreendente na primeira prévia para a escolha do candidato democrata à Casa Branca. Edwards ficou em segundo e Hillary, em terceiro. Com isso, as primárias de New Hampshire passaram a ser consideradas chave para a sobrevivência das chances da ex-primeira-dama de chegar à presidência. O correspondente da BBC em Washington, Justin Webb, assinalou que Hillary passou o fim de semana lutando por sua carreira política. Depois de adotar uma posição agressiva no debate, ela passou o dia de ontem fazendo comícios e mantendo reuniões com assessores de campanha, que iniciaram um esforço porta-a-porta em busca do apoio dos indecisos. “Há uma grande diferença entre falar e agir, entre prometer e cumprir”, disse ela num comício. Complicando os esforços de Hillary, o ex-aspirante presidencial Bill Bradley anunciou publicamente ontem seu apoio a Obama, a quem considerou o candidato com maior chance de ser eleito em novembro. Obama mostrou confiança: “Se tenho o povo americano comigo, não temo ninguém”, disse ele num comício.Entre os republicanos, as atenções estão voltadas para o senador John McCain. Depois de ver sua candidatura perder fôlego nos últimos meses, ele aparece em alta em New Hampshire. Num debate entre seis candidatos do Partido Republicano no sábado, McCain e o vencedor da prévia partidária de Iowa, Mike Huckabee, concentraram seus ataques em Mitt Romney, criticando suas mudanças de posição. Romney disse que suas posições são consistentes com as ações que adotou quando governou Massachusetts.

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